Você está na página 1de 25

A Crise no sistema colonial no Brasil

Foi no final do século XVII e início do século XVIII que surgiram uma
série de movimentos conhecidos como Movimentos Nativistas na
historiografia brasileira. Essas revoltas nativistas tiveram como
principal causa os descontentamentos que havia entre os colonos
brasileiros com relação as medidas que eram tomadas pela Coroa
Portuguesa. Essas medidas ficaram mais endurecidas após a
chamada Restauração, ou seja, após Portugal se separar da Espanha,
depois de 60 anos sob domínio espanhol (União Ibérica).
Crise colonial séculos XVII e XVIII
• Crises localizadas dentro do Brasil. Movimentos contra a opressão dos
portugueses.
• Também chamados de movimentos nativistas.
• Eram movimentos de caráter regionalistas que também ficaram
conhecidos como movimentos reivindicatórios.
• Não tinha pretensão de separação do Brasil de Portugal; lutavam
apenas por causas locais.
Origem
• Para alguns historiadores, a origem destes movimentos, encontram-se
na insurreição pernambucana finalizada em 1654.
• Historiadores observam a luta de brancos , negros e índios para
expulsarem os holandeses do Brasil o “gatilho” das revoluções
coloniais.
Mapa das crises coloniais
Ajuste fiscal em cima do Brasil
No final do século XVII e início do século XVIII, o comércio com países
da Ásia não estava gerando lucros como antes, e, assim, Portugal
tentava cobrir os gastos da Coroa com os lucros obtidos no Brasil, por
meio do aumento de impostos.
Pacto colonial
Outros fatores que acabaram levando as revoltas nativistas foram: o
monopólio português sobre os produtos, ou seja, os colonos só
poderiam vender para Portugal e comprar os produtos deles, o
chamado Pacto Colonial; algumas medidas da metrópole que acabavam
beneficiando os comerciantes portugueses em detrimento dos
comerciantes brasileiros; havia também o rígido controle, através de
leis, imposto pela metrópole sobre o Brasil. Assim, havia um forte
ambiente para revoltas, surgindo os primeiros conflitos de interesse
entre colonos brasileiros e portugueses.
Aclamação de amador Bueno São Paulo
• 1640- 1641 : Restauração portuguesa.
• A notícia chega ao Brasil e a população tenta aclamar Amador Bueno,
provedor do reino de Portugal e homem mais rico da região como rei
de São Paulo. Bueno esconde-se no mosteiro Beneditino e prefere
ficar fiel a coroa portuguesa.
Aclamação de Amador Bueno: Motivo
A notícia da Restauração portuguesa colocava em risco o comércio
que havia entre colonos e espanhóis. Assim, com a limitação e
proibição de alguns comércios por parte de Portugal, afetaria o
comércio e lucro dos paulistas. Logo, estes declaram a independência,
aclamando como líder Amador Bueno. Mas este recusou seu papel e a
revolta teve fim, os colonos tendo que aceitar as ordens da metrópole.
Insurreição pernambucana
• A Insurreição Pernambucana*, em 1645, também fez parte desses
movimentos. O objetivo era a defesa dos interesses dos colonos
brasileiros contra a expropriação da Companhia das Índias Ocidentais.
• *Como já foi citado, este movimento, segundo alguns historiadores e
a gênese dos movimentos nativistas.
Revolta de Beckman - 1684
Ocorreu no Maranhão, cujas atividades produtivas foram prejudicadas
pela proibição da escravização dos índios e o monopólio da Companhia
Geral do Comércio do Estado do Maranhão, em 1682. Assim, os líderes
Manuel e Tomás Beckman, ricos e influentes proprietário de terras, e
Jorge Sampaio e seus seguidores encaminharam-se para a casa do
capitão-mor Baltasar Fernandes e para os armazéns da Companhia do
Comércio do Maranhão. A revolta termina com a repressão do governo
português e com Manuel Beckman e Jorge Sampaio sendo condenados
à forca.
A Cia Geral do comércio do Estado do
Maranhão.
• Ao longo dos anos, com a presença dos holandeses no nordeste, os
colonos e comerciantes do nordeste acabaram criando relações
comerciais. Mas com a saída dos holandeses do país e a crise do açúcar
que se seguiu, a região Nordeste se tornou um lugar com estagnação
econômica. Muitos estados do nordeste ficaram extremamente pobres,
quase abandonados como o estado do Maranhão. É na tentativa de
melhorar essa economia que a Coroa Portuguesa, em 1682, criou
a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão.
Atribuições da Cia de Comércio
• Fundada conforme alvará de 12 de fevereiro de 1682, em caráter de
exclusivo comercial, destinava-se a fomentar a agromanufatura
de açúcar e o cultivo de algodão, por meio do fornecimento de crédito e
de escravos africanos aos produtores da região, assegurando o
transporte em segurança daqueles géneros em segurança para
a Europa.
• Era prevista a importação de dez mil escravos africanos em vinte anos
da Costa da Guiné ( 500 por ano).
Privilégios da Cia
• Entre os privilégios de que se beneficiava, além do monopólio do
comércio com o Estado do Maranhão por 20 anos, destacavam-se a
isenção de impostos, um juízo privado, a via executiva para a cobrança
de suas dívidas e a liberdade de descer do sertão maranhense
os indígenas que desejasse para tê-los ao seu serviço.
Acusações
A Companhia foi acusada de desvalorizar os géneros que deveria adquirir,
cobrando em excesso pelas mercadorias da metrópole, fraudar os pesos,
recusar-se a transportar produtos pouco lucrativos, transgredir a
regularidade das frotas, o que estragava produtos armazenados a espera do
embarque, além de não disponibilizar os escravos africanos conforme
acordado. As reclamações levaram à eclosão da Revolta dos irmãos
Beckman (1684) e à posterior extinção da própria Companhia (1685).
Azeite e bacalhau
A Cia vendia produtos da Metrópole aos colonos de baixa qualidade, e
cobravam preços exorbitantes; temos como exemplo o Azeite e Bacalhau
de péssima qualidade. Outros produtos de baixa qualidade eram o trigo e
o vinho.
A Revolta
Em 1684 teve início a revolta nativista chamada de Revolta de Beckman,
liderada pelos irmãos Tomás e Manuel Beckman, dois senhores de
engenho da região do Maranhão. A rebelião se deu por meio de uma
invasão ao depósito da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão,
com o apoio dos comerciantes. Os revoltosos também expulsaram os
jesuítas e tiraram o governador de seu cargo.
Desfecho
Tomás Beckman foi enviado para a metrópole a fim de jurar fidelidade ao
rei, retornando com outro governador, Gomes Freire de Andrade, não
encontrando resistência dos revoltosos. Manuel Beckman foi condenado
a morte e Tomás foi expulso de sua terra, enquanto o restante dos
revoltosos foram condenados a prisão perpétua.
Imagem; Manuel Beckman( O Bequimão).
Guerra dos Emboabas Minas Gerais
• 1707 - 1709: Conflito entre os Bandeirantes paulistas e os
Emboabas(portugueses que foram para a região explorar as minas).
• Líderes: Emboabas (Manuel Nunes Viana); Paulistas (Borba Gato).
• Principal episódio: Capão da Traição(os paulistas foram massacrados
pelos portugueses).
• Consequencias; Bandeirantes procuraram novas jazidas em Goiás e Mato
Grosso e além do que, na região de Minas o governador distribuiu terras
auríferas para evitar novos conflitos.
Guerra dos emboabas
Texto
Imagem de uma ave emboaba
Guerra dos Mascates Pernambuco
• 1710: Conflito entre os senhores de Engenho de Olinda e Comerciantes
portugueses de Recife ( mascates).
• Briga pelo hegemonia do poder político entre Olindenses e recifenses.
• Principal episódio: Os fazendeiros invadem Recife e são derrotados.
• Recife torna-se a capital da Capitania com a sede administrativa.
Guerra dos Mascates (Reinóis ou
portugueses).
Revolta de Vila Rica: Minas Gerais
1720: Também conhecida como Revolta de Filipe dos Santos.
Causa; Instalação das Casas de Fundição para “quintar” o ouro.
Aproximadamente dois mil garimpeiros, liderados Por Filipe dos Santos se
revoltaram.
A Revolta foi sufocada e o líder Filipe dos Santos foi morto e
esquartejado.
Revolta de Filipe dos Santos

Você também pode gostar