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Acadêmica: Solibel Cristina Alves dos Santos Candido RA: 132509 7°Termo B

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1°VARA CÍVEL


DA COMARCA DE ARAÇATUBA-ESTADO DE SÃO PAULO.

Processo n°0003333-33.2018.8.26.0032

ALEX BISPO CUSTÓDIO, brasileiro, casado, dentista, RG n° 54.643.332-2, com


inscrição no CPF/MF n° 273.546.455-55, com endereço eletrônico
abc.odontologia@gmail.com, residente e domiciliado na Rua Cristiano Olsen, n°1762,
Vila Estádio, CEP 16100-000, na cidade de Araçatuba/SP, nos autos da AÇÃO DE
COBRANÇA, movida por PEDRO HENRIQUE MARTINS SILVARES, já
qualificado, por seu advogado devidamente constituído pelo instrumento de mandato
anexo(doc.1), que recebe intimação em seu escritório a Avenida Umuarama, n°2011,
Jardim Umuarama, CEP 16013-150, vem à presença de Vossa Excelência apresentar
CONTESTAÇÃO, com fundamento nos artigos 335 e seguintes do CPC, pelos
motivos a seguir expostos.

I-FATOS

O Requerente alega que o requerido tem um debito de 12.804,02(doze mil,


oitocentos e quatro reais e dois centavos), referente ao cheque n°034 no valor de
R$3.000,00(três mil reais) emitido em 23/03/2013, e cheque n° 37, no valor de
R$3.000,00 (três mil reais) emitido em 23/05/2013, todos do Banco ABX, Agência
1006 localizado no centro da cidade de Araçatuba-SP, conta corrente 1003487-5, cuja
titularidade pertence a Alex Bispo Custódio, proveniente da compra de uma piscina.
Sendo que no decurso do prazo entre a compra e o vencimento dos cheques, o
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requerido se encontrava em delicada situação financeira. O Autor ao tomar


conhecimentos dos fatos, propôs ao requerente, se o mesmo não queria compensar
estes débitos, por seu serviço de dentista, o que de pronto foi aceito. Porem no período
que o Sr. Alex prestava seus serviços de dentistas ao Sr. Pedro e seu filho Marcos, foi
emitido uma carta de quitação de debito referente ao cheque n°37 com vencimento em
23/05/2013, sobrou um saldo de R$2.300,00 referente aos serviços prestados ao Autor
e seus filho, que o mesmo não quitou e se faz comprovado conforme nota promissória
no valor.
O Autor ainda solicitou à concessão dos benefícios da Justiça Gratuita em
relação a todos os atos processuais, conforme o artigo 98, §5° do Novo Código de
Processo Civil, haja vista que este não possui condições de arcar com as despesas
processuais, sem prejuízo do próprio sustento, nos termos do Art. 4°, da Lei n°1.060, de
5 de fevereiro de 1950, conforme declaração de hipossuficiência em anexo.
Nos termos do art.319, VII, do CPC, o requerente registra “que não tem interesse na
designação de audiência de conciliação”
Alega provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, eu ficam,
desde já, requeridos, ainda que não especificados.
Doravante atribuindo a causa o valor de R$20.000,00(vinte mil reais).

II-PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

A presente ação cobra títulos que estão prescritos. Portanto conforme previsto
na Lei n° 7.357/1985. O prazo para cobrar um cheque via ação monitória e/ou ação de
cobrança é de 5 anos. No caso, temos que a autor cobra cheque emitido em
23/03/2013. Logo, quando proposta a ação, o prazo prescricional já havia se passado.
Conforme Jurisprudência fica evidente a prescrição:

Ação de cobrança – Cheque – Endosso – Emitente – Legitimidade passiva


– Princípio da autonomia dos títulos de crédito – Exceção Pessoal –
Negócio jurídico subjacente – Atualização monetária – Juros moratórios –
Honorários advocatícios. 1. Ao emitir o cheque, o sacador assume a
responsabilidade pelo pagamento do valor nele descrito, nos termos do art.
15 da Lei nº 7.357/85. 2. Não se exige na ação de cobrança embasada em
cheques prescritos a declinação da causa debendi, bastando a
apresentação dos títulos. 3. Tratando-se de ação de cobrança
consubstanciada em cheques prescritos, a correção monetária e os juros
moratórios incidem desde o vencimento das cártulas, tendo em vista se
tratar de títulos líquidos e com vencimentos certos, conforme precedentes
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do Colendo Superior Tribunal de Justiça. 4. Os honorários advocatícios


devem ser fixados de modo a garantir remuneração minimamente condigna
ao patrono da parte. Inteligência do artigo 20 do CPC. Ação procedente.
Recurso provido.
(TJ-SP - APL: 10027788020148260568 SP 1002778-80.2014.8.26.0568,
Relator: Itamar Gaino, Data de Julgamento: 03/08/2015, 21ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 14/08/2015).

III-PRELIMINARES

III.1-INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA

Considerando os fatos e o direito, deduzidos a seguir:

O Valor atribuído à causa, na ação cobrança, foi supostamente estipulado em R$ 20.000,00


(vinte mil reais).

O Autor não apresenta os documentos comprobatórios que justifique o valor da causa ora
requerido na demanda, presumindo-se que o valor é aleatório e sem embasamento no que
dispõe o art. 259 do Código de Processo Civil.

Assim, conforme demonstrada considerada a peculiaridade da demanda, o valor da causa


deverá ser alterado para R$ 12.804,02(doze mil oitocentos e quatro reais e dois centavos).

III.2-INDEVIDA CONCESSÃO DOS BENEFICIOS DA GRATUIDADE DA


JUSTIÇA.

O Requerente requereu a assistência judiciária, sendo que o mesmo goza de


uma situação financeira favorável para arcar com a custa dos autos, pois se verifica
que o mesmo é um empresário bem sucedido que atua em vários ramos da economia
local, desta forma não atendendo aos requisitos para concessão da assistência gratuita.
Do direito da assistência jurídica:
A Constituição Federal, em seu Art. 5°, LXXIV, inclui os direitos e garantias
fundamentais do cidadão, assistência jurídica integral e gratuita pelo Estado ao que
comprovarem insuficiência de recursos, bastando, para tanto a afirmação da parte de
que não está em condições de pagar à custa do processo e os honorários de advogado,
sem prejuízo próprio ou de sua família.
Prescreve a Lei 5478/68, em seu art. 1°, &2°, assim dispõe:
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Art.1-(...)
&2° A parte que não estiver em condições de pagar as custas do processo,
sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, gozara do benefício da
gratuidade, por simples afirmativa dessas condições...

No entendimento dos tribunais Superiores, em casos análogos:

IMPUGNAÇÃO À CONCESSÃO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA


GRATUITA. PESSOA JURÍDICA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO
DO ESTADO DE NECESSIDADE. - Em se tratando de pessoa jurídica,
exige-se a comprovação do estado de necessidade para a concessão da
assistência judiciária gratuita. A recuperação judicial ou o estado de
falência não gera a favor da empresa a presunção da impossibilidade do
pagamento das custas processuais. Não demonstrada a alegada
hipossuficiência de recursos, impõe-se a revogação do benefício
indevidamente concedido. Recurso provido"(TJMG - Apelação Cível
1.0079.08.398393-6/001 - Rel. Des. Wagner Wilson - Julgamento em
03/12/2010 - Publicação no DJe em 28/01/2011)

Conforme previsto no Código do Processo Civil:

Art. 98 A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

Concatenando com que esta previsto em lei, não estão presente as condições
materiais e legais para a imposição do Estado do dever de prestar assistência judiciária,
ou, como demonstrado nos autos, desonerar a Impugnação das custas e demais despesas
processuais inerentes ao acesso Judiciário.

DO MERITO

O Requerente alega que o requerido tem um debito de 12.804,02(doze mil,


oitocentos e quatro reais e dois centavos), referente ao cheque n°034 no valor de
R$3.000,00(três mil reais) emitido em 23/03/2013, e cheque n° 37, no valor de
R$3.000,00 (três mil reais) emitido em 23/05/2018, todos do Banco ABX, Agência
1006 localizado no centro da cidade de Araçatuba-SP, conta corrente 1003487-5, cuja
titularidade pertence a Alex Bispo Custódio. Porém no prazo para o pagamento do
referido debito, o mesmo não estava em condições financeiras para quitar. Sendo
assim o Requerente propôs ao Requerido se o mesmo não gostaria de prestar serviços
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de dentista atendendo a ele requerente Sr. Pedro Henrique e seu filho Marcos para
compensação do debito, diante da situação a proposta foi aceita pelo Requerido, que
de pronto começou a prestar o serviço, vindo assim a liquidar o cheque n°37, no valor
de R$3.000,00(três mil reais) (doc.j), com isso recebendo uma carta de quitação do
referente titulo, portanto referente a compensação ainda restou um debito do
requerente para com o requerido referente ao serviço prestado de odontologia no
valor de R$2.300,00(dois mil e trezentos reais).

RECONVENÇÃO

Como amplamente demonstrada nesta resposta, o reconvindo tem um débito de


R$2.300,00, referente serviço prestado de odontologia, referente à compensação
referente cheque n° 37 no valor de R$3.000,00, que na época foi dado à quitação do
mesmo, pelos serviços prestados de odontologia e destes serviços ainda ficou um
saldo de R$2.300,00 do tratamento odontológico efetuado ao reconvindo e seu filho,
sendo assim o que verificamos é que o reconvinte não possui nenhum débito para com
o reconvindo, e conforme demonstrado através de documentos comprobatórios fica
evidenciado a quitação.
Alias, pelo contrario, o reconvinte tem direito a receber o serviço prestado de
odontologia do reconvindo no valor de R$2.300,00(dois mil e trezentos reais)(docj.).

DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos


artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial a prova documental, em momento
oportuno.

PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:


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a) Seja realizada a audiência de conciliação do artigo 334 do Novo Código de Processo


Civil;

b) Seja o reconvindo intimado para corrigir o valor do débito e para que comprove a
necessidade da justiça gratuita;

c) Ao final e no mérito, sejam julgados improcedentes os pedidos formulados pelo


reconvindo, condenando-o a arcar com os ônus sucumbenciais e honorários
advocatícios;

d) Ainda, sejam julgados totalmente procedentes os pedidos formulados pelo


Reconvinte, em sede de reconvenção, a fim de condenar o Autor a indenizar material e
moralmente o Requerido.

Dá-se à reconvenção o valor de R$2.300,00 (dois mil e trezentos reais).

Nesses termos, pede deferimento.

Araçatuba-SP, 23 de maio de 2018

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OAB/SP132509

Solibel Cristina Alves dos Santos Candido

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