Você está na página 1de 5

Nome: Luana de Souza Queiroz Turma: PS7943 RA: D26EID-9 Sem- 7º.

SÍNTESE DE ARTIGO CIENTÍFICO


REFERÊNCIAS:
Título do artigo: Recuperação Desenvolvimental Após a Adoção:
Características da Criança e da Família Adotiva.

Autores: Joana Baptista, Isabel Soares e Margarida Henriques.


Ano de publicação: 2013
Revista:

DESCRIÇÃO:
Tema Principal: Analisar o percurso do desenvolvimento da criança adotada.
Tema Secundário: A análise será feita a partir do processo de vida da criança e
seus estímulos recebidos, na família biológica, na instituição e pós-adoção.
Objetivo Geral: Correlacionar todos os aspectos vivenciados pela criança,
descobrir quais fatores influenciaram no comportamento, na inteligência
neurológica, nos sentimentos de segurança e até mesmo na linguagem.
Objetivos específicos: Utilizar de uma pesquisa teórica que abarca estudos
feitos em várias instituições, nacionais e internacionais, estudando também o
estilo de vida das famílias biológicas e como era o tratamento anterior a adoção
para que possa ser feita a comparação entre os dados obtidos.
População: Pesquisadores, crianças em processo de adoção.

ANÁLISE

De início o artigo aborda a problemática que os investigadores e clínicos


vem descobrindo, sobre a institucionalização em que as crianças vivem antes
de conseguir uma família que as adote, de acordo com os estudos essas
crianças não crescem com o apoio esperado, pois não recebem os cuidados
necessários para desenvolver o cognitivo, o emocional e o neurobiológico.

Essa precariedade resulta das instituições não conseguirem dar conta


dos aspectos individuais que as crianças necessitam, a demanda é sempre
maior para a quantidade de profissionais que estão trabalhando no local, e
como ocorrem às trocas de turno frequente, diminui as chances de se formar
grupos entre as crianças e os cuidadores para interação e desenvolvimento
grupal. Os cuidados que uma criança recebe de sua família são únicos e
dificilmente uma instituição conseguirá suprir essa falta, acarretando em um
crescimento com falhas que poderão se apresentar futuramente.

As falhas no desenvolvimento se apresentam na escola, quando a


criança está em processo de aquisição da linguagem, cognição, atenção ou
inteligência, comportamentos estereotipados podem aparecer atrelados à
dificuldade em se socializar, devido ao histórico de vida na institucionalização.

“De acordo com Rutter et al. (2001), este problema estaria associado à experiência de
privação vivida anteriormente em contexto institucional, designando-o como síndrome da pós-
institucionalização”

O objetivo da pesquisa foi avaliar como se da o comportamento da


criança em todos os seus aspectos após ser adotada e receber os cuidados de
uma família, através dos questionamentos elaborados para analisar o caso, os
pesquisadores avaliaram se houve mudanças e se o tempo que a criança
esteve em privação, prejudicou durante o processo de estabelecer os vínculos
com a família e com os sujeitos do novo circulo social.

MÉTODO

O método utilizado para realizar a pesquisa, primeiramente foi através


de meios eletrônicos, disponibilizados em sites científicos para pesquisas
acadêmicas, alguns dos termos procurados foram “adotado”, “família adotiva”,
e “pós-institucionalizadas”, os artigos e livros que estavam presentes na
bibliografia também fizeram parte da pesquisa.

Após a coleta de dados, se abstiveram de separar o que era realmente


relevante para a pesquisa, se aprofundando em analisar dados de casos
nacionais e internacionais, antigos e atuais para se chegar ao estudo de
crianças e suas reações, a curto e longo prazo dentro das famílias que as
adotaram.
RESULTADOS

Os pesquisadores analisaram 149 artigos, destes, apenas 49 foram os


que realmente utilizaram para desenvolver a pesquisa, o processo foi separado
em duas partes, a primeira se refere aos contributos da criança adotada e a
segunda foi nomeada de contributos do contexto familiar adotivo e abarca.
Cada uma das categorias aborda dados diferentes, dês de fatores genéticos
até características dos pais que adotaram a criança.

Contributos da Criança Adotada

Começando por fatores genéticos, estudos indicam que as crianças


quando acolhidas na institucionalização, apresentam comportamentos de
hiperatividade e dificuldade de atenção, estes estão associados a
polimorfismos genéticos.

Os autores apuraram que o risco para evidenciar aquelas difi


culdades, associado à institucionalização precoce, era moderado pelo
gene que codifi ca o transportador de dopamina. Noutro estudo,
procurou-se examinar as conexões entre alterações no sistema
serotoninérgico e o padrão do apego numa amostra de adultos
adotados.

Em questão de gênero as chances de desenvolver um déficit são


maiores no sexo masculino, tanto em aspectos internos e externos no ambiente
do sujeito. Nas experiências pré-natais foram feitas comparações entre
crianças que tiveram mães usuárias de diversos tipos de drogas, com mães
que não utilizaram, os resultados apresentaram que as crianças expostas
nasceram antes do tempo esperado com dificuldade na linguagem e com o
cefálio menor.

Em relação às experiências de maus-tratos, a história de vida e cuidado


que as crianças receberam pelos seus genitores, estuda-se que muitas delas
estão na instituição por conta do que sofreram em sua casa e assim
necessitando ser retirada de sua família biológica, devido a abusos sexuais,
maus tratos físicos ou negligência. O estudo revelou também que crianças que
estiveram em famílias de acolhimento ao invés da instituição, se
desenvolveram melhor em vários aspectos.
Com base nos estudos relacionados ao tempo de institucionalização e
idade na adoção, foi identificado que quanto mais tempo a criança fica
institucionalizada, maiores prejuízos ela acarretará no desenvolvimento. O
período em que foi colocada pra adoção também influência, já que quanto mais
cedo estiver exposta ao local de acolhimento, mais inferiores serão seus níveis
cognitivos, sociais ou motores.

O estatuto desenvolvimental prévio são os resultados apresentados


pelas crianças após alguns meses recebendo os contributos do contexto
familiar adotivo, esses atributos geram índices de desenvolvimento melhores, e
os níveis positivos apresentados, podem ser influenciados pela estimulação e
cuidados recebidos anteriormente pela instituição.

Os últimos tópicos citados pelas autoras são a sensibilidade parental e


os modelos internos de funcionamento, esses dois dependem da segurança
que foi previamente recebida pelos pais biológicos e também relacionada com
seus aspectos individuais, visto que existem mães que apresentaram um grau
de segurança para a criança antes da adoção e mães que rejeitam seus filhos
dês de o nascimento.

CONCLUSÃO

Seguindo a base do pensamento do artigo foi imprescindível na análise


do processo de adoção, estudar os aspectos genéticos, pré-natais, períodos
anteriores e durante a instituição, e depois da criança ser adotada. Todos os
vínculos estabelecidos posteriormente, linguagem, atividade motora, lógica e
ganhos da criança estão relacionados com os aspectos positivos e negativos
que as foram disponibilizados pela família biológica, pela instituição e até
mesmo pelos pais adotivos.

A pesquisa mostrou dados que devem continuar sendo estudados, já


que as falhas de desenvolvimento de crianças residentes de instituições se
mostram alarmantes, resultantes de uma precária estimulação e de um quadro
insuficiente de profissionais nesses ambientes. Os profissionais que atuam
nesse contexto devem estar atentos aos déficits apresentados no
desenvolvimento dessas crianças, criando propostas de intervenção e
problematizações sobre a situação social no Brasil.

Você também pode gostar