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PR. WALTER BASTOS

MATURIDADE CRISTÃ
SELEÇÃO DE ESTUDOS BÍBLICOS PARA O DISCIPULADO E
INTEGRAÇÃO DE NOVOS MEMBROS!

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MINISTÉRIO DE DISCIPULADO

SUMÁRIO
- Apresentação.................................................................................................................... 04

- Lição 01 – A base da nossa salvação................................................................................ 05

- Lição 02 – Integrando a família de Deus (Batismo)......................................................... 08

- Lição 03 – Aprofundando a comunhão (Ceia do Senhor)................................................. 11

- Lição 04 – No que cremos (ponto de fé OBPC)............................................................... 15

- Lição 05 – Compromisso de ler e estudar a Bíblia.......................................................... 19

- Lição 06 – Compreendendo a importância da oração..................................................... 22

- Lição 07 – O batismo com o Espírito Santo.................................................................... 25

- Lição 08 – Vida cheia do Espírito Santo.......................................................................... 27

- Lição 09 – Crescendo espiritualmente.............................................................................. 30

- Lição 10 – A mordomia do dinheiro................................................................................. 33

- Lição 11 – Preparando-se para ser usado por Deus!........................................................ 36

- Lição 12 – O compromisso da evangelização................................................................... 39

- Lição 13 – Fazendo discípulos para Cristo....................................................................... 42

- Apêndice........................................................................................................................... 45

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- Dados e outras obras do autor........................................................................................... 49

APRESENTAÇÃO

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19, 20).

O texto supra mencionado é conhecido teologicamente como a “grande comissão” dada por Jesus Cristo
aos seus apóstolos. Mas a missão de evangelizar, batizar e ensinar a Palavra de Deus, não estava restrito
apenas aos apóstolos de Cristo, na realidade é uma missão que deve ser cumprida, com todo esmero, por
todas as gerações da Igreja, até que Jesus Cristo volte dos céus para nos buscar.
Quando um indivíduo recebe a Cristo, como Senhor e Salvador pessoal; é como uma criança
recém nascida, em tudo depende dos mais antigos da igreja, para crescer espiritualmente. Essa verdade
eu li lá na outra América, expressa numa única sentença, com as seguintes palavras: “People nedd God,
people nedd people”, cuja tradução nos diz: “pessoas precisam de Deus, pessoas precisam de pessoas”.
Deus quer salvar, curar, libertar e fazer outras coisas mais, de igual importância, mas Ele faz isso em
“parceria” com a sua amada Igreja (ex: At 12.5-11).
O trabalho de discipulado é permanente, mas o que faz a diferença na vida de uma pessoa recém
convertida é a forma com que será acompanhada pelos líderes de sua igreja local, nos seus “primeiros
passos” (1Co 3.6; Gl 4.19). Muitos ministérios são peritos em ganhar pessoas para Deus, mas deficientes
para consolidar a decisão que essas pessoas fizeram pelo Evangelho de Cristo. Não poucas igrejas locais
estão descuidando de seus novos membros. Uma igreja não consegue crescer, nem mesmo sobreviver se
não ganhar novas pessoas para Cristo, pois, essas almas preciosas são como “sangue novo” para a igreja,
dando-lhe vitalidade e ânimo para alçar vôos cada vez mais altos no reino de Deus (ex: abrir novas
congregações, seminários teológicos, ampliar o templo etc).
Além dos novos irmãos, nossas igrejas estão sempre recebendo crentes oriundos das mais
diversas denominações evangélicas, por isso, essas pessoas também necessitam de discipulado sério,
progressivo, bem elaborado e com conteúdo relevante. Pessoas já convertidas que nos procuram para
tornarem-se membros de nossa denominação, precisam conhecer: nossa história, forma de governo,
ponto de fé, estrutura e princípios, que norteiam a nossa maneira própria de ser. No final dessa revista
(no apêndice) trazemos um resumo da Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo.
Essa é a primeira revista sobre discipulado cristão que estamos editando, creio que é possível
publicarmos uma segunda revista com temas que aprofundem ainda mais o discipulado em nossas
igrejas, abordando assuntos como: Ministério e vocações; missões nacionais (evangelização) e
transculturais (ex: apresentando a Missão Desafio e outras); adoração como estilo de vida; oração e
batalha espiritual etc.
Cremos que os temas de vida cristã, trabalhados nesta presente revista, são fundamentais para
inculcar nas pessoas que vão se batizar, e, naquelas que já são batizadas, mas que carecem de ensino
mais aprofundado da doutrina cristã, valores e princípios importantes, que contribuem para a sua
maturidade espiritual, e, dessa forma lhes permitir crescerem espiritualmente e trabalharem no reino de
Deus (Ef 4.12) até que Cristo rompa dos céus em busca da sua preciosa noiva - a Igreja.

Bom estudo.
No amor sincero de nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo;

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Pastor Walter Bastos
prwalterbastos@hotmail.com

LIÇÃO 1
A BASE DA NOSSA SALVAÇÃO!

“Contudo, Jesus dizia: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (...). Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no paraíso” (Lc 23.34 e 43).

INTRODUÇÃO

Deus enviou Jesus Cristo para salvar o mundo (pessoas) do seu pecado (Mt 1.21; Jo 3.16, 17). Desde o
jardim do Éden o seu trabalho se concentra, principalmente, na procura de pessoas para salvar (Gn 3.15;
Lc 10.5-9). A forma que Deus criou para redimir e salvar o homem foi a morte vicária e expiatória de
seu amado Filho Jesus Cristo. Para estudar o tema da nossa salvação usaremos a passagem de Lucas
23.39 a 43, que narra a crucificação e morte de Cristo ao lado de dois ladrões. É possível enxergarmos
nesse quadro, a situação real de toda a humanidade. De um lado está o grupo dos que não se interessam
pela salvação, ou mesmo se quer acreditam que haja algo depois da morte. Em contra partida, do lado do
chamado “bom ladrão”, está o grupo dos que aguardam a salvação de Deus em Cristo.
Para o ladrão arrependido, o nosso Senhor declarou: “Em verdade te digo, que hoje estarás comigo no
paraíso” (v. 43). Em suas palavras, Cristo fez referência a um lugar no céu denominado paraíso. Em
face disso, perguntamos: Quem pode participar das alegrias celestiais após a morte? Precisamos estar
ligados a alguma religião para sermos salvos da condenação eterna e, admitidos no céu? Devemos ser
caridosos e ajudar aos necessitados, para merecermos um lugarzinho no paraíso celestial? Ou somente
aqueles que tiveram um encontro salvador com Jesus Cristo são dignos do paraíso? A Bíblia nos garante
que o paraíso celestial é o lugar de todos os crentes nascidos de novo.

1. ANALISANDO A NOSSA CONDIÇÃO DIANTE DE DEUS!

Os dois ladrões que ladearam Cristo no Calvário são os representantes de toda a humanidade, de um
lado estão aqueles que ignoram o Evangelho chegando mesmo a desprezar o Senhor Jesus Cristo, do
outro lado estão aqueles que desejam o céu, mas reconhecem que seus pecados os impedem de chegar lá
(Is 59.2), e, decidem aceitar o presente de Deus para a salvação do homem, a saber, a Redenção ou a
morte de Cristo na cruz do Calvário (2Co 5.19).
O ladrão arrependido declarou uma grande verdade acerca da nossa condição diante de Deus, vejamos:
“Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem” (v. 41). Em
outras palavras, nossos pecados podem nos levar direto para o inferno, mas se nos arrependermos em
tempo (antes de morrer - Hb 9.27) e aceitarmos a graça de Deus em Cristo seremos salvos; isso se
justifica pelo fato de a Bíblia dizer: “ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19).

a) Todos pecaram, não há um justo se quer!

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É difícil encontrar alguém que assuma a própria culpa, é preciso ser humilde ou muito espiritual para
isso (1Co 6.7), normalmente queremos nos justificar, mas diante do Senhor: “todos pecaram e carecem
da glória de Deus” (Rm 3.23), e ainda: “Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10). Nossa única saída
é pelo reconhecimento de nossos pecados e a busca do perdão e amor divino. Devemos notar que o
“bom ladrão” não exigiu nada, apenas disse para Cristo: “lembra-te de mim” (v. 42).
Deus é absolutamente imparcial, não tem preferência por ninguém! Ele não escolhe alguns para o
paraíso e outros para o fogo eterno, pelo contrário, Deus dá ao homem o livre arbítrio para fazer
escolhas. Se desejarmos o paraíso celestial ou não, a escolha é sempre nossa. Quando desprezamos ao
Senhor, vivendo uma vida dissoluta, e se nesse estado viermos a morrer, já fizemos a nossa escolha.
Paulo diz que Deus deseja que todos os homens conheçam a verdade e sejam salvos (1Tm 2.4), mas nem
todos conseguirão atender a esse desejo divino (Ap 20.15).
Jesus disse ao ladrão arrependido: “... hoje estarás comigo no paraíso” (v. 43). A promessa é para hoje!
Se crermos em Cristo, somos salvos hoje (Jo 5.24), não é para amanhã, do mesmo modo, devemos abrir
os nossos corações hoje e recebê-Lo como Senhor e Salvador pessoal (Hb 3.7,8).

2. ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO: ÚNICO MODO DE ESCAPAR DO


INFERNO!

Deus não espera que venhamos “merecer” o paraíso, porque isso é impossível (At 16.31; Ef 2.8), já que
Ele nos oferece a salvação e a vida eterna de graça. Cristo é o presente de Deus para a nossa entrada no
paraíso, pois Ele mesmo disse: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo” (Jo 10.9). Seu
sacrifício no Calvário é o salvo conduto, é o pagamento pelos nossos pecados, e só precisamos aceitá-lo.
Pedro diante de uma multidão de pecadores interessados na salvação disse: “Arrependei-vos, pois, e
convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (At 3.19). Arrepender não é sentir remorso,
mas é uma mudança radical de mente, e conversão é uma alteração ou guinada de 180º na direção em
que estamos, é voltar-se para Cristo de corpo e alma.

a) A salvação é uma possessão presente!

Ao ladrão convertido, Jesus disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (v. 43).
Essas palavras produziram principalmente segurança no coração do homem, já que ele não buscava
simplesmente o livramento daquele suplicio - como o outro ladrão (v. 39) -, mas a garantia de estar
perdoado e apto para entrar no céu.
O cristianismo bíblico não oferece somente bênçãos após a conversão, mas de alguma forma, todos
precisarão fazer o seguinte: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e
siga-me” (Mt 16.24). Quem deseja entrar no paraíso deve se identificar com Cristo a ponto de fazer de
Sua vontade o seu objetivo de vida.

3. A BASE DA NOSSA SALVAÇÃO!

De maneira geral o ser humano passa toda a sua vida tentando ser feliz. Essa busca desesperada ocorre
por meio de muito esforço, ora estudando, trabalhando, ajuntando, passeando, consumindo, casando etc.
Mas todas estas coisas, por mais importantes que sejam nunca é o bastante para nos fazer realmente
feliz. O problema está em tentarmos ser felizes longe de Deus, de buscarmos essa necessária felicidade
de maneira independente. A Bíblia chama esse comportamento de pecado! (Is 53.6; 1Jo 1.8).
Na verdade o pecado é uma intransponível barreira colocada entre nós e o nosso Criador, e que
nos impede de comungarmos com Ele (Is 59.2; Rm 3.23). Em razão disso, ignoramos ou desenvolvemos
medo de Deus. Já outros assumem uma postura “mais religiosa”, apoiando-se na desculpa de que já “crê

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em Deus”, faz suas orações, ajuda aos pobres e não deseja mal a ninguém. Mas a Bíblia afirma que isso
não muda a nossa posição de pecadores miseráveis e condenados (Rm 6.23).

a) Somente a graça de Deus em Cristo nos salva.

Não vem do homem, mas de Deus, a iniciativa e o poder para mudar essa triste realidade humana. Jesus
Cristo foi enviado por Deus para assumir os nossos pecados e, por meio de sua morte e ressurreição nos
salvar da condenação eterna. Cristo é o único meio de nos religar a Deus (Jo 14.6). A única coisa que
precisamos fazer é reconhecer que estamos perdidos em nossos pecados e aceitar o perdão de Deus por
meio de Jesus Cristo.
À semelhança do “bom ladrão”, precisamos reconhecer o nosso estado de condenação e nos
humilharmos diante de Deus em busca do seu divino perdão (1Jo 1.9). Em seguida devemos crer de todo
o coração, que Cristo deu a sua vida em lugar da nossa e, que somente o seu precioso sangue pode nos
limpar da sujeira do pecado (1Jo 1.7). Finalmente, tomamos posse da salvação e vida eterna, recebendo
pela fé, a Cristo como Senhor e Salvador pessoal. Feito isso, a Bíblia nos garante: “Porque Todo aquele
que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13).

CONCLUSÃO

Se perguntarmos para qualquer pessoa se ela deseja ir para o céu depois da morte, seguramente a
maioria responderá que sim! Por outro lado, a Bíblia afirma, que Deus deseja que todos os homens
sejam salvos (1Tm 2.4), mas será que esse desejo divino se realizará? Todos os homens serão realmente
salvos? Com certeza não! Da mesma forma que o “mau ladrão” não foi salvo, devido a sua rebeldia e
soberba, assim ocorre com a maioria das pessoas que se apóiam, por exemplo, na religião de seus pais,
na filosofia mundana de que o “inferno é aqui mesmo”, e desprezam a Cristo e o seu glorioso evangelho
salvador. Em razão desses fatos, quem deseja a salvação, vida abundante e eterna precisa confessar a
Cristo como Senhor e Salvador pessoal (Rm 10.9) e procurar viver em novidade de vida após isso.

ORAÇÃO DO PECADOR:

Se desejar faça a seguinte oração: “Querido Deus e Pai, reconheço que sou pecador, e que os meus
pecados fazem separação entre nós, mas após estudar as verdades acerca da salvação, senti o desejo de
mudar de vida, e neste momento suplico-te o perdão por todo o tempo em que vivi no erro e na
desordem espiritual; do mesmo modo, eu abro o meu coração para receber a Jesus Cristo como o meu
Senhor e Salvador, pois eu creio que Ele morreu em meu lugar e que o Senhor O ressuscitou dos mortos,
garantindo deste modo, a vida eterna para mim e para todos os que nele crêem. Amém”.

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 2
INTEGRANDO A FAMÍLIA DE DEUS!
(O BATISMO NAS ÁGUAS)

“Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua
morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado
dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida. Porque, se fomos
unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua
ressurreição” (Rm 6.3-5). “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os
membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só
Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E
a todos nós foi dado beber de um só Espírito (...). Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente,
membros desse corpo” (1Co 12.12, 13 e 27).

INTRODUÇÃO

Deus criou o homem para viver em família (Gn 2.18), pois é somente dentro dela que o indivíduo
consegue se desenvolver física e emocionalmente de maneira saudável. Da mesma forma, Deus criou a
Igreja para ser a nossa “família espiritual”. Inserido e integrado em uma igreja local, o cristão encontra a
oportunidade para aprofundar sua espiritualidade em Deus e, de se conectar com outros irmãos, a fim de
cumprir a sua missão de vida na terra.
Jesus Cristo se revelou aos seus discípulos como a “videira verdadeira” (Jo 15.1) e, completou
dizendo que cada um deles era como um ramo dessa videira. Quando uma pessoa abre o coração para o
amor de Deus em Cristo, é logo “enxertado” nessa grande família chamada Igreja; e até que Jesus volte
sempre haverá lugar para mais um (Lc 14.22).

1. PELA FÉ EM JESUS VOCÊ É INSERIDO NA FAMÍLIA DE DEUS!

Somos por natureza “criaturas de Deus”, e, somente passamos a ser seus filhos quando “nascemos de
novo” (Jo 3.3), ou seja, quando nascemos de Deus pela fé em Jesus (1Jo 3.9). A pregação do Evangelho
de Cristo cria a oportunidade de renascermos para uma nova vida (Mc 16.15; Rm 10.8), pois, a Bíblia
diz: “fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus”
(1Pe 1.23).
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A Igreja é conhecida como o “corpo de Cristo” na terra (Ef 1.23), e tão somente passamos a fazer
parte desse corpo espiritual, ou “organismo vivo” quando cremos sinceramente em Jesus, ou seja, por
meio da fé no sacrifício redentivo de Cristo nos tornamos membros do seu corpo (1Co 12.13) e, essa
filiação se torna visível através do batismo nas águas.

a) O Batismo nas águas!

O batismo é um sinal externo da nossa inclusão na família de Deus. Por meio dele também nos
identificamos com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Rm 6.3-5), e tudo isso aponta para a
nova vida abundante, que Deus quer nos dar em Cristo Jesus (2Co 5.17; Jo 10.10b), pois, quem já
conhece Jesus deve andar “em novidade de vida” (Rm 6.4).
A igreja é uma grande família e por meio do batismo nos tornamos oficialmente membro dela.
Em nossa denominação o batismo nas águas é um rito obrigatório para quem deseja se tornar um
membro dela. Para todo aquele que professa fé sincera em Cristo, o batismo não é um opção. Quem se
batiza está seguindo o exemplo de Cristo (Mc 1.9), obedecendo a sua ordem imperativa (Mt 28.19, 20) e
pondo em ação a sua fé (At 18.8; 1Jo 2.3).

b) Batismo e salvação.

O ato de batizar não garante por si só a salvação de ninguém, pois adquirimos a salvação unicamente
pela fé em Jesus, quando sinceramente o recebemos como Salvador e Senhor (Ef 2.8, 9). Na verdade, o
batismo é uma espécie de aliança de compromisso que fazemos com Deus. É também um testemunho
público do nosso desejo de seguir a Cristo por toda a vida.
Em nossa igreja realizamos o batismo em águas por imersão, por acreditar que dessa forma nos
identificamos inteiramente com Jesus Cristo (sepultamento e ressurreição). Ademais, o verbo batizar no
grego é “baptizõ” que significa literalmente “mergulhar ou imergir”. Cremos que Jesus foi batizado por
imersão (Mt 3.16) e, que há vários exemplos disso em Atos dos Apóstolos (At 8.38, 39).

c) Quem pode ser batizado?

Qualquer pessoa - de ambos os sexos - que professar fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, com
idade aproximada de 12 anos, deve ser batizada sem demora (At 2.41). Normalmente é realizado um
culto, por ocasião do batismo e, o ministro oficiante diz algumas palavras antes de batizar alguém. É
prudente, nesse dia, levar uma muda de roupas para trocar depois do batismo, e também uma toalha. Em
algumas igrejas, os candidatos ao batismo usam becas batismais por cima da roupa.

d) Descobrindo o sentido da vida!

Portanto, a salvação nos é dada unicamente pela fé em Cristo (Ef 2.8, 9) e, quando isso ocorre, nossas
prioridades mudam, pois, Deus passa a nos governar em todos os aspectos. A partir dai tudo começa a
fazer sentido, pois descobrimos o prazer de louvar a Deus (e de existir em razão dele), ajudar ao
próximo, estudar a Bíblia, freqüentar nosso pequeno grupo ou classe de escola bíblica e o templo
semanalmente, contribuir financeiramente para a obra de Deus etc.

2. DEUS QUER QUE VOCÊ INTERAJA COM OUTROS IRMÃOS!

Na igreja temos a oportunidade e o espaço ideal para nos sentirmos amados e, em família, uma vez que
Deus deseja que a fé apareça por meio da ação, ou seja, quando cremos em Cristo, essa fé ultrapassa as

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palavras e extravasa no relacionamento amoroso com outras pessoas, pois Jesus nos ordena: “ameis uns
aos outros; assim como eu vos amei” (Jo 13.34).
Na Igreja, não estamos mais sozinhos, pois a Bíblia diz: “Assim também em Cristo, nós, que
somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros” (Rm 12.5 - NVI). O
amor de Cristo nos une e, faz com que cada novo crente seja mais um “elo da corrente”. Em razão dessa
verdade precisamos rejeitar tudo aquilo que quebra a amizade ou o companheirismo entre os irmãos. Se
você semear compreensão e tolerância, colherá comunhão.

a) Comunhão é a palavra chave na Igreja!

Fomos criados para adorar a Deus e também para servi-lo; e, esse segundo propósito somente é
descoberto em nosso relacionamento com os outros; a Bíblia diz: “Pois tal como existem muitas partes
em nossos corpos, assim também é com o corpo de Cristo. Todos nós somos parte dele, e cada um de
nós é necessário para fazê-lo completo, porque cada um de nós tem um trabalho diferente a executar”
(Rm 12.4, 5 - BV).
Essa interação nos permite crescer, pois Deus usa as diversas situações de conflitos interpessoais
para nos mudar. Nosso tempo aqui na terra é um estágio para a eternidade, em razão disso, Deus nos
permite conviver com as mais diferentes pessoas, a fim de nos preparar para a nossa vida no céu. A
família humana passa, mas a espiritual (Igreja) será eterna!

3. DESFRUTANDO DA VIDA COMUNITÁRIA EM CRISTO!

Deus nos criou para o seu prazer, e podemos afirmar que nada agrada mais a Ele do que o amor entre os
seus filhos. O plano de Deus inclui que os irmãos vivam em comunhão, em unidade de palavra e ação
(1Co 1.10). Na oração intercessora ou sacerdotal de Cristo pelos seus discípulos - que inclui eu e você -
Ele pediu “a fim de que todos sejam um” (Jo 17.21). Você está aberto para a unidade?
O salmista revelou o bem de uma vida em comum com outros irmãos nos seguintes termos:
“Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos” (Sl 133.1 -
NTLH). Viver em comunhão é o mesmo que construir amizades sinceras, do tipo que permite
compartilhar e servir uns aos outros de maneira prática e abnegativa.

a) A comunhão verdadeira vai além de simples união!

Jesus tinha muitos discípulos, mas o seu grupo de relacionamento se restringia a apenas doze pessoas, e
desse destacavam três: Pedro, Tiago e João (Mt 17.1), isso significa dizer que não é possível
aprofundarmos um relacionamento de comunhão com uma multidão. Vivemos em união com todos os
crentes em Cristo, mas desfrutamos de uma comunhão mais intensa com aquelas pessoas “mais
chegadas que um irmão” (Pv 18.24).
Quando abrimos o coração para Cristo, Ele entra e passa a ter tudo em comum conosco (Ap
3.20), e quando Jesus realmente faz parte de nossa vida fica impossível esconder isso dos outros. A
marca de Cristo em nós é o amor verdadeiro (“como vos amei”), que manifestamos primeiro entre nós e
depois entre aqueles que estão perdidos em seus pecados (Jo 13.34, 35).

CONCLUSÃO

Deus nos deu vida para que o adoremos em cada detalhe de nosso viver, além disso, Ele planejou que
fizéssemos parte de sua família na terra. Pela fé em Cristo somos inseridos em seu corpo que é a Igreja,
e, isso se torna visível pelo batismo nas águas (At 2.41). Uma vez no Corpo precisamos aprofundar

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relacionamentos interpessoais e viver intensamente o amor de Cristo uns para com os outros (Jo 13.34,
35).

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 3
APROFUNDANDO A COMUNHÃO!
(A CEIA DO SENHOR)

“Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi
traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei
isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice,
dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em
memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice anunciais a morte do
Senhor, até que ele venha. Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente,
será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do
pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a
razão porque há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque se nos julgássemos
a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não
sermos condenados com o mundo” (1Co 11.23-32).

INTRODUÇÃO

A ceia do Senhor, como é descrita por Paulo em 1Corintios (11.20) é uma das expressões de culto mais
solene realizada pelo cristão genuíno. Nesta ocasião é servido pão e vinho, uma espécie de refeição
cerimonial, para recordar a morte redentora de Jesus Cristo. Cada elemento da ceia possui um
simbolismo próprio, por exemplo, o pão representa o corpo de Cristo, que segundo Isaías “foi
traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades” (Is 53.5), e o vinho (ou o fruto
da videira: Mt 26.29), significa o sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado (1Jo 1.7).
Quando, como e quem pode participar da Ceia do Senhor? Se cometermos algum pecado
estamos inaptos ou proibidos de celebrar este ato de culto? A Bíblia responde a estas e outras questões
pertinentes!

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1. UMA ORDEM PARA TODAS AS GERAÇÕES DA IGREJA!

O comentário da Bíblia de estudo de Genebra, com relação à ordem de Cristo de celebrarmos a Ceia é
muito interessante; vejamos o texto na sua íntegra: “Na noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus
Cristo instituiu o sacramento de seu corpo e sangue, chamado Ceia do Senhor, para ser observado em
sua igreja até ao fim do mundo, para ser uma lembrança perpétua do sacrifício que em sua morte ele fez
de si mesmo; para selar, aos verdadeiros crentes, todos os benefícios provenientes desse sacrifício para o
seu nutrimento espiritual e crescimento nele, e seu compromisso de cumprir todos os seus deveres para
com ele; e ser um vínculo e penhor de sua comunhão com ele e uns com os outros, como membros do
seu corpo místico” (Confissão de Westminster, XXIX. 1 - Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil,
1999, p. 1360).

a) Uma ordenança para a Igreja!

Ao lado do Batismo nas águas, a Ceia do Senhor é uma ordem de Cristo para a sua Igreja na terra. A
expressão: “fazei isto” (1Co 11.24), no grego original temos “touto poieite” (isto fazei), e o verbo fazer,
neste caso está conjugado no presente imperativo, denotando uma ordem que deve ser cumprida
repetidamente. No verso 25 o mandamento é confirmado nos seguintes termos: “fazei isto, todas as
vezes que o beberdes, em memória de mim”.

b) Um solene memorial!

O ato da Ceia é em si mesmo uma comemoração diferente, pois, de maneira geral (tradicionalmente) se
celebramos o nascimento ou aniversário de alguém querido com festas e muita alegria (Sl 90.12), neste
caso somos convocados para celebrar a morte de Cristo. Em suas palavras (“fazei isto em memória de
mim” - v. 24) Jesus caracteriza o ritual da Ceia como uma recordação ou lembrança do que ele fez em
favor da humanidade. Sua morte vicária e expiatória foi o preço pela a nossa redenção. Sem a morte do
“Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29), não haveria perdão dos pecados, salvação e
vida eterna.
O pão e o vinho (suco de uva) continuam sendo os mesmos depois da oração do pastor! Em
outras palavras, não ocorre nenhuma “transubstanciação” como ensina a teologia romanista, pois, o ato
da ceia é simbólico, figurativo. Em linhas gerais, além de memorial, a Ceia do Senhor também ilustra a
nossa comunhão com Jesus Cristo e com cada um dos crentes regenerados, os quais integram o seu
corpo místico na terra (Ef 1.22, 23).

2. UMA ALIANÇA NO SANGUE DE CRISTO!

Em suas palavras, Jesus Cristo declarou: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue” (1Co 11.25). A
palavra “aliança” (diathéke) tem o sentido de pacto, testamento, acordo, contrato. Jesus fez uma “nova
aliança” em seu sangue, diferente da “velha aliança” que era marcada pelo sangue de animais (Êx 24.5).
Na nova aliança, selada pela morte de Cristo no Calvário, o homem tem os seus pecados perdoados e
passa a ser habitação do Espírito Santo (1Co 6.19). A lei de Deus é agora escrita, não em tábuas de
pedra, mas em corações humildes e obedientes (Jr 31.31-33).

a) Nos tornamos simbolicamente um com Cristo!

No momento em que nos servirmos do pão e do suco de uva, estamos reafirmando a nossa “aliança”
com Cristo de um modo profundo. No discurso profético, falando acerca de si mesmo, como “pão da

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vida”, Jesus Cristo tratou do tema da aliança de maneira tão contundente, que muitos dos seus discípulos
ficaram escandalizados e o abandonaram (Jo 6.35-66). Na verdade, nosso Senhor, quando fala de nos
“alimentarmos dele”, ou de “comermos da sua carne e bebermos do seu sangue”, faz referência à
comunhão que temos com ele. Em outras palavras, quando ceamos, “misturamos” figuradamente nossas
vidas com a de Cristo, em sinal de aliança.
Essa aliança permite que o verdadeiro crente seja um com Cristo. Paulo fala disso com outras
palavras: “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1Co 6.17). Quando ceamos,
precisamos ter consciência que estamos em aliança com Cristo e, que não podemos “quebrá-la” vivendo
uma vida dissoluta ou desregrada. Temos que permanecer nele, para que ele permaneça em nós (Jo
6.56).

3. UM ATO QUE EXIGE RESPONSABILIDADE!

Paulo inclui em sua carta um detalhe de grande importância espiritual: “Por isso, aquele que comer o
pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se,
pois, o homem a si mesmo...” (1Co 11.27, 28). Alguns crentes, da igreja de Corinto, estavam abusando,
fazendo da “mesa do Senhor” um banquete, onde alguns se empanturravam de comida e outros ficavam
embriagados (1Co 11.21).

a) Uma celebração abençoadora!

Diante dessas extravagâncias, Paulo aproveita para enfatizar a necessária preparação espiritual para
participarmos da Ceia. Com outras palavras, o apóstolo deixa claro, que o ato pode ser bênção ou
maldição para quem dele participa. Tudo depende da postura e da forma que celebramos a Ceia do
Senhor. Se fizermos isso com reverência e amor, ela vai produzir em nós inúmeras bênçãos, mas se por
outro lado, “não discernirmos o corpo do Senhor” (v. 29), será juízo para nós.
As bênçãos advindas da nossa comunhão com Cristo são inúmeras, mas, antes de falarmos sobre
elas, vejamos o seguinte texto: “Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do
sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1Co 10.16). Quando
comungamos com o “sangue de Cristo” obtemos duas bênçãos: purificação total (1Jo 1.7) e proteção
espiritual. O diabo não pode ultrapassar a barreira de proteção ao nosso redor, que o sangue de Cristo
proporciona (Êx 12.23; Jó 1.10; 1Jo 5.20; Ap 12.12).
Além dessas duas bênçãos, Deus ainda nos dá saúde, cura física e emocional. Se quem toma a
Ceia em pecado fica fraco, doente e morre (1Co 11.30), como resultado do juízo divino, o contrário
disso, deve acontecer em razão da nossa comunhão com o Senhor Jesus. Portanto, se encararmos a Ceia
do Senhor como um momento seleto, santo e de real adoração a Deus, haveremos de colher inúmeras
bênçãos celestiais por meio de Cristo Jesus (Ef 1.3).

b) Uma ameaça verdadeira!

Por outro lado, se não observamos a Ceia do Senhor com a seriedade e reverência necessária poderemos
ser alvo de severa disciplina por parte de Deus. Paulo emprega as seguintes expressões ameaçadoras:
“aquele que comer (...) indignamente, será réu” (v. 27); “pois quem come e bebe sem discernir o corpo,
come e bebe juízo para si” (v. 29). O pecado separa o homem de Deus (Is 59.2), mas se fizermos um
auto-exame, se analisarmos cuidadosamente nossa consciência e, em seguida pedirmos perdão, Deus irá
nos perdoar e nos tornar novamente dignos de cear (1Jo 1.9; Pv 28.13).

4. TODOS COM UM SÓ CORAÇÃO!


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Ninguém é perfeito, o salmista mesmo declarou isso com palavras poéticas e inspiradoras (Sl 103.10,
11), em razão disso, não precisamos deixar de cear sempre que cometemos algum erro, antes, em atitude
de arrependimento sincero, confessamos os nossos pecados e, então comemos do pão e tomemos do
cálice do Senhor. Deixar de participar da Ceia em razão de algum pecado especifico nos enfraquece
ainda mais, além de estarmos sujeitos do mesmo modo, a uma disciplina de Deus (Hb 12.4-13).

a) Quem pode participar da Ceia do Senhor?

A Ceia do Senhor é um acontecimento do corpo de Cristo, assim, todos os crentes nascidos de novo
devem tomar parte nela. Por meio do Batismo nas águas, nos identificamos plenamente com Jesus, e
espiritualmente passamos a fazer parte de sua amada Igreja, que é o seu corpo invisível na terra.
Portanto, quem já é batizado está perfeitamente habilitado para cear.
A ceia do Senhor não é privilégio apenas dessa ou daquela denominação, mas da Igreja de
Cristo. Isso significa dizer que quem está em pleno gozo de sua comunhão com Cristo e com sua igreja
local tem total direito a participar dela. O critério é feito apenas pela Palavra de Deus que determina ao
cristão examinar a si mesmo e então “coma do pão, e beba do cálice” (v. 28).

b) Onde e quando celebramos a Ceia do Senhor?

Paulo nos dá uma dica, no tocante ao local mais apropriado para celebrarmos a Ceia; vejamos: “quando
vos reunis na igreja (...). Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar” (1Co 11.18 e 20). Em outro trecho
ele reitera: “Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros. Se
alguém tem fome, como em casa” (1Co 11.33, 34). Fica claro nesses textos que a igreja (templo) ou o
local de culto onde o povo de Deus se reúne (ex: salão, auditório de hotel etc.), para as celebrações de
adoração a Deus é o lugar mais adequando para realizarmos a Ceia do Senhor.
Com relação à periodicidade, a Bíblia não diz claramente nada. Somente o versículo 25 de
1Corintios 11 traz a ordem de: “fazei isto, todas às vezes que o beberdes em memória de mim”. Desta
forma, a expressão “todas às vezes” nos permite realizá-la sempre que quisermos. Em nossa
denominação ou na grande maioria das igrejas evangélicas no Brasil, a Ceia do Senhor é celebrada uma
vez por mês.

CONCLUSÃO

Apesar de santa em sua essência e propósito, a designação “Santa Ceia” não aparece na Bíblia.
Entretanto, a Ceia do Senhor (1Co 11.20) é um dos meios que o Senhor Jesus emprega para santificar a
sua amada Igreja. A palavra santidade tem relação com pureza, vida casta, separada e piedosa. O
Espírito Santo está trabalhando para nos tornar santos e irrepreensíveis e, a cada ato da Ceia que
participamos, ele aprofunda nossas vidas em Deus e, uns com os outros.

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 4
NO QUE CREMOS!
(O PONTO DE FÉ OBPC)

“Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular elucidação; porque
nunca, jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da
parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.20, 21). “E perseveravam na doutrina dos apóstolos
e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42).

INTRODUÇÃO

Denominamos “credo doutrinário” ou “ponto de fé”, o conjunto de doutrinas do cristianismo bíblico que
caracteriza a base da nossa expressão de fé. Esse tema é de importância capital, uma vez, que toda a
nossa prática de fé depende fundamentalmente do conhecimento que temos acerca da verdade sobre
Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo, pecado e salvação, vida eterna, perdição ou inferno, anjos e demônios
e outras doutrinas igualmente importantes para encarnamos o cristianismo bíblico, centrado na vontade
de Deus. Lucas escreveu em Atos dos apóstolos, que os primitivos cristãos: “perseveravam na doutrina
dos apóstolos”. A doutrina dos apóstolos nada mais é que a doutrina bíblica, ou seja, com a formação do
Novo Testamento a revelação divina se completou e, os ensinamentos de que carecemos saber está todo
ele contido em um único livro, que chamamos de Bíblia Sagrada. Portanto, vejamos o que a Bíblia nos
revela sobre os pontos de fé do verdadeiro cristianismo.

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1. O PONTO DE FÉ DA IGREJA DE CRISTO!

As igrejas ou denominações cristãs, que aceitam a Bíblia Sagrada como sua única regra de fé e prática
estão de acordo com os argumentos abaixo trabalhados. Quando se difere, no caso de igrejas históricas
ou tradicionais, são pontos que não prejudicam a unidade da Igreja de Cristo, nem atrapalham a
evangelização dos perdidos. Costumes e, ou práticas de âmbito cultural são preceitos humanos que
modificam com o tempo (ex: vestimentas, uso ou não de jóias etc.) e, não podem ser confundidos com
as doutrinas bíblicas, pois estas nunca mudam. Vejamos na seqüência um resumo de cada ponto de fé do
cristianismo bíblico:

1.1. Sobre Deus!

Cremos num único Deus, eterno, imutável, perfeito e Todo Poderoso, pois a Bíblia diz: “Assim diz o
Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, além
de mim não há Deus” (Is 44.6). Apesar de uno, Deus subsiste em três pessoas distintas: o Pai, o Filho -
Jesus Cristo, e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).
A Bíblia de Estudo de Genebra traz a seguinte nota teológica a respeito da distinção da trindade
de Deus: “As três substâncias pessoais, como são chamadas, são centros coiguais e coeternos de
autoconsciência, sendo cada um um ‘EU’ em relação aos outros dois, que são ‘VÓS’, e cada um
possuindo a plena essência divina de Deus, a existência especifica que pertence só a Deus” (Cultura
Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, p. 837).

1.2. Sobre a Bíblia Sagrada!

Cremos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus revelada ao homem. É composta do Antigo
Testamento (39 livros), e do Novo Testamento (27 livros), totalizando 66 livros completamente
inspirados pelo Espírito Santo de Deus, e, que se constitui a nossa única regra de fé, que norteia a nossa
conduta nesse mundo. O apóstolo Paulo escreveu ao seu fiel colaborador Timóteo, o seguinte sobre as
Escrituras: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16).
Quando afirmamos que Deus inspirou os seus santos profetas e apóstolos para registrar a sua
Palavra, estamos com isto declarando que Deus é o autor e a fonte das Escrituras Sagradas. É verdade
que ela foi escrita por cerca de quarenta homens em épocas e condições diferentes, entretanto isso não
anula o peso da autoridade divina. Deus nos deu as Escrituras para orientar nossa fé e comportamento,
portanto, a Bíblia é o padrão absoluto com respeito à nossa conduta em todos os aspectos (ex:
relacionamento com Deus, com o próximo: casamento e família, negócios etc.).

1.3. Sobre Jesus Cristo!

Cremos que Jesus Cristo é o Messias prometido por Deus, a Israel (Is 7.14). Ele é o Filho de Deus,
nascido humanamente da virgem Maria, mas por obra e graça do Espírito Santo. Possui duas naturezas, a
humana (sem pecado) e a divina. A Bíblia declara ainda, que ele viveu uma vida casta, totalmente pura e
por final morreu para resgatar a humanidade. Sua morte é vicária (substitutiva) e expiatória (tira o
pecado do homem). Ao terceiro dia depois de morto, ressuscitou corporalmente e subiu aos céus. Hoje, à
mão direita de Deus Pai, intercede por cada um de nós.
Cremos que Jesus Cristo é Deus, ou a segunda pessoa da divindade (Rm 9.5; Fp 2.6; Tt 2.13; 1Jo
5.20). Além disso, as Escrituras revelam, que Ele é o único mediador entre Deus e os homens, e um dia

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virá para buscar a sua amada Igreja e executar o juízo sobre os maus. Veja: Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9; Hb
7.25; 1Tm 2.5; Fp 2.6-8.
Nota: Cremos que Maria, em estado de pura virgindade, achou-se grávida, pelo poder do Espírito
Santo (Mt 1.18-25). Depois de conceber a Jesus, teve um relacionamento normal com José, seu marido,
e com ele teve outros filhos e filhas (Mt 13.55, 56), sendo que alguns deles se tornaram grandes líderes
da igreja ao lado dos apóstolos (Mc 6.3; At 12.17; Gl 1.19; Jd 1). Em razão desses e de outros fatos,
consideramos Maria como uma mulher bem-aventurada, mas, não lhe devotamos veneração, adoração
ou qualquer outro ato, que deva ser dado somente a Deus.

1.4. Sobre o Espírito Santo de Deus!

Cremos que o Espírito Santo é Deus. A Terceira Pessoa da Trindade Santa, e o operador dos processos
redentivos no homem, pois Ele regenera, santifica, consola, guia em toda a verdade; ensina e distribui os
dons espirituais e ministeriais na Igreja. Conforme a promessa de Jesus Cristo, Ele ficará com a Igreja
para sempre. Veja: Jo 15.26; 2Co 13.14; Mt 28.19; Rm 8.11; 1Jo 16.7-14.
O Espírito Santo é o agente de Deus na terra e, torna real a presença de Cristo no mundo.
Devemos-lhe total submissão, pois, o seu trabalho, além de convencer e salvar o perdido, também
consiste em mudar o caráter do crente, a fim de torná-lo semelhante a Jesus Cristo (2Co 3.18). Isso se
torna evidente pela manifestação do fruto do Espírito (Gl 5.22, 23). Além disso, é o Espírito Santo que
habilita a igreja a viver nesta terra como testemunha eficaz de Jesus Cristo. Ele faz isso nos enchendo do
seu poder (At 1.8) e nos equipando com os dons espirituais.

1.5. Sobre o homem!

Cremos, que originalmente o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26, 27), mas pela
queda se tornou essencialmente pecaminoso, depravado, corrupto, e distanciado do seu Criador (Is 59.2),
necessitando deste modo, de arrependimento e conversão, a fim de obter reconciliação e salvação por
meio da graça de Deus e mediante a fé no sacrifício redentivo do Senhor Jesus (Rm 3.23; 5.8; 6.23; At
3.19; Ef 2.8-10; Jo 1.12; 3.3-8; 1Pe 2.24). Obtendo a partir daí perdão, salvação plena, presente e eterna
(At 10.43; Jo 5.24; Rm 10.13).
Há no homem um desejo nato, uma aspiração profunda por seu Criador. Por essa razão existem
tantas religiões no mundo, pois, essa é uma tentativa malograda, do homem natural de procurar
preencher o vazio do seu coração. Entretanto, o homem não pode operar a sua reconciliação com o seu
Criador. Deus mesmo criou um plano de salvação (Gn 3.15) para o homem; revelado em Jesus Cristo, o
seu Unigênito Filho (Jo 3.16; 2Co 5.18, 19).
Cremos, que o homem, uma vez salvo, deve procurar crescer na graça e no conhecimento de
Cristo (2Pe 3.18), vivendo a partir daí de maneira santificada, desembaraçada das coisas do mundo e do
pecado, o que é possível mediante a ação santificadora do Espírito Santo, e também pela prática de
alguns exercícios espirituais, como: orar e ler a Bíblia diariamente, freqüentar os cultos da igreja, da
classe ou grupo de estudo assiduamente etc. (Hb 12.14; 2Tm 2.4; Tg 1.21; Ef 6.10-18; Hb 10.25).

1.6. Sobre o batismo nas águas e a Ceia do Senhor!

Cremos, que o Batismo nas águas por imersão (do corpo inteiro), apenas uma vez, em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, deve ser ministrado sobre o homem arrependido e, que confessa sincera e
conscientemente crer em Jesus Cristo, como o seu Salvador e Senhor pessoal. O Batismo nas águas é
uma ordem expressa de Jesus Cristo, e, deve ser observado por todas as gerações da Igreja até que Ele
volte dos céus para buscá-la. O Batismo nas águas é a forma de ingressarmos na igreja local.

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A Ceia do Senhor, como é denominada na Bíblia (1Co 11.20), é a segunda ordenança de Cristo
para a sua Igreja (1Co 11.23-30) e deve tomar parte dela, todo cristão nascido de novo, que já foi
batizado nas águas e vive em comunhão com os seus irmãos de fé e mantém uma vida santificada aos
olhos de Deus. Veja: Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Rm 10.9-13; Cl 2.12; Hb 12.14.

1.7. Sobre o batismo com o Espírito Santo!

Cremos, que o Batismo com Espírito Santo, com a evidência física inicial de falar noutras línguas (At
1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7; 1Co 14), conforme o Espírito conceder é uma experiência real, atual e para
todos os crentes regenerados (Lc 11.13; At 2.38, 39). O batismo com o Espírito Santo é uma bênção que
segue a salvação; deve ser desejado e buscado com todo empenho e dedicação (Sl 105.4).
O batismo com o Espírito Santo é operado por Jesus Cristo (Mt 3.11), e por meio dele, o crente
recebe poder para testemunhar de sua fé em Cristo com total liberdade e ousadia (At 1.8). Cremos, que
em conjunto com o batismo com o Espírito Santo, o cristão recebe dons espirituais para o seu completo
desenvolvimento ministerial no reino de Deus (Ef 4.7-16). É o Espírito Santo que distribui os dons para
a Igreja, segundo critérios próprios, ou “conforme lhe apraz”, e, tudo para redundar na completa
edificação, consolação e exortação da Igreja de Jesus Cristo, na terra (1Co 12.1-12).

1.8. Sobre a Igreja de Cristo!

Cremos, que a Igreja é o corpo de Cristo na terra (Ef 1.22, 23), constituída de pessoas nascidas de novo,
de todos os tempos, línguas, tribos e nações. A igreja de Cristo (e somente ela) é responsável por pregar
o evangelho ao mundo todo (missões), adorar a Deus em espírito e em verdade (adoração), manter-se
mutuamente unida (comunhão), equipar os santos para o ministério, crescer espiritualmente até a
“medida completa de Cristo” (discipulado). Veja: Jo 4.23, 24; Jo 17.21; Ef 4.11, 12.
Além disso, a Igreja de Cristo também deve observar as seguintes ordenanças: o Batismo nas
águas e a Ceia do Senhor. Por fim, a Igreja deve guardar-se incontaminada das coisas do mundo
esperando e apressando a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 2.22,23; Mt 28.18-20; Jo 17; 1Co
11.23-34; Jo 4.23,24; Hb 12.14).

1.9. Sobre a segunda vinda de Cristo!

Cremos, que a Segunda Vinda de Cristo terá lugar em duas etapas. A primeira no arrebatamento, de
modo secreto, somente para os crentes salvos e santificados, ou seja, para a “Igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém, santa e sem defeito” (Ef 5.27). O arrebatamento
deverá acontecer antes da grande tribulação (1Ts 4.13-18; 1.10; Is 57.1); e a segunda etapa, também
chamada de “aparição gloriosa”, será visível e, Jesus Cristo descerá dos céus corporalmente, junto com a
sua Igreja para estabelecer um reinado de mil anos sobre a terra, a partir de Jerusalém (Mt 24.29-31; Ap
20.4).
A segunda vinda de Cristo é uma doutrina mencionada na Bíblia mais de trezentas vezes.
Cremos, que a pregação desse tema deve inspirar os crentes a viver uma vida de santidade e completa
abnegação. Enquanto esperamos o retorno iminente de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, devemos
pregar o evangelho em todo o mundo, em testemunho a todas as nações (Mt 24.14).

1.10. Sobre o Juízo Final!

Cremos, que o Juízo Final irá punir e condenar os ímpios, ou seja, todos os que recusaram
deliberadamente o presente de Deus, ou o perdão dos pecados e a salvação em Cristo Jesus (Ap
20.11-15; Mt 25.46). Esse terrível juízo, também conhecido como “Juízo do grande Trono Branco”, será
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usado para julgar todas as pessoas desde os dias de Adão, cujos nomes não estiverem arrolados no Livro
da Vida do Cordeiro (Ap 20-11-15). O resultado final será a punição no lago de fogo e enxofre que é a
segunda morte. Enquanto é dia e temos vida podemos optar, mas depois da morte física, a Bíblia garante
que “segue o juízo” (Hb 9.27).
A Bíblia afirma também, que haverá um juízo especial para o cristão, chamado de tribunal de
Cristo. Deus vai usar esse tribunal para galardoar os crentes fieis (2Co 5.10; 1Co 3.12-15). O Tribunal
de Cristo será estabelecido no céu, logo após o arrebatamento da Igreja. No final de tudo, o diabo e seus
anjos, serão punidos eternamente ao serem precipitados no lago de fogo e enxofre (Ap 20.7-10).

CONCLUSÃO

Os temas doutrinários aqui tratados, não foram aprofundados, porque essa não é a nossa intenção aqui.
Entretanto, é possível obtermos uma idéia daquilo, que fundamenta nossas crenças a respeito de Deus,
da salvação, da vida, além túmulo e outras. A Nossa Revista de número 46, intitulada “A doutrina dos
apóstolos”, traz com mais detalhes os argumentos teológicos a respeito do nosso ponto de fé, que
inclusive pode dirimir dúvidas e explicar melhor algumas questões doutrinárias específicas. Antes que
Jesus Cristo volte haverá uma enorme confusão doutrinária dentro do cristianismo (2Tm 4.1-5), em
razão disso, é prudente conhecer e perseverar na obediência da vontade integral de Deus, além de
desenvolvermos a habilidade de defender a verdadeira fé evangélica (Fp 1.27), como bem fazia os
crentes bereanos (At 17.11).

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 5
COMPROMISSO DE LER E ESTUDAR A BÍBLIA!

“Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem
a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a
palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará
naquilo para que a designei” (Is 55.10, 11).

INTRODUÇÃO

Uma das principais declarações dos reformadores era “sola Scriptura”, indicando com isso, que a Bíblia
deveria ser a única regra de fé e prática dos verdadeiros cristãos. Deus se revela em sua criação, mas é

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nas Escrituras que o conhecemos melhor, pois, nelas aprendemos a amá-lo e servi-lo, além disso, do
Gênesis ao Apocalipse, Deus nos dá a conhecer nossa origem e destino final. Jesus é a palavra de Deus
encarnada (Jo 1.1), por Ele obtemos vida eterna e acesso aos maravilhosos “segredos” do reino de Deus
(Mt 13.10, 11). Na prática, somente podemos desfrutar das riquezas da Palavra de Deus se nela
meditarmos diariamente como fazia o salmista Davi (Sl 1.2), e com a intenção de fazer tudo aquilo que
Deus nos ordena (Js 1.9)!

1. O CARÁTER DA PALAVRA DE DEUS!

Em 1Crônicas 17.3 lemos: “Porém, naquela mesma noite, veio à palavra do Senhor a Natã, dizendo”.
Expressão como essa é abundante nas Escrituras e revela a origem divina da Bíblia. No passado, Deus
falou aos patriarcas, profetas, reis; a Jesus Cristo e aos apóstolos, e, o registro disso tudo é conhecido
como “Palavra de Deus” ou Escrituras Sagradas.

a) A autoridade da Bíblia Sagrada!

A autoridade da Palavra de Deus está no fato de que Deus é o seu legítimo autor, a respeito disso Paulo
escreveu: “Toda a Escritura e inspirada por Deus...” (2Tm 3.16). A expressão “inspirada por Deus”
significa dizer, que o Espírito Santo “soprou” a palavra sobre homens santos (2Pe 1.21) e os capacitou a
falar e escrever como porta-vozes de Deus (1Pe 1.10-12).
A Bíblia toda - à semelhança dos dez mandamentos (Êx 32.16) entregues a Israel - nos foi dada
para orientar nosso modo de viver e, também nortear a maneira correta de nos relacionarmos com Deus
e com os nossos semelhantes. A Palavra de Deus é digna de toda confiança, pois é infalível e verdadeira
em tudo que afirma (Is 55.10, 11).

b) A Palavra de Deus determina regras de comportamento!

Paulo, em sua palavra final para os crentes da Galácia diz: “E, a todos quantos andarem de
conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gl 6.16). A
palavra “regra” é kanoni no grego, e fala do padrão, regra ou norma de referência que as Escrituras
determinam para a Igreja, não pode ser nem menos e nem mais (Ap 22.18, 19). Deus nos governa por
meio da Bíblia, uma vez que ela é a nossa única regra de fé e de vida! Ele faz isso na vida daqueles
crentes que não ultrapassam os limites. O cristianismo bíblico estabelece “marcos”, que regulam nosso
comportamento, desrespeita-los é sinônimo de pecado e derrota espiritual.

2. A PALAVRA “VIVA” DE DEUS!

O autor aos Hebreus declarou, que o universo veio à existência pelo poder criador da Palavra de Deus:
“... de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hb 11.3). O salmista também
fez semelhante declaração: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército
deles” (Sl 33.6).

a) O poder maravilhoso da Palavra de Deus!

Há um poder impressionante na Palavra de Deus, pois dela “flui” graça, vida, poder de Deus para
produzir abundância (ex: pesca maravilhosa Lc 5.5 e 6), curar doenças do corpo e da alma (ex: o servo
do centurião - “diz uma palavra” - Mt 8.8), salvar da condenação e outorgar vida nova para aquele que
crê em Jesus (1Pe 1.23) etc.

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Jesus declarou certa feita o seguinte: “as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”
(Jo 6.63), em outras palavras, Cristo está dizendo, que a sua palavra é alimento espiritual, que dá vida
eterna, paz no coração, forças para enfrentar a vicissitudes da vida e, em última análise é ela que
alimenta ou sustenta o nosso relacionamento com Deus!

b) A Palavra de Deus repele o mal!

A Palavra de Deus tem poder para repreender o mal, pois os demônios não suportam ouvi-la (Mc 5.7),
na verdade ela é como uma espada afiada capaz de feri-los (Hb 4.12). Quando Jesus enfrentou o diabo
“golpeou-o” várias vezes dizendo: “está escrito” (Mt 4.4) e, esta expressão é o mesmo que “o que Eu
digo está dito”, ou “Eu estou falando e ponto final”.
O Espírito Santo usa a Palavra de Deus para julgar nossos “pensamentos e intenções do coração”
(Hb 4.12), com o fim de nos chamar ao arrependimento (Jo 16.8 e 13). É possível sentir uma sensação às
vezes confortante (ex: dois discípulos no caminho de Emaús – Lc 24.32) ou conflitante (ex: rei Belsazar
Dn 5.24-28; Davi 2Sm 12.1-12; Ananias e Safira At 5.5) após ouvirmos a Palavra Deus.

3. O NOSSO DIA A DIA COM A PALAVRA DE DEUS!

Lucas escreveu a respeito dos crentes de Beréia, que eles: “...receberam a palavra com toda avidez,
examinando as Escrituras todos os dias...” (At 17.11). Ler a Bíblia “com toda avidez” é o mesmo que
com grande desejo ou fome de conhecer Deus, e eles faziam isso “todos os dias”.
O Espírito Santo é o real interprete das Escrituras e, quando estivermos lendo-a devemos orar
pedindo compreensão como fazia o salmista: “Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei; de todo
coração a cumprirei” (Sl 119.34). A Bíblia não é um livro confuso ou misterioso e, o seu entendimento é
facilitado quando oramos!

a) Ler e estudar as Escrituras diuturnamente!

O nosso envolvimento com a Bíblia deve ultrapassar os limites da simples curiosidade e, tornar-se uma
realidade em nossa vida. Jesus afirmou, que todo aquele que ouve a sua palavra e pratica é sábio, pois
sua vida está fundamentada na verdade e jamais será abalada (Lc 6.47, 48).
Jesus declarou, que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de
Deus” (Mt 4.4), e isso significa dizer, que precisamos desse alimento espiritual para nos mantermos e,
sobretudo crescermos espiritualmente. Deus disse a Isaías, que do mesmo modo que as águas que regam
a terra e faz as sementes brotarem e produzirem alimento e vida, assim a Palavra de Deus nos faz crescer
e produzir para o seu reino.

b) Ler e estudar para obedecer!

Como agir diante da Palavra de Deus? Devemos desejá-la como a criança busca pelo leite (1Pe 2.2);
amá-la com todo o coração (Sl 119.47); fazer dela a nossa fonte de alegria e prazer (Sl 119.16); crer em
suas promessas sem duvidar (Sl 130.5; 119.42); manejá-la com sabedoria e com temor e tremor (2Tm
2.15); pregá-la em tempo e fora de tempo (2Tm 4.2); e, acima de tudo devemos obedecê-la prontamente
(Tg 1.22-24).

CONCLUSÃO

21
O hábito de ler e meditar nas Escrituras todos os dias (Sl 1.1-3), em conjunto com a oração revela ser o
meio mais eficaz de crescermos “na graça e no conhecimento de Jesus Cristo” (2Pe 3.18), de
desenvolvermos a “nossa salvação” (Fp 2.12), de calibramos o nosso modo de vida segundo o modelo
de Cristo Jesus, de sermos progressivamente “transformados na própria imagem” do Filho de Deus etc.
Então, sem mais demora assumamos hoje, o compromisso de ler a Bíblia sistemática e diuturnamente.

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 6
COMPREENDENDO A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO!

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu
reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e
perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes

22
cair em tentação; mas, livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!]” (Mt
6.9-13).

INTRODUÇÃO

Lucas escreveu em seu evangelho, que um dos discípulos pediu a Jesus Cristo, que ensinasse todo grupo
a orar (Lc 11.1-4). O ministério de Cristo foi quase todo empregado para treinar e ensinar os seus
discípulos, tendo em vista a grande missão que Ele tinha para eles (Mt 28.19, 20). Por essa razão, saber
orar era fundamental. É pouco provável que os discípulos não soubessem orar, mas o Senhor os estava
ensinando como Deus queria que eles orassem.
Muitos erros são cometidos quando não se sabe orar (ex: rezas - 6.5-8; orações egoístas - Tg 4.3).
Por essa razão a Bíblia nos ensina a orar, por meio das inúmeras situações e lições espirituais nela
registradas e que passaremos a analisar em seguida.

1. COMPREENDENDO A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO!

Orar é o mesmo que suplicar, interceder, pedir e, em definição simples, podemos afirmar que orar é o ato
de nos comunicarmos com Deus de maneira livre e desimpedida, como um filho pequeno que fala com
liberdade com sua amorosa mãe.
Quando oramos por alguém, estamos por assim dizer, suplicando a Deus em seu favor, ou no
interesse dele. Na oração, além de pedirmos algo para nós e pelos outros, também podemos louvar e
adorar a Deus, confessar nossos erros e ofensas - em busca do seu perdão - declarar nossa gratidão por
todas as bênçãos que o Senhor nos tem dado etc. Seja como for, precisamos investir todo tempo possível
diante de Deus, em oração se realmente desejamos que as coisas aconteçam, ou que algo seja mudado
em nossas vidas, ou ainda numa situação específica, pois a Bíblia nos diz: “Nada tendes, porque não
pedis” (Tg 4.2).

a) Princípios básicos da oração!

Uma regra bíblica básica nos diz, que as nossas orações devem ser dirigidas a Deus Pai, em nome de
Jesus Cristo, o seu Filho (Mt 6.9; Jo 14.13-14; 15.16), e tudo que lhe pedirmos, seja para nós ou para
nosso semelhante, deve estar alinhado com a sua Palavra escrita (1Jo 5.14, 15). Mais à frente, trataremos
com detalhes sobre esses e outros princípios elementares da oração que Deus ouve.
Algumas vezes somos levados a orar em razão de pressões internas como medo, tristeza,
insegurança, ansiedade etc., em outras, por ataques externos como problemas familiares, desemprego,
doença do cônjuge, dos filhos ou de pessoas amadas. Por uma ou por outra razão, de maneira geral,
todos nós somos “motivados” a orar e, quase sempre, as circunstâncias da vida (por permissão de Deus -
2Co 7.5) estão norteando as nossas orações.

b) A oração aprofunda nossa intimidade com Deus!

A oração nos aproxima de Deus e, Nele encontramos a força que precisamos para enfrentar as lutas
diárias. É nas crises que crescemos, e, na vida cristã tudo é um constante aprendizado. A cada dia e
situação, Deus nos ensina novas lições espirituais e entre essas preciosas lições, Ele também nos revela a
melhor maneira de vivermos neste mundo. Com a oração é assim também. Em certa ocasião, um dos
discípulos de Cristo lhe pediu para ensiná-lo a orar, e assim surgiu a “oração do Pai nosso” (Lc 11.1-4).
Existe muito crente que não ora, simplesmente porque não sabe como e sobre o que orar.

23
c) Fomos criados para nos relacionar com Deus!

Deus criou o homem para se relacionar, compartilhar, comungar com Ele, mas o pecado atrapalhou esse
propósito divino. Por essa razão, o Senhor Jesus tornou-se carne e assumiu os nossos pecados na cruz do
Calvário, com o fim de nos “religar” a Deus (2Co 5.19, 20). Em Cristo, voltamos ao início de tudo no
sentido de podermos ter comunhão com Deus. Essa comunhão se aprofunda por meio da leitura
meditativa das Escrituras e da oração, ocorrendo, assim, um diálogo entre Deus e o homem redimido,
pois, Ele nos fala por sua Palavra e nós lhe falamos pela oração.

d) Deus não nos deixa sem resposta!

Deus quer se relacionar conosco, mais do que podemos imaginar. Quer nos falar e ensinar sobre coisas
que aspiramos, mas isso depende da nossa dedicação ou obediência a Ele, de um modo espontâneo,
livre, amoroso. Essa busca pessoal, como a do salmista (Sl 63.1), jamais fica sem resposta! Na verdade,
essa relação de amizade e amor com Deus não termina com a morte, mas continua pela eternidade afora,
de uma maneira que não podemos definir. Mas apesar de criados para nos relacionar com Deus,
precisamos fazer as coisas da maneira certa, segundo critérios estabelecidos pelo próprio Deus nas
Escrituras.

2. O MODO BÍBLICO DE ORAR!

Como relatamos anteriormente, nosso relacionamento com Deus envolve leitura, estudo da Bíblia e
oração, mas essa última depende fundamentalmente da primeira, pois é nas Escrituras que descobrimos a
mente ou a maneira de Deus pensar sobre qualquer coisa. Desse modo, de forma implícita ou explícita, o
Espírito Santo nos ensina a orar por meio da Bíblia. Jesus Cristo, por exemplo, afirmou que podemos
orar privativamente (Mt 6.5-8) e, também em conjunto com outras pessoas (At 1.14; 4.24).

a) Algumas regras da oração!

Quando estivermos orando, podemos declarar nosso amor a Deus, adorá-Lo pelo que é e por tudo que
tem feito a nós e aos nossos queridos (Sl 150). Na oração do “Pai nosso”, por exemplo, iniciamos
adorando, seguimos pedindo (ex: provisões e proteção) e confessando as nossas culpas (Mt 6.9-13).
Como falamos antes, nossas súplicas devem ser dirigidas a Deus Pai, tal como aparece na oração
do “Pai Nosso” (Lc 11,2), mas isso não quer dizer que não podemos orar ou pedir a Jesus Cristo (At
7.59; Rm 10.8-13; 2Co 12.7-9), ou ao Espírito Santo de Deus (At 13.2 e 4; Ap 1.4). Jesus ensinou os
seus discípulos a orar e, entre outras coisas, disse que ao orarmos a Deus Pai devemos fazer isso em seu
nome (Jo 14.13, 14; 15.16), o que significa dizer, que Deus nos ouve por amor a Cristo, pois, Jesus é o
nosso Mediador e Sumo Sacerdote diante do Pai (Hb 7.25; 8.1).

3. POR QUE PRECISAMOS ORAR?

Outra grande verdade nos diz que Deus não está alheio às nossas necessidades. Como afirmou Jesus
Cristo, Ele as sabe muito antes de nós (Mt 6.8). Um exemplo dessa verdade são as palavras de Abraão
ao responder a pergunta de seu filho Isaque, a respeito do cordeiro para o sacrifício: “Deus proverá para
si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (Gn 22.8). Isso quer dizer, que Deus vê com antecedência
cada uma das nossas carências. Mas então, por que razão, Ele espera que oremos? Porque quando
oramos, aprofundamos nossa confiança Nele, uma vez que a oração é como um “atestado de

24
dependência” que temos de Deus. Ora, se Deus é o Criador e o homem é a criatura, a melhor maneira de
nos relacionarmos com Deus é pelo reconhecimento da absoluta dependência que temos Dele.

a) Humildade combina com oração!

Basicamente, toda pessoa que se aproxima de Deus em oração, deve fazê-la imbuída de muita
humildade, sinceridade e fé (Lc 18.13; 1Cr 29.17; Hb 11.6), pois isso é o mesmo que reconhecermos
nossa pequenez, limitação e fragilidade, além de servir como uma declaração explícita da nossa
confiança na sabedoria, no poder, na bondade, no amor e nos demais atributos do caráter de Deus. Na
verdade, ninguém tem qualquer direito sobre Deus (ex: Lc 17.10), e absolutamente tudo que Ele nos
concede é por pura misericórdia e amor.

CONCLUSÃO

Alguém disse: “Ainda bem que Deus não ouve, ou atende todas as nossas orações!”. Essa afirmação é
verdadeira, uma vez que somos imperfeitos, e muitas vezes egoístas (Tg 4.2, 3), pois, possuímos um
conhecimento limitado das coisas e, estamos atrasados no processo de maturidade ou desenvolvimento
espiritual (Hb 5.11-14; Ef 4.13). Porém, não há ninguém como Deus para saber o que é melhor para
cada um de nós. Podemos estar certos de uma coisa: quando Deus diz não, em resposta a alguma petição
que lhe fizemos é porque Ele tem algo melhor para nós. Uma vez ouvi uma frase de sabedoria que
impactou a minha vida e dizia mais ou menos assim: “Quando Deus não muda uma situação é porque
Ele quer mudar um coração!”.

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 7
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O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO!
“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do
que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo...” (Mt 3.11). “E,
comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, a qual disse ele, de mim ouviste. Porque João, na verdade, vos batizou com água, mas
vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois desses dias. Mas recebereis poder, ao descer
sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria e até os confins da terra” (At 1.4, 5 e 8).

INTRODUÇÃO

O batismo com o Espírito Santo é uma das primeiras bênçãos espirituais que o crente deve receber, logo
após a sua conversão. Mas infelizmente não é isso o que geralmente ocorre, e as razões são várias,
dentre elas destacamos: ignorância (falta de conhecimento sobre o assunto), ensino errado (ex: que era
apenas para a igreja primitiva; que necessita muita santificação para receber etc.), desinteresse ou vida
cristã superficial etc. Independente disso tudo, Deus quer derramar sobre nós o poder do seu Espírito
para nos capacitar a vivermos uma vida de vitórias sobre a carne, o mundo e o diabo.

1. A PROMESSA DO PAI, A QUAL FALOU JESUS CRISTO!

Há muitas promessas de Deus no AT concernente a concessão do Espírito Santo ao homem, mas


ficaremos com apenas uma: “Dar-vos-ei coração novo (regeneração). Porei dentro de vós o meu Espírito
(habitação)” (Ez 36.26, 27). Ninguém crê em Jesus se não for por meio do Espírito Santo (1Co 12.3). Na
verdade todo crente genuíno tem o Espírito morando nele (Rm 8.9), mas nem todos são cheios Dele.
Deus quer estar, não apenas conosco, mas em nós também. Como vimos, Ele faz isso por meio
do seu maravilhoso Espírito. Portanto a “promessa do Pai” de nos dar o Espírito Consolador (Jo 14.16,
17 e 26) entra em cumprimento logo no início da Igreja. Com o seu Espírito, Deus nos conforta, ensina,
guia, faz lembrar o que já aprendemos e constrói progressivamente à imagem de seu Filho em cada
cristão consagrado.

a) Jesus Cristo nos batiza com o Espírito Santo!

João Batista declarou que Jesus Cristo é o que batiza com Espírito Santo (Mt 3.11), com outras palavras,
ele está dizendo que em Cristo a promessa do Pai se cumpriria. Cinqüenta dias depois da Páscoa, Jesus
enviou o Espírito de Deus sobre a Igreja (At 2.1-4). Depois disso, os discípulos ficaram intrépidos e
houve uma gloriosa expansão do reino de Deus sobre a terra (At 17.6).
Ser batizado com o Espírito Santo é fundamental para vivermos uma vida “cheia do Espírito” (Ef
5.18). O batismo com o Espírito é um ato (efusão), mas o enchimento Dele é um estado (eclosão).
Quando somos batizados recebemos poder e capacidade para servir (dons espirituais), mas na plenitude
do Espírito, recebemos “vitalidade” para encarnar o caráter de Cristo e manifestar o “fruto do Espírito”
(Gl 5.22, 23).

2. O REVESTIMENTO DE PODER!

A obra do Espírito Santo sobre o homem é imensa, vai desde a conversão (Jo 16.8) até a sua maturidade
ou desenvolvimento espiritual (2Co 3.18). Isso significa dizer, que dependemos Dele para tudo e que
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precisamos nos submeter ao seu amoroso e sábio controle (Ef 5.18), a fim de conseguirmos viver uma
vida vitoriosa e plena de realizações no reino de Deus.
O evangelho de Cristo é uma completa “novidade de vida”, que não termina aqui na terra.
Quando Deus nos salva do pecado, Ele espera que avancemos na vida espiritual, sendo que uma das
primeiras experiências que segue à conversão, a Bíblia chama de batismo com o Espírito Santo (At 1.5).
Por meio dessa experiência, Deus nos envolve ou capacita com o seu poder para que sejamos uma
testemunha eficaz do evangelho (At 1.8).

a) O poder do Espírito Santo!

Quando aceitamos a Cristo, como Salvador e Senhor, também recebemos o Espírito Santo em nossas
vidas e, passamos a partir desse momento ser a sua habitação na terra, e, Ele se torna nosso maior
Companheiro (Jo 14.16), mas isso não significa que já estamos “cheios ou plenos” do seu poder.
João declarou que Jesus é o batizador (Mt 3.11), ou seja, é Ele que “derrama” a virtude ou poder
do Espírito Santo sobre o crente, a fim de capacitá-lo para pregar com ousadia, intrepidez e autoridade
(1Co 2.4). Além disso, esse maravilhoso “poder do alto” nos ajuda a: orar e interceder mais
intensamente e, submeter-nos à vontade de Deus (teremos um novo coração - Ez 36.26, 27). Este poder
nos faz ter uma vida cristã vitoriosa (ex: cantar, liberar perdão, ânimo para a obra).

3. UMA PROMESSA PARA OS DIAS ATUAIS!

No dia de Pentecostes, Deus cumpriu a promessa de nos enviar o seu Espírito para viver em nós e nos
revestir de poder. Mas essa grande bênção não ficou restrita apenas aos apóstolos: “e recebereis o dom
do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão
longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2.38, 39).
A promessa de Deus é um “dom”, que no original grego (dorean) tem o sentido de presente,
dádiva, ou algo que não precisa de pagamento, por ser gratuito. Nesse “dom” também está incluso a
bênção do batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais. Se é um dom, então não tem nada a ver
com méritos pessoais (ex: tempo de conversão; santidade de vida), antes, os méritos são do Senhor Jesus
que nos dá tudo de que precisamos (Lc 11.8).

a) Tomando posse da promessa de Deus!

Como tomamos posse dessa grande benção? Em primeiro lugar devemos desejá-la e em seguida pedir a
Deus: “... quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11.13). Mas
para pedir, precisamos crer sinceramente que Deus quer nos dar essa bênção. Tudo o que recebemos de
Deus é por fé (Gl 3.2; Mc 11.24), e isso também inclui o batismo com o Espírito Santo.
A Bíblia nos revela, que a maioria das pessoas que receberam o batismo com o Espírito Santo
“começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2.4 - ARC).
O Espírito dá as palavras e nós falamos, elas começam a “fluir” do nosso interior (Jo 7.38). Quando isso
tem lugar nós louvamos, regozijamos e adoramos a Deus numa língua desconhecida para nós, mas que
Ele entende perfeitamente (1Co 14.4 e 14).

CONCLUSÃO

Quando aceitamos Jesus Cristo como Salvador e Senhor, somos imediatamente perdoados dos nossos
pecados e salvos da condenação eterna, mas isso não significa que já estamos revestidos do poder de
Deus e de que já somos plenamente controlados por seu Espírito. O batismo com o Espírito Santo não é

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algo que recebemos automaticamente, mas temos essa bênção à nossa disposição assim que nascemos de
novo, o que precisamos fazer é tomar posse dela o quanto antes.
LIÇÃO 8
VIDA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO!

“Digo, porém: Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gl 5.16). “E não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

INTRODUÇÃO

Todo crente regenerado é habitação do Espírito Santo (1Co 6.19). O seu desafio, logo após a conversão
consiste em viver na plenitude ou controle do Espírito de Deus. A Bíblia está repleta de pessoas que
foram cheias ou dominadas pelo Espírito. Estevão, por exemplo, deixou isso muito claro momentos
antes de ser martirizado, pois, no registro de Lucas, observamos que em meio à dor e humilhação, ele foi
capaz de ver a glória de Deus (e não apenas seus algozes), sentia-se pronto para ir para o céu, amou seus
inimigos orando por eles, além de perdoar seus maus feitos (Saulo estava entre eles - At 7.54-60).
Podemos notar na vida desse gigante da fé, a manifestação maravilhosa do fruto do Espírito na sua
plenitude. O Batismo com o Espírito Santo é o começo e não o fim da vida controlada pelo Espírito de
Deus. Temos o dever de nos encher Dele por toda a nossa vida nesse mundo.

1. SOMENTE A VIDA CHEIA DO ESPÍRITO AGRADA A DEUS!

Como afirmamos antes, todo crente tem diante de si o desafio de crescer espiritualmente, de viver
permanentemente sob o domínio ou controle do Espírito Santo. A ordem apostólica de nos encher do
Espírito (Ef 5.18) traz a idéia de permitirmos que Ele tome conta de cada área das nossas vidas. Quando
Jesus estava com os seus discípulos os dirigia, confortava e ensinava, mas Ele prometeu que por ocasião
de sua volta para o Pai, outro daria continuidade ao seu trabalho (Jo 16.7). É o Espírito de Deus, que
torna real a presença e o poder de Cristo na Igreja. Nosso modo de viver nesse mundo precisa refletir a
elegância do caráter de Cristo.

a) Vivendo no centro da vontade de Deus!

A partir do momento que desenvolvemos a nossa salvação (Fp 2.12), crescemos na graça e no
conhecimento de Cristo (2Pe 3.18) e, nos despimos de todo acúmulo de maldade - pela obediência à
Palavra de Deus (Tg 1.21). O fruto do Espírito (Gl 5.22, 23) aparece e cresce. Manifestar
espontaneamente virtudes de caráter, como amor, paz, alegria, paciência, bondade, fidelidade e outras, é
demonstração clara de que estamos plenos do Espírito e vivendo dentro de uma perspectiva que alegra o
coração de Deus.
Se aceitarmos a direção do Espírito Santo, faremos o que é correto espontaneamente, e Ele nos
dará a determinação necessária para não voltarmos ao domínio do velho homem. Na verdade, o Espírito
Santo é nosso aliado ou ajudador nessa luta permanente contra a carne ou velha natureza. Não iremos
satisfazer a “concupiscência da carne”, se possuirmos permanente decisão de auto-negação dos prazeres
do mundo, se persistirmos em negarmos a nós mesmos (Lc 14.33).

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b) Viver e andar no Espírito!

Andamos no Espírito a partir do instante em que subjugamos a nossa vontade e crucificamos a velha
natureza (Gl 5.24). Viver no Espírito é a única maneira de nos libertarmos do domínio da natureza
adâmica (Rm 8.9), e esta nova forma de vida outorgada por Jesus Cristo na cruz do Calvário,
capacita-nos a viver acima das preocupações deste mundo perdido.
A vida sob o controle do Espírito é aquela que permanece na dimensão da fé (2Co 5.7), da
Palavra e de Deus. Viver e andar são verbos que ilustram de que maneira devemos nos conduzir nesse
mundo, ou seja, sob a direção e poder do Espírito de Deus. No grego a palavra “andemos” é stoichomen,
derivada de stoicheo, que significa: “pôr-se, andar, seguir em linha com”. Isso quer dizer, que o Espírito
Santo está à nossa frente, no caminho para o céu, e nos convida a segui-lo. Em outras palavras, devemos
viver de maneira que agrade a Deus, encarnando as virtudes alistadas em Gálatas 5.22 e 23.

2. COMO VIVER CHEIO DO ESPÍRITO?

No meio pentecostal é comum a manifestação de dons espirituais, como falar em línguas, profetizar etc,
mas apesar disso ser importante para a vida e o desenvolvimento da Igreja na terra, não reflete uma vida
cheia do Espírito, pois, uma pessoa que vive na plenitude do Espírito de Deus possui a “marca” de
Cristo ou os “sinais” do caráter de Jesus, em franco desenvolvimento dentro de si.

a) O mandamento de Efésios 5.18!

Antes de falarmos a respeito de como ser cheio do Espírito precisamos saber o porquê disso. Em
primeiro lugar vamos analisar o seguinte texto bíblico: “mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Temos
aqui uma ordem apostólica, uma vez que no grego a expressão “enchei-vos” (plerouste) está conjugada
no presente imperativo passivo, indicando um mandamento continuo. Em outras palavras, ser cheio do
Espírito deve ser um estilo de vida ou a maneira de vivermos nesse mundo decadente e sem Deus.
É interessante observamos que a idéia de “passivo” (incluída na flexão verbal da palavra
“plerouste”) não tem nada a ver com o conceito de passividade que conhecemos, ou de não fazer nada
para ser cheio do Espírito, mas de não resistirmos aos seus insistentes e amorosos apelos (At 7.51), de
nos despirmos dos “andrajos mal cheirosos do pecado” (Tg 1.21), de nos livrarmos de maus hábitos e
“pecadinhos” que O entristecem (Ef 4.30) e nos atrapalham na caminhada com Cristo (Hb 12.1).

b) Uma tarefa em conjunto.

Ser cheio do Espírito é um “trabalho conjunto”, ou seja, tomamos uma posição em relação ao pecado,
não resistindo ao trabalho santificador do Espírito Santo e, Ele amorosamente vai controlando, dirigindo
cada área de nossas vidas. Isso é o mesmo que ser pleno do Espírito! Quando esse estado de coisa entra
em ação é muito difícil perdermos o verdadeiro sentido da vida, muito ao contrário, viveremos de uma
vitória e conquista a outra (2Co 3.18).
Como vimos, uma vida cheia de Deus está em oposição direta ao pecado, à embriaguez ou a
qualquer tipo de manifestação baseada no velho homem, na vida antiga que tínhamos antes de conhecer
a Cristo como Senhor e Salvador. Em outras palavras, quando somos realmente cheios do Espírito,
andamos de maneira prudente e sabia (Ef 5.15), saberemos “remir o tempo”, ou seja, aproveitar cada
oportunidade que Deus nos dá para desfrutar do melhor da vida (Ec 2.24-26), de compartilhar da nossa
fé em Cristo com os perdidos etc.

c) Como nos enchemos do Espírito?

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Há muitas coisas que podemos fazer para nos encher do Espírito de Deus (além de nos livrarmos do
pecado - Hb 12.1), entre elas, a Bíblia nos fala da oração: “com toda oração e súplica, orando em todo o
tempo no Espírito” (Ef 6.18), e isso tem a ver com separar intencionalmente um tempo diário para
orarmos a Deus e lermos a Bíblia. Paulo também menciona: “falando entre vós com salmos, entoando e
louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais” (Ef 5.19). O louvor é um poderoso
instrumento do Espírito para nos alegrar, encher de paz, acalmar e realizar outras coisas de igual
importância para a vida cristã.
Há muitas coisas no mundo que se prestam apenas para nos afastar de Deus, pois, o mundo é um
dos inimigos do crente espiritual, por isso precisamos criar o hábito de vivermos nesse mundo, sem,
contudo, sermos contaminados por ele, e fazemos isso num primeiro momento, renovando nossa mente
(Rm 12.2), aprofundando a comunhão com outros irmãos, participando ativamente do culto a Deus (Cl
3.16; Hb 10.25) e das atividades da igreja, criando um ambiente de adoração em nosso lar (ex: por meio
de boa música cristã), fugindo de toda e qualquer “aparência do mal” (1Ts 5.22), como programações de
TV e leituras pouco recomendáveis etc.

CONCLUSÃO

Viver ou andar é uma referência ao curso da vida no seu dia-a-dia, é o efetuar dos deveres que
normalmente fazemos, que inclui alegrias, tristezas, tentações etc., mas sob a amorosa direção do
Espírito Santo. Podemos tornar esse “andar” uma sucessão de vitórias e conquistas, mas isso se
procurarmos viver sob a guarda, apoio e orientação do Espírito de Deus. O crente, santo, sabe de onde
saiu e para onde está indo, sabe também, que não tem o direito de agir como quer, mas como Deus
determina em sua palavra; por isso, busca o tempo todo estar ocupado com atividades espirituais que
enobrecem o reino de Deus e redundam em seu aperfeiçoamento pessoal (Rm 6.12,13).

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 9
CRESCENDO ESPIRITUALMENTE!

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). “Irmãos, quanto a mim,
não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para traz ficam e
avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de
Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13, 14).

INTRODUÇÃO

A vida cristã tem início no exato momento em que abrimos o coração para Deus, logo após ouvirmos a
mensagem salvadora em Cristo (1Pe 1.23). Com isso, o milagre do novo nascimento tem lugar, quando a
“semente divina” é plantada em nossos corações pelo poder do Espírito Santo (1Jo 3.9). Quem nasce de
Deus precisa crescer e, esse processo de crescimento espiritual é o mesmo que a libertação do “velho” e
a construção do “novo” homem em Cristo Jesus. Transformação é a palavra chave, quando o assunto é
santificação ou maturidade cristã, e ela tem livre curso, quando seguimos fielmente as instruções da
Palavra de Deus.

1. O PROCESSO DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL!

Todo cristão verdadeiro deve obedecer ao seguinte mandamento: “E não vos conformeis com este
século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12.2). A palavra “transformai-vos”,
no grego deriva de “metamorphoõ” donde vem a palavra metamorfose, que por sua vez significa: ser
mudado em forma, ser transformado ou transfigurado.

a) A mudança é gradual!

Na segunda carta de Paulo aos Corintios lemos: “somos transformados, de glória em glória, na própria
imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2Co 3.18). Aqui, a palavra metamorfose ocorre de novo, desta
vez indicando que ela tem lugar em nossas vidas de modo progressivo (“de um grau de glória a outro”),
ou seja, a mudança acontece à medida que conhecemos e nos comprometemos com o Senhor Jesus
Cristo (2Pe 3.18).

b) A “mortificação” do eu!

A Bíblia diz, que após o novo nascimento devemos fazer o seguinte: “deixem todo costume imoral e
toda a má conduta. Aceitem com humildade a mensagem que Deus planta no coração de vocês, a qual
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pode salvá-los” (Tg 1.21 - NTLH). É preciso deixar a maneira de pensar, falar e agir próprias do mundo
sem Deus, e, isso acontece por meio de disciplina pessoal.
Jesus chama o processo de despojamento de “autonegação” (Mt 16.24), que é o mesmo que dizer
não à nossa natureza pecaminosa. Sobre isso Paulo escreveu o seguinte: “... Estou crucificado com
Cristo; logo, já não sou mais eu que vivo...” (Gl 2.19, 20). Nosso velho homem precisa permanecer
“morto” ou crucificado com Cristo, para que o “novo homem” viva e cresça. Em outras palavras,
precisamos abandonar os maus hábitos (ou vícios), conceitos errados, complexos, lembranças ruins do
passado; somente conseguimos isso orando a Deus, estudando a Bíblia e permitindo ser controlado pelo
Espírito Santo (Ef 5.18).

2. O ALVO DO CRESCIMENTO ESPIRITUAL DO CRISTÃO!

O texto de 2Co 3.18 numa versão moderna aponta claramente qual é o alvo da nossa mudança espiritual:
“contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória
cada vez maior” (NVI). Portanto, Cristo é o “molde” ou o padrão no qual o Espírito Santo está buscando
nos talhar, exatamente como o oleiro faz com o barro em suas mãos (Jr 18.1-6).

a) A reconstrução da imagem de Deus!

Deus criou o homem conforme a sua imagem e semelhança (Gn 1.26), mas essa imagem ficou
deformada após o pecado, em razão disso, Deus enviou Jesus para restaurar a sua imagem no homem,
por meio do novo nascimento. Em outras palavras, quem nasce de Deus é seu filho, e, por conseguinte
volta a ter progressivamente a sua semelhança.

b) Deus quer que sejamos parecidos com Jesus!

Em tese, a transformação que Deus busca efetuar no cristão, visa torná-lo semelhante a Jesus, ou seja, as
características próprias de Cristo vão se projetando sobre nós, e essa mudança de caráter permite o
desenvolvimento do fruto do Espírito. Paulatinamente nos tornamos pessoas perdoadoras, alegres,
amorosas, benfazejas, calmas, tolerantes, caridosas, perseverantes, fieis ou confiáveis etc. (Gl 5.22, 23).
Portanto, o objetivo da nossa metamorfose é a semelhança moral, ética e espiritual de Cristo.
Estamos falando de reconstrução do caráter, da maneira certa ou própria do cristão agir e reagir à
realidade natural, através da fé, no que Deus diz em sua Palavra, e tudo sob o poder do Espírito Santo.

3. O QUE OCORRE DURANTE O PROCESSO DE CRESCIMENTO


ESPIRI-TUAL?

Percebemos e ficamos alegres com as mudanças visíveis que se projetam em nós durante o processo de
crescimento, pois, passamos a falar, sentir, pensar e, sobretudo a agir com maturidade e sabedoria (1Co
13.11). Isso é o mesmo que possuir a mente de Cristo (1Co 2.16).
Adquirimos discernimento espiritual para alinharmos o nosso comportamento com a vontade de
Deus em cada situação do dia a dia, por exemplo, antes de fazermos qualquer coisa, oramos e esperamos
uma resposta de Deus (Rm 14.17) e, isso nos leva a errar menos. Em outras palavras, passamos a ter
ouvidos espirituais mais aguçados para ouvir a voz do Espírito de Deus (Mt 13.9).

a) Desfrutando do melhor de Deus!

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Progredindo no processo de mudanças, conseguimos viver a “vida de Deus” (Jo 10.10b - zoê)
exatamente como Adão e Eva viviam antes do pecado, ou seja, desfrutamos da presença de Deus 24
horas por dia nos sete dias na semana. Isso é o mesmo que oração respondida, autoridade e maior
produtividade espiritual, tranqüilidade nas lutas etc.
Finalmente, encaramos o dinamismo da vida cristã para não atrofiarmos espiritualmente (1Tm
3.6). Paulo não cria ter alcançado a perfeição, mas buscava esquecer as coisas ruins do passado (ex:
derrotas, decepções) e avançar, seguir adiante, para novas metas ou desafios que Deus tinha para ele (Fp
3.13). Deus nos acompanha e auxilia em cada estágio dessa mudança contínua, em razão disso, não
precisamos temer (Is 43.2).

CONCLUSÃO

Jesus afirmou que ao conhecermos a verdade (Jo 8.32) somos libertos, restaurados, salvos. E essa
salvação se estende por toda a nossa vida, por meio da mudança que Deus efetua em nós em cada área e
fase dela. Uma pessoa pode evitar vários hábitos ruins, mesmo não sendo cristã professa (ex: não falar
palavrões), mas ainda assim poderá continuar orgulhosa, insurgente ou egoísta e, isso quer dizer que
somente Deus pode mudar o ser humano por completo (Rm 8.5). Precisamos responder estas perguntas:
Eu quero ser mudado? Vou deixar Deus trabalhar meu caráter mesmo quando estiver “doendo?”.

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 10
FIDELIDADE NAS CONTRIBUIÇÕES!

“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia
da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para
que se não façam coletas quando eu for” (1Co 16.1, 2).

INTRODUÇÃO

Ao que tudo indica, um dos objetivos da terceira viagem missionária (At 18.23 a 21.16) do apóstolo
Paulo incluía o levantamento de uma grande coleta, entre os crentes gentios, para socorrer a igreja de
Jerusalém, que padecia necessidades em razão da perseguição dos judeus (ex: At 8.1-3; Rm 15.26). Esse
episódio nos ensina várias lições, mas talvez a principal delas nos revela que Deus deseja abençoar
nossa vida financeira, desde que essa condição também seja um instrumento de bênçãos para os outros
(2Co 9.8). De modo geral, encontramos no texto em estudo, três regras que norteiam nossas
contribuições para a obra de Deus.

1. CONTRIBUIR DE MANEIRA REGULAR!

O primeiro aspecto das nossas contribuições deve ser o da regularidade, vejamos o mesmo texto numa
versão mais popular: “Todos os domingos, cada um de vocês deve separar alguma coisa do que ganhou
no decurso da semana, e utilizá-la para essa oferta” (BV). A ordem de Paulo era para se fazer coleta
“todos os domingos”, ou seja, semanalmente. Está em vista, contribuições periódicas e não esporádicas,
ou de vez em quando.
Nesse ponto, observamos que a contribuição do crente deve ser individual (“cada um”) e
sistemática ou constante. Em outras palavras, devemos sempre oferecer ao Senhor uma parte daquilo
que Ele nos ajudou a ganhar (Dt 8.18), principalmente porque as necessidades em sua obra também são
constantes (ex: sustento de obreiros, missionários, pagamento de taxas etc.).

a) É saudável contribuir regularmente!

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Essa contribuição regular, determinada pelo apóstolo, visava criar um hábito (“todos os domingos”)
saudável nos crentes gentios de oferecer ao Senhor uma parte ou quantia proporcional dos seus
vencimentos. Somente pessoas generosas, liberais contribuem de modo regular, em razão disso, eles se
tornam dignas das promessas de Deus, do tipo: “O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros,
alívio receberá” (Pv 11.25 - NVI).

2. CONTRIBUIR DE MANEIRA PLANEJADA.

Além de ofertarmos de maneira constante, essas ofertas também devem ser o produto de cuidadoso
planejamento. Quando ofertamos de qualquer jeito, geralmente oferecemos algo insignificante, mas se
tivermos o zelo de orar antes, certamente contribuiremos mais e com convicção. Quem contribui de
forma planejada - mesmo sendo uma quantia pequena - também colherá com regularidade e em
abundância (2Co 9.10).
Na segunda carta aos Coríntios, encontramos uma outra referência para esse mesmo assunto,
vejamos: “estivésseis preparados”; “e preparassem de antemão a vossa dádiva” (2Co 9.3 e 5). Neste
ponto, entendemos que o ato de dar não deve ser algo puramente emocional, ou somente quando somos
“tocados”, mas envolve intenção prévia, independente da nossa “vontade”. Precisamos lembrar, que o
culto que oferecemos para Deus deve ser racional ou espiritual e não algo que fazemos por um impulso
sentimental (Rm 12.1).

a) Definição de planejamento!

Planejar é o mesmo que projetar (“lançar para frente”), programar. De forma técnica, definimos
planejamento nos seguintes termos: “processo que leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado
de ações, visando à consecução de determinado fim”. Do ponto de vista econômico deve haver dois
alvos principais na vida do crente, o progresso da obra de Deus na terra e a manutenção de seus próprios
proventos. Planejamos, orando e (para os casados) combinado com o cônjuge.

b) Os interesses do reino de Deus devem ter prioridade!

Só podemos dar com regularidade se planejarmos fielmente. Paulo usa a expressão “ponha de parte”
fazendo menção de uma contribuição programada. Em nossa programação de gastos e, ou investimentos,
o dízimo deve figurar em primeiro lugar (Mt 6.33; Pv 3.9, 10) e segundo nos ordena as Escrituras:
“Trazei todos os dízimos” (Ml 3.10), ou seja, sobre toda a renda (ex: salário, “bicos”, décimo terceiro
salário, férias etc.).

3. CONTRIBUIR DE MANEIRA PROPORCIONAL.

Nesse ponto, a versão da Bíblia Viva é bem clara, vejamos: “A quantia depende de quanto o Senhor
ajudou vocês a ganhar”. Isso indica proporcionalidade, ou seja, devemos contribuir conforme o Senhor
tem nos abençoado. Contribui com mais, quem ganha mais do que a média e, menos, quem ganha menos
do que a média, mas todos contribuem, pois o texto diz “cada um”. Nota: A quantia que devemos
entregar não é de parte do que sobrou depois que as contas foram pagas, mas de parte do total que Deus
nos ajudou a ganhar!

a) O dízimo como contribuição sistemática!

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Essa proporcionalidade é uma indicação implícita do dízimo, pois, sobre o dízimo está escrito que
devemos devolvê-lo para a “casa do tesouro” de acordo com uma porcentagem já preestabelecida, ou
seja, dez por cento (Ml 3.10). Qualquer outra contribuição que oferecermos ao Senhor, na igreja, depois
do dízimo são ofertas. O dízimo revela ser o mínimo ou o ponto de partida dessas contribuições.

b) Fidelidade na entrega dos dízimos!

Todo crente fiel sabe que dizimar é um dever cristão e, que não pode ser negligenciado, por duas razões
principais: 1. É uma ordem de Deus: “Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas,
pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor” (Lv 27.30 - NVI); 2. Porque cumpre um propósito de
Deus para a Igreja - adoração: “A finalidade dos dízimos é ensinar vocês a temerem sempre o Senhor,
dando sempre a Deus o primeiro lugar nas suas vidas” (Dt 14.23 - BV).
Escrevendo a Timóteo, a respeito de finanças, Paulo afirmou - entre outras coisas - três verdades
impressionantes, vejamos: 1. Que Deus “de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação”; 2. Essas
provisões abundantes também devem nos tornar “ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir”; 3.
Se procedermos desse modo, estaremos acumulando um verdadeiro tesouro na eternidade, além de
termos vivido nesse mundo da maneira que mais agrada a Deus (1Tm 6.17-19 - NVI).

c) A bem-aventurança dos dízimos e ofertas!

A natureza humana é mesquinha, tacanha, uma vez que naturalmente esperamos ou estamos sempre
prontos para receber, mas temos grande dificuldade para compartilhar, doar, distribuir, dar parte do que
Deus nos ajudou a ganhar. Talvez seja por isso, que o Senhor nos ordena “pôr à morte” a nossa velha
natureza (Cl 3.5). Quem segue esse mandamento é bem-aventurado na opinião de Jesus Cristo: “... É
mais feliz quem dá do que quem recebe” (At 20.35 - NTLH).
Dizimar é o ponto de partida das nossas contribuições na igreja, uma vez que o mandamento de
Deus determina que devemos ser fieis “nos dízimos e na ofertas” (Ml 3.8). Podemos dizer, que é a partir
do dizimo que passamos a contribuir na obra do Senhor. É verdade que a nossa fidelidade, nesse ponto
da vida cristã, depende em muito do “grau” de maturidade que nos encontramos, se é que podemos
assim dizer. Portanto, “abre mais a mão” quem está convicto de que as suas contribuições, não são
“gastos”, mas investimentos que terão retorno seguro e abundante (Mt 6.33; Fp 4.15 e 17; Ml 3.11).

CONCLUSÃO

A fidelidade é um fruto do Espírito e também um aspecto do caráter de Deus; e como seus filhos,
devemos ser fieis em tudo. Jesus parabenizou e recompensou o servo da parábola dos talentos (Mt
25.21) exatamente porque ele foi fiel “sobre o pouco”. A Bíblia diz, que a maturidade espiritual do
crente também se reflete na sua forma de dar, vejamos: “Todavia, assim como vocês se destacam em
tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor que vocês têm por nós,
destaquem-se também neste privilégio de contribuir” (2Co 8.7 - NVI).

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 11
PREPARANDO-SE PARA SER USADO POR DEUS!

“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem
ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas
oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como
instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e
sim da graça” (Rm 6.12-14).

INTRODUÇÃO

A respeito da soberania de Deus, quando Paulo escreveu aos Romanos, empregou uma ilustração
semelhante àquela apresentada pelo profeta Jeremias (Jr 18.1-6), dizendo, que o oleiro - fazendo uma
referência a Deus - pode fazer com o barro, que simboliza o homem, o que melhor lhe parecer, e é Ele
também quem decide fazer com partes da argila, um vaso para uso especial e outro para uso comum (Rm
9.21). Em outra ocasião, o mesmo apóstolo afirmou, que Deus quer fazer de cada um de nós como um
“vaso de honra” (2Tm 2.21), mas para isso precisamos nos apresentar a Ele aprovados, sem reservas e
com a vida santificada (2Tm 2.15). Deus quer nos usar, mas será que estamos preparados para isso? De
maneira geral as Escrituras parece indicar pelo menos cinco passos decisivos para Deus nos usar!

1. TER O CORAÇÃO SEMPRE LIMPO!

Deus não tem predileção por ninguém, na verdade Ele procura usar quem se entrega por completo e em
total dependência de sua graça (1Co 1.26-29). Todavia, Deus só não usa vasos sujos, contaminados!
Sujeira é sinônimo de pecado, desobediência, heresia ou todo tipo de coisas erradas (ler: 2Tm 2.21).

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Quem ama a Deus deve detestar o mal (Sl 97.10), precisa considerar ruim, o que Deus considera ruim,
portanto, deve tratar o pecado como pecado!

a) Vaso limpo é o mesmo que vida cristã em ordem!

O coração é o centro da vida espiritual, e representa o nosso caráter (Pv 4.19 e 23); é do coração que
emana o sentimento, o raciocínio e a vontade. Alguns textos identificam o coração como o nosso
“homem interior” (Rm 10.19; 2Co 4.16). Na sexta bem-aventurança, Jesus afirmou, que os “limpos de
coração, verão a Deus” (Mt 5.8), ou seja, Deus agirá em e por quem estiver sempre purificando o seu
coração.
Esconder nossos pecados atrapalha (Pv 28.13), mas confessá-los ajuda! A Bíblia diz: “Mas, se
confessarmos os nossos pecados a Deus (...) ele perdoará (...) e nos limpará de toda maldade” (1Jo 1.9 -
NTLH). Deus nos purifica somente se confessarmos, confessar no grego é “homologeo” e significa
“dizer o mesmo que”, precisamos dizer o mesmo que Deus diz, pecado é pecado e ponto final!

2. MANTER O CORPO EM SANTIDADE!

A nossa entrega ao Senhor deve ocorrer por inteiro, ou seja, espírito, alma e o corpo também (1Ts 5.23).
Cada área do nosso ser precisa estar sob o controle do Espírito Santo, para que Deus possa usá-la.
Santificar o corpo é o mesmo que preservá-lo do pecado (1Ts 4.3, 4) e consagrá-lo “como instrumento
de justiça” (Rm 6.13), a fim de fazermos sempre o que é certo (2Co 5.10).

a) Deus também precisa do nosso corpo!

Santificar o corpo também significa cuidar bem dele, mantê-lo em boa forma e dedicá-lo para glória de
Deus (1Co 6.19, 20). Nosso corpo físico é descrito por Paulo como “casa terrestre” (2Co 5.1), que nos
serve como uma espécie de “veículo”, pois nos permite locomover de um lado para outro. Do mesmo
modo que um automóvel precisa de cuidados, assim, o nosso corpo precisa de boa alimentação, banho
diário, exercícios físicos, descanso etc.
Deus precisa do nosso corpo para nos usar em sua obra, por essa razão, Ele quer que sejamos
disciplinados e que tenhamos certos hábitos indispensáveis para uma boa saúde (1Co 6.19, 20).
Precisamos gostar de nós mesmos! Por exemplo: não comer demais (“comer para viver e não viver para
comer”), pois, leva à obesidade e causa muitas outras doenças.

3. SIMPLIFICAR A VIDA AO MÁXIMO POSSÍVEL!

Simplificar é o mesmo que tornar mais simples ou fácil. Muita coisa em nossa vida é desnecessária, e
termina por complicar ao invés de facilitar, por essa razão, precisamos remover de nossas vidas certos
hábitos e ou atividades estéreis e improdutivas.

a) Livrando-se dos “pesos” desnecessários!

A vida e o ministério cristão são espécies de corridas ou de competições atléticas, e o alvo de todo crente
deve ser o de alcançar a “linha de chegada”, ou cumprir o ministério que recebeu do Senhor, mas o
escritor aos Hebreus declara, que somente conseguiremos bom êxito nisso se nos livrarmos de tudo o
que atrapalha (Hb 12.1).
Os “pesos”, ou impedimentos são vários, por exemplo, dívidas, lembranças ruins do passado (ex:
amargura, decepção), perda de identidade (ex: tentar imitar artistas de TV) etc. Tudo isso funciona como

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uma espécie de distração, que nos desvia do alvo (Lc 9.62). Deus quer nos usar, mas precisamos nos
desvencilhar de todo impedimento, procurar viver de maneira simples e desembaraçada! (2Tm 2.4).

4. FORTALECER A FÉ PELA PALAVRA!

Paulo aconselhou o seu fiel discípulo Timóteo a: “exercita-te pessoalmente na piedade” (1Tm 4.7b); e,
essa expressão significa dizer, que para progredirmos no ministério precisamos fazer “sempre exercícios
espirituais” (NTLH), sendo que um deles é o estudo aplicado da Bíblia. Pela Palavra, nossa fé é
fortalecida (Rm 10.17) e nutrida, e isso é fundamental em nosso relacionamento com Deus (Hb 11.6).

a) Fé forte é igual a ministério saudável!

Deus usa a Bíblia para nos preparar para o ministério, por meio dela, saberemos evitar o erro e fazer o
que é certo. Está escrito, que a “Escritura Sagrada é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir
as faltas e ensinar a maneira certa de viver. E isso, para que o servo de Deus esteja completamente
preparado para fazer todo tipo de boas obras” (2Tm 3.16, 17 - NTLH).
Além da Bíblia, a nossa fé é fortalecida por meio da leitura de bons livros cristãos, Provérbios
diz: “O que adquire entendimento ama a sua alma” (19.8). Outra maneira de fortalecer a fé, por meio da
Palavra de Deus, vem pela participação ativa dos estudos nos grupos familiares ou classes de estudos
bíblicos, pois, aprendemos uns com os outros. A Bíblia diz: “Consolai-vos, pois, uns aos outros e
edificai-vos reciprocamente” (1Ts 5.11).

5. VIVER INTENSAMENTE O QUE JÁ APRENDEMOS DE CRISTO!

Para Jesus, quem somente aprende e nunca pratica, permanece em constante perigo, pois, não tem
segurança diante das batalhas do dia a dia (Lc 6.46-49) e vive se auto-enganando. Deus quer usar
pessoas que praticam a sua Palavra explicitamente, que se tornam uma espécie de pregação viva:
“Torna-te padrão dos fieis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1Tm 4.12).

a) Maturidade e prontidão!

Numa época em que o povo de Israel servia a Deus de maneira puramente ritualística, sem romper com
o pecado, o Senhor levantou Isaías para reprovar aquela religiosidade de aparência, dizendo: “Aprendei
a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das
viúvas” (Is 1.17). Quem combina assistência social, com santidade de vida, está encarnando a essência
do evangelho (Tg 1.27) e, esse é o tipo de pessoa que Deus procura para usar!
Quando praticamos o que já sabemos, tornamos-nos aptos para continuar aprendendo, em caso
contrário, ainda somos como criancinhas em Cristo, que ainda necessitam de leite (Hb 5.11-14) e Deus
não usa “bebezinhos espirituais”, uma prova disso aparece na proibição paulina de não consagrar a
diáconos, homens que sejam “neófitos” (1Tm 3.6).

CONCLUSÃO

Um dos propósitos de Deus para a sua Igreja é o ministério que Ele designou, para realizarmos, como
parte da nossa missão de vida, nesse mundo (Ef 4.12). Na verdade é o Espírito Santo quem escolhe e
distribui os dons na igreja, conforme o ministério que concedeu a cada um de nós (1Co 12.4-11).
Também é verdade, que esse serviço que oferecemos ao reino de Deus se aperfeiçoa à medida que a
nossa compreensão da vontade de Deus se torna cada vez mais clara para nós, como vimos

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anteriormente. Não há dúvida de que Deus quer nos usar, mas estamos dispostos a ser usado no tempo
(na hora) e no espaço (no lugar) que Ele determinar?

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 12
O COMPROMISSO COM A EVANGELIZAÇÃO!

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco
todos os dias até a consumação do século” (Mt 28.19, 20). “Se anuncio o evangelho, não tenho de que
me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação, porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço
de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que
me está confiada” (1Co 9.16 e 17).

INTRODUÇÃO

A única maneira do homem se salvar ou de escapar da ira de Deus que é mais conhecida como o terrível
lago de fogo e enxofre (Ap 20.15), é possuir seu nome registrado no Livro da Vida (Lc 10.20), mas
como ele pode conseguir isso? Pela livre aceitação do plano de salvação de Deus, fundamentado na
Redenção que há no sangue de Jesus Cristo (At 4.12). No entanto, para que o homem comum tenha
conhecimento desse plano de salvação, ele precisa ser evangelizado! Com outras palavras, Paulo
declarou aos crentes de Roma que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”, todavia, isso

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depende de uma ação conjunta da igreja, pois: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E
como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10.14).

1. PARA QUEM JÁ É SALVO, EVANGELIZAR É TAREFA OBRIGATÓRIA!

A grande comissão não é “grande sugestão”. Quando Jesus Cristo deu ordem aos seus apóstolos para
irem ao mundo, a fim de espalhar as boas novas de salvação (Mt 28.19), e, estando essa ordem ainda em
pé, pois, a tarefa da evangelização mundial está inacabada, uma vez que cerca de dois terços da
humanidade ainda não conhecem o amor de Deus; fica claro, que a ordem se aplica à todos os salvos de
qualquer tempo, cultura ou lugar.

a) Entendendo a “grande comissão”.

Comissão é o mesmo que: “grupo de pessoas encarregadas de juntas, tratarem de um assunto de


interesse geral” (Dicionário Sacconi), então “Grande Comissão”, no contexto do cristianismo, tem a ver
com a missão da Igreja em relação ao mundo, da disseminação universal das boas novas de salvação em
Cristo, aos perdidos.

b) O resumo da nossa pregação!

Em cada geração, os cristãos comprometidos com Jesus Cristo, têm a responsabilidade de alcançar o
mundo todo com a mensagem de salvação em Cristo, e, ela se resume em: 1. Todos são pecadores (Rm
3.23); 2. Por isso, todos estão perdidos e condenados - “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23); 3. E
que por conta disso, Jesus assumiu a nossa morte, para que por meio dela fossemos salvos (1Pe 2.24); 4.
Tomamos posse dessa salvação, recebendo-a pela fé, por meio de uma simples aceitação de Jesus Cristo,
como Salvador e Senhor das nossas vidas (Jo 1.12).

c) O Espírito Santo nos ajuda a evangelizar!

A ordem de Jesus Cristo é: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt
28.19, 20). É preciso ir, pois somos o “transporte” do Espírito Santo. Sem Ele é impossível ocorrer o
arrependimento e a conversão dos perdidos (Jo 16.8). Portanto, nosso trabalho se limita a ir, falar e até
interceder, pois, convencer e salvar é papel exclusivo do Espírito Santo.
Todo aquele que não se esforça é desobediente. Devemos ir onde for possível, e contribuir com
intercessão e dinheiro para os que vão aos confins da terra (Rm 10.13-15). Jesus afirmou que os filhos
da paz estão à nossa espera (Lc 10.6), pois como eles vão crer se não ouvirem (Rm 10.14, 15).
Em nossa ida, temos a garantia de que o Senhor vai conosco e nos ajudará: “Tendo partido,
pregaram em toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais
que se seguiam” (Mc 16.20). Jesus declara o alcance da missão em “todas as nações”; isto nos revela
que não há mais fronteiras, não se restringe apenas a nação israelita (10.6). O rebanho de Cristo deve ser
completado com outros povos, tribos, línguas e nações; pois Ele mesmo disse: “... tenho outras ovelhas”
(Jo 10.16).

2. EVANGELIZAR O PERDIDO É UM DEVER INTRANSFERÍVEL!

Paulo encarava a grande comissão com muita seriedade, em razão disso, ele enfatiza a nossa missão
evangelizadora nos seguintes termos: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre

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mim pesa essa obrigação...” (v. 16). Vejamos outras traduções: “pois me é imposta a necessidade de
pregar” (NVI); “eu não poderia deixar de pregá-lo mesmo que o quisesse” (BV); “Anunciar o evangelho
(...) é, antes, uma necessidade que se me impõe” (BJ).

a) Evangelizamos ou...

Por que razão o apóstolo nos apresenta a evangelização como “obrigação?”. Simplesmente porque não
há qualquer outra Instituição no mundo que possa fazer esse trabalho. Somente a Igreja de Cristo, ou
diríamos, os crentes redimidos, possuem o Espírito Santo e, é Ele quem convence o homem dos seus
pecados (Jo 16.8) e aplica a graça de Deus em seu coração.
O evangelho de Cristo é vida com abundância (Jo 10.10a), que não pode ser ocultada de
ninguém! A palavra obrigação, nesse caso (“epikeitai”) tem o sentido de “estar em cima; pressionar,
apertar, insistir; ser imposto”. Em outras palavras, impera sobre o verdadeiro crente uma espécie de
“exigência legal de Deus, acompanhada de ameaça”.

3. UM “AI” DIVINO ESTÁ SOBRE O CRENTE QUE NÃO EVANGELIZA!

Paulo declara que pesa sobre o verdadeiro cristão um “ai” de Deus, caso este decida ignorar a sua
missão evangelizadora: “porque ai de mim se não pregar o evangelho” (v. 16). De alguma forma, Deus
exerce seu juízo sobre o crente negligente e, a desobediência no propósito missionário vai produzir no
futuro algo muito amargo.
Não sabemos precisar, que tipo de ameaça está em vista, mas é possível termos uma idéia,
quando analisamos a palavra no original. O termo “ouai” (ai) revela ser uma interjeição com forte dose
de dor ou desprazer. Em outras palavras, “ouai” - neste caso - pode representar profunda tristeza ou
sentimento de auto-reprovação (pela infidelidade), ou ainda, alguma espécie de juízo mais rigoroso no
tribunal de Cristo (2Co 5.10).

a) O atalaia fiel não tem do que temer!

Por meio do profeta Ezequiel, o Senhor fez semelhante ameaça; vejamos: “Quando eu disser ao
perverso: Certamente morrerás, e tu não o avisares e nada disseres para adverti-lo (...), o seu sangue, da
tua mão o requererei” (Ez 3.18). Isso significa dizer, que seremos responsáveis pela perdição das pessoas
que Deus colocou em nossa vida para evangelizá-las.
Todo cristão regenerado é uma espécie de atalaia do reino de Deus, e, a essa palavra o dicionário
traz o seguinte significado: “vigia ou sentinela que vê de lugar alto o que se passa ao longe”. Todavia,
em linguagem evangelística, podemos afirmar que o verdadeiro atalaia é aquele que não vacila em seu
dever de avisar o descrente do perigo que ele corre de morrer sem Deus (Hb 9.27; Ap 20.15).

4. O MELHOR É EVANGELIZAR DE LIVRE VONTADE.

Nas palavras de Paulo lemos o seguinte: “Se faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se
constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada” (v. 17). Vejamos outra
versão: “Se eu o fizesse por iniciativa própria, teria direito a um salário; mas, já que o faço por
imposição, desempenho um encargo que me foi confiado” (BJ).
Percebemos aqui duas atitudes possíveis em relação à tarefa da evangelização, a primeira fala de
cumprirmos a tarefa com boa vontade, voluntariamente, com alegria (“ekon”), e a segunda tem relação
com coerção, imposição ou de fazer mesmo sem querer, com má vontade (“akon”). Para Paulo Cristo
tem que ser pregado “de qualquer modo” (Fp 1.18).

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a) Deus tem uma recompensa para os pregadores obedientes!

De um jeito ou de outro a obra tem que ser feita, mas quem evangeliza com prazer receberá galardão,
recompensa, e isso inclui um maravilhoso sentimento de alegria decorrente da aprovação divina, além é
claro, de alguma espécie de recompensa espiritual (1Co 15.58) por ocasião do tribunal de Cristo (2Co
5.10).
Pessoas são mais importantes do que coisas, por isso, todo esforço para ganhar vidas para Deus
deve ser prioritariamente encorajado (Pv 11.30). Cumprimos a missão evangelizadora quando: 1.
Testemunhamos livremente da nossa experiência de conversão (At 10.39); 2. Relatamos como nossa
vida mudou e o que aprendemos de novo sobre Deus e a vida (Sl 119.33); e finalmente apresentamos os
quatro pontos da evangelização, que citamos no inicio desse estudo (Rm 3.23; 6.23; 1Pe 2.24; Jo 1.12).

CONCLUSÃO

Como Igreja de Cristo somos seus únicos representantes na terra (Jo 20.21), e Deus quer nos usar para
alcançar outras pessoas para Ele. Existem incontáveis “filhos da paz” (Lc 10.6) aguardando para serem
“visitados” com a mensagem redentora de Jesus Cristo. Enquanto vivermos, façamos das palavras de
Pedro e João uma espécie de divisa para as nossas vidas: “Nós não podemos parar de falar das coisas
maravilhosas que Jesus fez e disse” (At 4.20 - BV).

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 13
FAZENDO DISCÍPULOS PARA CRISTO!

“Ide, fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28.19). “Sede qual eu sou; pois, também eu sou como
vós. Irmãos, assim vos suplico. Em nada me ofendestes. E vós sabeis que vos preguei o evangelho a
primeira vez por causa de uma enfermidade física (...), meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de
parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl 4.12, 13 e 19). “Sim, solicito-te em favor de meu filho
Onésimo, que gerei entre algemas” (Fm 1.10).

INTRODUÇÃO

Evangelizar e fazer discípulos são deveres da Igreja, que não podem ser negligenciados nem transferidos
para outra instituição. Só a Igreja foi autorizada, habilitada e equipada pelo Espírito Santo para fazer

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isso. Paulo, que ora nos serve como modelo de discipulador, certa vez declarou: “Se anuncio o
evangelho, não tenho do que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não
pregar o evangelho” (1Co 9.16). Com o discipulado é assim também, uma vez que está contido na
“grande comissão” (Mt 28.19, 20).
O processo de formação de um discípulo é semelhante à geração de uma criança - guardando a
devida proporção. Precisamos aprender com a natureza. A Palavra de Deus é como uma semente (Mt
13.19; 1Pe 1.23; 1Jo 3.9) e quando a semente encontra um coração receptivo, nasce (1Pe 1.23). A nova
vida que surge, precisa de cuidados, para que cresça, se desenvolva e produza muito fruto para Deus.
Sejamos, pois, o discipulador que o Senhor Jesus deseja usar!

1. O DISCIPULADO E A GRANDE COMISSÃO!

Jesus Cristo, na grande comissão nos ordenou: “Ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19);
fazei, aponta para a razão do ir. O mandamento de fazer ou produzir seguidores vai além da
evangelização, é na verdade a sua continuidade (Jo 13.35). Era desejo de Jesus que o perdido visse, e
não apenas ouvisse a proposta do evangelho, e isso só seria possível pelo convívio, pela comunhão. Em
Lucas 10.3-9, temos um belo exemplo disso.

a) Definição de discípulo!

A palavra discípulo no grego é “mathetes” que significa aprendiz, seguidor, e o seu sentido aponta para
alguém que segue os ensinos e os exemplos de seu mestre. O discipulador, portanto, deve ter vida
consagrada, honesta e compromissada com Deus, para que o discipulando se empenhe com seriedade
para viver em novidade de vida, exercitar a oração, demonstrar amor pelo estudo bíblico, e encarnar a
santificação.

b) O que ensinamos no discipulado?

O conteúdo do discipulado está baseado nos ensinos de Cristo: “ensinando-os a guardar todas as coisas
que vos tenho ordenado” (Mt 28.20). Durante o processo de discipulado ou de acompanhamento do
novo crente, inculcamos nele as doutrinas de Cristo, ensinando temas básicos da Palavra de Deus (ex:
como orar, o batismo e a ceia do Senhor etc.).
Como relatamos antes, o discipulado visa ao aprofundamento (comida sólida) da nossa
compreensão da vontade ou propósito de Deus para as nossas vidas. É também a restauração da alma
(Tg 1.21), a exortação para o crescimento (Hb 10.25), é o galgar de uma glória a outra (2Co 3.18) até a
completa medida de Cristo (Ef 4.12,13). Em outras palavras, através do discipulado cristão, o Espírito
Santo trabalha a imagem de Jesus Cristo em cada um de nós.

2. O DIFÍCIL TRABALHO DE DISCIPULAR!

Paulo afirmou: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto” (Gl 4.19). Gerar um filho é
bem semelhante - no princípio - à formação de um discípulo. Entretanto, é importante observarmos
todos os procedimentos para se gerar um discípulo sadio, como: tempo adequado, nutrição balanceada,
espaço, acompanhamento, estímulo, proteção (intercessão) etc.

a) Algumas tarefas do discipulador!

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A “reação” do recém-nascido depende do elemento sobrenatural (“mas o crescimento veio de Deus” -
1Co 3.6), por isso, é necessário dar o devido tempo, para a assimilação de todas as informações (ensino
sistemático da Palavra). Neste ponto, o discipulador permeia seu trabalho com intercessão diligente pelo
seu discípulo; como Paulo fazia freqüentemente: “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai (...)
para que (...) conceda que sejais fortalecidos com poder (...) a fim de poderdes compreender (...) e
conhecer o amor de Cristo...” (Ef 3.14-19).
A evangelização é o início do processo (Gl 4.13). Se faltar o acompanhamento todo trabalho terá
sido em vão. Quem atende ao chamado do evangelho, torna-se “filho espiritual” daquele que o
evangelizou (1Tm 1.2) e discipulou. “Dores de parto” é odino no grego. Paulo compara a preocupação, o
empenho, o trabalho de um discipulador, como uma mulher em trabalho de parto. Em muitos casos, falta
esse “sentimento materno” na maioria dos corações, pois, uma mãe não desiste - por nada - do filho que
gerou e ama (Is 49.15).

b) O alvo do discipulado!

Toda energia empreendida no discipulado visa fundamentalmente à formação do caráter de Cristo no


novo convertido. Paulo emprega a palavra “formado”, que no grego é ‘morfothe’ do verbo ‘morfoo’,
formar, tomar forma ou ser formado. A forma neste caso, não tem nada a ver com a aparência física, é
antes, uma referência ao caráter dos crentes que precisa ser moldado segundo o modelo de Cristo.
O ensino seguido de exemplo é a didática de Deus. Inúmeras vezes, o apóstolo Paulo
aconselhava àqueles a quem discipulava dizendo: “Sede meus imitadores, como também eu sou de
Cristo” (1Co 11.1); e ainda: “Sede qual eu sou...” (v. 12). Portanto, um discipulador deve ser um
exemplo prático para o seu discípulo.

3. UM ESTUDO DE CASO!

Escrevendo para Filemom, Paulo fala do trabalho que teve ao discipular Onésimo: “... meu filho
Onésimo, que gerei entre algemas...” (Fm 1.10). Onésimo é um belo exemplo de um discípulo bem
“gerado”. Curiosamente seu nome significa “útil”; e, é precisamente esse o objetivo do discipulado,
tornar o novo crente um “cooperador”, um vaso de honra para Deus usar em sua obra (1Co 3.9). O
discipulado visa ao “aperfeiçoamento” do novo crente (Ef 4.12), e este termo no grego (katartismos) traz
o sentido de treinar, formar, preparar para o ministério ou serviço cristão (ex: evangelização).

a) Resultados do discipulado!

É verdade, que nem todo discípulo responde ao treinamento de igual maneira. No colégio apostólico de
Jesus Cristo, por exemplo, três dos seus discípulos se destacavam, Pedro, Tiago e João. Será que eram
mais interessados? Ou foi por que Deus os escolheu para uma tarefa especial?
Eliseu foi discípulo de Elias, e num determinado tempo do seu preparo, ele foi advertido nos
seguintes termos: “Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não me
vires, não se fará” (2Rs 2.10). Eliseu precisava estar permanentemente atento, para que pudesse suceder
seu mestre no oficio de profeta. Sua aplicação era decisiva.

CONCLUSÃO

A dor de Paulo demonstrada na expressão “sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl
4.19), revela a sua tristeza pelo distanciamento do genuíno evangelho de Cristo, por parte de muitos
crentes da Galácia. Esse afastamento ocorreu principalmente por meio de heresias (1.6), que se

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introduziram no meio da igreja, por intermédio de falsos crentes. Então, manter a pureza bíblica na vida
do novo crente é fundamental. Isso se consegue por meio do ensino sistemático e perseverante das
doutrinas cardeais do Cristianismo (Mt 28.20), e, isso é o mesmo que “incutir” na mente do discípulo as
leis de Deus (Dt 6.7). O que for feito no começo da vida cristã, garantirá segurança na continuidade da
fé (Pv 22.6).

ANOTAÇÕES

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APÊNDICE

Uma denominação com a dimensão das Igrejas Evangélicas Pentecostais O Brasil para Cristo possui
uma história e estrutura de trabalho muito especial. Em razão disso, vejamos na seqüência um apanhado
geral que nos dará uma idéia dessa que, sem dúvida, é uma das maiores igrejas evangélicas do Brasil.

BREVE HISTÓRICO DA IGREJA OBPC:

A Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo (OBPC) foi fundada pelo saudoso Missionário
Manoel de Melo em 03 de março de 1956. Naqueles anos, o Espírito Santo sacudiu o Brasil e vários

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paises do mundo por meio de um poderoso reavivamento, e o Missionário Manoel de Melo foi uma
dessas pessoas usadas por Deus. Definitivamente, a forma de evangelizar e cultuar a Deus na igreja
evangélica mudou a partir daí (ex: introdução de palmas nos louvores).
O primeiro culto realizado pelo então chamado “movimento de evangelização e avivamento
espiritual”, teve curso no bairro de Pirituba, em São Paulo, capital. Deus visitava o seu povo com poder
extraordinário, curando enfermos, libertando oprimidos e salvando milhares de pessoas para Cristo. O
apogeu se deu com a construção do gigantesco Templo sede nacional no bairro paulistano da Pompéia,
que foi inaugurado em julho de 1979 (na época o maior templo evangélico do mundo). Com a liderança
pujante do Missionário Manoel de Melo, a igreja espalhou-se por todos os estados do Brasil.
Na década de 60 foi criada a primeira diretoria oficial e o primeiro Conselho Deliberativo, sob a
presidência do Missionário Manoel de Melo. No ano de 1974 nossa Igreja passou a ser denominada
oficialmente de Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo.

ESTRUTURA DA IGREJA O BRASIL PARA CRISTO!

Espalhada por todo território nacional, a Igreja O Brasil para Cristo assumiu o estilo de governo
episcopal, ou seja, as regiões são presididas por um líder nomeado pela Convenção do seu estado. Cada
estado da federação é dirigido por uma Convenção e supervisionado pelo Conselho Nacional. Estão
ligados ao Conselho Nacional, além das convenções estaduais, os seguintes órgãos: Missão Desafio
(agência oficial de missões da OBPC - oferece treinamento e suporte básico para missionários nacionais
e transculturais); IBBC (Instituto Bíblico “O Brasil para Cristo” - oferece treinamento teológico para
pastores, obreiros e líderes em geral) e, JUNEC (Junta de educação cristã OBPC - auxilia a igreja em
questões teológicas e ao lado da OBPC-Edições prepara e distribui revista de estudo bíblico em geral).

a) A Liderança local da Igreja OPBC!

Uma região compreende: a Igreja sede e suas congregações. O pastor dessa região é denominado
pastor-presidente, que pode ou não dirigir a igreja sede. Cada igreja dentro de uma região eclesiástica
tem pastor, presbítero ou evangelista, dirigente que responde ao seu presidente de campo.
O ministério auxiliar é constituído de pastores e obreiros, estes últimos, por ordem hierárquica
são: Presbítero, Evangelista e Diácono. Além desses a OBPC conta com departamentos oficiais, a saber:
Menibrac (infantil), Adobrac (adolescente), Jubrac (jovens), Ufebrac (mulheres) e Umasbrac (homens).

b) O que significa ser membro da Igreja OBPC?

Compromisso é a palavra chave para quem deseja ser membro da OBPC. Os freqüentadores tornam-se
membros da igreja por meio do batismo nas águas, ou se já for batizado, é recebido através de carta de
mudança ou por aclamação. Em nossa igreja é necessário que o indivíduo se torne membro
formalmente.
Uma vez membro da OBPC, espera-se que faça àquilo que a Bíblia claramente nos ensina, ou
seja, que freqüente os cultos e atividades da igreja (Hb 10.25), participe de sua classe de estudos ou
grupo pequeno nos lares, colabore para o crescimento de sua igreja local (ex: seguindo os seus líderes,
orando por ela, evangelizando outras pessoas, contribuindo financeiramente etc.).
Por mais que a OBPC seja semelhante em muitos aspectos às outras denominações evangélicas,
é inegável que possuímos um perfil peculiar, um estilo próprio de ser (ex: na forma litúrgica, no trato
com irmãos de outras igrejas etc.). Deste modo, cada pessoa oriunda de outras igrejas e, que deseja
servir a Deus conosco precisa adequar-se. Reconhecemos não ser melhor que outras igrejas co-irmãs,
entretanto, valorizamos o jeitão nosso de adorar e servir a Deus e, quem se junta a OBPC deve tornar-se
um de nós, a fim de ganharmos O Brasil (e o mundo) para Cristo!
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OS CINCO PROPÓSITOS DE DEUS PARA IGREJA

Os propósitos de Deus para Igreja estão baseados no grande mandamento e na grande comissão.
Vejamos os respectivos textos; o grande mandamento: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu
Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro
mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois
mandamentos dependem toda Lei e os Profetas” (Mt 22.37-40). A grande Comissão: “Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias
até à consumação do século” (Mt 28.19, 20).

1. ADORAÇÃO
Respondendo a um interprete da lei, Jesus Cristo declarou que o primeiro e grande mandamento
é: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”
(Mt 22.37). De que maneira expressamos nosso amor a Deus? Num primeiro momento fazemos isso
recebendo pela fé e com gratidão o seu presente de salvação em Cristo, mas sem dúvida, a melhor forma
de expressarmos nosso amor ao Pai está em nos submeter alegremente à sua Palavra (Jo 14.23, 24).
Jesus afirma que Deus está a procura de adoradores e não de adoração (Jo 4.23), ou seja, de
pessoas que reconheçam a sua soberania e se entregam ao amoroso poder controlador do Espírito Santo,
a fim de poderem oferecer uma adoração que satisfaça a Deus: “em espírito e em verdade”. Uma das
mais conhecidas formas de adoração a Deus ocorre durante os louvores (Ef 5.19), quando celebramos
sua presença, quando lhe declaramos nosso amor e devoção, quando proclamamos seus feitos
maravilhosos em atitude de total gratidão, mas a essência da adoração revela ser a nossa sujeição a Deus
essa rendição tem reflexo na nossa maneira de viver, ou seja, fazemos da adoração ao Pai não um ato
isolado, mas um estilo de vida.
Existe muita coisa nesse mundo que deseja nossa adoração, por essa razão Jesus declarou: “...Ao
Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10). Deus não aceita dividir nossa adoração ou
devoção. Somente a exclusividade lhe agrada. Jesus Cristo também enfatizou que: “Ninguém pode
servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e
desprezará ao outro...” (Mt 6.24).

2. MINISTÉRIO OU SERVIÇO
Na seqüência Jesus Cristo respondeu ao fariseu dizendo que o segundo grande mandamento da
lei é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (v. 39). Mas afinal quem é o nosso próximo? Na
parábola do bom samaritano, Jesus ensina que o nosso próximo é qualquer pessoa com quem entrarmos
em contato, seja ela cristã ou não (Lc 10.29-37).
Tiago chama de lei “régia” ou real o mandamento de Cristo: “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo” (2.8), e ele nos lembra que Deus deseja que calibremos os nossos relacionamentos com base
nessa ordem, e isso equivale a dizer, que devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, ou
seja, sem discriminação, favoritismo e coisas semelhantes a estas (Lc 6.31).
Está em vista o mesmo amor sacrificial de Cristo por nós: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo
deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa pelos irmãos” (1Jo 3.16). Talvez não seja necessário
morrer por alguém, mas sem dúvida o amor somente se revela quando decidimos fazer algo de concreto
em favor dos que sofrem, e isso sem medir conseqüências, como se fosse para nós mesmos.
A melhor forma de demonstrarmos amor pelo próximo é servindo-o. Podemos fazer isso de
várias maneiras. Por exemplo, João diz: “que se alguém possuir recursos deste mundo (dinheiro), e vir a
seu irmão padecer necessidade (fome ou nudez), e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o

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amor de Deus?” (1Jo 3.17); em outras palavras, amamos amparando, alimentando, aquecendo, ajudando,
ensinando etc. O amor de lábios é condenado nas Escrituras (1Jo 3.18; Ez 33.31).

3. MISSÕES OU EVANGELISMO
A missão da igreja em relação ao mundo está diretamente ligada à evangelização do descrente.
A salvação do homem somente ocorrerá se esse receber, pela fé, a Jesus Cristo como seu Salvador (Jo
1.12). Não há outro meio do homem livrar-se do estado de condenação em que está (Rm 3.23; 6.23).
Nossa missão se concentra em espalhar essa verdade, onde Cristo ainda não foi anunciado (Rm 15.20).
A ordem de Cristo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (v. 19) é tarefa inacabada,
pois ainda há inúmeros povos (ethnê), nações e tribos que ainda não conhecem Jesus de Nazaré. A
pregação ou a divulgação das boas novas de salvação em Cristo (Rm 1.16, 17), não se limita à nossa
comunidade, mas deve ser simultaneamente levada a efeito desde a nossa vizinhança até os confins da
terra (At 1.8).
Não importa a forma, estilo ou estratégia de trabalho (ex: filme “Jesus segundo evangelho de
Lucas”; fazedores de tendas; ondas de rádio etc), contanto que a mensagem seja passada da maneira
mais clara possível. O Espírito Santo se encarrega de convencer o pecador no exato momento da
evangelização (Jo 16.8-11). Até um bom testemunho ou uma boa ação são maneiras eficazes de
despertar o interesse do descrente para o evangelho de Cristo (Mt 5.14-16; Jo 13.34, 35).

4. COMUNHÃO
O resultado da nossa pregação pode ser vista no número de batismos que realizamos no ano.
Podemos dizer que a evangelização está completada logo após batizarmos o novo converso. Em muitos
casos na história da igreja primitiva, o batismo ocorria logo após a conversão, um exemplo disso teve
lugar na vida de um importante oficial (eunuco) da Etiópia (At 8.35-38).
O batismo está diretamente ligado a mais um dos propósitos de Deus, ou seja, ele introduz o
novo convertido no corpo místico de Cristo (1Co 12.13), que é a sua igreja (Ef 1.22, 23). Em outras
palavras, pelo batismo passamos a espiritualmente desfrutar da comunhão com Deus e com todos os
cristãos nascidos de novo que há no mundo.
Na oração sacerdotal de Cristo, Ele pediu ao Pai para que nos ajudasse a sermos um: “a fim de
que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o
mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21). Em Cristo nós somos um, uma unidade ou identidade
perfeita que não pode ser dividida, mesmo que tenhamos formas diferentes de expressar nossa devoção e
amor a Deus.
O que quebra ou atrapalha a nossa comunhão? Não são as obras da carne alistadas pelo apóstolo
Paulo aos Gálatas? Vejamos algumas: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdia, dissensões, facções e
invejas (5.20, 21). Com essas podemos somar a outras: fofoca, divisão, falta de humildade e coisas
semelhantes que o diabo emprega para nos desunir. Qual, pois é o nosso desafio? Somente podemos
cumprir o propósito divino da comunhão se nos superarmos, se nos submetermos ao controle do Espírito
Santo (Gl 5.22), se vivermos em paz com todos (1Pe 3.11).

5. DISCIPULADO
A evangelização seguida do batismo em águas não torna o novo crente automaticamente
semelhante a Cristo no caráter. Aliás, a conversão não muda o caráter, apenas dá a condição favorável
para isso. O caráter do novo crente é formado na continuidade de sua pratica de fé, na santificação. De
conhecimento em conhecimento da verdade (Jo 8.32; 2Pe 3.18), de experiência em experiência com
Deus (ex: oração respondida) o crente recém nascido na fé, vai assumindo a forma varonil na imagem de
Cristo (Ef 4.12-16).
Jesus incluiu na grande comissão o dever de “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado” (v. 20). Em outras palavras, os crentes mais antigos estão no dever de ensinar aos mais
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novos as doutrinas elementares do Cristianismo. Desta forma, esse propósito de Deus está intimamente
ligado ao acompanhamento, passo a passo, até que o novo crente saiba orar, se conduzir adequadamente,
evangelize outros e descubra a sua vocação no corpo de Cristo.
Nosso comportamento, na maneira de falar ou interagir com os outros deve ser moldado pela
Palavra de Deus. O discipulado tem a missão de fazer isso. Paulo declarou para os crentes de Corinto
que ele “plantou” ou evangelizou, mas Apolo “regou”, ou seja, discipulou, fez o acompanhamento, mas
em todos os casos foi de Deus a missão de dar crescimento (1Co 3.6).

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITOS

“A OBPC – Jd. Tranqüilidade existe para glorificar a Deus (adoração), evangelizar o perdido
(missões), discipular os salvos (discipulado), preservar e aprofundar a comunhão entre os
irmãos (comunhão) e servir ao próximo (ministério)”.

DADOS E OUTRAS OBRAS DO AUTOR


DADOS SOBRE O AUTOR: O pastor Walter Bastos dos Santos Junior, nasceu em Andradina (SP) em 15 de janeiro de
DADOS SOBRE O AUTOR: O pastor Walter Bastos dos Santos Junior nasceu em Andradina (SP) em 15 de
50
janeiro de 1961. Converteu-se ao Cristianismo Bíblico em 1980, e foi ordenado pastor em setembro de 1989.
Casou-se com Angela de Aguilar Bastos dos Santos em julho de 1981, e desta feliz união, vieram como
presentes de Deus, três verdadeiras jóias muito preciosas: Walter Neto, Priscila e Felipe Bastos. Walter Bastos é
graduado em Teologia e Pedagogia (UBC). Atualmente é pastor-presidente da Igreja O Brasil para Cristo na
cidade Guarulhos – SP (Regional: Jardim Tranqüilidade) desde junho de 2008. Além disso, o pastor Walter
Bastos é diretor da JUNEC (Junta de educação Cristã), órgão do Conselho Nacional das Igrejas o Brasil para
Cristo, responsável pela publicação de revistas de Escola Bíblica Dominical para jovens e adultos e de
discipulado em geral (ex: novos convertidos; casais etc.).

OUTRAS OBRAS DO AUTOR

1. A Santidade do Casamento Cristão (Editora Hosana);


2. As Sete Cartas do Apocalipse (Editora Hosana);
3. Missiologia;
4. A Demonologia segundo a Bíblia;
5. 101 Sermões para todas as horas (Incluso manual de homilética – Editora Hosana);
6. Seitas, Heresias e Movimentos Contraditórios;
7. Pontos Difíceis de Entender;
8. Armagedom (Editora Hosana);
9. Os Dez Mandamentos do Casamento (Editora Naós);
10. Semear e Colher (Editora Naós);
11. 111 Sermões para todas as ocasiões (Incluso novo manual de homilética – Editora Naós);
12. Maturidade Cristã (Manual de discipulado / OBPC-Edições);
13. Teologia Bíblica da oração (Editora Naós);
14. Liderança Aprovada;
15. Batalha espiritual (OBPC-Edições);
16. Casamento é coisa séria! (OBPC-Edições);
17. Derrotando os Gigantes da Vida (OBPC-Edições);
18. A Segunda Vinda de Cristo (OBPC-Edições);
19. Os cavaleiros do Apocalipse;
20. Curai os enfermos!;
21. Teologia da Vida Cristã;
22. Teologia Bíblica das FINANÇAS;
23. Os cinco propósitos de Deus para Igreja;
24. 111 Sermões para todas as ocasiões – Vol. 2 (Incluso pequeno manual de Didática – Editora Naós);
25. O poder do Alto;
26. Teologia do Espírito Santo!

FUTUROS LANÇAMENTOS:

1. 101 Dúvidas e Questionamentos acerca do Casamento;


2. A Ética do Reino de Deus;
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