Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_______________________/__/___
Prof. Nome do Professor
Universidade Paulista – UNIP
_______________________/__/___
Prof. Nome do Professor
Universidade Paulista – UNIP
_______________________/__/___
Prof. Nome do Professor
Universidade Paulista – UNIP
Aos meus pais e familiares pelo apoio e compreensão, bem
como à memória de minha mãe Quitéria Amorim que partiu
dessa vida, minha referência de luta e como exemplo de
mãe. Minhas saudades são eternas.
AGRADECIMENTOS
The present work has as its theme the dating contract, a document that protects the
couple from the effects of a stable union, such as sharing of assets, pension,
inheritance rights in case of death, among others. The work has as a research
problem: In the light of Civil Contract Law and Family Law, what is the validity of the
dating contract? The general objective of the work is, therefore, to discuss the validity
of the dating contract, as well as whether it would be able to produce effects in the
legal world, seeking legal apparatus in Contractual Civil Law and in Family Law. It
was intended, for that, to present the family institute together with the Magna Carta,
as well as its historical evolution; demonstrate the property regime; elucidate the
stable union and its particularities; and investigate the coexistence contract. The
methodology used is bibliographic research. It is concluded that the understanding of
the invalidity of the dating contract is affirmed because they are cogent Family Law
rules, and a written contract cannot exclude them, as they are in force to the
detriment of the particular will of the parties. The principle of autonomy of will does
not apply here, prevailing what the public norm determined. Thus, the dating contract
is null and void, as it sets aside the rules that regulate the stable union. These norms
of public order, non-derogable at the will of the parties, being unnecessary and
invalid under the Brazilian legal system.
INTRODUÇÃO............................................................................................................9
1 BREVES COMENTÁRIOS ACERCA DA TRANSFORMAÇÃO E EVOLUÇÃO
HISTÓRICA DA FAMÍLIA...........................................................................................11
1.1 A família e a Constituição Federal de 1988......................................................12
1.2 O casamento.....................................................................................................13
2 O REGIME DE BENS.......................................................................................15
2.1 O pacto antenupcial..........................................................................................16
3 A UNIÃO ESTÁVEL.........................................................................................18
3.1 Histórico doutrinário, jurisprudencial e legislativo.............................................18
3.2 Elementos caracterizadores da união estável..................................................20
3.3 Efeitos patrimoniais da união estável...............................................................21
3.3.1 Regime de bens................................................................................................21
3.3.2 Alimentos na união estável...............................................................................22
3.3.3 A sucessão do companheiro.............................................................................22
4 O CONTRATO DE CONVIVÊNCIA..................................................................25
4.1 Escorço histórico...............................................................................................25
4.2 Especificidades.................................................................................................26
4.2.1 Disposições sobre o regime de bens................................................................27
5 O CONTRATO DE NAMORO..........................................................................29
5.1 O surgimento do contrato de namoro...............................................................30
5.2 As diferenças entre união estável e namoro....................................................30
5.3 Os efeitos do contrato de namoro.....................................................................31
5.4 Da invalidade do contrato.................................................................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................38
REFERÊNCIAS...........................................................................................................40
9
INTRODUÇÃO
A verdade é que a união estável, por ser fato natural, está muito mais
presente na sociedade e na vida das pessoas, casais e jovens casais, do que se
pode imaginar.
Ocorre que, apesar de bastante corriqueira e de gozar de reconhecimento
como entidade familiar e proteção constitucional, a União Estável ainda carrega a
mácula da clandestinidade diante dos olhos dos menos informados.
Sendo assim, reconhecida e protegida pela Constituição Federal de 1988, a
união estável além de totalmente descontaminada de qualquer ilicitude, gera direitos
e obrigações perfeitamente tuteladas pela legalidade e pelo Estado.
Dessa maneira, o presente trabalho, caminha por toda a extensão do tema,
contudo, aprofunda-se no contrato de namoro.
À luz da constatação, o trabalho tem como problema de pesquisa: Ante o
Direito Civil Contratual e o Direito de Família, qual a validade do contrato de
namoro?
Aventa-se a hipótese de que, parte do fato natural, que é a convivência de um
casal, e do seu reconhecimento e proteção estatal. Passa por questões relevantes
como o concubinato impuro, a sucessão do companheiro, um comparativo com o
casamento, regimes de bens, pacto antenupcial, etc. Termina com considerações a
respeito do Contrato de Convivência, que, confessamos, surpreendeu-nos por sua
simplicidade.
Defendeu-se, também, os casais, procurando firmar que não possuíam o
objetivo de constituir um relacionamento sério como união estável ou casamento,
tendo apenas o namoro como característica, começaram a pactuar contratos de
namoro de alguns anos para cá. Essa preocupação e a possibilidade de celebração
de negócio ou da prática de um ato jurídico, ou ao menos constituir prova desta
situação, iniciou-se para atenuar o risco do reconhecimento indevido e, muitas
vezes, injusto, de uma união estável, e para proteger, com maior segurança, os
interesses das partes.
O objetivo geral do trabalho é, por conseguinte, discutir a validade do contrato
de namoro, bem como se seria apto a produzir efeitos no mundo jurídico, buscando
aparato jurídico no Direito Civil Contratual e no Direito de Família. Pretendeu-se,
para tanto, apresentar o instituto familiar junto a Carta Magna, bem como sua
10
1.2 O casamento
Todavia, toda essa liberdade não é plena. Em primeiro lugar não existe a
faculdade de não se adotar regime algum, ou seja, caso não haja opção dos
nubentes por qualquer dos regimes disponíveis, adotar-se-á, supletivamente a
vontade não expressa, o chamado “Regime Legal de Bens”, ou seja, “União Parcial
de Bens”.
Desta Maneira, nas palavras de Gomes (2019, p. 555): A lei intervém por
“deliberação imperativa”
Ainda de acordo com o art. 1.640, in verbis: “Não havendo convenção, ou
sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da
16
Sua validade requer que seja celebrado por escritura pública, enquanto sua
eficácia interpartes submete-se a efetiva celebração do casamento.
Sua eficácia perante terceiros, “erga-omnes”, por sua vez, exige registro em
cartório de imóveis, in verbis:
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e
ineficaz se não lhe seguir o casamento (BRASIL, 2002, p. 1653).
3 A UNIÃO ESTÁVEL
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido
anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da
sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a
partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos,
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não
cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes
sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste
artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o
herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso
do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de
gravidez, na fluência do prazo (BRASIL, 2002, p. 1523).
herança.
4 O CONTRATO DE CONVIVÊNCIA
4.2 Especificidades
5 O CONTRATO DE NAMORO
Chega a ser pilhérico, mas é fato real. Observa-se que esse contrato pode
desestabilizar algumas relações ou desencaminhar algumas boas intenções, mas de
qualquer forma, é o avanço social vindo ao encontro da tentativa frustrada de propor
o equilíbrio jurídico, que tenta acompanhar a ideologia fútil de descarte da relação
afeto-familiar.
poder preencher com a lei a lacuna que a sociedade criou (CAHALI, 2018,
p. 766).
Todavia a lei não tem como prever todas as possibilidades que os seus
efeitos podem causar e exatamente por isso depende, de várias formas de
interpretação, inevitavelmente ao tentar equilibrar uma relação com uma imposição
por lei, normas cogentes, de ordem pública, surge um novo desequilíbrio e no caso
em questão, a desarmonia pendeu em outra gama das relações afeto-sociais, onde
geralmente nasce uma relação de afeto, no momento embrionário desta, o namoro.
Corroborando o acima exposto, o namoro, com o novo requisito subjetivo para
o reconhecimento de uma união estável, onde o limite que difere a união estável de
namoro é uma linha interpretativa e imaginária que dificilmente pode ser mensurada
e não é necessariamente uniforme e recíproca a ambos os namorados, além disso,
depende de uma interpretação que já nasce cercada pela sombra da falibilidade
humana, trazendo uma insegurança jurídica ainda maior (TESSARI, 2017).
Ao tentar evitar o dissabor de um término de um namoro transformar-se em
uma ação de dissolução de união estável, casais de namorados procuram assegurar
essa “tranquilidade” com um “contrato de namoro”, que nada mais é que uma
declaração de não estabilidade da relação.
Nota-se que um contrato como esse é inusitado e inovador, sem
regulamentação que o defina, mas que tem o bom senso de exigir uma renovação
contratual a cada seis meses, pois para que após uma duração razoável da relação,
possa-se entender se houve ou não modificação nessa visão de composição dos
solidariamente “amantes sem compromisso jurídico”, de acordo com Gomes (2019,
p. 877).
Outra análise que pode ser feita ao observar esse fenômeno jurídico é que,
em todos os tempos, a sociedade, enquanto instituição humana, sempre teve seu
interesse focado entre relacionamento afetivo e/ou patrimônio.
Entretanto, a longa experiência no tempo, mostra que esses dois elementos
não combinam bem entre si, são heterogêneos, não podendo chegar a uma medida
harmônica onde eles estiverem conjugados, ou abre-se mão de um para preservar o
outro ou vice e versa, com raríssimas exceções o termo “meu bem”, usado
carinhosamente para tratar o parceiro amado, durante a relação, transforma-se em
“meus bens pra cá”, no momento da dissolução, elucida Welter (2019, p. 722).
Estável ou não, uma relação requer desprendimento afetivo e isso não pode
34
ser comparado a coisas, afinal, deve-se lembrar que a definição de “bem” em direito
é tudo o que pode proporcionar utilidade aos homens e todos os bens são coisas,
mas nem todas as coisas tornam-se bens (VENOSA, 2015).
Por isso, essa conjugação sempre vai trazer controvérsias.
Comparativamente, é como o dito popular “água fria em óleo quente”, mas de
qualquer forma, deve-se intentar que ambos são inestimáveis ao homem e
almejados por todos.
Observando a falta do preenchimento dos requisitos necessários pra
configuração de uma relação estável, atentando que apenas está regulamentada por
normas de Direito Civil, e que não há como afastar os efeitos oriundos da
Constituição Federal da República do Brasil, não há que se falar em litigância entre
partes envolvidas por rompimento de um relacionamento tão prematuro como se dá
um namoro. Sendo assim, o tão discutido contrato não teria validade jurídica.
humana e que não poderia ser previamente discutida pelas partes em um contrato.
Ainda que o namoro e a união estável não exijam, para sua configuração, o
que se denomina de convivência more uxório, ou seja, sobre o mesmo teto, a
relação de namoro não pode obter o mesmo amparo, pois não gera efeitos jurídicos.
Mas, e para provar a caracterização de união estável, diferente da de um
namoro?
Conforme o art. 421 e seguintes do Código Civil, in verbis: “contrato é o
negócio jurídico que cria, modifica ou extingue direitos e obrigações” (BRASIL, 2002,
p. 421).
Como já citado anteriormente, em uma relação de namoro não existem
direitos e obrigações. As limitações daí decorrentes limitam-se à vida social, mas
não à jurídica.
A união estável não é uma situação apenas jurídica. Ela depende de
circunstâncias de fato, como a publicidade e a ostensividade do relacionamento, a
intenção de constituir família.
Atualmente, é juridicamente impossível e imprevisível às partes, ainda que
expressando vontade sem vício, pactuar que as circunstâncias de fato que envolvem
um namoro, por força de um contrato, não irão evoluir para um relacionamento que
caracterize união estável.
De tal modo, o contrato de namoro por meio do qual se pretenda impedir o
reconhecimento da união estável tem objeto juridicamente impossível, podendo
constituir mero indício declaratório, e, mesmo assim, precário, porque, ainda que
celebrado com prazo indeterminado, a situação descrita pode ser desconstituída
com prova em contrário a qualquer tempo durante a sua pretensa vigência, cedendo
com facilidade diante de testemunhas, documentos ou qualquer outra evidência da
publicidade do relacionamento ou de que a intenção das partes é constituir família.
Para reforçar, o art. 104 do Código Civil estabelece que a validade do negócio
jurídico requer agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e
forma não prescrita ou não defesa em lei (BRASIL, 2002).
Assim, mais uma vez, afirma-se que o contrato de namoro é completamente
desprovido de validade pela impossibilidade jurídica do objeto. Além do mais, um
contrato que afasta responsabilidades de ordem pública não tem validade, pois o
direito de contratar é relativo.
A união estável é um fato da vida, uma situação fática reconhecida. Não se
37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
fé.
O entendimento pela invalidade do contrato de namoro se afirmar por
tratarem-se de normas de Direito de Família cogentes, sendo que um contrato
escrito não pode as afastar, pois vigoram em detrimento da vontade particular das
partes. O princípio da autonomia da vontade aqui não vigora, prevalecendo o que a
norma pública determinou.
Dessa forma, o contrato de namoro é nulo de pleno direito, pois afasta as
normas que regulam a união estável. Normas estas de ordem pública, inderrogáveis
por vontade das partes, sendo desnecessário e inválido perante o ordenamento
jurídico brasileiro.
Em reforço a essas considerações, vale frisar que a pesquisa não esgota o
assunto, pois ele pode desdobrar-se em pesquisas de maior fôlego, que exijam
maior tempo de consulta teórica, tais como pesquisas de campo e pesquisa-ação, a
fim de se confrontarem os pressupostos teóricos com os dados empíricos coletados
na vivência jurídica.
Todavia, em que pesem as limitações do trabalho, ele tem a virtude de
apontar caminhos para futuros pesquisadores, além servir de referencial teórico
inicial para quem já trabalha na área, sem, no entanto, ter tido ainda a oportunidade
de conhecer as ricas e amplas possibilidades, pertinentes ao direito.
41
REFERÊNCIAS
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2017.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Direito de Família. São Paulo: Saraiva, 2019.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Direito de Família. São Paulo: Atlas, 2015.