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Silvana Jorge António Smith

Salvio Eduardo Watara

Missão Zòbué como um atractivo turístico no posto a administrativo de Zòbué

(Curso de Licenciatura Gestão ambiental E Desenvolvimento Comunitário - GADEC)

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
Silvana Jorge António Smith
Salvio Eduardo Watara

Missão Zòbué como um atractivo turístico no posto a administrativo de Zòbué

(Curso de Licenciatura em Gestão ambiental e Desenvolvimento Comunitário - GADEC)

Trabalho da disciplina de PNCDPT, a ser


apresentado no Curso de Licenciatura em Gestão
ambiental e Desenvolvimento Comunitário, no
Departamento de Geociências e Ambiente como
requisito de avaliação parcial.

Supervisor: Msc Eduardo Simbarache

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
Índice

1. Introdução ........................................................................................................................... 3

1.1 Objectivos.................................................................................................................... 3

1.1.1 Geral:................................................................................................................................. 3

Desenvolvimento do trabalho .................................................................................................... 4

Missão de Zòbué, local de peregrinação .................................................................................... 5

Papel da missão de Zòbué .......................................................................................................... 8

Missão Zòbué como um atractivo turístico no posto a administrativo de Zòbué ...................... 9

Atractivo turístico ...................................................................................................................... 9

Conclusão................................................................................................................................. 12

Bibliografia .............................................................................................................................. 13
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1. Introdução
O sector do turismo tornou-se como ponto fulcral para o desenvolvimento da varias
economia no mundo todo, porem, tem crescido de tal maneira que por exemplo no nosso país
o numero de instâncias hoteleiras e outros serviços aumentaram significativamente,
mostrando importância desse ramo de actividades.
A identificação, caracterização dos sítios ou locais históricos e a preservação dos
mesmos é uma das actividades muito importante no sector do turismo, para a posterior ser
divulgado no mundo fora.
No presente trabalho procuramos descrever de forma sucinta a missão de Zòbué no
distrito de Moatize no posto administrativo do mesmo nome, procurando evidenciar a sua
importâncias cultural, historial e turística para a província de Tete em particular e no mundo
em geral.
O trabalho compreendeu a identificação, seguida pela caracterização e descrição do
mesmo, onde consta as imagens do local do estudo, a sua importância social e turística, e
finalmente temos uma breve discussão sobre o valor turístico do mesmo e sua atractividade
aos turistas nacionais assim como internacionais.

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral:
 Descrever a missão de Zòbué como um local de valor turístico.

1.1.2 Específicos:

 Identificar as potências as principais potencialidade da Missão de Zòbué como local


turístico;
 Analisar caracterizar a missão de Zòbué;

1.2 Metodologias
Para a concepção de materialização do presente trabalho, foi graças as seguintes
metodologias: trabalho de gabinete que compreendeu em analisar a bibliografia existente
sobre o local de estudo, trabalho de campo, que compreendeu a observação directa e
introspecção, que se refere a auto reflexão.
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Desenvolvimento do trabalho
Missão Zòbué, descrição histórica

O Zòbué é uma vila onde as fronteiras nacionais parecem se dissipar no vai e vem de
gentes e produtos. Não por acaso, a Maláui foi rota de deslocamento de milhares de pessoas
em diferentes momentos históricos. Logo após o fim da guerra civil, entre 1992-1994, um
total de 1.285.000 pessoas foram repatriadas do Malawi para Moçambique e muitos outros
acabaram permanecendo no familiar vizinho.

A presença da igreja católica na província de Tete é antiga e tem íntima relação com a
necessidade portuguesa de se fazer presente no vale do Zambeze e, mais especificamente, na
corrida do ouro do Império de Monomotapa.

Em 1560, D. Gonçalo da Silveira, após ter aberto a primeira Missão da Companhia de


Jesus em Moçambique e na África Oriental no território dos Tonga, avançou rumo ao
poderoso reino do Monomotapa. Silveira foi morto em 1561 e, em 1563, os dominicanos
fundaram a paróquia de São Tiago Maior de Tete, baptizando o próprio Monomotapa, em
Maio de 1569. Não foram poucos os missionários que, embrenhados no interior de Sena, Tete
e Zambézia, se dedicaram aos negócios de escravos, do ouro e do marfim.

Após os acordos de Berlim, em 1885, os missionários se fizeram mais presentes em


uma clara relação entre ocupação territorial e conversão religiosa. Em 1889 chegaram a
Moçambique os Padres Brancos, um ano mais tarde chegaram as irmãs de São José de Cluny
e, em 1897, as irmãs Franciscanas Missionárias de Maria (FMM), seguidas dos Padres
Franciscanos.

Na província de Tete a missão responsável pela evangelização e educação de


significativa parcela da população foi a Missão de Boroma, cerca de 30 Km da cidade de
Tete. Criada em 1885, Boroma ficou sob os cuidados dos jesuítas até 1910, quando estes
foram expulsos pelo regime republicano recém-instalado em Portugal. Em 1942, a missão foi
retomada pelos jesuítas que reabilitaram a missão construindo escola, oficina de artes e
ofícios, internato e hospital. Em Outubro de 1967, Boroma foi entregue aos padres
Combonianos e os Jesuítas que lá estavam passaram a se ocupar da Missão de Nossa Senhora
da Conceição do Zòbué (1966-1978) em substituição dos Padres Brancos, acusados de
colaborar com os nacionalistas da Frelimo.
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Nessa paisagem, as missões católicas, enquanto um sustentáculo do colonialismo,


deveriam agir em prol da administração portuguesa catequizando, controlando e vigiando as
populações. As missões em zonas fronteiriças, como aquelas localizadas no distrito de
Angônia, fronteira com o Malaui, por exemplo, deveriam combater e denunciar qualquer
menção de apoio aos nacionalistas do Malawi Congress Party, além de combater o avanço
das igrejas protestantes muito activas na região, até hoje.

A missão de Zòbué já foi muito frequentada. Ou seja, a guerra entre Frelimo e


Renamo continua marcando profundamente a história da Missão e da comunidade
entrelaçada a ela.

Missão de Zòbué, local de peregrinação


A instituição antigamente era gerida por padres brancos europeus, no mesmo período
colonial, passou a se gerida pelo jesuítas, padres portuguese, findo o período colonial e
proclamada a independência nacional passou para padres negros e passou a ser conhecida
como missionários para África, uma congregação com muitos padres africanos ou pretos de
batinas tradicionais brancas com rosários pendurados nos pescoços dos Padres Brancos, como
ilustra a imagem a seguir.

Local de peregrinação, a foto retrata o ponto mais alto de Zòbué.


Fonte: Dom João Damaio, 2021
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A instituição foi vandalizada e destruída no período da guerra de desestabilização, ou


seja, a guerra entre a Frelimo e a Renamo entre os anos 1976 a 1992, actualmente
reconstruído, é um local preferencial para conhecer a história do povoado de Zòbué que ela
resguarda nessa região e desfrutar a paisagem encantadora que oferece da continuidade do
planalto de Angónia.

As peregrinações segundo o nosso entrevistado (Dom João Damaio ), é um hábito da


Igreja Católica que procuram renovar a fé cristã, porem, segundo a história da Igreja Católica,
as primeiras peregrinações do Cristianismo datam do início do século IV (quando o
Cristianismo foi tornado religio licita), e tinham por destino a Terra Santa (a mais conhecida
e a primeira a deixar um relato da peregrinação é a histânica Erétria, muito provavelmente
familiar de Teodósio I, imperador romano). Mais tarde, tiveram grande surto devido à
pregação de São Jerónimo.

Na missão de Zòbué, as peregrinações são feitos uma vez por ano com objectivo
principais de oferecer sacrifico eucarístico ao Santo Deus, onde várias pessoas de várias
congregações católica se reúnem para o intento.

Relatou o nosso interlocutor que “As caminhas têm sido uma festa eucarística, com
louvores e cânticos vamos ao monte, o mesmo período tem serviço de purificação de nosso
pecado, e acima de tudo, de carisma de agradecimento ao Deus Pai” Como ilustra a imagem a
seguir.
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Fonte: Dom João Damaio, 2021


A imagem em alusão, faz referência ao ponto onde foi erguido a cruz, as peregrinações
terminam nesse local.

A imagem, logo ao fundo mostra a vista aérea da missão de Zòbué, as peregrinações


na missão de Zòbué datam do período colonial e sempre tiveram um grande papel na
consolidação da Igreja local e difusão da fé cristã nessa região.

Reunião da Peregrinação

Fonte: Dom João Damaio, 2021


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Papel da missão de Zòbué

A missão de Zòbué desempenhou uma importância fulcral para a sociedade em termos


de formação de líderes da igreja, foi na Missão Zòbué onde saíram os primeiros Bispos
moçambicanos, com destaque para Dom Jaime Pedro Gonçalves, Dom Bernardo Filipe
Governo e Dom Paulo Mandlate, Dom Francisco Sílota, Bispo Emérito de Chimoio, Dom
Manuel Chuanguira Machado, Bispo Emérito de Gurúè, Dom Francisco Chimoio, actual
Arcebispo de Maputo.
A missão de Zòbué também foi Centro de Formação de Professores, antes da guerra
civil que destruiu aquele local. Com a chegada de Dom Diamantino à Diocese de Tete em
2019, iniciaram os trabalhos de reconstrução do Seminário, que já estão na sua fase
conclusiva, podendo no futuro albergar o Santuário Diocesano e outros espaços.

Vista frontal da missão Zòbué


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Fonte: autores, 2021

Além de albergar o Santuário Diocesano futuramente, actualmente tem um centro de


tratamento de pessoas com problemas mentais.

A sua arquitectura única na região, e a sua emblemática história que impactou a


população local, constitui um dos motivos principais para visitar e conhecer a missão de
Zòbué como um local turístico assim como histórico para a população de etnia Shewa.

Missão Zòbué como um atractivo turístico no posto a administrativo de Zòbué


Atractivo turístico
Como referimos logo ao introduzir essa secção, a missão de Zòbué constitui um local
de interesse turístico devido a sua história que resguarda desde a chegada dos portuguese na
região Tete com objectivo principal de dominar Monomutapa, onde o baptizaram e confessou
a fé cristã.

Atractivos turísticos constituem a oferta turística diferencial de uma determinada


região turística, pois são responsáveis por promover os fluxos turísticos. O consumidor
escolhe o destino que irá visitar, em função da experiência turística que esse destino oferece.
Ele primeiro decide se deseja praticar actividades de aventura ou vivenciar actividades rurais,
ou ainda, visitar monumentos históricos e culturais etc, entre as inúmeras possibilidades.

No entanto, a peculiaridade da missão de Zòbué reside na sua localização na região


fronteiriça com o Malawi, a sua história como local que albergou militares portugueses no
período de conflitos entre a FRELIMO e o Sistema Colonial, como um local de Formação de
renomados Padres e Bisco da Igreja e não só, a arquitectura que peculiares dos mais missões.

Porem, esses valores anteriormente alistados, funciona como como a “mola


propulsora” que leva as pessoas a viajarem para missão de Zòbué. Quando chegam ao
destino, elas consomem diversos produtos e serviços turísticos e todo o sistema produtivo do
turismo receptivo é accionado.
Para o impulso do turismo muna determinada região, é necessário agregar vários
factores não só a peculiaridade do mesmo, mas também, da sua acessibilidade (estradas),
locais de alojamentos (hostes, lodges, pensões), serviços de bancários, como se escreve na
revista Saberes SP S/d (Pág. 11) que:
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“O turista utiliza serviços dos meios de hospedagem (hotéis, pousadas, flats etc.),
meios de alimentação fora do lar (restaurantes, lanchonetes, bares, padarias, sorveterias),
agências de turismo receptivo (passeios, transfers e outros serviços), dentre outros serviços
oferecidos no destino”.
Neste contexto, o posto administrativo de Zòbué não oferece serviços como: meios de
hospedagem, meios de alimentação fora do lar, agências de turismo receptivo, que seria um
diferencial e daria a capacidade de atrair os turistas, e também, da oferta turística técnica,
uma vez que os serviços complementares são essenciais para recepção e permanência dos
visitantes na localidade.
De forma geral, o posto administrativo de Zòbué oferece uma cultura multifacetada,
como: manifestações culturais, artesanato, a gastronomia típica da Etnia Shewa e a sua
indumentária.
Esse diferencial é decisivo, como é invocado na Revista O Saber S/d SP (Pag.12) “que
o diferencial é importante para atrair os turistas e iniciar a “engrenagem” que movimenta esse
sistema”. As características do conjunto de atractivos turísticos influenciam directamente na
identidade e vocação turística do destino (turismo rural, cultural, de aventura, de natureza,
entre outros), indicando possibilidades de constituição de negócios e das tipologias de
turismo que podem ser implementadas e consolidadas.
Encontramos, para além da missão de Zòbué, o Nyao que já foi constituído pela
UNESCO como património oral da Humanidade que serve como umas das diferencial e
catalisador do turismo receptivo nessa região.
Os atractivos turísticos dão classificada de duas categorias: natural e cultural, como
ilustra a tabela a seguir:

Categoria Definição
Atractivo Turístico Natural Recurso natural formatado em negócio e
que atende todas as especificações
necessárias para comercialização e recepção
de turistas
Atractivo Turístico Cultural Recurso cultural formatado em negócio e
que atende todas as especificações
necessárias para comercialização e recepção
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de turistas.

Fonte: autores, adaptado da Revista Saberes SP, S/d.

Segundo a tabela a cima compreende-se que a missão de Zòbué faz parte de um


património cultual, ou seja, um catártico turístico cultural, deste modo, oferece acepções e
manifestações culturais da região não obstante que a religião cristã é missionário e forasteira
dessa região.

A imagem ilustra a massa de pessoas, entre turista, curioso e fiéis da diocese.

Fonte: Dom João Damaio, 2021


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Conclusão
A missão de Zòbué localizada na terra alta entre a fronteira de Moçambique e Malawi,
fundada no século XIX pelo Missionário com a única missão, difundir a fé cristã em áfrica e
em Moçambique em particular, nessa região que era controlado pelos Mwenemutapas,
procura de varias formas para domina-lo, o Baptizaram e integraram-no na fé cristã.

O local ora em análise é um local de uma história do povo local, desde as primeiras
revindicações ou contradições de exploração colonial que era de certo modo amenizado pela
ministração da palavra de Deus.

A missão Zòbué é uma local turística desde que colhe reuniões vindo de várias
parcelas do mundo e de Moçambique em particular de tal mineira que, para além da
peregrinação que é feito anualmente, as cultura loca, as manifestações artísticas e as
condições climáticas oferecida nessa região, cativam os turistas locais assim como
internacionais.

O Nyau constituído pela UNESCO com Património oral da Humanidade, é uma dos
ingredientes par se visitar Zòbué e em partícula, para conhecer a Diocese de Zòbué. As infra-
estruturas dessa Diocese forma destruídas pela guerra de desestabilização, já agora reabilitada
e reconstruída como ilustramos na última foto que retrata uma reunião neste ano na parte
central da Diocese.
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Bibliografia
Macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/02/memórias-do-seminário-de-zobue-e-um-
pouco-sobre-davizsimango-2.html

Revista Saber-SP. Entendendo o Atractivo Turístico. São Paulo. S/d

GALLO, Fernanda. Pensando a história moçambicana: experiências de deslocamento e


representações literárias. São Paulo. 2019, disponivel em:
http://lattes.cnpq.br/4916988090591403

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