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“O experimento de aprisionamento da Universidade de Stanford” foi

realizado em 1971, por uma equipe de pesquisadores liderados por Philip


Zimbardo, da Universidade de Stanford. O experimento envolveu a atribuição,
dos voluntários que concordaram em participar, os papéis de guardas e
prisioneiros em uma prisão simulada. O estudo foi financiado pelo governo, que
queria entender as origens dos conflitos no sistema penitenciário americano.
Os participantes foram contatados através de um anúncio de jornal indicando
que receberiam 15 dólares por dia.
O experimento logo ficou fora de controle. Os prisioneiros receberam
tratamentos humilhantes parte dos guardas e, como resultado, começaram a
apresentar distúrbios emocionais.
Uma reflexão que o filme/experimento proporciona é que a natureza
humana não está totalmente sujeita ao livre arbítrio, mas que a maioria de nós
pode ser induzida a se comportar de maneira radicalmente diferente em
relação ao que acreditamos que somos.
Algumas situações que os participantes foram expostos geraram
discussões fortes acerca da posição ética dos pesquisadores. Todos os
participantes, sejam “guardas” ou “prisioneiros”, apresentam alterações
comportamentais que provocaram danos físicos e psicológicos.
Quando o estudo de Zimbardo foi realizado não havia comitê de ética
que avaliasse a viabilidade do projeto, de forma rígida como acontece hoje.
Atualmente todo estudo científico precisa ser aprovado por um Comitê de Ética
em Pesquisa, que vai avaliar se o estudo é viável e se não há prejuízo a
nenhum de seus participantes, onde tudo será levado em e caso haja intenção
de desistir, cada candidato é livre para deixar o estudo, sem prejuízos.
Outra questão se refere à maneira como Zimbardo conduziu o estudo.
Sabe-se que logo nas primeiras horas de experimento, tanto guardas quanto
prisioneiros demonstraram atitudes hostis e psicologicamente instáveis,
mostrando claramente que o estudo poderia sair do controle. Alguns dos
prisioneiros, a essa altura, apresentavam sintomas de depressão e ansiedade.
Entretanto, o professor não deu o estudo por encerrado quando se instalou o
descontrole.
Pode-se concluir que esse experimento foi um marco no estudo
psicológico das reações humanas ao cativeiro, principalmente, nas
circunstâncias reais da vida na prisão. Essa experiência passa, então, a
introduzir na psicologia novas diretrizes éticas na investigação científica.
Aliando o desejo dos pesquisadores em obter respostas com a proteção e o
cuidado daqueles que topam participar é fundamental. Tendo sempre em
mente que independentemente da ciência, ainda somos seres humanos e
precisamos ser tratados como tal.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão
Nacional de Ética em Pesquisa. Cartilha dos Direitos dos Participantes de
Pesquisa - Versão 1.0. Brasília: CONEP/CNS/MS, 2020.

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