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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE INTERDISCIPLINAR DE HUMANIDADES


CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
OFICINA DE TEXTO ACADÊMICO
DOCENTE: Marcus Vieira
DISCENTE: Marcos Vinícius Silva

RESENHA CRÍTICA

MACEDO, Renata Mourão. Direito ou privilégio? Desigualdades digitais,


pandemia e os desafios de uma escola pública. ESTUDOS HISTÓRICOS, v. 34, p.
262-280, 2021.

O artigo “Direito ou privilégio? Desigualdades digitais, pandemia e os desafios


de uma escola pública” de Renata Mourão Macedo, publicado na revista “Estudos
Históricos” em agosto de 2021 tem a intenção de trazer a discussão a cerca dos
impactos da pandemia de COVID-19 a educação no Brasil em 2020, enfatizando
questões como o acesso dos alunos do ensino básico às atividades online. Em geral, o
artigo foi publicado uma revista semestral que se dedica a expor perspectivas
multidisciplinares a cerca da História do Brasil para professores e pesquisadores da
comunidade acadêmica, mas sua diversidade de assuntos permite com que estudantes da
graduação na área de história, ciências sociais e letras, possam utilizar dos artigos ali
presentes para realizar seus trabalhos acadêmicos, de modo a contribuir com a criação
do pensamento crítico embasados nos estudos publicados.

A doutora em Ciências Sociais (Antropologia Social) pela Universidade de São


Paulo se graduou em 2008 no curso de ciências sociais, e fez mestrado em Antropologia
Social em 2008, ambos na USP. Atualmente, se dedica a ser professora assistente do
Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de
São Paulo (FCMSCSP), também é professora colaboradora na Pós Graduação da
Função Escola de Sociologia e Política (FESPSP). Na pesquisa, Renata participa do
Núcleo de Estudos sobre os Marcadores Sociais da Diferença (Numas/USP). Com sua
experiência na área de Antropologia e Sociologia Urbana, atua principalmente nos
temas: marcadores sociais da diferença, gênero, educação, saúde, estratificação social,
desigualdades sociais. Desde março de 2020 ela realiza pós-doutorado na Faculdade de
Educação da USP, integrando o projeto temático Saberes e práticas em fronteiras: por
uma história transnacional da educação.

Em seu trabalho, Renata Mourão Macedo pretende discutir alguns dos impactos
causados pela pandemia de COVID-19 à educação no Brasil, dando enfoque a questão
relacionada ao acesso que os alunos do ensino básico teriam as redes, como esse acesso
se dava antes da pandemia? Quais eram as medidas que deveriam ser adotadas neste
caso excepcional? O que dificulta o acesso dos alunos? Estes questionamentos são
respondidos pela doutora em duas partes. Primeiro foi analisada à forma com que
ocorreu a transição do ensino presencial para o ensino remoto, tendo em pauta as
desigualdades digitais, os privilégios sociais e o direito a educação. Em um segundo
momento, Renata analisa o caso da Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo, se baseando em suas experiências e os desafios que
enfrentou na transição para o ensino remoto, de modo a apontar para a insuficiência das
políticas educacionais no período extemporâneo.

A obra oferece os subsídios necessários para a formação de futuros professores,


uma vez que, com o anuncio repentino do fechamento das escolas no Brasil, houve uma
elucidação das falhas presentes no sistema educacional; falhas estas que estão presentes
há muito tempo, mas que nunca foram tão notadas.

Com sólidos conhecimentos, a doutora em Ciências Sociais traz a tona questões


de desigualdades sociais presentes na escola, e mais do que isso, usa de seu lugar como
professor e conhecedor do ambiente estudado, para disseminar ideias que preparam o
docente da licenciatura para o ambiente escolar. A obra não exige conhecimentos
prévios para ser entendida! Além de trazer um assunto muito conhecido pelos
brasileiros (desigualdade social e sucateamento da educação), trás diversos relatos da
professora, que aproximam o conteúdo do artigo à vivência dos leitores.

Não se trata de um simples artigo onde as questões atuais são discutidas, mas
sim de um amplo trabalho de pesquisa, onde é possível que a ideia principal da obra seja
discutida em qualquer ambiente educacional do país, uma vez que todos também foram
atingidos pela pandemia do COVID-19.

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