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DIREITO CONSTITUCIONAL
TRIBUTÁRIO
CONTEXTUALIZANDO
É bem possível que você – como, aliás, boa parte da população brasileira
– já tenha dito que paga muito imposto. Certamente, quando assim fala, está
subentendido que se refere a todos os tributos, como, por exemplo, taxas,
contribuições sociais etc. É bem verdade que pagamos muita coisa ao poder
público, mas você já parou para pensar se tudo que pagamos para o Estado é
tributo?
Uma situação peculiar é aquela em que alguém recebe uma multa por ter
transgredido uma norma de trânsito. Será que esse valor que é cobrado se trata
de um tributo?
Reflita sobre essa questão.
O emitente jurista José Afonso da Silva (2017, p. 37) nos ensina que o
Direito Constitucional “configura-se como direito público fundamental, por referir-
se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos
elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura
política”.
Sob a ótica de Alcantara e Veneral (2017, p.36):
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Dentro da divisão constante no ordenamento jurídico brasileiro, o Direito
Constitucional está inserido como parte do direito público interno, sendo o
responsável por examinar, por meio de análises, as normas constitucionais.
Como dito anteriormente, as normas jurídicas são hierárquicas e fazem
parte de uma ordem em que existem normas com maior e menor hierarquia – e
em que estas devem obediência àquelas.
Essa escala hierárquica de ordenamento jurídico é chamada de pirâmide
de Kelsen ou pirâmide kelseniana, em cujo ápice encontramos as normas
constitucionais, e, abaixo delas, todas as demais normas que compõem a nossa
ordem jurídica.
E por que precisamos saber sobre Direito Constitucional?
Ora, muito simples. Nossa disciplina é Direito Constitucional Tributário, o
que nos obriga a analisar e compreender as normas constitucionais pertinentes à
esfera tributária. Na Carta Magna estão as normas básicas de todo o Direito –
inclusive do Direito Tributário, que é objeto de nosso estudo –, elencadas, mais
especificamente, nos artigos 145 a 162.
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precípua, que é satisfazer as necessidades comuns da coletividade em geral,
como aquelas relacionadas a educação, transporte, saúde, segurança,
assistência social, entre tantas outras, aplicando o princípio maior da
administração pública, que é o da supremacia do interesse público.
Podemos encontrar esse princípio estampado no caput do art. 2º da Lei n.
9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Brasil, 99), que regula o processo administrativo:
“A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência” (grifo
nosso). O entendimento do princípio é reafirmado no parágrafo único: “Nos
processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: [...]
atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de
poderes ou competências, salvo autorização em lei”.
Portanto, as pessoas, sendo elas físicas ou jurídicas, têm como maior
obrigação tributária o pagamento do tributo, contribuinte individualmente, para que
o Estado possa devolvê-lo à coletividade de que elas fazem parte na forma de
serviços e/ou obras públicas de interesse comum.
TEMA 3 – TRIBUTOS
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compulsoriamente, pelos entes políticos, de quem revele capacidade
contributiva ou que se relacione direta ou indiretamente a atividade
estatal específica, com vista à obtenção de recursos para o
financiamento geral do Estado ou para o financiamento de atividades ou
fins realizados e promovidos pelo próprio Estado ou por terceiros no
interesse público, com ou sem promessa de devolução. Tais
características se evidenciam quando da leitura do Capítulo “Do Sistema
Tributário Nacional”. A outorga de competência se dá para que os entes
políticos obtenham receita através da instituição de impostos (arts. 145,
I, 153, 154, 155 e 156), taxas (arts. 145, II, e 150, V), contribuições de
melhoria (art. 145, III), empréstimos compulsórios (art. 148) e
contribuições especiais (arts. 149 e 195). Em todas as normas ali
existentes, verifica-se que estamos cuidando de obrigações em dinheiro,
tanto que há diversas referências à base de cálculo e à alíquota, bem
como à distribuição de receitas e reservas de percentuais do seu produto
para aplicação em tais ou quais áreas.
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Para corroborar o que afirmam os autores, oferecemos ainda a explicação
desse conceito segundo a ótica de Amaro (2017, p.48): “Tributo é a prestação
pecuniária não sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou
a entidades não estatais de fins de interesse público”.
Essas definições, cremos, facilitam o entendimento do conceito legal de
tributo.
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Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA).
Já o lançamento misto ou por declaração pode ser encontrado no art. 147
(Brasil, 1966), tendo como exemplos a apuração do imposto de importação
decorrente de declaração do passageiro que desembarca do exterior e o Imposto
sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
E, por fim, o lançamento por homologação ou autolançamento é
contemplado pelo art. 150 (Brasil, 1966), podendo ser explicado por meio do
Imposto sobre a Renda (IR), do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação (ITCMD) e das contribuições especiais em geral.
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Nesse caso, como regra, tem que intervir na atividade econômica e/ou financeira,
ou mesmo ajustar algumas situações de determinados setores, aumentando ou
diminuindo as alíquotas de certos tributos. Um bom exemplo disso é o aumento
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os veículos de
procedência estrangeira, com a redução do mesmo tributo incidente sobre os
veículos industrializados no Brasil.
Na visão de Carvalho (2018, p. 287),
FINALIZANDO
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Falamos sobre o conceito legal de tributo, esmiuçando cada parte dele para
que você pudesse entendê-lo com mais propriedade.
Ao final, abordamos lançamento tributário, estudando cada uma de suas
modalidades, e também as finalidades do tributo.
LEITURA OBRIGATÓRIA
Saiba mais
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REFERÊNCIAS
AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
CARVALHO, P. B. Curso de direito tributário. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
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