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Exame Nacional de 2018

Prova Escrita de Física e Química A


o
11. Ano de Escolaridade
a
Prova 715 / 1. Fase / Versões 1 e 2

GRUPO I

1.1. A massa volúmica da água na parte inferior do depósito é maior do que a massa volúmica da água
na parte superior.
[O fluido que circula no circuito fechado do coletor está a uma maior temperatura na sua parte superior.
Então, é aí que a água do depósito recebe mais energia e é mais aquecida. Em resultado disso, na parte
inferior do depósito, a água está a uma menor temperatura do que na parte superior. As porções de fluidos a
temperatura inferior são mais densas, isto é, têm maior massa volúmica.]

1.2. Versão 1 – (A); Versão 2 – (C)


[Para maximizar a temperatura do fluido no coletor, as trocas de energia devem ser máximas para a que
entra (luz incidente) e mínimas para a que sai (luz originada no interior). Assim, a cobertura de vidro deve
permitir o máximo de transmissão de luz incidente (transparente ao visível) e minimizar a transmissão da luz
emitida no interior (opaca ao infravermelho).]

2.1. Versão 1 – (B); Versão 2 – (A)


𝐸
𝑃
[ = ∆𝑡
; W m−2 = J s −1 m−2 , ou submúltiplos, ou múltiplos como kJ s −1 m−2 ]
𝐴 𝐴

2.2. A potência média da luz incidente na área do painel é


𝑃 = 5,1 × 102 W m−2 × 4,0 m2 = 2,04 × 103 W.
Nas 8,0 h incide no painel a energia 𝐸incid = 𝑃 × ∆𝑡 = 2,04 × 103 W × 8 × 3600 s = 5,88 × 107 J
A expressão 𝐸 = 𝑚 𝑐 ∆𝑇 permite calcular a energia absorvida pela água:
𝐸abs = 𝑚 𝑐 ∆𝑇 = 120 kg × 4,18 × 103 J kg−1 ℃−1 × 35 ℃ = 1,76 × 107 J.
O rendimento médio do painel é
𝐸abs 1,76×107 J
𝜂(%) = × 100% = × 100% = 30%.
𝐸incid 5,88×107 J

GRUPO II

1.1. Versão 1 – (D); Versão 2 – (C)


[Na queda vertical, o movimento é retilíneo acelerado, tendo a velocidade e a aceleração a mesma direção —
vertical — e o mesmo sentido — de cima para baixo.]

© Texto 1
1.2. Sobre a esfera atua uma força constante, a força gravítica. Se atuasse apenas esta força, o
movimento seria retilíneo com aceleração constante e o esboço do gráfico do módulo da
velocidade da esfera em função do tempo seria uma reta de declive igual ao módulo da aceleração
gravítica. Haveria conservação de energia mecânica e o trabalho da força gravítica seria igual à
variação de energia cinética.
Como o gráfico é uma curva, com declives das tangentes ao gráfico em cada instante a diminuir,
conclui-se que o módulo da aceleração diminui. Então, na situação representada, sobre a esfera
atua também uma força de sentido contrário ao da força gravítica e cujo módulo está a aumentar
— a força de resistência do ar.
No deslocamento considerado, a soma dos trabalhos realizados pela força gravítica e pela força de
resistência do ar, que atuam na esfera, é menor do que o trabalho realizado pela força gravítica,
uma vez que o trabalho realizado pela força de resistência do ar é negativo.
Como a soma dos trabalhos realizados pelas forças que atuam na esfera é igual à variação de
energia cinética da esfera, conclui-se que, nesse deslocamento, a variação de energia cinética da
esfera é menor do que o trabalho realizado pela força gravítica que nela atua.

1.3. Versão 1 – (A); Versão 2 – (B)


[A energia potencial gravítica, Epg, é diretamente proporcional à altura, h. A energia cinética, Ec, é nula na
altura máxima e, devido à força de resistência do ar, o seu aumento é menos pronunciado do que a
diminuição de energia potencial gravítica. Assim, ao nível do solo, a energia cinética será inferior à energia
potencial gravítica na posição de altura máxima.]

2.1. 10 m s–1
[Na ausência de resistência do ar, a aceleração da esfera é a aceleração gravítica cujo módulo é 10 m s−2 .
Para um movimento retilíneo acelerado, uma aceleração constante de módulo 10 m s−2 significa um
10 m s−1
aumento de velocidade de 10 m s−1 em cada segundo �10 m s−2 = �.]
1s

2.2.1. Versão 1 – (C); Versão 2 – (A)


[Tomando o solo como referência para a energia potencial gravítica, a energia inicial é a energia potencial
gravítica do sistema esfera + Terra à altura de 50 m e a energia final é a energia cinética com que a esfera
chega ao solo. Para o cálculo da fração da energia dissipada determina-se a diferença entre a energia inicial
e a energia final, e o resultado divide-se pela energia inicial:
1 1 1
𝑚𝑚ℎ𝑖 − 2 𝑚𝑣 2 𝑔ℎ𝑖 − 2 𝑣 2 ×262
= = 1−2 = 0,32.]
𝑚𝑚ℎ𝑖 𝑔ℎ𝑖 10×50

2.2.2. A resultante das forças sobre a esfera é 𝐹g − 𝐹ar = 6,0 𝑚, em que Fg representa a intensidade da
força gravítica, Far representa a intensidade da força de resistência do ar e m representa a massa
da esfera.
Então, 𝐹ar = −6,0 𝑚 + 𝐹g = −6,0 𝑚 + 10 𝑚 = 4 𝑚.
𝐹ar 4𝑚
O valor de 𝑥 é dado por 𝐹g
× 100 = × 100 = 40.
10 𝑚

© Texto 2
GRUPO III

1.1. Versão 1 – (A); Versão 2 – (D)


[Numa onda sonora no ar, as camadas de ar mantêm-se na mesma região do espaço (não há transporte de
matéria), mas propaga-se energia e ocorrem compressões e descompressões de camadas de ar. Existe uma
descompressão onde, um período e meio antes, havia uma compressão.]

1.2. A Figura mostra que o sinal se repete de 3 em 3 divisões. Ou seja, o período do sinal é
0,5 ms
𝑇 = 3 divisão × = 1,5 ms = 1,5 × 10−3 s.
divisão
𝑑 20,0 m
Sendo a velocidade do som 𝑣 = ∆𝑡 = 5,78×10−2 s = 346,0 m s −1, o comprimento de onda é

𝜆 = 𝑣 × 𝑇 = 346,0 m s−1 × 1,5 × 10−3 s = 0,52 m .

2.1. Versão 1 – (C); Versão 2 – (B)


[Quando a luz muda de meio ocorrem alterações de velocidade e, consequentemente, do comprimento de
onda, mantendo-se a período e a frequência.]

2.2. Versão 1 – (D); Versão 2 – (A)


[Medindo a amplitude dos ângulos a partir da normal ao plano de separação dos dois meios, pela Lei de Snell-
-Descartes, 𝑛1 sin 𝛼1 = 𝑛2 sin 𝛼2 ⟺ 1,51 sin 30° = 1 sin 𝛼2 ⟹ 𝛼2 = 49°. O ângulo complementar, entre o
raio refratado e a superfície de separação dos dois meios, é 90° − 49° = 41°.]

GRUPO IV

1. 0,001 g
[A incerteza de leitura do instrumento digital é a unidade do último dígito de leitura.]

2. A densidade relativa, 𝑑, do metal constituinte da amostra determina-se pelo quociente entre a


massa da amostra do metal (𝑚A ) e uma massa de água (𝑚água) de volume igual ao volume daquela
𝑚
amostra, 𝑑 = 𝑚 A .
água

A massa 𝑚B é igual à soma das massas da amostra de metal, do picnómetro e da água com volume
igual à capacidade do picnómetro, 𝑚B = 𝑚A + 𝑚pic + 𝑚água,pic.
A massa 𝑚C é igual à soma das massas da amostra de metal, do picnómetro e da água com volume igual
à diferença entre a capacidade do picnómetro e o volume da amostra de metal (em C existe menos água
do que em B e a diferença de volumes de água resulta do volume ocupado pela amostra de metal):
𝑚C = 𝑚B − 𝑚água , em que 𝑚água é a massa de água de volume igual ao volume da amostra do metal
(ou a massa de água deslocada). Assim, a massa de água de volume igual ao volume da amostra do
metal é igual à diferença (𝑚B − 𝑚C ).
𝑚A 𝑚A
Conclui-se que 𝑑 = 𝑚 =𝑚 .
água B −𝑚C

3. Versão 1 – (C); Versão 2 – (D)


[O erro percentual calcula-se pela multiplicação por 100% do quociente entre a diferença do valor obtido e o
valor obtido − valor tabelado 12,4 − 11,3
valor tabelado pelo valor tabelado: erro percentual = × 100% = × 100% ]
valor tabelado 11,3

© Texto 3
GRUPO V

1.1. Versão 1 – (B); Versão 2 – (A)


[No gráfico observa-se, no segundo estado de equilíbrio, um aumento de todas as concentrações das três
espécies. Esta situação apenas ocorre quando se introduz uma certa quantidade da espécie que aparece
isolada num dos membros da equação química, neste caso o trióxido de enxofre, SO3. Também se regista que
a espécie indicada a vermelho (1) sofre um aumento brusco da concentração do instante t1.]

1.2. Versão 1 – (D); Versão 2 – (C)


[Regista-se que as concentrações das espécies (2), verde, e (3), azul, aumentam. De acordo com a equação
química, estas espécies aparecem no membro esquerdo, reagentes. Assim, a reação favorecida é a reação
inversa.
As concentrações das espécies (3) e (2) aumentam aproximadamente duas unidades e uma unidade,
respetivamente. Assim, as variações das concentrações das espécies (3) e (2) estão na relação de 2 para 1.
A esta relação correspondem os coeficientes estequiométricos da equação química.
Conclui-se que (2) corresponde a O2 e (3) ao SO2.]

160,15 g
2.1. Quantidade inicial de SO2 (g), a introduzida no recipiente: 𝑛SO2 = 64,06 g mol−1 = 2,5 mol

Quantidade de SO3 (g) no equilíbrio: 𝑛SO3 = 𝑐 × 𝑉 = 0,909 mol dm−3 × 2,00 dm3 = 1,818 mol
Estabelecendo um quadro para o SO2 (g) e para o SO3 (g), de acordo com a equação química e as
proporções estequiométricas (note-se que estas espécies têm igual coeficiente estequiométrico, 2),
tem-se:

2 SO2 (g) + O2 (g) ⇌ 2 SO3 (g)


Massa 160,15 g … 0
Quantidade inicial 2,5 mol … 0
Variação de quantidade −1,818 mol … +1,818 mol
Quantidade no equilíbrio (2,5 − 1,818) mol = 0,682 mol … 1,818 mol

Dos iniciais 2,5 mol de SO2 (g) não se converteu 0,682 mol.
0,682 mol
A percentagem de SO2 (g) que não se converteu em SO3 (g) é 2,5 mol
× 100% = 27,3%.

2.2. Versão 1 – (D); Versão 2 – (A)


[A reação tem variação de entalpia negativa, o que significa ser essa uma reação exotérmica, no sentido
direto. A soma dos coeficientes estequiométricos dos reagentes é 3 e dos produtos é 2. Logo, quando a
reação progride no sentido direto, há uma diminuição do número de moléculas.
De acordo com o Princípio de Le Châtelier, uma reação exotérmica é favorecida pela diminuição de
temperatura e a diminuição do número de moléculas pela diminuição do volume.]

3. Versão 1 – (B); Versão 2 – (D)


[Nas mesmas condições de temperatura e pressão, o mesmo número de moléculas ocupa o mesmo volume.
Então, para um volume de 10 cm3 = 10 × 10−3 dm3 , nas condições PTN, a quantidade de matéria é
𝑉 10×10−3 dm3
𝑛= = = 4,46 × 10−4 mol.
𝑉m 22,4 dm3 mol−1

E o número de moléculas é 𝑁 = 𝑛 × 𝑁𝐴 = 4,46 × 10−4 mol × 6,02 × 1023 mol−1 = 2,69 × 1020 → 2,7 × 1020 .]

© Texto 4
GRUPO VI

1. Versão 1 – (B); Versão 2 – (C)


[O pH de uma solução ácida é tanto menor quanto maior for a extensão de ionização do ácido, para uma dada
concentração, e quanto maior for a concentração inicial do ácido, para uma dada extensão de ionização. Como um
ácido mais forte, o HCℓ, se ioniza em maior extensão do que um ácido fraco, o CH3 COOH, para que duas soluções
destes ácidos tenham igual pH, a concentração do ácido mais forte, o ácido clorídrico, terá de ser inferior.]

2. Versão 1 – (C); Versão 2 – (B)


[Como a quantidade de matéria, n, é dada pelo produto da concentração, 𝑐, pelo volume, 𝑉, (𝑛 = 𝑐 × 𝑉), para
iguais volumes, das soluções I e II, tem-se 𝑛I = 2 𝑛II , dado que a concentração da solução I é dupla da
concentração da solução II.
A titulação ocorre de acordo com a equação química: HCℓ (aq) + NaOH (aq) ⟶ NaCℓ (aq) + H2 O (l). Donde se
conclui que, no ponto de equivalência, a quantidade de ácido, HCℓ, é igual à quantidade de base, NaOH.
Assim, a quantidade de base necessária para titular a solução I é, também, dupla da quantidade de base
necessária para titular a solução II, pelo que se tem 𝑐B 𝑉BI = 2 × (4𝑐B 𝑉BII ), logo, 𝑉BI = 8𝑉BII .]

1,3 mol 1,3 mol


3.1. 1 dm3
=
10×100 cm3

A massa molar do ácido acético é:


𝑀(CH3 COOH) = (4 × 1,01 + 2 × 12,01 + 2 × 16,00) g mol−1 = 60,06 g mol−1.
A massa de ácido de 1,3 mol é 𝑚 = 𝑛 × 𝑀 = 1,3 mol × 60,06 g mol−1 = 78,08 g.
1,3 mol 78,08 g 7,808 g 7,8 g
Então, 10×100 cm3 ⟹ 10×100 cm3 = 100 cm3 ⟹ 100 cm3 , donde se conclui que em cada 100 cm3 há
7,8 g de ácido.
Ou seja, é de 7,8° o grau de acidez do vinagre comercial.

3.2. Versão 1 – (A); Versão 2 – (B)


[A percentagem em massa resulta do quociente entre as massas do ácido e da solução. Conhecida a massa do
ácido e o volume da solução, para calcular a massa da solução é necessário conhecer a sua massa volúmica.]

4. Versão 1 – (A); Versão 2 – (D)


[Como cada traço representa 2 eletrões ligantes, os 8 traços representados correspondem a 16 eletrões
ligantes.]

1,43 g de sal
5. Como a 40 °C, a solubilidade é de 100 g de água
, a adição de 12 g de sal a 1,0 kg de água resulta em
12 g 12 g 1,2 g
1,0 kg
=
10×100 g
=
100 g
, que é inferior à solubilidade àquela temperatura. Portanto, todo o sal foi
dissolvido.
Evaporando metade do solvente, ficarão apenas 500 g de água.
1,05 g de sal
A 20 °C, a solubilidade é de . Significa que em 500 g de água poderá dissolver-se a massa
100 g de água
1,05 g de sal
de 100 g de água
× 500 g de água = 5,25 g de sal.

Havendo inicialmente 12 g dissolvidos e ficando apenas 5,25 g dissolvidos, após a evaporação do


solvente e abaixamento de temperatura, a massa de sal que terá precipitado é
(12 − 5,25) g de sal = 6,75 g de sal → 6,8 g de sal.

FIM

© Texto 5

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