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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE DIREITO

DEPARTAMENTO DE DIREITO PRIVADO

LARISSA BARRETO BRITO BASTOS

TURNO: DIURNO

MATRÍCULA: 478854

E-MAIL: larissabritobastos@gmail.com

CELULAR: 85 996231423

ARTIGO: A FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA E SUA EFETIVAÇÃO NA LEI


FALIMENTAR

PROFESSOR: LUIZ EDUARDO DOS SANTOS

FORTALEZA

2021
2

LARISSA BARRETO BRITO BASTOS

A FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA E SUA EFETIVAÇÃO NA LEI


FALIMENTAR

Artigo apresentado à Disciplina de


Recuperações e Falências da Universidade
Federal do Ceará como parte dos requisitos
para aprovação na cadeira.

Professor: Luiz Eduardo Henrique dos Santos.

FORTALEZA
2021
3

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................06

2 PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA FUNÇÃO SOCIAL................................07

2.1 A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE.................................................. 10

2.2 A FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA........................................................... 10

2.2.1 BREVE DIGRESSÃO ACERCA DA EMPRESA NA


CONTEMPORANEIDADE................................................................................ 10

2.2.2 EM ÊNFASE: A SUA FUNÇÃO SOCIAL..................................................12

3 A FUNÇÃO SOCIAL COMO PREMISSA PARA A RECUPERAÇÃO


JUDICIAL..........................................................................................................16

3.1 ANÁLISE PRELIMINAR DO INSTITUTO DA RECUPERAÇÃO


JUDICIAL..........................................................................................................16

3.2 PREMISSAS E OBJETIVOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL À LUZ DA LEI


11.101/2005.......................................................................................................18

4 CONCLUSÃO.................................................................................................19

REFERÊNCIAS.................................................................................................20
4

A FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA E SUA EFETIVAÇÃO NA LEI


FALIMENTAR

RESUMO

O presente trabalho busca analisar o papel desenvolvimento da instituição


empresa no decorrer das transformações históricas e legislativas perpetuadas
pelo Estado, procurando evidenciar sua atuação antes exclusivamente
econômica para depois exercer um papel em concordância com anseios sociais,
devido a sua maior influência na coletividade. Deve-se expor, ademais, a
publicização das normas de direito privado pelo Estado, a sua maior intervenção
em áreas não abrangidas anteriormente, com a inclusão de prescrições e limites
voltados ao particular buscando integrá-lo à sociedade. Preliminarmente,
analisa-se o princípio da função social da propriedade, sua aplicação na prática
e sua relação com o princípio da função social da empresa. Este, apesar de não
contido de forma expressa na Constituição Federal, guarda inegável importância
na contemporaneidade com a atuação empresarial. Observa-se o instituto da
Recuperação Judicial, engendrado por meio da Lei de Recuperações e
Falências de 2005, que teve por escopo atender de forma mais eficaz a anseios
sociais. Sobre o instituto, expõe-se seus objetivos e premissas frente as
realidades das empresas e ao contexto socioeconômico destas.
Palavras-chave: empresa. Função Social. Preservação. Crise econômico-
financeira.
5

THE COMPANY'S SOCIAL FUNCTION AND ITS EFFECTIVENESS IN THE


BANKRUPTCY LAW

ABSTRACT

The present work seeks to analyze the development role of the company
institution during the historical and legislative transformations perpetuated by the
State, seeking to highlight its role before exclusively economic and then playing
a role in accordance with social concerns, due to its greater influence on the
community. The publicization of the rules of private law by the State should also
be exposed, its greater intervention in areas not previously covered, with the
inclusion of prescriptions and limits aimed at the individual, seeking to integrate
it into society. Preliminarily, the principle of the social function of property is
analyzed, its application in practice and its relationship with the principle of the
social function of the company. This, although not expressly contained in the
Federal Constitution, has undeniable importance in the contemporaneity of
business performance. Note the Judicial Reorganization institute, engendered by
the Reorganizations and Bankruptcy Law of 2005, which aimed to more
effectively meet social concerns. About the institute, its objectives and premises
are exposed in light of the realities of the companies and their socioeconomic
context.

Keywords: company. Social role. Preservation. Economic and financial crisis.


6

1 INTRODUÇÃO

Após e em meio a um processo histórico-legislativo de


constitucionalização das regras de direito privado, trazendo à tona a
aplicação de princípios constitucionais no direito civil e fazendo apontar um novo
paradigma para as relações privadas, desenvolveu-se ainda mais o princípio da
função social da propriedade e, por conseguinte, o princípio da função social da
empresa.

Com o advento da Lei 11.101/05, tal processo continuou sendo


engendrado, por meio, em ênfase, do instituto da Recuperação Judicial, que
levou em consideração a influência que a empresa exerce no contexto
econômico-social no qual está inserida. Desta feita, a Lei de Recuperações e
Falências (LRF) proporcionou a reestruturação e a preservação da empresa,
com fito de manter sua função produtiva, estimulando as atividades econômicas
e promovendo a sua função social, com expressa menção no artigo 47, e com
sua devida aplicação nas relações consagradas pela referida lei.

Para PACHECO (apud BALDIN, 2006, P. 05), o objetivo precípuo da Lei


de Recuperações e Falências foi:

Atender os anseios e tendências manifestas na segunda metade


do século XX e princípio deste século XXI, no sentido de salvaguardar a
empresa, que tem uma função social e, por isso, deve subsistir às crises
em benefício dos que nela trabalham, da comunidade em que atua, dos
mercados de fatores de produção e consumo do local, da Região, do
Estado e do País.

Assim, foi, entre outros institutos, por meio da Recuperação Judicial que
a LRF se possibilitou cumprir seu escopo, fazendo com que a empresa
exercesse, de fato, sua função em meio à sociedade. Sabendo que o fechamento
de um negócio ainda viável poderia acarretar mais danos à coletividade do que
sua devida reestruturação, estabeleceu o legislador o referido instituto, destinado
a evitar a falência de uma empresa ainda viável por meio de sua reorganização
econômico-financeira, com adequado intermédio do Poder Judiciário.

Assim, mostra-se oportuno o exame desse instituto criado pela LRF como
uma busca de efetivação da função social da empresa quando esta se encontra
7

em crise, mas ainda é recuperável. Para isso, faz-se necessária a análise


constitucional do princípio da função social e seu desenvolvimento, adentrando
preliminarmente no quesito da “propriedade”, e posteriormente da “empresa”,
assim como é importante o estudo da visão do instituto da Recuperação Judicial
presente na Lei falimentar, com vistas a esclarecer como e por que estes
(princípio e instituto) estão interligados.

Ademais, busca-se analisar o papel da empresa na sociedade atual, sua


evolução histórica e seu desenvolvimento na legislação pátria, a fim de que se
possa entender o gradativo alcance dos direitos sociais nas questões
econômico-financeiras.

2 PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA FUNÇÃO SOCIAL

2.1 A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

Antes de tratar sobre o princípio da função social da empresa, é salutar


abordar a questão do princípio da função social da propriedade, visto que o
primeiro se encontra enraizado e é fruto do segundo. Questões como sua
relevância no contexto econômico-social atual, seu funcionamento e seu objetivo
se mostram essenciais para que o princípio-decorrente seja melhor
compreendido.

Inicialmente, cumpre destacar que o direito posto é resultante dos valores


sociais e históricos de uma sociedade, evoluindo de acordo com ela. Tais direitos
são chamados por Norberto Bobbio de “direitos históricos”, justamente porque,
por mais fundamentais que sejam, serão sempre produto das circunstâncias
sociais e econômicas de determinado período histórico de uma coletividade,
“caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes,
e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas”
(BOBBIO, 1995, p. 95).

Desse modo, com a Carta Magna de 1988, Constituição que tornou em


evidência de forma ainda mais acentuada os direitos sociais (tanto é que se
tornou conhecida como Constituição garantista), restou-se cada vez mais
evidente a necessidade da funcionalização da propriedade.
8

Com efeito, conforme Almeida (2003), houve um repensar e um


aprofundamento na concepção dos pilares do Direito Privado, trazendo um
chamado Direito Civil-Constitucional, com a publicização de temas como a
família, o contrato e, em evidência, a propriedade e a empresa. Tais pilares foram
alterados substancialmente, interpretando-os agora de forma a atender a uma
nova ordem constitucional. Assim, o direito ao bem não existe mais apenas em
função do proprietário unicamente, mas também de um contexto social (Sgrott,
2006).

Ademais, com essa constitucionalização e evolução das gerações dos


direitos, o conceito de propriedade evoluiu de modo a se enquadrar na dinâmica
econômico-social contemporânea. Assim explica CASTRO (p. 58):

A propriedade não permaneceu estática; dinamizou-se para


adequar aos novos direitos emergentes e, assim, manter a coerência dos
ordenamentos jurídicos. Os direitos tradicionais passam a ser
estendidos à luz dos novos direitos. Neste processo, o direito de
propriedade passa de individualista e ilimitado (primeira geração) à
Propriedade vinculada a uma função social (segunda geração) e, por fim,
incorpora os valores ambientais (terceira geração). [...]. Tendo em vista
que os direitos preexistentes adquirem novas dimensões a partir do
surgimento de novos direitos, o direito individual de propriedade, num
contexto em que se reconhecem os direitos fundamentais, só pode ser
exercido se observada a sua função social.

Desta feita, se o proprietário não se utiliza do bem da maneira como


preceitua o ordenamento, a relação entre a propriedade e sua função se torna
desequilibrada – há a proteção à sua propriedade, por parte do Estado (artigo
5º, inciso XXII CRFB/88), porém esta não realiza sua função para com a
sociedade (artigo 5º, inciso XXIII CRFB/88) –, devendo prevalecer, nesse caso,
o interesse social, também sendo incabível sua proteção jurídica, visto que a
propriedade que não cumpre o disposto no ordenamento não existe para o direito
(Fensterseifer, 2007).

Nesse sentido, afirma FENSTERSEIFER (2007, p. 17):

Quando verificada a incompatibilidade da utilização da propriedade


individual frente ao interesse social, o segundo deve prevalecer. Esta é
9

a essência do princípio e do direito fundamental da função social da


propriedade. [grifei].

Assim, por sua importância na conjuntura em que está inserida, a


propriedade e a sua função estabelecem uma ligação do proprietário com a
sociedade. Desta feita, impõe-se a necessidade de uma congruência na relação
jurídica-social entre Propriedade e Estado, para aquela possa,
concomitantemente, atuar como o direito individual fundamental que é, mas
também como um objeto de interesse público que deve ser utilizado de acordo
com objetivos sociais (Castro, 63).

Desse modo, consagrada como direito fundamental na Constituição, a


função social da propriedade busca evitar que aquele bem seja subutilizado ou
mal utilizado, o que acarretaria desordem social e econômica na estrutura de
uma coletividade.

Sobre o assunto, destaca VENOSA (2001, p. 141):

O direito de propriedade não pode ser analisado


individualmente, fora do seu contexto social. O bem não utilizado ou mal
utilizado é constante motivo de inquietação social. A má utilização da
terra e do espaço urbano gera violência.

Com efeito, LOYOLA (2007, p. 07), citando José Afonso da SILVA, afirma
que “a função social da propriedade não constitui uma limitação ao direito de
propriedade, mas é inerente ao seu conceito, pois está relacionado ao exercício
do direito de propriedade”. Desse modo, a sua função social não é apenas um
elemento externo pertencente à propriedade, mas interno, inerente àquela,
sendo seu pré-requisito existencial (Fensterseifer, 2007).

A função social da propriedade foi consagrada como um princípio


norteador constitucional presente em seu artigo 5º, inciso XXII, além de expresso
nos artigos 170, III e 182, §2º, ambos da CRFB/88. Tais inscrições reverberam
o caráter de superioridade absoluta dos interesses da comunidade em geral
sobre o individual (Fachin, 1988), que penaliza o particular que não cumpre o
imposto pela Carta Magna, além de instituir o princípio como elemento intrínseco
do próprio direito à propriedade.
10

2.2 A FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA

2.2.1 BREVE DIGRESSÃO ACERCA DA EMPRESA NA

CONTEMPORANEIDADE

No contexto de uma sociedade liberal, o Estado oferecia a segurança de


sua não-intervenção no domínio econômico e privado, assegurando a igualdade
formal dos indivíduos. Tal modelo estatal, assevera Nunes (2010), baseava-se
na legalidade e na liberdade, sendo desse modo os indivíduos livres da “mão
pesada do Estado” em sua vida privada. Nesse ambiente, a realidade social era
marcada pela desigualdade socioeconômica.

Nessa conjuntura, a empresa surgiu preponderantemente (senão,


exclusivamente) pela procura desenfreada pelo lucro na produção e circulação
de riquezas, o que não era limitado pelo Estado, haja vista sua posição não-
intervencionista/liberal. Desse modo, inserida em um modelo de exploração
capitalista (Almeida, 2003), a empresa não se desenvolvia para além da esfera
econômica, não adentrando a realidade social.

A evolução do sistema jurídico incute como consequência o


desenvolvimento da concepção e funcionalização do instituto da empresa. Com
a constitucionalização dos direitos e o surgimento e o andamento do Estado
Social, a empresa foi além de uma atividade eminentemente econômica,
passando a se inserir em seu contexto macrossocial (Madureira, 2011).
Entretanto, tal afirmação não significa dizer que a empresa alterou seu objetivo
precípuo, isto é, o lucro; mas sim que esta agora se encontra limitada e voltada
pela e para coletividade.

Com efeito, anteriormente, o exercício da atividade empresarial era


voltado exclusivamente para o acúmulo de riquezas, admitindo-se quaisquer
meios para se atingir esse fim. Almeida (2003) traz o exemplo da questão
ambiental no que tange a essa mudança de paradigma nas ações da empresa:
antes, os custos da atividade eram divididos com a sociedade, visto que o ônus
da destruição do meio ambiente atingia a todos, ao passo que o lucro obtido pela
produção e/ou circulação dos bens era acumulado exclusivamente pelo
empresário.
11

Com a evolução da atuação estatal com vistas a estipular os direitos


sociais e, assim, a limitar os meios pelos quais a empresa pode alcançar sua
finalidade precípua, há, atualmente, não só a imposição da preservação
ambiental, como também o incentivo a práticas de sustentabilidade amplas. O
que não significa que a empresa deixe de obter lucro, mas sim que estes não
são voltados unicamente ao empresário.

Diante desse cenário, a empresa vem, historicamente, cada vez mais


relevante na sociedade contemporânea. Sua atuação, portanto, é o produto de
um dinamismo social e do poder de transformação, criando agentes
interdependentes de sua atividade e, assim, tornando-se imprescindível para o
contexto no qual ela se insere, conforme esclarece Castro (2008, p. 80):

[...] o papel da empresa manifesta-se na criação de uma rede de


interação e interdependência entre agentes econômicos assalariados e
não assalariados que gravitam em torno dos empreendimentos
empresariais; na grande parcela de bens e serviços produzidos por eles
e consumidos pela população; sem contar é claro, nas receitas fiscais
advindas do exercício dessa atividade empresarial

Desse modo, Comparato (1995) assevera que instituições anteriormente


em nada relacionadas à esfera empresarial, como profissionais liberais, clubes
desportivos e hospitais, hoje se encontram englobadas nessa área de atuação
por meio de valores basilares da área (como a eficiência técnica, a inovação e a
economicidade dos meios).

Portanto, dado o contexto histórico-evolutivo da empresa e como ela


atualmente atua, faz-se necessária a análise de sua função social no direito
posto e o que tal princípio significa na prática, com vistas a, posteriormente,
esclarecer sobre a sua efetivação por meio dos institutos da lei falencial.

2.2.2 EM ÊNFASE: A SUA FUNÇÃO SOCIAL

Pode-se perceber que a Constituição trata de forma expressa do princípio


da função social da propriedade, mas não do princípio da função social da
empresa. Entretanto, a doutrina majoritária entende que este decorre
logicamente daquele, visto que, como observa Miranda (1987), o termo
12

“propriedade” é amplo, podendo, sim, ser estendido à empresa. Tal princípio é,


assim, enraizado no princípio da função social da propriedade.

Sobre o tema, afirma PALERMO (2003):

Segundo o consenso geral da melhor doutrina, incluem-se na


proteção constitucional da propriedade bens patrimoniais sobre os quais
o titular não exerce nenhum direito real, no preciso sentido técnico do
termo, como as pensões devidas pelo Estado, ou as contas bancárias
de depósito. Em conseqüência, também o poder de controle empresarial,
o qual não pode ser qualificado como um ius in re, há de ser incluído na
abrangência do conceito constitucional de propriedade. Se assim é,
parece irrecusável que também ao poder de controle empresarial se
aplique a norma que impõe respeito à função social da propriedade.

Ademais, o princípio em questão é reforçado pela legislação


infraconstitucional, primeiramente na Lei 6.404/76 (que dispõe sobre as
Sociedades Anônimas), que tratou há mais tempo expressamente do termo (o
que se faz presumir que o princípio já era de conhecimento da esfera doutrinária
e empresarial desde antes mesmo da CRFB/88) em seus artigos 116, parágrafo
único, e 154:

Art. 116. [...] Parágrafo único. O acionista controlador deve usar


o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir
sua função social, e tem deveres e responsabilidades para com os
demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a
comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente
respeitar e atender. [grifei].

Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e


o estatuto lhe conferem para lograr os fins e no interesse da companhia,
satisfeitas as exigências do bem público e da função social da
empresa. [grifei].

Posteriormente, o tema foi também foi tratado no Código Civil, no Código


de Defesa do Consumidor e na própria Lei 11.101/05 – seja expressamente, seja
por analogia.
13

Ademais, apesar de a Carta Maior instituir sanções e paradigmas


relacionados apenas à função social da propriedade, ela impõe à empresa o
dever de atender tal princípio de uma forma geral, no artigo 170, inciso III.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do


trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:

[...]

III - função social da propriedade;

[...]

Assim, resta por decorrência lógica que “a Empresa deve realizar suas
atividades voltadas à Função Social, que, como ente responsável pelo
desenvolvimento econômico do Brasil, possui ainda maiores responsabilidades”
(SGROTT, 2006, p. 117). Não é porque o termo “empresa” não está inserido no
princípio da função social constitucionalmente que aquela não deve atender à
coletividade, haja vista que a interpretação que se deve realizar das normas da
Constituição é teleológica, observando os fins pelos quais o legislador objetivou
ao editar as normas.

Desta feita, partindo de tal premissa, é certo que o empresário deverá


conciliar os princípios constitucionais norteadores da atividade econômica,
conjugando o princípio da liberdade econômica ao mesmo tempo em que
respeita o da função social (Loyola, 2007).

Sobre o assunto, SILVA (2005, p. 794) ratifica:

A iniciativa econômica privada é amplamente condicionada no


sistema da constituição econômica brasileira. Se ela se implementa na
atuação empresarial, e essa se subordina ao princípio da função social,
para realizar ao mesmo tempo o desenvolvimento nacional, assegurada
a existência digna de todos, conforme ditames da justiça social, bem se
vê que a liberdade de iniciativa só se legitima quando voltada à efetiva
consecução desses fundamentos, fins e valores da ordem econômica.
Essas considerações são ainda importantes para a compreensão do
princípio da necessidade que informa a participação do Estado brasileiro
14

na economia (Art. 173), pois a preferência da empresa privada cede


sempre à atuação do poder público.

O princípio se estabelece para que a empresa não seja um fim em si


mesma, ou um fim unicamente em prol do empresário, mas que esta atue em
um papel de agente social, atuando em congruência aos direitos fundamentais
daqueles a ela interligados (Melo, 2012). Não há, assim, como se falar na
concretização desses direitos fundamentais sem mencionar a atuação
empresária, visto que ela exerce influência inegável no contexto macrossocial
atual.

Sobre o assunto, COMPARATO (1995, p. 195) aprofunda:

Se se quiser indicar uma instituição social que, pela sua


influência, dinamismo e poder de transformação, sirva de elemento
explicativo e definidor da civilização contemporânea, a escolha é
indubitável: essa instituição é a empresa. É dela que depende,
diretamente, a subsistência da maior parte da população ativa deste
país, pela organização do trabalho assalariado. A massa salarial já
equivale, no Brasil, a 60% da renda nacional. É das empresas que
provém a grande maioria dos bens e serviços consumidos pelo povo, e
é delas que o Estado retira a parcela maior de suas receitas fiscais. É
em torno da empresa, ademais, que gravitam vários agentes
econômicos não-assalariados, como os investidores de capital, os
fornecedores, os prestadores de serviços.

Dessa forma, a ampliação do princípio da função social à esfera


empresarial impõe o dever de a empresa respeitar e atuar em consonância com
as normas constitucionais. Assim, apesar de visar ao lucro (visto que a
obediência ao princípio da função social não o exclui, continuando este a ser o
objetivo básico da atividade do empresário) a empresa deve atuar não apenas
em prol dos benefícios ao titular da atividade, mas também no contexto de toda
uma coletividade (Duarte, 2020), assim como no caso da propriedade.

Em congruência com tais normas constitucionais, está cada vez mais


profunda a preocupação da sociedade com esferas além do preço e da qualidade
do produto. Atualmente, fala-se, por exemplo, no chamado “consumismo
consciente”, no qual o comprador fiscaliza se a empresa se utiliza trabalho
escravo, infantil ou de qualquer modo exploratório na produção de suas
15

mercancias, como também observam, por exemplo, se aquelas realizam testes


em animais na fabricação de seus produtos. Isso se tratando da produção de
bens, porém também há cada vez mais a conscientização no âmbito da
prestação de serviços, podendo se aplicar também a observância da exploração
de mão-de-obra, as condições e regimes de trabalho.

Ademais, atualmente, o princípio da função social da empresa se interlaça


com o da sua função ambiental, como um direito humano de terceira geração,
especialmente porque o efeito de sua atividade sobre o meio ambiente (desde a
Revolução Industrial) acontece em macro escala e afeta significativamente
variada gama de sociedades ao redor do globo.

Sobre o tema, PALERMO (2003) acrescenta:

Segundo os autores, a empresa vale cada vez mais pela imagem


de sua marca e os consumidores demonstram analisarem, no ato da
compra, além do preço e da qualidade, o jeito como as empresas tratam
o ambiente, cuidam de seus funcionários ou valorizam a comunidade.
Nesse sentido, para a empresa moderna é contraproducente
associar-se ao trabalho infantil, desrespeito às minorias, poluição
de ambiente, etc. O acesso às informações, seja pelos meios de
telecomunicações tradicionais: rádio, TVs, jornal, aliados à moderna
Internet e o poder das ONG’s determinou o aumento de fiscalização, em
qualquer parte do mundo, sobre o que fazem as empresas no seu interior
ou fora dele. Na mesma obra são citados casos de empresas que
obtiveram sucesso ao envolver-se com a sociedade, cuidando do
ambiente ou valorizando os empregados. [grifei].

Portanto, é evidente que se encontra cada vez mais lucrativo para a


empresa respeitar sua função social – contribuindo para a sociedade na qual ela
está inserida, não explorando aqueles que dela dependem ou mesmo são, direta
ou indiretamente, interligados.

Outro ponto o qual se deve frisar é que ao princípio se implica que,


enquanto viável, a empresa deve se perpetuar, visto que seu encerramento
afetaria mais negativamente o contexto na qual ela está inserida. Assim, “a
função social da empresa dará maior ênfase à sua própria sobrevivência,
resultando no princípio da preservação da empresa” (LOYOLA, 2007, p. 12).
16

Ademais, destaca PESSOA (2004):

Na verdade, a função social da empresa dará maior ênfase à sua


própria sobrevivência, mas não se esquecerá do lucro, porque uma
posição não exclui a outra. O lucro é importante, mas a sobrevivência do
social da empresa é mais importante.

Diante disso, faz-se salutar o estudo do instituto da Recuperação Judicial


instituído pela Lei de Recuperações e Falências, que permite que, com sua
continuidade, a empresa permaneça cumprindo sua função social enquanto
viável for.

3 A FUNÇÃO SOCIAL COMO PREMISSA PARA A RECUPERAÇÃO

JUDICIAL

3.1 ANÁLISE PRELIMINAR DO INSTITUTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

O instituto da Recuperação Judicial foi instituído na legislação pátria por


meio da Lei de Recuperações e Falências, mas mecanismos com objetivos
semelhantes – porém não iguais – já existiam nacional (por meio da concordata,
na Lei 7.661/65) e internacionalmente. Sobre a criação de um instrumento que
possibilitasse a reestruturação da empresa, COMPARATO (1995, p. 15) explica:

Foi somente na França que o legislador percebeu o fato óbvio


de que a insolvabilidade de uma empresa de interesse social pode afetar
não apenas a massa dos credores, mas também e sobretudo o equilíbrio
econômico e social da região, mesmo do país. A Ordenação Francesa
nº 67.820 de 23-9-1967 instituiu um processo extraordinário de
reerguimento econômico e financeiro para as empresas insolváveis 'cujo
desaparecimento poderia causar grave perturbação à economia
nacional ou regional e ser evitado em condições compatíveis como
interesse dos credores.

Porém, diferentemente da concordata, o instituto da Recuperação Judicial


se pauta em última análise (e concomitantemente a outros), no princípio da
preservação da empresa: o objetivo não é apenas a realização da execução
concursal (como no modelo criado pelo Lei 7.661/65), mas prioriza-se também a
continuidade e a reorganização econômico-financeira da atividade. Sobre o
assunto, analisa PAIVA (2016, p. 16):
17

Por tal motivo, Franco (2015) aduz que o princípio da


preservação da empresa apresenta intrínseca relação com a máxima da
função social, em virtude da convergência de ambos para a análise da
empresa como um fenômeno polifatorial, isto é, capaz de influenciar os
mais diversos elementos econômicos e sociais (meio ambiente, relações
consumeristas etc). Não por acaso, os dois princípios norteadores da
recuperação empresarial foram contemplados juntamente no artigo 47
da Lei n. 11.101/2005.

Ademais, destaca MELO (2012):

Nota-se que a Nova Lei de Falência e de Recuperação de Empresas,


traz em si uma realidade social, necessária para evitar que dificuldades
financeiras afastem do mercado produtivo empresas que viabilizem
possibilidade de superar essa crise, num determinado período de tempo.
O eventual desaparecimento de qualquer empreendimento econômico
causa inúmeros transtornos para a sociedade, trazendo como
conseqüências inevitáveis, dependendo do raio de sua atuação, o
fechamento de postos de trabalho, o desaquecimento da economia, a
redução das exportações, a queda dos níveis de concorrência e dos
recolhimentos de tributos.

Com efeito, Paiva (2016), citando Teixeira (2012), traz o conceito do duplo
paradigma criado pela Lei 11.101/05 com o instituto da Recuperação Judicial:
priorizam-se estratégias de restituição e de continuidade das empresas que se
mostram viáveis (ainda que, com isso, o devedor demore mais para cumprir suas
obrigações para com os credores), porém, não deixando de liquidar aquelas que
se revelem inviáveis.

Acerca especificamente do mecanismo criado pela Lei 11.101/05, pode-


se afirmar que este tem por fim superar a crise de empresas viáveis por meio de
uma conjuntura de atos por parte não só do Poder Público, mas do próprio
empresário. Assim, o instituto busca a preservação da atividade, tentando
encontrar a congruência das relações do empresário com aqueles a ele ligados
e os interesses da empresa.
18

3.2 PREMISSAS E OBJETIVOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL À LUZ DA LEI

11.101/2005

Em seu artigo 47, a Lei de Recuperações e Falências traz os objetivos do


instituto:

Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a


superação da situação de crise econômico-financeira do devedor,
a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a
preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade
econômica.

O termo “crise econômico-financeira”, presente no referido artigo, não


detém uma definição legal, porém a doutrina se encarrega de sua interpretação.
Desta feita, COELHO (p. 231) afirma:

Por crise econômica deve-se entender a retração considerável


nos negócios desenvolvidos pela sociedade empresária. [...] A crise
financeira revela-se quando a sociedade empresária não tem caixa para
honrar seus compromissos. É a crise de liquidez.

Desse modo, enquanto a concordata visava apenas à satisfação dos


credores, os objetivos da recuperação judicial se mostram absolutamente mais
complexos, voltados não só para aqueles, mas também para todos os de alguma
forma interligados à empresa. Assim, embora busque o saneamento financeiro
e o cumprimento de suas obrigações para com os credores, a esse fim o instituto
não se limita, caracterizando-se, portanto, como uma “medida alternativa à
tradicional solução de mercado (encerramento da atividade e realocação dos
recursos) ”. PAIVA (2016, pp. 15-16).

Com efeito, LOBO (1995, p. 65) considera que, se inicialmente a crise da


empresa a levaria necessariamente ao seu fim, como um ponto entre os dois
tempos (crise e fim) apenas a satisfação de créditos, houve considerável
evolução do Direito da Insolvência, que atualmente se tem por finalidade basilar
a proteção aos interesses sociais. O referido autor afirma posteriormente (p.
157):
19

A concepção extra societários decorre em oposição da visão


contratualista característica das sociedades de pessoas, a qual reduz o
interesse social àquele do sócio, enquanto sócio, consistente na
produção de lucros por meio do exercício da atividade, descrita como
objeto social, com sua consequente distribuição. [...] Com este teor a
função social insere-se, na qualidade de interesse social, como fim da
sociedade, acompanhada de deveres não só para com a comunidade
laboral que atua na empresa, como perante aquela aonde está inserida,
ponto em que se faz menção àqueles chamados interesses difusos,
dentre os quais o do consumidor e o do meio ambiente (FRANCO, 2015,
p. 232).

O instituto, com efeito, por meio de seu artigo 47, resulta em um somatório
complexo das áreas econômica, financeira, organizacional e produtiva,
buscando a sua reestruturação em cada uma dessas áreas buscando uma
rentabilidade autossustentável, superando a crise na qual se encontra,
permitindo, assim, a manutenção da fonte produtora, do emprego e a satisfação
dos interesses dos credores, e não só os interesses do empresário.

Portanto, é sua influência socioeconômica que lhe confere verdadeiro


caráter de interesse público, sendo este o cerne da moderna teoria da empresa,
que reconhece a interferência que esta possui frente à realidade e suas
responsabilidades perante a coletividade, dissociando empresa de empresário
(Frontini, 1974).

4 CONCLUSÃO

Com a passagem de um Estado liberal para um Estado mais


intervencionista, os direitos sociais foram impostos e surgiram limitações ao
particular por parte do Poder Estatal. Assim, se anteriormente aquele deveria se
abster da vida privada dos indivíduos, agora ele nela se insere, buscando
equilibrar as dicotomias sociais e econômicas.

Nesse contexto e com sua evolução surge, na Constituição da República


de 1988, o princípio da função social da propriedade. Buscando a utilização,
agora, não só em prol dos interesses do proprietário, mas da coletividade, o
legislador tornou expresso o princípio determinante ao bem, de modo que aquele
20

subutilizado ou mal utilizado (de forma contrária ao que preceitua o


ordenamento) não será protegido pelo Estado.

Diante disso, apesar de não expresso na CRFB/88, o princípio da função


social da empresa se encontra umbilicalmente ligado ao da propriedade, visto
que o último o abrange e pode ser estendido àquele. Assim, não apenas a
propriedade deve existir inserida objetivamente em um contexto macro, mas
também a empresa.

Afinal, do mesmo modo que Poder Público passa a intervir na vida


privada, passa a fazê-lo, também, no domínio econômico, impondo ao
empresário deveres e limites constitucionais. A empresa, anteriormente com
função estritamente econômica, buscando unicamente o acúmulo de capitais,
agora deve atender a essa chamada função social: buscar uma funcionalização
em prol da comunidade na qual está inserida.

É dentro dessa conjuntura jurídica e histórica que surge a Lei de


Recuperações e Falências, com escopo de salvaguardar esse agente influente
na sociedade, com vistas a beneficiar não só os credores ou os empresários,
mas os trabalhadores, dos mercadores, dos fornecedores, dos consumidores e
do próprio Estado.

Assim, por meio de seu instituto da Recuperação Judicial, a referida lei


busca reestruturar a empresa que se encontra em crise, mas que ainda é viável.
Tal medida se dá pela influência que esta exerce na sociedade, e em como os
ônus pelo seu encerramento seriam significativamente maiores aos indivíduos
ligados a ela – seriam perdidos postos de trabalho, produtos, serviços, circulação
de bens e haveria, de igual forma, diminuição da atividade econômica,
prejudicando, em última análise, o Poder Público.

Desta feita, observa-se que o princípio da função social da empresa é


diretamente ligado ao princípio da preservação da empresa por meio do instituto
da recuperação judicial: a continuidade do empreendimento é sempre visada
com fito de que este permaneça exercendo sua função social.

Além disso, observa-se, por meio dessa conexão que o sistema jurídico e
a sociedade civil possuem, com a realização de trocas de influência, como a
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função social da empresa é vista hoje pela própria coletividade: está cada vez
mais comum que o consumidor busque a empresa que realmente aja em prol da
comunidade na qual está inserida, ou seja, aquela que realiza ações em
benefício do meio ambiente, de seus funcionários ou simplesmente boas ações
para comunidades locais.

Portanto, foi analisado de que forma a empresa se transformou


historicamente e sua relação com o contexto político da época, expondo-se
também os princípios decorrentes de suas ações e como eles se apresentam na
prática, concluindo-se pela importância da Lei de Recuperações e Falências
para o exercício da função social e da continuidade da empresa nos dias atuais.
22

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