Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
16 destaques
Em linhas gerais, a atenção seria a capacidade de dar ênfase a determinado estímulo de forma contínua e
notável. É o que permite ao cérebro distinguir um estímulo ou um objeto dos demais.
Considerando que a noção de “importante” é amplamente subjetiva e imprecisa, o cérebro tem alguns
indicadores que ajudam a distinguir algo importante de algo irrelevante.
As emoções são decisivas neste sentido. Se um estímulo desperta emoções intensas, sejam elas positivas ou
negativas, o cérebro entende que o estímulo em questão é importante. Afinal,
Alguns exemplos são: Rostos humanos; Sons muito altos; Perfumes doces; Variações na temperatura; Vozes
agudas; Cores vibrantes e intensas; Objetos em movimento brusco e súbito.
Mas qual a relação deste mecanismo com a leitura dinâmica? O que acontece em relação à leitura dinâmica é
que, para que a pessoa consiga de fato ler com mais velocidade e alternar entre as palavras, linhas e frases com
mais eficácia, ela precisa alternar sua atenção entre diferentes estímulos de forma simultânea.
Mas o fato é que se a pessoa consegue manter sua atenção concentrada mais pausadamente ao ler um livro,
muito provavelmente a aquisição do conhecimento e, principalmente, a facilidade de gerar uma memória sólida
são ligeiramente mais eficazes.
Destaque (Amarelo) | Posição 161
Desta forma, quanto menos emoções envolvidas em determinada tarefa, mais difícil será memoriza-la de forma
eficaz.
Todavia, sabe-se que a emoção é influenciada por inúmeros mecanismos, entre eles conteúdo do pensamento e
nível de estresse, seja este físico ou mental. Como você deve imaginar, o que acontece com pessoas que buscam
ler ligeiramente mais rápido é uma certa automatização da tarefa. Ou seja, a pessoa não tem uma experiência
detalhada de pensamentos e emoções evocados pela leitura, pois subitamente o cérebro recebe novas frases, que
evocam novos pensamentos e emoções, e assim sucessivamente. Ao fazer tal processo repetidas vezes, o cérebro
“entende” que gastar energia buscando explorar emoções não seria adaptativo, pois há uma oscilação enorme
entre estas. O que acontece, então, é uma automatização similar à de executar certos movimentos, como por
exemplo caminhar. Não pensamos detalhadamente sobre o fato de caminhar, e não vivenciamos detalhadamente
emoções e pensamentos associados a tal tarefa. Apenas caminhamos, e um passo flui atrás do outro. Lembramos
quantos passos damos até determinado ponto, qual pé colocamos a frente primeiro ou se precisamos fazer algum
movimento levemente atípico? Muito provavelmente não! E isso é apenas uma forma do cérebro economizar
energia com algo que seria “inútil”, sobrando assim energia para gastar com a manutenção de órgãos e sistemas.
E o mesmo ocorre com relação à leitura. O cérebro entende que, uma vez que a tarefa da leitura tenha sido
automatizada, quanto menos energia direcionar a tal atividade, melhor, pois o funcionamento de órgãos vitais
ficará beneficiado com mais energia disponível.
Em resumo, o que vimos neste capítulo é que a leitura dinâmica, ainda que seja uma prática valiosa, pode causar
prejuízos para sua finalidade de interesse maior. Ou seja, se a pessoa precisa adquirir conhecimentos complexos
de forma consistente, talvez a leitura dinâmica não seja a melhor opção para todas as pessoas. No
Conforme dito no capítulo anterior, um dos pontos prejudiciais da leitura dinâmica é o fato de acabar
automatizando a tarefa, prejudicando o feedback emocional e o potencial de memorização. Contudo, isso pode
ser evitado quando se trata de uma leitura breve. Os principais motivos para isso são o tempo gasto na tarefa e a
própria coerência da leitura. Com relação ao tempo, ainda que não seja possível estipular com precisão em qual
momento o cérebro passa a entender que o processamento da informação está se tornando exaustivo, sabe-se que
tarefas com curta duração de tempo não geram o processo de automatização e desconexão emocional. Já com
relação à coerência do texto, sabe-se que este ponto é fundamental para facilitar a memorização. Quando você lê
um livro, por exemplo, mesmo que de forma pausada, é comum ter alguns momentos em que sua atenção e
concentração acabem oscilando. No entanto, quando você lê um texto menor, este fenômeno não ocorre,
principalmente porque em um texto menor o mais comum é abordar-se um único tema com mais coerência.
uma pessoa habilidosa consegue dar “saltos” maiores com os olhos, ignorar certas palavras no meio das frases e
afins, por outro, pronunciar cada palavra que a pessoa lê exige certo tempo.
Imagine uma pessoa nativa em português que esteja aprendendo inglês. Ela pode tentar ler uma frase da qual
entenda apenas 70% ou 80% das palavras, e ainda assim conseguir atribuir um sentido coerente a tal frase. E se
você consegue fazer isso em relação a um idioma que você desconhece, por que você não poderia aplicar isso a
um idioma que você é fluente?
A pessoa não precisa ler palavra por palavra para conseguir entender o que a frase está dizendo. Por exemplo, na
frase “eu comprei este carro há dois anos”, bastaria passar o olho por “comprei carro dois anos”