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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS


CURSO DE GESTÃO DE EMPRESAS

Análise e Gestão de Projectos

3 ano – 6 Semestre – Pós Laboral

Curso: Gestão de empresas

Discente: Orla António Nhonguane

Código: 201921021

Maputo, Novembro de 2021


PLANO DE INVESTIMENTO

AMPLIAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DE UNIDADE DE PROCESSAMENTO


INDUSTRIAL DE FARINHA DE MILHO BRANCO

2020 - 2024

COOPERATIVA ORLA ANTÓNIO


POSTO ADMINISTRATIVO DE NETIA
DISTRITO DE MONAPO
PROVÍNCIA DE NAMPULA- MOÇAMBIQUE

1
ÍNDICE

1. RESUMO EXECUTIVO..............................................................................................5
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA.............................................................................7
2.1. Identificação...........................................................................................................8
2.2. Localização e acesso..............................................................................................8
2.3. Desempenho histórico e situação financeira actual...............................................9
3. APRESENTAÇÃO DO PROJECTO.........................................................................10
3.1. Objecto.................................................................................................................10
3.2. Objectivos e descrição..........................................................................................10
3.2.1. Objectivos;....................................................................................................10
4. DESCRIÇÃO DO PROJECTO DE INVESTIMENTO.............................................11
4.1. Impacto esperado do empréstimo junto ao BCI...................................................12
4.2. Tipo de investimento............................................................................................13
4.3. Resultados previsto para a cooperativa................................................................13
4.4. Actividades a desenvolver....................................................................................13
4.5. Estrutura de gestão e pessoal................................................................................14
5. ANÁLISE GERAL DO MERCADO.........................................................................15
5.1. Definição do(s) mercado(s)-alvo..........................................................................15
5.2. Análise dos preços................................................................................................17
5.3. Análise da concorrência.......................................................................................17
5.4. Análise dos fornecedores.....................................................................................18
5.5. Caraterísticas especificas dos Produtos & serviços.............................................18
5.6. Análise FOFA......................................................................................................19
6. PLANO FINANCEIRO E ANÁLISE DE VIABILIDADE.......................................20
6.1. Investimentos.......................................................................................................20
6.1.1. Investimentos realizados..................................................................................20
7. ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA............................23
7.1. Principais Pressupostos económico......................................................................23
7.1.1. Preço de compra de matérias primas................................................................23
7.1.2. Preços de venda da farinha de milho................................................................23
7.2. Viabilidade financeira..........................................................................................24
7.2.1. Resultados previsionais....................................................................................24
7.2.2. Mapas previsionais de fluxos de caixa.............................................................25
7.2.3. Rácios financeiros............................................................................................27
7.2.4. Análise de sensibilidade...................................................................................27
8. ANÁLISE DE RISCOS AMBIENTAIS DO PROJECTO.........................................28

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9. IMPACTO SOCIAL E AMBIENTAL.......................................................................30

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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Identificação da empresa........................................................................................6
Tabela 2: Localização geográfica da empesa........................................................................6
Tabela 3: desempenho financeiro dos últimos 3 anos...........................................................7
Tabela 4: Apresentação do projecto......................................................................................8
Tabela 5: Beneficiários directos..........................................................................................11
Tabela 6: Cronograma de Actividades................................................................................11
Tabela 7: Demanda periódica de farinha de milho..............................................................15
Tabela 8: Características e tipo de produtos & serviços.....................................................16
Tabela 9: Análise FOFA......................................................................................................17
Tabela 10: Situação Patrimonial Existente (Antes do Investimento)..................................18
Tabela 11 Lista de Equipamentos Existentes......................................................................18
Tabela 12 Activos Fixos a Adquirir....................................................................................19
Tabela 13: Custos Fixos......................................................................................................19
Tabela 14: Custos Directos/ Variáveis................................................................................19
Tabela 15: Necessidades de Financiamento........................................................................20
Tabela 16: Valor do Projecto...............................................................................................20
Tabela 17: Preço de aquisição de matérias primas..............................................................21
Tabela 18: Preços de venda de farinha de milho.................................................................22
Tabela 19: Demonstrações de resultados financeiros previsionais.....................................22
Tabela 20: Projecção do Fluxo de caixa anual 2020/24......................................................23
Tabela 21: Projecção do Fluxo de caixa mensal Janeiro/julho 2020..................................24
Tabela 22: Projecção do Fluxo de caixa mensal Julho/dezembro 2020..............................24
Tabela 23: TIR, VAL e Ponto de Equilíbrio.......................................................................25
Tabela 24: Análise de sensibilidade....................................................................................25
Tabela 25: Risco operacional..............................................................................................26
Tabela 26: Salvaguardas ambientais e sociais.....................................................................27

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Equipamento de processamento industrial...................................................................8
Figura 2: Estrutura orgânica e de gestão da Cooperativa...........................................................12

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1. RESUMO EXECUTIVO

Morreno é uma Cooperativa Agrária constituída por 825 produtores membros, dos quais
66% são mulheres, localizada no Posto Administrativo de Netia, Distrito de Monapo,
Província de Nampula. A cooperativa foi constituída em agosto de 2011, a luz da nova Lei
das Cooperativas, Lei 23/2009 de 8 de setembro.

Nos últimos 3 anos a Cooperativa Morreno dedicou a comercialização de produtos


agrícola, processamento industrial (farinação e embalagem) e prestação de serviços de
farinação de milho de terceiros e os resultados financeiro vem na tabela abaixo.

Em 2018 com assistência da MIRUKU COOP iniciou a instalação de Centro de Prestação


de Serviços Agrários (CEPSA) com objectivo de melhorar a capacidade de prestação de
serviços de apoio a produção e comercialização aos membros. Esta iniciativa teve o
financiamento pelo Governo de Moçambique representado pelo Ministério da Economia e
Finanças através do Fundo Catalítico para Inovação e Demonstração (FCID) - Projecto
“PÓLOS Integrados de Crescimento” (PPIC).

Para o funcionamento do CEPSA foi construído um armazém com capacidade de 400


toneladas, um tractor com respectivos implementos, equipamentos de pós-colheita,
compostos por uma debulhadora, limpador do gão, medidor de humidade, balança e
Pequeno Sistema de Abastecimento de Água (PSAA) composto por um furo e uma torre
com tanque elevado, todo investimento foi concluído e em estado operacional.

Com empréstimo bancário a cooperativa pretende ampliar a capacidade de produção de


farinha de milho (processamento e embalagem) aumentando o actual volume de vendas
históricos de 631,888,00 Mts para cerca de 7,000,000,00Mts conforme ilustram as
demonstrações financeiras. Com o este investimento a cooperativa estará a aumentar a
capacidade de agregar valor do produto local (transformação do milho em farinha
fortificada), expandir o mercado o milho produzido localmente e contribuir na melhoria
de qualidade do grão.

A demanda anual de matéria prima é de cerca de 400 toneladas de milho, para satisfação
desta quantidade serão necessários cerca de 750 produtores com uma venda de 500 kg de
milho cada no ano 1. A cooperativa vai trabalhar directamente com cerca de 400
produtores no seguimento da qualidade do grão, dando assistência em todo ciclo
produtivo através dos ACAs, dando atenção especial a época de colheita para evitar as
misturas do grão. Actualmente a cooperativa trabalha com 9 ACAs dos quais 2 mulheres e
7 homens nas comunidades de Mepera, Netia Sede, Caviria, Mecomua, Mulolo e Lavane.

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As vendas globais demonstram uma ascensão expressiva que partem de 8,176,500 MZN
para 14,083,682 MZN do primeiro ao quinto ano. De igual modo os lucros líquidos
evoluem em período homologo de 2,311,188 MZN para 4,900,730 MZN do primeiro ao
quinto ano respectivamente. Desta forma, e de acordo com as demonstrações apresentadas
abaixo, conclui-se que o investimento apresenta viabilidade, com um grau de conforto.

A empresa no cenário base tem a TIR de 42%, o VPL 9,302,994 MZN e o ponto de
equilíbrio 1,610,625, estes rácios foram calculados sobre os fluxos de caixa e aplicando
uma taxa de desconto de 10%. No cálculo da TIR estão apenas considerados os fluxos de
caixa das actividades operacionais e das actividades do investimento.

O investimento total para expansão e modernização da linha de processamento é de


769,300.00 MZN (Setecentos e sessenta nove mil e trezentos meticais) para aquisição de
equipamentos (máquinas de pilar, moer e embalagem), reforma/ revisão do equipamento
existente e modificação do edifício (casa de máquinas) para adequar novo layout para
responder as exigências de segurança no trabalho. Deste montante 300,000.00 MZN serão
dos fundos comparticipados (matching Grant) e os restantes 469,300.00 MZN de fundos
próprios.

6
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Cooperativa Agrária Orla António é constituída por 825 produtores membros, dos quais
66% são mulheres, foi constituída a 08 de Agosto de 2011, ao abrigo da nova Lei das
cooperativas, Lei n.º 23/2009, de 28 Setembro (lei geral das cooperativas) com o
propósito de prestar serviços de apoio à produção e comercialização agrícolas aos
membros e às comunidades de Netia em geral, por forma a viabilizar negócios dos seus
membros, promovendo uma agricultura orientada ao mercado (agricultura comercial).
Com sede no Bairro Mulapani, Localidade de Netia Sede, Posto Administrativo de Netia
localizada no Posto Administrativo de Netia, a 22 km da Vila de Namialo, a cooperativa é
constituída por 35 membros, 25 individuais e 10 colectivos (associações), um total de 825
produtores.

A maioria dos membros são pequenos produtores do sector familiar que trabalham em
áreas não superiores a 10 hectares e as principais culturas são; feijões, soja e gergelim,
castanha de caju, milho, mandioca e mapira.

Trata-se de uma sociedade cooperativa, onde os membros (pequenos agricultores) os


seguintes papeis:
 Como donos – tomar decisões por consenso, gerir com transparência, saber esperar
benefícios depois de sacrifícios;
 Como clientes – usam os serviços ou compram insumos ou produtos da própria
empresa;
 Como fornecedores – tem o compromisso de vender a sua produção a preços
competitivos e a cooperativa depende do fornecimento dos cooperados.

O desafio na gestão da cooperativa é equilibrar os três papeis dos membros para alcançar
objectivos económicos e sociais, viabilizando e satisfazendo os interesses individuais
através de acções colectivas.

Com assistência da MIRUKU COOP foi instalado um Centro de Prestação de Serviços


Agrários (CEPSA), pertencente e gerido pela cooperativa. A iniciativa foi financiada pelo
Governo de Moçambique, representado pelo Ministério da Economia e Finanças através
do Projecto “Pólos Integrados de Crescimento” (PPIC) – Fundo Catalítico para Inovação e
Demonstração (FCID).
O CEPSA possui um armazém com capacidade de 500 toneladas, um tractor com alfaias e
atrelado, uma máquina de limpar grãos, debulhadora, medidor de humidade, balanças, um
computador, entre outros.

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2.1. Identificação

Tabela 1 Identificação da empresa

Nome da entidade Cooperativa Agrária Orla António


Forma legal da entidade: Assinale com x
Individual (não registada)
Sociedade
Cooperativa X
Outra (especifique)
Contactos:
Telefones 842211772
e-mail orlaantonio@gmail.com
NUIT 4007103645
Nomes de sócios ou representante Orla António

2.2. Localização e acesso

Tabela 2: Localização geográfica da empesa

Localização da área do Bairro Mulapani, Localidade de Netia Sede, Posto Administrativo


projecto: de Netia distrito de Mon apo, província de

Coordenadas: O distrito de Monapo tem limite, a norte com o distrito de Nacaroa,


Latitude e longitude a oeste com os distritos de Muecate e Meconta), a sul com o distrito
Anexar mapas e de Mogincual e a leste com os distritos de Mossuril e Nacala-a-
localização Velha.
Descrição das vias de Acesso bom, estrada asfaltada e pequeno troço de terra batida para
acesso com foco as a sede da cooperativa e zonas de produção, a 22 km da vila de
condições de Namialo e 42 km da Vila sede do distrito de Monapo, atravessado
acessibilidade ao longo pela N13 e N12, no corredor de Nacala, do porto de Nacala a

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do ano cidade de Pemba.
2.3. Desempenho histórico e situação financeira actual

Nos últimos 3 anos a Cooperativa Morreno dedicou a comercialização de produtos


agrícola, processamento industrial (farinação e embalagem) e prestação de serviços de
farinação de milho de terceiros e os resultados financeiro vem na tabela abaixo.

Tabela 3: desempenho financeiro dos últimos 3 anos

Descrição 2016 2017 2018


11,381,35
Total de Vendas de Produtos 4,846,300 0 8,035,898
11,381,35
Comercialização de produtos agrícolas 4,846,300 0 8,035,898
Total de Serviços Prestados 631,888 592,487 548,954
Farinação de milho de terceiros 631,888 592,487 548,954
11,973,83
Total Vendas de produtos e de serviços 5,478,188 7 8,584,852
Total Custos de Mercadorias Vendidas 1,199,780 4,795,945 2,597,724
Custo do produto comercializado 1,011,780 4,422,065 2,261,000
Custo de Prestação de serviços 188,000 373,880 336,724
Resultado bruto 4,278,408 7,177,892 5,987,128
Resultado da comercialização de Produtos 3,834,520 6,959,285 5,774,898
Resultado de Prestação de serviços 443,888 218,607 212,230
Fornecimentos e serviços de terceiros 345,480 621,864 932,796
Despesas com Pessoal 166,687 216,350 411,065
Total Custos operacionais 512,167 838,214 1,343,861
EBITDA (Resultado antes de depreciações, gastos de
financiamento e impostos) 3,766,241 3,957,731 5,964,730
Amortizações e Reintegrações 448,000 537,600 698,880
Resultados Antes dos Impostos 3,318,241 3,420,131 5,265,850
Provisões p/ Impostos sobre Lucros 404,124 436,817 1,510,291
Resultados Líquidos 2,914,117 2,983,314 3,755,558

De acordo com a tabela acima, a cooperativa teve um desempenho positivo nos últimos 3
anos, quer na comercialização de produtos agrícolas, como no processamento e
empacotamento da farinha de milho, assim como na prestação de serviços de farinação a
terceiros.

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3. APRESENTAÇÃO DO PROJECTO

3.1. Objecto

A cooperativa pretende ampliar a capacidade e modernizar a linha de processamento de


milho para dinamizar a actividade de comercialização e adição do valor da produção local,
criando deste modo um mercado estruturado para os produtores membros.

Figura 1: Equipamento de processamento industrial

Tabela 4: Apresentação do projecto

Nome do Ampliação e modernização de unidade de processamento industrial de


projecto farinha de milho branco
Natureza e
Comercialização/agregação de produtos agrícolas
objecto
Pré-processamento ou beneficiamento de produtos agrícolas
Processamento industrial de farinha de milho X
Sector de Serviços de manutenção e mecanização Agrícola
Actividade Comercialização e processamento de produtos agrícolas
Assinale Transporte e agregação de produtos agrícolas
com X Outros especificar *
Produtos florestais não madeireiros Mel
Assinale com (X) produtos envolvidos Outros*

3.2. Objectivos e descrição

3.2.1. Objectivos;

O objectivo deste projecto é agregar o valor da produção local (transformação do milho


em farinha fortificada), através de ampliação da linha de processamento industrial da
farinha de milho.

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O alcance deste objectivo vai permitir que os produtores membros da cooperativa estejam
ligados a um mercado estruturado e seguro para a venda da sua produção e vai contribuir
para melhoria da renda familiar de cerca de 1000 pequenos produtores membros e não
membros.

4. DESCRIÇÃO DO PROJECTO DE INVESTIMENTO


Orla António é uma sociedade cooperativa focalizada na viabilização das actividades de
produção e comercialização dos seus membros, através de prestação/facilitação de
serviços de apoio a produção e comercialização. As principais actividades consistem na
compra e venda de produtos agrícolas (comercialização), compra processamento e venda
de produto acabado (farinha de milho), provisão/venda de serviços de mecanização e de
insumos, assim como na compra/venda/prestação de serviços a outros pequenos
agricultores não membros.

Com a implementação deste projecto de investimento a cooperativa Morreno pretende


aumentar a sua capacidade de processamento de produtos agrícola, transformação do grão
de milho em farinha para alimentação humana. A ampliação da capacidade de
processamento vai dinamizar a actividade de comercialização do grão do milho criando
mercado estruturado para os produtores membros, assim como na adição do valor da
produção local. Para além do processamento e comercialização, a cooperativa presta
assistência técnica aos membros na planificação e gestão da produção incluindo uso de
tecnologias e boas práticas de produção.

Orla António assim como outra cooperativa, joga uma vantagem competitiva pelo facto de
os membros serem fornecedores da matéria prima, clientes/utilizadores de serviços e
donos. Esta combinação é um factor de resiliência e pode contribuir para o sucesso do
investimento se for capitalizado.

Os 825 produtores membros da cooperativa estão estruturados em associações e grupos de


produtores em diferentes comunidades e regiões, com destaque para Mepera, Netia Sede,
Caviria, Mecomua, Mulolo e Lavane, nestes pontos de agregação/ comunidades existe
uma estrutura de ligação baseado em Agentes Comunitários de Comercialização (ACAs)
ou conhecidos Village based Agents (VBAs). Actualmente existem 9 ACAs dos quais 2
mulheres e 7 homens, nomeadamente: Agira Paulo, comunidade de Netia Sede; Fátima
Fonseca, comunidade de Morreno; Fernando Celestino, comunidade de Netia Sede; Elizeu
João, Netia Sede; Lázaro Domingos, comunidade de Netia Sede; Rafael Samuel,
comunidade de Pinta A; Horácio Amisse, comunidade de Caviria; Samuel Mário,
comunidade de Meconmua; e Samuel Cipriano, comunidade de Caviria..

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Para além de facilitação da comercialização, os ACAs têm envolvimento no processo de
produção de várias culturas praticadas pelos membros com destaque para o milho, soja,
gergelim e feijões.

Para o milho há um interesse especial da cooperativa em dar seguimento aos produtores


no uso de tecnologias de produção associadas como sementes de variedades melhoradas,
no acompanhamento em diferentes etapas do ciclo produto, com atenção pós colheita para
influenciar os produtores na selecçao do grão de variedades diferentes, evitando deste
modo a mistura do grão, praticas comuns dos pequenos produtores e que tem afectado a
qualidade do grão.

4.1. Impacto esperado do empréstimo junto ao BCI

O uso do fundo vai contribuir para:


1) Incrementar a capacidade de produção e o volume das vendas da cooperativa;
2) Criar postos de emprego directos pelo incremento da capacidade produtiva e
indirecto criados pela rede de fornecimento da matéria prima;
3) Aumento da renda das famílias devido o aumento das quantidades vendidas como
resultado da melhoria das condições do mercado seguro e competitivo.

A demanda em matéria prima esta estimada em 395.000 Kg de milho no ano 1, para


satisfação desta quantidade será necessário envolver cerca de 800 produtores assumindo
que cada poderá vender cerca de 500 kg de milho no ano 1. Deste número a cooperativa
pretende trabalhar directamente com cerca de 450 produtores no seguimento da qualidade
do grão. Os 450 produtores terão acompanhamento em todo ciclo produtivo através dos
ACAs e atenção especial será dada na época de colheita para evitar as misturas do grão.
Para o efeito, a cooperativa vai selecionar grupos de produtores assistidos pelos ACAs e
pertencentes a clubes de fornecedores para facilitar o controlo da qualidade do grão. O
milho produzido no Posto Administrativo de Netia tem sido contestado pelos
processadores devido a qualidade, caracterizado por altos níveis de mistura e coloração.

A tabela a baixo apresenta o resumo de beneficiários.

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Tabela 5: Beneficiários directos

ACAs Pequenos Produtores Trabalhadores


Homens 6 300 4
Mulheres 3 150 1
Total 9 450 5

4.2. Tipo de investimento

O projecto de investimento em alusão não constitui um novo negócio para a cooperativa,


mas sim para ampliação e modernização da linha de processamento existente. A
cooperativa pretende fazer reposição e substituição de alguns equipamentos para garantir
a qualidade e eficiência produtiva.

4.3. Resultados previsto para a cooperativa

 Fortalecida a capacidade de processamento e embalagem de farinha de milho;


 Diversificado as fontes de renda da cooperativa;
 Adicionado valor do produto local (milho) dos membros;
 Cerca de 1000 produtores ligados a um mercado estruturado e 450 integrados no
sistema de fomento (outgrower).

4.4. Actividades a desenvolver


Especificamente quanto a expansão da capacidade de processamento as actividades a
realizar compreendem a reabilitação da casa de máquinas, aquisição e instalação de
equipamentos, incluindo ensaio, as quais são apresentadas no cronograma abaixo.

Tabela 6: Cronograma de Actividades


2019 2020 2021
Descrição
Trimestres Trimestres Trimestres
Actividades 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1. Procurement
Aquisição de equip. (motor a diesel e dínamos) X
Aquisição de materiais (cantoneira e bases) X
Aquisição de insumos (sementes melhoradas) X
Aquisição de material de construção X
Montagem e testagem do equipamento X X X
Seguimento a reabilitação da casa de máquinas X X X
Identificação de produtores e integração com X X X X X
VBAs
2. Inicio de exploração
Compra de produtos /matéria prima (milho) X X X X X X
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Processamento (produção da farinha de milho) X X X X X X X X X
Distribuição/Venda da farinha de milho X X X X X X X X X
Balanço de actividade X X X

4.5. Estrutura de gestão e pessoal

4.5.1. Recursos Humanos

O objectivo é constituir uma equipa competente e comprometida com a missão da


cooperativa. Para isso, pretende-se implantar sistemas de recompensas, premiação por
produtividade e sistema de participação nos resultados em todos os níveis da organização.
Para garantir a qualidade necessária na prestação de serviços, o treinamento contínuo do
pessoal também faz parte da estratégia de recursos humanos.

O modelo de gestão compreende e assenta numa estrutura organizacional que garante a


sustentabilidade operacional e de custos, baseada nos princípios cooperativos de gestão
democrática. A estrutura orgânica e de gestão vem na figura abaixo.

Figura 2: Estrutura orgânica e de gestão da Cooperativa

O Conselho de direcção é o órgão competente e responsável pela gestão do dia-a-dia da


vida da cooperativa. O conselho fiscal, é responsável pelo controlo/fiscalização de todos
actos da cooperativa, tanto dos negócios como do funcionamento no geral.

Para o peracionalizacao das actividades do dia a dia o Conselho de Direcção delega ao


gestor Geral para a gestão dos negocios da cooperativa, prestando contas ao mesmo.

Com a ampliação da unidade de processamento, a equipa de gestão será constituído por 4


pessoas efectivas e com experiência comprovada no exercício da actividade e em tempo
14
parcial: 1 (um) operador de máquinas/moleiro, 1 (um) pesador/tesoureiro, 1 (um) fiel de
armazém, 1 (um) guarda, 1 (um) gerente) em tempo parcial.

5. ANÁLISE GERAL DO MERCADO

A farinha de milho constitui a base de alimentação da população de Nampula e da região


norte no geral. Os distritos costeiros (Moma, Angoche, Mogincual, Ilha de Moçambique,
Mossuril, Nacala, Nacala Velha e Memba) são relativamente fracos na produção de milho,
estendendo-se esta realidade para os distritos de Mugovolas, Meconta, Muecate, Nacaroa.

A procura por este produto (farinha de milho) cresce significativamente porquanto nos
últimos anos ela regista uma evolução de consumo muito positiva. Isto é importante
porque faz acreditar no potencial deste mercado em vista dos seguintes factores:

 Crescimento da população – de acordo com censo 2017, Nampula possui cerca de


5.758.920 habitantes (INE, CENSO 2017 – IV recenseamento geral da população
e habitação/resultados definitivos Abril 2019), projeta-se que vai atingir mais de 6
milhões de habitantes em 2024
 Tendência do aumento da consciência da população por consumo de alimentos
nutritivos, preocupação com a saúde, que faz a população tradicionalmente
consumidora de farinha de mandioca escura a substituírem-na com a de milho

A farinha consumida em Netia é geralmente comercializada por pequenos comerciantes


que trazem maioritariamente de Nampula. A cooperativa vai reforçar canais de
distribuição para assegurar o abastecimento aos mercados locais através de comerciantes
revendedores na vila de Netia, Monapo, Ilha de Mocambique, Nacaroa, Meconta e
Mossuril.

5.1. Definição do(s) mercado(s)-alvo

Os mercados alvos são frequentados por clientes de média a baixa renda e que constituem
importante segmento de consumidores. A maioria destes consumidores localizam-se na
zona litoral, onde se regista mudanças de hábitos alimentares, que consiste na substituição
gradual da farinha de mandioca pela farinha do milho. Dentre as razões dessa tendência
destaca-se a podridão radicular da mandioca e uso da mandioca como matéria prima para
fábrica de cerveja 2M, o que reduz as quantidades disponíveis para o consumo humano
nas zonas de grande produção. A farinha será vendida em embalagens de 5, 10 e 25 kg, e
será distribuída preferenciais por retalhistas em mercearias, barracas previamente
identificados nas sedes dos distritos e vilas de Netia, Monapo, Ilha de Mocambique,
Nacaroa, Meconta e Mossuril.

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Foi definida a demanda global da farinha de milho baseada no número da população,
ponderando que 20% da população consoma em médio de 250g/dia nos distritos alvos. A
tabela abaixo ilustra as demandas periódicas de cada distrito.

16
Tabela 7: Demanda periódica de farinha de milho

População Taxa da Demanda de farinha de milho


Província Distrito (censo população
Diária Mensal Anual
2017) (%)
Monapo 413,694 0.20 20,684.70 620,541 7,446,492
Mossuril 142,787 0.20 7,139.35 214,181 2,570,166
Nacala 215,208 0.20 10,760.40 322,812 3,873,744
Ilha de
Nampula
Moc 65,712 0.20 3,285.60 98,568 1,182,816
Meconta 250,425 0.20 12,521.25 375,638 4,507,650
Nacaroa 145,643 0.20 7,282.15 218,465 2,621,574
Total 1,233,469 61,673 1,850,204 22,202,442
Fonte: dados estatísticos da população INE, 2017

O maior ponto de distribuição é a venda directa na porta da fábrica, este canal conta com
os membros da cooperativa, residentes da vila de Netia e comerciantes/revendedores que
fazem levantamento da farinha para revenda em vários pontos do distrito de Monapo e das
zonas costeiras nos distritos acima referenciados.

5.2. Análise dos preços

O preço da farinha de milho é de 29 MZN/Kg e do farelo é de 2 MZN/Kg, o mesmo flutua


em função do custo da matéria prima. A medida que se regista a escassez do milho tende a
subir, assim sendo, a definição do mesmo é como base os seguintes fatores:
 Custo de compra da matéria prima;
 Preço praticado pela concorrência;
 Perceção do valor do produto por parte do consumidor;
 Margem de lucro.
O factor determinante é o custo da matéria prima, os restantes são complementares.

As vantagens competitivas baseiam-se na localização da indústria junto a zona de


produção da matéria, o que permite fidelizar os fornecedores e compra directamente com
produtores a preços competitivos.

5.3. Análise da concorrência

A indústria de processamento alimentar (processamento e embalagem) de farinha de


milho esta aberta a entrada de concorrentes e a sua expansão vem aumento rapidamente
nos últimos anos. Ciente deste desafio foram inventariados os principais concorrentes e
elaborada uma estratégia para fazer face a concorrência através de uma análise
aprofundada do ambiente interno e incertezas a volta do negócio. Os principais
concorrentes é a moagem da farinha Namialo localizada na Vila de Namialo, a indústria
17
adquire a matéria prima nos distritos de Malema, Lalaua, Cuamba e não tem relação
directa com produtores como fornecedores de matéria prima.

5.4. Análise dos fornecedores

Para a cooperativa os principais fornecedores de matérias-primas são produtores membros


no qual tem uma relação de parceria baseada nas relações de mercado de medio e longo
prazo. Com ampliação da capacidade produtiva e necessidade de melhoria de qualidade
do grão, a cooperativa pretende reforçar a parceria com vantagens mútuas, mediante
contractos de fomento e compra da produção a preços competitivo.

Para um determinado grupo de produtores previamente identificados a cooperativa vai


providenciar insumos (sementes melhoradas e outros serviços de apoio a produção) em
regime de crédito parcial a ser deduzido na totalidade acto da compra da produção e
mediante um acordo entre as partes, o produtor e a cooperativa. Deste modo espera-se que
haja melhoria de qualidade e quantidade de produção e benefícios para às partes
envolvidas.

5.5. Caraterísticas especificas dos Produtos & serviços

Tabela 8: Características e tipo de produtos & serviços


Tipo de Características Vantagem Embalagem Grupo alvo
produto competitiva
Farinha É excelente fonte de Preços As embalagens Consumidores
de milho vitamina A. Contém competitivos, são de todos os
entre 7% a 8% de boa qualidade, respectivament extratos
proteína e não forma tem clientes e de 5, 10 e 25 sociais e todas
glúten é de fidelizados kg com idades.
granulometria com a marca; apresentação
adequada. Usada para bastante
alimentação humana. personalizada.
Farelo de É composto da parte Preços Estará em Avicultores a
milho fibrosa do grão (parte competitivos, sacos de ráfia criadores de
externa), de parte do boa qualidade, de 50 kg animais.
germe (após a existência de
farinação), tem grandes clientes com o
quantidades de amido e produto.
frações proteicas
solúveis. Comunidades
têm usado na
fabricação de bebidas
tradicionais. Também é
usado para ração
animal.
18
19
5.6. Análise FOFA

Para um melhor estabelecimento no mercado é importante compreender o meio e os


fatores adversos que circundam a cooperativa, identificando os pontos fortes, fracos,
assim como oportunidades e ameaças. Para o efeito foi realizado um diagnostico
estratégico da conjuntura económico com ajuda da análise FOFA. Este instrumento
permitiu diagnosticar o ambiente de negócio, com destaque para os aspectos internos (os
pontos fortes e fracos) e aspectos externos (oportunidades e ameaças). A tabela abaixo
ilustra a analise FOFA nos dois quadrantes

Tabela 9: Análise FOFA

Fortes Fraquezas
 Experiência no ramo do negócio;
 Localização junto a matéria-prima o  Calamidades naturais (excesso de
que confere maiores facilidades de chuva e secas)
ligação e reputação junto dos  Parte de segmento dos clientes
fornecedores com prazos de pagamento longo;
 Existência de infraestruturas e meios de  Gestão do mercado face aos custos
produção; operacionais/controlo interno.
 Relações estreitas com os
membros/produtores como principais
fornecedores da matéria prima;

Oportunidades Ameaças
 Mercado de procura e oferta com  Mudanças nos padrões de
tendência de demanda crescente consumo;
(farinha e farelo de milho-avicultura)  Calamidades naturais (cheias,
 Parceiras com serviços de apoio aos estiagem, pragas e doença);
produtores;  Aumentos galopantes de custos de
 Enquadramento da ideia com a políticas energia;
do sector agrário em moçambique;  Calamidades naturais (cheias,
 Existência de linhas de financiamento estiagem, pragas e doença);
ao agronegócio (BNI/FDA e ICM)  Pragas e doenças o que pode
 Existência de recursos naturais (terra e afectar o custo da matéria prima.
chuva) para pratica da agricultura; 

A análise cruzada dos quadrantes da matriz acima monstra que as oportunidades e as


forças são maiores do que as fraquezas e ameaças. As forcas são baseadas no ambiente de
negócio, factores de produção e no mercado da procura. A ameaça identificada advém
principalmente dos factores conjunturais como factores conjunturais económicos, as
fraquezas são de nível operacional, possíveis de sere eliminadas do decurso da
implementação das actividades.

20
6. PLANO FINANCEIRO E ANÁLISE DE VIABILIDADE

6.1. Investimentos

Para concretização dos propósitos da cooperativa os investimentos adicionais são


essenciais para alavancar novos e negócios existentes, porque os mesmos possibilitam
apoiar a estruturação de novas ideias de negócios ou de projectos de investimentos. Nesta
secção são apresentados investimentos realizados e novos investimentos a realizar.

6.1.1. Investimentos realizados

No âmbito da instalação do CEPSA (Centro de Prestaçao de Serviços Agrários) com


apoio do projecto Orla António, foram realizados investimentos acima de 8 milhões de
meticais.

Tabela 10: Situação Patrimonial Existente (Antes do Investimento)


Activo Capital
Imobilizado Capital Próprio
Bens já existentes e
Bens já existentes 8,371,840.00 propriedade 8,371,840.00
  Outro capital próprio 0
Circulantes Capital alheio
Existências/Bens circulantes 0 Dívidas a terceiros: Bancos 0
Depósitos das contas
bancárias Dívidas a terceiros: pessoas
Dívidas de terceiros 506,138.00  Dívidas a terceiros:   506,138.00
Total = Aplicação dos
fundos 8.164.309,19 Total=Origens dos fundos 8.670.447,19

Tabela 11 Lista de Equipamentos Existentes

Valor Actual
Maquinaria e equipamentos ou Ano de Preço de
(Após
infraestruturas aquisição aquisição
depreciação)
Bens já existentes      
Tractor John Deere 6110 - 117HP 4X4 2018 2,980,000.00 2,384,000.00
Charrua 4 Discos 2018 190,000.00 152,000.00
Grade Hidráulica 22-24 Discos JD 2018 380,000.00 304,000.00
Atrelado Basculante 5 Ton 4 Rodas 2018 380,000.00 304,000.00
Debulhadora TR791M C/Motor Yanmar TF
2018 320,264.11
-115 400,330.14
Classificador de sementes CA25 c/motor
2018 209,022.34
Electrico 1HP 261,277.92
21
Armazém de 15 X 10m 2019 2,589,998.00 2,460,498.10
Pequenos Sistemas de captação de Água 2019 925,750.00 879,462.50
Tabela 12 Activos Fixos a Adquirir

Infraestruturas e Preço Totais


Qtd Fonte
equipamentos Unit. (Mt) (Mt)
Infra-estruturas  
Reabilitação de 222,300.0 31% comparticipados –
infraestruturas 0 1 222,300.00 Otumiha
Reabilitação de 100,000.0
69% Fundo próprios
infraestruturas 0 1 100,000.00
Sub-total   322,300.00 100%
Equipamentos   
115,000.0
Piladeira de 2 crivos 0 1 115,000.00
105,000.0
Moinho de 36 martelos 0 1 105,000.00
Base metálica para moinhos 55,000.00 1 55,000.00 55% Fundo próprios
Motor electrico de 130, 45% comparticipado -
18Kwts/30 HP 000.00 1 130,000.00 Otumiha
25,
Portão metálico
000.00 1 25,000.00
17,
Bases para motor a diesel 1 17,000.00
000.00
Sub-total   447,000.00 100%
Outros     0.00  
Sub-total   447,000.00  
Total   769,300.00  

Tabela 13: Custos Fixos

Descrição da despesa Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Água 320 480 480 480 480
Energia para iluminação 10,000 15,000 15,000 15,000 15,000
Fornecimento Serviços terceiro 125,320 187,980 187,980 187,980 187,980
Salários 208000 321360 321360 321360 321360
Amortizações e Reintegrações 207,333 207,333 207,333 207,333 207,333
Outros 78,960 123,622 133,655 143,990 154,635
Total 629,933 855,775 865,809 876,144 886,789

Tabela 14: Custos Directos/ Variáveis

Custos Directos/Variáveis Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Custos operacionais
Embalagem para farinha 143,780 221,062 248,031 278,291 312,243

22
Transporte da farinha 276,500 340,095 383,457 432,348 487,472
Sacos para milho 55,300 59,517 67,105 75,661 85,308
Transporte milho 474,000 510,143 575,186 648,522 731,208
Energia electrica 474,000 510,143 575,186 648,522 731,208
Mão de obra sazonal 80,000 120,000 120,000 120,000 120,000
Subtotal 1,503,580 1,760,958 1,968,965 2,203,344 2,467,439

Tabela 15: Necessidades de Financiamento

Valor (Mt) %
Activos Fixos a adquirir 769,300.00 32.4%

Capital de Giro 1.604.803,00 67.6%

Outros
Total 2.374.103,00 100%

A seguir se apresenta a origem dos fundos para financiar o presente projecto de


investimento:

Tabela 16: Valor do Projecto

Origem dos Fundos Valor (Mt) %


Financiamento Bancário (BCI) 300,000.00 12.64%
Fundos próprios 469,300.00 19.77%
   
Outros 1,604,803.00 67.60%
Total 2,374,103.00 100%

Para expansão e modernização da linha de processamento de farinha de milho a


cooperativa precisa de um investimento total de 769,300.00 Mt (Setecentos e sessenta
nove mil e trezentos meticais) para aquisição de equipamentos (máquinas de pilar, moer e
embalagem), reforma/ revisão do equipamento existente e modificação do edifício (casa
de máquinas) para adequar novo layout para responder as exigências de segurança no
trabalho.

A reabilitação da casa de máquinas consistirá em alargamento da área de processamento e


armazém de transito do produto acabado para adequar os requisitos básicos de segurança
no trabalho e circulação do ar (arejamento). Nos equipamentos de processamento são
necessárias máquinas complementares para aumentar a capacidade produtiva e
modificação das existentes para menor consumo de energia. A tabela acima ilustra o valor
do investimento distribuído em valor d de subvenção em matching Grant e de fundos
próprios.

23
24
7. ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA

7.1. Principais Pressupostos económico

A viabilidade do projecto assenta nos seguintes pressupostos: (i) preço de compra de


matérias primas, (ii) custos operacionais e de processamento, e (iii) preços de venda da
farinha de milho e farelo. Os preços do ano foram tomados os praticados pela cooperativa
e outros operadores, para a matéria prima baseou-se nos preços das campanhas anteriores,
enquanto para os outros anos foram projectados com base no histórico dos últimos anos.

7.1.1. Preço de compra de matérias primas

Devido a variação do preço da matéria prima, para maior competitividade no mercado, a


cooperativa combinará as seguintes estratégias: (i) Aquisição de matéria prima na fase
inicial da campanha (Maio – Julho) junto dos produtores membros e não membros a
preços competitivos e atrativos em quantidades que oscilam entre 70 - 80% das
necessidades anuais de processamento, (ii) Aquisição de quantidades adicionais junto dos
revendedores e armazenistas no período de escassez. Estes preços foram definidos com
base no histórico dos praticados nos últimos 3 anos.

A tabela abaixo ilustra a projecção dos preços projetados:

Tabela 17: Preço de aquisição de matérias primas

Unidad Preços de compra do milho


Descrição
e 2020 2021 2022 2023 2024
Milho MZN/kg 9.00 9.2 9.4 9.6 9.8
MZN/K
Farelo g 0 0 0 0 0

7.1.2. Preços de venda da farinha de milho

Como se fez referência acima, os preços de venda são atualizados em função do custo da
matéria prima e acrescido dos custos operacionais incluindo a margem de lucro. A tabela
abaixo ilustra os preços projetados para a venda da farinha de milho:

25
Tabela 18: Preços de venda de farinha de milho

Unidad Preços de venda de farinha de milho


Descrição
e 2020 2021 2022 2023 2024
MZN/k 29.0 33.8 31.4
Farinha de milho g 0 29.60 30.20 0 0
MZN/k 2.2
Farelo g 2.00 0 2.41 2.41 2.41

7.2. Viabilidade financeira

A análise de viabilidade financeira foi baseada nos principais indicadores, com destaque
para a Taxa Interna de Retorno (TIR), ponto de equilíbrio e o Valor Presente Líquido
(VPL). Igualmente são apresentadas as projecções de vendas, balanço previsional e
analise comparativa das variações baseados nos rendimentos, despesas, vendas e
investimentos comparado com o cenário base. Por fim é apresentada a análise de
sensibilidade dos resultados a vários eventos que possam afectar o desempenho do
negócio.

7.2.1. Resultados previsionais

Na tabela abaixo são apresentadas as demonstrações financeiras previstas para o período


de 2019-2023. Pelo que se afigura, as demonstrações da empresa revelam um
comportamento positivo.

As vendas globais demonstram uma ascensão expressiva que partem de 8,176,500 MZN
para 14,083,682 MZN do primeiro ao quinto ano. De igual modo os lucros líquidos
evoluem em período homologo de 2,311,188 MZN para 4,900,730 MZN do primeiro ao
quinto ano respectivamente. Desta forma, e de acordo com as demonstrações apresentadas
abaixo, conclui-se que o investimento apresenta viabilidade, com um grau de conforto.

Tabela 19: Demonstrações de resultados financeiros previsionais

Período
Descrição
2020 2021 2022 2023 2024
Meses de actividades por ano 8 12 12 12 12
8,176,50 9,980,54 11,194,52 12,556,23 14,083,68
Vendas de Produtos e serviços 0 4 1 7 2
Total Vendas de Produtos e 8,176,50 9,980,54 11,194,52 12,556,23 14,083,68
serviços 0 4 1 7 2
Total Custos de Mercadorias 4,978,58 5,467,02
Vendidas (CMVMC) 0 7 6,141,814 6,899,920 7,751,638
Resultado bruto 3,197,92 4,513,51 5,052,707 5,656,317 6,332,044

26
0 7
Resultado bruto (%) 39% 45% 45% 45% 45%

Fornecimentos e serviços de
terceiros 125,320 187,980 187,980 187,980 187,980
Fornecimentos 66,020 99,030 99,030 99,030 99,030
Serviços 49,467 74,200 74,200 74,200 74,200
Outros serviços 400 600 600 600 600
Outros Fornec. e Serv.de Terceiros. 9,433 14,150 14,150 14,150 14,150
Despesas com Pessoal 297,280 460,462 470,495 480,830 491,475
Outras Despesas e Encargos 0 0 0 0 0
Total Custos operacionais 422,600 648,442 658,475 668,810 679,455
EBITDA (Resultado antes de
deprec., gastos de financ. e 2,775,32 3,865,07
impostos) 0 5 4,394,231 4,987,507 5,652,588
Amortizações e Reintegrações 207,333 207,333 207,333 207,333 207,333
Encargos Financeiros 0 0 0 0 0
2,567,98 3,657,74
Resultados Antes dos Impostos 7 2 4,186,898 4,780,173 5,445,255
Provisões p/ Impostos sobre Lucros 256,799 365,774 418,690 478,017 544,526
2,311,18 3,291,96
Resultados Líquidos 8 8 3,768,208 4,302,156 4,900,730

7.2.2. Mapas previsionais de fluxos de caixa

Foi usado o fluxo de caixa (cash-flows) descontado como principal indicador previsional
para determinar o valor actual do investimento efectuado no projecto de expansão.

O modelo de avaliação contempla os cash-flows de investimento, financiamento e


exploração atualizados e um valor residual estimado, após o período das actividades, que
foi considerado como o valor presente de uma perpetuidade do fluxo de caixa.

O fluxo de caixa é apresentado em duas perspetivas, anual e numa base mensal. Em


ambas perspetivas apresenta-se positivo ao longo da vigência do projecto de investimento,
tomando como base nas projecções indicadas nas tabelas abaixo:

Tabela 20: Projecção do Fluxo de caixa anual 2020/24

Período 
Descrição
2020 2021 2022 2023 2024

11,194,52 12,556,23 14,083,68


Vendas 8,176,500 9,980,544 1 7 2
(3,555,000 (3,826,069 (4,292,849 (4,816,577 (5,404,199
Custos Directos ) ) ) ) )
Outros Custos (949,580) (1,130,816 (1,273,779 (1,434,822 (1,616,231

27
) ) ) )
Custo com o Pessoal (297,280) (460,462) (470,495) (480,830) (491,475)
Serviços de terceiros (125,320) (187,980) (187,980) (187,980) (187,980)
Encargos Financ. a curto
prazo 0 0 0 0 0
Amortizações Emprest. M &
L.ongo Prazo (207,333) (207,333) (207,333) (207,333) (207,333)
Impostos (256,799) (365,774) (418,690) (478,017) (544,526)
Saldo de Tesouraria 2,785,188 3,802,110 4,343,394 4,950,678 5,631,938

Cash in/(out) flow 2,785,188 3,802,110 4,343,394 4,950,678 5,631,938


10,930,69 15,881,37
Saldo de Abertura 0 2,785,188 6,587,298 2 0
Saldo de Tesouraria 10,930,69 15,881,37 21,513,30
Acumulado 2,785,188 6,587,298 2 0 8

Tabela 21: Projecção do Fluxo de caixa mensal Janeiro/julho 2020

Período
Descrição Fevereir
Janeiro Marco Abril Maio Junho
o
Vendas 408,825 490,590 654,120
Custos Directos (177,750) (213,300) (284,400)
Outros Custos (47,479) (56,975) (75,966)
Custo com o Pessoal (14,864) (17,837) (23,782)
Encargos Financ. a curto
prazo (6,266) (7,519) (10,026)
Amortizações de Emprest.
M & Longo Prazo 0 0 0
Impostos (10,367) (12,440) (16,587)
Saldo de Tesouraria (12,840) (15,408) (20,544)
139,259 167,111 222,815
Cash in/(out) flow 0 0 0
Saldo de Abertura 139,259 167,111 222,815
Saldo de Tesouraria
Acumulado 0 139,259 306,371

Tabela 22: Projecção do Fluxo de caixa mensal Julho/dezembro 2020

Período
Descrição Setembr Outubr Novembr Dezembr
Julho Agosto o o o o
1,635,30 1,635,30 1,226,47 1,226,47
Vendas 0 0 5 5 490,590 408,825
(711,000 (711,000 (533,250 (533,250
Custos Directos ) ) ) ) (213,300) (177,750)
(189,916 (189,916 (142,437 (142,437
Outros Custos ) ) ) ) (56,975) (47,479)

28
Custo com o Pessoal (59,456) (59,456) (44,592) (44,592) (17,837) (14,864)
Encargos Financ. a curto
prazo (25,064) (25,064) (18,798) (18,798) (7,519) (6,266)
Amortizações de
Emprest. M & Longo
Prazo 0 0 0 0 0 0
Impostos (41,467) (41,467) (31,100) (31,100) (12,440) (10,367)
Saldo de Tesouraria (51,360) (51,360) (38,520) (38,520) (15,408) (12,840)
557,038 557,038 417,778 417,778 167,111 139,259
Cash in/(out) flow 0 0 0 0 0 0
Saldo de Abertura 557,038 557,038 417,778 417,778 167,111 139,259
Saldo de Tesouraria 1,086,22 1,643,26 2,061,03
Acumulado 529,186 3 1 9 2,478,817 2,645,929

7.2.3. Rácios financeiros

A taxa interna de Retorno, vulgo TIR, o valor actual líquido (VAL) e o ponto de
equilíbrio são apresentados abaixo.

Tabela 23: TIR, VAL e Ponto de Equilíbrio


Indicador Valores (MZM) Condição
TIR Tem que ser superior
42%
(2020 a 2024) ao 12%
VAL Tem que ser superior a
9,302,994
(taxa de desconto: 10%) 0
Período de retorno (em anos) 4 N/A
Ponto de Equilíbrio (PE) – Ano 1,610,625  
Ponto de Equilíbrio (PE) – Mês 134,219  

A tabela 23 acima ilustra que a empresa no cenário base tem a TIR de 42%, o VPL
9,302,994 MZN e o ponto de equilíbrio 1,610,625, estes rácios foram calculados sobre os
fluxos de caixa e aplicando uma taxa de desconto de 10%. No cálculo da TIR estão apenas
considerados os fluxos de caixa das actividades operacionais e das actividades do
investimento.

7.2.4. Análise de sensibilidade

Nesta secção é apresentada análise de sensibilidade dos resultados a vários eventos que
possam afectar o projecto de investimento. A referida análise mostra o efeito dos
acontecimentos mencionados abaixo sobre a TIR e VAL:
 Variação de rendimento (mais ou menos 25%);
 Variação de custos relacionados (mais ou menos 25%);
 Variação de preço de matéria prima e venda do produto final (mais ou menos 25%);
29
 Variação de investimento (mais ou menos 25%);

Os dados da tabela a seguir ilustram os resultados da análise de sensibilidade. No cenário


base, mostra que variações significativas nos preços de venda podem causar uma TIR
abaixo de 42%, despesas 42% e investimentos 42%. Isto mostra que o projecto dispõe de
alicerces para resistir as variações, porque em todos os cenários estão previstos
incrementos significativos do ganho anual, também apresenta estabilidade na TIR, nunca
inferior a 42%. Isto se verifica no rendimento, custo de investimentos e níveis de vendas.

Tabela 24: Análise de sensibilidade

A análise de sensibilidade    
VAL (@
1. Variação de rendimento TIR
10%)
-25% 73% 17,513,332
Cenário base 42% 9,302,994
25% 74% 17,633,011
VAL (@
2. Variação de outras despesas TIR
10%)
25% 70% 16,740,188
Cenário base 42% 9,302,994
-25% 79% 18,525,835
VAL (@
3. Variação de preço de venda TIR
10%)
-25% 42% 9,302,994
Cenário base 42% 9,302,994
25% 42% 9,302,994
VAL (@
4. Variação de investimento TIR
10%)
25% 44% 12,056,635
Cenário base 42% 9,302,994
-25% 150% 23,209,388

8. ANÁLISE DE RISCOS AMBIENTAIS DO PROJECTO

Principais riscos previstos para o projecto de investimento e medidas de mitigação:

Tabela 25: Risco operacional

Risco (descrever o risco Mitigação de Risco (descrever os passos que serão


enfrentado pela tomados para mitigar)
entidade)
Risco Climático: Realizar a sementeira apos o início da época chuvosa:
Milho – mês de dezembro (para membros);
Risco de Produção: Uso de sementes melhoradas;
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Controlo rigoroso de pragas (lagarta do funil)
Risco de Investimento: Pela análise do mercado feita pela Morreno, o risco do
investimento é muito baixo.
Risco de entrada: A empresa tem vantagem competitiva estratégica em relação
aos concorrentes (controlo dos fornecedores de matéria-
prima);
Relações já estabelecidas com os clientes;
Compradores/clientes já identificados.
Risco de mercado: Estabelecimento de contractos de entrega futuro.
Risco financeiro: Treinamento da equipa em gestão financeira;
Realização de balancos periódicos.
Risco operacional: Treinamento da equipa de gestão no manuseamento dos
equipamentos, com apoio dos fornecedores.

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9. IMPACTO SOCIAL E AMBIENTAL

Tabela 26: Salvaguardas ambientais e sociais

Impacto Medida de Mitigação


Potencial de erosão  Plantio de vegetação com propriedades de prevenir erosão deve
dos solos ser replantada (ou deixada intacta) nos locais onde será
implantada qualquer actividade;
 Reposição da vegetação com arbustos de crescimento lento ou
espécies madeireiras de pequeno porte e índice de crescimento
lento pois poderão ajudar na retenção de água e consequente
diminuição da erosão.
 Restringir a circulação de veículos pesados em áreas propensas a
erosão;
Potencial poluição  Os fertilizantes devem ser manuseados por pessoal especializado,
dos solos e águas e com especial cuidado, de modo a evitar contaminação dos solos
subterrâneas por e/ou linhas de água.
excesso de  Devem ser usados aterros sanitários temporários para deposição
fertilizantes de lixos; a camada de solo superficial deve ser manuseada de tal
forma que possa retomar ao mesmo lugar donde foi removida,
quando termine a utilização do aterro.
 As embalagens feitas de materiais facilmente biodegradáveis
(papel, cartão, madeira) devem ser depositadas em aterros ou
incinerados.
Degradação da  Todos trabalhadores na área de serviço deverão usar protectores
qualidade de ar de poeiras, com máscaras
devido a emissão  Limitar a remoção da vegetação ao mínimo necessário para
de poeiras e reduzir as áreas expostas;
material particulado  Proteção das polias e correias com uma cerca de madeira, para
em caso de rebentam ente não fira os trabalhadores;
 Montagem de extratores e ventiladores para retirar a poeira dos
moinhos;
 Montagem de um colector para remover o ar viciado com pó de
farinha.
Impactos sobre a  Todos os trabalhadores envolvidos em actividades de risco
Saúde e Segurança devem beneficiar de treino de indução em matéria de saúde e
Ocupacional segurança ocupacional antes do início das actividades;
Consciencialização sobre saúde e segurança no trabalho é uma
componente chave para o cumprimento da legislação
Moçambicana sobre este aspecto e para prevenir acidentes a
formação deve ser ministrada por pessoal devidamente
qualificado para o efeito. Os trabalhadores devem ser treinados
de modo a serem capazes de identificar os riscos associados à
sua actividade e saberem como proceder em casos de
emergência.
 Assegurar que equipamento de primeiros socorros adequado
esteja disponibilizado e que todos os trabalhadores estão
devidamente capacitados para o utilizar;
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 Providenciar, em locais adequados, extintores de fogo e proceder
à sua manutenção regular; e
 Tornar obrigatório o uso de equipamento de proteção pessoal
(uniformes, coletes fluorescentes, botas, luvas, tampões de
proteção auricular, óculos protectores, etc.).

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