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MAUS & CUNHA ADVOGADOS ASSOCIADOS


Rua Victor Meireles, 600, sala 1104, Campinas – S. José – SC
E-mail: sigmaus@mceu.adv.br – Fone: 48 – 33755507.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE


DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA
COMARCA DA CAPITAL- SC.

URGENTE – PEDIDO DE LIMINAR

Se impresso, para conferncia acesse o site http://esaj.tjsc.jus.br/esaj, informe o processo 0300103-60.2016.8.24.0023 e o cdigo 42EADDA.
Este documento foi assinado digitalmente por PDDE-041450105 e RODRIGO PEREIRA MAUS. Protocolado em 07/01/2016 s 17:53:03.
GRAZIELA RAUPP PEREIRA, brasileira, estado civil divorciada, RG.
N. 2.508.803-3 – SC e inscrita no CPF sob o nº. 850.090.599-91,
residente e domiciliado na Rua Professora Maria do Patrocínio
Coelho, n. 181, Bairro Pantanal, Florianópolis – SC – CEP 88040-230,
por intermédio do seu bastante Procurador (Anexo I), vem à presença
de Vossa Excelência, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR

com fundamento no art.5º inciso LXIX da Constituição Federal, contra


ato do:

Comandante Geral da Policia Militar e do Diretor de Instrução e


Ensino da Policia Militar e Presidente da Comissão do Processo
Seletivo, que devem ser notificados o primeiro na Rua Visconde de
Ouro Preto, 549 – Centro – Florianópolis – SC CEP 88020-040, e os
demais na Avenida Madre Benvenuta, 265, Trindade – Florianópolis
– SC – CEP 88036-500, respectivamente, pelos motivos de fato e de
direito a seguir delineados:

1. PRELIMINARMENTE:

DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE WRIT:

A via mandamental é totalmente tempestiva, devendo, portanto, ser acolhida


nos termos que serão expostos a seguir.

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O direito de requerer, previsto no art. 23 da Lei 12.016/2009, está


perfeitamente atendido, tendo em vista que a homologação do resultado final do
recurso administrativo ocorreu dia 17 de dezembro de 2015, conforme disposto no
edital -item 9.

2. DOS FATOS:

A Impetrante participou de um Processo Seletivo para preenchimento de


vaga de Pedagoga com Habilitação Orientação Educacional da Diretoria de
Instrução e Ensino da Policia Militar do Estado de Santa Catarina, na forma do
estabelecido pelo Edital n. 030/DIE/PMSC/2015, cuja cópia do mesmo se junta
(Anexo II).

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Ao ser publicado o resultado do Processo Seletivo, a Impetrante observou

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que não foram computados os pontos referentes a sua pós-graduação – Doutorado
em Educação – informando a Comissão que a deliberação tomada foi em razão de
não constar o histórico escolar do referido Diploma de Doutorado de Educação.
Em consequência a Impetrante apresentou o recurso administrativo de
Reconsideração de Ato (Anexo III) previsto no próprio Edital (item 7), o qual,
recebido, foi indeferido conforme consta no documento Prévia dos Recursos, item
4. (Anexo IV).
Por não concordar com o Parecer final da Comissão Organizadora e de
Avaliação do Processo Seletivo, restou tão somente ingressar com o presente
Mandado de Segurança, com pedido de liminar, tendo em vista que a ADMISSÃO
deverá ocorrer no dia 21 de janeiro de 2016, conforme dispõe o item 8 do Edital.
3. DO DIREITO

O Mandado de Segurança é ação constitucional, de natureza cível, prevista


no art. 5º, LXIX, da Constituição da República e na Lei 12.016/2009, visando a
proteção de direito líquido e certo lesado ou que sofra ameaça de lesão, em
decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou abuso de poder.

Entende-se por direito líquido e certo aquele demonstrado de plano, por meio
de provas pré-constituídas, tendo em vista que a estreita via do Mandado de
Segurança não comporta dilação probatória.

Desse modo, pretendendo-se o reconhecimento do direito à nomeação pela


aprovação em Processo Seletivo público pela via do Mandado de Segurança,
vislumbrando-se que a prova pré-constituída existente nos autos, demonstra de
forma cabal o direito líquido e certo da Impetrante.

No mesmo sentido, resta demonstrado que o ato ou omissão que se


pretende impugnar é ilegal e/ou abusivo, existindo assim os requisitos basilares
para a propositura da presente ação mandamental.

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Senão vejamos.

Sua irresignação é pautada na questão dos critérios de análise e pontuação


da prova de “Títulos”, fato este já combatido na esfera administrativa nos termos
expostos no pedido de Reconsideração de Ato, o qual foi indeferido pelos agentes
Coatores.
Inicialmente devemos observar que o Caráter Classificatório e Eliminatório
atribuído ao Processo Seletivo, referem-se aos Pontos por Títulos conforme
solicitados no Edital, e se aplica aos Diplomas, Certificados, Certidões e
Declarações de Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.
Entretanto, a Comissão Organizadora e de Avaliação do Processo Seletivo,
ao examinar os documentos comprobatórios da Impetrante em sua condição de
candidata ao cargo de PEDAGOGA, com habilitação em Orientação Educacional,
não considerou a sua titulação maior - DOUTORADO EM EDUCAÇÃO -

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alegando ausência do histórico escolar do mesmo. Residindo daí a ilegalidade que
se busca reparar.

Acerca do DOUTORADO EM EDUCAÇÃO, a Universidade de Aveiro –


Portugal, emitiu o Diploma (fotocópia já com a revalidação da Universidade Federal
de Santa Maria – RS (Anexo V), Certidão do Doutoramento em Educação (Anexo
VI), Declaração com o Regulamento e as características do curso, o que justificaria
a ausência do histórico escolar (Anexo VII), e o Parecer da Universidade Federal
de Santa Maria – RS com a mesma revalidação do diploma da Universidade de
Aveiro (Anexo VIII).
Assim, o fato da inexistência de histórico escolar, não invalida o Título ora
apresentado, uma vez que no Curso de Doutoramento, regulamentado pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Aveiro, Portugal,
pois tal documento é substituído equivalentemente pela Declaração emitida pela
mesma Universidade, a qual atesta as Características e Regulamentos do Curso
de Doutorado daquela reconhecida Instituição, fato este que supera a exigência da
apresentação do histórico escolar, como entende a Comissão Julgadora (Anexo
VII).
Ressalte-se, ainda, que o Diploma de Doutorado apresentado no Processo
Seletivo está devidamente revalidado e registrado por uma Instituição de Ensino
Superior Federal Brasileira, no caso a Universidade Federal de Santa Maria, RS,
conforme documento anexado no ato da inscrição do Processo Seletivo.
O documento/declaração apresentado representa a totalidade da
comprovação ou certificação do “Histórico Escolar”, devendo ser valorado e aceito
em qualquer Concurso/Processo Público nas esferas municipais, estaduais e/ou
federais realizados no Brasil, como o foi, por exemplo, na Universidade do Estado
de Santa Catarina, onde a candidata atuou como Pedagoga/Professora Substituta
Adjunta/Doutora, de 2011 a 2015, assim como Pedagoga com habilitação em
Orientação Educacional/Coordenadora Pedagógica na Educação a Distância –
EaD, em 2015, na Polícia Militar de Santa Catarina.

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Esta afirmação pode ser comprovada pelo fato de ter recebido em ambas
instituições (UDESC e PMSC) o salário equivalente a titulação maior – Doutorado,
conforme comprova com Contracheque individual (Anexo IX), e as Declarações de
Vinculo Institucional (Anexos X e XI).
Cabe registrar também que de acordo com a Lei Nº 9.394, de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional do Brasil, no seu
Art. 48 dispõe que “Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando
registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por
seu titular, sendo que no § 3º “Os diplomas de Mestrado e de Doutorado
expedidos por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por
universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e
avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou
superior”.

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Destaca-se que a Impetrante anteriormente participou de processo seletivo

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semelhante em 19 de novembro de 2014 - Edital Nº 049/DIE/PMSC/2014 (Anexo
XII) onde foi classificada em 1º lugar, sendo sua titulação maior “Doutorado em
Educação” devidamente validada e pontuada, independentemente da inexistência
do “histórico escolar” ora exigido.
Visualizando os respectivos Editais 049/2014 e 030/2015, que se referem ao
“diploma de pós-graduação “stricto sensu” na área, em nível de doutorado
acompanhado de histórico escolar, são significativamente semelhantes,
diferenciando-se apenas as pontuações, que em 2014 equivalia a 20 pontos (edital
049/2014) e em 2015 a 1,0 ponto (edital 030/2015), e a inclusão da expressão: “que
pretende atuar” após a palavra: área, conforme se transcrevem, respectivamente,
com destaque sublinhado para as expressões:
Item 3.3 – a.“ diploma de pós-graduação “stricto sensu” na área, em nível de
doutorado acompanhado de histórico escolar, equivalerá a 20 pontos (Edital
049/DIE/PMSC/2014).
Item 4.3.3 – a.“ Diploma de pós-graduação “stricto sensu” na área que
pretende atuar, em nível de doutorado acompanhado de histórico escolar,
equivalerá a 1,0 ponto (Edital 030/DIE/PMSC/2015).
Como se pode verificar ambos os editais se referem de forma igual (anexos
II e XII), sendo a solicitação do diploma com histórico escolar igual, mudando
apenas a valoração do referido Diploma e a expressão: que pretende atuar, que em
nada altera o significado da frase em relação a avaliação do diploma.
Por isso, reforçamos o fato de que a Impetrante, já tendo trabalhado durante
todo o ano de 2015 no Centro de Ensino da PMSC, percebendo salário equivalente
a titulação maior – Doutorado (Anexo IX), comprova indubitavelmente a aceitação
de seu diploma de DOUTORADO, na mesma instituição de ensino que agora lhe
apresenta posição contrária.
Logo, sendo aceito, como deve ser, em outros certames de mesma natureza,
tem-se que a Declaração do Curso de Doutoramento da Universidade de Aveiro,

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substitui o questionado documento, revelando-se assim a ilegalidade do ato


praticado, pois é latente que não é permitido ao administrador, em que pese seu
poder discricionário, simplesmente ignorar tal situação, deixando de considerar o
Diploma de DOUTORADO EM EDUCAÇÃO, expedido pela Universidade de Aveiro
– Portugal, para fins de contagem de pontos do doutorado, ao seu bem prazer.
Assim, por trata-se de ato totalmente ilegal, transcreve-se a Súmula 473 do
STF que assim dispõe: “Quando a Administração ultrapassar aqueles limites, estará
sujeita a um controle, que pode ser feito pela Administração e pelo Judiciário”
Já para o doutrinador José Afonso da Silva, em sua obra “Curso de direito
constitucional positivo”, p. 450, ano 2000, fala sobre a propositura do mandado de
segurança:
“O mandado de segurança é, assim, um remédio constitucional, com
natureza de ação civil, posto a disponibilizarão de titulares de direito

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líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de

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autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público”.
No mesmo pensamento, Hely Lopes Meirelles, em sua obra “Mandado de
Segurança”, de ano 1998, assim diz sobre a certeza e a liquidez do direito garantido
constitucionalmente:
“Direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua
existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no
momento da impetração”.

Pertinente aos fatos da demanda, transcreve-se parcialmente, para maior


clareza e certeza do julgamento, o Parecer CNE/CES nº 199/2002, aprovado em 5
de junho de 2002.

Aplicação do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a


República Federativa do Brasil e a República Portuguesa.

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2002/pces199_02.pdf

PARECER HOMOLOGADO - Despacho do Ministro, publicado no Diário


Oficial da União de 27/6/2002.

I – RELATÓRIO

O Presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível


Superior – CAPES, Abílio Afonso Baeta Neves, propõe a esta Câmara de
Educação Superior a realização de estudos sobre a aplicabilidade do
Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, celebrado entre a República
Federativa do Brasil e a República Portuguesa, na cidade de Porto Seguro,
Estado da Bahia, em 22 de abril de 2000, promulgado, no Brasil, pelo
Decreto nº 3.927, de 19 de setembro de 2001, depois de aprovado pelo
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Congresso Nacional através do Decreto Legislativo nº 165, de 2001, e, em


Portugal, pela Resolução da Assembléia da República n.º 83, de 14 de
dezembro de 2000. Refere-se o proponente ao Título III do Tratado, que
cuida da “Cooperação no Domínio do Ensino e da Pesquisa”.
...............................

Artigo 44
Com as adaptações necessárias, aplica-se por analogia, ao reconhecimento
de títulos de especialização, o disposto nos Artigos 39 a 41.

2.2.1. Observa-se, no tocante a este conjunto de dispositivos, que qualquer


universidade brasileira - pública federal, pública estadual, pública municipal
ou privada - está habilitada a reconhecer graus e títulos (art.40) obtidos em
Portugal. Esse reconhecimento terá validade nacional, no Brasil e em
Portugal. Desse modo, quanto a graus ou títulos obtidos em Portugal, deixa
de incidir o regime de revalidação previsto no art. 48 da LDB, objeto da

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Resolução CES nº 1, de 2002, a qual, em seu art. 2º, parágrafo único, não
descuidou de anunciar que “a revalidação é dispensável nos casos previstos
em acordo cultural entre o Brasil e o país de origem do diploma, subsistindo,
porém, a obrigatoriedade de registro, quando este for exigido pela legislação
brasileira. Registro, na linguagem do Tratado, significa reconhecimento.

2.2.2. Observa-se, ainda, que títulos de especialização são aqueles que, no


Brasil ou em Portugal, decorrem do mestrado e do doutorado. A expressão,
neste caso, nada tem a ver com os cursos brasileiros de especialização.

2.3 O terceiro segmento tem a ver com a celebração de convênios entre


universidades brasileiras e instituições de ensino superior portuguesas ou
entre corporações profissionais de ambos os países. São os seguintes os
dispositivos que o compõem: Lauro Ribas Zimmer 0285 eds Processo(s):
23001-000285/2001-63

Artigo 42

1. Podem as Universidades no Brasil e as Universidades e demais


instituições de ensino superior em Portugal celebrar convênios tendentes a
assegurar o reconhecimento automático dos graus e títulos acadêmicos por
elas emitidos em favor dos nacionais de uma e outra Parte Contratante,
tendo em vista os currículos dos diferentes cursos por elas ministrados.

2. Tais convênios deverão ser homologados pelas autoridades competentes


em cada uma das Partes Contratantes se a legislação local o exigir.

Artigo 45

1. As Universidades no Brasil e as Universidades e demais instituições de


ensino superior em Portugal, associações profissionais para tal legalmente
habilitadas ou suas federações, bem como as entidades públicas para tanto
competentes, de cada uma das Partes Contratantes, poderão celebrar

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convênios que assegurem o reconhecimento de títulos de especialização por


elas emitidos, em favor de nacionais de uma e outra Parte.

2. Tais convênios deverão ser homologados pelas autoridades competentes


de ambas as Partes Contratantes, se não tiverem sido por elas subscritos.

2.3.1. Quanto a este último segmento, observa-se que, no Brasil, de acordo


com o disposto no art. 53, VI e VII, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, as universidades, públicas federais, estaduais, municipais e
privadas já têm competência para conferir graus, diplomas e outros títulos, e
firmar convênios com instituições estrangeiras, independentemente de
homologação por autoridade superior.

Demonstrado está, assim, o direito líquido e certo da Impetrante em ver


computados a pontuação prevista para o doutorado, tornando-a por via de

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consequência classificada em 1º lugar do certame a qual participara.

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No mesmo sentido, e reforçando a tese aqui apresentada, anexamos as
Declarações da Universidade do Estado de Santa Catarina, em que comprova uma
vez mais, a conclusão de três Pós-doutorados em Educação (Anexos XIII, XIV
e XV).
Finalmente, e para mais uma comprovação do que foi alegado, juntam-se os
resultados finais dos Processos Seletivos de 2015 (Anexo XVI) e de 2014 (Anexo
XVII). Ressalte-se que pelos dois editais foram avaliados a experiência profissional
da candidata (esta obteve a pontuação máxima nos dois editais) e a apresentação
de títulos (pontuação máxima no edital 049/2014).
Desta forma, baseando-se nos Critérios de Pontuação estabelecidos pelo
Edital e regras do referido Processo Seletivo, a Impetrante, pelas razões aqui
apresentadas e considerando que o Edital, Lei Maior do Processo, deve ser
observado e rigorosamente cumprido, a pontuação da titulação maior (doutorado)
classificará a mesma no Processo Seletivo, com a obtenção da nota máxima na
Prova de Títulos do Processo Seletivo do Edital Nº 030/2015 da Policia Militar do
Estado, assim como foi no Processo Seletivo no referido Edital 049/2014.

3. DO PEDIDO DA LIMINAR

DO FUMUS BONI IURUS

Tal requisito encontra-se presente pelas documentações e argumentações


expostas acima, que evidenciam a flagrante ilegalidade do ato cometido pelas
autoridades coatoras, tendo em vista que não foram respeitados os princípios da
legalidade e do interesse público da administração pública, quando da não
contagem da pontuação do título apresentado de DOUTORADO.

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Reforça-se ainda que com a computação da pontuação relativa a este


diploma de Doutorado, a Impetrante alcançaria o primeiro lugar no certame
constante no edital Edital n. 030/DIE/PMSC/2015

Já o art. 5º, inciso LXIX, dispõe: “conceder-se-á mandado de


segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-
corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público”. (grifo nosso)

DO PERICULUM IN MORA

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Diz a Lei 1.533 de 31 de dezembro de 1951, e seu artigo 7, inciso II:

Art. 7. Ao despachar à inicial, o juiz ordenara:

II – que se suspenda o ato que se deu motivo ao pedido quando for


relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficácia
da medida, caso seja deferida.

Desta forma escreveu Hely Lopes Meirelles, em sua obra e ano antes citado,
na página 69:

“A medida liminar e provimento cautelar admitida pela própria lei de


mandado de segurança quando sejam relevantes os fundamentos da
impetração e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da ordem
judicial, se concedida a final. Para a concessão da liminar devem
concorrer os dois requisitos legais, ou seja, a relevância dos motivos em
que se assenta o pedido da inicial e a possibilidade da ocorrência de
lesão irreparável ao direito do impetrante se vier a ser reconhecido na
decisão do mérito – fumus boni iuris e periculum in mora”.

Outro respeitado doutrinador Humberto Theodoro Junior, em sua obra


“Curso de Direito Processual Civil”, pagina 345, ano de 2002, se manifesta a
respeito do periculum in mora:

Perigo de dano próximo ou iminente e por sua vez, o que se relaciona


com uma lesão que provavelmente deva ocorrer ainda durante o curso
do processo principal, isto e, antes da solução definitiva ou de mérito.
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E em outra passagem:

“(...) deve-se ter como grave todo o dano que, uma vez ocorrido, ira
importar supressão total, ou inutilização, senão total, pelo menos de grande
monta, do interesse que se espera venha a prevalecer na solução da lide
pendente de julgamento ou composição no processo principal”.

No caso em apreço, o perigo da demora encontra-se evidenciado, em face


da proximidade da nomeação dos candidatos classificados, qual seja a data de 21
de janeiro do corrente ano, e pelo fato de que em se acatando a tese trazida na
presente demanda, relativa a validação da contagem dos pontos no Diploma

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apresentado, a Impetrante alcançaria o primeiro lugar no certame constante
no edital Edital n. 030/DIE/PMSC/2015, devendo assim ser concedida a liminar
requerida, para se resguardar a vaga da Autora, posto que se configura o perigo de
dano, caso vierem a ocorrer as nomeações antes do julgamento do mérito da ação.

4. DOS PEDIDOS:

Face ao exposto, e tendo em vista a irregularidade cometida pela


Administração Pública usando de forma irregular a avaliação da pontuação da
Impetrante, para assegurar o seu direito líquido e certo, requer desde logo:

1. A concessão da liminar do presente mandamus, determinando a suspenção


imediata das nomeações decorrentes dos resultados já homologados e publicados,
do concurso de que a Impetrante participou, ou, em não sendo esta a decisão, que
se reserve uma das vagas a que a Impetrante faz jus.

2. A notificação da autoridade coatora para, querendo, responder e prestar as


informações que julgar necessárias, respeitando-se, na forma do artigo 7, inciso I,
da Lei 1.533/1951

3. Requer, ao final, a concessão da segurança, para determinar a validação da


pontuação referente ao Diploma de Doutorado, gerando em via de consequência a
classificação da Impetrante no certame constante no edital Edital n.
030/DIE/PMSC/2015, para sua consequente admissão ao cargo em disputa.

Dá-se a presente causa o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) para efeitos
meramente fiscais.
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Nestes Termos,

Pede Deferimento.

OAB/SC 12578
SIGFRIDO MAUS
Florianópolis, em 07 de janeiro de 2016.

OAB/SC 12579
RODRIGO PEREIRA MAUS

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