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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

POLO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA – MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO

CONCRETO

Yuri dos Santos Figueira


117084731

Macaé,
2021
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SUMÁRIO

1. DEFINIÇÃO 3

2. AGRESSIVIDADE DAS ÁGUAS DOS SOLOS E DOS GASES AO


CONCRETO. ESCOLHA DOS CIMENTOS 3

3. USO DE ADITIVOS NO CONCRETO 10

4. ESTUDO DE DOSAGEM 24

5. PREPARO, TRANSPORTE, LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E CURA 32

6. PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO 45

7. PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO 54

8. ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS DO CONCRETO 64

9. ENSAIOS ACELERADOS PARA PREVISÃO DA RESISTÊNCIA DO


CONCRETO 72

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1. DEFINIÇÃO

O concreto é um dos materiais mais utilizados na construção civil, sendo composto por
uma mistura de cimento, agregados graúdos (pedras), agregados miúdos (areia), água, aditivos
e adições (sílica ativa).

Aditivos e adições são produtos fundamentais para melhorar o desempenho do concreto.


Historicamente, o uso desses materiais aumentou à medida que cresceu a necessidade de se
obter concretos com características especiais.

O concreto é classificado como estrutural e não estrutural. O primeiro é utilizado na


estrutura de uma construção, quando se faz necessário oferecer resistência suficiente para
manter uma edificação em pé. O segundo, como por exemplo o concreto magro, é utilizado em
partes não estruturais do edifício, possuindo uma menor resistência.

2. AGRESSIVIDADE DAS ÁGUAS DOS SOLOS E DOS GASES AO


CONCRETO. ESCOLHA DOS CIMENTOS

2.1. INTRODUÇÃO. Devido a experiências adquiridas nos últimos anos, é possível


fazer um julgamento sobre o grau de agressividade das águas. Porém, antes disso, serão
mostradas substâncias que atacam o concreto de maneira destrutiva.

2.2. SUBSTÂNCIAS QUE ATACAM O CONCRETO E SEUS EFEITOS

2.2.1. NOÇÃO GERAL E INTRODUÇÃO. Dada a composição química do cimento,


algumas substâncias podem reagir quimicamente, afetando a estrutura do cimento.

Segundo as reações químicas, podem-se distinguir dois tipos de ação:

• A lixiviação do cimento endurecido;


• A expansão no cimento endurecido.

A lixiviação é ocasionada por águia doce, ácidos, sais, graxas e óleos. Já a expansão, se
deve principalmente aos sulfatos. Além disso, esses dois modos de ataque podem-se produzir-
se simultaneamente com águas que contém diferentes substâncias agressivas.

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O grau de ataque normalmente é encontrado devido a ensaios em laboratórios.

2.2.2. A LIXIVIAÇÃO DO CIMENTO ENDURECIDO

• Água doce – A água pura pode atacar superficialmente o concreto ordinário;


• Os Ácidos – A maioria dos ácidos ataca o cimento do concreto, porque no curso
da reação com os ácidos se formam sais de cálcio facilmente solúveis. Existem
ácidos fortes (exemplo: ácido sulfúrico) e fracos (exemplo: ácido sulfídrico), que
atacam o cimento com intensidade diferente;
• Os Sais – Os sais em geral, com exceção de alguns, dissolvem principalmente o
hidróxido de cálcio do cimento;
• As Graxas e os Óleos – Os óleos e as graxas de maneira geral, podem penetrar
o cimento seco, fazendo com que se abaixe a resistência por amolecimento
mecânico.

2.2.3. – EXPANSÃO. No caso da expansão do cimento endurecido, devido a reações


químicas com sulfatos, ocasiona a formação de novas composições sólidas que provocam a
expansão do concreto.

2.3. APRECIAÇÃO DO GRAU DE AGRESSIVIDADE

2.3.1. BASES DE APRECIAÇÃO. A análise química dá informações sobre a natureza


e a quantidade das substâncias presentes na água e que atacam o concreto. Seus resultados
servem como base para escolha dos cimentos para cada ocasião de construção.

Devem ser consideradas a concentração de determinadas substâncias químicas que


reagem com o cimento, mesmo quando são muito pequenas. Além disso, deve-se observar que
a água corrente é mais perigosa, de maneira geral, que a água estagnada. Todas essas
considerações são importantes para a definição dos valores limites.

2.3.2. PRESCRIÇÕES ESTABELECIDAS PARA DIFERENTES PAÍSES. Para


mostrar diferenças entre os países, quanto a determinação dos limites dos graus de agressividade
da água, abaixo constam três tabelas. A primeira dos Estados Unidos, a segunda da Inglaterra
e a terceira da Comissão Laboratorial da Associação das Fábricas de Cimento Alemãs.

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Tabela 1: Valores limites utilizados nos Estados Unidos.

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

Tabela 2: Valores limites utilizados na Inglaterra.

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

Tabela 3: Valores limites da Comissão Laboratorial da Associação das Fábricas de Cimento Alemãs.

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

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2.4. EXAME DAS ÁGUAS

2.4.1. RESUMO SOBRE A ANÁLISE QUÍMICA. Para apreciar o caráter agressivo


de um solo face a um concreto, basta, em geral proceder a um exame de amostras de água. A
esse respeito, a análise química de tais águas, de composição natural, compreende as seguintes
pesquisas:

• A medida do pH;
• O odor;
• A consumação em permanganato de potássio;
• A dureza;
• O magnésio;
• O amônio;
• Os sulfatos;
• Os cloretos;
• O anidrido carbônico dissolvendo a cal.

2.4.2. AMOSTRAGEM. A amostragem dos corpos de prova é determinante para a


apreciação do grau de agressividade. Dessa maneira, deve ser feita por um profissional
competente, seguindo todas as normas estabelecidas. Além do correto manuseio dos corpos de
prova. A análise é feita geralmente a partir de dois frascos de água, em alguns casos
excepcionais três frascos.

2.5. EXAME DOS SOLOS

2.5.1. RECONHECIMENTO DOS SOLOS. Os solos agressivos são reconhecíveis,


pela coloração que varia do castanho ao castanho-amarelo dos solos normais. Quando os solos
tem coloração negra até cinza, com manchas de ferrugem vermelhos-castanhos, são
considerados suspeitos. O caráter ácido dos solos é representado pela coloração cinza-clara até
branca.

2.5.2 SUBSTÂNCIAS AGRESSIVAS

• Solos com Sulfatos;


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• Solos Pantanosos;
• Aterros de Resíduos.

2.5.3 ENSAIOS QUÍMICOS. O exame químico dos solos abrange as seguintes


determinações:

• Grau de acidez segundo Baumann-Gully;


• Sulfato em mg 𝑆𝑂2− /kg de solo seco ao ar;
• Sulfeto em mg 𝑆 2− / kg de solo seco ao ar.

Por meio dessas análises serão determinadas as propriedades e combinações mais


importantes dos solos.

Tabela 4: Valores limite para avaliação da Agressividade dos Solos

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

2.6. GASES. Devido a atuação permanente de gases de escapamento, é necessário


realizar análise dos gases, e essa avaliação deve ser feita por um perito.

Esses gases podem conter ácidos, então isso pode ocasionar pontos de condensação
inferior, podendo formar soluções agressivas.

2.7. ESCOLHA DOS CIMENTOS. Esta escolha depende, em particular, da


quantidade de sulfato compreendida nas águas. Abaixo dos limites admissíveis, podem-se
empregar os cimentos Portland ordinários.

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Quando o sulfato não pode mais ser considerado negligenciável, o emprego do cimento
de fraca porcentagem de C3A torna-se indispensável. Veja abaixo cimentos resistentes aos
sulfatos:

• Cimentos ricos em escória ou de alto forno;


• Cimento Portland especial;
• Cimento Americano ASTM tipo V (teor máximo de C3A igual a 5%);
• Cimento supersulfatado.

Tabela 5: Escolha dos cimentos segundo graus de agressividade.

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

2.8. EXERCÍCIOS

1. Que tipos de reações químicas podem-se produzir em um meio líquido em


contato com estrutura de concreto armado produzindo seu ataque e diminuindo
sua vida útil?
R: Lixiviação e expansão. Em que no geral, a lixiviação é ocasionada devida as
reações químicas do concreto com ácidos (presentes nas águas e em outras
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substâncias) e a Expansão é ocasionada devido a reação química do concreto
com sulfatos.
2. Para um exame criterioso da água de subsolo, que ficará em contato com
estrutura de concreto, quais os ensaios que deverão ser realizados, para uma
perfeita caracterização da mesma?
R: Os ensaios deverão abranger as seguintes determinações: Grau de acidez
segundo Baumann-Gully, Sulfato em mg 𝑆𝑂2− /kg de solo seco ao ar, Sulfeto em
mg 𝑆 2− / kg de solo seco ao ar.

3. Qual procedimento a ser adotado para amostragem de água para ser utilizada em
concreto?
R: A amostragem dos corpos de prova é determinante para a apreciação do grau
de agressividade. Dessa maneira, deve ser feita por um profissional competente,
seguindo todas as normas estabelecidas. Além do correto manuseio dos corpos
de prova. A análise é feita geralmente a partir de dois frascos de água, em alguns
casos excepcionais três frascos.
Um dos frascos servirá para determinar o pH, odor, dureza, teores de magnésio,
amônio, sulfato, cloretos e medida da alcalinidade. Outro frasco será utilizado
para determinar o ácido carbônico que dissolva a cal.

4. Quais os ensaios que devemos solicitar para um exame químico do solo, quanto
à agressividade a uma estrutura de concreto armado?
R: Os ensaios deverão abranger as seguintes determinações: A medida do pH, o
odor, a consumação em permanganato de potássio, a dureza, o magnésio, o
amônio, os sulfatos, os cloretos, o anidrido carbônico dissolvendo a cal.

5. Que tipo de ataque os gases agressivos fazem em uma peça de concreto armado?
R: Alguns gases podem conter ácidos, então isso pode ocasionar pontos de
condensação inferior, podendo formar soluções agressivas. Os componentes
gasosos sob precipitações se dissolvem, e, sob forma de água, agridem o
concreto. Outros gases podem fazer com que o concreto fique mais carbonatado,
o que prejudica o concreto.
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6. Quais os tipos de cimentos que podem ser utilizados, resistentes aos sulfatos?
R: Portland tipo V e cimentos supersulfatados.

3. USO DE ADITIVOS NO CONCRETO

3.1. INTRODUÇÃO. As informações neste artigo têm por objetivo registrar e


descrever a ação e os efeitos dos vários aditivos para concretos ou argamassas.

3.2. DEFINIÇÕES. Pode-se definir como aditivo todo produto não indispensável à
composição e finalidade do concreto, que adicionado ao concreto, faz-se aparecer ou reforçar
certas características.

3.3. CLASSIFICAÇÃO. A classificação dos aditivos pode ser baseada na ação


(química, física, físico-química) ou nos efeitos.

Portanto, veja abaixo os agrupamentos para a classificação e estudos das características


ou predominantes dos aditivos, tendo como base as finalidades procuradas pela sua aplicação.

ADITIVOS DESTINADOS A MELHORAR A TRABALHABILIDADE DO


CONCRETO

• Plastificantes redutores;
• Incorporadores de ar;
• Dispersantes ou fluidificantes.

MODIFICADORES DAS RESISTÊNCIAS MECÂNICAS

• Redutores plastificantes.

MODIFICADORES DAS RESISTÊNCIAS DO CONCRETO A CONDIÇÕES


ESPECIAIS DE EXPOSIÇÃO

• Incorporadores de ar.

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MODIFICADORES DE TEMPO DE PEGA E ENDURECIMENTO

• Retardadores;
• Aceleradores.

IMPERMEABILIZANTES

• Repelentes à absorção capilar;


• Redutores de permeabilidade.

EXPANSORES

• Geradores de gás;
• Estabilizadores de volume;
• Geradores de espuma.

ADESIVOS

ANTICORROSIVOS

CORANTES, FUNGICIDAS, GERMICIDAS E INSETICIDAS

Outras finalidades, tais como:


• Controle de expansão quando empregados agregados reativos
• Melhoria das condições de lançamento do concreto com diminuição da
segregação
• Diminuição da exsudação
• Redução do calor da hidratação
• Melhorias das condições de transporte do concreto por meio de bombas

Características são obtidas de materiais pulverulentos:


• Inertes
• Cimentantes
• Pozolanas

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• Agentes e cristalização

Antes da seleção do aditivo, devem ser observados os seguintes pontos:

➢ Comparação do custo final do concreto.


➢ Conhecimento dos efeitos reais do aditivo ou da mistura de aditivos
➢ Habilitação do pessoal que irá empregar o aditivo na obra.

3.4. INCORPORADORES DE AR. O concreto contém sempre, em sua massa, grande


ou considerável quantidade de ar nele introduzido durante o período de mistura.

São formadas bolhas e estas bolhas acarretam o rompimento da aderência pasta-


agregado, com isso, acarretando no enfraquecimento do concreto.

Os vazios no concreto, decorrentes da evaporação da água, chamados de capilares


apresentam diâmetros tanto maiores quando maior for o fator água/cimento. Quando
água/cimento é menor ou igual a 0,44, o diâmetro dos capilares varia de 20 a 200 A. Quando
água/cimento é maior ou igual a 0,44 os capilares variam de 200 a 5000 A.

A partir de tabelas (mostradas abaixo) é possível deduzir a razão da baixa resistência do


concreto preparado com alto fator de água/cimento.

Tabela 6: Água com ar incorporado ALFONS AMMANN

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Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

O incorporador de ar é um tensoativo que age diminuindo a tensçao superficial da água.

Devido a sua menos densidade, a bolha tenderá a subir, na superfície se estabiliza sem
romper.

A ação dos tensoativos sobre as partículas de cimento ou de agregado muito fino, faz
com que se forme um grupo mais estável.

Figura 1: Ação do tensoativo sobre partículas do cimento

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Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

A ação e efeitos do incorporador de ar sobre o concreto recém-misturado são


resumidamente: Age como um fluido, substituindo uma parte da água. Isso muda a fluidez.

AGE COMO INERTE. As bolhas podem substituir areia fina, com as seguintes
vantagens: melhor coeficiente de forma, são elásticas, podem se movimentar sem atrito,
diminuem a porcentagem de vazios irregulares, melhora e reologia do concreto fresco, facilita
o lançamento, aumenta a coesão e diminui a exsudação, impede sedimentação, rompem a
aderência entre pasta e agregado graúdo.

INFLUÊNCIA SOBRE O CONCRETO ENDURECIDO. Dependendo da dosagem,


a resistência é alterada, diminuindo por exemplo. As bolhas de ar melhoram a estanqueidade
do concreto, além disso, melhoram a durabilidade do concreto para a ação do gelo e degelo, por
exemplo.

Figura 2: Água congelada no concreto

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Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

FATORES QUE INFLUENCIAM NA AÇÃO DO INCORPORADOR

• Aditivo, intervém sobre: volume do ar incorporado, dimensão e distribuição


das bolhas, estabilidade e resistência das membranas.
• Cimento, intervém de acordo com sua: natureza, finura, dosagem

RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO. Tem influência não somente sobre o teor de ar


incorporado, mas também, sobre a distribuição das bolhas, conforme a figura 3, onde se verifica
que quanto mais elevado for o fator a/c, maior se torna o diâmetro da bolha.

Figura 3: relação água/cimento

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

INFLUÊNCIA DE OUTROS ADITIVOS. O acréscimo de outro aditivo pode


modificar o teor de ar incorporado que seria obtido pelo uso do aditivo específico. A

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temperatura tem influência sobre a quantidade de ar incorporado, como mostrado na tabela
abaixo:

Tabela 7: Influência da temperatura na quantidade de ar incorporado

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

INFLUÊNCIA DA AREIA E DO AGREGADO. A regularidade das areias e a sua


forma têm uma grande influência sobre o conteúdo de ar incorporado. Grãos entre 0,2 a 0,8 mm
são os que incorporam mais ar.

Figura 4: Influência da quantidade de grãos

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

INFLUÊNCIA DA MISTURA. Parâmetros que influenciam no teor de ar incorporado:


Modo, energia, tempo de mistura, tipo de betoneira, volume de concreto preparado.

Influência do lançamento: Tempo, energia de compactação.

As perdas mais importantes por compactação são: Alta energia de compactação para um
pequeno volume, tempo de vibração, plasticidade do concreto.

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3.5. REDUTORES DE ÁGUA, DISPERSANTES E FLUIDIFICANTES-
RETARDADORES. São materiais orgânicos ou combinados orgânicos e inorgânicos que
reduzem a quantidade de água necessária para a obtenção de um concreto de uma certa
consistência, ou que modificam o tempo de pega e/ou de endurecimento.

Os retardadores tem por finalidade prolongar o período que transcorre desde a colocação
da água até o princípio das reações químicas do cimento.

A ASTM classifica os aditivos deste grupo em:

A – Redutores; B – Retardadores; C – Aceleradores; D – Redutores-Retardadores; E –


Redutores-Aceleradores.

SOBRE O CONCRETO RECÉM MISTURADO

REDUTORES causam:

Redução do consumo de água para uma mesma plasticidade, aditivos de classe A, D e


E, aumentam a plasticidade do concreto, apresenta melhor trabalhabilidade, menor segregação
e melhor condição de vibração e bombeamento, reduzem a temperatura do “concreto massa”.

RETARDADORES:

Modificam o tempo de pega, o que permite: Evita descontinuidade, resistência


homogênea, permite concretagem em elevadas temperaturas.

SOBRE O CONCRETO ENDURECIDO

REDUTORES:

Aumento das resistências mecânicas; aditivos A e E aumentam as resistências em todas


as idades; atende a especificações de máximo consumo, alta resistência inicial, boa
trabalhabilidade.

RETARDADORES:

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Aditivos B e D têm geralmente a mesma resistência à compressão que o concreto
padrão; aumenta a resistência nos primeiros 28 dias; diminui o aparecimento de fissuras.

AÇÃO DOS DISPERSANTES OU FLUIDIFICANTES NA MODIFICAÇÃO


DAS CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO. O dispersante age diretamente sobre o
cimento por meio de ação física. O dispersante fluidificante age através da repulsão decorrente
do aditivo em camadas multimoleculares.

Figura 5: Ação dos dispersantes ou fluidificantes

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

Um efeito muito importante quanto ao uso do efeito redutor, é o aumento das


resistências mecânicas e diminuição, da porosidade decorrentes da diminuição da quantidade
de água empregada no preparo do concreto.

RETARDADORES DENSIFICADORES . Os agentes retardadores agem sobre o


cimento, regulando a formação do gel. Seu efeito principal é retardar a pega do cimento,
conservando a massa em estado plástico, durante um maior período de tempo.

GENERALIDADES. Para que se possa bem compreender a ação do retardador


convém, antes, lembrar o que se passa com o cimento durante sua hidratação.

Os principais componentes do cimento são os relacionados do quadro seguinte:

Tabela 8: Principais componentes do cimento

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Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

Pelo quadro apresentado, nota-se que variações na composição do cimento levam a


variações no início da pega e no desenvolvimento das propriedades mecânicas da pasta de
cimento.

Outros fatores externos também podem influir no tempo de pega, tais como:

• Temperatura
• Finura do cimento
• Quantidade de água de misturados

A ação dos retardadores é basicamente uma ação química. Entende-se como ação
química, ações na fase líquida que modificam o pH.

Efeitos sobre o desenvolvimento do calor de hidratação. 1 dia: o calor hidratação é tanto


menor quanto maior for o prolongamento do tempo de pega. 7 dias: o calor foi maior que o da
argamassa padrão, o que indica que o retardador funciona como acelerador.

Através de ensaios e análises, foi possível concluir sobre os densificadores retardadores


acarretam, assim:

• Prolongamento do período de pega


• Reduzem água necessária para a obtenção do mesmo abatimento verificado no
concreto padrão preparado sem aditivo
• Redução é menor do que a observada no emprego dos dispersantes
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• Reduzem as variações de volume

3.8. ACELERADORES. Denomina-se acelerador o material que, adicionado ao


concreto, que diminui o tempo de início de pega e desenvolve mais rapidamente as resistências
inicias.

AÇÃO. Neste grupo estão os aceleradores que combinam quimicamente com o cimento
durante a hidratação e os estabilizadores que, somente pela sua presença facilitam e apressam
a hidratação ou endurecimento.

EFEITOS. Os aceleradores são empregados com a finalidade de modificar as


propriedades do concreto no que diz respeito a:

Redução do tempo de pega inicial e final. Efeito este que varia com:

• Quantidade de aditivo empregado;


• Temperatura ambiente e do concreto.

Existem diversas características, como por exemplo: aumente da resistência à


compressão nas primeiras idades, aumento da variação de volume, resistências aos sulfatos é
diminuída, aumento da reação provocada pelos álcalis dos agregados.

O cloreto de Cálcio acelera o desprendimento do calor da hidratação. O cloreto de Sódio


acarreta a formação de pequenos circuitos elétricos que ocasionam ou agravam a corrosão dos
metais. O Cloreto de Cálcio não deve ser empregado em concreto destinado à moldagem de
elementos estruturais protegidos.

3.9. IMPERMEABILIZANTES INTEGRAIS. O concreto, ao endurecer, forma, em


sua massa, uma série de poros e condutos capilares que se mantêm cheios de água durante o
tempo em que o mesmo está sob regime de cura úmida. Com a secagem, os poros ficam vazios,
sofrendo uma diminuição de volume, isso acarreta a diminuição do volume total da peça de
concreto. Este fenômeno é denominado “retração”.

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PERMEABILIDADE E POROSIDADE DO CONCRETO. A permeabilidade do
concreto é acentuadamente maior que a da pasta. A perfeita cura é a maneira mais segura de
evitar a permeabilidade e porosidade do concreto.

Os impermeabilizantes integrais são substâncias capazes de tornar o concreto


praticamente impermeável, desde que este tenha sido preparado, lançado e curado
convenientemente.

REDUTORES DE PERMEABILIDADE E POROSIDADE. Podem ser empregados


como redutores de porosidade pós muito finos como as terras pozolânicas, e betonita ou ainda
pó de ferro. Todos os redutores de água reduzem a permeabilidade.

3.10. EXPANSORES. Os aditivos que produzem expansão de concreto durante o


período de hidratação combinam com o cimento, gerando gás, ou aumentando seu volume.
Devido aos efeitos que podem estes aditivos produzir, só devem ser empregados após
cuidadosos estudos.

GERADORES DE GÁS. O mais comum dos aditivos geradores de gás, é o alumínio


em pó. Outros agentes geradores de gás são o hipoclorito de cálcio e o peróxido de hidrogênio.

São empregados os pós de alumínio com bastante proveito nos reparos de estruturas,
bem como, a finalidade de melhorar a aderência ao aço.

FATORES QUE AFETAM OS EFEITOS DO ADITIVO. A mudança de


temperatura pode ocasionar reações que podem eliminar o benefício dos aditivos, ou em alguns
casos, melhorar ainda mais os seus benefícios, acelerando o processo.

ESTABILIZADORES DE VOLUME. São produtos que reagem com o cimento


durante a sua hidratação, provocando aumento de seu volume, compensando a retração. A
limalha de ferro é muito utilizada como estabilizador de volume. Além disso, compostos
sulfoaluminosos também, com benefícios e características diferentes.

CONCRETO CELULAR. Nada mais é do que uma argamassa ou uma pasta celular.
As células obtidas pela introdução de ar ou de gás na pasta ou na argamassa de areia fina. A
areia pode ainda ser substituída por cinzas volantes e o cimento por cal.
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3.11. MATERIAIS PULVERULENTOS. São materiais pétreos minerais ou terras
finamente moídas que adicionados ao concreto, durante seu preparo, podem modificar suas
características físicas e mecânicas. Os materiais podem ser: inertes, cimentantes, pozolantes,
agentes de cristalização.

MATERIAIS INERTES. São materiais quimicamente não reativos ou quase não


reativos, tais como o quartzo, a betonita e o talco.

MATERIAIS CIMENTANTES. São os cimentos naturais de alto-forno, os cimentos


pobres e a cal hidráulica.

POZOLANAS. São materiais que por si não possuem propriedades cimentantes, mas
quando finamente divididos na presença de umidade, reagem quimicamente com a cal,
formando compostos que têm propriedades cimentantes. Cinzas vulcânicas, rochas ígneas,
rochas silicosas, argilas calcinadas são alguns exemplos.

Agentes de cristalização

O cimento já hidratado, quando finamente moído, atua como agente de cristalização,


além de agir como acelerador. Os microcristais do cimento hidratado desempenham o papel de
acelerador, podendo ainda desencadear a precipitação dos cristais do cimento ativo.

3.12. SUPERFLUIDIFICANTES. São constituídos, principalmente por polímetos de


formaldeído-naftaleno sulfonado (NSF) ou por polímeros de formaldeído-melamina sulfonada
(MSF).

Com relação aos efeitos, os superfluidificantes distinguem-se dos plastificantes


normais, somente do ponto de vista quantitativo; a redução da relação água/cimento aumenta
certa de 15 a 25%.

Os produtos principais, nos quais se baseiam a maior parte dos superfluidificantes, não
apresentam, como ação secundária, o efeito dos produtos empregados nos platificantes, de tal
modo que é possível levar o aditivo a teores mais elevados (1 a 3%), reduzindo
proporcionalmente a água do amassamento, ou aumentando a fluidez.

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MECANISMO DE AÇÃO DOS SUPERFLUIDIFICANTES. Admite-se que sejam
absorvidos pelas partículas de cimento, fazendo com que as mesmas se tornem negativamente
carregadas e mutuamente repulsivas. Sendo assim, as partículas de cimento são melhor
dispersas e a mistura, consequentemente, torna-se mais fluida.

UTILIZAÇÃO

• Redutores de água de elevado efeito: utilizados para produzir concretos com


relação água/cimento muito baixa
• Superfluidificante: Podem ser fabricados concretos auto-adensáveis,
autonivelantes e fluidos;
• Redutores do consumo de cimento.

DOSAGEM DE CONCRETOS

• Redutor de água e/ou cimento: Aumenta-se a quantidade de agregado;


• Superfluidificantes: Aumentar a porcentagem de finos na areia e aumentar o
teor de ar incorporado.

EFEITOS SOBRE O CONCRETO RECÉM-MISTURADO

• Na água de amassamento: Não é necessário o uso de água fria ou de gelo;


• Perda de consistência inicial
• Efeito da temperatura: Em geral, o aumento de temperatura ambiente eleva a
taxa de perda de abatimento inicial do concreto. Mas esta perda pode ser
reduzida.
➢ Efeito nos tempos de pega: Podem prolongar os tempos de pega dentro
de limites amplos. Quanto maior o teor do aditivo, maior é o efeito;
➢ Retração plástica

• Teor de ar no concreto fresco: A variação da incorporação de ar devido aos


aditivos, muda as características do concreto.

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EFEITOS SOBRE O CONCRETO ENDURECIDO. A resistência à compressão dos
concretos com aditivos superfluidificantes é essencialmente a mesma de um concreto bem
compactado com a mesma relação água/cimento baixa. Por outro lado, no estado fresco, o
concreto é bem fluido, coesivo e praticamente não segregável.

A escolha do aditivo superfluidifiante exige que se leve em conta o tipo de cimento e,


caso seja realizada cura a vapor, o ciclo de cura, além de outros aspectos, tais como, correções
necessárias na dosagem, tempo de transporte etc.

4. ESTUDO DE DOSAGEM

4.1 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA SOBRE O EMPREGO DO


CONCRETO. A expressão a seguir foi uma das primeiras idealizadas na história, traduz a
quantidade de água de molhagem de 01 m³ de areia com grãos de o,3 a 5 mm.

Após muitos avanços relacionados a pesquisa do emprego do concreto, foi possível


obter uma expressão para a capacidade das argamassas, dada por:

Com base em estudo feito com 58 tipos diferentes de areia a quantidade de água de
mistura necessária para molhar os grãos de areia e de cimento. A expressão é:

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O FERET, estudou detalhadamente a compacidade das areias e das argamassas. Além
disso estudou a quantidade de água necessária à hidratação e as resistências de argamassas de
várias naturezas. Determinou ainda, a correlação entre resistência da argamassa e a quantidade
de água de mistura

CONCLUSÕES SOBRE OS ESTUDOS DE FERET

1 – A água de mistura é proporcional à água de molhagem dos agregados e do cimento

2 – A resistência depende unicamente da relação

3 – Há uma supremacia na qualidade das misturas descontínuas.

G + F (sem grãos médios) e G/F=2 (cimento incluído em “F”)

Durante o período entre 1906 a 1930, vários estudos e formulações de expressões foram
realizadas. Abaixo vemos as principais contribuições científicas.

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4.2. CRITÉRIOS PRÁTICOS DE DOSAGEM. Desde a década de 40 pra cá, muitas
dosagens experimentais foram desenvolvidas, além de novos métodos de estudos. Esses
avanços serão abordados abaixo.

4.2.1 ÁGUA DE MOLHAGEM DOS AGREGADOS. Pela equação de Bolomey


temos que:

Bolomey tomou K entre 0,09 a 0,13. A tabela seguinte fornece os valores de “k” em
função destes parâmetros.

Tabela 9

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.


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A Água de Molhagem é determinada pela superfície dos agregados. Sendo assim, a
forma do agregado bem como a sua textura e capacidade de absorção influenciam diretamente
na quantidade de água de molhagem e consequentemente na trabalhabilidade do concreto.

A AFNOR define o coeficiente de forma por:

Tabela 10: limites para utilização das britas em relação ao coeficiente de forma

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

4.2.2 MÉTODOS DO S.N.C.F. Se baseiam em:

1 – Obtenção de uma argamassa adequada.

2 – A esta argamassa anexa-se agregado graúdo saturado.

4.2.2.1 MÉTODO DE TRABALHO. Para a determinação da dosagem experimental


de acordo com o método SNCF, pode ser resumido como:
27
1 – Determinação das características da areia seca, em função de seu volume unitário.

2 – Obtém-se em seguida uma argamassa cheia através do preenchimento dos vazios.


Estes vazios devem ter valor acrescido de mais ou menos 10%.

3 – Anexa-se à esta argamassa o máximo de agregado graúdo, saturado e molhado.

4 – Substitui-se uma parte da areia S1 por cimento. Retira-se uma certa quantidade de
areia correspondente ao volume de cimento, que deve ser acrescido = 0,56(C2- C1).

5 – Determinação do traço final.

6 – Caso se deseje um concreto com C3 < C1, então deve-se retirar a quantidade de
cimento e substituir este volume de areia.

Resumo:

Figura 6: Método SNCF

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

4.2.3 DOSAGEM PRECONIZADA POR VALLETE. Este método é utilizado para a


obtenção de uma granulometria ótima que garanta uma real redução de vazios. Como vemos
abaixo, a principal resolução e ideia deste método.

28
4.2.3.1 CONCRETO TERCIÁRIO. Determina-se com o agregado terciário a menor
quantidade de pasta suficiente para encher os vazios g3 + C3 argamassa m³. Que após alguns
processos, chegamos a resolução final de:

4.2.3.2 CONCRETO BINÁRIO. Determinado por:

4.2.3.3 CONCRETO COM CONSUMO DETERMINADO DE CIMENTO “C”.


Utilizando as dosagens de consumos, obtemos novas resoluções para o concreto terciário e para
o concreto binário, como visto a seguir.

Composição do concreto terciário

Composição do concreto binário

4.2.4 MÉTODO DE DOSAGEM DO AMERICAN CONCRETE ASSOCIATION. Este


método se baseia em uma série de observações referentes ao projeto, ao tipo de execução e as
características dos materiais disponíveis.

O consumo de agregado graúdo seco em kg por metro cúbico de concreto é igual ao


valor obtido a partir da tabela reto, multiplicado pelo unitário aparente.

O consumo agregado miúdo é obtido pela diferença entre 01 m³ e a somatória dos


volumes reais de Cimento/água, agregado graúdo, ar incorporado e vazios.

29
4.2.5 MÉTODO DE DOSAGEM DO PROF. ARY TORRES. Este método de dosagem
caracteriza-se principalmente pela obtenção experimental do Diagrama de Dosagem, que
correlaciona resistência à compressão, relação água/cimento, traço e consumo de cimento por
metro cúbico de concreto. Sinteticamente pode-se dividir esta fase experimental em 4 etapas,
ou seja:

1° - Utilizando-se dos materiais disponíveis no canteiro produz-se um traço piloto 1:5


(cimento: agregados totais, em massa) e determina-se o teor ideal de argamassa (α) para a
obtenção de um concreto que apresente a consistência e trabalhabilidade requeridas;

2º - Conhecidos os parâmetros teor de argamassa (α) e relação água/mistura seca (H) do


traço piloto, confecciona-se duas misturas, com traços definidos em 1:3,5 (traço rico) e
1:6,5(traço pobre). As três misturas (piloto, pobre e rico) deverão ser confeccionadas com o
mesmo teor de argamassa e a mesma consistência, medida pelo abatimento do tronco de cone,
especificada.

3º - Para cada um dos traços são moldados corpos-de-prova a serem ensaiados à


compressão nas idades de interesse para o estudo. Recomenda-se pelos menos as idades de 3,
7 e 28 dias de idade.

4° Conhecidos os resultados dos ensaios de resistência à compressão, são traçadas as


curvas de Abrams, Lyse e Molinary, que permitem a obtenção do diagrama de dosagem e o
traço definitivo.

Assim sendo, para qualquer resistência poderá ser determinado o fator a/c adequado e
compatível com as condições reais.

Uma vez fixado o fator a/c, através do método experimental adotado, será calculado a
dosagem final.

30
Figura 7: Resistência x Fator água/cimento

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

Todos os métodos foram utilizados para que houvesse uma comparação entre eles. Os
resultados obtidos seguem abaixo:

Figura 8: Comparação entre as dosagens determinadas através doa vários métodos

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

31
Da análise do quadro anterior verifica-se que para o mesmo fator a/c das dosagens
segundo ACI e método do Prof. Ary Torres, resultam consumos – 13 + 1 kg de cimento do que
a dosagem preparada conforme o método do SNCF.

A dosagem calculada conforme o método Vallete, não pode ser comparada diretamente
com as demais, tendo em vista ter partido de materiais totalmente diferentes.

5. PREPARO, TRANSPORTE, LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E CURA

5.1 Mistura

É a operação de fabricação do concreto, destinada a obter um conjunto homogêneo


resultante do agrupamento interno dos agregados, aglomerantes, adicionantes, aditivos e água.

5.1.1 NORMAS PARA A AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA

A. Homogeneidade do concreto fabricado, em especial da dosagem do cimento por


unidade do volume;
B. Resistência do concreto obtido e sua dispersão;
C. Porcentagem de material que fica aderente às peças do tambor, depois da
descarga;
D. Velocidade de descarga.

Entre as diversas normais existentes, pode-se destacar a Norma Belga, ASTM-C94,


Bureau of Reclamation e ainda a norma inglesa BS 3963.

5.1.2 MISTURA MANUAL

A NBR 6118/80 estabelece que: “o amassamento manual do concreto, a empregar-se


excepcionalmente em pequenos volumes ou em obras de pouca importância, deverá ser
realizado sobre um estrado ou superfície plana impermeável e resistente. Primeiro a seco se
mistura os agregados e o cimento. Depois disso é necessário adicionar um pouco de água, até
que se chegue a uma massa uniforme.

32
5.1.3 MISTURA MECÂNICA. Obtida em máquinas especiais, constituídas de um
tambor ou cuba em torno de um eixo, chamadas de betoneiras.

5.1.3.1 VOLUME DA BETONEIRA E DA BETONADA. Existem três volumes que


devem ser considerados:

A. Volume da cuba ou tambor (Vt);


B. Volume da mistura (Vm);
C. Volume de produção (Vp).

Outra maneira de se classificar as betoneiras é considerando a posição do seu eixo de


rotação:

• Inclinadas (I);
• Horizontais (H);
• Verticais (V).

5.1.3.2 VELOCIDADE ÓTIMA DE MISTURA. Para cada tipo de betoneira existe


uma velocidade ótima do tambor, acima da qual poderá haver o início de centrifugação dos
materiais. É dada segundo Dreux, onde:

5.1.3.3 TEMPO DE MISTURA. É estabelecido pela NBR 6118 (NB 1-78) que o
“amassamento mecânico em canteiro deverá durar, sem interrupção, o tempo necessário para
permitir a homogeneização da mistura de todos os elementos, inclusive eventuais aditivos. O
tempo mínimo em segundos será: 120√𝐷 (eixo inclinado), 60√𝐷 (eixo horizontal) ou 30√𝐷
(vertical).

5.1.3.4 ORDEM DE COLOCAÇÃO DOS MATERIAIS NA BETONEIRA. Não há


regras gerais, por isso depende das dimensões da betoneira e dos materiais. Porém, para as
33
betoneiras pequenas, existem algumas regras e recomendações que devem ser seguidas, como
mostradas a seguir:

A. Não colocar o cimento em primeiro lugar, porque a betoneira estiver seca, perde-
se parte dele e se estiver muito úmida ficará muito cimento revestindo-a
internamente;
B. É boa a prática de colocação, em primeiro lugar da água e em seguida do
agregado graúdo. Pois estes materiais “limpam” a betoneira;
C. Após isso é colocado o cimento, pois, quando se tem água e pedra, a ação do
arraste faz com que ocorra uma moagem dos grãos de cimento;
D. Por fim, coloca-se o agregado miúdo que faz um tamponamento os materiais já
colocados.

No caso das betoneiras que trabalham com caçamba carregadora, é recomendável seguir
a ordem da figura a seguir:

Figura 9: Ordem de mistura para betoneiras com caçamba

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

5.2. TRANSPORTE

O transporte do concreto, depende do tipo, da localização e do volume da obra. O


transporte do material deve manter a homogeneidade do material.

O sistema de transporte deverá, sempre que possível, permitir o lançamento direto nas
formas, evitando-se depósito intermediário. Além disso, é necessário que este transporte seja
feito de maneira rápida.
34
5.2.1 TRANSPORTE HORIZONTAL. Temos por exemplo, carrinho de mão de 1
roda; carros de duas rodas; pequenos veículos motorizados; caminhões agitadores e vagonetas
sobre trilhos.

Deve se evitar a vibração durante o transporte, para que não haja a compactação do
material.

O caminhão agitador apresenta sobre os demais equipamentos a vantagem do volume,


rapidez e homogeneidade.

5.2.2 TRANSPORTE INCLINADO. Pode ser feito por meio de calhas, chicanas,
tapetes rolantes ou esteiras. Tomando cuidado para que o transporte não seja feito em queda
livre.

5.2.3 TRANSPORTE VERTICAL. Feito em geral por guinchos, guindastes equipados


com caçambas. Deve-se limitar a altura do transporte a 2,50 até 3,0 m, porque a segregação já
é muito grande.

5.2.4 BOMBAS

Sistema bastante flexível, por isso mesmo, muito utilizado em concretagem de edifícios,
devido a flexibilidade e a rapidez de execução.

Neste caso, o diâmetro interno do tubo deverá ser no mínimo três vezes o diâmetro
máximo do agregado. Além disso, a condição fundamental para o uso de bombas para transporte
de concreto é o atrito entre o concreto e as paredes internas do tubo.

Em geral, tem capacidade de bombeamento de até 300 metros, com volume médio de
30 m³/hora.

5.2.4.1 TIPOS DE BOMBAS

A. Bombas de pistão: abatimento de 4 a 10 cm, consumo de 300 kg/m³;


B. Bombas de ar comprimido: abatimento entre 8 a 16 cm, consome mais cimento;

35
C. Bombas do tipo “bisnaga”: parte do tubo deve ser substituída após transporte de
aproximadamente 1000 m³ de concreto.

5.2.5 CAMINHÕES-BETONEIRA. São veículos providos de betoneiras, com


capacidade entre 5 a 7 m³. Possuem velocidade variável, o que evita o início da pega e a
desagregação durante o transporte.

A velocidade da betonada não deverá ultrapassar 63% do volume da cuba. O tempo de


agitação é muito variável, não se chegou ainda a um consenso.

5.3 LANÇAMENTO

O lançamento inclui três operações fundamentais: a preparação da superfície, a


colocação do material transportado no local de aplicação e a maneira como deve ficar
depositado, de modo a receber a compactação. Também é definido como lançamento, seja por
bomba ou por tremonha, o caso particular do concreto injetado pelo sistema Prepakt ou
Colcrete.

5.3.1 TEMPO DE LANÇAMENTO. O concreto deverá ser lançado logo após o


amassamento, não sendo permitido entre o fim deste e o de lançamento, intervalo superior a
uma hora.

5.3.2 ALTURA DA QUEDA. A altura da queda livre não poderá ultrapassar 2m.
Quando a altura da queda for superior a 2,5 m, medidas especiais deverão ser tomadas, entre
elas destacam-se:

A. Abertura de janelas nas fôrmas, que permitem diminuir a altura de lançamento e


facilitam o adensamento;
B. Colocação de trombas de chapa ou de lona no interior da fôrma;
C. Emprego de concreto mais plástico e rico em cimento no início da concretagem,
até se obter no final um concreto menos plástico e menos rico, com a mesma
resistência;

36
D. Colocação de 5 a 10 cm de espessura de argamassa de cimento. Para que devido
a queda, esta argamassa seja absorvida pela superfície, evitando o defeito
chamado de “ninho de pedra”.

5.3.3 CONCRETO SUBMERSO. Quando o lançamento for submerso, o concreto


deverá ter no mínimo 350 kg de cimento por m³, ser de consistência plástica e ser levado dentro
da água por uma tubulação.

5.3.3.1 AVANÇO EM TALUDE. Quando a altura da água é relativamente pequena,


inferior a 80 cm, o concreto é colocado em A, se incorpora ao concreto já colocado
anteriormente em B, forçando o talude T a caminhar contra a água.

Figura 10: Avanço em Talude

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

5.3.3.2 BALDES. Baldes ou caçambas especiais, com tampas firmemente fechadas e


com fundos que se abrem comandados por mergulhadores ou por comando a distância, são
utilizados quando há grandes superfícies a concretar em profundidades superiores a 1 m.

5.3.3.3 TREMONHA OU FUNIL. Coloca-se o concreto em grandes massas sob água


pelo processo denominado tremonha ou tremie.

37
Figura 11: Tremonha ou Funil

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

O raio de ação é cerca de 3 m, com tubos de 25 a 45 cm de diâmetro.

5.3.3.4 BENTONITA. Esse processo é executado através da colocação de uma argila


bastante fluida, com densidade entre a do concreto e a da água.

5.3.3.5 CONCRETO ENSACADO. Quando há correntes e movimentação na água e


não há possibilidade de se utilizar outro processo, coloca-se o concreto no local determinado
em sacos de tecido permeável.

5.3.3.6 CONCRETO INJETADO. Este processo consiste na colocação, na fôrma, de


agregado graúdo com granulometria qualquer, desde que dê a máxima densidade a partir de
uma peneira. Enche-se a fôrma a ser concretada, em seguida injeta-se argamassa de baixo para
cima.

5.3.4 PLANO DE CONCRETAGEM. Em geral, a concretagem de obras de vulto deve


ser precedida por um estudo conjunto entre os engenheiros responsáveis.

Abaixo seguem algumas regras gerais e alguns exemplos do plano de concretagem. Há


dois condicionantes especiais no estabelecimento do plano de concretagem:

• De ordem estética ou arquitetônica;


• De ordem estrutural ou de resistência.
38
Quando se pretende fazer o enchimento de concreto de um edifício, é de boa regra
preencher primeiramente os pilares até o fundo das vigas, em seguida colocar a ferragem das
lajes e vigas para prosseguir a concretagem.

Para as vigas convém chegar à metade ou 1/3 do vão. No caso das lajes armadas em um
só sentido, deve-se adotar o enchimento até 1/3 do vão, até no máximo 1/2. Nas lajes armadas
em dois sentidos, concretar apenas o terço médio de cada vão.

5.3.5. JUNTAS DE DILATAÇÃO E DE RETRAÇÃO. Para prevenir ou limitar as


tensões provenientes de variações nas dimensões do concreto, ou permitir a concretagem de
grandes peças, mantendo o concreto impermeável a líquido, usam-se vários tipos de juntas
elásticas e de apoio.

5.3.5. NORMAS PARA JUNTAS “FRIAS”. São juntas construtivas que aparecem,
em geral, quando a concretagem é retomada depois do tempo de pega da camada anterior. As
regras gerais são:

A. Retirada da calda ou da nata de cimento da superfície proveniente da subida,


devido a vibração. Pode ser feita 4 a 12 horas após a concretagem;
B. 24 horas antes da retomada da concretagem, a limpeza deverá se repetir;
C. Durante as 24 horas que precedem a retomada da concretagem, a superfície deve
ser saturada de água;
D. Retomando a concretagem, deve-se colocar 1 a 2 cm de espessura de argamassa.
Que servirá para evitar a formação de vazios entre pedra e concreto velho.
E. Colocar o novo concreto sobre o velho.

5.4. ADENSAMENTO

Para a obtenção do concreto compacto com o mínimo de vazios, há necessidade de


compacta-lo através de processos manuais ou mecânicos que provocam a saída do ar.

5.4.1. ADENSAMENTO MANUAL. O adensamento manual é executado em concreto


plástico, com abatimento medido entre 5 a 12 cm.

39
5.4.2. ADENSAMENTO MECÂNICO. Onde há energia, a compactação mecânica,
por sua maior eficiência, é a preferível. É feito através de soquetes apropriados, movidos a ar
comprimido.

A vibração em geral, é obtida pela movimentação de uma massa excêntrica ao redor de


um eixo, sendo, portando, de natureza senoidal.

A frequência do vibrador é de máxima importância, pois é mais econômico movimentar


as partículas menores do que as maiores. Existem diversos tipos de vibradores, que são
divididos entre, internos; externos e de fôrma. Ou classificando de acordo com a energia
acionante, eletromagnéticos; a combustão; pneumáticos; elétricos.

Regras gerais que devem ser observadas durante a vibração:

A. Aplicar o vibrador em distâncias iguais a uma vez e meia o raio de ação;


B. Introduzir e retirar a agulha lentamente, com velocidade de 5 a 8 cm/s;
C. Não deslocar a agulha do vibrador de imersão horizontalmente;
D. A espessura da camada deverá ser aproximadamente igual a ¾ do comprimento
da agulha;
E. Não introduzir a agulha até menos de 10 a 15 cm de fôrma;
F. Não vibrar além do necessário;
G. Exercer a vibração durante intervalos de tempo de 5 a 30 s, conforme a
consistência do concreto.

5.5. CURA

5.5.1. GENERALIDADES. Dentre os vários cuidados a serem observados na obra,


para obtenção de um bom concreto, situam-se em plano relevante aqueles que denominamos
“cura de concreto”.

Cura do concreto é um conjunto de medidas que têm por objetivo evitar a evaporação
da água utilizada na mistura do concreto e que deverá reagir com o cimento, hidratando-o. Em
climas frios, a cura abrange também aquelas medidas de proteção contra congelamento dessa
água.

40
5.5.2 RESISTÊNCIA À RUPTURA. Devido a estudos, Petrucci concluiu que:

A. A cura úmida melhora a resistência final;


B. O ensaio saturado dá valores mais baixos que o ensaio a seco;
C. É possível recuperar parte da resistência perdida pelo abandono da cura quando
esta é reiniciada;
D. Para 28 dias, existe um acréscimo de 40% entre a cura ao ar e a cura normal.

5.5.3 TEMPERATURA DE CURA. De acordo com Troxell e Davis, as temperaturas


favoráveis a uma boa cura situam-se no intervalo de 15 a 35 °C.

Temperaturas abaixo de 0 °C são decididamente danosas ao concreto fresco.

5.5.4 MÉTODOS DE CURA

5.5.4.1 IRRIGAÇÃO OU ASPERSÃO DE ÁGUA. Um dos métodos mais simples, utiliza


a irrigação da superfície exposta ou a aspersão da água em intervalos frequentes.

5.5.4.2 SUBMERSÃO. É o método ideal de cura, porém a sua aplicação não é nada
prática.

5.5.4.3 RECOBRIMENTO. Evita a ação direta do sol e do vento. O recobrimento é feito


mantendo a umidade, podendo serem utilizadas areia, terra, entre outros para tal.

5.5.4.4 RECOBRIMENTO COM PLÁSTICOS E SEMELHANTES. Pode-se utilizar o


recobrimento com plásticos ou papéis impermeáveis, vedados e presos nas extremidades.

5.5.4.5 CONSERVAÇÃO DAS FÔRMAS. Apenas aplicáveis quando as fôrmas protegem


a maior parte da superfície. Com fôrmas de madeira ou equivalentes, devem-se tomar
precauções como molha-las.

5.5.4.6 IMPERMEABILIZAÇÃO POR PINTURAS. Há inúmeras tintas, resinas e


produtos asfálticos ou derivados de alcatrão que se prestam a pinturas de concretos.

5.5.4.7 APLICAÇÃO DE CLORETO DE CÁLCIO. Aplicação superficial do cloreto de


cálcio, proporção de 800g a 1 kg, provoca a absorção de água do ambiente, mantendo úmida.
41
5.5.4.8 MEMBRANAS DE CURA. As membranas de cura mantêm a impermeabilidade
superficial do concreto por um certo tempo, 3 a 4 semanas em geral. Muito utilizado na proteção
de lajes, pisos e pavimentos de pistas.

Em superfícies moldadas, é evidente que o produto só pode ser aplicado logo após a
retirada do molde.

5.6. EXERCÍCIOS

1. Quais as recomendações da NBR.6118/80, quanto à mistura manual de


concreto?
R: A NBR 6118/80 estabelece que: “o amassamento manual do concreto, a
empregar-se excepcionalmente em pequenos volumes ou em obras de pouca
importância, deverá ser realizado sobre um estrado ou superfície plana
impermeável e resistente. Primeiro a seco se mistura os agregados e o cimento.
Depois disso é necessário adicionar um pouco de água, até que se chegue a uma
massa uniforme.

2. Quais são as velocidades ótimas de mistura para betoneira de eixos: inclinado,


horizontal e vertical dotadas de cubas de 1,50 m de diâmetro, e os tempos
mínimos de mistura das mesmas?
R: Utilizando as expressões dadas segundo L’Hermite, temos:
Velocidades ótimas:
I = 16,33 RPM; H = 14,70 RPM e V = 12,25 RPM.
Pela expressão de Dreux, todas as velocidades serão iguais a 16,33 RPM.
Tempos mínimos de mistura:
I = 97,98 s; H = 48,99 s e V = 24,50 s.

3. Qual a ordem de colocação dos materiais em betoneiras pequenas de


carregamento normal, e de caçamba carregadora, que produz melhor mistura e
maiores resistência? Quais as razões pelas quais a mudança na ordem de
colocação influi na qualidade do concreto produzido?
R:
42
A. Não colocar o cimento em primeiro lugar, porque a betoneira estiver seca, perde-
se parte dele e se estiver muito úmida ficará muito cimento revestindo-a
internamente;
B. É boa a prática de colocação, em primeiro lugar da água e em seguida do
agregado graúdo. Pois estes materiais “limpam” a betoneira;
C. Após isso é colocado o cimento, pois, quando se tem água e pedra, a ação do
arraste faz com que ocorra uma moagem dos grãos de cimento;
D. Por fim, coloca-se o agregado miúdo que faz um tamponamento os materiais já
colocados.

No caso das betoneiras com caçamba, deve-se colocar 50% dos agregados
graúdos com a água em primeiro lugar, depois disso os agregados miúdos,
cimento e os outros 50% de agregados graúdos.

4. Citar os tipos de meio de transporte de concreto que podemos dispor em obras,


dando exemplos.
R: Carrinho de mão de uma roda, caminhões-betoneira, bombas, guinchos,
guindastes, calhas, entre outros.

5. Quais os cuidados a serem tomados, quando utilizamos, em obra, o transporte


do concreto em carrinhos de mão de uma roda, a fim de minimizar a segregação
do mesmo?
R: Deve-se principalmente evitar a vibração durante o transporte utilizando
carinhos de mão, para que não haja compactação do material.

6. Caso de altura da queda do concreto, no lançamento, seja superior a 2,5 m, quais


as medidas a serem adotadas, para evitar a segregação?
R:
A. Abertura de janelas nas fôrmas, que permitem diminuir a altura de lançamento e
facilitam o adensamento;
B. Colocação de trombas de chapa ou de lona no interior da fôrma;

43
C. Emprego de concreto mais plástico e rico em cimento no início da concretagem,
até se obter no final um concreto menos plástico e menos rico, com a mesma
resistência;
D. Colocação de 5 a 10 cm de espessura de argamassa de cimento. Para que devido
à queda, esta argamassa seja absorvida pela superfície, evitando o defeito
chamado de “ninho de pedra”.

7. Esquematizar como deve ser concebido um plano de concretagem de uma laje


reticulada transversal cada 7 m.
R: Deve-se concretar o terço médio de cada vão desta laje reticulada transversal
a cada 7 metros. Como mostrado no tópico 5.3.4.

8. Quais as regras gerais a serem consideradas, para tratamento de juntas frias de


concretagem?
R: As regras são:
A. Retirada da calda ou da nata de cimento da superfície proveniente da subida,
devido a vibração. Pode ser feita 4 a 12 horas após a concretagem;
B. 24 horas antes da retomada da concretagem, a limpeza deverá se repetir;
C. Durante as 24 horas que precedem a retomada da concretagem, a superfície deve
ser saturada de água;
D. Retomando a concretagem, deve-se colocar 1 a 2 cm de espessura de argamassa.
Que servirá para evitar a formação de vazios entre pedra e concreto velho.
E. Colocar o novo concreto sobre o velho.

9. Quais as regras gerais a serem observadas durante a vibração do concreto?


R:
a) Aplicar o vibrador em distâncias iguais a uma vez e meia o raio de ação;
b) Introduzir e retirar a agulha lentamente, com velocidade de 5 a 8 cm/s;
c) Não deslocar a agulha do vibrador de imersão horizontalmente;
d) A espessura da camada deverá ser aproximadamente igual a ¾ do
comprimento da agulha;
e) Não introduzir a agulha até menos de 10 a 15 cm de fôrma;

44
f) Não vibrar além do necessário;
g) Exercer a vibração durante intervalos de tempo de 5 a 30 s, conforme a
consistência do concreto.

10. Como funciona a cura? Dê exemplos dos métodos de cura


R: Cura do concreto é um conjunto de medidas que têm por objetivo evitar a
evaporação da água utilizada na mistura do concreto e que deverá reagir com o
cimento, hidratando-o.
Alguns métodos de cura do concreto são: irrigação ou aspersão de água,
submersão, recobrimento, recobrimento com plásticos e semelhantes,
conservação das fôrmas, impermeabilização por pinturas, aplicação de Cloreto
de Cálcio e Membranas de cura.

6. PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO

6.1. GENERALIDADES

O concreto fresco é constituído dos agregados miúdo e graúdo envolvidos por pasta de
cimento e espaços de ar. A pasta, por sua vez, é composta essencialmente de uma solução
aquosa e grãos de cimento. O conjunto pasta e espaços cheios de ar é modernamente chamado
matriz, denominação já consagrada para a rocha que envolve um fóssil.

6.2. MISTURAS

6.2.1 MISTURAS DE AGREGADOS E ÁGUA. A quantidade de vazios numa


determinada areia, depois de homogeneamente umedecida com certa quantidade de água, é
funão do teor de água na mistura.

6.2.2 MISTURAS DE CIMENTO, AGREGADO E ÁGUA. Quando misturados com


porções relativamente pequenas de água, o cimento ou as misturas de cimento e agregado
apresentam certo inchamento, como acontece com a areia úmida.

45
As misturas com altos teores de agregado em relação ao cimento, e com teores de água
capazes de produzir inchamento, emergem da betoneira como uma mistura solta, com pequena
coesão.

6.2.3 TRANSIÇÃO DO ESTADO NÃO PLÁSTICO PARA O PLÁSTICO. Uma


mistura de cimento, agregado e água, com teores de água abaixo do correspondente ao
inchamento máximo, apresenta continuidade nos espaços cheios de ar. Quando o teor de água
cresce acima daquele valor, o total de vazios diminui.

6.3 TRABALHABILIDADE DOS CONCRETOS

6.3.1 CONCEITUAÇÃO E IMPORTÂNCIA. Quando as argamassas, misturadas


com agregado graúdo, apresentam características adequadas ao tipo de obra a que se destinam
e aos métodos de lançamento, de adensamento e de acabamento, que vão ser adotados, diz-se
que eles são trabalháveis.

A trabalhabilidade não é apenas característica inerente ao próprio concreto, como a


consistência. Envolve também as considerações relativas à natureza da obra e aos métodos de
execução adotados.

A trabalhabilidade do concreto é fundamental para se conseguir compactação que


assegura a máxima densidade possível, com aplicação de uma quantidade de trabalho
compatível com o processo de adensamento a ser empregado.

6.3.2 FATORES QUE AFETAM A TRABALHABILIDADE

6.3.2.1 CONSISTÊNCIA. A consistência é o mais importante dos fatores que influem na


trabalhabilidade. Para determinadas situações, o concreto deverá ter consistência adequada.

6.3.2.2 TIPOS DE MISTURA, TRANSPORTE, LANÇAMENTO E ADENSAMENTO DO


CONCRETO. Cada processo de mistura, transporte, lançamento e adensamento exige que a
trabalhabilidade do concreto fique dentro de determinados limites, para que não haja segregação
e possa ser realizada uma conveniente compactação.

46
O uso do concreto bombeado exige misturas com características especiais, de um modo
geral, essas misturas não podem ser nem muito secas, nem muito úmidas.

6.3.2.3. DIMENSÕES DE PEÇAS A MOLDAR E AFASTAMENTO DAS ARMADURAS.


Esses fatores influenciam indiretamente, pois o diâmetro máximo do agregado a usar é função
de tais parâmetros. Algumas normas estrangeiras mencionam a necessidade de considerar o
afastamento das armaduras na escolha do diâmetro máximo do agregado a empregar no
concreto.

6.4 ESTUDO DA CONSISTÊNCIA

6.4.1 COMPACIDADE E MOBILIDADE. A consistência foi definida pelo ACI


como “a relativa mobilidade ou facilidade de o concreto ou argamassa escoar” e, pela ASTM
(E24-58T), como “a resistência de um material não newtoniano à deformação”.

A compacidade por sua vez pode ser definida como a propriedade inversamente
proporcional a resistência interna à deformação, e depende de três características do concreto
fresco – ângulo de atrito interno, coesão e viscosidade.

A segregação é entendida como a separação dos constituintes da mistura, impedindo a


obtenção de um concreto com características de uniformidade razoáveis.

6.4.2. REOLOGIA E MECÂNICA DO CONCRETO FRESCO. As partículas finas


(cimento e agregado miúdo <# 100) misturadas com água constituem uma argamassa de textura
muito fina.

As partículas grossas (agregado miúdo ># 100) podem ser analisadas como um corpo
heterogêneo constituído pela mistura de uma argamassa muito fina, dentro da qual se movem e
se atritam partículas de diferentes tamanhos.

O limite de cisalhamento torna difícil a moldagem e precisa ser ultrapassado, para que
a pasta possa fluir. Por outro lado, os valores de cisalhamento altos impedem a queda das
partículas grossas.

47
Figura 12: envolventes de Mohr para um agregado seco e um concreto fresco.

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

6.4.3. FATORES QUE AFETAM A CONSISTÊNCIA

6.4.3.1. TEOR DE ÁGUA/MISTURA SECA. O principal que influi na consistência é o


teor água/mistura seca, expresso em porcentagem do peso de água em relação ao peso da
mistura de cimento e agregados.

6.4.3.2. GRANULOMETRIA E FORMA DO GRÃO DO AGREGADO. Se se fixar o fator


estudado, teor de água/mistura seca, e se modificar a granulometria, será observado uma
mudança na consistência do concreto. Se houver uma redução na superfície específica do
agregado, o concreto irá se tornar mais plástico, caso contrário, menos plástico.

A granulometria e o teor água/mistura seca ou, indiretamente, o fator água/cimento


devem ser considerados em conjunto, quando se procura uma consistência adequada para o
concreto.

De modo geral, os agregados graúdo e miúdo devem ser uniformemente graduados,


sendo aconselhável que não haja predominância de determinada fração sobre a outra.

6.4.3.4 TEMPO E TEMPERATURA. As misturas de concreto recém-preparadas


enrijecem com o tempo. Devido as mudanças que acontecem devido a temperatura e o tempo.

6.4.4 AÇÃO CONJUNTA DOS FATORES QUE INFLUEM NA


CONSISTÊNCIA. Dos três fatores: água/mistura seca, água/cimento e relação
48
agregado/cimento, em que dois são independentes. Esses fatores em conjunto de maneiras
diferentes, influenciam na consistência do concreto. Cada combinação de uma maneira
diferente.

6.4.5. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DA CONSISTÊNCIA

6.4.5.1. CLASSIFICAÇÃO DOS ENSAIOS. De um modo geral, os métodos de medição


da consistência podem-se incluir nos seguintes tipos:

a) Ensaios de abatimento;
b) Ensaios de penetração;
c) Ensaios de escorregamento;
d) Ensaios de compactação;
e) Ensaios de remoldagem.

6.4.5.2. ENSAIO DE ABATIMENTO. Num molde de chapa metálica, com forma de


tronco de cone de 20 cm de diâmetro na base, 10 cm do topo e 30 cm de altura. Apoiados numa
superfície rígida, e o concreto fresco é moldado em três camadas iguais, adensadas, cada uma
com 25 golpes, por uma barra de 16 mm de diâmetro e 60 cm de comprimento.

Figura 12: Ensaio de abatimento

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

Esse ensaio só deve ser realizado em concretos que não cisalhem nem entrem em colapso.

6.4.5.3. ENSAIOS DE PENETRAÇÃO. Existem vários processos práticos de determinação da


consistência através da penetração na massa do concreto fresco. O de Kelly é o que mais se destaca.

49
Na prática a bola de Kelly é utilizada para verificar as alterações da mistura, tais como as
decorrentes da variação da umidade.

6.4.5.4. ENSAIOS DE ESCORREGAMENTO. Este ensaio de laboratório nos dá indicação da


consistência do concreto e de sua qualidade quanto à segregação. Funciona com uma mesa, com uma
fôrma em forma de tronco, colocado o concreto e depois retira-se a fôrma, após isso são realizados 15
golpes em 15 segundos. O escorregamento é avaliado como porcentagem do diâmetro original. Como
mostrado na figura á seguir.

Figura 13: Ensaio de escorregamento

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

6.4.5.5. ENSAIO FATOR DE COMPACTAÇÃO. O grau de compactação é chamado fator de


compactação, é medido pela relação entre os pesos específicos, isto é, entre o peso específico
atualmente observado no ensaio e o peso específico do mesmo concreto completamente compactado.

Figura 13: Ensaio fator de compactação

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

50
6.4.5.6. ENSAIOS DE REMOLDAGEM.

1. Ensaio de Powers, mostrado na figura acima. O ensaio de Powers é eminentemente


laboratorial, mas sua validade decorre do fato de que o esforço.

2. Ensaio VêBê consta da medida do tempo, em segundos, necessário para que se


verifique a completa remoldagem de um tronco cone moldado em forma idêntica à do ensaio
de abatimento.

6.5 EXERCÍCIOS

1. O que se entende por trabalhabilidade do concreto fresco?

R: Quando as argamassas, misturadas com agregado graúdo, apresentam


características adequadas ao tipo de obra a que se destinam e aos métodos de
lançamento, de adensamento e de acabamento, que vão ser adotados, diz-se que
eles são trabalháveis.
A trabalhabilidade não é apenas característica inerente ao próprio concreto,
como a consistência. Envolve também as considerações relativas à natureza da
obra e aos métodos de execução adotados.

2. Citar e explicar quais os fatores que afetam a trabalhabilidade do concreto


fresco.

R: Os fatores que afetam a trabalhabilidade são:


Consistência - A consistência é o mais importante dos fatores que influem na
trabalhabilidade. Para determinadas situações, o concreto deverá ter consistência
adequada.
Tipos de mistura, transporte, lançamento e adensamento do concreto - Cada
processo de mistura, transporte, lançamento e adensamento exige que a
trabalhabilidade do concreto fique dentro de determinados limites, para que não
haja segregação e possa ser realizada uma conveniente compactação.

51
Dimensões de peças a moldar e afastamento das armaduras - Esses fatores
influenciam indiretamente, pois o diâmetro máximo do agregado a usar é função
de tais parâmetros. Algumas normas estrangeiras mencionam a necessidade de
considerar o afastamento das armaduras na escolha do diâmetro máximo do
agregado a empregar no concreto.

3. Definir os termos “consistência”, “trabalhabilidade” e “segregação” do


concreto fresco.

R: A trabalhabilidade do concreto é a propriedade no estado fresco que


determina a facilidade e a homogeneidade com que ele pode ser misturado,
lançado, adensado e acabado.
A consistência do concreto está relacionada com suas próprias características,
com a mobilidade da massa e a coesão entre seus componentes. Modificando a
proporção de água adicionada ou empregando aditivos, sua plasticidade é
alterada, variando a deformação do concreto perante esforços.
A segregação no concreto, também conhecida como bicheira ou ninho, ocorre
quando acontecem falhas no preenchimento das formas, durante os processos de
concretagem, são aqueles vazios que ficam entre os agregados graúdos nas
estruturas de concreto.

4. Citar e explicar quais os fatores que afetam a consistência do concreto fresco.

R: Teor de água/mistura seca - O principal que influi na consistência é o teor


água/mistura seca, expresso em porcentagem do peso de água em relação ao peso
da mistura de cimento e agregados.
Granulometria e forma do grão do agregado - Fixando o fator estudado, teor de
água/mistura seca, e se modificar a granulometria, será observado uma mudança
na consistência do concreto. Se houver uma redução na superfície específica do
agregado, o concreto irá se tornar mais plástico, caso contrário, menos plástico.

52
Tempo e temperatura - As misturas de concreto recém-preparadas enrijecem
com o tempo. Devido as mudanças que acontecem devido a temperatura e o
tempo.

5. Descrever detalhadamente quais os métodos utilizados para avaliação do


concreto fresco.

R: Existem ensaios para que se possa avaliar o concreto fresco, cada um feito de
uma maneira e chegando a conclusões um pouco diferentes, devido ao método
empregado. Porém, com o mesmo intuito.
Ensaio de abatimento - Num molde de chapa metálica, com forma de tronco
de cone de 20 cm de diâmetro na base, 10 cm do topo e 30 cm de altura. Apoiados
numa superfície rígida, e o concreto fresco é moldado em três camadas iguais,
adensadas, cada uma com 25 golpes, por uma barra de 16 mm de diâmetro e 60
cm de comprimento.
Ensaios de penetração - Existem vários processos práticos de determinação da
consistência através da penetração na massa do concreto fresco. O de Kelly é o
que mais se destaca. Na prática a bola de Kelly é utilizada para verificar as
alterações da mistura, tais como as decorrentes da variação da umidade.
Ensaios de Escorregamento - Este ensaio de laboratório nos dá indicação da
consistência do concreto e de sua qualidade quanto à segregação. Funciona com
uma mesa, com uma fôrma em forma de tronco, colocado o concreto e depois
retira-se a fôrma, após isso são realizados 15 golpes em 15 segundos. O
escorregamento é avaliado como porcentagem do diâmetro original.
Ensaio fator de compactação - O grau de compactação é chamado fator de
compactação, é medido pela relação entre os pesos específicos, isto é, entre o
peso específico atualmente observado no ensaio e o peso específico do mesmo
concreto completamente compactado.
Ensaios de Remoldagem - 1. Ensaio de Powers, mostrado na figura acima. O
ensaio de Powers é eminentemente laboratorial, mas sua validade decorre do
fato de que o esforço, para remoldagem, está estritamente ligado à consistência.
2. Ensaio VêBê consta da medida do tempo, em segundos, necessário para que

53
se verifique a completa remoldagem de um tronco cone moldado em forma
idêntica à do ensaio de abatimento.

7. PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO

7.1. GENERALIDADES

O concreto, considerado como um sólido a partir da pega, é um material em perpétua


evolução. A idade e a história do concreto condicionam em proporção importante as suas
características e propriedades. Tais características e propriedades, qualificam o concreto.
Exemplificando, a durabilidade de um concreto pode ser perfeitamente aceitável.

7.2 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES

Tabela 11: características e propriedades

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

54
7.3 DENSIDADE

A densidade dos concretos comuns realizados com os agregados normais varia segundo
o processo de adensamento utilizado na sua fabricação. São os seguintes valores médios:

A densidade dos concretos executados com agregados leves varia de 0,3 a cerca de 1,8
e a dos concretos executados com agregados pesados varia de 3,5 a 5,5 como vemos na tabela.

Tabela 12: densidade dos agregados

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

7.4 ATRITO

O coeficiente de atrito do escorregamento varia com o grau de irregularidades nas


superfícies de contato entre os materiais interessados. Sendo assim, o coeficiente de atrito vai
depender do seu estado de acabamento superficial. Pode-se adquirir alguns valores do
coeficiente de atrito utilizando a fórmula de Scobey:

55
O coeficiente de atrito de alvenaria sobre o concreto é tomado entre 0,5 a 0,6. O
coeficiente de madeira sobre o concreto é da ordem de 0,4. O coeficiente para aço sobre o
concreto alcança cerca de 0,3 para o não vibrado e 0,4 para concreto vibrado.

7.5 RESISTÊNCIA À ABRASÃO

A resistência à abrasão é uma característica importante nas superfícies sujeitas a


movimentação de cargas. A destruição da estrutura do material se processa quer por
rompimento dos grãos do agregado, quer pelo seu arrancamento. De um modo geral, a
resistência à abrasão cresce proporcionalmente com a resistência a compressão do concreto
entre 200 a 400 kg/cm².

7.6 CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA

A condutibilidade elétrica não apresenta um interesse apreciável com os dados obtidos


através de estudos até o momento. Porque o concreto é um péssimo condutor de eletricidade,
porém não é um isolante.

7.7 PROPRIEDADES TÉRMICAS

A condutibilidade, o calor específico, a dilatação térmica e a capacidade de resistência


ao fogo englobam as características térmicas do concreto.

7.7.1 CONDUTIBILIDADE. O conhecimento da condutibilidade térmica nos


concretos aplica-se à análise das condições que prevalecem no endurecimento dos elementos
maciços e também à determinação das propriedades isolantes das paredes de concreto.

Com análises e estudos, chegamos a três principais expressões de condutibilidade.

Condutibilidade térmica segundo a equação de Fourier:

56
Coeficiente de transmissão para concretos de baixa densidade:

Determinação da espessura através do coeficiente de transmissão:

7.7.2 CALOR ESPECÍFICO. Varia com a temperatura e com o teor de água entre
limites relativamente estreitos, de 0,2 a 0,25 kcal/kg,°C.

7.7.3 DILATAÇÃO TÉRMICA. O coeficiente de dilatação térmica do concreto é um


valor mal determinado até o momento, porém é recomendado a utilização de 10 x 10^-6/°C nos
cálculos.

O valor real do coeficiente de dilatação é uma grande variável, que depende do tipo de
cimento, dos agregados, do grau de umidade e das dimensões da seção transversal.

As dilatações térmicas obrigam a realização de juntas de dilatação nas estruturas


monolíticas de concreto simples ou armado, a distâncias variáveis entre 30 a 40 m.

7.7.4 RESISTÊNCIA AO FOGO. Como algumas estruturas são utilizadas com direto
contato ao fogo e elevadas temperaturas, o estudo a partir disso é necessário para que seja
possível determinar os efeitos que o fogo causa no concreto, para que suas características não
sejam alteradas de forma danosa. Até porque no concreto, existe água, tanto a que foi ligada
quimicamente como a que foi ligada fisicamente.

Os cimentos conseguem conservar suas características com a temperatura entre 250 a


300° C.
57
Os agregados proporcionam uma certa correção à retração dos agregados e é
responsável pela ocorrência de fissuramento excessivo quando a temperatura é 300°C.

Nas armaduras os aços começam a perder a sua resistência a cerca de 400°C, havendo
mesmo em temperaturas inferiores, uma ligeira elevação na resistência à tração.

7.8 PROPRIEDADES RADIOATIVAS

Nas instalações que operam processos físicos acompanhados de produção de radiações


e partículas elementares de alta energia. Aparelhos que utilizam radiação podem alterar as
propriedades do concreto. Dessa forma, é necessário saber esses efeitos, para que a segurança
de uma construção não seja afetada, mesmo caso a estrutura não seja feita para aquela
determinada ocasião. Podemos ver através da figura à seguir, a mudança estrutural calçadas em
alguns materiais, assim como no concreto.

Figura 13: propriedades radioativas nos materiais

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

7.9 ADESÃO

58
A adesão em superfícies de concreto endurecido é problema que ocorre na aplicação de
revestimentos, pinturas e reparações. As superfícies limpas de concreto são apropriadas a
receber satisfatoriamente revestimentos e pinturas.

A ligação de concreto novo com concreto velho, essencial nos trabalhos de reparações
e acertos, resulta, em geral, numa união fraca. O material cerâmico normalmente dilata menos
do que o concreto, ficando sujeito a tensões elevadas de compressão ao longo de sua superfície
quando a temperatura cai.

7.10 PROPRIEDADES ACÚSTICAS

O estudo das propriedades acústica do concreto alcança progressiva importância com


respeito a dois aspectos fundamentais: como material de construção de edifícios, o seu
comportamento em face do som desempenha importante papel como condutor de sons e ruídos
ou como isolante ou amortecedor dos mesmos. E em segundo lugar, o desenvolvimento recente
de métodos não destrutivos de qualificação de concretos baseados na determinação de
velocidade de propagação de sons e ultra-sons veio despertar enorme interesse nesse campo.

Com a velocidade do som, é possível determinar suas ações e cálculos de tais em


concretos. Muito utilizado para determinar ângulos, tipos de concreto a serem utilizados e tudo
mais, para que seja possível realizar por exemplo, a construção de arcos acústicos e por ai vai.

7.11 DURABILIDADE

A durabilidade dos elementos construtivos do concreto simples, armado e protendido, é


condicionada pelo eventual ataque de agentes agressivos a que estejam sujeitos durante a sua
vida em serviço. A durabilidade das estruturas de concreto depende de diferentes fatores
ligados à fase de projeto, produção e caracterização dos insumos, preparação do concreto,
execução da estrutura e manutenções preventiva e corretiva.

Ela também pode sofrer impacto da ação do meio ambiente. O nível de agressividade
na região onde a edificação será construída determinará as características do concreto e da
estrutura, tais como a relação água e cimento, a espessura do cobrimento da armadura, a
resistência à compressão do concreto e a abertura máxima de fissura.

59
Existem agentes agressivos que atacam o concreto, como podemos ver na tabela abaixo.

Tabela 13: agentes agressivos

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

Todos esses agentes causam algum impacto nos concretos, cada um de uma forma, com
diferentes reações químicas e físicas. Todos esses agentes são danosos, sem exceção, como
mostrado na tabela. Em que é determinado a ação de tais a gentes sobre o concreto e sobre as
armaduras.

7.12 PERMEABILIDADE

A porosidade e permeabilidade do concreto são de extrema importância para


durabilidade deste material. Concretos de alto desempenho com adição de microssílica são
métodos relativamente recentes de se obter um produto com características superiores aos
concretos convencionais.

A caracterização da microestrutura dos concretos convencionais de cimento Portland,


do de alto desempenho e da microssílica são apresentados na revisão bibliográfica que inclui
referências sobre os métodos de determinação da porosidade, da permeabilidade e das
influências destes parâmetros sobre a durabilidade.

60
São realizados ensaios de penetração de água sob pressão em regime de escoamento não
permanente, de absorção total por imersão, de penetração de cloretos, de resistência à
compressão uniaxial e de determinação do teor de ar pelo método pressométrico e gravimétrico.

Figura 14: fatores que afetam a permeabilidade

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

7.13 EXERCÍCIOS

1. Porque se comportam de formas diferentes o aço e o concreto no caso de altas


temperaturas provocadas por incêndios?

R: Sob a ação do calor, as armaduras (aço) e o concreto se dilatam de maneira


diferente, desenvolvendo esforços tais que, mesmo nas peças comprimidas e
sobrecargas, como são os pilares, podem ocorrer fissuras no plano horizontal.

2. Quais as tonalidades que se apresentam as superfícies de peças de concreto em


função da temperatura de um incêndio?

61
R: As diferentes tonalidades em função da temperatura de um incêndio
encontram-se abaixo:

3. Explicar quais as vantagens e características da utilização de concretos de alta


densidade para instalações que operem processos físicos acompanhados de
produção de radiações e partículas elementares de alta energia, aparelhos de
raios X etc.

R: A espessura das paredes de isolamento é, a grosso modo, inversamente


proporcional à densidade do concreto. O seu conteúdo de água, quimicamente
ligada, contribui também de maneira importante na dissipação da energia e
consequente isolamento aos efeitos maléficos das radiações. De maneira geral,
pode-se dizer que os concretos de alta densidade absorvem duas vezes mais as
radiações do que os concretos usuais.

4. Quais os cuidados e recomendações para que se possa melhorar a adesividade


entre superfícies de concreto e:

R:
a) Revestimentos de argamassas de cal e areia – Aplicação inicial de fina
argamassa, rica em cimento e areia, aplicada sob pressão.
b) Revestimentos de argamassa de cimento e areia – Existe o que é
denominado como chapisco industrializado. A solução é
comercializada pronta para ser usada, bastando apenas adicionar água.
Sua aplicação é feita com desempenadeira de aço dentada. “O operário
espalha a argamassa sobre a base, formando cordões que serão a ponte
de aderência para o reboco”, afirma Magno. A técnica também se
destaca por sua alta produtividade em comparação com a argamassa

62
tradicional lançada com colher de pedreiro e com traço de 1:3 (cimento
e areia grossa).
c) Pinturas – De maneira geral, as superfícies limpas de concreto são
apropriadas a receber satisfatoriamente revestimentos e pinturas.
d) Concreto novo – Utilização de resinas orgânicas do tipo epóxi.

5. Quanto à durabilidade de elementos construtivos de concreto simples, quais


agentes agressivos mais comuns e como processam os ataques?

R: Os agentes agressivos mais comuns e seus ataques são:

6. Qual a influência da permeabilidade da durabilidade dos concretos, e como


melhorar suas características quanto a esta permeabilidade?

R: A durabilidade do material pode ser ameaçada pela ação dos agentes


agressivos, tanto menor quanto menor for a permeabilidade do material.
As características de permeabilidade podem ser melhoradas através de alguns
tratamentos, como: idade, cura e condições de ensaio. Além disso, existem
aditivos que alteram essas características, beneficiando o concreto.

63
8. ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS DO CONCRETO

8.1 INTRODUÇÃO

Dentro da construção civil, coma utilização do concreto em larga escala, surgiram


projetos e soluções estruturais baseadas nas características desse material, as quais permitem
cada vez mais a exequibilidade de execuções arrojadas, dando maior liberdade aos arquitetos
e engenheiros.

8.2 MÉTODOS DE ENSAIO

8.2.1 MÉTODO DA MEDIÇÃO DA DUREZA SUPERFICIAL. Este método


baseia-se na análise do choque entre dois corpos, dois quais um está fixo e o outro em
movimento.

O engenheiro Ernst Schmidt criou um aparelho baseado no método empírico de bater


com um martelo de cabo cumprido e determinar a sua dureza e resistência. Chamando-o de
Esclerômetro.

8.2.1.1 MÉTODO DA REFLEXÃO POR CHOQUE. Mede a energia remanescente em


relação à energia incidente do elemento móvel.

Veja abaixo a esquematização de um esclerômetro:

Figura 15: Esclerômetro tipo “N”

64
Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

8.2.1.2 MÉTODO DA IMPRESSÃO (ESCLERÔMETRO GAEDE). Mede a fração da


energia total do elemento móvel, transformada em energia de deformação permanente do
elemento fico avaliando-se o diâmetro da impressão d que a esfera deixou na superfície após o
choque.

8.2.2 MÉTODOS SÔNICOS. Baseiam-se estes métodos em vibrações próximas das


do som.

8.2.2.1 MÉTODO DA DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DO


SOM NO CONCRETO. Consiste na utilização dos aparelhos denominados ultra-sons, que
emitem ondas de pequenos comprimentos e frequências correspondentes, superiores a 20 Hz,
acima do limiar da audição humana.

65
8.2.2.2 MÉTODO DA RESSONÂNCIA. Este método consiste em procurar a frequência
de vibração longitudinal de um corpo-de-prova que se apoia, no centro, num suporte de
borracha com um captador eletrônico.

8.2.3 MÉTODOS ATÔMICOS. Estes métodos apesar de não conduzirem à avaliação


da resistência do concreto, estão enquadrados nos ensaios não destrutivos, pois permitem
determinar algumas propriedades do concreto, bem como do aço (concreto armado). Consistem
no emprego de emissões de átomo ou do núcleo atômico radioativo.

8.2.3.1 UTILIZAÇÃO DA RADIAÇÃO (GAMAGRAFIA). Analogamente ao exame de


raios X a que o corpo humano é submetido, peças estruturais do concreto armado podem ser
examinadas internamente.

Quando se coloca um material na trajetória da radiação de uma fonte radioativa, parte


da radiação é absorvida e parte difundida, dependendo da densidade do material.

8.2.3.3 MÉTODO ELETROMAGNÉTICO. Consiste em verificar o fluxo magnético


através da presença da armadura em peças de concreto. O aparelho utilizado designa-se por
pacômetro ou profundômetro, sendo constituído por dois transformadores cujos enrolamentos
primários montados em série são alimentados por uma corrente alternada; os enrolamentos
secundários formam também um circuito fechado, com um galvanômetro intercalado. Num dos
transformadores o entreferro é fixo e no outro é a armadura que conduz o fluxo magnético.

8.2.4 MÉTODO DO COMPORTAMENTO DE PEÇAS ESTRUTURAIS


ATRAVÉS DA MEDIÇÃO DAS DEFORMAÇÕES. Este método consiste na verificação do
funcionamento do conjunto concreto-aço na estrutura mediante prova de carga.

8.2.4.1 DETERMINAÇÃO DAS DEFORMAÇÕES VERTICAIS. São obtidas através de


extensômetros de precisão variando de 0,1 a 0,001 mm.

8.2.4.2 DETERMINAÇÃO DAS DISTENSÕES DAS FIBRAS. As distensões das fibras


são obtidas através de aparelho frequentemente chamado tensômetro Huggenberger, que é um
extensômetro com amplificação mecânica por alavanca.

66
8.2.4.3 DETERMINAÇÃO DA ROTAÇÃO EM PONTOS DA PEÇA ESTRUTURAL.
Também se utiliza o aparelho de Huggenberger.

8.3 AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO POR ENSAIOS


DE ULTRA-SOM

8.3.1 INTRODUÇÃO. Os ensaios e ultra-sônicos têm obtido destaque crescente, dentre


os testes não destrutivos, para a determinação de várias propriedades dos concretos.

8.3.2 HISTÓRICO. Entre os primeiros estudos com testes sônicos em concreto estão
os de Powers, utilizando o método da frequência de ressonância, publicados em 1938. Após
isso, vários outros estudos e análises nessa área foram ocasionando o avanço do conhecimento
e de tecnologias que fazem parte da nossa vida hoje em dia.

8.3.3 Determinação dos módulos de Elasticidade

Excitem modelos diferentes para a determinação do módulo de elasticidade, dessa


forma, apenas a determinação do módulo de elasticidade dinâmico através da determinação da
velocidade de propagação dos impulsos ultra-sônicos será mostrada.

8.3.4 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DOS CONCRETOS.


Uma vez obtida a correlação procuram-se estudar os fatores que influenciam a velocidade de
propagação e outras coisas, que são possíveis através da correlação que já foi obtida.

8.3.4.1 REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS. Os ensaios para a obtenção de uma correlação


entre a velocidade de propagação e a resistência à compressão são realizados no laboratório.

8.3.4.2 Realização dos ensaios. Com os pares de valores obtidos pode-se constituir o
gráfico R = f(v), onde: R = resistência á compressão do concreto e v = velocidade de propagação
do ultra-som.

67
Através de curvas de interpolação com os dados obtidos, é possível chegar em algumas
conclusões:

Figura 16: Curvas de interpolação

Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

8.3.5 FATORES QUE INFLUEM NA VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO E A


CONSIDERAÇÃO DE SEUS EFEITOS NOS ENSAIOS. O valor medido da velocidade de
propagação das ondas ultra-sonicas no concreto é influenciado por um grande número de
variáveis e em todos os graus de intensidade. O módulo de elasticidade e a resistência mecânica
do concreto são os fatores principais que afetam a velocidade de propagação. Além disso,
podemos citar outros fatores que influenciam, como: densidade do concreto, características dos
agregados, tipo de cimento, fator água/cimento, umidade da peça, temperatura entre outros.

8.3.6 DETECÇÃO DE DEFEITOS NO CONCRETO. O uso do equipamento ulta-


sônico é de extrema utilidade na defectoscopia do concreto, para verificar a homogeneidade e
eventuais falhas de concretagem

8.3.6.1 DETECÇÃO DE FALHAS NA CONCRETAGEM.

Temos que:

68
1. Em regiões nas quais o concreto apresenta falhas de concretagem (ninhos) ou
material segregado há uma diminuição sensível na velocidade de propagação.
2. Para falhas cujas dimensões possam ser percebidas com a remoção cuidados das
camadas do concreto com que as encobrem, a diminuição da velocidade é de
pelo menos 15 a 20%.
3. É difícil e bastante imprecisa a tentativa de determinação das dimensões dos
vazios em função do decréscimo de velocidade.

8.4 EXERCÍCIOS

1. Descrever os métodos de ensaios não destrutivos do concreto. Em que


conceitos se baseia seu campo de aplicação?

R: Método da medição da dureza superficial (Método da reflexão por


choque, método da impressão com esclerômetro gaede)
- Este método baseia-se na análise do choque entre dois corpos, dois quais um
está fixo e o outro em movimento.

Métodos sônicos (Método da determinação da velocidade de propagação do


som no concreto, método da ressonância) - Baseiam-se estes métodos em
vibrações próximas das do som.

Métodos atômicos (Utilização da radiação, método eletromagnético)


- Estes métodos apesar de não conduzirem à avaliação da resistência do
concreto, estão enquadrados nos ensaios não destrutivos, pois permitem
determinar algumas propriedades do concreto, bem como do aço (concreto
armado). Consistem no emprego de emissões de átomo ou do núcleo atômico
radioativo.

Método do comportamento de peças estruturais através da medição das


deformações (Determinação das deformações verticais, determinação das
distensões das fibras, determinação da rotação em pontos da peça estrutural) -

69
Este método consiste na verificação do funcionamento do conjunto concreto-
aço na estrutura mediante prova de carga.

2. Quais os cuidados a serem tomados quanto ao procedimento de utilização de


um aparelho esclerométrico e quanto à superfície do concreto a ensaiar, que
coeficiente, idade e como se aplica?

R: Para a realização do ensaio escleométrico é necessário escolher locais que


se saiba serem pouco armados, apoiar um corpo de aproximadamente 20 kg ou
usar um esclerômetro tipo L quando a peça a ser ensaiada for menos que 15
cm.
Escolhe-se uma superfície, previamente polida com uma pedra de carborundo.
A idade recomendada é a de 28 dias e o coeficiente, não encontrei nada no
livro.

3. Quais os fatores que podem influenciar a velocidade de propagação do som no


concreto?

R: Basicamente, a propagação das ondas ultra-sônicas se processa com um


descolamento de sucessivos elementos no meio. Os deslocamentos continuam
de um lado para o outro, sempre diminuindo de amplitude.

4. Qual o critério e valores a serem adotados para avaliação da resistência do


concreto pela velocidade de propagação do ultra-som?

R: O valor medido da velocidade de propagação das ondas ultra-sonicas no


concreto é influenciado por um grande número de variáveis e em todos os
graus de intensidade. O módulo de elasticidade e a resistência mecânica do
concreto são os fatores principais que afetam a velocidade de propagação.
Além disso, podemos citar outros fatores que influenciam, como: densidade do
concreto, características dos agregados, tipo de cimento, fator água/cimento,
umidade da peça, temperatura entre outros.

70
5. Caso tenhamos, em uma obra, falha de concretagem em uma peça estrutural de
concreto armado, quais as observações que você acredita serem necessárias
para poder utilizar um esclerômetro ou ultra-som?

R: No caso de uma falha como uma fissura muito pequena, as ondas ultra-
sônicas não a contornarão, mas a atravessarão, o que invalidaria uma
aproximação utilizando este método. Além disso com o esclerômetro também
seria difícil determinar a fissura.
Porém no caso de falhas como ninhos e falhas de concretagem, é possível
verificar que no local da falha de concretagem existe uma diminuição
considerável na velocidade de propagação do som. Esta informação pode ser
utilizada para que seja possível a aplicação dos métodos utilizando
esclerômetro e ultra-som.

6. Para a realização de um ensaio não destrutivo, através da utilização da radiação


(gamagrafia), em peças de concreto armado, de espessura de 70 cm, qual a
fonte radioativa ideal a ser utilizada?

R: O cobalto 60.

7. Descrever, sucintamente, como você procederia a um ensaio ultra-sônico em


uma peça estrutural, a fim de constatar a profundidade de uma fissura.

R: Utilizaria o método transcrito no livro. No qual determinasse t como o


tempo de percurso do ultra-som, medindo o tempo de percurso num trecho
análogo ao concreto, teríamos:

Com isso, conseguiríamos determinar a profundidade da fissura em alguns


casos, não em todos.
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8. Em peças úmidas, recomenda-se realizar ensaio de esclerometria? Em que
condições?

R: Superfícies úmidas devem ser evitadas neste tipo de ensaio, assim como as
carbonatadas.

9. Qual a idade mínima de uma peça estrutural para que se possa realizar ensaios
esclerométricos?

R: O mínimo é de 28 dias.

9. ENSAIOS ACELERADOS PARA PREVISÃO DA RESISTÊNCIA DO


CONCRETO

9.1 INTRODUÇÃO

A origem dos ensaios à compressão é remota. A ideia da realização do ensaio à


compressão sempre esteve relacionada à idade de 28 dias. Isto devido ao fato de grande parte
da resistência final do concreto ser alcançada a esta idade, embora o crescimento de resistência
seja observado claramente até os 360 dias.

9.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Após estabelecer alguns conceitos, uma série muito grande de procedimentos foi testado
baseando-se nas variáveis:

• Tempo de cura inicial sob condições normais;


• Tipo, temperatura e duração da cura acelerada;
• Período para resfriamento ou desaquecimento.

9.3 EXPERIÊNCIA BRASILEIRA

72
Epaminondas Mello do Amaral Filho pesquisou a correlação entre as resistências aos 7
e 28 dias, correlação expressa como:

O método adotado foi o normalizado pela ASTM C-684, com algumas adaptações às
condições iniciais.

9.4 MÉTODO ADOTADO

9.4.1 ESCOLHA DO MÉTODO. Desde 1915 até hoje, conforme já relatado


anteriormente, vários métodos, seguindo os mais diferentes procedimentos e variações sobre os
mesmos esquemas.

A escolha do método para a normalização se ateve aos seguintes fatores:

a) Equipamentos acessíveis que pudessem ser utilizados tanto em laboratório,


como em canteiros de obras, localizados em qualquer região do país;
b) Metodologia compreensível para o nível técnico dos laboratórios e pessoas
ligadas à área do Brasil;
c) Apresentação de dispersão, no máximo equivalente ao método tradicional;
d) Reprodutibilidade dos resultados;
e) Resultados disponíveis a tempo hábil.

9.4.2 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ADOTADO. A seguir serão descritas,


resumidamente, as fazes do procedimento utilizado:

73
9.4.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCEDIMENTO ADOTADO. Serão feitos
alguns comentários sobre as diversas fases do método acelerado, visando auxiliar a análise e
justificar as características adotadas.

a) Tempo de cura inicial;


b) Cura em água;
c) Temperatura da curva acelerada;
d) Elevação da temperatura;
e) Duração de curva em água em ebulição;
f) Tempo de esfriamento.

9.5 APLICAÇÃO TÍPICA

Foi utilizada a seguinte aparelhagem para a realização dos ensaios:

a) Equipamento e utensílios para moldagem dos corpos-de-prova, conforme MB-


2(NBR-5738).
b) Fôrmas metálicas cilíndricas de dimensões (15 x 30) cm, para moldagem dos
corpos-de-prova.
c) Tanque de cimento amianto com capacidade de 500 litros, revestido com lã de
vidro e isopor para garantir um bom isolamento térmico.
d) Suporte dos corpos-de-prova constituído de grade distando de 15 cm do fundo
do tanque.
e) Resistências elétricas: para aquecer a água e elevá-la até o ponto de ebulição,
foram usadas duas resistências elétricas de 6000 watts. Outras duas resistências
de 1600 watts foram usadas para manter a água em ebulição.
f) O posicionamento dos corpos-de-prova no interior do tanque seguiu as
prescrições da ASTM C-684/74.
g) Termômetro para verificação da temperatura com resolução de 1 °C.

Tabela 14: Equações de regressão

74
Fonte: Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer – Volume 1.

Algumas observações gerais puderam ser feitas a partir dos cálculos realizados e valores
encontrados, das quais destacam-se:

a) A análise dos parâmetros estatísticos indicou que as três equações se ajustaram


de uma forma aproximadamente igual para o intervalo de resistência
considerado.
b) Os quatros parâmetros estatísticos apresentaram coerência, mostrando a
confiabilidade da ajustagem das equações de regressão, podendo os valores
previstos serem aceitos dentro dos limites de confiança estabelecidos, que são:

c) Os parâmetros, afastamento padrão e coeficiente de afastamento encontrados


neste estudo foram comparáveis aos calculados.

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d) Na faixa analisada de resistência à compressão pode-se desprezar a influência
de diferentes tipos de agregados.
e) O concreto ensaiado continha aditivo, o que pareceu não afetar os resultados
f) A previsão das resistências teve uma boa confiabilidade.
g) A cura inicial com duração entre 23 a 24 h não influi nos resultados obtidos,
confirmando outros pesquisadores.

9.6 LIMITAÇÕES

As principais limitações apresentadas pelo método são:

a) O uso de ensaios acelerados exige uma programação prévia, a fim de que sejam
determinadas as curvas de correlação com um número razoável de amostras
utilizando materiais de mesmas características do concreto.
b) Manuseio cuidadoso com a água em ebulição, prevendo a utilização contínua de
luvas.

9.7 CONCLUSÃO

Em face de toda análise dos resultados experimentais com materiais nacionais e de


levantamento bibliográfico, chegou-se à conclusão de que os ensaios acelerados pelo “Método
da água em ebulição” poderão ser utilizados dentro dos limites estabelecidos, considerando
diversas procedências e natureza de agregados, emprego de aditivos e cimento de mesmas
características.

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6. REFERÊNCIAS

DURABILIDADE DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ESTÁ SUJEITA À AÇÃO DO MEIO


AMBIENTE. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/revista/materias/durabilidade-de-
estruturas-de-concreto-esta-sujeita-a-acao-do-meio-ambiente/12727>

REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA: REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA:


CARACTERÍSTICAS E PECULIARIDADES CARACTERÍSTICAS E PECULIARIDADES.
Disponível em: < http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/123/anexo/revesar.pdf>

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO – VOLUME 1 – L.A. FALCÃO BAUER

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO – JOSÉ NOLASCO DE CARVALHO NETO

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