Você está na página 1de 27

Osciladores

Eletrônica Analógica II 1
Osciladores
Oscilador é um circuito que gera um sinal em corrente
alternada (CA) de saída sem a presença de qualquer sinal em
sua entrada.

Teoria da Oscilação Senoidal

Para construir um oscilador senoidal, precisamos de um


amplificador com uma realimentação positiva. A ideia consiste
em usar o sinal de realimentação no lugar de um sinal de
entrada. Se o sinal de realimentação for suficientemente grande
e possuir uma fase correta, haverá um sinal de saída, mesmo
que não haja um sinal externo na entrada. Em outras palavras,
um oscilador é um amplificador que foi modificado pela
realimentação positiva para fornecer o seu próprio sinal de
entrada.
Eletrônica Analógica II 2
Estrutura:

São circuitos formados por transistores e/ou amplificadores


operacionais de componentes passivos, com dois blocos
principais: um amplificador e uma rede de realimentação.

Eletrônica Analógica II 3
Estrutura básica de osciladores

Blocos do oscilador:

a) Amplificador (α) – circuito de amplificação de sinais, ativo,


formado por transistores e/ou amplificadores operacionais;

Eletrônica Analógica II 4
b) Rede de realimentação (β) – circuito de realimentação,
normalmente com elementos passivos (resistores, capacitores e
indutores).

Uma fonte de tensão Vin alimentando os terminais de entrada


de um amplificador (α). A tensão de saída amplificada é:

Vout = α. Vin

Esta tensão alimenta a malha de realimentação. A tensão de


realimentação que volta a entrada é dada por:

Vrealim = αβ. Vin

Eletrônica Analógica II 5
Se o desvio de fase através do amplificador e do circuito de
realimentação for 0°, então, αβ. Vin estará em fase com o sinal
Vin que alimenta os terminais de entrada do amplificador.

A tensão de saída:

Se αβ for menor do que 1, αβ. Vin será menor do que Vin e o


sinal de saída desaparecerá. Entretanto, se αβ for maior do que
1, αβ. Vin será maior do que Vin e a tensão de saída crescerá.
Se αβ for igual a 1, então αβ. Vin será igual a Vin e a tensão de
saída será uma onda senoidal estável. Neste caso, o circuito
fornece o seu próprio sinal de entrada e produz uma onda
senoidal na saída.

Eletrônica Analógica II 6
Principais características dos osciladores:

1) Estabilidade da frequência de oscilação:

A frequência de oscilação do circuito deve ser a mais estável


(fixa) possível, pois em alguns casos pequenas variações
podem gerar grandes problemas, por exemplo em circuitos de
medição de tempo.

2) Estabilidade da amplitude da tensão gerada:

A amplitude da tensão de saída de um gerador não deve variar,


pois se isso acontecer, em osciladores lineares, o usuário
poderá notar esta variação, por exemplo em circuitos de áudio.

Eletrônica Analógica II 7
Classificação dos Osciladores

❖ Osciladores Lineares = harmônicos = sintonizados:

Circuitos osciladores que empregam transistores e/ou


amplificadores operacionais, operando na região linear (de
amplificação), gerando sinais senoidais puros.

❖ Osciladores Não-lineares = não-harmônicos = de relaxação:

Utilizam dispositivos biestáveis, com portas lógicas,


interruptores, Schmitt triggers, flip-flops, carregando
capacitores para gerar formas de ondas quadradas,
triangulares, dente de serra, pulsadas, entre outras.

Eletrônica Analógica II 8
Exemplos de Osciladores:

✓ Osciladores por deslocamento de fase;


✓ Oscilador com Ponte de Wien;
✓ Oscilador de Colpitts;
✓ Oscilador em Duplo-T;
✓ Oscilador Clapp;
✓ Oscilador Hartley;
✓ Oscilador Armstrong;
✓ Osciladores controlados por cristal.

Eletrônica Analógica II 9
Algumas aplicações dos osciladores:

❑ Áudio e Vídeo:
✓ Geradores de formas de onda para teste de amplificadores;
✓ Geradores de sons;
✓ Sinais de referência para sintonia em receptores;
✓ Transmissão de sons, imagens, dados, etc.

❑ Instrumentação:
✓ Multímetros;
✓ Osciloscópios;
✓ Geradores de sinais diversos;
✓ Cronômetros.

Eletrônica Analógica II 10
❑ Circuitos digitais:

✓ Sinais de clock;
✓ Timmers;
✓ Lógica sequencial;
✓ Alarmes.

Eletrônica Analógica II 11
Oscilador Ponte de WIEN

É um oscilador muito usado na geração de sinais senoidais


com frequências relativamente baixas (até 1 MHz).

Eletrônica Analógica II 12
A figura a seguir mostra um circuito básico de oscilador ponte de
Wien.

Eletrônica Analógica II 13
O circuito apresenta uma realimentação positiva, por meio de
uma rede RC da saída até a entrada não inversora, e uma
realimentação negativa, por meio do divisor de tensão resistivo
da saída para a entrada inversora (Rf e Rin).

R’ é a resistência de filamento de uma lâmpada incandescente


na temperatura correspondente ao nível de tensão desejado de
saída.
Eletrônica Analógica II 14
Rede RC com Realimentação Positiva

Trata-se de uma rede RC de avanço e atraso de fase, de modo


que há uma única frequência em que a defasagem da tensão
de saída da rede em relação a sua entrada é nula.

Eletrônica Analógica II 15
Curva de módulo e ângulo de fase do circuito RC x frequência

Eletrônica Analógica II 16
Tem-se que:

Onde:

Eletrônica Analógica II 17
Módulo da Rede:

Eletrônica Analógica II 18
Ângulo de Fase:

Eletrônica Analógica II 19
Fazendo XC = R, Temos:

O módulo:

O ângulo de fase:

Eletrônica Analógica II 20
A condição em que XC = R, ocorre apenas uma frequência,
conhecida como frequência crítica e que é aquela em que o
circuito oscilará. Assim, a frequência de oscilação do circuito
pode ser encontrada fazendo:

XC = R, isto é:

Logo:

Eletrônica Analógica II 21
Rede de Realimentação Negativa

Eletrônica Analógica II 22
No circuito observamos que se trata basicamente de um circuito
amplificador não inversor, cujo sinal de entrada é a tensão de
saída realimentada positivamente com um nível que é 1/3 da
amplitude da tensão de saída (β = 1/3). Logo, para que o ganho
global do circuito seja igual a um (Aβ = 1), o amplificador não
inversor deve ter um ganho de

, na frequência de oscilação.

Entretanto, antes disso, para que ocorra a partida do oscilador,


deve-se garantir que Aβ >1, logo, que Av > 3.

Eletrônica Analógica II 23
No circuito oscilador ponte de Wien é utilizada uma lâmpada
incandescente que possuí uma curva de tensão x resistência de
filamento não linear, conforme a figura a seguir:

Eletrônica Analógica II 24
A tensão E’ representa o valor da tensão sobre o filamento da
lâmpada (R’), no nível da tensão de saída desejado. Vê-se
como, inicialmente, para níveis menores de tensão, o filamento
apresenta valores resistivos ˂ R’. Ocorre, entretanto, que para
Rf já se deve escolher um valor igual a 2R’. Deste modo:

✓ no início das oscilações Av ˃ 3 e Aβ ˃ 1. A condição de


partida é satisfeita;
✓ à medida que o nível das oscilações cresce, Rlâmp cresce,
ocorrendo a tendência de Aβ ˂ 1;
✓ a oscilação será mantida em torno do ponto (E’, R’) da curva,
fazendo Aβ = 1. Na saída será gerada uma tensão ES = 3E’.

Eletrônica Analógica II 25
Exercício:

Determinar, no circuito oscilador abaixo, o nível de tensão de


saída, ES, e as frequências limites de oscilação fmin e fmáx.

Eletrônica Analógica II 26
Curva característica da lâmpada.

Eletrônica Analógica II 27

Você também pode gostar