Durante anos foi realizado pesquisas que poderiam comprovar uma definição clara e objetiva sobre a inteligência emocional, assim, através de estudos científicos o conceito de I.E trouxe uma nova visão em relação ao emocional e quociente. Assim sendo, o “monitoramento dos sentimentos e emoções em si mesmo e nos outros, na discriminação entre ambos e na utilização desta informação para guiar o pensamento e as ações” (SALOVEY; MAYER, 1990, apud., p. 189), traduz de forma clara, que a inteligência emocional é ação equilibrada dos sentimentos e emoções tanto do próprio quociente e daqueles que estão a sua volta.
IE é simplesmente o uso inteligente das emoções – isto é,
fazer intencionalmente com que as emoções trabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda para ditar seu comportamento a seu raciocínio de maneira a aperfeiçoar seus resultados. (WEISINGER, 2001, p. 14).
Weisinger descreve um ponto importante para a compreensão de I.E,
que se baseia nas ações inteligentes, o beneficiamento de tal comportamento que que envolve emoção, mas que deve ser trabalhado para favorecimento próprio onde conseguirá ter cautela das suas atitudes e emoções em determinados momentos. Percebe-se que a definição conceitual de I.E pode variar de acordo com cada pesquisador, GOLEMAN (2005, p.323) diz que a inteligência emocional poder ser a “capacidade de reconhecer os nossos sentimentos e dos outros, de nos motivarmos e de gerirmos bem as emoções em nós e nas nossas relações”. O autor determina que a inteligência emocional é o reconhecimento dos sentimentos, que de certa forma, pode nos motivar, mas que devemos saber gerir, tanto para si mesmo, tanto na convivência em outros relacionamentos, sejam eles, pessoais ou profissionais, podendo influenciar em possíveis decisões. Para Mayer e Salovey, assim como cita Lima no seu trabalho, os dois autores conceituam quatros habilidades básicas de I.E, sendo elas: A capacidade de perceber, valorizar e expressar emoções com precisão; capacidade de acessar e/ ou gerar sentimentos que facilitem o pensamento; a capacidade de compreender emoções promovendo o crescimento emocional e intelectual (MAYER; SALOVEY, 1997, p.15) (LIMA, 2019, p. 15).
Segunda Lima, pode se dizer que o desenvolvimento de I.E é importante
quando ampliada de maneira que as principais técnicas de autoconsciência, controle emocional e motivação sejam administradas de forma lidar com as emoções. (LIMA, 2019, p. 17). A inteligência emocional é uma habilidade que se desenvolve com tais aptidões que capacitam o indivíduo na sua vida profissional e pessoal, pois, lidar com as emoções do quociente emocional requer sabedoria em momentos de pressão psicológica. Conclui-se o conceito de inteligência emocional de acordo com Goleman, Boyatzis e Mckee (2002, p. 49), que as pessoas com habilidades emocionais desenvolvidas possuem uma maior probabilidade de serem eficientes, dominando os hábitos mentais que fomentam a sua produtividade. Portanto, o treinamento e a busca por desenvolver o I.E se tornou importante, principalmente, ao longo da carreira profissional. Goleman (2015) afirma que ter uma boa Inteligência Emocional é mais importante para a liderança do que aptidões puramente cognitivas, como fazer cálculos.
2.2 A inteligência emocional no ambiente de trabalho
O uso da inteligência emocional no ambiente de trabalho é de extrema importância, não só para aumentar a saúde mental da pessoa, como também seu desempenho sobre atividades que demandem muita concentração, além de estabelecer um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, segundo o autor Wachowicz (2012, p.92)
As pessoas que apresentam dificuldades de estabelecer
equilíbrio em sua vida emocional acabam tendo problemas com a capacidade de concentração e atenção no trabalho”. O que pode gerar “[...] redução no raciocínio lógico, na percepção do todo e na dificuldade de comunicação clara e objetiva, pois o foco está direcionado para o emocional”. Além disso, essas pessoas poderão apresentar queda de produtividade e distração em seu ambiente de trabalho. Seguindo a linha de entendimento do autor, pode-se compreender que o colaborador com ausência da inteligência emocional influencia negativamente o ambiente de trabalho, pois não cumpre com o seu papel, já que seu foco está voltado para suas emoções e não para suas atividades, o que pode ocasionar em uma baixa produtividade, e alto estresse. Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004, p.222), trazem que: “[...] pessoas emocionalmente inteligentes estariam aptas a reconhecer os seus estados emocionais e os de outras pessoas, a solucionar problemas e a regular ações em diversas situações ou contextos, inclusive no de trabalho”. Com as afirmações de Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004) fica claro que uma pessoa emocionalmente inteligente consegue ter a percepção sobre, não só suas emoções, como também das pessoas ao seu redor, e assim ser capaz de agir estrategicamente em momentos desafiadores, tanto no trabalho, como fora dele. Uma pessoa deveria ser capaz de ser receptiva às emoções quando elas ocorrerem, sejam agradáveis ou desagradáveis. A partir disso, o sujeito avaliaria e refletiria conscientemente sobre o sentimento despertado, ponderando sua importância, para então estabelecer uma estratégia de controle, refreando as emoções negativas ou evitando as situações desprazerosas, e valorizando as positivas e agradáveis (Bueno & Primi, 2003; Mayer & Salovey, 1999). Assim, funcionários emocionalmente inteligentes tendem a favorecer muito o local de trabalho positivamente, pois conseguem traçar estratégias que beneficiam não só ele, como quem está ao seu redor, sabem como agir em determinadas situações, e servem de exemplo a outros funcionários, criando um ciclo, e ajudando não só o ambiente de trabalho, como a própria empresa. Os autores Guebur, Poletto e Vieira (2007, p. 79) afirmam que
É importante salientar que as pessoas que têm a inteligência
emocional bem desenvolvida sentem-se satisfeitas e tendem a ser eficientes em sua vida pessoal e profissional, aumentando sua produtividade. Sabem gerenciar emoções, promover a cooperação, tomar decisões adequadas, desenvolver o autoconhecimento e ter empatia pessoal. São autoconfiantes e capazes de persistir num determinado objetivo, apesar dos percalços. Conseguem controlar impulsos e se mantêm em bom estado de espírito, não deixando que a ansiedade interfira em sua capacidade de raciocinar. Entretanto, não se pode levar em consideração apenas o colaborador como o principal causador de um ambiente de estresse, ou um ambiente desequilibrado, Falcão (2008) explica que um ambiente é fruto dos fatores que atuam sobre ele. Classifica os fatores atuantes no ambiente como Principais e Secundários. Os principais são temperatura, iluminação, ruídos, vibrações, odores, cores e layout. Já os secundários são arquitetura, relações humanas, remuneração, estabilidade e apoio social. Com isso, é possível perceber que tanto a influência de um ser sobre o outro, como a de um ambiente sobre o ser, pode ocasionar em um ambiente de trabalho com baixa produtividade, e alto estresse, o que afeta negativamente a empresa, seja na sua imagem, ou até no seu crescimento. De acordo com Krone et al. (2013, p. 4) O ambiente de trabalho se distingue por condições físicas, materiais, e por qualidades psicológicas e sociais. Sendo assim, um ambiente de trabalho agradável pode influenciar o relacionamento interpessoal e a produtividade, bem como reduzir acidentes, doenças, absenteísmo e rotatividade de colaboradores [...] Um ambiente de trabalho saudável deve ser um dos focos primordiais de uma empresa, para que os colaboradores consigam desenvolver a inteligência emocional de modo mais sadio, Navarro (2012, p. 1) expõe que
A segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores são
preocupações vitais de centenas de milhões de profissionais em todo o mundo, mas a questão se estende para além dos indivíduos e suas famílias. Ela é de suprema importância para a produtividade, competitividade e sustentabilidade das empresas e comunidades, assim como para as economias nacionais e regionais.
Portanto, assim como os funcionários emocionalmente inteligentes
proporcionam o crescimento positivo da organização, o ambiente também. Existe uma correlação entre os dois, que ao atingir o ponto de equilíbrio, resulta em uma maior produtividade, uma imagem melhor sobre a empresa, menos rotatividade de funcionários etc. Com isso, a empresa atingiria um estágio onde não estaria beneficiando apenas a si própria, como também a sociedade de modo indireto. 2.3 A inteligência emocional no desempenho profissional Do ponto de vista teórico empírico, o termo inteligência emocional foi utilizado pela primeira vez por, Mayer, DiPaolo e Salovey (1990), em um periódico científico internacional de Psicologia, num trabalho que teve como objetivo estudar empiricamente um de seus componentes, a habilidade de percepção de conteúdos afetivos. Essa pesquisa citou a inteligência emocional como uma subclasse da Inteligência Social, cujas habilidades estariam relacionadas ao "monitoramento dos sentimentos em si e nos outros, na discriminação entre ambos e na utilização desta informação para guiar o pensamento e as ações Duramente algumas décadas a inteligência emocional passou a ser conhecida como "a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; para os mesmos autores, a relação positiva entre a inteligência e o sucesso no trabalho não estabelece um artifício decorrente do nível socioeconômico, mas sim, de que a inteligência é a causa fundamental da correlação entre nível socioeconômico e sucesso ocupacional. Análises em pesquisas de Brody (1997, conforme citado por Nascimento, 2000) com relação ao nível ocupacional e habilidades intelectuais demonstraram que variações na inteligência influenciam mudanças no status ocupacional. A inteligência emocional é capaz de predizer o desempenho profissional para além do que a tradicional possa prever, ou seja, esse estudo buscou trazer dados de validade incremental (Smith, Fischer & Fister, 2003). Sabendo- se que a inteligência emocional se associa ao desempenho profissional e que ela também está correlacionada com a inteligência, pode-se questionar se a previsão do desempenho é a compartilhada com a inteligência. Caso isso seja verdadeiro, a emocional não apresentaria informações únicas para a previsão do desempenho profissional, ou seja, não teria validade incremental (Smith, Fischer & Fister, 2003). Assim esse estudo corrobora os dados da literatura internacional mostrando que a inteligência geral está associada significativamente ao desempenho no trabalho (Barrett & Depinet, 1991; ao mesmo tempo mostra que a inteligência emocional é um preditor único do desempenho no trabalho, mas vista como fator adicional e não o mais importante, como diz Goleman (1995). Em suma, os dados desse trabalho trazem mais evidências positivas coerentes com as reivindicações de que inteligência emocional é um tipo separado das inteligências conhecidas e importantes no contexto organizacional. Assim a capacidade de resolver problemas complexos usando o raciocínio indutivo-dedutivo como medido na BPR-5 (Primi & Almeida, 2000b) e a habilidade de entender as informações sobre o mundo trazidas pelas emoções e a habilidade de as gerenciar em si e nos outros são aspectos importantes do desempenho no trabalho, já que pessoas com essas características tendem a ser mais frequentemente avaliadas, pelos seus supervisores, como funcionários muito bons ou excelentes. Conclui-se então, que o construto de inteligência emocional parece ser um tipo específico de inteligência, que antes não havia sido demonstrado, sendo independente de medidas de personalidade e relativamente associado a medidas tradicionais de inteligência podendo ainda ser útil na previsão do desempenho profissional.