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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA

FIS213 - Física Experimental I - T05 - Grupo 6

Felipe Queiroz flores Quintao Bachetti - 2021005147


Maria Gabriela Lopes dos Santos - 2019011657
Lavínia Landim e Silva - 2019013992
Sofia Martins Braga -2019011639
Professor: Renato da Costa Santos

Itajubá, 2021
Resumo. O objetivo deste relatório é demonstrar a capacidade de conservação da energia
mecânica, com base na experiência feita no laboratório virtual e estudada nos softwares. O
movimento de um cubo, posicionado em uma rampa, foi filmado, cronometrado e analisado
quadro a quadro para verificação das energias cinética, potencial gravitacional e potencial
elástica presentes em cada parte do deslocamento.

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA
O conceito de energia mecânica foi definido por Émilie Le Tonnelier de Breteuil ,
importante física e matemática que contribuiu para a popularização da mecânica newtoniana
na França. Conceitos como energia cinética e conservação de energia mecânica, essenciais
para entender a geração de movimento a partir de outras fontes de energia, como por
exemplo, o campo gravitacional da Terra, foram desenvolvidos por ela, que na tradução para
francês do Principia Mathematica (principal obra de Isaac Newton), adiciona diversas
demonstrações próprias dos conceitos, contestações e comentários. Entre eles, está a
diferenciação de momento e energia cinética, além da ideia de conservação de energia
mecânica.
A energia mecânica define-se como a soma da energia cinética com a energia
potencial. Nela, percebe-se a conservação durante o movimento sob ação exclusiva de forças
conservativas, como, na mecânica, a força peso e a força elástica. Sistemas físicos que se
encontram sob essa situação são definidos como sistemas conservativos (HALLIDAY, D.;
RESNICK, R.; WALKER,2008).

𝐸𝑀 = 𝐸𝐶 + 𝐸𝑃 (1)

energia mecânica = energia cinética + energia potencial

Na Energia Cinética, a fórmula leva em consideração a massa do corpo e a velocidade


e a velocidade do movimento, sendo expressa pela seguinte equação:

𝑚 . 𝑣²
𝐸𝑐 = 2
(2)
energia cinética = a massa * velocidade ao quadrado / 2
Em Energia Potencial , é ela quem corresponde ao trabalho que a força realiza.
Obtemos quando consideramos o deslocamento de um de um corpo na vertical, tendo como
origem um nível de referência. Sua fórmula é dada por:
𝐸𝑝𝑔 = 𝑚. 𝑔. ℎ (3)

energia potencial = massa * aceleração da gravidade * altura (desnível)

Na Energia Elástica, encontra-se o trabalho que a força elástica realiza, associada a mudança
de posição e variação de seu corpo, expressa pela seguinte fórmula:

2
𝑘.𝑥
𝐸𝑃𝑒𝑙 = 2
(4)
energia potencial elástica = constante elástica da mola * deformação da mola ao quadrado / 2

A partir disso, o princípio da conservação da energia mecânica diz que em um sistema


isolado constituído por corpos que interagem apenas com forças do tipo conservativas, a
energia mecânica total permanece constante. Um exemplo dessa teoria é analisando o
percurso de uma montanha russa, como ilustra a figura:

Percurso de uma montanha russa

Nela , a energia mecânica apresenta-se na forma de energia cinética e potencial. Para


realizarmos a dedução do teorema, pode-se falar do “Experimento do Monjolo”, que
ilustra a transformação da energia potencial em energia cinética.

O monjolo pode ser utilizado para a demonstração do Teorema da Conservação da Energia Mecânica
Analisando as extremidades do Monjolo, quando acrescentamos água em um
copo descartável, aumentamos a massa de uma das extremidades e fazemos com que
ele perca o equilíbrio e entre em movimento. Aumentando a massa, também
aumentamos a energia potencial gravitacional do sistema, que se transforma em
energia cinética em razão do movimento. Assim que o contrapeso na outra
extremidade é esvaziado, ele volta à sua posição de equilíbrio, “martelando” os grãos
que ali estiverem.
A demonstração também pode ser feita utilizando outro equipamentos que
emitem a funcionalidade de um Monjolo como na figura a seguir:

Imitação do Monjolo para a demonstração do Teorema da Conservação da Energia Mecânica.

Por meio de simulação do Plano Inclinado, conseguimos aplicar os conceitos citados


acima. Neste simulador realizamos o estudo através de um sistema com um cubo, um
transferidor e uma rampa.

Ilustração do Experimento

Através dos exemplos, deduções e definições, ressaltamos também a importância de


duas forças, as dissipativas e as conservativas. As forças dissipativas são apresentadas em
um sistema com a presença de forças de ar, de atrito entre outros, causando assim uma
diminuição na energia mecânica para transformação em energia térmica. Já as forças
conservativas são caracterizadas pela energia potencial e energia cinética. Com isso, a
energia mecânica inicial é igual a final.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
a. Materiais
● Simulação do experimento disponível no site
https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br/plano-inclinado
● Objeto de formato cúbico com 5 cm de lado;
● Transferidor (erro sistemático de ±0,05°);
● Balança digital (erro sistemático de ±0,1 g);
● Rampa de 105 cm;
● Cronômetro (erro sistemático de de ±0,01s).

Os erros sistemáticos são aqueles que resultam das discrepâncias observacionais


persistentes, tais como erros de paralaxe. Os erros sistemáticos ocorrem principalmente em
experimentos que estão sujeitos a mudanças de temperatura, pressão e umidade.

3. METODOLOGIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS


O procedimento experimental tem como objetivo apresentar a conservação da energia
mecânica por meio de um simulador de plano inclinado. O plano inclinado funciona de forma
simples, é uma superfície plana cujos pontos de início e fim estão em alturas diferentes.
Temos pela lei da Conservação de Energia que a mesma energia é necessária para levantar
determinado objeto em determinada altura independente de ser um plano inclinado ou um
plano vertical, o que difere os dois é que no inclinado aplica-se uma força menor por uma
distância maior que permite uma troca força x distância que é conveniente nas suas
aplicações.
Ao iniciar o experimento no simulador online mostrado na figura abaixo, assumimos
os coeficientes de atrito estático e o de atrito cinético igual a 0 como constantes exatas e sem
erros associados. Em seguida assinalamos para “Mostrar objeto” e “transferidor”, colocamos
a massa igual a 50g e inclinamos o plano em um ângulo de 30°. Em seguida, medimos o
tempo de queda do objeto 3 vezes para começar a confecção da tabela e fizemos uma média
dos tempos.

Figura retirada do Laboratório Virtual de Física do experimento de Plano Inclinado

Logo após as anotações de tempo, iniciamos os seguintes cálculos:


Aceleração: a = g(sinθ - µe . cosθ) (5)
aceleração = gravidade (seno θ - coeficiente de atrito estático * cosseno θ)
V (usando o tempo médio): v = a . T (6)
velocidade = aceleração * tempo
T: m . v² / 2 (7)
massa * velocidade ao quadrado / por 2

h = l . sinθ (8)
altura = distância * seno θ

U = m . g. h (9)
energia potencial gravitacional = massa * gravidade * altura
W = µc .m . g . cosθ (10)
Força de atrito = coeficiente de atrito cinético * massa * gravidade * cosseno θ

E repetiu-se esse procedimento para os ângulos de 35°, 40° e 45° e obtivemos os resultados
apresentados na seguinte tabela:
Tabela 1

Considerando que o cronômetro digital tem uma precisão de duas casas decimais, o erro
sistemático assumido é de +- 0,01s. Ademais, visto que a menor divisão do transferidor é 1°,
o erro sistemático assumido é de +-0,5°. Já o erro sistemático assumido para a balança digital
é de +-0,001kg e por fim, o erro sistemático adotado para a régua (utilizada para medir a
distância l) é 0,005m.

Foram usadas as seguintes fórmulas para os erros:

Retirado de: M.H. Tabacniks, Conceitos Básicos da Teoria de Erros. IFUSP 2018.
Grafico 1

O sciDAVis retornou a seguinte equação:

U = (0,4898 +/- 0,0483)h + (0,0001 +/- 0,0301) (11)

Como podemos observar, a energia potencial gravitacional aumenta conforme a altura


cresce, seguindo o esperado conforme a equação (3)

Gráfico 2

O sciDAVis retornou a seguinte equação:


Tf = (0,0244 +/- 0,002)v² + (0,005 +/- 0,029) (12)

Dessa vez o valor da energia cinética cresce conjuntamente ao aumento do quadrado


do tempo, sendo consonante ao esperado seguindo a equação (2).

Prontamente, todo esse processo foi repetido alterando o atrito estático e o atrito cinético para
0,5 e a massa do objeto para 300g e obtivemos os seguintes resultados para essas alterações:

Tabela 2

Tabela 3
4. CONCLUSÃO

Por fim, é evidente que a presença de atrito influencia a energia cinética de um


corpo, dado que a energia potencial gravitacional irá se dissipar com a presença de
energias dissipativas. Isso é um fato importante para o funcionamento da física no
geral, visto que muitas vezes em atividades teóricas as energias dissipativas são
desconsideradas do processo, enquanto nas aplicações reais elas estão sempre
atuando, sendo assim é vital que um físico experiente saiba sempre quando e como
considerá-las para não cometer erros grosseiros.

5. REFERÊNCIAS

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1, 8ºed. Livros


Técnicos e Científicos Editora S/A, 2008. SEARS, F.W., ZEMANSKY, M.W. e
YOUNG, H.D.

DIAS, Nildo Loiola; CASTRO, Giselle dos Santos. Plano Inclinado: Simulações
Interativas para o Ensino de Física. 2021. Disponível em:
https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br/plano-inclinado. Acesso em: 25 out. 2021.

DIAS, Elaine. O que são os tipos de energia? Disponível em:


https://www.fisicapresente.com,br. Acesso em: out. 2021.

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