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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Miguel Aparecido Rodrigues

Avaliação da tendência ao coquilhamento em ferro fundido nodular


utilizando teste de cunha e analise térmica.

São Paulo

2011
Miguel Aparecido Rodrigues

Avaliação da tendência ao coquilhamento em ferro fundido nodular


utilizando teste de cunha e analise térmica.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo – IPT, para obtenção do título de
Especialista em Tecnologia de Fundição.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Albertin

São Paulo

Julho/2011
RESUMO

Neste trabalho foi possível avaliar a tendência de nucleação do ferro fundido


nodular com a variação dos testes de analise térmica correlacionados com a analise
de cunha. Segundo a teoria citado na figura 1 por STEFANESCU, D. M. –
INOCULATION OF TUINWAL CASTINGS, podemos notar uma tendência do
aumento da profundidade de coquilhamento mesmo após a nodulização, porem o
trabalho demonstra uma tendência para uma classe de liga especificamente
hipoeutética as demais ligas não apresentam um efeito claro após nodulização e
inoculação.

Palavras Chaves: Variação do teste da analise térmica e cunha em ferro fundido


nodular.
ABSTRACT

In this work it was possible to assess the trend of the ductile iron nucleation
with the variation of thermal analysis tests correlated with the analysis of the wedge.
According to the theory cited in the figure 1 by STEFANESCU, D. M. –
INOCULATION OF TUINWAL CASTINGS, we can see a trend of increasing
cementite depth even after nodulized, however the work demonstrates a tendency in
to class to of binds specifically hypoeutecti other leagues do not have a clear effect
nodularised and after inoculation.

Keywords: Variation of thermal analysis and testing of ductile iron wedge.


Lista de ilustrações

Figura 1 - Gráfico de tendência de coquilhamento após tratamento de


nodulização 10

Figura 2 - Gráfica curva de resfriamento dos ferros fundidos cinzento 13

Figura 3 - Diagrama FeC fase de solidificação dos ferros fundidos 13

Figura 4 - Fase de solidificação e transformação do ferro fundido nodular 14

Figura 5 - Gráfico formação da curva de resfriamento dos ferros fundidos 15

Figura 6 - Curva de resfriamento para um ferro fundido com 3,2%C. Linha


tracejada: Equilíbrio; Linha cheia: Experimental 15

Figura 7 - Gráfico formação da curva de resfriamento dos ferros fundidos 16

Figura 8 - Desenho da cunha 17

Figura 9 - Curva de analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T 21

Figura 10 - Analise da eficiência do inoculante comparando com h de


coquilhamento antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem
de inoculação 21
Figura 11 - Profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e
depois da nodulização 22
Figura 12 - Curva de analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T 23

Figura 13 - Analise da eficiência do inoculante comparando com h de


coquilhamento antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem
de inoculação 23

Figura 14 - Profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e


depois da nodulização
24
Figura 15 - Curva de analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T 25

Figura 16 - Analise da eficiência do inoculante comparando com h de


coquilhamento antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem
de inoculação 25

Figura 17 - Profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e


depois da nodulização. 26
Figura 18 - Analise de eficiência dos inoculantes utilizados no experimento. 26
Fotografia 1 - Processo de Inoculação 18

Fotografia 2 - Vazamento do metal liquido na coquilha 19

Fotografia 3 - Vazamento do metal liquido em copo para analise térmica 19

Fotografia 4 - Analisador de carbono carbomax II 19

Fotografia 5 - Corpos de Provas Utilizados no Trabalho 20


Lista de tabelas

Tabela 1 - Composição química da liga hipoeutética 21

Tabela 2 - Composição química da liga eutética 22

Tabela 3 - Composição química da liga hipereutética 24


Lista de abreviaturas e siglas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
USP Universidade de São Paulo
LTDA Limitada
Tliq Temperatura do Liquido
Tsol Temperatura do Solido
F -C - Si Diagrama ferro carbono silício
TEE Temperatura do eutético estável
TEM Temperatura do eutético meta-estavel
∆T Relação entre temperatura e tempo
KVA Quilovoltampere
FeSi75% Liga de ferro composta de 75% de silício
IM22 Liga de ferro composta de silício, bário e zircônio
TSE Temperatura de superresfriamento do eutético
TRE Temperatura de recalescência do eutético
∆T CET Valores referentes à subtração de = TRE-TEM
CE Carbono equivalente
Sumário

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09

1.1 Objetivo................................................................................................................09

1.2 Justificativa...........................................................................................................10

2 TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DO FERRO FUNDIDO...................................11

2.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO..........................................................................11

2.1.1 Fatores que influenciam o processo..................................................................11

2.2 SOLIDIFICAÇÃO DO FERRO FUNDIDO............................................................12

2.2.1 Técnicas de controle........................................................................................14

2.3 METODOS DE CONTROLE................................................................................16

3 PROCESSO EXPERIMENTAL..............................................................................17

3.1 METODOS E MATERIAIS..................................................................................17

3.1.1 Meios de controle..............................................................................................18

4 RESULTADO E DISCUSSÃO................................................................................20

4.1 Liga hipoeutético..................................................................................................20

4.1.1 Liga eutético......................................................................................................22

4.1.2 Liga hipereutético..............................................................................................24

4.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................................................................27

5 CONCLUSÃO........................................................................................................29

REFERÊNCIAS..........................................................................................................30

ANEXO A – Planilha de dados das analises térmicas...............................................33


13

1 INTRODUÇÃO

Ferros fundidos são ligas de ferro-carbono com teor de carbono acima de 2%


que contem elementos de liga como: silício, manganês, enxofre e fosforo. Os
elementos de liga influenciam diretamente na microestrutura e nas propriedades
dessas ligas caracterizada por apresentar reação eutética.
Para a fabricação de ferros fundido nodular material referente ao estudo é
necessária a adição de elementos nodulizantes responsável pela formação do tipo
de grafita esferoidal (Nodular) durante a solidificação.
O ferro fundido nodular apresenta uma melhoria significativa na resistência
mecânica e no grau de ductilidade do ferro fundido comparado com o ferro fundido
cinzento, sendo que a formação de carbonetos no ferro fundido nodular passa a ser
indesejável e podem interferir negativamente nas propriedades do material.
Os elementos de ligas podem atuar como estabilizadores de carbonetos,
elementos como Mn e Cr e os elementos como Si, Ni e Cu são formadores de
grafita.
De modo geral a formação e quantidade de nódulos de grafita tanto quanto a
formação de carbonetos durante a solidificação são influenciadas pelas seguintes
condições;
• Diferenças entre as temperaturas do eutético estável e metaestável;
• Frequência de solidificação das células eutéticas (Tempo do banho em
elevadas temperaturas);
• Composição da carga (Sucata, Gusa, Retorno);
• Grau de oxidação do banho;
• Relação entre porcentagem de S e Mn;
• Controle dos elementos que influenciam a formação de coquilhamento (C, S,
Ce, Cr, V, Ti, Al, Zr e a relação entre (C/O).

1.1 Objetivo

O objetivo geral deste trabalho é avaliar a tendência de nucleação do ferro


fundido nodular com a variação da inoculação e composição química utilizando - se
dos testes de analise térmica e analise de cunha coquilhada.
14

Sendo que o objetivo especifico foi verificar a validade da correlação entre a


tendência de coquilhamento antes e depois da nodulização expresso no gráfico da
figura 1 (STEFANESCU - D.M. FROSTAND STEFANESCU, AFS TRANS. 100,
1992, p. 182).

Figura 1 – Gráfico de tendência de coquilhamento após tratamento de


nodulização (STEFANESCU, 1998).

1.2 Justificativa

A maioria das fundições de ferros fundidos utiliza a composição química como


único controle de banho dos ferros fundidos, sendo que o ferro fundido solidifica
passando por diversas fases do sistema de Fe-C-Si.
A analise térmica combinada com o teste de cunha permite controlar a metal
base antes do vazamento minimizando possíveis defeitos que decorrem
necessariamente no controle do grau de nucleação do banho de ferro fundido, que
podem ser facilmente controladas pelas curvas de resfriamentos das analises
térmicas e consequentemente confirmadas com os testes de cunha como segue
neste trabalho.
15

2 TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DO FERRO FUNDIDO

2.1 Processo de fabricação

Nos processos de fabricação dos ferros fundidos em geral sua carga é


composta por ferro gusa, sucata de aço, retornos de fundidos, cavacos de usinagem
e ferro-liga. Entre as variáveis esta o tipo de equipamento utilizado para a fusão do
metal, que podem variar conforme a qualidade e o volume de produção, como
exemplo os equipamentos citados abaixo;

• Fornos de Cubilo • Fundição de Ferro;


• Fornos Elétricos a Arco • Fundição de Ferro e Aço;
• Fornos Elétricos por Resistência • Fundição de toda classe de metais;
• Fornos Elétricos por Indução • Fundição de Ferro, Aço e das Ligas Leves,
sendo o recurso utilizado neste trabalho com cadinho de uma tonelada.

2.1.1 Fatores que influenciam o processo

A carga é preparada com a finalidade de se obter um ferro fundido com


determinada composição química contendo teores variáveis de elementos químicos
necessários à obtenção da liga desejada. Conforme a especificação do material a
carga irá consistir da mistura e balanceamento dos materiais apresentados no
primeiro parágrafo do processo de fabricação. Pode - se denominar carga base os
materiais adicionados ao forno no início de uma corrida ou recarga de forno com pé
de banho líquido, e ou adições processadas com a finalidade de corrigir teores de
elementos na ocorrência de perda durante a fusão ou para incorporar elementos de
liga ao banho.
O tempo de elaboração do ferro fundido também é de suma importância para
a qualidade do ferro fundido.
Em geral uma carga em forno de Indução partindo do inicio da fusão até o
momento do vazamento pode demorar entre 1 hora e 40 minutos á 2 horas e 20
minutos conforme a capacidade e a potência do equipamento, sendo um fator
16

importante de controle, porque o metal em elevados tempos sobre agitação ou em


elevadas temperaturas irá decompor os elementos químicos em forma de óxidos que
evaporam desnucleando o banho.
Para a fabricação do ferro fundido nodular além da carga base composto é
também necessária após o processo de fusão a adição de elementos denominados
nodulizantes, como Mg e Ce que modificam a forma de crescimento da grafita.
Por outro lado alguns cuidados são necessários, por problemas de perda de
Mg, este elemento tem alta ação desoxidante e dessulfurante em ferros fundidos,
recomendando-se a utilização de materiais que contenham porcentagens mínimas
de oxigênio e enxofre.
Empregando a tecnologia adequada para cada caso especifico. A reação do
Mg com metal liquido, de modo geral ocorre em panelas com dimensões especificas
para de duas a três vezes o diâmetro da panela, para um bom aproveitamento desta
reação é ideal que a panela tenha tampa, já que a perda de Mg se da por
vaporização, quanto mais profunda a panela maior será a pressão do Mg na bolha
de gás nucleada, maior quantidade de Mg irá se dissolver em um determinado
tempo.
Após o processo de nodulização o banho irá conter um numero grande de
partículas de sulfetos recobertas por óxidos e partículas de Mg, esta partícula
nucleante não é eficiente seu reticulado cristalino apresenta grande desajuste com o
da grafita, sendo essencial uma forte inoculação. Os inoculantes contem elementos
como Si, Ca, Ba, Zr e Sr que formam camadas de silicatos sobre as partículas
anteriores, sendo os reticulados cristalinos destes silicatos próximos ao da grafita. O
processo de inoculação promove a formação de microestruturas mais homogêneas e
uniformes.
Sabendo – se que o processo de nodulização tem um período definido de
eficiência, entende – se que a permanência do metal em elevadas temperaturas
após a nodulização afeta de modo adverso à morfologia da grafita.

2.2 Solidificação do ferro fundido

A solidificação do ferro fundido cinzento ocorre pelas reações: Eutético


estável (TEE) solidifica a partir do L→γ + Grafita, possui grande resfriamento e a
17

grafita tem dificuldade para nuclear. Eutético metaestável (TEM) solidifica a partir
L→γ + Fe3C tem facilidade para a nucleação da cementita com pequeno
superresfriamento e elevada cinética de crescimento figuras 2 e 3.

Figura 2 – Gráfico curva de resfriamento dos ferros fundidos cinzento


(Muller, 2002).

Figura 3 – Diagrama FeC fase de solidificação dos ferros fundidos (Fuoco,


2002).

No ferro fundido nodular na fase hipoeutético iniciará a formação de dendritas


de austenita, na medida em que a temperatura diminuir o liquido residual torna-se
mais rico em carbono e silício, formando nódulos de grafita abaixo da temperatura
do eutético estável que serão posteriormente envolvidos em um invólucro de
austenita.
Na fase Hipereutetica a grafita encontra-se na fase primaria precipitando na
forma de nódulo, à medida que a temperatura diminui o liquido residual tem a sua
composição mais próxima do eutético abaixando a temperatura do eutético estável
formam mais nódulos de grafita que será envolvido pela austenita figura 4.
18

Figura 4 – Fase de solidificação e transformação do ferro fundido nodular


(Canale, 2006).

Crescimento da grafita nodular eutético divorciado, mesmo ligas hipereutéticas


apresentam dendritas, pois o crescimento da grafita e da austenita do eutético
ocorrem separadamente.

2.2.1 Técnicas de controle

Entre as técnicas de controle do ferro fundido esta a analise térmica. Tendo


como referência a principio ∆T, o aspecto de eventos que aparecem nas curvas
depende somente do equilíbrio ou desequilíbrio entre a retirada de calor e a geração
de calor dentro da amostra na mudança de inclinação da curva de resfriamento na
temperatura liquidus durante o resfriamento de uma amostra de ferro fundido a partir
do estado líquido. O método baseia-se em medidas de temperatura ao longo da
solidificação através de termopares inseridos no metal, e com resfriamento
suficientemente lento, de modo a caracterizar uma sucessão de estados de
equilíbrio, ou seja, evitando-se transformações estruturais decorrentes de ativação
térmica. O múltiplo registro da evolução da temperatura com o tempo, isto é, das
curvas de resfriamento de múltiplas composições químicas, permite o levantamento
de um mapa termodinâmico de estabilidade de fases.
19

O aspecto dos eventos que aparecem nas curvas de AT depende somente do


equilíbrio ou desequilíbrio entre a retirada de calor e a geração de calor dentro da
amostra, esses aspectos podem ser alterados com a mudança da velocidade de
extração, por exemplo: copos de menor massa, copo “meio-cheio”, com ou sem
telúrio e metal frio como segue modelo da figura 5.

Figura 5 – Gráfico formação da curva de resfriamento dos ferros fundidos


(Albertin, 2010).

Figura 6 - Curva de resfriamento para um ferro fundido com 3,2%C. Linha


tracejada: Equilíbrio; Linha cheia: Experimental (Adaptado de Fredriksson, 1988).

Os ferros fundidos nodulares apresentam superresfriamentos muito maiores


do que os cinzentos. Por isso sua tendência à formação de carbonetos (cementita)
é muito maior, figura 7 modelo de curva para a formação de ferro fundido nodular.
20

Figura 7 – Gráfico formação da curva de resfriamento dos ferros fundidos


(Albertin, 2010).

2.3 Métodos de controle com cunha

A analise de cunha do metal base tem como aspecto importante nos ferros
fundidos cinzentos o controle da chamada altura de coquilhamento, que é medida
através do vazamento de uma cunha com o metal retirado do banho base. Como a
solidificação metaestável esta relacionada com a taxa de solidificação, em
espessuras finas espera-se que ocorra a formação de ferro branco. Através do teste
da cunha, determina-se de forma fácil e rápida a espessura limite para a formação
de ferro fundido cinzento sem coquilhamento.
Na seção transversal da cunha, observa-se a formação de três regiões
distintas que correspondem aos três tipos de materiais obtidos, ou seja, ferro branco
– coquilhado, ferro mesclado e ferro cinzento. A espessura de coquilhamento é
determinada medindo-se a cunha conforme determinação macro gráfica Figura 8.
Podendo – se minimizar a profundidade do coquilhamento através de
algumas ações:

a) A inoculação diminui a altura de coquilhamento,


b) O controle da temperatura também age sobre a altura de coquilhamento,
c) Quanto maior o CE maior o grau de nucleação;
d) Temperaturas de vazamento muito baixas aumentam a altura de coquilhamento,
e) Elementos como Cr, V e Mo aumentam a altura de coquilhamento.
21

O efeito do superraquecimento sobre a nucleação versor inoculação, o


coquilhamento aumenta com o aumento da temperatura em que o banho foi mantido
antes do vazamento podendo recuperar o potencial de nucleação com a redução da
temperatura , mantendo-se algum tempo em temperatura mais baixa.

Figura 8 – Desenho da cunha (ABNT NBR6846, 1985).

3 PROCESSO EXPERIMENTAL

3.1 Métodos e materiais

Em função do objetivo do trabalho foram efetuados duas series de


experimentos de quinze corridas que acabam se subdividindo em três experimentos
em função dos resultados.
Os experimentos foram realizados no processo de Fundição da Empresa Max
Gear Indústria e Comercia de Autopeças LTDA.
Sendo os materiais e equipamentos utilizados, o material foi fundido em forno
a indução de 500 kVA de potência com cadinho de uma tonelada de capacidade. A
carga foi composta de ferro gusa, sucata de aço baixo carbono, retornos de fofo e
ligas a base de FeSi75% e grafitizantes, ambas as duas series do experimento
foram vazadas divididas em duas etapas de quinze corridas, sendo cada corrida
22

composta de uma tonelada de metal dividida em cada vazamento por seis


vazamentos em panelas nodulizantes de 160 Kg. de capacidade.
A nodulização foi efetuada em temperaturas entre 1505 ºC a 1515 ºC em
panelas do tipo sanduíche, foram utilizados 2,5% de liga de Fe-Si-Mg (8 – 10% Mg).
A inoculação foi realizada variando de forma controlada de 0,24% a 0,34% de
inoculante por panela, quinze corridas foram inoculadas com FeSi75% e quinze
corridas foram inoculadas com (IM22) FeSiBaZr em partículas de 3 mm, inoculando
na boca da panela fotografia 1.

Fotografia 1 – Processo de Inoculação (Empresa Max Gear, 2011).

3.1.1 Meios de controle

Em cada corrida foi efetuado os seguintes controles para coleta dos dados
experimentais.
• Amostras (Medalha) para analise química em espectrômetro de emissão
óptica;
• Amostras de cunha com concha refrataria fotografia 2;
• Amostras do metal liquido para a analise térmica em aparelho carbomax II
fotografia 3, 4.
23

Fotografia 2 – Vazamento do metal liquido na coquilha (Empresa Max Gear,


2011).

Fotografia 3 – Vazamento do metal liquido em copo para analise térmica


(Empresa Max Gear, 2011).

Fotografia 4 – Analisador de carbono carbomax II (Empresa Max Gear,


2011).
24

Fotografia 5 – Corpos de Provas Utilizados no Trabalho (Empresa Max Gear,


2011).

As profundidades de coquilhamento das cunhas foram medidas com


paquímetro considerando a região de menor numero de cementita visível figura 9.

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

4.1 Liga hipoeutética

Das seis amostras do experimento com a liga hipoeutética foram feitos, entre
eles:

• Composição química tabela 1;


• Analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T figura 9;
• Analise da eficiência do inoculante comparando com h de coquilhamento
antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem de inoculação figura 10;
• Analise de cunha, profundidade de coquilhamento em mm figura 11.
25

Tabela 1 – Composição química da liga hipoeutética.

Figura 9 – Curva de analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T.

Figura 10 - Analise da eficiência do inoculante comparando com h de


coquilhamento antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem de inoculação.
26

Figura 11 – Profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e


depois da nodulização.

4.1.1 Liga eutética

Das doze amostras do experimento com a liga eutética foram feitos, entre
eles:

• Composição química tabela 2;


• Analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T figura 12;
• Analise da eficiência do inoculante comparando com h de coquilhamento
antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem de inoculação figura 13;
• Analise de cunha, profundidade de coquilhamento em mm figura 14.

Tabela 2 – Composição química da liga eutética.


27

Figura 12 – Curva de analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T.

Figura 13 - Analise da eficiência do inoculante comparando com h de


coquilhamento antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem de inoculação.
28

Figura 14 – Profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e


depois da nodulização.

4.1.2 Liga hipereutética

Das doze amostras do experimento com a liga hipereutética foram feitos,


entre eles:

• Composição química tabela 3;


• Analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T figura 15;
• Analise da eficiência do inoculante comparando com h de coquilhamento
antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem de inoculação figura 16;
• Analise de cunha, profundidade de coquilhamento em mm figura 17.

Tabela 3 – Composição química da liga hipereutética.


29

Figura 15 – Curva de analise térmica e analise de TSE, TRE e ∆T.

Figura 16 - Analise da eficiência do inoculante comparando com h de


coquilhamento antes e depois da nodulização, ∆T e porcentagem de inoculação.
30

Figura 17 – Profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e depois


da nodulização.

Figura 18 – Analise de eficiência dos inoculantes utilizados no experimento.


31

4.2 Discussão dos resultados

Com base nos resultados experimentais da serie de liga hipoeutética não


verifica – se grande influência da composição química nos resultados tabela 1, mas
na analise térmica, comparando TSE com TRE tem se um ∆T relativamente alto
demonstrando eficiência da nucleação no banho figura 9.
Na figura 10, gráfico de comparação entre ∆T, altura de coquilhamento antes
e depois da nodulização, fica clara a eficiência da inoculação.
Na figura 11, profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e
depois da nodulização, verifica – se que ocorre uma tendência quando comparado
com o gráfico da figura 1, citado por (STEFANESCU - D.M. FROSTAND
STEFANESCU, AFS TRANS. 100, 1992, p. 182), neste gráfico o autor apresenta
uma tendência de coquilhamento mesmo após o processo de nodulização e
inoculação.

Nos resultados experimentais da serie de liga eutética não verifica – se


grande influência da composição química nos resultados tabela 2, mas na analise
térmica figura 12, comparando TSE com TRE tem se um ∆T alto porem não
apresenta maior eficiência de nucleação do banho quando comparado com a liga
hipoeutética.
Na figura 13, gráfico de comparação entre ∆T, altura de coquilhamento antes
e depois da nodulização, nota – se que ocorre uma tendência da profundidade de
coquilhamento da cunha após o processo de inoculação, esta profundidade tende a
ser maior do que a profundidade de coquilhamento da cunha antes do processo de
inoculação, não obtendo o resultado desejado da inoculação para liga eutética.
Na figura 14, profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e
depois da nodulização, verifica – se que não existe nenhuma tendência quando
comparado com o gráfico da figura 1, citado por (STEFANESCU - D.M. FROSTAND
STEFANESCU, AFS TRANS. 100, 1992, p. 182), neste gráfico o autor apresenta
uma tendência de coquilhamento mesmo após o processo de nodulização e
inoculação.
32

Nos resultados experimentais da serie de liga hipereutética não verifica – se


grande influência da composição química nos resultados tabela 3, mas na analise
térmica comparando TSE com TRE tem se um ∆T maior que o apresentado na liga
hipoutética e menor que o apresentado na liga eutética, porem não apresenta maior
eficiência de nucleação do banho quando comparado com a liga hipoeutética e
eutética, figura 15.
Na figura 16, gráfico de comparação entre ∆T, altura de coquilhamento antes
e depois da nodulização, nota – se que ocorre uma tendência da profundidade de
coquilhamento da cunha após o processo de nodulização e inoculação serem maior
do que a profundidade de coquilhamento da cunha antes do processo de
nodulização e inoculação, evidenciando que o inoculante não teve o efeito desejado
para liga hipereutética.
Na figura 17, profundidade de coquilhamento em mm tendência antes e
depois da nodulização, nota – se certa tendência quando comparado com o gráfico
da figura 1, citado por (STEFANESCU - D.M. FROSTAND STEFANESCU, AFS
TRANS. 100, 1992, p. 182), porem os pontos são dispersos e não conclusivos.
Na figura 18, analise de eficiência dos inoculantes utilizados no experimento,
pode verificar que o inoculante FeSi75% para o tipo de experimento realizado
demonstrou maior eficiência do que o inoculante IM22 (FeSiBaZr), sendo que para
basicamente o mesmo resultado o consumo de FeSi75% foi 35% menor do que o
IM22 (FeSiBaZr).
33

5 CONCLUSÃO

Conclui - se com os resultados que a liga da serie hipoeutética apresentou


uma tendência no gráfico de profundidade de coquilhamente antes e apos
nodulização figura 11, comparado com o gráfico da literatura figura 1, citado por
(STEFANESCU - D.M. FROSTAND STEFANESCU, AFS TRANS. 100, 1992, p.
182), porem pelo volume de amostras analisadas sugere – se que para confirmar os
dados apresentados, trabalhos futuros devam ser feitos focados em ligas
hipoeutéticas, visando uma necessidade crescente do mercado de fundição,
principalmente para a produção de peças grossas voltadas para o mercado de
produção eólicas.
Com as demais ligas conclui – se que: A liga hipereutética sugeriu certa
tendência comparada com a da literatura, porem os pontos estão dispersos e
confuso. A liga eutética não demostra nenhuma tendência comparada com a da
literatura.

Com relação à inoculação conforme podemos verificar na figura 18,


porcentagem de inoculação x h de coquilhamento após nodulização e inoculação,
conclui - se que o inoculante FeSi75% foi mais eficiente na redução da altura do
coquilhamento da cunha do que o inoculante IM22 (FeSiBaZr), consumindo 35% a
menos de inoculante.
34

REFERENCIAS

ABNT – Ferro fundido, Avaliação da tendência ao coquilhamento - Método de Ensaio


– NBR 6846 Maio 1985.

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36

ANEXOS
37

ANEXO A – Planilha de dados das analises térmicas das ligas


hipoeutética, eutética e hipereutética.

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