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1. Introdução
O estudo do conforto ambiental, em seus diversos aspectos, busca construir uma relação entre
os princípios bioclimáticos e as intervenções nas atividades práticas que amenizam os efeitos
dos elementos ambientais presentes. O conhecimento adquirido dos planejadores, através de
pesquisas e análises, instrui suas respectivas ações, visando obter ambientes confortáveis.
Salas de aula são ambientes que exigem condições que favoreçam e possibilite o rendimento,
bem estar e a atenção dos estudantes e professores que nela desempenham suas funções e
atividades. Para garantir melhores condições de trabalho e/ou estudo, especificamente, quanto
ao conforto ambiental, seja ele, térmico, luminoso ou acústico, novas exigências são
frequentemente visadas para obter as condições necessárias para os espaços interiores,
utilizando as diretrizes de conforto ambiental.
As características fisiológicas dos indivíduos, fatores como peso, idade, sexo, juntamente com
as variáveis ambientais influenciam diretamente no conforto térmico, podendo afetar a
produtividade, uma vez que a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores é um fator
determinante para a obtenção da qualidade de vida no trabalho. (Gosling & Araújo, 2008).
Para a realização deste estudo, foram realizadas medições de variáveis térmicas na sala 102 A
da Central de Aulas no Campus I, na Universidade Federal da Paraíba. Os dados foram
obtidos por meio de entrevistas com alunos e professores presentes no local, além da
utilização de equipamentos como termômetro de globo e anemômetro. Estes dados
possibilitaram a determinação dos índices PMV (Predicted Mean Vote - Voto Médio
Previsível) e o PPD (Predicted Percentage Dissatisfied - Porcentagem Previsível de
Insatisfeitos), que analisam o conforto do ambiente para o trabalhador.
2. Referencial teórico
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Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
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Segundo Pedroso e Pilatti (2012) o grande diferencial das empresas hoje em dia são os
recursos humanos nela presentes. A empresa precisa privilegiar cada vez mais o colaborador,
lhes propiciando as melhores condições possíveis de trabalho, para que possam render o seu
melhor desempenho e desenvolver o melhor de suas potencialidades.
Os seres humanos precisam de uma qualidade ambiental mínima para conseguir além de
manter o bom funcionamento do organismo, desenvolver suas tarefas (FROTA, SCHIFFER,
2003). Para que o trabalhador possa ter a desejada satisfação em seu ambiente de trabalho, ele
deve estar em uma situação de conforto ambiental. Entende-se como Conforto Ambiental a
relação entre Conforto térmico, luminoso e acústico, os quais devem ser investigados para ter
conhecimento se um ambiente está em conforto ou não.
Um programa de QVT tem como objetivo promover um ambiente de trabalho que estimule e
dê suporte ao colaborador e à organização, conscientizando sobre como sua saúde está
diretamente relacionada à sua qualidade e produtividade (CARMELLO, 2015). O
investimento das empresas em QVT evita futuros problemas como: absenteísmo, redução da
produtividade e eficiência, redução da qualidade do serviço, reclamações, despesas médicas
decorrentes de depressão, desgaste, fadiga, como até mesmo desgostos e preocupações em seu
ambiente de trabalho. Tem que haver consciência por parte das organizações que QVT não se
trata de um resultado imediato, mas, de um investimento contínuo que deve ser aplicado em
todo o ambiente organizacional. É primordial preocupar-se com a gestão das pessoas num
todo, oferecendo condições adequadas de trabalho e respeitando o profissional.
De acordo com Guimarães (2004) há três correntes que podem ser seguidas para a
mensuração da QVT: QVT na perspectiva do trabalhador (interesse está na melhoria das
condições de trabalho e maior participação do funcionário no processo organizacional); na
perspectiva da organização (visando à produção e motivação para o trabalho); e por último
uma perspectiva integrante, que visa o equilíbrio dos interesses dos trabalhadores e da
organização. Como o conforto ambiental é algo relativo, pois cada pessoa reage de uma forma
diferente a estímulos externos, para esse estudo foi dado privilégio a percepção somente do
trabalhador (o professor que ministra aulas na sala CAA 102, Campus I, UFPB) sem levar em
consideração os alunos.
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Nesse sentido, este estudo tem como objetivo a análise do conforto térmico e sua influência
na qualidade de vida do trabalhador em uma sala de aula da Central de Aulas da Universidade
Federal da Paraíba, Campus I.
O conforto térmico está relacionado à preocupação natural do homem em busca do bem estar.
O desempenho do homem está diretamente associado ao conforto térmico, sendo comprovado
por diversas pesquisas realizadas em laboratório e em campo. (FANGER, 1970 apud SILVA,
2001).
Aspectos físicos, fisiológicos e psicológicos como dor de cabeça, depressão intelectual, sono,
fadiga, descoordenação motora, falta de concentração e perda de memória são sintomas
frequentemente manifestados, e por essa razão, existe a necessidade da avaliação cognitiva do
conforto térmico.
O método mais difundido foi criado por Fanger (1972) e adotado pela norma internacional
ISO7730/1994, realizado para avaliar o conforto térmico. Através de diversas pesquisas
avaliando condições de temperatura, umidade e velocidade de ar, e aplicação de questionários
quanto ao conforto, os índices “Predicted Mean Vote” (PMV) e o “Predicted Percentage of
Dissatisfied People” (PPD) foram desenvolvidos.
O PMV (Predicted Mean Vote - Voto Médio Previsível) é um índice de avaliação do conforto
térmico, adotado pela ISO 7730, que varia de -3 a +3 e calcula a probabilidade da sensação
térmica humana a partir de associações entre o nível metabólico de atividade (Met), a
resistência térmica das vestimentas (Clo) e quatro variáveis ambientais: temperatura do ar
(ºC), velocidade do ar (m/s), temperatura de globo (°C) e umidade relativa do ar (%).
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3. Metodologia
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Figura 1: Sala CAA 102
Quadro 4: CLO.
Vestuário Clo
Calcinha e sutiã 0,03
Vestidos leves, mangas curtas 0,20
Sapatos (sola grossa) 0,04
Total 0,27
Fonte: Elaborado pelos autores.
A utilização do modelo computacional foi o CBE Thermal Comfort Tool, disponível no site
eletrônico da Universidade de Berkeley: http://comfort.cbe.berkeley.edu/, que serviu para o
cálculo do PMV e PPD.
Para o posto de trabalho analisado, a medição foi realizada à altura do tórax, levando em
consideração que o funcionário trabalha sentado durante aproximadamente 4 horas por dia.
De acordo com a NBR 7730 a taxa metabólica (Met) da atividade em questão é de 1,2met
(sedentary activity).
Conforme citado, foi utilizado o software Confort Tool para o cálculo do PMV. A professora
estudada apresentou um intervalo de valores do PMV de 1,9 a 2,22 e um intervalo do PPD de
72 a 86%. Para efeito de cálculo do PMV foram inseridos os valores das variáveis ambientais
medidos no dia escolhido para estudo. O Quadro 6 apresenta os resultados alcançados a partir
da medição.
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5. Conclusão
Com a utilização do software, foram obtidos valores do PMV de 1,9 a 2,22 e um intervalo do
PPD de 72 a 86%.
Para um melhor desempenho de ensino na sala de aula, é viável um trabalho futuro buscando
a climatização para tornar o ambiente mais confortável, aumentando assim, o índice de
satisfação do usuário.
6. Agradecimento
REFERÊNCIAS
American Society of Heating and Air Conditioning Engineers - ASHRAE. Physiological principles for comfort
and health. In: Handbook Fundamentals. Atlanta, 2001. p. 8.1 - 8.2.
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BÚRIGO, C. C. D. Qualidade de vida no trabalho. Revista de Ciências Humanas, v. 15, n. 22, p. 90-111, 1997.
FANGER, P. O. Thermal comfort: analysis and applications in environmental engineering. United States:
McGraw-Hill Book Company, 1970. 244 p.
FROTA, A.B. & SCHIFFER, S.R. Manual do Conforto Térmico. 4ª ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
ISO 7730 (2005). Ergonomics of the thermal environment – Analytical determination and interpretation of
thermal comfort using calculation of the PMV and PPD indices and local thermal comfort criteria. Genebra:
International Organization for Standardization.
PEDROSO, B.; PILATTI, L. A. Guia de avaliação da qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho. Ponta
Grossa: Editora UEPG, 2012.
SILVA, L. B. Análise da relação entre Produtividade e conforto térmico: o caso dos digitadores do centro de
processamento de dados da Caixa Econômica Federal de Pernambuco. Florianópolis, 2001. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina.
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