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DEPARTAMENTO DE FÍSICA - UFV - Prova 4 – Física II (FIS202) – 10/12/2020

𝑓 𝐶 𝑊 |𝑄 | 𝑑𝑄
𝑊= 𝑃𝑑𝑉 C = 𝑅 𝛾= 𝑒= 𝐾= ∆𝑆 =
2 𝐶 𝑄 |𝑊| 𝑇
Q = 𝑛𝐶∆𝑇 Q = 𝑚𝑐∆𝑇 ∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 𝐶 = 𝐶 + 𝑅 𝑇𝑉 = 𝑐𝑡𝑒. 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
𝑃 = 1,013 × 10 Pa 𝑇 = 𝑇 + 273,15 R = 8,314 J/mol·K

1) Um mol de um gás ideal, inicialmente a uma pressão de 0,5 × 103 Pa e a um volume de 0,5 m3, é aquecido até
um estado final onde a pressão é A × 103 Pa e o volume é B m3. O gás ideal é monoatômico se A for ímpar e
diatômico se A for par. Calcule a variação de entropia do gás.
Não foi dada nenhuma informação sobre o processo efetuado no gás para produzir a mudança de estado descrita
no enunciado da questão. Note que o fato da temperatura do gás ter sofrido uma variação finita não implica, de
forma alguma, que o processo efetuado no gás seja irreversível (se isso fosse verdade apenas processos
isotérmicos seriam reversíveis). Teríamos um processo irreversível se houvesse um fluxo de calor através de
uma diferença finita de temperatura entre o gás e a vizinhança. Novamente, o enunciado da questão não fala
nada sobre como o gás foi aquecido. Para calcular a variação de entropia do gás devemos encontrar um processo
reversível qualquer que leve o gás do estado inicial até o estado final, já que a entropia é uma variável de estado.
Assim, podemos calcular a variação de entropia usando
𝑑𝑄
∆𝑆 =
𝑇
Um processo reversível possível (existem outros) é mostrado no diagrama P (Pa)
PV ao lado. Partindo do estado inicial 1, o gás é mantido a volume a 2
constante e sua temperatura é aumentada lentamente, em incrementos dT, A × 103
até chegar no estado a. A partir daí, a pressão do gás é mantida constante
enquanto continuamos a aumentar lentamente a temperatura do gás, em
incrementos dT, até chegar no estado final 2.
0,5 × 103 1
Considerando esse processo, a variação de entropia pode ser calculada
como:
0,5 B V (m3)
𝑑𝑄 (𝑛𝐶 d𝑇) (𝑛𝐶 d𝑇) 𝑇 𝑇
∆𝑆 = = + = 𝑛𝐶 ln + 𝑛𝐶 ln
𝑇 𝑇 𝑇 𝑇 𝑇

As temperaturas são:
(0,5 × 10 Pa)(0,5 m ) (𝐴 × 10 Pa)(0,5 m ) (𝐴 × 10 Pa)(𝐵 m )
𝑇 = 𝑇 = 𝑇 =
𝑅 𝑅 𝑅
Além disso, sabemos que se o gás for monoatômico ele terá 3 graus de liberdade e se for diatômico terá 5 graus
de liberdade. Portanto, podemos encontrar os valores de CV e CP. Portanto
∆𝑆 = 𝐶 ln 2𝐴 + 𝐶 ln 2𝐵
Note que não é possível encontrar a variação de entropia do gás fazendo apenas uma das duas integrais acima,
entre os limites de integração de T1 a T2, já que tanto o volume quanto a pressão do gás variam quando o gás
passa do estado 1 para o estado 2.
Como A  1 e B  1 temos que a variação de entropia do gás é positiva. Novamente isso não significa que o
processo seja irreversível, já que não sabemos o que aconteceu com a entropia da vizinhança durante o processo
sofrido pelo gás. Lembre-se de que a segunda lei da termodinâmica diz respeito à variação total da entropia do
sistema. O gás descrito no enunciado da questão é apenas uma parte do sistema.
DEPARTAMENTO DE FÍSICA - UFV - Prova 4 – Física II (FIS202) – 10/12/2020

𝑓 𝐶 𝑊 |𝑄 | 𝑑𝑄
𝑊= 𝑃𝑑𝑉 C =𝑅 𝛾= 𝑒= 𝐾= ∆𝑆 =
2 𝐶 𝑄 |𝑊| 𝑇
Q = 𝑛𝐶∆𝑇 Q = 𝑚𝑐∆𝑇 ∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 𝐶 = 𝐶 + 𝑅 𝑇𝑉 = 𝑐𝑡𝑒. 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
𝑃 = 1,013 × 10 Pa 𝑇 = 𝑇 + 273,15 R = 8,314 J/mol·K

2) Um mol de um gás ideal, inicialmente a uma pressão igual a A × 10 atm e a uma temperatura igual a 0 oC,
sofre uma expansão adiabática reversível até atingir a pressão atmosférica. O gás ideal é monoatômico se A for
par e diatômico se A for ímpar. P (atm)
a) Desenhe o processo em um diagrama PV. 1
10A

O processo está representado no diagrama ao lado.


2
1

V1 V2 V
b) Determine a temperatura final do gás (em graus Celsius) e o volume inicial e final do gás.
Na solução apresentada a seguir, primeiramente vamos calcular o volume no estado 1:
𝑛𝑅𝑇 (8,314 J/mol ∙ K)(273,15 K) 2,2418 × 10
𝑉 = = ⇒ 𝑉 = m
𝑃 10𝐴(1,013 × 10 Pa) 𝐴
Agora, vamos encontrar a relação entre a pressão, P, e o volume, V, para um processo adiabático:
𝑃𝑉
𝑇𝑉 = 𝑐𝑡𝑒. ⇒ 𝑉 = 𝑐𝑡𝑒. ⇒ 𝑃𝑉 = 𝑐𝑡𝑒.
𝑛𝑅
Aplicando essa relação entre os estados 1 e 2 temos:

𝑃
𝑃𝑉 =𝑃𝑉 ⇒ 𝑉 =𝑉 ⇒ 𝑉 = 𝑉 (10𝐴) = 2,2418 × 10 (10𝐴) m
𝑃
Sabendo a pressão e o volume no estado 2 podemos determinar a temperatura final usando a equação de estado:
𝑃𝑉
𝑇 =
𝑛𝑅
Usando os valores de pressão, volume e R no SI, o valor calculado para a temperatura será dado em Kelvin.
Devemos transformar para graus Celsius, como solicitado no enunciado da questão.
c) Determine o trabalho realizado pelo gás na expansão.
Uma das maneiras de calcular o trabalho é usando a primeira lei da termodinâmica. Em um processo adiabático
temos:
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 = 0 − 𝑊 ⇒ 𝑊 = −∆𝑈
Em um processo isovolumétrico temos:
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 = 𝑄 − 0 = 𝑛𝐶 ∆𝑇
Como a energia interna de um gás ideal só depende da temperatura, todos os processos que produzem uma
mesma variação de temperatura no gás vão produzir a mesma variação de energia interna. Assim:
𝑊 = −∆𝑈 = −𝑛𝐶 ∆𝑇 ⇒ 𝑊 = 𝐶 (𝑇 − 𝑇 )
O valor de T1 foi fornecido e o valor de T2 foi determinado em (b). Além disso, sabemos que se o gás for
monoatômico ele terá 3 graus de liberdade e se for diatômico terá 5 graus de liberdade. Portanto, podemos
encontrar o valor de CV.

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