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Resumos de Psicologia Cognitiva

Percepção visual: A percepção consiste em receber através dos sentidos, das


imagens, dos sons, das impressões ou das sensações externas. Trata-se de uma
função psíquica que permite ao organismo captar, elaborar e interpretar a
informação que chega do meio. A percepção visual é de enorme importância em
nossa vida diária. Ela permite que nos movimentemos livremente, para ver as
pessoas com quem estamos interagindo, ler livros e revistas, admirar as
maravilhas da natureza e assistir a filmes e televisão. A percepção visual também
é extremamente importante para ajudar a assegurar nossa sobrevivência. Por
exemplo, se percebemos mal o quanto os carros estão próximos de nós quando
atravessamos a rua, as consequências podem ser fatais. Assim, não é de causar
surpresa que uma maior parte do córtex (especialmente os lobos occipitais na
parte de trás do cérebro) é dedicada mais à visão do que a qualquer outra
modalidade sensorial.

Ametropia, também conhecido como erro refrativo, é um defeito de visão


decorrente da focalização inadequada da luz que chega à retina, que causa a
perda da nitidez da imagem na retina. Os tipos mais comuns de ametropia são a
miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia.
As ametropias são corrigidas com o uso de óculos, adaptação de lentes de
contacto, ou cirurgia refractiva.

Miopia: visão distorcida ao longe, mas nítida ao perto, manifesta-se mais no


sexo masculino e é mais comum depois dos dez anos.
Pode ser:
•  ligeira – até três dioptrias
•  moderada: de três a seis dioptrias
•  alta: mais de seis dioptrias

A alta miopia pode levar à perda de visão quando a deformação do olho provoca
estragos na retina ou o seu descolamento. A miopia pode aparecer associada a
cataratas e ao glaucoma.

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Hipermetropia: É a alteração na qual as imagens são formadas depois da retina,
o que faz com que os seus portadores tenham dificuldade principalmente na visão
de perto mas também para longe.

Astigmatismo: É um tipo de erro refrativo que o olho não consegue focar a luz
na retina de forma uniforme. Isto faz com que a pessoa veja de forma distorcida
ou desfocada a qualquer distância. Há mudança frequente entre imagem nítida e
distorcida.

Presbiopia é uma condição ocular associada ao envelhecimento do olho humano


caracterizada por diminuição progressiva da capacidade de focar nitidamente
objetos a curta distância.

Glaucoma é uma designação genérica a um grupo de doenças oculares distintas


que provocam danos ao nervo óptico e cegueira.

Teorias da percepção
Bruner e Gregory -Teoria Construtivista ou Indirecta
•  Fenómeno complexo
•  Processamento de diferentes tipos de informação, transformam o mosaico de
intensidades luminosas numa percepção precisa e detalhada
•  Está dependente de:
•  Indirecta – depende de processos internos
•  Guiada por processos ascendentes e descendentes

Gibson -Teoria Ecológica ou Directa


•  A informação proveniente do meio visual é suficiente para o sujeito se mover e
interagir com o meio
•  Não existem processos e representações internas
•  É guiada por processos ascendentes
•  Estudo da percepção no mundo real

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•  Percepção e a acção estão intimamente interligadas: –  percepção fornece
informação para a organização da acção –  movimento e acção facilitam a
percepção

TEORIA DA FORMAÇÃO DE LIMITES ESPACIO- TEMPORAIS


•  A teoria da formação de limites espacio-temporais, é um modelo que descreve:
•  como percebemos os objectos e os limites entre os objectos
•  baseia-se na informação espacial e nas variações temporais do ambiente
•  e leva a perceber os contornos ilusórios.
•  utilizamos a informação temporal quando observamos objectos em movimento.

TEORIAS DO MODELO
•  Armazenamos na nossa mente inúmeros modelos.
•  Reconhecemos um padrão por meio da sua comparação com o conjunto de
modelos que possuímos
•  Consequentemente, devido à complicação e rigidez das teorias do modelo
apareceu uma explicação para a percepção de padrões
•  A teoria da comparação com o protótipo
A comparação com as características de um padrão e as características
armazenadas na memória é denominada com teoria da característica

TEORIA DA DESCRIÇÃO ESTRUTURAL


•  Irving Biederman formulou uma teoria de reconhecimento por componentes
que se baseia em:
a) Através de objectos tridimensionais podemos ter algumas percepções desses
objectos e de outros a partir desse
b) Os objectos podem ser identificados a partir de várias perspectivas
c) Dependendo de como o objecto é observado, assim será feita a sua descrição.

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Funções Mentais Superiores:
•  Percepção •  Atenção •  Memória •  Linguagem •  Pensamento •  Emoção

Percepção: Processo de transferência de estimulação física em informação


psicológica. Por meio da percepção a pessoa interpreta os fenómenos do mundo
que a cerca, os fenómenos do mundo interno e a posição que ela ocupa no
espaço. É a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir
de histórico de vivências passadas (memórias). Através da percepção um
indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir
significado ao seu meio.

•  Depende da Memória e do Pensamento sob influência dos factores:


a) A sensação em si.
b) Características particulares do estímulo
c) Estado Psicológico de quem recebe o estímulo

Características Particulares do Estímulo


• Intensidade • Dimensões • Cor • Frequência e Forma

Fatores do estímulo
 Fatores de situação (tempo, local de trabalho, situação social)
 Fatores no alvo (novidade/movimento, som, tamanho, fundo proximidade)
 Fatores de quem percebe (atitudes/ motivações, interesses/ experiências,
expetativas)

As Desordens Da Percepção (Agnosia)


As desordens da percepção são chamadas agnosias. Este termo foi cunhado pela
Psicanálise por Sigmund Freud. As agnosias, geralmente, são causadas por lesões
no córtex cerebral e dependem da região lesionada.

Prosopagnosia-agnosia visual, incapacidade de reconhecer faces


Amusia-agnosia auditiva, incapacidade de reconhecer sons musicais

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Afasia receptiva ou agnosia verbal, cujo portador deixa de compreender a fala
emitida por seus interlocutores
Assomatognosia ou Síndrome da indiferença- incapacidade de reconhecer partes
do seu corpo
Acinetópsia -perda da percepção de movimento
Acromatópsia- incapacidade de perceber cores

Fenómenos psicológicos da percepção


•  Experiências anteriores
•  Formação do indivíduo
•  Motivos
•  Pressuposições a respeito do estímulo
•  Situações

Se considerarmos o modo como compreendemos o mundo em que vivemos e,


particularmente, os aspectos que têm a ver connosco e com as nossas relações
com outras pessoas, podemos constatar que:
•  Organizamos o mundo de acordo com conceitos ou categorias: dizemos que
uma coisa é fria ou quente, boa ou má, simples ou complexa, etc.
•  Cada um destes conceitos pode ser considerado uma dimensão ao longo da
qual nós podemos colocar os acontecimentos do mundo, alguns mais próximos
de um dos extremos, outros do outro.
•  Cada um de nós desenvolveu o seu próprio conjunto de conceitos que utiliza
para interpretar o comportamento dos outros. Estas preferências de conceitos
estão, na maior parte das vezes relacionadas com a nossa motivação.

Teoria da Atribuição: quando observamos o comportamento de um indivíduo,


tentamos determinar se ele foi causado interna ou externamente. Depende de 3
fatores:
•  Distinção: o indivíduo demonstra comportamentos diferentes em situações
diferentes?
• Consenso: todos os que são confrontados por uma situação parecida respondem
da mesma forma.

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•  Coerência: nas acções da pessoa

Percepção e tomada de decisão -Aplicações específicas nas organizações:


•  As pessoas dentro das organizações julgam-se umas às outras.
•  Os administradores precisam avaliar o desempenho dos seus subordinados;
•  Julgamos a dedicação dos nossos colegas de trabalho;
• Quando um novo membro entra para a equipa, ele é imediatamente rotulado
pelos demais.

Entrevista de seleção:
•  O elemento principal para definir quem entra e quem é rejeitado numa
organização é a entrevista de seleção de candidatos.
•  As evidências indicam que os entrevistadores fazem julgamentos de percepção
frequentemente erróneos.
•  Além disso quase não há concordância entre os entrevistadores, ou seja,
entrevistadores diferentes vêem coisas diferentes no mesmo candidato, chegando
a conclusões diversas sobre ele.
•  Os entrevistadores costumam criar impressões antecipadas, que se tornam
rapidamente resistentes;
•  Se a entrevista for um aspecto importante para a contratação e geralmente é,
será preciso reconhecer que os fatores de perceção influenciam esse processo e,
no final, a qualidade da força de trabalho de uma organização.

Atalhos da percepção
•  Percepção Seletiva: qualquer característica que faz uma pessoa (ou objeto ou
evento) sobressair aumentará a probabilidade de que ela seja percebida.
•  Efeito de Halo: quando temos a impressão geral de um indivíduo com base
numa única característica, como inteligência, sociabilidade ou aparência.
•  Efeitos de Contraste: não avaliamos uma pessoa isoladamente
•  Projecção: tendência a atribuir nos outros as características próprias
•  Estereótipo: julgamento de uma pessoa com base na percepção do grupo do
qual ele faz parte.

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•  Os conceitos não existem isoladamente; estão interligados através de uma rede
de relações.
•  Os que utilizamos para compreender uma situação e as relações entre os
próprios conceitos, constituem o sistema conceptual.

As imagens e os estereótipos actuam deste modo:


•  Quando descobrimos que uma pessoa é um "líder sindical" ou um "sociólogo"
ou uma "mulher", uma raça diferente, a informação sobre estes conceitos
imediatamente evoca um conjunto de expectativas sobre outras características da
pessoa.
•  Estes conceitos permitem-nos organizar as múltiplas experiências que temos
diariamente.
•  Sem eles, estaríamos num estado de caos contínuo e por isso mesmo eles são
partes funcionais e necessárias da personalidade humana.

•  Factores estruturais: São as primeiras condições da percepção sobre as quais


não há acção, não se podem mudar
•  Factores funcionais: O percebido é o conjunto do que, vindo do mundo
exterior, tem para nós uma significação.
•  Operamos sobre os elementos que estão à nossa disposição e cuja organização
nos permite a sua integração de forma compreensível.
•  A percepção opera uma selecção nas informações que atingem os sentidos: não
podemos dizer que o entrevistador não viu, mas valorizou umas coisas e
subestimou ou esqueceu outras.

A percepção é uma função individual e de cada pessoa. A Perceção não se dá só


num sentido. Estamos predispostos a perceber novas informações, relacionando-
as com o que já sabemos.

As coisas que vemos não são reflexos perfeitos do mundo real. A nossa
percepção de coisas básicas como cores dos objectos é imprecisa.
Ex.: Qual é a cor “real” de uma parede de tijolo? A parte ao Sol ou à sombra?

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A Percepção é um produto de processos “Top-Down” e “Bottom-Up”.
Os termos Top-down e Bottom-up referem-se a métodos utilizados para
organizar as informações, ordenando fatos para serem utilizados em diversos
campos que necessitem de uma forma de pensamento que facilite a administração
de conhecimentos para um maior proveito destes, com maior facilidade de
processamento e garantindo um sistema de prioridades e hierarquia.
A suas utilidades são muito amplas e podem ser utilizadas de formas diversas
sempre que haja a necessidade de lidar com informações, tornando processos
criativos muito mais fáceis de serem realizados e com uma produtividade muito
maior por meio de planeamento que pode resultar em ações e medidas a serem
tomadas por uma empresa, por exemplo.

Top-down é um termo cujo significado traduzido é “de cima para baixo” e em


sua essência implica dividir os processos de alguma coisa como a fabricação de
um produto ou a criação de uma ideia para, desse modo, utilizar essa
fragmentação (ou compartimentação) para tornar a compreensão de cada parte
que compõem um todo muito mais fácil de ser realizada.
Cada parte dessa subdivisão, do maior ao menor (ou do mais alto para o mais
baixo como sugere o nome) é profundamente estudado e detalhado da forma mais
completa possível para que se obtenha um entendimento amplo do assunto que
esteja sendo analisado.

Bottom-up
O termo Bottom-up traz o significado de uma abordagem realizada de baixo
para cima. Ela consiste em um processo de análise e comportamento de
informações que utiliza a compreensão de subdivisões dos assuntos para uma
percepção mais completa e com uma nova interpretação das partes que formam o
todo, ou seja, analisa e descreve os elementos mais básicos para formar um
resultado maior.
Um exemplo desta forma de lidar com as informações é como o cérebro recebe
somente detalhes de uma história, fragmentos e conforme vai recebendo mais e
mais factos, os junta de forma a obter uma história completa que faça sentido.
Seguindo esta linha de pensamento, as informações começam apenas como
detalhes distintos e separados e conforme crescem se combinam para formar algo
completo.

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Processo “Bottom-Up” Processo “Top-Down”

Ilusões ópticas
Demonstram como a percepção pode inferir propriedades que não existem na
imagem, dependendo do contexto em que a mesma se insere.

Os estudos sobre as ilusões ópticas têm demonstrado a importância do contexto e


das experiências anteriores na forma como interpretamos um dado conjunto ou
arranjo visual.

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“Ilusão da Luminosidade”
Apesar das diferenças de tonalidade, nós acreditamos que eles são da mesma cor,
apenas apresentam alteração no tom devido às diferenças de luminosidade.

A ilusão de Chubb é uma ilusão de ótica em que o brilho aparente (luminosidade)


de um objeto varia drasticamente, dependendo do contexto da apresentação. Por
exemplo, um objeto escuro cercado por objetos mais escuros pode parecer mais
brilhante do que um objeto realmente mais brilhante, cercado por objetos ainda
mais brilhantes.

“Ilusão de Tamanho”
Nós percebemos que os objectos ou os corpos mantém o seu tamanho real apesar
das alterações que possam ocorrer na distância entre o observador e os objectos
ou corpos observados.

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Agrupamentos:
O agrupamento de várias imagens dificulta a visualização de cada item
individualmente, mas permite-nos ver atributos comuns aos vários itens, duma
vez só.

A ilusão de Ebbinghaus: Os círculos parecem ser de diferentes tamanhos, mas


são iguais.

Efeitos do Contexto no Reconhecimento de Objectos: O Reconhecimento


depende da nossa experiência prévia do mundo e do contexto dessa experiência.

Modelo baseado no Teorema de Bayes: A influência da informação


armazenada é probabilística. O que aconteceu no passado é mais provável de
acontecer novamente.
Ex.: A probabilidade da banana ser amarela, longa e curva é muita. Contudo, a
probabilidade de existirem mais coisas com a mesma cor e forma é grande.

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O que “vemos” está relacionado com a nossa experiência prévia.
Ex.: se já vimos muitas bananas no passado e poucas “abóboras amarelas”, é
razoável que associemos, automaticamente, as características referidas a uma
banana. E vice-versa.
À medida que sabemos mais sobre quais as probabilidades do que nos poderá
aparecer, tende a melhorar a precisão da nossa percepção.

Cinestesia:
Propriocepção, também denominada como cinestesia, é o termo utilizado para
nomear a capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição
e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo
em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção
permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades
práticas. Resulta da interação das fibras musculares que trabalham para manter o
corpo na sua base de sustentação, de informações táteis e do sistema vestibular,
localizado no ouvido interno.
 Capacidade para reconhecer a localização espacial do corpo
 A posição e orientação
 A força exercida pelos músculos
 E a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão
 Permite a manutenção do equilibrio postural

O comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade


e não na realidade em si.

PERCEPÇÃO HAPTICA
 É também descrito como a sensibilidade individual relativa ao mundo
adjacente para ser usado pelo seu corpo.
 Refere-se à exploração sensorial.
 A exploração manual para obter informação e manipular o meio envolvente
através do toque
 Está relacionada com o sentido do tato

Teorias da percepção
Sensação versus Percepção
•  Distinção pouco clara e introduzida pela primeira vez por Thomas Reid (1785).
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Sensação:
•  Processo primário de recolha de informação ambiental.
•  A energia do ambiente é codificada em sinais eléctricos (transdução) e vai
activar as áreas sensoriais do córtex, gerando sensações

Percepção:
•  Processo pelo qual o cérebro dá sentido à informação recebida pelos órgãos dos
sentidos.
•  Selecção, organização e interpretação das sensações.

Cognição:
•  Processo que envolve a manipulação das percepções.

Os outros sentidos:
a) Sob o mesmo nome esconde-se mais de um sentido especializado. Por
exemplo, no tacto podem distinguir-se sentidos relativos à pressão, à
temperatura, à dor...
b) Existem outros sentidos para além dos cinco tradicionais: propriocepção
(cinestesia), equilíbrio, detecção do campo magnético da terra, de campos
eléctricos, etc...

O conceito de Cor é extremamente importante e indispensável não só para a


Computação Gráfica, pois com o seu uso pode-se explorar um dos principais
sentidos, a visão.

A visão de cores divide-se em duas funções:


•  A capacidade de discriminar cores •  O contraste cromático

A primeira diz respeito às medidas de habilidades de ver diferentes cores. A


segunda mede a diferença mínima de cor entre duas áreas adjacentes - está mais
relacionada com as características e contribuições da cor na visão espacial.

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Atenção:
A atenção define-se pelo direcionamento da consciência e estado de concentração
mental sobre determinado objeto. Caracteriza-se por selecionar, organizar e
filtrar as informações. É um processo de extrema importância em determinadas
áreas, como na aprendizagem, já que se exige, por exemplo, a um aluno que
preste atenção às matérias lecionadas pelo professor, ignorando estímulos
visuais, sonoros ou outros, como o que se está a passar fora da sala de aula.
Além da atenção concentrada, em que se selecciona e processa apenas um
estímulo, também pode existir atenção dividida, em que são seleccionados e
processados diversos estímulos simultaneamente - como quando se conduz um
automóvel e se ouvem as notícias do rádio simultaneamente.

 Processo cognitivo pelo qual o intelecto focaliza e selecciona estímulos


estabelecendo relação entre eles
 Apenas processamos activamente uma quantidade limitada de informações
 Embora tenhamos disponível. através dos sentidos, vasta informação em
memórias e outros processos cognitivos. A atenção é limitada.

Consciência:
 Soma total das experiências conscientes de um indivíduo num determinado
momento
 É a dimensão subjectiva da actividade psíquica do sujeito que o coloca em
contacto com a realidade e o faz perceber e conhecer os objectos

Quais são as funções da consciência? Tem havido muita controvérsia sobre esse
tema. Entretanto, existe uma concordância razoável sobre algumas de suas
funções:
• Ela está associada à percepção do ambiente.
• Desempenha um papel crucial na comunicação social e na compreensão do que
outras pessoas estão pensando.
• Desempenha um papel no controle de nossas ações.
• Permite-nos pensar sobre eventos e temas distantes do aqui-agora. Essa é uma
ocorrência comum – Kane e colaboradores (2007) demonstraram que em média
30% dos pensamentos conscientes das pessoas se afastam de sua atividade atual.
• Tononi e Koch (2008, p. 253) defenderam que “a propriedade mais importante
da consciência é que ela é extremamente informativa. Isso ocorre porque, sempre

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que você vivencia um estado de consciência específico, ele descarta um número
enorme de experiências alternativas”. Em outras palavras, a consciência envolve
integração e combinação de vários tipos de informação.

Atenção e Consciência:
 Geralmente dispomos de uma vasta informação sensorial, por exemplo a nossa
visão periférica
 Neste preciso momento prestamos atenção apenas a uma quantidade limitada de
uma determinada informação disponível

Benefícios da atenção:
 Monitorizar as nossas interacções com o ambiente
 Ligar o nosso passado com o nosso presente, de modo a dar-nos um sentido
de continuidade da experiência
 Planear e controlar as nossas acções futuras, com base na informação
proveniente das nossas memórias passadas e nas nossas sensações presentes.

Funções da atenção:
 Detecção de informações relevantes
 Selectividade de estímulos
 Orientação para estímulos sensoriais importantes
 Manutenção do estado de alerta e vigília
 Economia de recursos de processamento
 Maximização do tempo de resposta (Heijden, 1992)

Teorias sobre a Atenção:


 A atenção é estudada por diferentes áreas do conhecimento
 Deu origem a varias teorias sobre o tema
 Considerada um importante constructo para a compreensão dos processos
perceptivos e funções cognitivas em geral
 Neurociências cognitivas, a psicologia biologia Fisiologia

Teoria do Gargalo (Wellford):


1. Esta teoria defende que existe um gargalo no sistema de processamento

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2. O Gargalo dificulta ou impossibilita que duas decisões apropriadas para dois
estímulos diferentes sejam executadas simultaneamente.

Teoria modular (Allport):


 Esta teoria assume que o sistema de processamento é modular com diversos
processadores independentes.
 Assim dá relevância à semelhança entre tarefas
 Tarefas semelhantes competem pelos mesmos módulos e tarefas diferentes
usam módulos distintos.

Teorias da capacidade Central (Johnston e Heinz):


 Defende que existe um processador central que tem recursos limitados.
 O limite de processamento de duas tarefas em simultâneo e imposto por este
processador
 Se as exigências combinadas das duas tarefas não excederem a capacidade
total do processador central, então estas não interferem uma com a outra

Teorias de Síntese (Baddeley e Eynseck):


 É baseada numa estrutura hierárquica, em que o processador central ou
atenção está no topo a controlar o comportamento
 Abaixo existem mecanismos de processamento especifico a operar com
relativa independência uns dos outros
 Assume-se que o controlo destes pelo processador central previne a
desorganização

Uso corrente da atenção:


 Capacidade para selecionar parte da informação apresentada para ser
processada posteriormente
 Sinónimo de concentração ou configuração mental
 Processo de procura de um determinado alvo
 Co-variação da atenção com a activação

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Processamento da Atenção:
Processamento Pré- Consciente:
 A informação pré-consciente inclui memórias guardadas que não estamos a
usar num determinado momento, mas podemos evocar, sempre que
necessário
 As sensações também podem ser atraídas pelo conhecimento pré-consciente.
Por exemplo, antes de ler esta frase, estava consciente das sensações na
minha orelha esquerda?
 Uma forma desse processamento é o fenómeno da percepção subliminar
 Uma pessoa processa mentalmente estímulos específicos sem estar
consciente disso
 Percepção subliminar ocorre sempre que um estímulo apresentado abaixo dos
limites da percepção consciente é reconhecido como influenciando nossos
pensamentos, sentimentos ou ações

A manifestação de memória implícita “priming” ocorre quando:


 O estimulo é apresentado de uma maneira que não permite ter conhecimento
consciente
 Ou é apresentado com uma intensidade demasiado baixa, e num ambiente
muito “barulhento”
 Ou com muita brevidade para ser registado conhecimento consciente.

A explicação para o Efeito Priming, na verdade, é muito simples.


Etimologicamente, priming é oriundo de prime que significa primeiro. O efeito
priming, portanto, é o efeito que uma palavra ou signo tem sobre uma segunda
palavra ou signo. O priming é um tipo de memória implícita (não declarativa)
referente aos efeitos facilitadores de eventos antecedentes (primes) sobre o
desempenho subseqüente (alvos).
Na linguística, estudos revelaram que palavras que compartilham características
semânticas (médico/hospital), fonológicas (hora/oca) ou morfológicas
(dança/dançarino) são lidas e entendidas mais rápido se aparecem em sequência.
Da mesma forma, se elas não têm essa ligação (ou se nós não somos capazes de
fazê-la), o processo passa a ser mais demorado.
O paradigma se baseia numa ideia simples: a mera exposição de estímulos
relacionados a determinadas categorias conceituais associadas na memória de
uma pessoa resultará em maiores tendências comportamentais relacionadas a
essas categorias. Em outras palavras, o termo priming se refere ao processo pelo
qual experiências recentes criam, de forma automática, agilidades de conduta

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(Bargh e Chartrand, 2000). Resumidamente, uma informação apresentada a você
primeiro, implica na maneira como você assimila, reage e se comporta depois
(mesmo que você deixe claro que aquela informação é falsa, por exemplo).
Os estímulos de manifestação de memória implícita são palavras com mais de um
significado.
Às vezes não é fácil atrair a informação pré consciente para o conhecimento
consciente. Por exemplo, a maioria de nós já vivenciou o fenómeno “ponta da
língua”. Ocorre quando tentamos lembrar-nos de algo que já sabemos, mas não
nos lembramos.

Tipos de Atenção:
Voluntária - A atenção voluntária envolve a selecção activa e deliberada do
indivíduo numa determinada actividade. Está directamente ligada às motivações,
interesses e expectativas. Deste modo, se damos relevo a uma modalidade
(exemplo: leitura), outras modalidades podem ficar inibidas (exemplo:
insensíveis aos sons).
Involuntária - A atenção involuntária é suscitada pelas características dos
estímulos. Ocorre em eventos inesperados no ambiente e o indivíduo não é
agente de escolha da sua atenção. Diz-se, por isso, que é de processamento
automático.

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Atenção Selectiva - é definida como a capacidade do indivíduo privilegiar
determinados estímulos em detrimento de outros.
Atenção Sustentada – é a capacidade de o indivíduo manter o foco de atenção
num determinado estímulo ou sequência de estímulos durante um período de
tempo para o desempenho de uma tarefa.
Atenção Alternada - é a capacidade do indivíduo em alternar o foco de atenção,
ou seja concentrar o foco da atenção alternadamente entre dois estímulos
distintos
Quem tem Atenção Seletiva consegue escolher qual será o foco da mente. São
pessoas que têm a habilidade de manter a atenção em locais com barulho, por
exemplo. Um indivíduo com Atenção Seletiva não se distrai quando determina
para onde sua atenção será direcionada e, por isso, não se incomodam com
barulhos e outros fatores que possam distrair ou desviar sua atenção.
Geralmente, este processo de selecionar o foco da atenção acontece de forma
inconsciente, sendo que quando ele ocorre, as informações e os fatos
selecionados se tornam muito mais nítidos e intensos do que as demais ao redor.
A principal razão disso é que o nosso cérebro recebe constantemente estímulos
sensoriais de todos os tipos, ou seja, olfativos, táteis, visuais, gustativos e
sonoros. Quando este processo ocorre de forma mais intensa, ele passa a não ser
capaz de assimilar mais esta quantidade grande de informações, passando, assim,
a selecionar qual será o foco de sua atenção, como estratégia para filtrar e reter os
dados que considera mais importantes.
Outro ponto que faz com que a atenção seletiva seja acionada pelo cérebro, é a
necessidade que temos no momento atual. Por exemplo: se uma pessoa pensa em
alugar um imóvel, ela, sem perceber, passará a observar mais anúncios de
imóveis, bem como todas as informações relacionadas a este assunto.
Um dos grandes e principais benefícios da atenção seletiva é que ela contribui
para todo e qualquer tipo de processo de aprendizagem. Isso porque ela faz com
que mantenhamos o foco naquilo que verdadeiramente importa, deixando de lado
as distrações comuns de nosso dia a dia, algo que ajuda no aumento de nossa
performance pessoal e profissional.

Como desenvolver?
Isolando sons: escolha um som ao seu redor e faça o exercício de se concentrar
apenas nele. Conforme você vai realizando este processo, você vai percebendo
que até ouve os outros sons ao redor, mas o que fica mais forte em seus ouvidos é
apenas aquele para o qual você escolheu direcionar a sua atenção.

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Exercite sua mente: assim como isolar sons é uma forma de exercitar a sua
mente para desenvolver e aprimorar a sua atenção seletiva, encontrar outros tipos
de exercícios também vai te ajudar neste processo, como tentar ouvir um podcast
com a tv ligada. No início pode até parecer torturante, mas no final, com certeza,
será recompensador.
Mantenha suas ideias organizadas: elabore uma lista de ideias nas quais você
precisa manter o foco. Faça este processo todos os dias e você verá que, por mais
que algo surja para te interromper, você não se desconcentrará daquilo que é mais
importante e precisa da sua atenção naquele momento.
Leia em locais públicos: outra forma extraordinária de treinar a sua atenção
seletiva é tentar ler em locais públicos. Além de ser bom para a sua atenção, será
ótimo para a sua aquisição de conhecimentos.

Atenção Sustentada
Este é o tipo de atenção ideal para quem precisa manter o foco durante um longo
tempo, pois esta é a habilidade de se manter focado durante um período longo em
uma atividade ininterrupta e constante. Pessoas com Atenção Sustentada
conseguem, por exemplo, permanecer atentas em palestras, cursos, treinamentos,
workshops, durante as aulas na escola e em seus momentos de estudo, deixando
de lado quaisquer tipos de distrações que tentem lhes atrapalhar.
Em diversos casos, a atenção sustentada se relaciona bastante com a atenção
seletiva, visto que, diversas situações exigem de nós, não só a atenção em si, mas
que nos mantenhamos concentrados em uma atividade específica por um longo
período de tempo, sem deixar que outros fatores nos tirem deste foco.

Como desenvolver?
Se você deseja manter a sua atenção cada vez mais sustentada no trabalho, a
minha dica é que você faça, todos os dias, uma lista de prioridades e volte o seu
foco para a execução de uma atividade por vez. Escolhida a primeira atividade a
ser desenvolvida, divida-a em pequenos passos e vá cumprindo cada um deles
por vez, desconsiderando quaisquer outros estímulos ou solicitações que surjam
para, porventura, te atrapalhar. Se precisar, durante o processo, desative a internet
do celular, para que você não seja incomodado ou para que a sua atenção não seja
desviada por notificações de redes sociais, e-mails e assim por diante.

Atenção Alternada

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Pessoas com Atenção Alternada têm a habilidade de alternar o foco da atenção.
Perceba que falo de alternar e não de perder o foco. A Atenção Alternada facilita
a execução de tarefas que exigem mais de um nível de entendimento. Quer um
exemplo? Você precisa montar um móvel e para isso, é preciso ler com atenção o
manual para começar a sua montagem, certo? Quem tem atenção alternada,
conseguirá ler o manual e a cada etapa lida, tentará montar o móvel.
Este é o tipo de atenção utilizada principalmente quando estamos no trânsito, por
exemplo, momento este em que devemos estar atentos à direção do veículo que
estamos conduzindo e também de todos os outros estímulos ao redor, como o
semáforo, os outros automóveis, aos pedestres e assim por diante.
A atenção alternada pode ser interessante para pessoas que precisam realizar
mais de uma atividade durante o dia, ou seja, se o profissional precisa entregar
um relatório e ao mesmo tempo falar com um cliente ao telefone, através deste
tipo de atenção, ele consegue atender às duas demandas de maneira satisfatória.

Como desenvolver?
Para investir no desenvolvimento da atenção alternada o que você pode fazer é
escolher, diariamente, duas atividades nas quais você se concentrará ao longo de
todo o seu dia de trabalho. No início, concentre-se apenas nas duas atividades
escolhidas e depois, quando estiver com a atenção alternada melhor
desenvolvida, você vai inserindo, gradativamente, outras atividades em sua
rotina.

Factores que condicionam a atenção:


Factor fisiológico, que depende das condições neurológicas e da situação
material em que o individuo se encontra
Factor motivacional, que depende da forma como o estimulo se apresenta e
desperta interesse
Concentração, que depende do grau de solicitação e actuação do estimulo , que
leva a uma melhor focalização na fonte do mesmo

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Atenção concentrada auditiva: Como podemos seguir apenas uma conversa
quando várias pessoas estão a falar em simultâneo?

Através das características físicas da “conversa”. Ex: género sexual do emissor,


tom de voz. Numa experiência em que se apresentavam duas mensagens com a
mesma voz aos dois ouvidos em simultâneo (eliminando desta forma as suas
características físicas) os ouvintes tinham muitíssima dificuldade em separar as
mensagens com base apenas no sentido.

Noutra experiência, pedia-se às pessoas para irem repetindo o que era dito a um
dos ouvidos (tarefa de sombreamento). No outro ouvido falava-se uma língua
estrangeira, falava-se de trás para a frente. As pessoas quase nunca se
apercebiam disso. No entanto se emitíssemos um som tipo apito (mudança
física do tipo de estímulo), as pessoas apercebiam-se.

Processos Controlados Versus Automáticos:

Processos automáticos:
 No geral estes processos ocorrem fora do conhecimento consciente
 Exigem pouco ou nenhum esforço ou mesmo intenção
 São realizados como processos paralelos
 São relativamente rápidos e involuntários
 Consomem poucos recursos de atenção

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Processos controlados:
 Não somente são acessíveis ao controlo consciente, mas também o exigem
 São realizados em série e consomem um tempo relativamente longo para a sua
execução
 Sugere um “continuum” de processos entre os processos inteiramente
automáticos e os completamente controlados.

Automatização:
 Processo pelo qual um procedimento muda do estado de altamente
consciente para o estado relativamente automático
 A automatização ocorre em consequência da prática

Gordon Logan (1988) propôs uma explicação alternativa denominada - teoria da


Instância, onde sugeriu que a automatização ocorre porque acumulamos
gradualmente conhecimento sobre respostas específicas a estímulos específicos

Memória: A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar


(evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória
biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).
Também é o armazenamento de informações e factos obtidos através de
experiências ouvidas ou vividas. Focaliza coisas específicas, requer grande
quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que
conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas ideias,
ajudando a tomar decisões diárias.
A memória é o que permite a aprendizagem pois é através da memória que os
conhecimentos se consolidam. E só o que aprendemos com a memória, nos
possibilita aprender coisas novas (aumentando assim o nosso conhecimento).
Podemos definir memória como o processo cognitivo que inclui, consolida e
recupera, toda a informação que aprendemos. A memória é a função mental que
permite reter a informação, ou seja, aprender. É um sistema de armazenamento
que permite reter a informação aprendida e permite evocar essa mesma
informação, isto é, permite lembrar de informação retida anteriormente, mas a
sua representação na memória não é uma reprodução fiel.
Acima de tudo a memória é extremamente importante pois é o que nos permite
manter uma conversa e dar continuidade ao presente.

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Como codificamos a informação para armazenar na memória?
Processos de Memória:
Codificação está relacionada com a forma de cada um processar a informação.
surge através da percepção dos estímulos físicos e sensoriais.
Armazenamento é o modo como se mantém a informação guardada
Recuperação é a forma que se tem para aceder à informação armazenada quando
é solicitada

O processamento da informação dá-se em três fases: codificação, armazenamento


e recuperação.
A codificação é a primeira fase da memória que prepara as informações
sensoriais para serem posteriormente armazenadas no cérebro. Baseia-se na
tradução de dados num código, que pode ser acústico, visual ou semântico. Por
exemplo: A afirmação «O mar é azul.», Pode-se codificar o seu conteúdo como:
Uma imagem de sinais que são letras (código visual); Uma sequência de sons
(código acústico); Tomar consciência do significado da afirmação e o que ela
representa (código semântico).
A codificação reporta-se à aprendizagem deliberada, ou seja, a aprendizagem que
exige esforço e no qual o objetivo é memorizar a informação. Neste caso, temos
de dedicar mais atenção às informações que desejamos memorizar o que leva a
uma codificação mais profunda.
Depois de codificada a informação, a mesma vai ser armazenada. O
armazenamento de informação consiste no registo de informação sobre algo
como por exemplo a última passagem de ano que celebramos. Ao relembrares
essa última passagem de ano, lembraste das pessoas com quem a celebraste, o
que comeste, etc. Parece que tudo está guardado num lugar do cérebro, como que
num DVD, mas não é isso o que acontece, novas tecnologias que permitem ver o
nosso cérebro em ação, provam que quando nos lembramos de algo (como por
exemplo a passagem de ano) várias áreas do cérebro são utilizadas. Cada
informação, cada engrama, produz modificações nas redes neuronais, que
mantendo-se, permitem que você se recorde do que memorizou, sempre que
queira, a isto chama-se recuperação.
Na recuperação, recupera-se uma informação, ou seja, lembramo-nos, evocamos,
recordamos uma informação. A recuperação pode ser automática (lembras-te de
quando nasceste) ou pode requerer uma maior complexidade para recuperares
algo (como por exemplo uma lei da física). O segundo tipo de recuperação, já
não é tão automático, requer dois momentos: o reconhecimento e a evocação. O
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reconhecimento é quando tentas lembrar-te se aprendeste a tal lei da física
recorrendo ao ano de escolaridade e só depois é que vais procurar o conteúdo
dessa lei, processo chamado de evocação. Para te lembrares da lei da física
tiveste de seguir estes processos.

Estrutura e funcionamento da memória:


 Memória sensorial
 Memória a longo prazo
 Memória a curto prazo

Memória sensorial: a memória sensorial é um tipo de memória que tem origem


nos órgãos sensitivos. As informações obtidas pelos sentidos são armazenadas
por um curtíssimo espaço de tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação
armazenada não for processada perde-se se for passa para a memória a curto
prazo.
 Regista a informação que vem do ambiente externo
 Explora as características físicas dos estímulos sensoriais
 Na memoria sensorial existe um subsistema para cada sentido

Memória de curto prazo: este tipo de memória retêm informação durante um


período limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória de
longo prazo. Na memória a curto prazo pode-se distinguir duas memórias:
memória imediata e memória de trabalho.
 A informação sensorial transfere-se para a memória de curto prazo antes de
passar para a memória de longo prazo.

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 A informação é codificada na memória de curto prazo sobre forma visual e
acústica e em menor quantidade em signos semânticos.
 A capacidade de armazenamento da memória de curto prazo é limitada
 A duração temporal da informação de curto prazo é breve (entre 18 a 20s).

Memória imediata: a informação recebida fica retida durante um curto período


de tempo (cerca de 30 segundos). Investigações efetuadas vieram mostrar que
podemos conservar sete elementos (letras, palavras, algarismos, etc), variando
entre cinco e nove unidades.

Memória de trabalho: neste tipo de memória mantemos a informação enquanto


ela nos é útil. A memória de trabalho reporta-se as atividades mentais em que o
objetivo não é a sua memorização, mas que, não obstante disso, implicam uma
certa memorização para se poderem aplicar de modo eficaz. Este tipo de
memória é utilizada por exemplo quando o patrão pede que no dia seguinte
cheguemos uma hora mais cedo, manterás na memória esta informação, que irá
ser esquecida depois de a teres cumprido o pedido, ou seja, depois de teres
chegado uma hora mais cedo. Chama-se memória de trabalho à atividade de
armazenamento e de utilização de informação ligada especificamente à
realização de uma tarefa: refere-se, portanto, a um tipo de memória que trabalha.

Memória de longo prazo: é a capacidade de manter a informação recente de


poucos dias atrás até décadas. No entanto, a memória a longo prazo está
intimamente relacionada com a memória a curto prazo, já que os elementos que
são armazenados por um curto período de tempo podem se converter em
lembrança a longo prazo. Na memória a longo prazo pode-se distinguir duas
memórias: Memória declarativa e Memória não-declarativa.
 Contem os nossos conhecimentos do mundo físico, linguagem, o significado
dos conceitos, cultura, etc
 A informação da memória de longo prazo é semântica e visual
 Tem capacidade ilimitada
 O seu conteúdo mantem-se durante minutos, anos ou toda a vida

Memória declarativa também pode ser designada por explícita ou memoria com
registo, (implica a consciência do passado, levando a reportarmo-nos a
acontecimentos, factos e pessoas que conhecemos/aconteceram no passado). É
devido a este tipo de memória que conseguimos descrever as funções das áreas
pré-frontais: os heterónimos de Fernando Pessoa, o nome dos amigos, o
aniversário da mãe. Este tipo de memória reúne tudo o que podemos

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evocar/declarar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Distinguem-se,
neste tipo de memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória
semântica;
Episódica- quando envolve eventos datados, recordações (rosto de amigos
pessoas famosas, músicas, factos e experiências pessoais) ou seja relacionados
com o tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do
ataque terrorista em 11 de Setembro ou o primeiro dia de escola. é, portanto, uma
memória pessoal na qual que se manifesta uma relação íntima ente quem recorda
e o que se recorda.

Semântica- Abrange a memória do significado das palavras. Este tipo de


memória refere-se ao conhecimento geral sobre o mundo (fórmulas matemáticas,
regras gramaticais, leis da química, fatos históricos, etc. Neste tipo de memória
não há localização no tempo (ao contrário da memória episódica), não está
associada a nenhum conhecimento, ação ou fato especifico do passado. Por
exemplo: 1+1 = 2 é um conhecimento em que usas a memória semântica mas se
associar-se a este raciocínio que quem me ensinou a fazer contas foi a minha
professora da primária este dado leva-me a usar a memória episódica. A memória
semântica é a coparticipação do significado de uma palavra que possibilita às
pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre
quando envolve conceitos atemporais.

Memória não-declarativa – Difere-se da memória declarativa porque esta não


precisa ser declarada (enunciada). É uma memória automática. É a memória
usada para procedimentos e habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta,
jogar bola, atar os cordões, lavar os dentes, ler um livro, etc. A memória não
declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo.

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Normalmente, associa-se o esquecimento a uma falha mental ou ate uma
patologia, mas sem o esquecimento ser-nos-ia impossível continuar a memorizar
informação. Portanto, neste caso, o esquecimento serve como que um filtro
daquilo que ainda nos é importante, a este processo designa-se por função
seletiva e adaptativa. A própria memória também tem um carater adaptativo pois
ela não memoriza tudo a que estamos expostos no dia-a-dia (a informação é
transformada). Habitualmente falamos de esquecimento ligado apenas à memória
de longo prazo pois como já disse a memória a curto prazo apaga-se para dar
lugar a novas informações ou então passa à memória de longo prazo.
Mas o esquecimento pode ser também mau quando é um esquecimento
regressivo ou seja quando surgem dificuldades em reter novos materiais e em
recordar conhecimento, nomes ou factos aprendidos recentemente. Este tipo de
esquecimento pode ser devido à degenerescência dos tecidos cerebrais e ataca
sobretudo pessoas de certa idade. E existe tres tipos de esquecimento: por
interferencia de aprendizagem (como que uma reciclagem de informação),
regressivo, e motivado utilizado quando se quer esquecer algo negativo na nossa
vida.

Forma de codificação para armazenamento a longo prazo:


 A memória a longo prazo permite conservar dados, durante dias, meses,
anos e até durante toda a vida
 O código usado para este tipo de memória parece ser basicamente
semântico
 O código visual é usado para relacionar a palavra à imagem visual
 A informação acústica pode ser codificada na memória de longo prazo

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Tipos de codificação para armazenamento a longo prazo:

Prática distribuída (aprende-se em várias sessões distribuídas ao longo do


tempo). As pessoas lembram-se da informação durante longos períodos de
tempo. -> Efeito de espaçamento: Ocorre devido ao facto de em cada sessão se
poder variar as condições para a codificação ; as pessoas usam estratégias
alternativas o que provoca o enriquecimento e elaboração dos seus próprios
esquemas para informação.
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Prática concentrada (com sessões umas seguidas das outras). Maior
esquecimento da informação, mais dificuldade de codificação.

Quando as tarefas e estruturas que envolvem a memória não têm um


funcionamento normal, falamos de memória excepcional ou de memória
deficiente. O estudo da memória excepcional leva às investigações
neuropsicológicas.

Herman Ebbingaghaus: Estudou a forma como se retêm as sílabas sem sentido


(BAT, SIT) e defendeu que o mecanismo da memória só requer uma atividade: a
repetição.

George Miller: Determinou que as pessoas podem reter aproximadamente de 5 a


7 elementos de cada vez na memória de curto prazo.

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Desenvolvimento da Linguagem e do Pensamento em Pessoas Bilíngues:
Teorias sobre o elo entre Linguagem e Pensamento:

Piaget: Etapa simbólica – Linguagem torna-se central no desenvolvimento do


imaginário e dos processos cognitivos
Vygotsky: Pensamento é regulado pela linguagem
Wallon: A linguagem e a cultura fornecem ao pensamento elementos para
evoluir, sofisticar
Bahktin: Actividade mental é um território social, constrói-se a partir do que é
interpessoal

Metacognição (tipos de pensamento):

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A metacognição foi definida por John Flavell (Stanford University) nos anos
1970 como o conhecimento que as pessoas têm sobre seus próprios processos
cognitivos (como a memória, a atenção e a compreensão) e a habilidade de
controlar esses processos, monitorando, organizando, e modificando-os para
realizar objetivos concretos. Em outras palavras a metacognição se refere à
habilidade de refletir sobre uma determinada tarefa (ler, calcular, pensar, tomar
uma decisão) e sozinho selecionar e usar o melhor método para resolver essa
tarefa.
Você decora por pares de número, trios, faz alguma associação com outros
números e datas? E se eu te pedisse para decorar o número 345624678912, como
você faria? A análise, planeamento e escolha da melhor forma de memorizar o
número é o que denomina-se de metacognição.

Porque a metacognição é importante?


A metacognição é importante principalmente quando falamos de aprendizagem e
ainda mais especificamente quando se fala de aprendizagem escolar. Algumas
vezes a metacognição também é definida como “o pensamento sobre o
pensamento” e que pode, portanto, auxiliar os estudantes a “aprenderem como se
aprende”. O conceito de metacognição tem um grande papel na aprendizagem e,
portanto é um conceito muito importante na Psicologia Cognitiva, na Psicologia
Escolar/Educacional e na Educação em geral.

A metacognição possui três elementos básicos:


Desenvolvimento de um plano de ação: O que eu devo fazer primeiro? Quanto
tempo eu levarei para fazer? O que eu já sei sobre esse assunto e que pode me
ajudar?
Monitoramento do plano de ação: Como eu estou indo? Eu devo continuar
assim ou mudar de estratégia? O que é mais importante de lembrar disso? Eu
tenho que mudar algo agora para conseguir fazer essa tarefa?
Avaliação do plano de ação: Eu me sai bem? Eu poderia ter feito algo diferente?
O que eu não consegui fazer? O que eu devo fazer na próxima vez? No que isso
pode me ajudar?

1– Descreva as linhas gerais das teorias que a psicologia cognitiva usa para
explicar os processos de atenção.
A teoria da Descrição Estrutural proposta por Irving Biederman, formula a
hipótese de que podemos compreender, ou, configurar representações mentais de

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objetos tridimensionais, considerando apenas algumas formas geométricas
simples. Ou seja, Biederman propõe que todos os objetos podem ser reduzidos,
na sua estrutura mais básica, a uma composição de formas primitivas, como
cubos, cilindros, cones, esferas, entre outros. A compreensão desta composição
de formas geométricas permitirá reconhecer o objecto perante o qual estamos. No
entanto, Gibson contrapôs um realismo direto, uma percepção sem mediatização.
E procede a uma crítica sistemática ao dualismo entre experiência perceptiva e o
mundo objetivo, entre percepção e ação, propondo uma reavaliação da natureza
do estímulo, e a sua relação com o ser vivo. Para Gibson os objectos
tridimensionais, e o meio no qual eles estão inseridos, são constituídos por
superfícies com texturas próprias, e não por conjuntos de pontos e planos,
impondo-se, por isso, a construção de uma geometria das superfícies, de uma
geometria ecológica, distinta da geometria abstracta. Para Gibson, as variações
na densidade de textura das superfícies, constituem uma fonte de informação
sobre as distâncias, posições relativas e características dos objetos e as
transformações provocadas pelos movimentos do sujeito veiculam também
informações sobre o mundo e sobre o observador. Numa perspectiva ecológica,
percepção e acção são indissociáveis (cada tipo de movimento tem um padrão
específico de fluxo; por exemplo, expansão ou contração dos elementos de
textura com a aproximação ou afastamento, movimento a velocidade variável
quando o sujeito se desloca paralelamente ao meio observado. Por outro lado, os
movimentos dos objetos produzem variações ou distúrbios locais. Para os
construtivistas, os estímulos visuais são mutáveis e não estruturados, sem uma
significação própria, e as sensações, as imagens retinianas, são, por si só,
insuficientes para aceder a uma percepção. A actividade perceptiva tem que
basear-se, por isso, num processo probabilístico de inferência, dependente de
associações e da experiência prévia do sujeito. Em suma, trata-se de um processo
de natureza indirecta e construtiva. A adequação dos resultados da atividade
perceptiva, dos perceptos, ao mundo exterior, dependeria, por sua vez, de um
teste, realizado pelo sujeito, de hipóteses alternativas (Bruner e Gregory).

2 - Podemos processar ativamente a informação, mesmo quando não estamos


conscientes de fazê-lo? Caso seja possível, o que fazemos e como fazemos?
Sim, podemos processar ativamente a informação, mesmo quando não estamos
conscientes. É necessário fazer a distinção entre processos automáticos e
processos controlados. Os primeiros ocorrem em níveis relativamente baixos de
processamento cognitivo, envolvendo pouca ou nenhuma intenção ou esforço e
geralmente fora do conhecimento consciente, e assim consomem poucos recursos
de atenção. Essa forma de processar informações não requer controlo ativo por
parte do indivíduo, por isso pode ocorrer concomitantemente a outros
processamentos e ser desencadeada por eventos do ambiente, sem a decisão
voluntária do indivíduo e sem que este esteja com atenção à fonte da estimulação.
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Em suma, os processos automáticos ocorrem fora do conhecimento consciente,
exigem pouco ou nenhum esforço ou mesmo intenção, são realizados como
processos paralelos, são relativamente rápidos e involuntários, e onsomem
poucos recursos de atenção. Os processos controlados, não somente são
acessíveis ao controlo consciente, mas também o exigem, são realizados em série
e consomem um tempo relativamente longo para a sua execução, sugere um
continuum de processos entre os processos inteiramente automáticos e os
completamente controlados. Gordon Logan propôs uma explicação alternativa
denominada de teoria da Instância, onde sugeriu que a automatização ocorre
porque acumulamos gradualmente conhecimento sobre respostas específicas a
estímulos específicos.

3 – Explique os diferentes dispositivos de organização da memória de longo


prazo.
A memória a longo prazo é a capacidade de manter a informação recente de
poucos dias atrás, durante um período longo de tempo. Está intimamente
relacionada com a memória a curto prazo, já que os elementos que são
armazenados por um curto período de tempo podem se converter numa
lembrança a longo prazo. A memória a longo prazo divide-se em dois tipos de
memórias: a memória declarativa e a memória não-declarativa. A memória
declarativa implica a consciência do passado, a acontecimentos, factos e pessoas
que conhecemos. É devido a este tipo de memória que conseguimos lembrar o
nome dos nossos amigos, o aniversário dos parentes, etc. Este tipo de memória
reúne tudo o que podemos evocar/ declarar por meio de palavras. Distinguem-se,
neste tipo de memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória
semântica. A memória episódica envolve eventos datados, recordações (rosto de
amigos, de pessoas famosas, músicas, factos e experiências pessoais) ou seja,
está relacionado com o tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo,
quando lembramos o ataque terrorista de 11 de Setembro ou o primeiro dia de
escola. é, portanto, uma memória pessoal na qual se manifesta uma relação
íntima ente quem recorda e o que se recorda. A memória semântica refere-se ao
conhecimento geral sobre o mundo (fórmulas matemáticas, regras gramaticais,
leis da química, factos históricos, etc. Neste tipo de memória não há localização
no tempo (ao contrário da memória episódica), não está associada a nenhum
conhecimento, ação ou facto especifico do passado. Por exemplo: 1+1 = 2 é um
conhecimento que usamos a memória semântica mas se associarmos a este
raciocínio quem nos ensinou a fazer contas, usamos a memória episódica. A
memória não-declarativa difere-se da memória declarativa porque esta não
precisa ser declarada, é uma memória automática. É a memória usada para
procedimentos e habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar à bola,
atar os atacadores, lavar os dentes, ler um livro, etc.

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4 – A nossa percepção é influenciada pelas características do estímulo
percepcionado. Explique essa influencia.
Existem várias características do estimulo percecionado que vão influenciar a
nossa perceção e que de um modo geral se podem agrupar em duas categorias: a
dos fatores externos (próprios do meio ambiente) e a dos fatores internos
(próprios do nosso organismo).
Os fatores externos mais importantes são a intensidade (pois a nossa atenção é
particularmente despertada por estímulos que se apresentam com grande
intensidade e, é por isso, que os alarmes, por exemplo, possuem um som
insistente e alto); o contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais
contraste existir entre os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito
pintados em cores vivas e contrastantes); o movimento (por exemplo, as crianças
reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que aos que estão
parados); e a incongruência, ou seja, prestamos muito mais atenção às coisas
absurdas e bizarras do que ao que é normal.
Os fatores internos que mais influenciam a nossa perceção são a motivação
(prestamos muito mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que às
coisas que não nos interessam); a experiência anterior ou, por outras palavras, a
força do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e
entendemos; e o fenómeno social (pessoas de contextos sociais diferentes não
prestem igual atenção aos mesmos objetos (por exemplo, um livro que se
valoriza no ocidente podem não suscitar interesse a um asiático).

5 – Descreva o que entende por percepção e os processos que nos ajudam a


entende-la. Baseie a sua resposta sobre a imagem que está na sua folha de teste

A percepção visual é muito importante na nossa vida diária, permite que nos
movimentemos livremente, ver as pessoas com quem interagimos, ler, admirar a
natureza, ver filmes e tudo ao nosso redor. Mas é também extremamente
importante para ajudar a assegurar a nossa sobrevivência. Por exemplo, se
percebemos mal o quanto os carros estão próximos de nós quando atravessamos a
rua, as consequências podem ser fatais. Assim, a percepção consiste em receber
estimulos e interpretar através dos sentidos, das imagens, dos sons, das
impressões ou das sensações externas. Trata-se de uma função psíquica que
permite ao organismo captar, elaborar e interpretar a informação que chega do
meio. Para além disso, atribui significado a estímulos sensoriais, a partir do
histórico de vivências passadas (as nossas memórias). A Percepção pode ser
entendida pelos processos “Top-Down” e “Bottom-Up”. Top-down (de cima para
baixo) implica dividir os processos de alguma coisa como a fabricação de um

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produto ou a criação de uma ideia para, desse modo, utilizar essa fragmentação
para tornar a compreensão de cada parte que compõem um todo muito mais fácil
de ser realizada. Cada parte dessa subdivisão, do maior ao menor (ou do mais
alto para o mais baixo) é profundamente estudado e detalhado da forma mais
completa possível para que se obtenha um entendimento amplo. Bottom-up (de
baixo para cima) consiste num processo de análise e comportamento de
informações que utiliza a compreensão de subdivisões dos assuntos para uma
percepção mais completa e com uma nova interpretação das partes que formam o
todo, ou seja, analisa e descreve os elementos mais básicos para formar um
resultado maior. Um exemplo desta forma de lidar com as informações é como o
cérebro recebe somente detalhes de uma história, fragmentos e conforme vai
recebendo mais e mais, os junta de forma a obter uma história completa que faça
sentido. Seguindo esta linha de pensamento, as informações começam apenas
como detalhes distintos e separados, e conforme crescem combinam-se para
formar algo completo.
As pessoas reagem de forma diferente ao mesmo estímulo. Assim, a realidade
percebida provoca percepções diferentes conforme muda o observador. Existem
dois fenómenos básicos de percepção: a percepção seletiva e a perceção
sensitiva. Na percepção seletiva, face à grande variedade de estímulos que o
ambiente oferece, apenas uma pequena parte prende a atenção do observador.
Portanto, o processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do
que um processo de observação seletiva, ou seja, das observações por nós
efetuadas. Este processo faz com que nós percebamos alguns elementos em
desfavor de outros. Por exemplo, no caso da pintura em análise, a perceção
seletiva leva a que se vejam apenas as casas, a rapariga com um chapeu na
cabeça, a seara, o rapaz sentado e os três cedros. No entanto, o quadro pode ter
leituras diferentes permitindo ver o todo, e não apenas as partes, o que revelará o
rosto do pintor Van Gogh. Numa imagem mutável como esta, não é o estímulo
visual que muda, mas apenas a interpretação que se faz desse estímulo. Os
fatores que influenciam as diferenças na percepção são o observador – atitudes,
motivações, interesses, experiências e expectativas, o estímulo – intensidade,
frequência, tamanho e outras características, e a situação – o ambiente.

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