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EAD

Geometria: Conceitos
Básicos

1. OBJETIVOS
• Rever conceitos básicos sobre noções primitivas e axiomas.
• Identificar e reconhecer ângulos.
• Rever conceitos de paralelismo e perpendicularismo.
• Conceituar polígonos, circunferência, semelhança de
triângulos e triângulos retângulos.

2. CONTEÚDOS
• Noções e proposições primitivas.
• Segmento, ângulo, triângulo.
• Paralelismo e perpendicularismo.
• Polígonos e circunferência.
40 © Geometria I

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos explicita-
dos no Glossário e suas ligações pelo Esquema de Concei-
tos-chave para o estudo de todas as unidades deste CRC.
Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho.
2) Compreenda que o conhecimento básico de alguns concei-
tos relacionados à Geometria é imprescindível como ferra-
menta facilitadora no aprimoramento do aprendizado.
3) Leia e analise com atenção os conteúdos e os exemplos
disponíveis nesta unidade, pois eles facilitam o entendi-
mento dos conceitos e das teorias relacionados.
4) Resolva as questões autoavaliativas disponibilizadas no
final desta unidade, a fim de que você possa aferir seu de-
sempenho. Se você encontrar dificuldades em resolvê-las,
procure revisar os conteúdos estudados nesta unidade.

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta primeira unidade, revisaremos conceitos básicos de
Geometria, seus axiomas e noções primitivas, segmentos, ângu-
los, triângulos, polígonos, circunferência, paralelismo, perpendicu-
larismo, semelhança de triângulos e o Teorema de Tales.
Você deve compreender que tais conceitos são fundamen-
tais para um bom entendimento das unidades subsequentes. Fi-
que atento, portanto, às revisões realizadas.

5. NOÇÕES PRIMITIVAS

Conceitos primitivos e postulados


As noções primitivas da Geometria são motivadas informal-
mente e, em geral, por intuição, imaginação ou experiência do co-
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 41

tidiano. Assim, as noções primitivas são adotadas sem definição.


São elas: ponto, reta e plano.
O Quadro 1 indica a notação e a representação geométrica
de cada um destes três conceitos:
Quadro 1 Ponto, reta e plano.
Ponto Letras maiúsculas latinas: A, B, C, ... .P
Reta Letras minúsculas latinas: a, b, c, ... ____________________ r
Plano

Plano
Letras gregas minúsculas:  ,  ,


Os postulados ou axiomas são aceitos sem demonstração.
Entre os filósofos gregos antigos, um postulado ou axioma era
uma afirmação que poderia ser vista como verdadeira, sem ne-
nhuma necessidade de prova.

Postulado da existência
• Existe uma reta e numa reta, bem como fora dela, há infi-
nitos pontos (tantos pontos quantos quisermos).
• Existe plano e num plano, bem como fora dele, há infini-
tos pontos.

Posições relativas entre dois pontos


Dados dois pontos A e B, de duas uma: A e B são coincidentes,
ou A e B são distintos, como podemos ver, a seguir, no Quadro 2:
Quadro 2 Posições relativas entre dois pontos.
A e B são coincidentes A.B (A = B)

A.
A e B são distintos (A  B)
.B

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42 © Geometria I

Posições relativas entre um ponto e uma reta


Dados um ponto P e uma reta r: P pertence a r, ou P não
pertence a r, como mostrado no Quadro 3, a seguir:
Quadro 3 Posições relativas entre ponto e reta.
__________________ r
O ponto está na reta r
P P r

__________________ r
O ponto não está na reta r P r
.P

Pontos colineares são três ou mais pontos que pertencem a


uma mesma reta (Figura 1).

Figura 1 A, B, C são pontos colineares e R, S, T são pontos não colineares.

Postulado da determinação
• Dois pontos distintos determinam uma única reta que
 eles (Figura 2). Escrevemos: (A  B, Ar, Br)
passa por
 r = AB .


Figura 2 Determinação de uma reta AB .

• Três pontos não colineares determinam um único plano


que passa por eles (Figura 3).

Figura 3 Determinação de um plano ABC.


© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 43

Postulado da inclusão
• Se uma reta tem dois pontos distintos num plano,
então ela está contida no plano (Figura 4). Então,
( A  B, r  AB, A   , B   )  r   .

Figura 4 Reta contida em um plano.

Retas concorrentes
Duas retas são concorrentes se, e somente se, elas têm um
único ponto comum (Figura 5). A interseção entre as retas é um
ponto P, ou seja, r  s  P .

Figura 5 Intersecção de duas retas r e s.

Retas paralelas
Duas retas são paralelas se, e somente se, são coincidentes
ou coplanares e não têm ponto comum (Figura 6). Podemos escre-
ver:
(a   , b   , a  b  )  a / / b

Figura 6 Retas paralelas.

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44 © Geometria I

Segmento de reta
Dados dois pontos distintos A e B. A reunião desses dois pon-
tos com o conjunto dos pontos que estão entre eles é um segmen-
to de reta (Figura 7).
Portanto:
AB  { A, B}  {x / x está entre A e B}

Figura 7 Segmento de reta AB .

Os pontos A e B são as extremidades do segmento AB , e


os pontos que estão entre A e B são pontos internos do segmento
AB .
Se os pontos A e B coincidem (A = B), podemos afirmar que
o segmento AB é nulo.

Semirreta
Dados dois pontos
 distintos A e B (Figura 8), a reunião do
segmento de reta AB com o conjuntodos  pontos x, tais que B
está entre A e x, é chamada semirreta AB .

Portanto, AB  { A, B}  {x / B está entre A e x} .


Figura 8 Semirreta AB .

O ponto A é a origem da semirreta AB .

Segmentos consecutivos
Dois segmentos de reta são consecutivos (Figura 9) se, e somen-
te se, uma extremidade de um deles é também extremidade do outro.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 45

Figura 9 AB e BC ; RS e ST são segmentos consecutivos.

Segmentos colineares
Dois segmentos de reta são colineares se, e somente se, es-
tão em uma mesma reta s. Portanto, os segmentos MN e NP
(Figura 10) são colineares consecutivos.

Figura 10 Segmentos colineares.

Segmentos adjacentes
Dois segmentos consecutivos e colineares são adjacentes se,
e somente se, apresentam em comum apenas uma extremidade
(não têm pontos internos comuns). Portanto, os segmentos MN e
NP (Figura 11) são colineares consecutivos adjacentes, pois têm
em comum apenas o ponto N.

Figura 11 Segmentos adjacentes.

Ponto médio de um segmento


Um ponto M é ponto médio do segmento AB se, e somente se:
• M está entre A e B;
• AM  MB .
Na Figura 12, se M  AB, e M é ponto médio de AB, então
AM  MB . Observe que a medida do segmento AM  2,88 cm é
igual à medida do segmento MB  2,88 cm .

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46 © Geometria I

Figura 12 Ponto médio de um segmento.

Medida de um segmento – comprimento


A medida de um segmento AB será indicada por m(AB) ou
simplesmente AB . A medida de um segmento (não nulo) é um
número real positivo associado ao segmento.

Distância entre dois pontos


Dados dois pontos distintos A e B (Figura 13), a distância en-
tre A e B (indicada por d A, B ) é o comprimento AB ou qualquer
segmento congruente a AB ou, ainda, a medida (número, compri-
mento) do segmento AB .

Figura 13 Distância entre dois pontos d A, B .

Veja alguns exemplos de aplicações dos conceitos estudados


anteriormente.

Exemplo 1
No esquema da Figura 14 a seguir, determine PQ , sendo
AB  31 ; AP  x  1 ; AQ  2 x e QB  x  1 .

Figura 14.

Para resolvermos a questão, é preciso determinar o valor de


x. Para isso, devemos observar na Figura 14 que AB  AQ  QB .
Então, temos:

AB  AQ  QB  31  2 x  x  1  31  1  3 x  x  10
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 47

Como AQ  2 x , e AP  x  1 , podemos afirmar que


PQ  AQ  AP  PQ  2 x  ( x  1)  PQ  x  1 .
Portanto: PQ  x  1  10  1  11 .

Exemplo 2
No esquema da Figura 15 a seguir, determine o segmen-
to AB , sendo M ponto médio de AB , AM  x , BP  x  7 e
AP  4 x  5 .

Figura 15.

Para resolvermos a questão, é preciso determinar o valor de


x, observando que, na Figura 15, se M é ponto médio de AB , então
AM  MB . Se AM  x , AB  2 x e, como AP  BP  AB , temos:
AP  BP  AB  4 x  5  x  7  2 x  x  12
Como AB  2 x , temos que AB  2  (12)  24 .

Exemplo 3
P, Q e R são três pontos distintos, nesta ordem, de uma reta
qualquer. Se o comprimento de PQ é igual a um terço de QR e
PR  12 cm , determine as medidas dos segmentos PQ e QR .
Para resolvermos a questão, é preciso determinar o valor do
segmento QR ou do segmento PQ . Para isso, devemos observar
se P, Q e R são três pontos distintos de uma reta, conforme o es-
quema da Figura 16:

Figura 16.

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48 © Geometria I

Assim, PR  PQ  QR . Como PQ é igual a um terço de


1
QR , então PQ  .QR . Se substituirmos PQ na equação
3
PR  PQ  QR , obteremos:
1 QR  3QR
PR  QR  QR  12   4QR  36  QR  9 cm
3 3
____ ____
1 ____ ____
1 ____
Então, QR  9 cm e PQ  QR  PQ  . 9  PQ  3cm .
3 3

6. ÂNGULOS E TRIÂNGULOS
Faremos, a seguir, uma revisão dos conceitos e definições de
ângulos e triângulos.

Ângulos
Denomina-se ângulo à reunião de duas semirretas de mes-
ma origem, não contidas
  numa mesma reta (não colineares). Na
  OA  OB .
Figura 17, AOB

Figura 17 Ângulo AÔB .


 
As semirretas OA e OB são os lados do ângulo.
O interior do ângulo AÔB (Figura 18) é a intersecção de dois
semiplanos abertos, a saber:

• 1 com origem na reta OA e que contém o ponto B.

• 1 com origem na reta OB e que contém o ponto A.
   .
Portanto, o interior de AOB 1 1
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 49

Figura 18 Interior do ângulo AÔB .

Os pontos do interior de um ângulo são pontos internos ao


ângulo. O exterior do ângulo AÔB é o conjunto dos pontos que
não pertencem ao ângulo AÔB , nem ao seu interior.

Ângulos consecutivos
Dois ângulos são consecutivos se, e somente se, um lado de
um deles é também lado do outro (possuem um lado comum). 
Então, na Figura 19, AÔB e AÔC são ângulos consecutivos e OA
é lado comum.

Figura 19 Ângulos consecutivos.

Ângulos adjacentes
Dois ângulos consecutivos são adjacentes se, e somente se,
não têm pontos internos comuns. 
Na Figura 20, AÔB e BOC são
ângulos adjacentes. Note que OB é lado comum, e os ângulos
AÔB e BOC  não possuem pontos internos comuns.

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50 © Geometria I

Figura 20 Ângulos adjacentes.

Ângulos opostos pelo vértice (O.P.V.)


Dois ângulos são opostos pelo vértice se, e somente se, os
lados de um deles são as respectivas
  semirretas
  opostas aos la-
dos do outro. Na Figura 21, OA e OC , OB e OD são semirretas
opostas e, portanto, AÔB e COD  são ângulos opostos pelo vér-
tice, assim como AÔD e BOC  .

Figura 21 Ângulos opostos pelo vértice.

Dois ângulos opostos pelo vértice são congruentes (possuem


  COD
a mesma medida), ou seja, AOB  e AOD   BOC .

Bissetriz de um ângulo

Uma semirreta OC interna a um ângulo AÔB é bissetriz do
ângulo (Figura 22) se, e somente se, AÔC  BÔC .

Figura 22 Bissetriz de um ângulo.


© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 51

A bissetriz de um ângulo é uma semirreta interna ao ângulo,


com origem no vértice do ângulo e dividindo-o em dois ângulos
congruentes.

Ângulo suplementar adjacente



 Dado o ângulo AÔB
 , a semirreta OC oposta à semirreta
OA e a semirreta OB determinam um ângulo BOC  , que se
chama ângulo suplementar adjacente (Figura 23), ou suplemento
adjacente de AÔB . A soma de dois ângulos suplementares
  BOC
adjacentes resulta sempre 180o. Então, AOB   180º .

Figura 23 Ângulo suplementar adjacente.

Ângulos reto, agudo e obtuso – medida

Ângulo reto
Ângulo reto é todo ângulo congruente a seu suplementar
adjacente. Na Figura 24, a seguir, AÔB é um ângulo reto.

Figura 24 Ângulo reto.

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Ângulo agudo
Ângulo agudo é um ângulo menor que um ângulo reto. Na
Figura 25, AÔB é um ângulo agudo.

Figura 25 Ângulo agudo.

Ângulo obtuso
Ângulo obtuso é um ângulo maior que um ângulo reto. O
ângulo AÔB da Figura 26 é um ângulo obtuso.

Figura 26 Ângulo obtuso.

Região convexa
Um conjunto de pontos  é convexo (ou é uma região con-
vexa) se, e somente se, dois pontos distintos quaisquer A e B de 
são extremidades de um segmento AB contido em  .
Veja que, na Figura 27, temos uma região convexa, pois
AB   :
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 53

Figura 27 Região convexa.

Em contrapartida, na Figura 28, vemos uma região não con-


vexa, pois AB   .

Figura 28 Região não convexa.

Medida de um ângulo – amplitude


A medida de um ângulo AÔB é indicada por m( AÔB ) e cor-
responde a um número real positivo associado ao ângulo. À medi-
da de um ângulo dá-se o nome de amplitude do ângulo.

Unidades de medida de ângulos


Um ângulo reto tem 90 graus (90o). A medida de um ângulo
agudo é menor que 90°, e a de um ângulo obtuso é maior que 90°.
Ângulo de medida um grau (1o) é o ângulo submúltiplo se-
ângulo reto
gundo 90 (noventa) de um ângulo reto. Assim, 1º  .
90
Ângulo de medida um minuto (1') é o ângulo submúltiplo
1
segundo 60 (sessenta) do ângulo de um grau, ou seja, 1'  . Um
grau tem, portanto, 60 minutos (60’). 60

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54 © Geometria I

Ângulo de um segundo (1'') é o ângulo submúltiplo segundo


60 (sessenta) do ângulo de um minuto, ou seja, o ângulo de um
1'
segundo = 1''  . Portanto, um minuto tem 60 segundos (60’’).
60
Ângulos complementares e ângulos suplementares
Dois ângulos são complementares se, e somente se, a soma
de suas medidas é 90o. Um deles é o complemento do outro.
  BOC
Então, AOB   90º . Podemos afirmar que AÔB é o com-
plemento de BOC  . Assim, 70° é o complemento de 20°, pois
70  20  90º .
Dois ângulos são suplementares se, e somente se, a soma
de suas medidas é 180o. Um deles é suplemento do outro. Então,
  BOC
AOB   180º . Podemos afirmar que AÔB é o suplemento
 . Assim, 70° é o suplemento de 110°, pois 70  110  180º .
de BOC

Ângulo nulo e ângulo raso


No ângulo nulo, os lados são coincidentes (0o). No ângulo
raso, os lados são semirretas opostas (180o).
Portanto, a medida  de um ângulo é tal que 0    180 .
Veja alguns exemplos de aplicações dos conceitos estudados
anteriormente.

Exemplo 1
Determine o valor de x no esquema da Figura 29.

4x-250

Figura 29.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 55

Para resolver este exercício, devemos observar que o maior


ângulo é reto, então, podemos escrever:
4 x  25º  x  90º  5 x  90º 25º  x  23º

Exemplo 2
Determine o valor de x no esquema da Figura 30.

Figura 30.

Para resolver este exercício, devemos observar que o maior


ângulo é um ângulo raso (180o), então, podemos escrever:
35º 90º  x  180º  x  55º

Exemplo 3
Determine o valor de â no esquema da Figura 31.

Figura 31.

Para resolver este exercício, devemos observar que ângulos


opostos pelo vértice são congruentes, ou seja, possuem a mesma
medida.
Assim, temos: x  y  2x  y , 4x  2 y  a e
4 x  2 y  2 x  y  180º . Simplificando esta última expressão, ob-

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56 © Geometria I

temos: 2 x  y  60º . Simplificando a primeira expressão, obte-


mos: x  y  2 x  y  x  2 y .
Agora, substituímos x  2 y na expressão 2 x  y  60º , ob-
tendo: 2(2 y )  y  60º  4 y  y  60º  y  20º .
Substituindo y  20º na expressão x  2 y , obtemos
x  2(20º )  40º .
Portanto, y  20º e x  40º . Substituindo esses valores
na expressão 4 x  2 y  a , obtemos 4(40º )  2(20º )  a , o que
resulta a  120º .

Exemplo 4

Se OP é bissetriz de AÔB , determine AÔB na Figura 32, a
seguir.

Figura 32.

Se OP é bissetriz de AÔB , então AÔP  PÔB , e podemos
escrever que 3 x  5  2 x  10  x  15 .
Neste caso, se x  15º , podemos escrever que o ângulo
  AOP
AOB   POB , o que resulta AOB  3 x  5  2 x  10 . Então,
  5 x  5  5(15º )  5º  80º .
AOB

Exemplo 5
Dado um ângulo de medida x, indique:
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 57

a) o seu complemento:  90º  x  ;


b) o seu suplemento: 180º  x  ;
c) o triplo do seu complemento: 3  (90º  x) ;
d) o complemento do triplo:  90º 3x  ;

e) a terça parte do seu suplemento: 180º  x  ;


3
 x
f) o suplemento da terça parte: 180º   ;
 3
g) o complemento da quarta parte do dobro do suplemen-
to: 90º 2   180º  x  .
 4 
Exemplo 6
Dois ângulos são suplementares e a razão entre o comple-
mento de um e o suplemento do outro, nesta ordem, é 1/8. Deter-
mine estes ângulos.

Para resolver este exercício, fazemos x  y  180º e


90º  x 1 . Em seguida, isolamos y na primeira equação, obten-

180  y 8
do y  180º  x , e o substituímos na segunda expressão, para ob-
termos x  80º e y  100º .

Triângulos
Definição: dados três pontos A, B e C não colineares, à reu-
nião dos segmentos AB , AC e BC chama-se triângulo ABC (Fi-
gura 33).
Indicamos: triângulo ABC = ABC e ABC  AB  AC  BC .
Elementos do triângulo:
• vértices: os pontos A, B e C;
• lados: os segmentos AB (de medida c), AC (de medida
b) e BC (de medida a);

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58 © Geometria I

• ângulos: BÂC ou  , ABC ou B  e ACB ou ;


C
• os lados BC , AC e AB , e os ângulos  ,  e C
B  são,
respectivamente, opostos a cada lado.

Figura 33 Triângulo ABC.

Classificação dos triângulos

Quanto aos lados

Equilátero
É o triângulo que possui três lados e três ângulos congruen-
tes. Todo triângulo equilátero é também um equiângulo, ou seja,
possui três ângulos congruentes e iguais a 60o (Figura 34).

Figura 34 Triângulo ABC equilátero.


© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 59

Isósceles
Possui dois lados congruentes e os ângulos da base também
congruentes. Os lados congruentes opõem-se aos ângulos con-
gruentes (Figura 35).

Figura 35 Triângulo ABC isósceles.

Escaleno
Possui dois quaisquer de seus lados não congruentes, ou
seja, os três lados possuem medidas diferentes (Figura 36).

Figura 36 Triângulo ABC escaleno.

Quanto aos ângulos


Quanto aos ângulos, os triângulos classificam-se em retân-
gulos, acutângulos e obtusângulos (Figura 37).
• retângulos: têm um ângulo reto (= 90o);
• acutângulos: têm os três ângulos agudos (< 90o);
• obtusângulos: têm um ângulo obtuso (> 90o).

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60 © Geometria I

Figura 37 Triângulos ABC: retângulo, acutângulo e obtusângulo.

Congruência de triângulos
Um triângulo é congruente (símbolo  ) a outro se, e somen-
te se, for possível estabelecer uma correspondência (Figura 38)
entre seus vértices, de modo que:
• seus lados são ordenadamente congruentes aos lados do
outro. Portanto, AB  A´B´ , AC  A ' C ' e BC  B ' C ' .
• seus ângulos são ordenadamente congruentes aos ângu-
los do outro, ou seja, 
A  B
A' , B ' e C  C' .

Figura 38 Triângulo ABC congruente ao triângulo A'B'C'.

Casos de congruência de triângulos

1o Caso – LAL – postulado


Se dois triângulos (Figura 39) têm, ordenadamente, con-
gruentes dois lados AB e A ' B ' e AC e A ' C ' e o ângulo com-
preendido entre eles (A e A’, respectivamente), então os triângulos
ABC e A’B’C’ são congruentes.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 61

Figura 39 Triângulo ABC congruente ao triângulo A'B'C'.

Teorema do triângulo isósceles


Se um triângulo é isósceles, os ângulos da base são con-
gruentes.

2o Caso – ALA – postulado


Se dois triângulos (Figura 40) têm ordenadamente congruen-
tes um lado e os dois ângulos a ele adjacentes, então esses triân-
gulos são congruentes.

Figura 40 Triângulo ABC congruente ao triângulo A'B'C'.

Recíproca do teorema do triângulo isósceles


Se um triângulo apresenta dois ângulos congruentes, então
esse triângulo é isósceles.

3o Caso – LLL – postulado


Se dois triângulos (Figura 41) têm ordenadamente congruen-
tes os três lados, então esses triângulos são congruentes.

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62 © Geometria I

Figura 41 Triângulo ABC congruente ao triângulo A'B'C'.

4o Caso – LAAo – postulado


Se dois triângulos (Figura 42) têm ordenadamente congruen-
tes um lado, um ângulo adjacente e o ângulo oposto a esse lado,
então esses triângulos são congruentes.

Figura 42 Triângulo ABC congruente ao triângulo A'B'C'.

Caso especial de congruência de triângulos retângulos


Se dois triângulos retângulos têm ordenadamente con-
gruentes um cateto e a hipotenusa, então esses triângulos são
congruentes.

Mediana de um triângulo
Mediana de um triângulo é um segmento com extremidades
num vértice e no ponto médio do lado oposto. Então, no triângulo
ABC (Figura 43), se o ponto M é ponto médio do segmento BC ,
temos que BM  MC . Logo, o segmento AM é mediana relativa
ao lado BC ou AM é mediana relativa ao vértice A.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 63

Figura 43 Mediana relativa ao BC .

Bissetriz interna de um triângulo


É o segmento, com extremidades num vértice e no lado
oposto, que divide o ângulo desse vértice em dois ângulos con-
gruentes.
No triângulo ABC (Figura 44), S  BC , S 
AB  S 
AC . Logo,
AS é bissetriz relativa ao lado BC ou AS é bissetriz relativa ao
vértice A.

Figura 44 Bissetriz relativa ao BC .

Teorema do ângulo externo



Dado um ABC (Figura 45) e sendo CX a semirreta oposta
à semirreta CB , o ângulo e  ACX é o ângulo externo do ABC
adjacente ao ângulo C  e não adjacente aos ângulos 
AeB  . O ân-
gulo ê (externo) é o suplementar adjacente do ângulo C.

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64 © Geometria I

Teorema: um ângulo externo de um triângulo é maior do


que qualquer um dos ângulos internos não adjacentes.
O ângulo externo ê é igual à soma dos ângulos internos não
adjacentes, ou seja, e   .
A B

Figura 45 Ângulo externo.

Desigualdades nos triângulos


1) Ao lado maior de um triângulo qualquer se opõe o maior
ângulo. Se dois lados de um triângulo não são congruen-
tes, então os ângulos opostos a eles não são congruen-
tes e o maior deles está oposto ao maior lado.
2) Ao maior ângulo opõe-se o maior lado, se dois ângulos
de um triângulo não são congruentes, então os lados
opostos a eles não são congruentes e o maior deles está
oposto ao maior lado.
3) Em todo triângulo, cada lado é maior que a diferença
dos outros dois.
4) Se a, b e c são as medidas dos lados de um triângulo,
devemos ter as três condições: a  b  c , b  a  c e
c  ab  bc  a  bc.
Veja alguns exemplos de aplicações dos conceitos estudados
anteriormente.

Exemplo 1
Se o triângulo ABC é isósceles de base BC , determine BC ,
sendo AB  3 x  10 , BC  2 x  6 e AC  x  4 .
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 65

Para resolver este problema, devemos considerar que, se a


base do triângulo é BC e o triângulo é isósceles, então:
AB  AC  3 x  10  x  4  x  7
Portanto, BC  2  (7)  6  20 .

Exemplo 2
Se o ABC é isósceles de base BC , determine x e y.

Figura 46.

Se o triângulo ABC é isósceles de base BC, então


ˆ  y. Logo: y  x  45º  180º e 2 x  40º  y  180º . Portanto,
ABC
2 x  40º  y  y  x  45º , o que resulta em x  85º e y  50º .

Exemplo 3
Na Figura 47, o triângulo CBA é congruente ao triângulo
CDE. Determine o valor de x e y e a razão entre os perímetros des-
ses triângulos, sabendo que AB  35 , AC  2 x  6 , CE  22 e
DE  3 y  5 .

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66 © Geometria I

Figura 47.

Se o triângulo CBA é congruente ao triângulo CDE, en-


tão é possível afirmar que AB  DE  35  3 y  5  y  10 e
AC  CE  2 x  6  22  x  8 . Se os triângulos são congruen-
tes, a razão entre os seus perímetros é 1.

Exemplo 4
Na Figura 48, o triângulo PDC é congruente ao triângulo PAB.
Determine o valor de x e y e a razão entre os perímetros dos triân-
gulos PCA e PBD, sabendo que AB  15 , CD  x  5 , AP  2 y  17 ,
PD  3 y  2 e PC  PB .

Figura 48.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 67

Se o triângulo PCD é congruente ao triângulo PBA, en-


tão é possível afirmar que AB  DC  15  x  5  x  10 e
PA  PD  2 y  17  3 y  2  y  19 . Finalmente, se os triângu-
los são congruentes, a razão entre os seus perímetros é 1.

7. PARALELISMO E PERPENDICULARISMO
Vamos estudar algumas particularidades e conceitos de re-
tas paralelas e perpendiculares.

Paralelismo
Duas retas são paralelas (Figura 49) (símbolo: //) se, e so-
mente se:
• são coincidentes (iguais); ou
• são coplanares e não têm nenhum ponto comum.
Então, (a   , b   , a  b  )  a / / b :

Figura 49 Retas paralelas.

Sejam a e b duas retas distintas, paralelas, e t uma reta trans-


versal concorrente com a e b (Figura 50):

Figura 50 Retas paralelas interceptadas por uma transversal.

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68 © Geometria I

• Os pares de ângulos 3 e 5, 4 e 6 recebem o nome de al-


ternos internos.
• Os pares de ângulos 1 e 7, 2 e 8 recebem o nome de al-
ternos externos.
• Os pares de ângulos 3 e 6, 4 e 5 recebem o nome de co-
laterais internos.
• Os pares de ângulos 1 e 8, 2 e 7 recebem o nome de cola-
terais externos.

Existência da paralela
Se duas retas coplanares distintas e uma transversal deter-
minam ângulos alternos (ou ângulos correspondentes destacados
na Figura 51) congruentes, então essas duas retas são paralelas
(Figura 51).

Figura 51 Retas paralelas.

Unicidade da paralela – postulado de Euclides


A unicidade da reta paralela a uma reta dada é o postulado
de Euclides (300 a.C.) ou postulado das paralelas que caracteriza a
Geometria Euclidiana. "Por um ponto passa uma única reta parale-
la a uma reta dada" (BRASIL ESCOLA, 2013).
Recíproco: se duas retas paralelas distintas interceptam uma
transversal, então os ângulos alternos (ou os ângulos correspon-
dentes) são congruentes.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 69

Ângulo externo
Em todo triângulo, qualquer ângulo externo é igual à soma
dos dois ângulos internos não adjacentes a ele.
Hipótese: ê é ângulo externo adjacente a Ĉ .
Tese: ê  A  B


 Demonstração: por Ĉ conduzimos a reta CD paralela à reta
AB , determinando os ângulos a e b̂ caracterizados na Figura 52.

Figura 52 Ângulo externo.

Então,
 
AB / / CD  aˆ  
A (ângulos alternos) e
 
 (ângulos correspondentes).
AB / / CD  bˆ  B
Somando as duas relações, obtemos:
â  bˆ   ê 
A B A B

Soma dos ângulos de um triângulo


A soma dos ângulos de qualquer triângulo (Figura 53) é igual
a dois ângulos retos.
Hipótese: ABC é um triângulo.
Tese: Aˆ  Bˆ  Cˆ  2 ângulos retos .
Demonstração: sendo ê o ângulo externo adjacente a Ĉ , e
aplicando o teorema do ângulo externo, temos:

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70 © Geometria I

Figura 53 Teorema do ângulo externo.

  180 .
• ê e Ĉ são ângulos suplementares  ê  C
• Teorema anterior  ê  Aˆ  Bˆ .
• Resulta  Aˆ  Bˆ  Cˆ  180 .

Ângulos de lados paralelos


Dois ângulos (Figura 54) de lados, respectivamente, parale-
los são congruentes ou suplementares.

Figura 54 Ângulos de lados paralelos.

Verificamos que: aˆ  cˆ , bˆ  cˆ, aˆ  bˆ , o que corresponde a


escrever que a '  b ', a  b '  180, a ' b  180 .
Veja alguns exemplos de aplicações dos conceitos estudados
anteriormente.

Exemplo 1
No esquema da Figura 55, as retas r e s são paralelas. Deter-
mine o valor de x e y.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 71

Figura 55.

Como r e s são retas paralelas interceptadas por uma trans-


versal, podemos afirmar que 2 x  30º  150º , pois são ângulos al-
ternos externos. Neste caso, x  60º e y é o seu complemento, o
que resulta y  150º  180º  y  30º .

Exemplo 2
No esquema (Figura 56), as retas r e s são paralelas. Deter-
mine o valor de x e y.

Figura 56.

Como r e s são retas paralelas interceptadas por uma trans-


versal, podemos afirmar que 3 x  20º  y  10º , pois são ângulos
opostos pelo vértice, e que 2 x  3 x  20º , pois são ângulos alter-
nos internos, o que determina x  20º . Substituindo x na equação
3 x  20º  y  10º , obtemos y  30º .

Exemplo 3
No esquema (Figura 57), as retas r e s são paralelas intercep-
tadas por uma transversal. Determine o valor de x e y.

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72 © Geometria I

Figura 57.

Como r e s são retas paralelas interceptadas por uma transver-


sal, podemos afirmar que 8 x  9º  y , pois são ângulos correspon-
dentes, e que y  17 x  9º  180º , pois são ângulos suplementares.
Substituindo y  8 x  9º na equação y  17 x  9º  180º , obtemos:
8 x  9º 17 x  9º  180º  25 x  180º  x  7, 2º
Substituindo x  7, 2º na equação y  8 x  9º , obtemos:
y  8  (7, 2º )  9º  66, 6º .

Exemplo 4
No esquema (Figura 58), as retas r e s são paralelas intercep-
tadas por uma transversal. Determine o valor de x e y.

Figura 58.

Como r e s são retas paralelas interceptadas por uma trans-


versal, podemos afirmar que 3 x  10º  y , pois são ângulos alter-
nos internos, e que y  90º 2 x  180º , pois os três ângulos são
suplementares.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 73

Substituindo a equação 3 x  10º  y na equação


y  90º 2 x  180º , obtemos:
3 x  10  90  2 x  180  5 x  100  x  20

Substituindo x  20º na equação 3 x  10º  y , obtemos:


y  3.(20º )  10º  50º .

Exemplo 5
A soma dos quatro ângulos agudos formados por duas retas
paralelas cortadas por uma reta transversal é igual a 80°. Determi-
ne o ângulo obtuso.
Neste caso, devemos nos lembrar de que os ângulos agudos
formados por duas retas paralelas cortadas por uma reta transver-
sal são todos congruentes, pois são opostos pelo vértice ou cor-
respondentes. Considerando x o ângulo agudo, podemos escrever:
4 x  80º  x  20º , ou seja, cada ângulo agudo possui medida
20º .
Lembrando que o ângulo obtuso y é o suplemento do ângulo
agudo x, escrevemos: x  y  180º .
Como o ângulo agudo mede 20º , temos:
20º  y  180º  y  160º .

Exemplo 6
Na Figura 59, temos os ângulos â e b̂ de lados, respectiva-
mente, paralelos. Sendo aˆ  8 x e bˆ  2 x  30º , determine o su-
plemento de b̂ .

Figura 59.

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74 © Geometria I

Neste caso, devemos nos lembrar de que os ângulos agudos


ˆ e b̂ são congruentes, pois são correspondentes. Podemos escre-
ver, então, que â  bˆ . Assim, 8 x  2 x  30º  6 x  30º  x  5º .
Substituindo x na equação aˆ  8 x , obtemos aˆ  bˆ  8  (5º )  40º .
Se chamarmos de ẑ o suplemento do ângulo b̂ , podemos
escrever: bˆ  zˆ  180º .
Como bˆ  40º , então:
40º  zˆ  180º  zˆ  180º 40º  zˆ  140º
Portanto, o suplemento de b̂ é zˆ  140º .

Perpendicularidade

Retas perpendiculares
Duas retas são perpendiculares (Figura 60) (símbolo  ) se,
e somente se, são concorrentes e formam ângulos adjacentes su-
plementares congruentes.

Figura 60 Retas perpendiculares.

  a Pb
Portanto, a  b  (a  b)  {P} e a1 Pb  , em que a
1 1 2 1
e a2 são semirretas de a, com origem em P; b1 e b2 são semirretas
opostas de b, com origem em P.
Consequências:
• Duas semirretas são perpendiculares se, e somente se,
estão contidas em retas perpendiculares e têm um ponto
comum.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 75

• Dois segmentos de reta são perpendiculares se, e somen-


te se, estão contidos em retas perpendiculares e têm um
ponto comum.

Retas oblíquas
Se duas retas são concorrentes e não são perpendiculares,
diz-se que estas retas são oblíquas. De outra forma, se r  s  {P}
e r não é perpendicular a s, então r e s são oblíquas.

Unicidade da perpendicular
• Em um plano, por um ponto P de uma reta r existe uma
única reta s perpendicular a r.
• Por um ponto P fora de uma reta r passa uma única reta s
perpendicular a r.

Altura de um triângulo
Altura de um triângulo é o segmento de reta perpendicular à
reta suporte de um lado do triângulo com extremidades nesta reta
e no vértice oposto ao lado considerado.
• Nas Figuras 61 e 62, H é a intersecção do segmento BC
com o segmento perpendicular AB .
• AH é a altura relativa ao lado BC , ou AH é a altura
relativa ao vértice A e H é dito pé da altura.
A altura de um triângulo retângulo (Figura 61) é o próprio
cateto. No triângulo retângulo ABC, AH é a altura relativa ao lado
BC .

Figura 61 Altura de um triângulo retângulo.

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76 © Geometria I

No triângulo acutângulo ABC (Figura 62), AH é a altura re-


lativa ao lado BC .

Figura 62 Altura de um triângulo acutângulo.

No triângulo obtusângulo ABC (Figura 63), AH é a altura re-


lativa ao lado BC . Observe que esta altura é externa ao triângulo.

Figura 63 Altura de um triângulo obtusângulo.

Mediatriz de um segmento
A mediatriz m de um segmento AB (Figura 64) é a reta
perpendicular ao segmento pelo seu ponto médio M. Portanto,
AM  MB .

Figura 64 Mediatriz de um segmento AB de comprimento 6 cm.

Projeção de um ponto sobre uma reta


Chama-se projeção ortogonal (ou projeção) de um ponto P
sobre uma reta r ao ponto de intersecção da reta com a perpendicu-
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 77

lar a ela conduzida por aquele ponto 


(Figura 65).
P' é a projeção de
P sobre a reta r e, neste caso, temos PP '  r e PP '  r  {P '} , em
que P’ é o pé da perpendicular à reta r conduzida por P. Se P  r ,
então P' = P.

Figura 65 Projeção de um ponto P sobre a reta r.

Projeção de um segmento sobre uma reta


A projeção de um segmento de reta AB (Figura 66) não
perpendicular a uma reta r sobre esta reta é o segmento de reta
A ' B ' , em que A' é a projeção de A sobre r e B' é a projeção de B
sobre r.

Figura 66 Projeção de um segmento AB sobre a reta r.

Distância entre um ponto e uma reta


A distância de um ponto a uma reta (Figura 67) é a distância
desse ponto à projeção dele sobre a reta. A distância entre P e r é
a distância entre P e P', em que P' é a projeção de P sobre a reta r.
Então, podemos escrever d P ,r  d P , P ' .

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78 © Geometria I

Figura 67 Distância de um ponto P a uma reta r.

Distância entre duas retas paralelas


A distância entre duas retas paralelas (Figura 68) é a distân-
cia entre um ponto qualquer de uma delas a outra reta. Se duas
retas distintas são paralelas, os pontos de uma delas estão à igual
distância (são equidistantes) da outra.
Demonstração: de fato, sendo r e s duas retas paralelas e
distintas, tomando dois pontos distintos A e B em r, vamos provar
que d A, s  d B , s .

Figura 68 Distância de uma reta r a uma reta s, paralela.

• Os ângulos  e Â' são colaterais e, sendo Â' reto, conclui-se


que  é reto.
• Considerando os triângulos AA'B e BB'A', verificamos que:
• A ' B (lado comum);
  B
• A ' BA A 'B ' (alternos).
Logo, pelo caso de congruência de triângulos LAAo , concluí-
mos que:
• A ' AB  BB ' A '  AA '  BB '  d A, s  d B , s
•  A B' (retos)
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 79

Propriedade dos pontos da mediatriz


Todo ponto da mediatriz de um segmento é equidistante
das extremidades do segmento. Esta propriedade pode ser obser-
vada na Figura 69, em que PA  PB .

Figura 69 Propriedade da mediatriz.

Propriedade dos pontos da bissetriz


Todo ponto da bissetriz de um ângulo é equidistante dos la-
dos do ângulo. Portanto, na Figura 70, d P ,a  d P ,b e dQ ,a  dQ ,b .

Figura 70 Propriedade da bissetriz.

Veja alguns exemplos de aplicações dos conceitos estudados


anteriormente.

Exemplo 1
Sendo AH a altura relativa ao lado BC do ABC (Figura
 eC
71), determine B  nos casos:

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80 © Geometria I

Figura 71.

Para resolver este problema, devemos nos lembrar de que


o ângulo AHBˆ é reto e, portanto, no triângulo AHB a soma dos
ângulos internos resulta 180o.
Então, 22,9º 90º  Bˆ  180º  Bˆ  67,1º .
A mesma propriedade vale para o triângulo AHC, em que o
ângulo AHC ˆ é reto e, portanto, a soma dos ângulos internos re-
sulta 180o.
Concluímos que: 50,5º 90º Cˆ  180º  Cˆ  39,5º .

Exemplo 2
Determine o valor de x na Figura 72.

Figura 72.

Para resolver este problema, devemos nos lembrar de que


o ângulo ABCˆ é reto e, portanto, no triângulo ABC a soma dos
ângulos internos resulta 180o.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 81

Então, 30º 90º Cˆ  180º  Cˆ  60º .


A mesma propriedade vale para o triângulo CDE, em que o
ângulo CDE ˆ é reto, o ângulo agudo Cˆ  60º , pois é oposto pelo
vértice, e a soma dos ângulos internos resulta 180o.
Logo: 60º 90º  Eˆ  180º  Eˆ  x  30º .

Exemplo 3
No triângulo ABC (Figura 73), AH é altura e AS é bissetriz
relativa ao lado BC do triângulo ABC. Se B   70 e HAS
ˆ  15 ,
determine C .

Figura 73.

Para resolver este problema, devemos nos lembrar de que no


triângulo AHB, o ângulo AHB   70 e,
ˆ é reto, pois AH é altura, B
portanto, o ângulo HAB ˆ  20 .

No triângulo AHS, o ângulo HAS ˆ  15 . Como o segmento


AS é bissetriz, vemos que no triângulo ASC o ângulo SACˆ  35 ,
pois, por ser o segmento AS uma bissetriz, divide o ângulo BACˆ
em dois outros ângulos: BAS ˆ  SAC
ˆ  35 .
ˆ  90º , o ân-
Para finalizar, no triângulo AHS, o ângulo AHC
ˆ  HAS
gulo HAC ˆ  SACˆ  15º 35º  50º e, portanto, o ângulo
ACHˆ  90º 50º  180º  ACH ˆ  40º .

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82 © Geometria I

8. POLÍGONOS E CIRCUNFERÊNCIA
Estudaremos a seguir algumas importantes propriedades e
conceitos sobre polígonos e circunferência.

Quadriláteros
Sejam A, B, C e D quatro pontos de um mesmo plano, todos
distintos e três não colineares. Se os segmentos AB , BC , CD e
DA interceptam-se apenas nas extremidades, a reunião desses
quatro segmentos é um quadrilátero (Figura 74).

Figura 74 Quadrilátero ABCD.

No quadrilátero ABCD  AB  BC  CD  DA , AB , BC ,
  ABC
CD e DA são lados; A  D AB , B  ,C
  BCD
 e D   C DA

são ângulos e AC e BD são diagonais do quadrilátero ABCD.
Um quadrilátero possui 2 diagonais e a soma dos ângulos
internos e externos é 360o.

Quadriláteros notáveis
Um quadrilátero plano convexo é trapézio se, e somente se,
possui dois lados paralelos.
Um quadrilátero ABCD é trapézio se, e somente se, AB / / CD
ou AD / / BC , e os lados paralelos são as bases do trapézio. De
acordo com os outros dois lados não paralelos, vemos, na Figura
75, os diversos tipos de trapézios:
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 83

Figura 75 Trapézios isósceles, escaleno, retângulo e escaleno.

Propriedades dos trapézios


• Em qualquer trapézio a soma dos ângulos internos é 360o.
• Os ângulos de cada base de um trapézio isósceles são
congruentes.
• As projeções ortogonais dos lados de um trapézio isósce-
les, sobre a base maior, são congruentes.
• As diagonais de um trapézio isósceles são congruentes.
Um quadrilátero plano convexo é paralelogramo (Figura 76)
se, e somente se, possui os lados opostos paralelos.

ABCD é paralelogramo  AB / / CD e AD / / BC 

Figura 76 Paralelogramo ABCD.

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84 © Geometria I

Propriedades dos paralelogramos


1) Em todo paralelogramo dois ângulos opostos quaisquer
são congruentes.
2) Todo quadrilátero convexo que tem ângulos opostos
congruentes é paralelogramo.
3) Todo retângulo é paralelogramo.
4) Em todo paralelogramo, dois lados opostos quaisquer
são congruentes.
5) Todo quadrilátero convexo que tem lados opostos con-
gruentes é paralelogramo.
6) Todo losango é paralelogramo.
7) Em todo paralelogramo, as diagonais interceptam-se
nos respectivos pontos médios.
8) Todo quadrilátero convexo em que as diagonais intercep-
tam-se nos respectivos pontos médios é paralelogramo.
9) Consequência: se dois segmentos de reta interceptam-
-se nos respectivos pontos médios, então suas extremi-
dades são vértices de um paralelogramo.
10) Todo quadrilátero convexo que tem dois lados paralelos
e congruentes é um paralelogramo.
11) Consequência: se dois segmentos de reta são paralelos
e congruentes, então suas extremidades são vértices de
um paralelogramo.
Um quadrilátero plano convexo é um retângulo (Figura 77)
se, e somente se, possui os quatro ângulos congruentes.
ABCD é retângulo  Aˆ  Bˆ  Cˆ  Dˆ .

Figura 77 Retângulo ABCD.


© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 85

Além das propriedades do paralelogramo, o retângulo pos-


sui diagonais congruentes, e todo paralelogramo que tem diago-
nais congruentes é um retângulo.
Um quadrilátero plano convexo é um losango (Figura 78) se,
e somente se, possui os quatro lados congruentes.
ABCD é losango  AB  CD  AD  BC .

Figura 78 Losango ABCD.

Além das propriedades do paralelogramo, o losango possui


diagonais perpendiculares, e todo paralelogramo que possui dia-
gonais perpendiculares é um losango.
Um quadrilátero plano convexo é um quadrado (Figura 79)
se, e somente se, possui os quatro ângulos congruentes e os qua-
tro lados congruentes.
ABCD é quadrado  AB  CD  AD  BC e  A B CD .
Conclui-se, então, que todo quadrado é retângulo e também
é losango.

Figura 79 Quadrado ABCD.

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86 © Geometria I

Portanto, se um quadrilátero convexo


• possui diagonais que se interceptam ao meio, é um para-
lelogramo;
• possui diagonais que se interceptam ao meio e são con-
gruentes, é um retângulo;
• possui diagonais que se interceptam ao meio e são per-
pendiculares, é um losango;
• possui diagonais que se interceptam ao meio, são con-
gruentes e perpendiculares, é um quadrado.

Polígonos
Dada uma sequência de pontos de um plano ( A1 , A2 , ...., An ),
com n  3 , todos distintos, em que três pontos consecutivos não são
colineares, considerando-se consecutivos An 1 , An e A1 , assim como
An , A1 e A2 , chama-se polígono à reunião dos segmentos A1 A2 , A2 A3
,....., An 1 An , An A1 .
Na Figura 80, vemos exemplo de um polígono ABCDE:

Figura 80 Polígono ABCDE.

Elementos
No polígono da Figura 80, os pontos A, B, C, D, E são vérti-
ces do polígono, e os segmentos AB, BC , CD, DE , EA são lados
ˆ , BCD
do polígono. Então, são ângulos do polígono: ABC ˆ , CDE
ˆ ,
 , EAB
DEA ˆ .

Se dois lados têm um vértice em comum, então eles são con-


secutivos. Se não possuem vértice em comum, então são diago-
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 87

nais. Portanto, na Figura 80, os segmentos AC , AD, EB, EC , DB


são diagonais do polígono.
Um polígono é convexo (Figura 81) se, e somente se, a reta
determinada por dois vértices consecutivos quaisquer deixa todos
os demais (n − 2) vértices em um mesmo semiplano dos dois que
ela determina. Portanto, qualquer diagonal do polígono convexo
“está no interior” desse polígono.

Figura 81 Polígono convexo ABCDE.

Um polígono é não convexo (Figura 82) se, e somente se,


a reta determinada por dois vértices consecutivos quaisquer não
deixa todos os demais (n − 2) vértices em um mesmo semiplano
dos dois que ela determina. Portanto, qualquer diagonal do polí-
gono não convexo pode “não estar no interior” desse polígono,
como acontece com a diagonal BD , por exemplo.

Figura 82 Polígono não convexo ABCDE.

O conjunto dos pontos internos de um polígono constitui seu


interior e o conjunto dos pontos externos ao polígono constitui
seu exterior.
A reunião de um polígono com o seu interior é uma região
poligonal ou superfície poligonal.

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88 © Geometria I

O nome dos polígonos varia de acordo com o número n de


lados:
1) n = 3: triângulo ou trilátero.
2) n = 4: quadrangular ou quadrilátero.
3) n = 5: pentágono.
4) n = 6: hexágono.
5) n = 7: heptágono.
6) n = 8: octógono.
7) n = 9: eneágono.
8) n = 10: decágono.
9) n = 11: undecágono.
10) n = 12: dodecágono.
11) n = 15: pentadecágono.
12) n = 20: icoságono.

Polígono regular
Um polígono que possui os lados congruentes é equilátero.
Se possuir os ângulos congruentes, é equiângulo. Um polígono é
regular se, e somente se, possui todos os lados congruentes e to-
dos os ângulos congruentes.
O número de diagonais de um polígono de n lados n  3
n  (n  3)
é dado por: d  , em que d é o número de diagonais do
2
polígono e n é o número de lados do polígono.
A soma dos ângulos internos de um polígono convexo de n
lados  n  3 é dada por: Si  (n  2) 180 .
A soma dos ângulos externos de um polígono convexo é:
Se  360 .
Os ângulos internos de um polígono regular são congruentes
(n  2) 180
e têm medida: ai  .
n
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 89

Os ângulos externos de um polígono regular são congruen-


360
tes e têm medida: ae  .
n
A soma dos ângulos internos e externos de um polígono re-
gular é: ae  ai  180 .
Todo polígono regular pode ser inscrito em uma circunferência.
Veja alguns exemplos de aplicações dos conceitos estudados
anteriormente sobre polígonos.

Exemplo 1
Calcule as medidas de um ângulo interno e de um ângulo
externo dos polígonos regulares:
• Pentágono:
É um polígono de 5 lados. Portanto, o ângulo interno é
(n  2) 180 (5  2) 180
dado por: ai    108º .
n 5
A medida do ângulo externo é dada por
360 360
ae    72º .
n 5
• Dodecágono:
É um polígono de 12 lados. A medida do ângulo interno é:
(n  2) 180 (12  2) 180
ai    150º .
n 12
360 360
A medida do ângulo externo é: ae    30º .
n 12
Exemplo 2
O polígono ABCDE (Figura 83) é um pentágono regular ins-
crito em uma circunferência de centro O. Determine a medida, em
graus, do ângulo C 
AD .

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90 © Geometria I

Figura 83.

Para resolvermos este problema, é preciso lembrar que o


ângulo central (cujo vértice está contido no centro O da circunfe-
rência) CODˆ  360º  72º . Sendo o ângulo central igual a 72o, o
5
ângulo CADˆ é inscrito na circunferência (possui o vértice na cir-
cunferência) e, portanto, a metade do ângulo central.
Concluímos, então, que CAD ˆ  72º  36º .
2
Exemplo 3
Determine a soma das medidas dos ângulos internos, a soma
das medidas dos ângulos externos e o número de diagonais dos
polígonos regulares:
• Octógono:
É um polígono de 8 lados. Então, o ângulo interno é:
(n  2) 180 (8  2) 180
ai    135º .
n 8
360 360
A medida do ângulo externo é: ae    45º .
n 8
n(n  3) 8(8  3)
O número de diagonais é: d    20 .
2 2
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 91

• Icoságono:
É um polígono de 20 lados. Então, o ângulo interno é:
(n  2) 180 (20  2) 180
ai    162º .
n 20
360 360
A medida do ângulo externo é: ae    18º .
n 20
n(n  3) 20(20  3)
O número de diagonais é: d    170 .
2 2
Circunferência
Circunferência é um conjunto dos pontos de um plano cuja
distância a um ponto dado desse plano é igual a uma distância
(não nula) dada. O ponto dado é o centro e a distância dada é o
raio da circunferência.
Dado um plano  , um ponto O de  e uma distância r,
 (O, r )  {P   d P ,O  r} , em que  (O, r ) representa a circunfe-
rência de centro O e raio r.
Na Figura 84, os segmentos AB, CD, OP representam, res-
pectivamente, corda, diâmetro e raio da circunferência.

Figura 84 Circunferência, corda, diâmetro e raio.

Corda de uma circunferência é um segmento cujas extremi-


dades pertencem à circunferência.

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92 © Geometria I

Diâmetro de uma circunferência é uma corda que passa


pelo centro da circunferência.
Raio de uma circunferência é um segmento com uma extre-
midade no centro e a outra em um ponto da circunferência.

Círculo
Círculo é um conjunto dos pontos de um plano cuja distância
a um ponto dado desse plano é menor ou igual a uma distância
(não nula) dada.
Dados um plano  , um ponto O de  e uma dis-
tância r, o círculo de centro O e raio r é representado por:
c(O, r )  {P   d P ,O  r} .
O círculo (Figura 85) é a reunião da circunferência com seu interior.

Figura 85 Círculo, corda, diâmetro e raio.

O centro, o raio, a corda e o diâmetro de um círculo são, res-


pectivamente, o centro, o raio, a corda e o diâmetro da respectiva
circunferência.

Posições relativas de reta e circunferência

Secante
Uma reta s secante (Figura 86) a uma circunferência é uma
reta que intercepta a circunferência ( ) em dois pontos dis-
tintos. A reta e a circunferência são secantes se, e somente se,
s    { A, B} .
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 93

Figura 86 Circunferência  .

Propriedade da reta s secante a uma circunferência


Se uma reta s, secante a uma circunferência  (O, r ) , não
passa pelo centro O, intercepta  nos pontos distintos A e B, e se
M é o ponto médio da corda AB, então o segmento OM é perpen-
dicular à secante s (ou à corda AB), como pode ser observado na
Figura 87.

Figura 87 Reta s secante a uma circunferência  .

Tangente
Uma reta tangente a uma circunferência (Figura 88) é uma
reta que intercepta a circunferência em um único ponto. O ponto
comum entre a reta e a circunferência é denominado ponto de
tangência.
Na Figura 88, vemos t    {T } .

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94 © Geometria I

Figura 88 Reta t tangente a uma circunferência  .

Propriedade da tangente
Toda reta perpendicular a um raio na sua extremidade da
circunferência é tangente à circunferência e toda tangente a uma
circunferência é perpendicular ao raio no ponto de tangência.

Posições
Considere uma reta s, uma circunferência  (O, r ) e d a
(d  dO , s )
distância do centro O à reta s . Há três possibilidades
para s e  :
 d  r : s    { A, B} , isto é, s e  são secantes.
 d  r : s    {T } , isto é, s e  são tangentes.
 d  r : s     , isto é, s e  são externas ou não se
interceptam.

Posições relativas de duas circunferências


Uma circunferência 2 é interna a outra circunferência 1
(Figura 89) se todos os pontos da primeira são pontos internos da
segunda ( 2 interna à 1 ).
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 95

Figura 89 Circunferências internas.

Uma circunferência 2 é tangente interna a outra 1 (Figura


90) se tem um único ponto comum, e os demais pontos da primeira
são pontos internos da segunda ( 2 tangente interna à 1 ).

Figura 90 Circunferências tangentes internas.

Duas circunferências são secantes (Figura 91) se têm dois


pontos comuns ( 2 e 1 são secantes).

Figura 91 Circunferências secantes.

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96 © Geometria I

Uma circunferência 2 é tangente externa (Figura 92) a ou-


tra 1 se tem um único ponto comum, e os demais pontos de uma
são pontos externos a outra ( 2 tangente externa à 1 ).

Figura 92 Circunferências tangentes externas.

Duas circunferências são externas (Figura 93) se os pontos


de uma delas são pontos externos a outra ( 2 externa à 1 ).

Figura 93 Circunferências externas.

Segmentos tangentes – quadriláteros circunscritíveis


Se de um ponto P externo a uma circunferência  (O, r ) con-
duzirmos os segmentos PA e PB , ambos tangentes à  , com A e
B na circunferência, então PA  PB , como pode ser observado na
Figura 94. O centro O de  pertence à bissetriz de APB
ˆ .
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 97

Figura 94 Segmentos tangentes à circunferência.

Um quadrilátero convexo é circunscrito a uma circunferên-


cia  (O, r ) se, e somente se, seus quatro lados são tangentes à
circunferência.
Na Figura 95, o quadrilátero ABCD é circunscrito a  ou  é
inscrita no quadrilátero ABCD.

Figura 95 Quadrilátero circunscrito a uma circunferência.

Se um quadrilátero convexo é circunscrito a uma circunfe-


rência, a soma de dois lados opostos é igual à soma dos outros
dois. AB  CD  AD  BC (Condição necessária).

Ângulos na circunferência
Ângulo central relativo a uma circunferência é o ângulo que
tem o vértice no centro da circunferência (Figura 96). Se em uma
circunferência de centro O um ângulo central determina um arco
AB (ou AB ), podemos afirmar que:

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98 © Geometria I

• 
AB é o arco correspondente ao ângulo central AÔB.
• 
AB é arco subentendido por AÔB.
• A medida de um arco de circunferência é igual à medida
do ângulo central correspondente.

Figura 96 Ângulo central AÔB em uma circunferência.

Ângulo inscrito relativo a uma circunferência é um ângulo


que tem o vértice na circunferência e os lados são secantes a ela
(Figura 97).
• Na Figura 97, APBˆ é ângulo inscrito.
•  AB é o arco correspondente ao ângulo APBˆ .
• AÔB é o ângulo central correspondente ao ângulo inscrito
APBˆ .
• A medida de um ângulo inscrito é igual à metade da me-
dida do arco correspondente ou igual à medida do ângulo
central.
• Todo ângulo inscrito em uma semicircunferência é reto.
Na Figura 97, se considerarmos um triângulo com os vértices
nos pontos A, B e P, o triângulo ABP é retângulo em B, pois o seg-
mento AP é o diâmetro da circunferência.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 99

Figura 97 Ângulo inscrito em uma circunferência.

Ângulo de segmento ou ângulo semi-inscrito (Figura 98)


relativo a uma circunferência é um ângulo que tem o vértice na
circunferência, um lado secante e o outro lado tangente à circun-
ferência:
• Um ângulo de segmento é metade do ângulo central cor-
respondente, ou a medida de um ângulo de segmento é
metade da medida do arco correspondente.
• Na Figura 98, B AP é ângulo de segmento.
•  AB é o arco correspondente ao ângulo B 
AP .
• AÔB é o ângulo central correspondente ao ângulo de seg-
mento B AP .
• A medida de um ângulo de segmento é igual à metade
da medida do arco correspondente ou do ângulo central.

Figura 98 Ângulo de segmento ou ângulo semi-inscrito.

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100 © Geometria I

Veja alguns exemplos de aplicações dos conceitos estudados


anteriormente sobre circunferências.

Exemplo 1
Considere duas circunferências de raios r  4 cm e R  6 cm
(Figura 99), com centros distantes 12 cm . Calcule o raio da menor
circunferência tangente externamente às duas circunferências da-
das e faça um esboço (desenho).
Para resolver este problema, devemos considerar que se a
distância entre os centros das circunferências é 12 cm e se a soma
dos raios das duas circunferências resulta 10 cm, deduz-se que estas
circunferências são externas entre si e, portanto, sobram dois centí-
metros entre elas. Podemos, então, construir uma circunferência de
raio 1 cm que seja tangente as outras duas circunferências.

Figura 99.

Exemplo 2
Determine a medida do ângulo x nas Figuras 100 e 101, con-
siderando O como centro da circunferência.
Na Figura 100, o ângulo BÔC é central e corresponde ao ân-
gulo inscrito BÂC. Portanto, BÂC é metade de BÔC:
ˆ
BOC 121º
BAC  x 
ˆ   60,5º
2 2
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 101

Figura 100.

Da mesma forma, na Figura 101, o ângulo BÔC é central e


corresponde ao ângulo inscrito BÂC.

Figura 101.

Portanto, BÂC é metade de BÔC:


ˆ
ˆ  x  BOC  88º  44º
BAC
2 2

Exemplo 3
Calcule x nas Figuras 102 e 103, sendo O centro da circunfe-
rência.
Na Figura 102, o triângulo BOC é isósceles e, portanto, a
soma dos ângulos internos é igual a 180°. Assim, os ângulos CBO e
BCO são congruentes de medida 42°.
Portanto, obtemos: 180  42  42  BÔC  BÔC  96 .

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102 © Geometria I

Figura 102.

Como o ângulo BAC é inscrito, temos:


ˆ
BOC 96
BAC  x 
ˆ   48º .
2 2
Se o ângulo ABC ˆ  106º , então o arco AC mede o do-
bro do ângulo ABC ˆ , ou seja, o arco  AC mede 212o (Figu-
ra 103). Então, o arco CA , que corresponde ao ângulo inscri-
ˆ , mede 360º 212º  148º . Portanto, o ângulo inscrito
to ADC
ˆ  x  148º  74º .
ADC
2

Figura 103.

9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade, ou seja, dos conceitos básicos de Geometria.
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 103

A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você


verificar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em respon-
der a essas questões, procure revisar os conteúdos estudados para sa-
nar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que você faça uma
revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Educação a Distância, a
construção do conhecimento ocorre de forma cooperativa e colabora-
tiva; compartilhe, portanto, as suas descobertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Usando quatro pontos todos distintos, sendo três deles colineares, quantas
retas podemos construir?

2) É comum encontrarmos mesas com 4 pernas que, mesmo apoiadas em um


piso plano, balançam e nos obrigam a colocar um calço em uma das pernas,
se a quisermos firme. Explique, usando argumentos de Geometria, por que
isso não acontece com uma mesa de 3 pernas.

3) Em uma reta r, tomemos os segmentos AB e BC e um ponto P, de modo que


AB seja o quíntuplo de PC , BC seja o quádruplo de PC e AP  80 cm . Sen-
do M e N os pontos médios de AB e BC , respectivamente, determine MN .

4) Na figura a seguir, determine o valor do ângulo â.

5) Na figura a seguir, determine os valores de x e y, sabendo que o segmento


OP é bissetriz do ângulo AOB .

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104 © Geometria I

  2 x  10
6) Se o ABC é isósceles de base BC , determine x, sabendo que B
eC  30 .

7) Na figura a seguir, o triângulo ABC é congruente ao triângulo DEC. Determi-


ne o valor de a e b .

8) Escreva o nome de um polígono regular de 15 lados e calcule as medidas de


um ângulo interno e de um ângulo externo desse polígono regular.

9) Considere duas circunferências de raios r  6 cm e R  8 cm , com centros


distantes 20 cm. Calcule o raio da menor circunferência tangente externa-
mente às duas circunferências, tal que os três centros sejam colineares.

10) Na figura a seguir, o quadrilátero ABCD está inscrito na circunferência. Deter-


mine a medida do ângulo BCD  .

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
© U1 - Geometria: Conceitos Básicos 105

1) Quatro retas distintas.

2) Postulado da determinação de um plano.

3) Três possibilidades: 36 cm, 45 cm 20 cm.

4) 120o.

5) x  10 e y  50 .
o o

6) 20.

7) 10 e 10.

8) Pentadecágono; 156o; 24o.

9) O raio é 3 cm.

10) 92o.

10. CONSIDERAÇÕES
Com o estudo desta unidade, você teve a oportunidade de
revisar conceitos e conteúdos relacionados às noções e às proposi-
ções primitivas, segmento, ângulo, triângulo, paralelismo, perpen-
dicularismo, polígonos e circunferência.
Na Unidade 2, estudaremos os conceitos matemáticos re-
ferentes aos conteúdos do Teorema de Tales, da semelhança de
triângulos, triângulos retângulos, polígonos regulares, além da
equivalência plana, figuras equivalentes, áreas de superfícies pla-
nas, áreas de polígonos, área do círculo e razão entre áreas.

11. EͳREFERÊNCIAS
NOÉ, M. Geometria plana. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/
geometria-plana.htm>. Acesso em: 19 set. 2013a.
______. Paralelismo. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/
paralelismo-1.htm>. Acesso em: 19 set. 2013b.

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106 © Geometria I

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BARBOSA, J. L. M. Geometria euclidiana plana. 5. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2002.
BORGES, G. C. M. Noções de Geometria descritiva: teoria e exercícios. 7. ed. Porto Alegre:
Sagra Luzzatto, 1998.
DINIZ, M. I. S. V. O conceito de ângulo e o ensino de Geometria. 3. ed. São Paulo: IME-USP,
1998. v. 3.
KALEFF, A. M. M. R. Quebra-cabeças geométricos e formas planas. 2. ed. Niterói: EdFF,
1999.
LINDQUIST, M. M. (Org.). Aprendendo e ensinando Geometria. Tradução de Hygino H.
Domingues. São Paulo: Atual, 2003.
OCHI, F. H. O uso de quadriculados no ensino da Geometria. 3. ed. São Paulo: IME-USP,
1997. v. 1.
PINHEIRO, V. A. Noções de Geometria descritiva: ponto, reta, plano. 3 ed. Rio de Janeiro:
Ao Livro Técnico, 2000. v. 1.
REZENDE, E. Q. F.; QUEIROZ, M. L. B. Geometria euclidiana plana e construções
geométricas. Campinas: Editora da Unicamp, 2000.

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