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INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF.

FERNANDO FIGUEIRA – IMIP


IMIP GESTÃO HOSPITALAR

III Seminário de
Experiências Exitosas

Anais

Realizado em 1º de junho de 2018,


no Espaço Ciência e Cultura do IMIP.

Recife
2018
©2018 Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP
Todos os direitos desta obra são reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou
utilizada por nenhuma forma ou por qualquer meio, eletrônico ou físico, incluindo fotocópia, gravação ou
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a publicação correspondente dos autores.

INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA – IMIP

PRESIDENTE DE HONRA
Prof. Fernando Figueira (In memoriam)

DIRETORIA DO IMIP
Presidente: Gilliatt Hanois Falbo Neto
Vice-Presidente: Carlos dos Santos Figueira
1º Secretário: Vilneide Maria Santos Braga Diegues Serva
2º Secretário: Paulo Macedo Caldas Bompastor
1º Tesoureiro: Ítalo Rocha Leitão
2º Tesoureiro: Alex C. Azevedo
Chefe de Gabinete: Carlos Fernando Asfora

COMPLEXO HOSPITALAR DO IMIP


Superintendente Geral: Tereza Campos
Superintendência de Administração e Finanças: Maria Silvia Vidon
Superintendência de Atenção à Saúde: Fátima Rebêlo
Superintendência de Ensino, Pesquisa e Extensão: Afra Suassuna

IMIP HOSPITALAR
Superintendente Geral do IMIP Gestão: Ana Cláudia Meirelles
Superintendente Adjunta do IMIP Gestão: Ivette Buril

_________________________________________________________________
Capa: Marketing IMIP

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP


Ficha Catalográfica

S471 Seminário de Experiências Exitosas (3. : 2018 : Recife, PE)

III Seminário de Experiências Exitosas / Instituto de Medicina Integral Professor


Fernando Figueira, IMIP Gestão Hospitalar – Recife : IMIP, 2018.
205 p.

Realizado em 1° de junho de 2018, no Espaço Ciência e Cultura do IMIP.

1. Gestão em Saúde. 2. Assistência em Saúde. 3. Educação em Saúde. I. IMIP


Gestão Hospitalar. II. Título.

CDD 353.6

Elaborada por Jéssica Cavalcanti CRB-4/1828


COMISSÃO ORGANIZADORA

Ana Cláudia Meirelles


Tereza Campos
Ivette Buril
Afra Suassuna
Ana Paula Vital
Lannuze Gomes
Nancy Correia
Danielle Menor
Amanda Vasconcelos
Helena Britto
Manoel Morais
Teresa Barreto
APRESENTAÇÃO
Fundado há 58 anos, o IMIP é reconhecido, como uma das instituições mais
importantes do País, atuando nas áreas da Atenção à Saúde, Ensino, Pesquisa e
Extensão, seus eixos missionários. O seu sólido e completo envolvimento com o
sistema público de saúde; a ampla e intensa colaboração prestada a Universidades e
órgãos oficiais de saúde, educação e tecnologia na formação e qualificação de recursos
humanos para a saúde, bem como a tradicional preferência pela assistência aos mais
socialmente desfavorecidos, define, de forma justa e inquestionável, a singular
condição do IMIP de entidade pública não estatal.

O IMIP expandiu sua experiência institucional a outras localidades ao assumir a gestão


do Hospital Pelópidas Silveira (Recife) e a UPAE Petrolina e, através de sua
organização social Fundação Professor Martiniano Fernandes – IMIP HOSPITALAR,
a responsabilidade de gerir Hospitais Dom Helder Câmara (Cabo de Santo Agostinho),
Miguel Arraes (Paulista) e Dom Malan (Petrolina) e das UPAs Barra de Jangada,
Cabo, Caruaru, Engenho Velho, São Lourenço da Mata, Olinda, Igarassu e Paulista, e
UPAE Salgueiro e Garanhuns, trabalhando sempre em conformidade com os
princípios norteadores do SUS e operacionalizações formalizadas em contratos de
gestão com o Estado de Pernambuco.

Deste modo, atuando firmemente na implantação de suas concepções e práticas


institucionais através de todaRedeIMIP, esta instituição tem promovido, ao mesmo
tempo,atividades científicas nas diversas áreas da Saúde e Gestão, estimulando a
participação dos profissionais e socializando o conhecimento, efetivando
oportunidades para evidenciar o que fazemos de inovador dentro das nossas práticas.

Dentre os vários eventos realizados institucionais com a finalidade de fomentar


espaços de intercâmbiosdos saberes laborais e do o compartilhamento dos processos
de trabalho e da criatividade,registramos o seminário anual de experiências exitosas,
evento anual de âmbito regional direcionado a apresentação de modelos e ações
desenvolvidas bem sucedidas, que reúne gestores em saúde, educação e assistência nas
diversas categorias profissionais, tendo como principais objetivos: reconhecer as
iniciativas inovadoras na gestão; promover o compartilhamento de experiências;
valorizar os profissionais que atuam no âmbito do Sistema Único de Saúde de
Pernambuco e contribuir para a consolidação de boas práticas em Saúde.

Assim, coerente com sua condição de centro formador, o IMIP assume papel de
vanguarda na divulgação de temas relevantes na gestão, tecnologia e inovação
havendono ano de 2018, realizado o III Seminário de Experiências Exitosas
contribuindo,mais uma vez,para a troca de experiências exitosas desenvolvidas nas
diversas unidades que compõem a Rede IMIP onde, inclusive, foi instituído neste
último evento o Prêmio Fernando Figueira de Excelência de Gestão em Saúde.

Finalizando, reiteramos que nossa concepção que o conhecimento é uma das principais
ferramentas de desenvolvimento organizacional e sua utilização em rede contribui para
impulsionar a inovação e melhorar a eficiência das atividades executadas. O
intercâmbio de experiências e de boas práticas de gestão contribui para o aprendizado
organizacional, para a replicação de tais experiências ou ainda para impulsionar novas
experiências exitosas que promovam mudanças positivas, refletindo em melhores
resultados.

Desse modo, o Seminário de Experiências Exitosas igualmente concebe um legado de


bons resultados, os quais estão sendo multiplicados em toda gestão da Rede IMIP e
amplamente divulgados para a comunidade, possibilitando que a disseminação de
saberes e iniciativas estejam disponíveis a um maior número de expectadores, com o
intuito de dar amplitude a essas iniciativas e estimular a troca de experiências, para
melhor enfrentar os desafios no fortalecimento do SUS.
SUMÁRIO

ACOLHIMENTO: O PRIMEIRO PASSO PARA O ATENDIMENTO HUMANIZADO ..........................................14

AGULHAMENTO A SECO (DRY NEEDLING) COMO TRATAMENTO COADJUVANTE DA DOR.......................16

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA DE ENFERMAGEM NA REDUÇÃO DE GLOSAS NO FATURAMENTO ........18

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA PARA REDUÇÃO DE CUSTOS E


DIVERGÊNCIAS DE INVENTÁRIO...............................................................................................................20

A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NA GARANTIA DOS DIREITOS DOS ....................................................22

A INFLUENCIA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM NA EXECUÇÃO DE EXAMES ..........................................24

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DO FLUXOGRAMA DE DISPENSAÇÃO DAS MÁSCARAS N95 NOS SETORES DA


UPA SÃO LOURENÇO DA MATA. ..............................................................................................................26

ANÁLISE DESCRITIVA DAS MÃES DE BEBÊS COM MICROCEFALIA ASSOCIADA AO ZIKA VÍRUS ..................28

APLICABILIDADE DE UM INSTRUMENTO DE ENFERMAGEM PARA VISITA MULTIDISCIPLINAR EM UMA


UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE TRANSPLANTES .............................................................................30

APLICAÇÃO DA METODOLOGIA LEAN COMO ALTERNATIVA PARA REDUÇÃO DE CUSTOS EM UMA


UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EXITOSA .................................32

APRIMORAMENTO TERAPÊUTICO DO USO OPIOIDES NO CONTROLE DA DOR ONCOLÓGICA NO IMIP ....34

APRIMORAMENTO TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE METÁSTASE ÓSSEA NO INSTITUTO DE MEDICINA


INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA – IMIP ...............................................................................36

A PRÁTICA DA FISIOTERAPIA HUMANIZADA NA UCI NEONATAL DO HOSPITAL DOM MALAN: UM SERVIÇO


ALÉM DAS TÉCNICAS TERAPÊUTICAS .......................................................................................................38

ARTE, CULTURA E LAZER COMO PROPOSTA DE HUMANIZAÇÃO DO SETOR DE PSICOLOGIA NO HOSPITAL


DOM HÉLDER CÂMARA ...........................................................................................................................41

ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR PARA REDUÇÃO DOS GASTOS NO SERVIÇO DE ONCOLOGIA


ATRAVÉS DA MUDANÇA NO USO DE EQUIPOS PARA QUIMIOTERAPIA....................................................43

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO COMO COMPONENTE DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM REUNIÕES


CLÍNICAS DO TRANSPLANTE CARDÍACO ...................................................................................................45

A UTILIZAÇÃO DE APLICATIVO DE TECNOLOGIA MÓVEL COMO FORMA DE MELHORAMENTO DA


MOBILIDADE EM UM HOSPITAL DA REDE PÚBLICA .................................................................................47
AVALIAÇÃO DA ADESÃO E RETENÇÃO DE CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE BASEADA NA
PROBLEMATIZAÇÃO E EM ACOMPANHAMENTO TUTORIAL ....................................................................49

AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO NIR NA UPA SÃO LOURENÇO DA MATA NO PERÍODO DE ABRIL/2017 A


ABRIL/2018 .............................................................................................................................................52

BIOSSEGURANÇA EM ODONTOLOGIA: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA NA UPA ENGENHO VELHO ..............55

BUSCA ATIVA DE INCOERÊNCIAS NO PREENCHIMENTO DAS DECLARAÇÕES DE NASCIDOS VIVOS ...........57

BUSCA ATIVA DE POTENCIAIS DOADORES PARA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTE:
UMA ANALISE COMPARATIVA .................................................................................................................59

CONTRIBUIÇÕES DA AUDITORIA INTERNA PARA A GESTÃO HOSPITALAR NO CONTROLE DE RECURSOS


EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ................................................61

CONTROLE DE PERDAS POR VENCIMENTO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICOS NA UNIDADE DE


PRONTO ATENDIMENTO 24H DE OLINDA. ...............................................................................................63

CRIAÇÃO DE INDICADOR DE QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE: FALHAS NA IDENTIFICAÇÃO DOS


PACIENTES NO HOSPITAL PELÓPIDAS SILVEIRA .......................................................................................65

CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO NO


INTRAOPERATÓRIO NEUROGIRURGIA .....................................................................................................67

CUSTO EFETIVIDADE NA PRÁTICA CIRÚRGICA DIÁRIA: .............................................................................69

COMO ECONOMIZAR OFERECENDO O MELHOR PARA O PACIENTE.........................................................69

DA TEORIA À PRÁTICA: INSERÇÃO DO FARMACÊUTICO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR E NA SEGURANÇA


DO PACIENTE NO HOSPITAL PELÓPIDAS SILVEIRA ...................................................................................71

DESENVOLVIMENTO DOS CRITÉRIOS PARA MARCAÇÃO DOS PACIENTE EM QUIMIOTERAPIA NO


AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA ADULTO ................................................................................................73

DIAGNÓSTICO PARA TUBERCULOSE: PRINCIPAIS VANTAGENS DO TESTE RÁPIDO MOLECULAR QUANDO


COMPARADO À BACILOSCOPIA TRADICIONAL .........................................................................................75

DIETAS CETOGÊNICAS PARA EPILEPSIA FÁRMACO-RESISTENTE: EXPERIÊNCIA APÓS 30 MESES EM


AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO ..............................................................................................................77

EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL: ÊXITO NO SERVIÇO DE ODONTOLOGIA DA UPA ENGENHO VELHO .........79

EDUCAÇÃO PERMANENTE: ESTRATÉGIA PARA MANUTENÇÃO DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL ..........81

EDUCAÇÃO PERMANENTE TUTORIAL: ESTRATÉGIA INOVADORA EM UMA UNIDADE TERCIÁRIA


ESPECIALIZADA DO SUS ...........................................................................................................................83
EMPODERAMENTO DA ENFERMAGEM: IMPLANTAÇÃO DA VISITA DE ENFERMAGEM À BEIRA LEITO NA
UTI NEUROLÓGICA – HPS ........................................................................................................................85

ENCONTRO DE SERVIÇO SOCIAL DO HOSPITAL MIGUEL ARRAES: ESPAÇO DE REFLEXÃO CRÍTICA PARA O
EXERCÍCIO PROFISSIONAL........................................................................................................................87

ESTRUTURAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ESTIMULAÇÃO PRECOCE EM CRIANÇAS COM


COMPROMETIMENTOS NEUROMOTORES: SUBSÍDIOS PARA MINIMIZAÇÃO DE DEFICIÊNCIAS ...............89

EXPERIÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO AMBULATORIAL DE PACIENTES ONCOLÓGICOS EM


TRATAMENTO COM HORMONIOTERAPIA ORAL EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO DO RECIFE ...............91

FRENOTOMIA LINGUAL: EXPERIÊNCIA EXITOSA EM UM HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA .........................93

GESTÃO COMPARTILHADA COMO ESTRATÉGIA INOVADORA PARA ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA


POLÍTICA DE SAÚDE.................................................................................................................................96

GESTÃO POR RESULTADOS: UM RELATO DE CASO SOBRE O SETOR DE CONTAS MÉDICAS DO INSTITUTO
DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA – IMIP ..................................................................98

GRANULOMA PIOGÊNICO ULCERADO EM PACIENTE COM PARALISIA CEREBRAL – RELATO DE CASO....100

GRUPO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM PEDIATRIA PROMOVENDO AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA NO


CENTRO DE REABILITAÇÃO DO IMIP ......................................................................................................102

IMPACTO DE UMA INTERVENÇÃO EDUCATIVA NA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE PACIENTES EM USO


DA MEMBRANA DE OXIGENAÇÃO EXTRACORPÓREA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE
TRANSPLANTES .....................................................................................................................................104

IMPACTO ECONÔMICO DA UTILIZAÇÃO DO PROCESSO DE SOMATÓRIA DE DOSES DE INJETÁVEIS NO


HOSPITAL DOM MALAN – GESTÃO IMIP ................................................................................................106

IMPLANTAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE ABREVIAÇÃO DE JEJUM PRÉ OPERATÓRIO EM UM HOSPITAL DO


NORDESTE BRASILEIRO: ESTUDO PROSPECTIVO DE INTERVENÇÃO .......................................................108

IMPLANTAÇÃO DO INDICADOR DE QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE: INCIDÊNCIA DE LESÃO POR


PRESSÃO (LPP) NOS PACIENTES DA UTI NEUROLÓGICA DO HOSPITAL PELÓPIDAS SILVEIRA ..................110

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS POR DOSE UNITÁRIA EM HOSPITAL


DE REFERÊNCIA DE PERNAMBUCO ........................................................................................................112

IMPLANTAÇÃO DO TIME DE HIGIENE DAS MÃOS...................................................................................114

IMPLEMENTAÇÃO DE ATIVIDADES DE INTEGRAÇÃO, COM TEMÁTICAS TRANSVERSAIS, EM CURSOS


TÉCNICOS DE SAÚDE .............................................................................................................................116
IMPLEMENTAÇÃO DO CENTRO DE TREINAMENTO EM SUPORTE BÁSICO DE VIDA ................................118

IMPLEMENTAÇÃO DO REGISTRO DA AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS DE


PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS ..............................................................................................120

IMPORTÂNCIA DE UM GRUPO DE PESQUISA NA PRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO EM


CIRURGIA CARDIOVASCULAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA UNIDADE DE CIRURGIA CARDÍACA DO IMIP
..............................................................................................................................................................122

INSERÇÃO DO HOSPITAL PELÓPIDAS SILVEIRA NO PROJETO: “MELHORANDO A SEGURANÇA DO


PACIENTE EM LARGA ESCALA NO BRASIL” .............................................................................................124

INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DA NOTIFICAÇÃO E


ENCAMINHAMENTO DOS CASOS DE VIOLÊNCIA IDENTIFICADOS NA UPA PROFESSOR FERNANDO
FIGUEIRA ...............................................................................................................................................126

INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA COMO ESTRATÉGIA PARA EVITAR EVENTOS ADVERSOS DOS


MEDICAMENTOS EM PEDIATRIA ...........................................................................................................128

INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL E GRUPO DE PACIENTES COM SEQUELAS DE ACIDENTE


VASCULAR CEREBRAL ............................................................................................................................130

INTRODUÇÃO DO ENFERMEIRO AO AMBULATÓRIO DE ANTICOAGULANTE ORAL: UM RELATO DE


EXPERIÊNCIA .........................................................................................................................................132

LASERTERAPIA DE BAIXA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DE MANIFESTAÇÕES ORAIS DA SÍNDROME DE


STEVENS-JOHNSON: ..............................................................................................................................134

RELATO DE CASO ...................................................................................................................................134

LASERTERAPIA PARA TRATAMENTO DE LESÕES ORAIS EM PACIENTE COM PANCITOPENIA: UM RELATO


DE CASO ................................................................................................................................................136

LESÃO DE PELE: HIDROGEL X PAPAÍNA, OPÇÃO NA GESTÃO DE CUSTOS EM UMA INSTITUIÇÃO DE


ENSINO DA CIDADE DO RECIFE/PE ........................................................................................................138

MANIPULAÇÃO DO CREME DE PAPAÍNA COMO TERAPIA INOVADORA E EFICAZ NO TRATAMENTO DE


FERIDAS.................................................................................................................................................140

MASSAGEM TERAPÊUTICA EM RECÉM-NASCIDO PREMATURO: ............................................................142

RELATO DE EXPERIÊNCIA .......................................................................................................................142

METODOLOGIA KAIZEN NA REESTRUTURAÇÃO DA DISPENSAÇÃO INTERNA DA FARMÁCIA DO INSTITUTO


DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA (IMIP) ................................................................144
METODOLOGIA KAIZEN NA REORGANIZAÇÃO DO ESTOQUE DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-
HOSPITALARES (MMH) NA UTI CLÍNICA DO INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO
FIGUEIRA (IMIP) ....................................................................................................................................146

MUCOPOLISSACARIDOSES: EVOLUÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE PACIENTES ATENDIDOS EM CENTRO DE


TRATAMENTO DE ERROS INATOS DO METABOLISMO ...........................................................................148

MUCOSITE ORAL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM UM SERVIÇO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DO RECIFE 150

NOTIFICAÇÕES DE AUDITAGEM INTERNA À GESTÃO HOSPITALAR NA CONTRIBUIÇÃO DE CENÁRIOS DA


QUALIFICAÇÃO EM SAÚDE ....................................................................................................................152

OTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DOS ANTINEOPLÁSICOS INJETÁVEIS POR MEIO DO APROVEITAMENTO DAS


SOBRAS COM ESTABILIDADE .................................................................................................................154

OTIMIZAÇÃO DOS GASTOS COM MEDICAMENTOS FORNECIDOS PARA PÓS-QUIMIOTERAPIA ..............156

PATOLOGIAS NOTIFICÁVEIS: LEVANTAMENTO QUANTITATIVO EM UMA UNIDADE DE PRONTO


ATENDIMENTO EM IGARASSU (PE) NO ANO DE 2016............................................................................158

PERFIL DOS PACIENTES EM TRATAMENTO AMBULATORIAL COM ANTINEOPLÁSICOS ORAIS E AVALIAÇÃO


DA ADESÃO À TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA.....................................................................................161

PLATAFORMA DE GESTÃO E APOIO À PESQUISA DO INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF.


FERNANDO FIGUEIRA (IMIP)..................................................................................................................163

PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, HIV-AIDS E GESTAÇÃO NÃO PROGRAMADA


DENTRO DE UM SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: UMA EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE
PRONTO ATENDIMENTO .......................................................................................................................165

PROGRAMA DE REABILITAÇÃO FÍSICA NA FASE AGUDA APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: RELATO
DE EXPERIÊNCIA ....................................................................................................................................167

PROJETO ORGANIZACIONAL DE CUSTO POR RESIDENTE DO HOSPITAL DOM MALAN............................169

PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ...............171

ÁREA DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA


FAMÍLIA DO IMIP/PE: UMA ANÁLISE DO PERÍODO DE 2007-2016 .........................................................173

REESTRUTURAÇÃO DO SERVIÇO DE ARQUIVO MÉDICO E ESTATÍSTICO (SAME) DO INSTITUTO DE


MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA (IMIP)......................................................................175

REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA IMCAPH COMO FERRAMENTA NO MONITORAMENTO DO


FATURAMENTO DE CONTAS HOSPITALARES..........................................................................................177
RELATO DE EXPERIÊNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA METODOLOGIA KAIZEN NAS SECRETARIAS
ACADÊMICAS DO IMIP...........................................................................................................................179

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE FISIOTERAPEUTAS ACERCA DE REUNIÕES CLÍNICAS MULTIDISCIPLINARES EM


ORTOPEDIA TRANSMITIDAS POR VIDEOCONFERÊNCIA .........................................................................181

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM AMBULATÓRIO DE


ONCOLOGIA ADULTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO ...........................................................................183

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO CONTEXTO DA ESTIMULAÇÃO PRECOCE: RELATO DE


EXPERIÊNCIA TRANSDICIPLINAR ............................................................................................................185

SAÚDE INDÍGENA: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O ACOLHIMENTO HUMANIZADO AO INDÍGENA COM


NEOPLASIA NA CASA DE APOIO À SAÚDE INDÍGENA DE PERNAMBUCO ................................................187

SATISFAÇÃO COM TECNOLOGIA ASSISTIVA E REABILITAÇÃO FÍSICA EM PACIENTES COM SEQUELAS DE


ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ...........................................................................................................189

SISTEMATIZAÇÃO DOS PEDIDOS, ACRÉSCIMOS E DEVOLUÇÕES DOS MEDICAMENTOS E MATERIAIS


MÉDICOS NO SETOR EMERGÊNCIA COMO FERRAMENTA NO CONTROLE DE ESTOQUE E SEGURANÇA DO
PACIENTE ..............................................................................................................................................191

SUPORTE AVANÇADO À VIDA NA CARDIOLOGIA: UM CURSO QUE SALVA VIDAS ...................................193

TEAM BASED LEARNING: UMA METODOLOGIA ATIVA PARA QUALIFICAR O PROCESSO DE


APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO TÉCNICA EM SAÚDE ...........................................................................195

TERAPIA OCUPACIONAL E PSICOLOGIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO DO IMIP: CONSTRUINDO LAÇOS


PARA O CONVÍVIO SOCIAL E FAMILIAR NA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA ................................................197

TRATAMENTO DE MORDEDURA ANIMAL POR CICATRIZAÇÃO DE PRIMEIRA INTENÇÃO: RELATO DE CASO


..............................................................................................................................................................199

USO DE INDICADOR DE QUALIDADE PARA REDUÇÃO DE RISCOS RELACIONADOS À IDENTIFICAÇÃO DOS


PACIENTES NO HOSPITAL PELÓPIDAS SILVEIRA .....................................................................................201

UTILIZAÇÃO DOS BUNDLES COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES


RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA DE SAÚDE EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE TRANSPLANTES
..............................................................................................................................................................203

VOLTANDO À ANDAR: MUTIRÃO DE ARTROPLASTIA DO QUADRIL NO HOSPITAL DOM HELDER CÂMARA


..............................................................................................................................................................205
RESUMOS
ACOLHIMENTO: O PRIMEIRO PASSO PARA O ATENDIMENTO HUMANIZADO

FELIPE AUGUSTO CHAVES MACHADO, Cristiano de Souza Leão,


Antonio Cavalcanti, Juliana Maria Pinto Rego Oliveira
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

É sabido que o centro cirúrgico é uma unidade fechada onde, na maioria das vezes, o paciente
é submetido a procedimentos invasivos que, independentemente da complexidade, podem
gerar sentimentos de ansiedade, além de envolver risco, resultando na necessidade da equipe
oferecer atenção especial na recepção e durante sua permanência na respectiva unidade. Logo,
a melhor forma de acolher o paciente e realizar um atendimento humanizado que consiste em
compreender a necessidade de resgate e articulação com os aspectos subjetivos indissociáveis
dos aspectos físico-biológicos, para – além desta ideia, humanizar, é conceber uma prática na
qual profissional e usuário considerem um conjunto de aspectos: físicos, subjetivos e sociais
que compõem o cuidado à saúde. Humanizar, ainda, se refere à possibilidade de incorporar
uma postura ética de respeito ao outro, de acolher o desconhecido e reconhecermos seus
limites. nosso objetivo ao acolher o doente é deixá-lo o mais confortável possível tirando
vários estigmas e dúvidas para que o procedimento cirúrgico ocorra de forma tranquila. Dessa
forma, nós, da equipe de cirurgia, realizamos o acolhimento uma vez na semana, com médico
residente e enfermeira do setor responsável por meio de slides e aula, com objetivo de orientar
os pacientes durante todo o seu internamento (pré, trans e pós-operatório). Durante a palestra,
são ditas informações importantes, quanto ao local onde será realizado o internamento,
recepção do hospital, localização do prédio, documentos necessários para internamento
(cartão sus, cartão IMIP e guia de internamento), informando o dia e horário do internamento,
horário de chegada e principalmente o jejum a ser realizado no pré-operatório. Orientações
aos acompanhantes, alta hospitalar, retorno ao ambulatório, complicações cirúrgicas, tempo
de internação e orientações sobre o abambulatório são temas abordados. Um tópico em
especial que sempre demos muita atenção e importância é em relação à doação de sangue
pelos familiares para aqueles pacientes cuja cirurgia necessita de reserva sanguínea, visto que
os bancos de sangue estão defasados e várias cirurgias estão sendo canceladas por falta do
hemocomponente. É sabido por vários estudos que em serviços com acolhimento pré-
operatório bem feito, a taxa de complicação cirúrgica diminui. Logo, nós da equipe de
cirurgia, sempre realizamos o acolhimento.
14
Referências
Ministério da Saúde (BR). Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Brasília: Editora
MS; 2006.
Ministério da Saúde (BR). Programa nacional de humanização da assistência hospitalar.
Brasília: Editora MS; 2003.
Puccini PT, Cecílio LC. A humanização dos serviços e o direito à saúde. Cad Saúde Pública.
2004 Out;20(5):1342-53.

Palavras-chave: Acolhimento. Enfermagem. Bloco Cirúrgico. Humanização.

15
AGULHAMENTO A SECO (DRY NEEDLING) COMO TRATAMENTO
COADJUVANTE DA DOR

GLEYDSON JOSE BEZERRA ALMEIDA, Natalya Maria Cavalcanti Vaz Galindo


Unidade Pernambucana de Atendimento Especializado (UPAE) Garanhuns

A dor é uma experiência que envolve sensações e sentimentos desagradáveis relacionadas à


lesões tissulares reais ou potenciais, ou descrita em tais termos. Pode-se apresentar
clinicamente de diversas maneiras e ser associada a múltiplos sintomas. Por isso, autores vêm
sugerindo que os fisioterapeutas tratem a dor de acordo com os mecanismos clínicos
periféricos, centrais e/ou associados, identificados durante a avaliação. A técnica do
agulhamento seco é um procedimento definido como a penetração de uma agulha sólida,
realizada sem a introdução de qualquer droga e tem seu princípio no rompimento mecânico
dos PGM que estão localizados nos músculos esqueléticos, ocasionando a dor. As vantagens e
os efeitos fisiológicos do agulhamento seco são cada vez mais documentados e incluem uma
redução imediata da dor no local e/ou generalizada restauração da gama de padrões de
movimento e ativação muscular, uma normalização da química local, alem de reduzir a
sensibilização periférica e central. Tendo em vista o exposto, os fisioterapeutas habilitados a
aplicar a técnica de agulhamento a seco, em comum acordo com a coordenação, resolveram
utilizar mais esse recurso nas sessões de fisioterapia, afim de acelerar o processo de
recuperação do paciente e reduzir o numero de sessões. No mês de julho de 2017, o
agulhamento foi introduzido como mais um recurso no tratamento de fisioterapia na unidade.
O tempo de tratamento médio consiste em 20 sessões, quando utilizado apenas o
convencional. Caso na quinta sessão o paciente não apresente melhora, introduzimos o
agulhamento a seco junto com os demais recursos. O protocolo adotado no inicio consiste em
explicar ao paciente a técnica que será utilizada, para que haja consentimento por ser um
procedimento não habitual, e a intensidade da dor é avaliada por meio da EVA (Escala Visual
Analógica de Dor). As sessões são semanais, as agulhas são aplicadas duas vezes por semana
até sumirem os sintomas. Foi realizada a busca ativa nos prontuários para identificar os casos
em que a técnica foi utilizada, um total de 55 pacientes submetidos ao agulhamento a seco,
em um período de seis meses. Dos 55 pacientes, 5 desistiram por apresentarem resistência a
agulhas, 8 abandonaram sem justificativa, tendo completado o protocolo 42 pacientes. Desses,
10 apresentaram melhora já na quinta sessão, e os demais observaram melhora significativa
16
após a quinta sessão e no máximo 10 sessões para os sintomas de dor desaparecerem. A partir
dos dados encontrados nos prontuários, pode-se concluir que o agulhamento a seco é uma
técnica bastante eficaz no tratamento da dor, ajudando a diminuir o numero de sessões quando
comparamos com a fisioterapia convencional. Observou-se também que nos casos de dor
aguda, os resultados são ainda mais rápidos. Com isso, o setor de fisioterapia conseguiu
melhorar a qualidade do atendimento, acelerando a recuperação do paciente e diminuindo
assim o tempo na fila de espera.

Referências
Affaitatti G, Constatini R, Fabrizio A, Lapenna D, Tafuri E, Giamberardino MA. Effects of
treatment of peripheral painsgenerators in fibromyalgia patients. Eur J Pain. 2011
Jan;15(1):61-9.
Cagnie B, Dewitte V, Barbe T, Timmermans F, Delrue N, Meeus M. Physiologic effects of
dry needling. Curr Pain Headache Rep. 2013 Aug;17(8):348.
Dommerhol TR, Gerwin RD. Neurophysiologic Effects of Needling Therapies. In: Fernández-
de-las-Peñas C, Arendt-Nielsen L, Gerwin RD. Tension-type and cervicogenic
headache: pathophys-iology, diagnosis, and management. Boston: Jones & Bartlett;
2010. (Contemporary Issues in Physical Therapy and Rehabilitation Medicine).
Lucas KR, Polus BI, Rich PA. Latent myofascial trigger points: their effects on muscle
activation and movement efficiency. J Bodywork Mov Ther. 2004 Jul 8(3):160-6.
Nijs J, Houdenhove B. From acute musculoske letal pain to chronic widespread pain and
fibrom-yalgia: application of painneurophysiology in manual therapy practice. Man
Ther. 2009 Feb;14(1):3-12.
Silva JA, Ribeiro-Filho NP. A dor como um problema psicofísico. Rev Dor [Internet]. 2011
Jun [cited 2018 Aug 20];12(2):138-51. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180600132011000200011&l
ng=en

Palavras-chave: Fisioterapia. Dor. Dry Needling. Agulhamento a Seco.

17
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA DE ENFERMAGEM NA REDUÇÃO DE
GLOSAS NO FATURAMENTO

LUCIANA SILVA PEREIRA, Milena Cristina Moura Figueira, Giselma Leite da Silva
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Olinda

O presente trabalho relata a rotina do faturamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA)


Gregório Lourenço Bezerra, situada no bairro de Tabajara, Olinda/PE, em que se verificaram
fatores promotores de glosas nas sínteses mensais da produção recebidas pela SES. Após a
implantação do novo fluxo de prontuários na unidade (2015), o novo objetivo da equipe do
faturamento passou a ser reduzir as glosas a zero. Para isso, foi criado um “checklist pré-
fechamento”, no intuito de minimizar esse problema, despertando assim a necessidade de
conhecer, identificar e extinguir seus fatores desencadeantes. Segundo Motta, a auditoria de
enfermagem trata da verificação da incompatibilidade entre o procedimento realizado e os
itens que compõem a conta hospitalar cobrados. Conforme a resolução 260/2001, que aprova
as atividades do enfermeiro auditor, o qual atua no controle e avaliação dos custos,
procedimentos realizados e faturados em uma unidade de saúde, contribuindo para minimizar
o quantitativo de glosas no faturamento. O principal objetivo deste estudo é demonstrar a
importância do enfermeiro auditor na análise pré-fechamento da produção ambulatorial
(BPA) e redução no quantitativo de glosas dos procedimentos realizados e faturados na
unidade. O estudo em evidência é retrospectivo, transversal e quantitativo, realizado em dois
momentos: a observação das sínteses de 2016, as quais apresentavam inconsistências
relacionadas ao cadastro no CNES, CEP do usuário inválido, procedimentos sem orçamento,
profissionais em desacordo com a portaria 134/2011, procedimentos não cadastrados no
serviço de classificação do CNES e CBO’s, não aprovado (ultrapassou o teto financeiro) e
aprovado parcialmente (ultrapassou o teto financeiro) e o segundo momento, elaboração de
um checklist que visa minimizar a ocorrência de possíveis inconsistências nas sínteses.
Utilizamos como referência o período de 2016/2017, onde mensalmente recebíamos as
sínteses com glosas recorrentes de causas diversas, despertando a necessidade de elaborar
roteiro de checagem antes de enviar o arquivo a SES. Diante da presença de inconsistências
geradas e apresentadas nas sínteses recebidas da SES, observou-se, no ano de 2016, a
presença de 18 ocorrências de profissionais em desacordo com a portaria 134/2011 (20%), 2
procedimentos que exigem serviço/classificação no CNES (2%), seguido de 37 ocorrências de
18
CEP inválido (41%) e 33 ocorrências de profissionais não encontrados no estabelecimento
(CNES) (36%), restando apenas 1 procedimento sem orçamento (1%). Em 2017, após a
implantação do checklist, verificou-se a ocorrência de 8 procedimentos com profissionais não
encontrados no estabelecimento (CNES) (3%) e 1 procedimento que exige serviço de
classificação no CNES. Os demais procedimentos glosados relacionaram-se a ultrapassagem
de teto financeiro, os quais foram rejeitados equivocadamente, uma vez que as UPA’s não
possuem teto fixo para realização de procedimentos. De setembro/2016 até janeiro/2017 não
foi glosado nenhum procedimento. O presente estudo ressalta a importância do enfermeiro
auditor na pré-análise de fatores determinantes de glosas e na redução das mesmas nas
sínteses mensais da produção do faturamento da UPA Olinda, a criação de um check list de
observações apresentou-se como importante ferramenta na diminuição de ocorrência de
glosas e reapresentação de procedimentos com inconsistências em nossa Unidade.

Referências
Conselho Federal de Enfermagem. Resolução 211/2007. [cited 2018 Maio 10]. Available
from: http://portalcofen.gov.br
Francisco IM, Castilho V. A enfermagem e o gerenciamento de custos. Rev Esc Enferm USP.
2002 Set;36(3):240-4.
Francisco MT. Auditoria em enfermagem: padrões, critérios de avaliação e instrumentos. 3.
ed. São Paulo: Cedas; 1993.
Motta AL. Auditoria de enfermagem nos hospitais e operadoras de planos de saúde. São
Paulo: Iátria; 2003.
Rodrigues VA, Perroca MG, Jericó MC. Glosas hospitalares: importância das anotações de
enfermagem. Arq Ciênc Saúde [Internet]. 2004 Out-Dez [cited 2010 Mar
18];11(4):210-4. Avail-able from: http://www.cienciasdasaude.famerp.br/racs_ol/Vol-
11-4/03%20-%20id%2070.pdf

Palavras-chave: Faturamento. Glosas. Auditoria. Síntese.

19
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA PARA
REDUÇÃO DE CUSTOS E DIVERGÊNCIAS DE INVENTÁRIO

LUISA MACIEL FREIRE DE AZEVEDO


UPA Cabo de Santo Agostinho

O gerenciamento dos estoques sem um nível satisfatório da qualidade da informação pode


acarretar uma série de agravantes para os processos internos e externos da organização, além
dos respectivos custos relacionados. Quando a acuracidade é muito baixa ou inexistente, os
riscos de faltas e sobras de produtos tornam-se impactantes, podendo causar problemas como
compras desnecessárias ou desperdício de produtos, acarretando em custos para a unidade que
poderiam ser evitados. Além disso, a falta de acuracidade dos estoques pode resultar na falta
de abastecimento de determinados itens, prejudicando a prestação da assistência à saúde nas
unidades e, consequentemente, colocando em risco o bem-estar e a vida dos pacientes. Tendo
em vista o percentual elevado de custos que os estoques oneram, o presente trabalho tem por
objetivo apresentar os procedimentos realizados na Farmácia da UPA Cabo de Santo
Agostinho, para reduzir as divergências dos inventários entre dezembro/2016 e
dezembro/2017, aumentar a acuracidade e o aperfeiçoamento do controle dos estoques, além
de redução de custos para a unidade. Durante o ano de 2017, foram corrigidos problemas
como: falha na comunicação interna do setor (através do estabelecimento do livro de
ocorrências), erros de conferência no recebimento dos produtos (através de treinamento com
os funcionários), as cotas dos setores de enfermagem (Salas Medicação, Amarela Adulto,
Nebulização, Sutura e Ambulância) foram extintas, a Central de Abastecimento Farmacêutico
(CAF) foi melhor organizada e os produtos dispostos por data de validade. A farmácia foi
igualmente organizada e os produtos dispostos por ordem de demanda, as transferências entre
os estoques passaram a ser conferidas pelas farmacêuticas e as baixas dos produtos passaram
a ser realizadas e acompanhadas diariamente. Para a elaboração do presente trabalho, foram
coletados no sistema MV2000, módulo MGES, os dados dos resultados dos inventários de
dezembro de 2016 e dezembro de 2017, bem como o custo em perdas por validade dos
referidos anos. A organização dos estoques por ordem de data de expiração de validade e por
rotatividade, o acompanhamento das transferências entre os estoques pelas farmacêuticas e a
tomada de providências em relação aos medicamentos a vencer conseguiu reduzir o
desperdício em vencidos de R$ 22.537,21 em 2016, para R$ 3.819,63 em 2017, uma redução
20
de 83,05%. Como resultado das medidas tomadas, obteve-se uma redução geral nas
divergências do inventário de +R$ 11.612,27 em dezembro/2016 para -R$ 767,79 em
dezembro/2017, o que corresponde em percentual a 8,48% e -0,39%, respectivamente. Ou
seja, o percentual de divergências no inventário de 2017 ficou dentro do limite aceitável para
o IMIP Gestão – até 2% para mais ou para menos. É importante ressaltar que, em Dezembro
de 2017, houve uma correção no procedimento de contagem dos kits nos inventários: os kits
da sala vermelha, anteriormente contabilizados em todos os inventários (procedimento não
padrão), não foram contados, gerando um saldo negativo no sistema não correspondente à
realidade. A partir dos resultados positivos obtidos nas soluções dos problemas apresentados
neste trabalho, conseguimos observar quais os processos são críticos para a redução de
divergências nos inventários e realizar uma intervenção nesses pontos, aperfeiçoando o
controle e a acuracidade dos estoques e reduzindo os custos da unidade.

Referências
Drohomeretski E, Favaretto F. O impacto dos processos de controle de inventário na
acuracidade de estoque: múltiplos casos em empresas industriais da Grande Curitiba.
[XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção; 2010 Out 12-15; São Carlos,
SP, Brasil] [cited 2018 Abr 9]. Available from:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STP_113_741_15237.pdf
Drohomeretski E, Favaretto F. Um levantamento das causas efeitos da falta de acuracidade
nos estoques: um estudo exploratório. Revista Gestão Industrial [Internet]. 2010 [cited
2018 Abr 9];06(2):142-58. Available from:
https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/383/481
Esser WJ. A importância do controle interno, do inventário e da auditoria para as
organizações: um estudo de caso da agropecuária Hermes Petry & CIA LTDA – ME.
[Trabalho de Conclusão de Curso]. Juína: Faculdade de Ciências Contábeis e
Administração do Vale do Juruena, Bacharelado em Ciências Contábeis; 2010. 61 p.
Venceslau FM. Gestão de Estoques: um estudo das divergências no inventário de uma
empresa de autopeças de João Pessoa PB. [Trabalho de Conclusão de Curso] João
Pessoa: Universidade Federal da Paraíba, Curso de Graduação em Administração;
2009. 68 p.

Palavras-chave: Gestão de Estoques. Redução de Custos. Redução de Divergências.

21
A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NA GARANTIA DOS DIREITOS DOS
USUÁRIOS

CLAUDIA CICERA MONTEIRO DE MORAIS, JussiKely Berto Nascimento


Mariny Pereira do Nascimento, Raissa Ranusia da Cruz Santos
UPA Barra de Jangada Senador Wilson Campos

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como princípio fundamental a universalização dos
serviços de saúde, legitimado na LOAS n° 8.080/1993, porém tem se mostrado frágil na
inclusão de toda a população de forma equânime na atenção pública à saúde, principalmente
nas atividades de alta complexidade e alto custo, como as Unidades de Terapia Intensiva
(UTI). Nesse contexto, a UPA de Barra de Jangada reconhece a importância do atendimento
aos usuários em todos os níveis de complexidade do sistema, e implantou o fluxo de
orientação ao Ministério Público (MP) a todos os acompanhantes de usuários internados em
lista de UTI, com o objetivo de apressurar a disponibilização da vaga, garantindo o
atendimento e o acesso ao tratamento apropriado aos usuários SUS. Para responder ao
objetivo do trabalho, foi realizada uma análise documental da legislação do SUS e de
duzentos e vinte e seis prontuários de usuários admitidos na sala de observação vermelha da
UPA Barra de Jangada, com perfil de UTI, no período determinado entre julho e dezembro
dos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017. De acordo com o resultado, é possível verificar um
aumento considerável de usuários com perfil de vaga de UTI atendidos na unidade nos meses
de julho a dezembro de 2015, 2016 e 2017, quando comparados aos meses de julho a
dezembro do ano de 2014. Apesar disso, observa-se uma redução no tempo de espera de
disponibilização de leito de UTI nos meses de julho a dezembro de 2015 a 2017, quando
comparados aos meses de julho a dezembro do ano 2014, período em que o fluxo de
orientação ao MP, ainda não havia sido implantado. Durante o período de julho a dezembro
do ano de 2014, 37 pacientes com perfil de UTI ficaram aguardando em lista por
disponibilização de vaga. Deste total, 65% foram transferidos para leitos de UTI e 35% foram
a óbito. Já no período de julho a dezembro de 2015 a 2017, somam o expressivo valor de 189.
Deste total, 72% foram transferidos para leitos de UTI e 28% foram a óbito Após a
implantação do fluxo de encaminhamento dos acompanhantes dos usuários internados
aguardando vaga de UTI ao MP, que ocorreu no ano de 2015, observa-se que 50% dos
acompanhantes receberam orientação ao MP e os outros 50% não. Do total de casos onde os
22
familiares foram direcionados ao MP, 41% dos pacientes conseguiram acessar leito de UTI
enquanto 9% foram a óbito. Dos pacientes cujos familiares não chegaram a ser orientados ao
MP, 31% foram transferidos e 19% foram a óbito. É importante salientar que aqueles que não
receberam a referida orientação são os acompanhantes dos pacientes que precisam para
definir o perfil do leito de UTI. Outra parte dos pacientes são os que intercorrem ou têm seu
quadro clínico agravado. Nesse sentido, o direcionamento ao Ministério Público é ferramenta
importante para viabilizar e acelerar o acesso do usuário do SUS ao serviço de alta
complexidade.

Referências
Lei 8080 de 1990, Regulamento que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes
e dá outras providências. [cited 2018 Maio 05]. Available from:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 1.600 de 7 de julho de 2011, Reformula a Política
Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no
Sistema Único de Saúde (SUS), Diário Oficial da União, Brasília. (8 de Julho de
2011).
Santos C. Direito à saúde: como conseguir uma vaga na UTI? [cited 2018 Maio 07]. Available
from: https://blog.ipog.edu.br/saude/direito-sade-como-conseguir-uma-vaga-na-uti/

Palavras-chave: Acesso. Informação e Saúde.

23
A INFLUENCIA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM NA EXECUÇÃO DE
EXAMES

ROSANE KEYLA QUIRINO DE BRITO,


Paula Moniele Marins Gondim, Talita Garngeiro
UPAE Salgueiro

A UPAE Salgueiro compõe a VII Região de Saúde. Para avaliação dos serviços prestados, são
estabelecidas metas contratuais com o monitoramento de indicadores de produção e
indicadores de qualidade, cujo não cumprimento acarreta penalização financeira.
Considerando o alto índice de perda dos exames ofertados e seu impacto no tempo de retorno
e execução de consultas médicas, padronizou-se, na unidade, que todo paciente com
requisição para ultrassonografia, endoscopia e colposcopia, seria submetido previamente à
consulta de enfermagem, para orientações e esclarecimentos. A consulta de enfermagem é
contemplada na Lei nº 7.498/86, no Decreto nº 94.406/87 e na Resolução Cofen nº 359/09.
Este estudo tem por objetivo descrever como a consulta de enfermagem possibilitou a UPAE
Salgueiro melhorar a execução de exames e reduzir o tempo de espera na fila de retorno,
favorecendo o cumprimento das metas. Foi realizada uma analise comparativa entre os
Relatórios de Pacientes Agendados e Exames Executados/Dia, através do MV-PEP, além dos
relatórios anuais de execução e do SGS – Sistema de Gerenciamento de Filas, referentes à
2016 e 2017. Resultados/Discussão: Após analise dos dados, observou-se que, em 2016,
foram agendados 823 pacientes para Endoscopia, sendo 83,6% executados, com perda de
16,4%. Em 2017, após a padronização da CE como pré-requisito ao agendamento dos exames,
foram agendados 811 pacientes, executando-se 92,10%, apresentando melhoria de 8,5% na
execução. Para Ultrassonografias, em 2016 foram agendados 3691 pacientes, sendo 71,8%
executados, com perda de 28,20%. Já em 2017, foram agendados 3.511 pacientes,
executando-se 82,43% da oferta, gerando um aumento de 10,63% na execução. O resultado
mais significativo foi observado nas colposcopias, onde em 2016 foram agendados 834
pacientes, com execução de 60,8% e perda de 39,20%. Sendo 2017, agendados 1.117
pacientes, executando 82,11% e apresentando melhora de 21,31% na execução. Estes índices
possibilitaram à unidade reduzir o tempo médio de espera na fila de retorno de 120 dias em
2016 para 45 dias em 2017, representando uma redução na espera de 62,5%. A gestão da
UPAE Salgueiro, através da padronização de que todo paciente com requisição exames seria
24
submetido previamente à Consulta de Enfermagem para orientações e esclarecimentos,
conseguiu aproveitar melhor os recursos disponíveis, aumentando a execução de exames e
reduzindo o tempo de espera na fila de retorno, contribuindo assim para o cumprimento da
meta contratual.

Referências
Conselho Federal de Enfermagem. Resolução Cofen N°544 de 2017, Revoga a Resolução
Cofen nº 159 de 1993, Consulta de Enfermagem. (09 de maio de 2017). Available
from: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05442017_52029.html
Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco. Contrato de Gestão n° 006/2014, assinado
entre a O.S. e a SES/PE (03 de março de 2014).
Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Secretaria Executiva de Coordenação Geral.
VII Geres. Available from: http://portal.saude.pe.gov.br/unidades-de-saude-e-
servicos/secretaria-executiva-de-coordenacao-geral/vii-geres

Palavras-chave: Consulta de Enfermagem. Execução. Metas.

25
ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DO FLUXOGRAMA DE DISPENSAÇÃO DAS
MÁSCARAS N95 NOS SETORES DA UPA SÃO LOURENÇO DA MATA.

ANNA PAULA FERRAZ CARVALHO BUARQUE DE MELO,


Natalia de Fatima de Lima Silva, Elizangela Alves Torre,
Priscylla Nunes de Macedo Oliveira
UPA São Lourenço da Mata

Na área da saúde, pode-se observar um grande risco ocupacional relacionado à probabilidade


de ocorrência de um acidente de trabalho e aos procedimentos específicos à profissão
desempenhada, podendo levar à lesão corporal, perturbação funcional e a doença. Por isso, a
adoção de normas de biossegurança no trabalho em saúde é condição fundamental para a
segurança dos trabalhadores, qualquer que seja a área de atuação, pois os riscos estão sempre
presentes. Durante o processo de trabalho destes profissionais, a prática nos cenários
assistenciais da rede de saúde os expõem a adquirir tuberculose. Considerando esta situação,e
visando a redução de riscos ao trabalhador que foram criadas medidas para evitar contágio
com a cepa causadora da tuberculose. Uma das medidas de prevenção é o uso da máscara N-
95. A principal função do respirador N95 é proteger a boca e o nariz contra as secreções
respiratórias contaminadas que estejam em contato com o ambiente. Diante do cenário
aumentado de casos de tuberculose registrados pela Unidade nos últimos anos, buscou-se
implantar um fluxo de dispensação da máscara N-95 pela segurança do trabalho para a
biossegurança na prática à assistência do paciente em precaução aérea por tuberculose
pulmonar (TB) na UPA São Lourenço da Mata, respeitando tanto critérios de troca da
máscara e conscientização do uso correto. O objetivo deste trabalho foi descrever a
implantação do fluxograma de dispensação das máscaras N-95 nos setores da UPA São
Lourenço da Mata. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Utilizou
como método os relatórios de estoque entrada e saída de produtos do sistema MV e fichas de
epi´s com dados dos funcionários e assinaturas. A preocupação da unidade em implementar
este fluxograma foi garantir que as fichas de controle de máscaras N-95 fossem atualizadas e
assinadas registrando que o profissional recebeu seu EPI durante sua jornada de trabalho,
fornecer orientações quanto ao seu uso, conservação e acondicionamento da máscara pela
Técnica de Segurança do Trabalho e a redução do consumo das referidas. Foi verificado que
em comparação ao ano de 2016 o ano de 2017 obteve uma redução aproximadamente 20% na
26
compra das referidas máscaras e aproximadamente 10,4% no consumo. Ressalta-se que a
implantação do formulário e controle iniciou no ano 2017. Antes da implementação do
fluxograma e treinamento, havia descontrole em relação à dispensação deste material, quanto
também ao uso e acondicionamento correto do referido. As condições impróprias de trabalho
podem dificultar a implementação de medidas de biossegurança para a tuberculose pulmonar
no ambiente hospitalar e nos procedimentos de controle de infecção hospitalar, podendo
repercutir negativamente sobre a saúde dos trabalhadores, porém com os treinamentos e
orientações sobre os procedimentos corretos do uso do epi, observamos o maior controle na
dispensação e economia no financeiro.

Referências
Souza TN. Avaliação e prevalência de infecção por Mycobacterium Tuberculosis entre os
profissionais de saúde do hospital das clinicas da faculdade de medicina da
universidade de São Paulo [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1999.
Malveira EA, Griep RH, Fernandes CC. Explorando conhecimentos, práticas e atitudes de
alunos de graduação em enfermagem de uma universidade pública em relação à
prevenção da disseminação da tuberculose. Escola Anna Nery Revista de
Enfermagem. 2002 Ago;6(2):273-83.

Palavras-chave: Biossegurança. Tuberculose. Enfermagem.

27
ANÁLISE DESCRITIVA DAS MÃES DE BEBÊS COM MICROCEFALIA
ASSOCIADA AO ZIKA VÍRUS

LIDIANE JACINTO DO NASCIMENTO, Rebeca Luiz de Freitas,


Verônica Maria da Rocha Kozmhinsky, Maria de Fátima Pessoa de Araújo Sabino
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A doença do Vírus Zika é causada por um arbovírus transmitido pelos mosquitos Aedes
(OMS). Os sintomas mais comuns são exantemas (erupção da pele), ligeira elevação da
temperatura corporal e conjuntivite, durando em média cinco dias. Com a confirmação dos
primeiros casos de febre zika no Brasil em maio de 2015, inicialmente nos estados do
Nordeste, observou-se uma rápida dispersão do vírus para as outras regiões do país e seguiu-
se o aumento expressivo das notificações de recém-nascidos com microcefalia no Sistema de
Informação de Nascidos Vivos (Sinasc). Constatou-se ainda que os primeiros meses de
gestação das crianças que nasceram com microcefalia corresponderam ao período de maior
circulação do vírus zika na região Nordeste e que não havia correlação com histórico de
doença genética na família ou exames com padrão de outros processos infecciosos
conhecidos. Sabe-se que o período intrauterino é uma fase crítica para o crescimento e
desenvolvimento de órgãos e tecidos fetais, e que injúrias sofridas nessa fase interferem nesse
processo. A microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve
de maneira adequada: o perímetro cefálico dos recém-nascidos é menor que dois desvios-
padrão da média para idade e sexo, podendo levar a alterações cerebrais e problemas no
desenvolvimento neurológico. Embora os casos recentes estejam sendo atribuídos à infecção
de mães pelo zika vírus, a microcefalia pode ser causada por doenças infecciosas, substâncias
tóxicas ou fatores genéticos ou podem estar associadas a síndromes. O objetivo desse trabalho
foi descrever o perfil dos bebês com microcefalia associada ao Zika vírus, através de um
estudo transversal, realizado no Ambulatório de Odontologia do Instituto de Medicina
Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), na cidade do Recife (Pernambuco, Brasil). Após a
aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 1.782.930, os dados foram
coletados através dos prontuários preenchidos durante a primeira consulta no ano de 2016 e
analisados através do programa estatístico SPSS v.13.0. Um dos achados bucais encontrado
nesses pacientes é o atraso na erupção dentária, podendo se observar também a presença da
micrognatia e disfagia. É importante destacar o acompanhamento das mães e dos bebês que
28
sofreram as consequências dessa epidemia, visto que a emergência deste arbovírus e sua
associação causal com diferentes quadros clínicos e com gravidade especialmente em fetos
abre um leque de oportunidades para diversos estudos, visando maior elucidação não só das
características da doença, como também de suas manifestações clínicas a longo prazo.

Referências
Oliveira CS, Vasconcelos PF. Microcefalia e vírus zika. J J Pediatr [Internet]. 2016 Abr [cited
2018 Maio 23];92(2):103-105. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-
75572016000200103&lng=en
Oliveira WK, Cortez-Escalante J, Oliveira WT, Carmo GM, Henriques CM, Coelho GE, et al.
Aumento na prevalência relatada de microcefalia em bebês nascidos de mulheres que
vivem em áreas com transmissão confirmada de zika vírus durante o primeiro
trimestre de gravidez - Brasil, 2015. MMWR Morb Mortal Wkly Rep [Internet]. 2016
Mar;65(9):242-7. Available from: http://dx.doi.org/10.15585/mmwr.mm6509e2

Palavras-chave: Gestação. Zika Vírus. Microcefalia.

29
APLICABILIDADE DE UM INSTRUMENTO DE ENFERMAGEM PARA VISITA
MULTIDISCIPLINAR EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE
TRANSPLANTES

HELOISE AGNES GOMES BATISTA DA SILVA, Stephanie Steremberg Pires


D’Azevedo, Karina Silva do Nascimento, Thaysa de Melo Caldas
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor de alta complexidade que demanda um


amplo conhecimento dos profissionais de saúde sobre o aparato tecnológico específico e os
pacientes críticos. Manter uma rotina de visitas multidisciplinares à beira do leito é
fundamental para uma melhor discussão sobre o gerenciamento de processos assistenciais,
terapias e ações envolvidas diretamente na assistência. Tendo em vista que a equipe de
enfermagem exerce um papel de vigilância integral da assistência dos doentes críticos torna-
se imprescindível a sua participação tendo em vista a melhoria no relacionamento
interprofissional. É fundamental que a equipe apresente discernimento da situação clínica dos
pacientes, tendo com enfoque das terapias utilizadas, profilaxias, dispositivos invasivos e
outros cuidados de enfermagem, com o objetivo de contribuir para cuidado seguro na UTI,
minimizando erros de comunicação e não negligenciando informações relevantes de saúde.
Aplicar um instrumento de enfermagem para visita multidisciplinar um uma Unidade de
Terapia Intensiva de Transplantes. O instrumento foi aplicado na Unidade de Terapia
Intensiva de Transplantes pelos enfermeiros assistenciais e residentes de enfermagem com
prévio treinamento pela gerente de enfermagem do setor. A construção do instrumento se deu
durante reunião com os enfermeiros, entrando em vigor em março de 2018. O instrumento é
composto por informações sociodemográficas, clínicas, nutricionais, farmacológicas,
profiláticas, uso de dispositivos e balanço hídrico que podem ser preenchidos no formato de
check-list e espaços para descrição de informações adicionais. Com o incremento desse
instrumento ao setor de UTI Transplante foi adicionado a rotina de visita aos leitos a presença
de pelo menos um enfermeiro. Com a aplicação do instrumento, foi observada uma maior
agilidade na execução de exames, transfusões de hemoderivados, diminuição da exposição
dos pacientes a procedimentos já realizados (exames de imagem, laboratoriais, culturas).
Antes da implementação do instrumento, não era possível dimensionar as praticas realizadas
com os pacientes devido à perda de informações devido à ausência a do enfermeiro na tomada
30
de decisões, durante a vista multidisciplinar. A terapêutica era centrada no cuidado da equipe
médica, sendo o papel da enfermagem apenas de executor da assistência. Outro ponto
observado foi a efetividade na comunicação entre a equipe, proporcionando uma melhor
qualidade na assistência, por meio da participação do enfermeiro ao qual se tornou mais
efetiva ao discutir condutas clínicas, juntamente com a equipe. A participação do enfermeiro a
respeito do cuidado da assistência foi otimizada pela aplicação do instrumento de visita à
beira leito. Os dados apresentados garantem uma melhor visibilidade do quadro clínico e
conduta assistencial programada para o doente. Diante do que foi exposto, esse instrumento
torna-se relevante, favorecendo a aplicação em outras unidades de terapia intensiva, a fim de
que a qualidade da assistência e a segurança do paciente seja garantida.

Referências
Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Infecções do trato respiratório: orientações para
prevenção de infecções relacionadas a assistência à saúde? Brasília: ANVISA; 2017.
Beccaria LM, Meneguesso B, Barbosa TP, Pereira RA. Interferências na passagem de plantão
de enfermagem em unidade de terapia intensiva. Revista cuidarte enfermagem
[Internet]. 2017 Jan-Jun [cited 2018 Abr 22];11(1):86-92. Available from:
http://www.webfipa.net/facfipa/ner/sumarios/cuidarte/2017v1/12%20Artigo%20Interf
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Reis LS, Silva EF, Waterkemper R, Lorenzini E, Cecchetto FH. Percepção da equipe de
enfermagem sobre humanização em unidade de tratamento intensivo neonatal e
pediátrica. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2013 Jun [cited 2018 Abr 23];34(2):118-24.

Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva. Equipe de Assistência ao Paciente. Cuidados


de Enfermagem. Comunicação Interdisciplinar.

31
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA LEAN COMO ALTERNATIVA PARA
REDUÇÃO DE CUSTOS EM UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EXITOSA

CHIKA WAKIYAMA, Edijane Maria de Castro Silva,


Maria Josemere de Oliveira Borba, Luciana Bezerra de Lira
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Melhorias nos modelos de gestão são aplicadas a fim de minimizar o impacto das dificuldades
na administração pública, principalmente quando se refere a processos/custos. A gestão de
estabelecimentos de saúde é desafiadora para seus administradores, que se deparam com
receitas insuficientes, tabelas de remuneração defasadas/aumento de custos no processo da
oferta de serviço de saúde. A possibilidade de inovação/aquisição de novas competências é
uma alternativa positiva, tal qual introduzir metodologias/filosofias direcionadas a mudanças/
melhorias. O programa Lean Seis Sigma é uma filosofia direcionada para melhoria contínua
por meio da eliminação de desperdícios, para atingir um nível benchmark de eficiência em
despesas fixas. Uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) a sobra de alimentos
ocasiona desperdício durante o processo de produção. O estudo implantou, por meio da
aplicação da metodologia Lean, iniciativas de melhoria de fluxo/custo de uma UAN. Método:
Trata-se de um estudo descritivo que utilizou a metodologia Lean no Projeto Institucional a
partir da Gestão Matricial de Despesas em parceria com o Grupo Neoenergia, onde foram
selecionados cinco setores chamados “pacote” para buscar iniciativas de redução de
fluxos/processos. O “pacote” de nutrição realizou três iniciativas no período de
setembro/2017 a março/2018. Estas iniciativas foram baseada na curva ABC de consumo de
gêneros alimentícios para identificar os itens mais caros e com a maior rotatividade/consumo,
sendo selecionados: carne moída, inhame e leite. Os itens tiveram o fluxo analisado, desde a
compra até a distribuição. Na ação da carne, inicialmente realizou-se uma pesquisa com os
funcionários para avaliar aceitação da carne, depois foram realizados testes, através do peso
padrão para descongelamento das diferentes marcas e submetidas à cocção, depois comparada
à carne moída na UAN. No inhame, foi realizado pesquisa de aceitação da preparação com os
pacientes, índice de rejeito e sobra limpa, ajustes no corte, porcionamento e treinamento da
equipe. Na iniciativa do leite, foi realizado acompanhamento das diluições e per capta das
preparações. A carne moída congelada apresentou perda de rendimento entre 50% e 70% e o
32
músculo moído no próprio serviço melhor rendimento (90%) e economia (R$) de 34%. Para o
leite a economia (R$) foi de 24%. O inhame apresentou uma economia (R$) de 4%. Os
resultados analisados foram comparados ao mesmo período de ano anterior. A soma dos
valores em reais (R$) das três iniciativas possibilitou uma economia total de 26%. As ações
implantadas possibilitaram uma economia financeira para atingir um nível benchmark de
eficiência. A continuidade e monitoramento periódico dessas iniciativas são de extrema
importância para o sucesso do projeto, e disseminação desse pensamento inspirativo na equipe
de trabalho se torna um grande desafio para a ampliação dos resultados.

Referências
Ferguson D. Lean and six sigma: the same or different? Management Services [Internet].
2007 Oct [cited 2009 Feb 20];12-3. Available from: https://www.ims-
productivity.com/user/custom/journal/2006/Winter/IMSwin06p14_16.pdf.
Ferigollo MC, Busato MA. Desperdício de alimentos em unidades de alimentação e nutrição:
uma revisão integrativa da literatura. Rev Holos [Internet]. 2018 Fev;1;2018.
Available from: http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/4081
Lopes CP, Akabane GK, Barreto RM, Soares WL. A aplicação do Lean Seis sigma como
método para redução de custos nos serviços logísticos para DHL global. eGesta
[Internet]. 2010 Jan-Mar;6(1);21-45. Available from:
https://www.unisantos.br/mestrado/gestao/egesta/artigos/206.pdf
Oliveira AM, Peixe BC, Peixe AM. Custos na Área da Administração Hospitalar: estudo de
caso aplicado na organização de processos do bloco cirúrgico de hospital. In: XXIV
Congresso Brasileiro de Custos; 2017 Nov 15-17; Florianópolis; 2017.
Oliveira et al. Stock management (Gestão de estoques). Conference SEMAT 2017. Cornell
Uni-versity Library; 2018.

Palavras-chave: Lean. UAN. Custo. Seis Sigma.

33
APRIMORAMENTO TERAPÊUTICO DO USO OPIOIDES NO CONTROLE DA
DOR ONCOLÓGICA NO IMIP

MIRELLA FERNANDA SIQUEIRA SILVA, Camila Castelo Branco Rangel de


Almeida, Linaldo Francisco da Silva, Anielly Antonia Braga de Lima
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O programa da dor foi instituído no dia 3 de janeiro de 2002, pela portaria nº 19 de 03 de


janeiro de 2002 que regulamenta o programa e preconiza a melhora na qualidade de vida em
pacientes com dor crônica. Foi criado no âmbito do SUS, baseado na demanda existente na
assistência farmacêutica, com base em dados epidemiológicos nacionais e internacionais,
considerando que a estimativa de dor crônica acomete entre 30% e 40% da população
brasileira e é considerada uma das principais causas de sofrimento humano, gerando
incapacidades e comprometimento da qualidade de vida. O objetivo deste trabalho foi avaliar
o manejo do uso de opioides no suporte a pacientes oncológicos. Foi utilizado o sistema de
estoque e dispensação do Sistema Hórus – Sistema Nacional da Assistência Farmacêutica,
para levantar dados referentes à dispensação no ano de 2017 dos opioides no programa da dor.
A escala da dor estabelecida pela OMS é divida em leve, moderada, intensa e a dor refratária
a farmacoterapia. Os dados trabalhados foram na classe dos opioides, sendo eles: morfina –
10 mg e 30 mg, liberação simples, 30 mg e 100 mg liberação controlada, codeína 30 mg e
metadona 5 mg. O levantamento do perfil de uso dos opioides na farmácia ambulatorial do
IMIP, no ano de 2017, nos mostra terapias pouco convencionais e vulneráveis a erros de
administração. O uso da codeína 30mg, pró-droga da morfina, muito difundido e bem aceito,
por se tratar de primeira escolha no manejo da dor. A discussão dar-se em cima do uso da
morfina, que quando comparado mostra-se que usa até 540 comprimidos/mês de morfina 10 e
30 mg, liberação simples, no entanto, pouco ou nada das apresentações tecnológicas de
liberação controlada. Ressaltando que os tratamentos deixam de ser eficientes ocasionando a
substituição por um opioide mais forte, contribuindo para o aumento da tolerância do
organismo. Neste caso, passa a ser utilizada a metadona, opioide potente, que requer a
experiência por parte do médico, devido a meia-vida longa e a tendência de acúmulo. No
entanto, poucas abordagens as terapias de liberação prolongada, que evitam a tolerância para
desenvolver grandes picos dos opióides. A prescrição de medicamentos de liberação

34
controlada possibilita melhor adesão e evita picos de concentração plasmática,
conseqüentemente, quadros de tolerância a droga e evolução no quadro da dor.

Referências
Costa AI, Chaves MD. Dor em pacientes oncológicos sob tratamento quimioterápico.
Maranhão: Hospital Municipal, 2011. Rev Dor [Internet]. 2012 Jan-Mar;13(1):45-9.
Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
00132012000100008&lng=en
Ministério da Saúde (BR), Instituto Nacional de Câncer. Cuidados paliativos oncológicos:
controle da dor. Rio de Janeiro: INCA; 2001. p. 124.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria SAS/MS nº 1083,
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Dor Crônica. (02 de outubro de 2012).

Palavras-chave: Opioides. Dor oncológica. Programa da Dor.

35
APRIMORAMENTO TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE METÁSTASE
ÓSSEA NO INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO
FIGUEIRA – IMIP

HAMANNDA KORALYNA DE ARAÚJO LOPES,


Camila Castelo Branco Rangel de Almeida, Mirella Fernanda Siqueira Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A Osteopatia Neoplásica representa um espectro variado de problemas clínicos, com uma


morbilidade elevada e relativamente longa. Constitui um problema freqüente no carcinoma da
mama, pulmão, próstata, rim e tiróide, sendo uma característica quase sempre inerente ao
mieloma múltiplo. Nos últimos dez anos, a ciência médica tem vindo a proporcionar avanços
significativos, na interpretação e no despontar de novos fármacos para o tratamento dos
estados de hiper-reabsorção óssea. O objetivo deste estudo foi a padronização do ácido
zoledrônico substituindo o pamidronato 90 mg com o objetivo de diminuir custos financeiros
para instituição, maior eficácia, aumentar o intervalo de tempo entre as doses e maior
rotatividade de leitos. Mediante consultas, prévio conhecimento da equipe médica e
avaliações de estudos científicos foi padronizado o medicamento ácido zoledrônico 4 mg no
elenco do IMIP, com objetivo de tratar pacientes com metástases ósseas, no mês de novembro
de 2017. Após aquisição, os pacientes em uso de pamidronato 90 mg, de uso mensal,
passaram a fazer uso ácido zoledrônico trimestralmente, exceto pacientes pediátricos da
endocrinologia e pacientes renais graves da oncologia, por existir restrições. O tratamento
com pamidronato 90 mg tem sido mais efetivo quando há a substituição da droga por ácido
zoledrônico 4 mg que é uma nova geração de bisfosfonato e parece ser o mais potente, cem
vezes mais que o pamidronato. Atualmente, o paciente em uso de pamidronato 90 mg, custa
por F.A. de R$ 33,20 e necessita de uso mensal com duração de infusão de duas a três horas.
Em contrapartida, o paciente que faz uso de ácido zoledrônico 4 mg, que custa o F.A. R$
35,00 necessita fazer uso apenas trimestral e tempo de infusão de 15 minutos, o que enaltece
não só a diminuição dos custos de R$ 99,60 para R$ 35,00 em média por infusão, mas
também a maior rotatividade de leitos. No período de novembro de 2017 até fevereiro de
2018, após três meses, a economia foi cerca de R$ 2.000,00 e até o mês atual, a média de
economia mantém a mesma, além de relatos de melhor adesão dos pacientes. A substituição
medicamentosa não se mostrou efetiva apenas na economia financeira que foi gerada, mas
36
também pela sua eficácia terapêutica e melhor custo benefício ao paciente e a instituição pela
maior rotatividade de leitos, uma vez que o paciente que faria uso mensal passou a ocupar o
leito trimestralmente.

Referências
Fleisch H. Bisphosphonates in bone disease from the laboratory to the patient. 2nd ed.
London: Partenon; 1995.

Palavras-chave: Metástase Óssea. Terapia. Economia.

37
A PRÁTICA DA FISIOTERAPIA HUMANIZADA NA UCI NEONATAL DO
HOSPITAL DOM MALAN: UM SERVIÇO ALÉM DAS TÉCNICAS
TERAPÊUTICAS

JULIANA BENEVIDES DUARTE DE SOUZA, Hamanda Medeiros


Hospital Dom Malan

A prematuridade é destacada causa básica ou associada de óbitos no primeiro ano de vida,


bem como é responsável por uma maior morbidade na infância, caracterizando-se como um
problema de saúde pública. Nascimento et al. afirmam que de acordo a Organização Mundial
de Saúde (OMS), são admitidos 15 milhões de bebês prematuros no mundo; e que no Brasil,
ocorre cerca de 279 mil partos prétermos. Os recém-nascidos pré-termos e de baixo peso ao
nascer apresentam características anatomofisiológicas singulares, que requerem uma
adaptação complexa ao meio extra-uterino, frente aos aspectos biológicos, sociais e
psicológicos. Assim, há necessidade de uma assistência atenta e competente, com suporte
técnico e social adequado para facilitar essa adaptação, que deve ser prestada durante a
hospitalização e ter continuidade após alta hospitalar. Dessa forma, a necessidade de tornar o
atendimento mais humanizado ao recém-nascido prematuro e sua família tem sido uma
preocupação constante de toda a equipe multiprofissional de saúde que atua na Unidade de
Cuidados Intermediários Neonatal (UCI Neonatal) do Hospital Dom Malan (HDM) /Gestão
IMIP, em Petrolina (PE), cujo objetivo não é somente dar alta a um bebê prematuro sem
sequelas, mas também, proporcionar conforto emocional à família para receber esse bebê após
alta. O presente estudo foi elaborado, através da experiência das fisioterapeutas da UCI
Neonatal, com o objetivo de relatar a relevância social para a população do Vale do São
Francisco, por meio de um atendimento humanizado. O Hospital Dom Malan/ Gestão IMIP
trata-se de um hospital integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), referência em
neonatologia por ser o único serviço da rede pública da região do Vale do São Francisco que
presta atendimento à população de 53 municípios da Rede Interestadual de Saúde
Pernambuco/Bahia (PEBA). Dentre os serviços oferecidos no HDM em assistência a
neonatologia, encontra-se o setor de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCI
Neonatal), um espaço destinado para tratamento de prematuros de alto risco e/ou de recém-
nascidos que apresentam algum tipo de problema de saúde ao nascer. Por estar localizada
dentro de uma maternidade referência em atendimentos de gestação de risco, dispõe de uma
38
equipe apropriada para realizar atendimentos destes bebês prematuros, pois exigem cuidados
diferenciados de crianças maiores e de adultos por apresentarem suas peculiaridades, devido à
imaturidade de seus sistemas. Humanizar a assistência à saúde, nesse contexto, significa
comprometer-se com um conjunto de iniciativas que visam à produção de cuidados em saúde,
capaz de conciliar a melhor tecnologia disponível com a prática de acolhimento e respeito
ético e cultural do paciente. Dessa forma, visando humanizar seus atendimentos, as
fisioterapeutas da UCI Neonatal do HDM realizam não só técnicas fisioterapêuticas
comprovadas cientificamente, mas, também, realizam palestras para as genitoras sobre “banho
de ofurô” e “massagem terapêutica no recém-nascido”, com o intuito de estreitar os laços
afetivos mães-bebê e aumentar a confiança dos pais em relação à equipe. Convém destacar a
importância de adotar medidas de educação permanente e revisões periódicas das práticas
exercidas de humanização, visando melhor desempenho da equipe multiprofissional, para
com a família e o neonato assistido.

Referências
Arakaki VS, Gimenez IL, Correa RM, Santos RS, Sant’anna CC, Ferreira HC. Mapeamento
demográfico e caracterização do perfil de assistência fisioterapêutica oferecida nas
unidades de terapia intensiva neonatais do Rio de Janeiro (RJ). Fisioterapia e Pesquisa.
2017;24(2):143-48.
Bomfim EJ, Ribeiro LF. Fatores associados ao atraso do desenvolvimento neuropsicomotor
de bebês prematuros: uma revisão de literatura. Revista Eletrônica Saúde e Ciência
[Internet]. 2017 Ago;7(2):39-49. Available from:
http://www.rescceafi.com.br/vol7/n2/artigo%2004%20pag%2039-49.pdf
Diaz ZM, Caires S, Correia S. Necessidades e preocupações de pais de bebês internados numa
unidade de neonatologia. Psicologia, Saúde e Doenças. 2016;17(2):236-52.
Formiga CK, Tudella E, Marques LR, Fagundes RR, Amaral LE, Linhares MB.
Desenvolvimento motor de bebês pré-termo e a termo de 0 a 6 meses de idade.
Pediatria Moder-na [Internet]. 2015;51(12):422-26. Available from:
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=6198
Hoffman L, Bann C, Higgins R, Vohr B. Development ouctomes of extremely preterm infants
born to adolescent mothers. Peditr [Internet]. 2015 Jun;135(6):1082-92. Available
from: http://pediatrics.aappublications.org/content/135/6/1082.long

39
Maia FE. A fisioterapia nas unidades de terapia intensiva neonatal. Revista Faculdade de
Ciências Médicas de Sorocaba. 2016;18(1):64-5.
Martins RA, Farinelli MR, Costa KA. Família e serviço social: reflexões acerca da
experiência na unidade de terapia neonatal e pediátrica da UFTM. Serviço Social e
Saúde [Internet]. Campinas, 2013 Jul-Dez;12(2);171-184. Available from:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/sss/article/view/8639493/0.https://doi.
org/10.20396/sss.v12i2.8639493
Silva CC. Atuação da fisioterapia através da estimulação precoce em bebês prematuros.
Revista Eletrônica Atualiza Saúde. 2017 Jan-Jun;5(5)29-36.
Silva CM, Castro JC, Pontes MG, Venancio RC. A importância da fisioterapia respiratória em
recém-nascidos na unidade de terapia intensiva. Rev Conexão Eletrônica [Internet].
2017;14(1):1987-94. Available from: revistaconexao.aems.edu.br/wp-
content/plugins/download.../download.php?id=1572
Zeni EM, Mondadori AG, Taglietti M. Humanização da assistência de fisioterapia em unidade
de terapia intensiva pediátrica e neonatal. ASSOBRAFIR Ciência [Internet]. 2016
Dez;7(3):33-40. Available from:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/rebrafis/article/view/24391/20674

Palavras-chave: Fisioterapia. Humanização. Fisioterapia Neonatal.

40
ARTE, CULTURA E LAZER COMO PROPOSTA DE HUMANIZAÇÃO DO SETOR
DE PSICOLOGIA NO HOSPITAL DOM HÉLDER CÂMARA

MARIA CASSIA DE MORAES, Camila D´Assunção Feitosa


Hospital Dom Helder Camara

A hospitalização, independente da gravidade da doença, é um processo que causa medo e


insegurança. Silva cita que a hospitalização, por mais simples que seja o motivo, tende a levar
a uma experiência negativa. Os desconfortos físicos, moral, espiritual e o medo da morte
podem gerar sofrimentos. Os hospitais são estruturados de modo a facilitar o trabalho dos
profissionais, favorecendo um tratamento eficiente a um grande número de pessoas, assim
sendo, em alguns casos, os pacientes são distribuídos por unidades, de acordo com seu
diagnóstico e, então, submetidos a normas e rotinas rígidas e inflexíveis. Isso favorece um
ambiente de solidão e isolamento que pode gerar ansiedade, angústia e insegurança. Além do
estresse fisiológico produzido pela própria doença, a hospitalização provoca mudanças de
ambiente físico, social e nas atividades diárias do paciente, de modo a afetar todo o seu
sistema de vida. Volicer, citado por Farias, diz que, “a experiência de estresse psicossocial,
vivenciado na hospitalização, afeta o processo de recuperação da doença”. Observa-se que os
hospitais, na sua maioria, não oferecem nenhuma atividade de lazer aos seus pacientes. Desse
modo, os pacientes ficam horas e horas inertes no leito, mergulhados na sua dor, em seus
pensamentos e preocupações. Por isso, deve-se proporcionar a esses pacientes algum tipo de
lazer, respeitando as condições e preferências de cada um. De acordo com Beuter, o ambiente
hospitalar deve irradiar saúde. A autora segue citando que o hospital deveria ter como
objetivo promover a humanização de forma a proporcionar bem-estar durante a
hospitalização, oportunizando um ambiente mais familiar e mais humano. “As atividades de
lazer, por estarem diretamente ligadas com o prazer intrínseco de quem participa, ocupam a
mente e o corpo, e, por conseguinte, não os deixa tornarem-se ociosos”. De acordo com
Oliveira, no ambiente hospitalar, o lazer é necessário “não só para amenizar a permanência do
paciente no hospital, mas também, para estimular a socialização, a afetividade, o bem-estar
físico e mental, enfim, o resgate da parte saudável do paciente e a sua qualidade de vida”.
Pensando em proporcionar maior qualidade de vida ao paciente internado e a seus
acompanhantes, o setor de psicologia propõe atividades de arte, cultura e lazer no Hospital
Dom Helder Câmara, que são realizadas através de oficinas, músicas, palestras, atividades
41
lúdicas, culturais, entre outras, proporcionando também uma maior interação entre os
pacientes, acompanhantes e funcionários, desenvolvendo a humanização em saúde e o
cuidado integral do paciente.

Referências
Beuter M. Atividade lúdica: uma contribuição para a assistência de enfermagem às mulheres
portadoras de câncer [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa
Catarina; 1996.
Oliveira GL. Experiência de recreação com crianças portadoras de sofrimento psíquico.
Encontro Nacional de Recreação e Lazer; 2001, Natal. Anais... Natal: CEFET (RN);
2001.
Silva AS. A pessoa enferma e a hospitalização: o enfermeiro nesse contexto [dissertação]. Rio
de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 1992.
Seitz EM. Biblioterapia: uma experiência com pacientes internados em clínica médica.
Florianópolis: Habitus; 2006. 95 p.

Palavras-chave: Arte. Cultura. Lazer. Humanização. Psicologia Hospitalar.

42
ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR PARA REDUÇÃO DOS GASTOS
NO SERVIÇO DE ONCOLOGIA ATRAVÉS DA MUDANÇA NO USO DE
EQUIPOS PARA QUIMIOTERAPIA

INGRID DE PAIVA BORMANN, Keityane Leacarla Bezerra da Silva, Camilla Castelo


Branco Rangel de Almeida, Regina Reis Ferreira da Silva Pereira
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) é centro de referência na área
de oncologia, funciona desse 2004, atualmente reconhecido como Centro de Assistência em
Alta Complexidade em Oncologia (CACON), em 2017 foram realizados 2.125
quimioterapias/mês. No segundo semestre de 2015, iniciou uma crise
social/financeira/política no Brasil que se encontrava na contramão das necessidades
assistenciais da população oncológica crescente. Devido ao cenário político-econômico,
percebeu-se a necessidade de reduzir os custos, e, então, a equipe multidisciplinar definiu
algumas mudanças, dentre elas a melhor utilização dos equipos, visando a redução dos custos
sem prejudicar a assistência ao paciente. O estudo foi realizado no Serviço de Oncologia
Adulto do IMIP. A farmácia levantou o custo de cada equipo, elaborou uma tabela
considerando tempo de infusão e propriedades dos quimioterápicos, após aprovação da equipe
multidisciplinar, foi apresentado e aplicado pela equipe de enfermagem. O equipo de Bomba
de infusão foi definido que seria utilizado apenas para infusão dos anticorpos monoclonais
(Rituximabe, Infliximabe entre outros), soluções de 500 ml em três horas de infusão, solução
de 1.000 ml com infusão a pratir de quatro horas, volumes menor ou igual a 300 ml em duas
horas ou volume menor ou igual a 100 ml a partir de uma hora; o equipo PVC free seria
utilizado apenas para as drogas que apresentam interação com o PVC (paclitaxel, cabazitaxel,
docetaxel e teniposídeo), O equipo fotossensível seria utilizado apenas para medicações que
sofrem alterações com a luminosidade em longa infusão (metotrexate, doxorrubicina,
dacarbazina, carboplatina, daunorrubicina, fluorouracil). A comparação foi de janeiro a abril
de 2017, ao mesmo período do ano de 2018, sem aumento significativo na quantidade
quimioterapias manipuladas, foi verificada a redução de 32,4% do custo com equipos. A
economia foi de R$ 17.926,52. Essa definição em grupo conscientizou a equipe para uso
adequado do material, bem como gerou a diminuição do custo, sem prejudicar a assistência ao
paciente.
43
Referências
Relatório mensal estatístico complexo hospitalar março 2018. Departamento de Qualidade e
Análise Institucional; 2018. p. 15.
Vieira FS, Benevides RP. O direito à saúde no Brasil em tempos de crise econômica: ajuste
fiscal e reforma implícita do estado. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas
[Internet]. 2016;10(3):1-28. Available from:
http://periodicos.unb.br/index.php/repam/article/view/21860/pdf

Palavras-chave: Equipe Multiprofissional. Redução de Custos. Serviço Hospitalar de


Oncologia.

44
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO COMO COMPONENTE DA EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL EM REUNIÕES CLÍNICAS DO TRANSPLANTE
CARDÍACO

KARINA SILVA DO NASCIMENTO, Stephanie Steremberg Pires D’Azevedo,


Thaysa de Melo Caldas, Heloise Agnes Gomes Batista da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

De acordo com a II Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco, o principal tratamento de


escolha frente à insuficiência cardíaca classe III/IV refratária ao tratamento clínico
convencional é o transplante. Com a existência nas instituições transplantadoras de reuniões
multiprofissionais, administrativas e científicas sobre essa temática, o enfermeiro, como parte
integrante, é capaz de contribuir positivamente nesse processo, colaborando com as
modalidades terapêuticas, estratégias de ensino/pesquisa e outros assuntos pertinentes ao
cuidar, além de ser o profissional mais presente e por isso capaz de detectar de forma precoce
as condições de saúde e doença do paciente. Essas informações devem ser compartilhadas
com outros profissionais para a adoção de condutas, de acordo com as necessidades
apresentadas. A participação do enfermeiro na equipe multiprofissional em transplante amplia
o reconhecimento e seu espaço, tornando-o mais valorizado e integrando de forma positiva
todos os processos que envolvem o transplante. O objetivo deste trabalho foi relatar o papel
do enfermeiro como componente do grupo multiprofissional em reuniões clínicas do
transplante cardíaco. Semanalmente, desde 2012, profissionais de várias áreas da saúde:
psicólogo, assistente social, enfermeiro, cardiologista, cirurgião cardiovascular, fisioterapeuta
e nutricionista que atuam com pacientes, durante o processo de transplante cardíaco, se
reúnem para discutir os casos em pré-lista, listados na central de transplante e em pós-
operatório, aguardando alta hospitalar. Durante cada encontro, são trazidas condutas clínicas
mais recentes, exames laboratoriais e de imagem e encaminhamentos e orientações a cerca de
condições sociais, psicológicas e nutricionais de cada paciente. A participação da enfermagem
no grupo possibilita que os aspetos mais relevantes sejam apresentados em reunião, tais como
adesão à terapêutica, realização de exames, queixas apresentadas pelos pacientes, ansiedade e
principais dúvidas referentes ao procedimento, de forma a contribuir com a melhoria na
prestação dos cuidados à saúde, possibilitando educação continuada. A iniciativa de reuniões
clínicas com a formação de um grupo multiprofissional no contexto do transplante cardíaco é
45
tida como apoio extra no momento da tomada de decisões, a cerca das condutas nesse tipo de
paciente. Cada profissional possui papel relevante frente às demandas desse tipo de doente
que, por vezes, torna-se fragilizado pela própria condição de saúde e/ou social necessitando de
apoio integral à saúde.

Referências
Bacal F, Souza-Neto JD, Fiorelli AI, Mejia J, Marcondes-Braga FG, Mangini S, et al. II
Diretriz brasileira de transplante cardíaco [Internet]. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia. 2009;94(1)(1 supl.1):1-64. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/abc/v94n1s1/01.pdf
Negreiros FD, Pequeno AM, Garcia JH, Aguiar MI, Moreira TF, Flor MJ. Percepção da
equipe multiprofissional sobre as competências do enfermeiro no transplante hepático.
Rev Bra Enfer. 2017;70(2):258-64.
Numminen O, Meretoja R, Isoaho H, Heino-Kilpi H. Professional competence of practising
nurs-es. J Clin Nurs. 2013 May;22(9-10):1411-23. Available from:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23574296

Palavras-chave: Equipe Multiprofissional. Transplante de Coração. Enfermagem.

46
A UTILIZAÇÃO DE APLICATIVO DE TECNOLOGIA MÓVEL COMO FORMA DE
MELHORAMENTO DA MOBILIDADE EM UM HOSPITAL DA REDE PÚBLICA

MARIA CECILIA MENDONÇA MELO DA ROCHA, Nathália Barros,


Pedro Albino, Jeane Couto
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Smartphones são dispositivos com sistema operacional Android que permitem a instalação de
várias funcionalidades entre elas a possibilidade de integrar com o Google Maps, a
localização por GPS, permitindo criar, assim, aplicativos que podem ajudar a solucionar
problemas de localização, difundindo a utilização em plataformas móveis. É esperado que em
ambientes que não tenham familiaridade, as pessoas apresentem problema para encontrar os
lugares que procuram, sobretudo, quando o sistema de sinalização não atende às necessidades
dos usuários. O Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), complexo
hospitalar com uma área de 69 mil m², através do SUS, proporciona serviços ambulatoriais e
hospitalares. Seus usuários têm dificuldade para encontrar o serviço que procuram,
acarretando atrasos ou a perda do atendimento, uma vez que a sinalização do complexo
hospitalar não atende à demanda informacional dessas pessoas. A Teleducação do Núcleo de
Telessaúde (NTES/IMIP) desenvolveu um Aplicativo de Localização para auxiliar os usuários
a se movimentarem dentro do complexo hospitalar. Na construção do aplicativo foi adotada a
metodologia de desenvolvimento de software o modelo em cascata, dividido em cinco etapas.
Etapa I: elicitação dos requisitos do aplicativo com usuários e outros apps de localização para
definir o que seria implementado. Etapa II: descrição do sistema, interfaces, telas, e regras de
funcionamento. Etapa III: desenvolvimento do aplicativo utilizando a linguagem de
programação Java e o banco de dados JSON, e testes de funcionalidades com usuários da
equipe. Etapa IV: correção de erros apontados na fase de testes. Etapa V: lançamento do
aplicativo para o público. O aplicativo IMIP Localização foi desenvolvido para resolver, de
forma rápida e com baixo custo, o problema da má sinalização que interferia diretamente no
cumprimento dos horários dos atendimentos dos pacientes do complexo hospitalar, facilitando
o deslocamento dentro do Imip. Inicialmente, o aplicativo é compatível a smartphones com
sistema operacional Android, disponível gratuitamente na loja de aplicativos Google Play e
opera off-line. O aplicativo tem como função deixar, no menor espaço de tempo, o usuário no
local que ele deseja chegar, partindo de cinco pontos de localização dentro do IMIP. O
47
lançamento foi em junho de 2017, e foram realizadas 854 instalações, nas diversas versões do
Android. A avaliação média do aplicativo pelos usuários foi de 4,63, numa escala de 0 a 5, e
pelo rápido acesso às informações, surge como estratégia para solução de problemas. A cada
dia um número maior de pessoas utiliza aplicativos para otimizar seu tempo já que facilitam o
acesso às informações em qualquer lugar, a qualquer hora. Assim, entendemos que, o IMIP
Localização pode contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos usuários, uma vez que
reduz o tempo desprendido para locomoção e efetivo atendimento.

Referências
Buiol F, Dal Bianco CM. Para onde vou: aplicativo para localização de lugares em cidades.
In: Anais do EATI, 7(1);158-161. Frederico Westphalen, RS: EATI; 2017.
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Quem somos [Internet]. [cited
2018 Maio 10]. IMIP. Available from:
http://www1.imip.org.br/imip/conheca/quemsomos/quemsomos.html
Pressman RS. Engenharia de Software. Porto Alegre: AMGH; 2011.
Schonarth M. Findway: aplicativo para auxiliar a mobilidade em ambientes indoor. Lajeado:
Univates; 2017.

Palavras-chave: Tecnologia. Aplicativo Android. Localização.

48
AVALIAÇÃO DA ADESÃO E RETENÇÃO DE CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO
PERMANENTE BASEADA NA PROBLEMATIZAÇÃO E EM
ACOMPANHAMENTO TUTORIAL

MARIANA LUIZA DE ACIOLY RODRIGUES, Flaviana Cristina Santiago Maciel


Fernandes, Viviane Fragoso de Souza, Maria Carolina Martins De Lima
Hospital Pelópidas Silveira (HPS)

O foco da Educação Permanente baseia-se no conceito de ensino problematizador, o qual


considera que a construção do conhecimento ocorre no cotidiano das instituições de saúde a
partir dos problemas vivenciados pelos profissionais, gestores e usuários. Desafios da
Educação Permanente do Hospital Metropolitano Oeste Pelópidas Silveira incluem: garantir o
nível de conhecimentos básicos e capacitar o corpo clínico nos conhecimentos atuais em cada
área. O objetivo deste trabalho foi avaliar a adesão e retenção de conhecimento de uma
estratégia em educação permanente presencial para técnicos de enfermagem do Hospital
Metropolitano Oeste Pelópidas Silveira baseada na problematização e acompanhamento
tutorial. Estudo de corte transversal, realizado a partir de questionário estruturado com duas
sessões. A adesão foi analisada com base na frequência dos participantes às atividades
presenciais da Educação Permanente da Instituição no segundo trimestre dos anos 2014 e
2015. Retenção de conhecimentos foi avaliada no grupo de técnicos de enfermagem da
Unidade de Terapia Intensiva, através da reaplicação dos pós-testes usados em agosto de
2015, 12 meses após o treinamento inicial. Essas questões relacionaram-se aos temas: 1)
Procedimentos e Fluxos após Óbito: Preparo do Corpo; 2) Cuidados de Enfermagem na
Deglutição; 3) Cuidados de Enfermagem no Recebimento e Conservação da Nutrição Enteral
e 4) Importância da Higiene da Cavidade Oral do Paciente. Na primeira etapa, foram
avaliados dados sociodemográficos e opinião de 143 técnicos de enfermagem sobre estratégia
de Educação Permanente Presencial baseada em problematização e acompanhamento tutorial;
na segunda, foi avaliada adesão dos técnicos de enfermagem à estratégia; e na terceira, foi
avaliada retenção de conhecimento. Observou-se concordância com os aspectos positivos do
treinamento relacionados à estrutura, equipe, aspectos metodológicos e motivacionais da
Educação Permanente. O percentual total de adesão foi de 85%. Quanto à retenção de
conhecimento, o percentual total de acertos nos testes realizados 12 meses após o treinamento
inicial foi de 52%. As perguntas nas quais mais de 50% dos respondentes acertaram
49
relacionava-se aos temas 1 e 3. Os aspectos positivos do treinamento, incluindo estrutura,
equipe e aspectos metodológicos e motivacionais podem influenciar a adesão de técnicos de
enfermagem a um programa de Educação Permanente Presencial. A literatura aponta que
retenção a longo prazo entre profissionais de saúde varia de 65 a 75%. Nossos dados quanto a
retenção a longo prazo dos conhecimentos entre profissionais de enfermagem da Unidade de
Terapia Intensiva sugerem que estratégias múltiplas devem ser utilizadas, particularmente
para temas de fronteira entre a atuação da enfermagem e outras áreas do cuidado.

Referências
Araújo ES, Jacob-Corteletti LC, Abramides DV, Alvarenga KF. Capacitação de agentes
comunitários de saúde na área de saúde auditiva infantil: retenção da informação
recebida. Rev CEFAC [Internet]. 2015 Abr [cited 2015 Nov 27];17(2):445-53.
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de um hospital universitário [dissertação]. [Internet]. São Paulo: Universidade de São
Paulo - Escola de Enfermagem; 2009 Dez [cited 2016 Maio 26]. Available from:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7131/tde-20052009-153558/pt-br.php
Castro E. Memória e aprendizagem: aquisição e retenção de saberes. Braga; 2004-2005 [cited
2015 Abr 20]. Available from: http://elisacarvalho.no.sapo.pt/pdf/psicologia.pdf
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treinamentos desenvolvidos em um hospital de São Paulo. Rev esc enferm USP
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Cienc Enferm [Internet]. 2010 Ago [cited 2015 Abr 15];16(2):25-33. Available from:
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95532010000200004&lng=es
Institute of Medicine Committee on Planning a Continuing Health Professional Education
Insti-tute. Redesigning Continuing Education in the Health Professions. Washington
(DC): National Academies Press (US); 2010.

50
Martins C, Maciel F, Acioly M, Fragoso V, Santos T. Tutorial continuing education:
innovative strategy in a tertiary specialized health unit. In: Callaos N, Carrasquero JV,
Sánchez B, Tremante A, Welsch F. Proceedings of the 11th International Multi-
Conference on Society, Cybernetics and Informatics 2017 July 8-11; Orlando, Estados
Unidos da América. Orlando: International Institute of Informatics and Systemics;
2017. p. 201-6
Paschoal AS, Mantovani MF, Méier MJ. Percepção da educação permanente, continuada e em
serviço para enfermeiros de um hospital de ensino. Rev esc enferm USP [Internet].
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
62342007000300019&lng=en
Secretaria Estadual de Saúde, Sistema Único de Saúde, Instituto de Medicina Integral
Professor Fernando Figueira, Hospital Pelópidas Silveira. POP-EPP: procedimentos
operacionais padrão educação permanente presencial HPS. Recife: IMIP; 2015. 75 p.
Tronchin DM, Mira VL, Peduzzi M, Ciampone MH, Melleiro MM, Silva JA, et. al. Educação
permanente de profissionais de saúde em instituições públicas hospitalares. Rev esc
enferm USP. [Internet]. 2009 Dez [cited 2015 Abr 15];43(spe2):1210-15. Available
from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
62342009000600011&lng=en.

Palavras-chave: Educação Continuada. Aprendizagem Baseada em Problemas. Modelos


Educacionais. Avaliação Educacional.

51
AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO NIR NA UPA SÃO LOURENÇO DA MATA
NO PERÍODO DE ABRIL/2017 A ABRIL/2018

PRISCYLLA NUNES DE MACEDO OLIVEIRA, Márcia Bárbara Leôncio Oliveira,


Anna Paula Ferraz Carvalho Buarque De Melo, Luiz Marcelo Correia Júnior
UPA Professor Fernando Figueira – São Lourenço da Mata

Unidade nem sempre conte com condições adequadas de trabalho, em termos de quantidade
de pessoas e recursos materiais, para a realização de assistência qualificada. O trabalho com
indicadores é o primeiro passo na evidência de transparência nas ações de uma instituição.
Dentre os indicadores hospitalares de produção, padronizados pelo Ministério da Saúde (MS),
o indicador média de permanência é um dos principais e tem grande importância para a
Gestão de Saúde. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o tempo de permanência dos
pacientes, após a solicitação de transferência para a central de leitos, onde foi percebida uma
demora nessas remoções, onde foi implantado em abril/2017 um núcleo para monitorar esse
tempo de espera, quais são as dificuldades encontradas pela equipe e quais as soluções
tomadas para reduzir o tempo de espera, visando o controle de qualidade da unidade, devido
às causas e consequências do tempo de espera dos pacientes para serem transferidos para os
centros de referência. Tratou-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa. O local
pesquisado foi a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, UPA Professor Fernando Figueira,
localizada na Cidade de São Lourenço da Mata (PE). Os dados foram coletados utilizando a
planilha do NIR (Núcleo interno de regulação), baseada no método Kanban. Foram coletados
o tempo de permanência dos pacientes relacionado ao período do ano e ao número de
atendimentos, como também a resolutividade das transferências, então foi percebido que um
dos pontos que melhorou neste estudo com a implantação do NIR é que em abril de 2017 o
tempo de permanência de 36 horas ou mais na unidade, gerava em torno de 10% e durante um
ano, com o acompanhamento diário, esse percentil reduziu para 2%. Outro fator é o tempo de
permanência dos pacientes com menos de 12 horas que nesse mesmo período gerava em torno
de 70%, com aumento para 86% em abril/2018. Também houve uma avaliação positiva em
relação à necessidade de transferências, onde 96% dos pacientes atendidos na UPA,
conseguem a resolutividade na unidade, sendo transferido uma média de apenas 4%.
Estratégias para melhora da qualidade nos serviços de emergência devem estar focalizadas
nas necessidades do paciente, não indo só ao encontro dos resultados esperados pelo gestor.
52
Devem-se levar em consideração as necessidades da instituição, e também suas
responsabilidades e expectativas sobre o cuidado.

Referências
Albino MR, Grosseman S, Riggenbach V. Classificação de risco: uma necessidade inadiável
em um serviço de emergência de qualidade. Arquivos Catarinenses de Medicina
[Internet]. 2007 Fev [cited 2018 Fev 10];36(4):70-75. Available from:
http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/523.pdf
Backes DS, Backes MS, Erdmann AL, Büscher A. O papel profissional do enfermeiro no
sistema único de saúde: da saúde comunitária à estratégia de saúde da família. Ciência
& Saúde Coletiva [Internet]. 2012 [cited 2018 Mar 02];17(1):223-30. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n1/a24v17n1.pdf
Baggio MA, Callegaro GD, Erdmann AL. Compreendendo as dimensões de cuidado em uma
unidade de emergência hospitalar. Revista Brasileira de Enfermagem [Internet]. 2008
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http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n5/a04v61n5.pdf
Bittencourt RJ. A superlotação dos serviços de emergência hospitalar como evidência de
baixa efetividade organizacional [tese]. São Paulo: Escola Nacional de Saúde Pública
Sérgio Arouca (ENSP); 2010.
Committee on the future of emergency care in the united states health system. Hospital based
emergency care: at the break in point. Washington, DC: National Academies Press;
2007.
Dias Filho AD, Sousa MP, Castanheira PH, Santana RR. Acolhimento com classificação de
risco: humanização nos serviços de emergência. [Trabalho de conclusão do Curso].
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[cited 2018 Mar 05]. Available from:
http://revista.universo.edu.br/index.php/1reta2/article/viewFile/311/238 2010
Feikneter LM. Modelos tecnoassistenciais, gestão e organização do trabalho em saúde: nada é
indiferente no processo de luta para a consolidação do SUS. Interface. Botucatu
[Internet]. 2005 Dec [cited 2018 Aug 30];9(18):489-506. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
32832005000300003&lng=en

53
Godói FD. Organização do trabalho em uma unidade de urgência: percepção dos enfermeiros
a partir da implantação do acolhimento com avaliação e classificação de risco.
[Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva]. Londrina: Universidade Estadual de
Londrina; 2010 [cited 2018 Mar 13]. Available from:
http://www.uel.br/pos/saudecoletiva/Mestrado/diss/109.pdf
Ministério da Saúde (BR). O SUS pode ser seu melhor plano de saúde?. Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (IDEC). 2. ed. Brasília: IDEC; 2003.
Ministério da Saúde (BR). QualiSUS? Política de qualificação da atenção à saúde. Brasília:
Ministério da Saúde; 2004. p. 1-8.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de
Humanização. HumanizaSUS: acolhimento com avaliação e classificação de risco: um
paradigma ético-estético no fazer em saúde. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2004,
48 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde).
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo da Política Nacional de
Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília:
Ministério da Saúde; 2006. 44 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde).
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização
da Atenção e Gestão do Sul. Acolhimento e classificação de risco nos serviços de
urgência. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. 56 p. (Série B. Textos Básicos de
Saúde).
Peinado J. Kanban: manual prático de implementação. Curitiba: Ed. Sindimental; 2001.
Pires PS. A triagem no pronto socorro. In: Calil AM, Paranhos WY. O enfermeiro e as
situações de emergência. São Paulo: Atheneu; 2007.
Regner AP, Nascimento RIM. Enfrentamento da superlotação da emergência do HNSC:
oportunizando a discussão sistêmica domodelo de atenção do HNSC. Gerência de
pacientes externos/Grupo Hospitalar Conceição. [Relatório Social] Porto Alegre;
2011.

Palavras-chave: Permanência. Transferência. Kanban. Gestão de Qualidade.

54
BIOSSEGURANÇA EM ODONTOLOGIA: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA NA
UPA ENGENHO VELHO

MARIA GORETTI DE SOUZA LIMA, Myruska Vilela de Oliveira,


Maria das Graças Figueiredo, Bruno Gama Magalhães
UPA Engenho Velho

A Biossegurança em Odontologia é o conjunto de procedimentos realizados no consultório


odontológico com o objetivo de dar proteção e segurança ao paciente, ao profissional e a
equipe. Os profissionais de saúde bucal têm um papel fundamental na manutenção e
prevenção da saúde bucal da população, porém entra em contato com doenças
infectocontagiosas, devendo ter o controle diário da infecção cruzada que é um grande
desafio. A falta de cuidados básicos como a lavagem das mãos contribui para disseminação de
doenças que poderiam ser evitadas com medidas simples. O meio de prevenir a transmissão
de doenças é o emprego de medidas de controle de infecção como equipamento de proteção
individual (EPI), esterilização do instrumental, desinfecção dos equipamentos e ambiente e
antissepsia da boca do paciente. Este trabalho tem como objetivo demonstrar a experiencia
exitosa com a melhoria da biossegurança da Odontologia na UPA Engenho Velho em
Jaboatão. O coordenador de saúde bucal da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
pensando na melhoria da Biossegurança em Odontologia, realizou uma capacitação com as
equipes de saúde bucal das Unidades de Pronto Atendimento. Após essa capacitação, foram
tomadas medidas para melhoria da Biossegurança nas UPAS, onde a UPA Engenho Velho,
realizou troca do armário com separações colmeias para melhoria do acondicionamento dos
instrumentais esterilizados, como também confeccionou divisórias no balcão para separação
entre a pia de lavagem de instrumentais, pia de lavagem das mãos e balcão de esterilização.
Foram comprados sacos plásticos descartáveis para proteção das canetas de alta rotação,
micromotor, fotopolimerizador, seringa tríplice e ultrassom, como também máscaras faciais
para cada profissional para sua proteção individual. A equipe de Saúde Bucal da UPA
Engenho Velho após a capacitação e a mudança dos armários melhorou consideravelmente os
cuidados de proteção tanto pessoais como de materiais e equipamentos. Nas tomadas de
decisões, reforçou o cuidado com a sua imunização (vacinação) contra hepatites e gripes,
diminuindo consideravelmente o absenteísmo; reforçou o cuidado de proteção, através do uso
adequado dos EPIs e também o cuidado com a manipulação dos materiais e equipamentos,
55
contribuindo com a diminuição de infecção cruzada. A conscientização dos profissionais de
saúde bucal com a Biossegurança é um importante meio de prevenir a transmissão de
doenças, onde a padronização e manutenção das medidas de biossegurança são essenciais para
este fim.

Referências
Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. Limpeza, desinfecção e
esterilização de artigos em serviços de saúde. São Paulo; 2010. 339 p.
Ministério da Saúde (BR). Manual ABCDE das hepatites virais para cirurgiões-dentistas.
Brasília; 2010.
Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Princípios básicos para
limpeza de instrumental cirúrgico em serviços de saúde. [Informe técnico] Set 1,
Brasília; 2009.

Palavras-chave: Biossegurança. Odontologia.

56
BUSCA ATIVA DE INCOERÊNCIAS NO PREENCHIMENTO DAS
DECLARAÇÕES DE NASCIDOS VIVOS

ANA RAQUEL XAVIER RAMOS, Dorothy Leça Sales de Carvalho,


Éricka Roberta Conceição da Cruz, Sandra Regina Silva de Moura
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O monitoramento dos nascimentos pode contribuir para o conhecimento da situação de saúde


de uma população, por meio da construção de indicadores que serão base do planejamento,
para a gestão e a avaliação de políticas e ações de vigilância e atenção à saúde na área da
saúde maternoinfantil. A Declaração de nascido Vivo (DNV) é um documento padronizado
pelo Ministério da Saúde, por isso o preenchimento correto das variáveis contidas na DNV
possibilita uma análise fidedigna do perfil epidemiológico dos nascimentos. Método: Foi
realizado o recorte das incoerências no preenchimento das Declarações de Nascidos Vivos
(DNV) no ano de 2016, referente ao período de janeiro a dezembro de 2017, onde foi
identificado o alto percentual de inconformidades. É realizada a análise critica diária,
realizada por profissional da Vigilância Epidemiológica Hospitalar, e tem como finalidade
além da correção da DNV, a educação em saúde dos profissionais atrelada à divulgação
periódica dos indicadores de monitoramento da intervenção. Comparando as incoerências dos
anos de 2016, ano anterior a intervenção e 2017, ano da intervenção, observou-se uma
redução de 53,2% no número de variáveis com erro. Em 2016, as principais variáveis
corrigidas foram o nome da mãe (19,5%), seguido do histórico gestacional e da idade da
genitora, ambos com 11,2%. Já em 2017, as variáveis com maior incompletude foram o
histórico gestacional (13,9%), a idade da genitora (11,4%) e a naturalidade da mãe (10,1%).
Por se tratar o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) de uma das principais
fontes de dados para a geração de indicadores de saúde sobre pré-natal, assistência ao parto,
vitalidade do recém-nascido e coeficientes de mortalidade, a DNV deve ser adequadamente
preenchida. Com a intervenção proposta, foi possível apresentar a relevância e a
responsabilidade do profissional emitente, dos dados contidos na DNV. Identificou-se a
diminuição considerável no número de variáveis com erros, bem como o maior envolvimento
dos profissionais responsáveis pelo preenchimento, nas correções e na análise dos indicadores
de monitoramento da intervenção.

57
Referências
Bonilha EA, Vico ES, Freitas M, Barbuscia DM, Galleguillos TG, Okamura MN. Cobertura,
completude e confiabilidade das informações do sistema de informações sobre
nascidos vivos de maternidades da rede pública no município de São Paulo, 2011.
Epidemiol Serv Saúde [Internet]. 2018;27(1):e201712811. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-
96222018000100310&lng=en
Pedraza DF. Qualidade do sistema de informações sobre nascidos vivos (Sinasc): análise
crítica da literatura. Ciênc saúde coletiva [Internet]. 2012 Out;17(10):2729-37.
Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232012001000021&lng=en
Schoeps D, Almeida MF, Raspantini PR, Novaes HM, Silva ZP, Lefevre F. SIM e SINASC:
representação social de enfermeiros e profissionais de setores administrativos que
atuam em hospitais no município de São Paulo. Ciênc saúde coletiva [Internet].
2013:18(5):1483-92. Available from: http://www.scielo.br/pdf/csc/v18n5/34.pdf
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação de Saúde. Manual
de instruções para o preenchimento da declaração de nascido vivo [Internet]. Brasília:
Ministério da Saúde; 2011. (Série A. Normas e manuais Técnicos). Available from:
http://www.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/88/2015/11/inst_dn.pdf

Palavras-chave: Declaração de Nascimento. Epidemiologia. Indicadores Básicos de Saúde.

58
BUSCA ATIVA DE POTENCIAIS DOADORES PARA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E
TECIDOS PARA TRANSPLANTE: UMA ANALISE COMPARATIVA

VANESSA ÁVILA GUERRA, Cristiane Russo Wanderley Gomes


Hospital Dom Helder Câmera

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT)


do Dom Hélder Câmara (HDH) está em atividade desde 2010 e é constituída por equipes
interdisciplinares formada por equipe de enfermagem, médicos, assistente social e psicologia
com a atuação nas entrevistas familiares dos potenciais doadores, incluindo ética e a
humanização como essência do processo de doação, bem como a abordagem familiar que se
configura com o respeito aos limites da dor da perda e da decisão familiar. No contexto do
processo de doação, os profissionais de enfermagem, além de vivenciarem mais de perto os
sofrimentos dos familiares, prestam as informações para elucidar dúvidas relativas ao
diagnóstico e estado clínico dos potenciais doadores e realiza a entrevista para solicitar o
consentimento familiar da doação de órgãos e tecidos. Nesse contexto, este estudo objetivou-
se organizar todo o processo de doação de órgãos e tecidos, atuando na busca ativa diária e
acolhimento familiar, do potencial doador com morte encefálica e coração parado, sendo
fundamental dentro da estrutura do Sistema Nacional de Transplantes. Foi realizada uma
análise comparativa dos dados da CIHDOTT do HDH adquiridos do controle de doações de
órgãos e tecidos e do acolhimento humanizado na entrevista familiar. Analisar o impacto dos
resultados promovidos pela instituição no ano de 2016, com o comparativo do ano de 2017.
Os resultados demonstram que a atuação da CIHDOTT viabilizou um aumento expressivo no
número de doações de córneas no ultimo ano, número este que aponta a importância do novo
trabalho desenvolvido pela equipe de enfermagem. No ano de 2016, dos 162 potenciais
doadores viáveis para abordagem familiar, 55 (34,0%) tiveram seus familiares entrevistados
com um total de 15 (27,3%) doações efetivas de córneas. Em comparação ao ano de 2017 dos
180 potenciais doadores viáveis para abordagem familiar, 120 (66,7%) tiveram seus
familiares entrevistado, com um total de 40 (33,3%) doações efetivas de córneas, onde um
destes, foi doador de múltiplos órgãos. Para essa efetivação dos números, o acolhimento
humanizado nas entrevistas aos familiares foi de fundamental importância, sendo utilizada a
técnica de Rapport, onde se dá a comunicação eficiente por meio de cofatores que permitam
estabelecer uma relação harmônica e receptiva com os familiares. Os resultados obtidos
59
demonstram o compromisso da comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para
transplantes (CIHDOTT) do HDH-IMIP com o aumento expressivo na busca ativa de
potenciais doadores de órgãos e tecidos com doações efetivas.No entanto, fez-se necessário,
de rotina implementar no ambiente hospitalar ações de incentivo à doação, promovendo o
acolhimento com os familiares dos potenciais doadores, conscientizando e sensibilizando na
importância da doação, contribuindo de maneira efetiva para Central Nacional de
Transplantes de Pernambuco.

Referências
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Psi-cología [Internet]. 19(2):205-21. Available from:
http://www.um.es/analesps/v19/v19_2/04-19_2.pdf
Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais, Conselho Federal de
Medicina. Resolução do Conselho Federal de Medicina nº2.173 (23 de Novembro de
2017).
Fernandes ME, Bittencourt ZZ, Boin IFS. Vivenciando a doação de órgãos: sentimentos de
familiares pós consentimento. Revista Latino-Americana de Enfermagem [Internet].
2015 Set- Out:23(5):895-901. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v23n5/pt_0104-1169-rlae-23-05-00895.pdf
Ministério da Saúde (BR). Portaria nº2.600. Capitulo III, Seção II. Brasília (21 de Outubro de
2009).
Registro Brasileiro de Transplante. Veículo oficial da associação brasileira de transplante de
órgãos. Dados numéricos da doação de órgãos e transplantes realizados por estado e
instituição no período Janeiro-Março 2018. (1)XXIII. Available from:
http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2018/rbt2018-leitura.pdf

Palavras-chave: Enfermagem. Acolhimento. Trasplantes.

60
CONTRIBUIÇÕES DA AUDITORIA INTERNA PARA A GESTÃO HOSPITALAR
NO CONTROLE DE RECURSOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

GEISON CICERO DA SILVA, Greciane Soares da Silva,


Andréa de Lima Arôxa, Jennifer Caren Magalhães de Lima
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Em meio a um cenário de transição sócio demográfico e epidemiológico da população, com a


aceleração do desenvolvimento tecnológico na saúde, e de instabilidades políticas e
econômicas; é que Zunta propõe que os gastos hospitalares são crescentes e estão associados a
limitação de recursos financeiros, sendo necessário o desenvolvimento de estratégias para o
controle dos recursos institucionais, apontando a auditoria como uma importante ferramenta
nesse sentido. Nesse contexto, esse relato baseou-se na vivência da implantação da prática de
auditagem sobre um contrato de prestação de serviço firmado entre um complexo hospitalar
de referência assistencial no Sistema Único de Saúde (SUS), na região metropolitana do
Recife, e uma sociedade cooperativa de médicos anestesiologistas, situada nesta mesma
região. Essa vivência sucedeu-se em decorrência da execução de um projeto matriz de
reestruturação do serviço de auditoria interna do setor de contas médicas do referido
complexo hospitalar, que vislumbra a materialização das práticas de accountability. As
interpretações desse relato são fundamentadas pela literatura especializada na área de
auditoria em saúde. Trata-se de um estudo descritivo, analítico e transversal com uso da
técnica de relato de caso, onde o corpus da investigação constitui-se pelo monitoramento da
glosa acatada entre as equipes de auditoria de ambas as instituições, sobre as faturas da
produção de procedimentos eletivos que compreendem o período de maio de 2016 a
novembro de 2017. O trabalho tem como objeto de estudo reflexões a cerca da contribuição
do método da auditoria documental retrospectiva e in locco para a prevenção de perdas de
impacto financeiro nas instituições de saúde. O valor total das glosas acatadas no período
analisado foi de aproximadamente R$ 800.000,00 (100%), sendo 13,78% referentes à glosas
administrativas e 86,22% à glosas técnicas. Observou-se que a prática de auditagem
proporcionou a prevenção de perdas de impacto financeiro, como também, produziu cenários
de reflexões acerca da cultura local dos registros no prontuário do paciente em detrimento,
inclusive, da continuidade da assistência. Oportunizando as áreas gestoras informações que
61
subsidiem a tomada de decisões; assim como, a cogestão pelos profissionais de saúde
envolvidos na perspectiva da atuação, com foco na qualificação da prestação de serviços em
saúde.

Referências
Guerrer GF, Lima AF, Castilho V. Study of billing audits in a teaching hospital. Ver Bras
Enferm. 2015;68(3):358-63.
Morais MV, Burmester H. Auditoria em Saúde. São Paulo: Saraiva; 2014.
Motta AL. Auditoria de enfermagem nos hospitais e operadoras de planos de saúde. 5. ed. São
Paulo: Iátria; 2010.
Zunta RB. O gerenciamento de custos relativos as glosas técnicas de um centro cirúrgico: um
estudo de caso [tese]. [Internet]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Escola de
Enfermagem; 2016. Available from:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-17052017-110901/pt-br.php

Palavras-chave: Auditoria em Saúde. Faturamento Hospitalar. Gestão Hospitalar.

62
CONTROLE DE PERDAS POR VENCIMENTO DE MEDICAMENTOS E
MATERIAIS MÉDICOS NA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO 24H DE
OLINDA.

ELIANA MARIA DUARTE DA SILVA FRANCA, Eliana Maria Duarte da Silva


Franca, Marcus Vinicíus de Oliveira Vasconcelos
UPA OLINDA

A farmácia hospitalar ocupa importante posição dentro do contexto assistencial do Sistema


Único de Saúde (SUS), sendo responsável por diversas atividades relacionadas a
medicamentos e materiais médicos, instrumentos terapêuticos com forte impacto na saúde e
no custo hospitalar. O profissional farmacêutico deve ter um rígido controle de estoque, para
gerenciar um modo de dispensação a ser adotado, criando meios estratégicos para diminuir as
perdas por vencimentos de produtos hospitalares. As perdas de insumos por vencimento
representam o maior ônus para a instituição, que podem levar a um alto custo financeiro. O
objetivo deste trabalho é compartilhar a experiência exitosa na otimização de recursos como
estratégias para controle de perdas de insumos por validade, reduzindo os custos financeiros.
Foi realizado um estudo retrospectivo comparando as perdas por validade entre os segundos
semestres de 2016 e 2017, na Unidade de Pronto Atendimento Gregório Lourenço Bezerra
(UPA Olinda). Foram realizadas medidas preventivas, desde a fase de compras baseadas no
consumo médio mensal e estoque mínimo, até a fase de distribuição prévia dos produtos com
validade próxima a expirar, através de permutas, a fim de evitar desperdício. Dentre as
estratégias implantadas, destacam-se: permutas de medicamentos e materiais médicos com as
unidades filiadas, orientação da equipe médica para racionalização e otimização de uso dos
insumos farmacêuticos, treinamentos de educação continuada com a equipe da farmácia para
realização da técnica PVPS (Primeiro que Vence, Primeiro que Sai), além da padronização
que resulta em aquisições coerentes nas licitações trimestrais, evitando desperdícios dos
insumos. Foi constatado que, após a implantação de estratégias utilizadas na gestão dos
estoques, houve redução de desperdício e de produtos obsoletos. Verificou-se através de
planilha de indicadores, uma redução de 95,01% em perdas por validade em 2017
comparativamente ao mesmo período de 2016, que representou uma redução de R$ 6.079,69
no semestre. A análise da economia mensal demonstrou em julho um valor de R$ 1.896,79,
maior redução do período, e R$ 388,13 em setembro, representando o menor valor de
63
economia do período. Os resultados demonstraram que as estratégias realizadas pelos
Farmacêuticos foram importantes para as ações implantadas na UPA Olinda, visando uma
racionalização adequada e desperdícios mínimos que levaram a redução de perdas por
vencimento e gerando uma economia em 2017.

Referências
Gonçalves AA, Novaes ML, Simonetti VM. Otimização de farmácias hospitalares: eficácia da
utilização de indicadores para gestão de estoques. In: XXVI ENEGEP, 2006 Out 9-11,
Fortale-za; 2006. Available from:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2006_tr450302_7149.pdf
Magarinos-Torres R, Castro CG, Pepe VL. Critérios e indicadores de resultados para a
farmácia hospitalar brasileira utilizando o método Delphi. Cad Saúde Pública
[Internet]. 2007 Ago;23(8):1791-802. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102
Novaes ML, Gonçalves AA, Simonetti VM. Gestão das farmácias hospitalares através da
padronização de medicamentos e utilização da curva ABC. In: XIII SIMPEP, 2006
Nov 6-8; Bauru; 2006. Available from:
http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/962.pdf

Palavras-chave: Medicamentos. Vencimento. Controle de Estoque. Perdas.

64
CRIAÇÃO DE INDICADOR DE QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE:
FALHAS NA IDENTIFICAÇÃO DOS PACIENTES NO HOSPITAL PELÓPIDAS
SILVEIRA

MARIA FERNANDA APARECIDA MOURA DE SOUZA, Cintya Kelly Gomes


Cavalcanti, Marialba de Morais Siqueira, Lídia Lins Sodré
Hospital Pelópidas Silveira

Indicadores de Saúde são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre


determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema
de saúde. Não são medidas absolutas de bom ou mau desempenho, mas indicam em que
medida cumpriu determinados objetivos ou não. Sinalizam áreas com oportunidades de
melhoria. Visto a importância em prevenir eventos adversos em saúde e a relevância dos
Indicadores em Saúde no conjunto de prevenção/redução de riscos e danos aos pacientes, este
trabalho se propõe a criação e manutenção de um indicador em saúde voltado para
Identificação dos Pacientes. O Indicador foi criado em Junho de 2017. Para tal, foi feita uma
pesquisa em sites de referência em Qualidade e Segurança do Paciente e Indicadores de Saúde
a fim de verificar a existência de algum Indicador que demonstre quase falhas (Near Miss) na
Identificação dos Pacientes por meio das Pulseiras de Identificação. Os sites consultados
foram: PROQUALIS (Aprimorando as práticas de saúde) e CQH (Compromisso com a
Qualidade Hospitalar). A fórmula do indicador foi baseada em fórmulas de prevalência:
Numerador (Número de Falhas na Identificação dos Pacientes) e Denominador (Número de
pacientes internados no mês analisado.) Os dados do numerador foram obtidos por meio dos
comunicados de eventos da Instituição e das rondas/visitas realizadas pelos setores de
Qualidade, CCIH e Educação Permanente. Os dados do denominador foram obtidos através
de relatórios fornecidos pelo sistema PARI do MVPEP, que gerencia dados relativos aos
internamentos da Instituição. Na análise retrospectiva foi observado que, durante o 1º
semestre de 2017, o número de comunicados de eventos recebidos foram poucos e refletiam
subnotificação. Foram necessárias ações setoriais para melhoria na adesão do preenchimento
de comunicados de eventos afim de que a construção do Indicador ocorresse de modo
fidedigno. A partir de agosto de 2017, o quantitativo de comunicados aumentou e o indicador
começou a apresentar taxas superiores às falhas do 1º semestre de 2017. No 1º semestre de
2017, a prevalência de Falhas na Identificação foi de 5,23%. Já no 2º Semestre de 2017 a
65
prevalência foi de 11,02%. O setor que mais apresentou falhas na identificação foi a
emergência neurológica, devido a grande demanda mensal de pacientes. O setor que mais
comunicou falhas de identificação foi o setor de Imagem, que recebe um grande quantitativo
de pacientes para realização de exames. O Indicador, atualmente, está bem consolidado, é
calculado de forma mensal e tem sido útil na sinalização de oportunidades de melhorias para
os setores. Apesar de ser um processo detalhista e dependente dos dados disponíveis, ações de
adesão e cálculos mensais, a construção do indicador foi de extrema importância para
monitoração de falhas de Identificação dos Pacientes, prevenção de eventos adversos em
saúde e auxílio nas ações de melhoria.

Referências
CQH [Internet]. [cited 2018 Maio 21]. Available from:
http://www.cqh.org.br/portal/pag/inicial.php-
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Hospital Pelópidas Silveira
[Internet]. [cited 2018 Maio 21]. Available from:
http://www1.hps.imip.org.br/cms/opencms/hps/pt/home/.
Lippi G, Mattiuzzi C, Bovo C, Favaloro EJ. Managing the patient identification crisis in
healthcareand laboratory medicine. Clin Biochem [Internet]. 2017 Jul;50(10-11):562-
67. Availa-ble from: 10.1016/j.clinbiochem.2017.02.004. Epub 2017 Feb 6. 2017.
Proqualis [Internet]. [cited 2018 Maio 21]. Available from: https://proqualis.net/-

Palavras-chave: Segurança do Paciente. Garantia da Qualidade dos Cuidados de Saúde.


Auditoria de Enfermagem.

66
CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE LESÃO
POR PRESSÃO NO INTRAOPERATÓRIO NEUROGIRURGIA

ANDREZA GABRIELA SOUZA LINS, Cintya Kelly Gomes Cavalcanti,


Maria Fernanda Souza, Lídia Lins Sodré
Hospital Pelópidas Silveira

O Hospital Pelópidas Silveira representa um avanço significativo na assistência a saúde da


população pernambucana. A unidade atende pacientes infartados ou com outras doenças do
coração, aneurisma, acidente vascular cerebral, tumores cerebrais entre outros. É uma
instituição publica estadual voltada exclusivamente para pacientes SUS. Possui 190 leitos e
conta com uma bloco cirúrgico com cinco salas, um arsenal, um expurgo, uma farmácia
satélite. Com uma média de 86 procedimentos por mês, a equipe é composta por 58
colaboradores entre técnicos de enfermagem, enfermeiros, neurocirurgiões e anestesistas. No
que se refere aos pacientes cirúrgicos, uma das complicações mais comuns é o
desenvolvimento, durante o intraoperatório, de LPP nos estágios I e II. Elas podem ser
observadas imediatamente após a cirurgia e têm a possibilidade de evoluir rapidamente para
os estágios III e IV. Mas também podem ser observados alguns dias após a cirurgia. O
objetivo deste POP é prevenir lesão por pressão no intraoperatório em neurocirurgia. Trata-se
de um estudo descritivo de uma rotina que foi criada e implantada em janeiro 2017 para
prevenção de lesão de por pressão no intraoperatório em neurocirurga após vários eventos
relacionados à lesão de pele. A criação do POP deu-se após várias reuniões com a comissão
de pele, gerencia do bloco cirúrgico e farmacêutico. O grupo discutiu o assunto baseado em
evidencias científicas, criando três momentos para discussão de diferentes situações. Em 2017
tivemos uma quantitativo de 906 cirurgias, sendo761 (84%) da neurocirurgia e 145 (16%) da
cardiologia (Implante de Marcapasso). No decorrer deste ano, de acordo com os comunicados
de eventos estabelecidos pela instituição, houve cinco casos de pacientes que sofreram lesão
por pressão na intraoperatório em neurocirurgia. Considera-se, portanto, que todos os
pacientes cirúrgicos devam ser sistematicamente avaliados durante o período perioperatório
em relação aos fatores de risco para o desenvolvimento de LPP, subsidiando a tomada de
decisão a respeito das medidas preventivas a serem implementadas. A prevenção de LPP é
responsabilidade de toda a equipe cirúrgica.

67
Referências
Hospital Regional do Mato Grosso do Sul. POP Prevenção de LPP no Intraoperatório no HPS.
Campo Grande; 2017.
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Hospital Pelópidas Silveira
[Internet]. [cited 2018 Maio 24]. Available from:
http://www1.hps.imip.org.br/cms/opencms/hps/pt/home/.
Kemp M, Keithley J, Smith D, Morreale B. Factors that contribute to pressure sores in
surgical patients. Res Nurs Health [Internet]. 1990;13(5):293-301. Available from:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2236652
National Pressure Ulcer Advisory Panel. Pressure ulcer stages revised by NPUAP [Internet].
[cit-ed 2009 Sept 12]; Washington; 2007. Available from: http://www.npuap.org/.
Schoonhoven L, Defloor T, Tweel I, Buskens E, Grypdonck MH. Risk indicators for pressure
ulcers during surgery. Appl Nurs Res [Internet]. 2002;15(3):163-73. Available from:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12173167

Palavras-chave: Lesão de Pele. Intraoperatório. Neurocirurgia.

68
CUSTO EFETIVIDADE NA PRÁTICA CIRÚRGICA DIÁRIA:
COMO ECONOMIZAR OFERECENDO O MELHOR PARA O PACIENTE

OMAR JACOBINA DE FIGUEIREDO, Cristiano de Souza Leão,


Antônio Cavalcanti de Albuquerque Martins
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Apesar da crescente demanda da população, o financiamento de saúde permanece estagnado


nos últimos anos, o que tem dificultado a manutenção dos serviços de saúde com o mesmo
volume. Apesar do reajuste da tabela do sistema único de saúde estar defasado, os preços dos
materiais seguem aumentado pelas variações cambiais e inflação. No ambiente cirúrgico, os
cistos dos materiais representam um custo importante. A variedade de materiais e seus
diferentes custos permitem que o custo de um mesmo procedimento possa variar muito. Fios
de aplicabilidade semelhantes tem preços muito diferentes, a exemplo do fio de polidaxonona,
o de poliglecaprone e o de polipropileno. Foi feito um levantamento da literatura que não
demonstrou superioridade em um tipo de fio ou outro para anastomose digestivas ou
fechamento de aponeurose. De maneira semelhante foi avaliado as evidencias para uso de
drenos na cirurgias digestiva e seus respectivos tipos, evidenciando que o uso de drenos esta
cada vez mais restriro e não há vantagem em qhanto a tipo de dreno estabelecida na literatura.
Foi então realizada uma cotação dos preços dos fios e materiais de uso mais comum na
cirurgia geral. Após a cotação, foi realizado qual os materiais utilizados em cada cirurgia em
dois cenários, um com o material mais moderno e, portanto, mais caro e outro com o material
mais simples, mais barato, mas com a mesma efetividade pela luz da medicina baseada em
evidências. Dentre as cirurgias levantadas, podemos destacar a colecistectomia
videolaparoscópica que no cenário de maior gasto, custaria R$ 107,05 e no cenário de menor
custo, sairia por R$ 70,25, gerando uma economia de R$ 31,80. Por procedimento, é uma
economia anual de até R$ 23.000,00. A gastroplastia VPM tem um custo que varia de R$
752,72 para R$ 83,76 com uma economia por procedimento de R$ 669,16 e uma economia
anual de até R$ 64.000,00. E a hepatectomia parcial, em que o custo varia de R$ 1.147,46 a
R$ 291,21, com uma economia por cirurgia de R$ 896,25 e uma economia anual de até R$
10.300,00. Desta forma, apenas com mudanças de escolha do material utilizado, apenas no
serviço de cirurgia geral do IMIP, é possível uma economia no valor de até R$ 120.000,00 por
ano, sem trazer nenhuma desvantagem para os pacientes.
69
Referências
Andersen E, Søndenaa K, Holter J. A comparative study of polydioxanone (PDS®) and
polyglactin 910 (Vicryl®) in colonic anastomoses in rats. J Int J Colorect Dis
[Internet]. 1989;4: 251-54. Available from: https://doi.org/10.1007/BF01644992
Annals of Surgery [Internet]. 2010 May;251(5);843-56. Available from:
https://journals.lww.com/annalsofsurgery/toc/2010/05000
Deerenberg EB, Harlaar JJ, Steyerberg EW, Lont HE, Doorn HC, Heisterkamp J. Small bites
versus large bites for closure of abdominal midline incisions (STITCH): a double-
blind, multicen-tre, randomised controlled trial. The Lancet [Internet]. 2015
Sep;386(1000);1254-60. Available from:
https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(15)60459-7/fulltext
Diener MK, Voss S, Jensen K, Büchler MW, Seiler CM. Elective Midline Laparotomy
Closure: the INLINE systematic review and meta-analysis. Ann Surg [Internet]. 2010
May;251(5):843-56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20395846
Gillatt DA, Corfield AP, May RE, Bartolo DC, Leaper DJ. Polydioxanone suture in the
gastroin-testinal tract. Annals of the Royal College of Surgeons of England [Internet].
1987;69(2):54-6. Available from:
https://researchers.mq.edu.au/en/publications/polydioxanone-suture-in-the-
gastrointestinal-tract
XIII SIMPEP. 2006 Nov 6-8; Bauru; 2006.

Palavras-chave: Medicina. Custo. Material Cirúrgico.

70
DA TEORIA À PRÁTICA: INSERÇÃO DO FARMACÊUTICO NA EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR E NA SEGURANÇA DO PACIENTE NO HOSPITAL
PELÓPIDAS SILVEIRA

GIUSEPPINA PAULINO FUCALE, Juliana Lira, Angele Pedrosa


Hospital Pelópidas Silveira

Nas ultimas décadas, os estabelecimentos de saúde tem se preocupado cada vez mais com a
segurança no atendimento ao paciente. Utilizando medidas preventivas, através da inserção do
farmacêutico clínico, com objetivo de maximizar a terapia e minimizar os riscos e os custos,
promovendo assim o uso seguro e racional de medicamentos. Com a implantação da farmácia
hospitalar, o farmacêutico pôde se enquadrar em determinadas atribuições para desempenhar
a farmácia clínica, tais como: 1) Participação na elaboração de protocolos terapêuticos; 2)
Desenvolvimento de programas de farmacocinética clínica; 3) Participação em programas de
farmacovigilância; 4) Desenvolvimento de programas de farmácia clínica. Como primeiro
passo, o farmacêutico foi inserido na equipe multidisciplinar, a fim de acompanhar pacientes
da UTI Neurológica II do Hospital Pelópidas Silveira. O farmacêutico analisa a prescrição
médica por meio do sistema informatizado MV/Prontuário Eletrônico do Paciente (MV/PEP).
São avaliadas nesta fase apenas as prescrições dos pacientes da UTI Neurológica II. O
farmacêutico realiza a análise da prescrição médica utilizando referências bibliográficas e
bases de dados como a Micromedex, que está disponível no site do Ministério da Saúde para
acesso, além de artigos periódicos, livros e outros. As informações são registradas no campo
"Evolução Farmacêutica" no PEP. É inicialmente observada a evolução médica, evolução da
enfermagem, evolução nutricional e aferições, bem como o acompanhamento dos resultados
dos exames laboratoriais diários. Alguns critérios, neste momento, foram estabelecidos à
realização da farmácia clínica: 1) Clearance de creatinina; 2) Sinergismos e antagonismos; 3)
Contraindicações; 4) Interações por sonda e dieta; 5) Profilaxia de Trombo Embolismo
Venoso (TEV); 6) Profilaxia de úlcera gástrica; 7) Uso de medicamentos de alta vigilância; 8)
Uso de drogas vasoativas; 9) Uso de medicamentos de baixo índice terapêutico. A inserção do
farmacêutico na equipe multidisciplinar da unidade de terapia intensiva do Hospital Pelópidas
Silveira teve como objetivo inicial fornecer informações e orientações a equipe, contribuir
com a promoção do uso seguro e racional dos medicamentos, identificar, avaliar e prevenir
problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM’s). Por se tratar de um programa
71
inicial de integração do profissional farmacêutico à equipe, as intervenções realizadas foram
registradas como sugestões em prontuário eletrônico do paciente (PEP). O farmacêutico vem
conquistando mais espaço na equipe multidisciplinar do Hospital Pelópidas Silveira por suas
relevantes intervenções. A implantação propriamente dita da estrutura da farmácia clínica
espera-se um impacto positivo em relação às intervenções realizadas pelo farmacêutico
incluindo o uso racional de medicamentos, segurança do paciente e a redução de custos.

Referências
Cardenal L, Fernandes C. Intervenção farmacêutica no processo de validação da prescrição
médica. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde. 2014 Abr- Jun;5(2)14-9.
Costa JM, Abelha LL, Duque FA. Experiência de implantação do serviço de farmácia clínica
em um hospital de ensino. Rev Bras Farm. 2013;94(3):250-6.
Ferracini FT, Almeida SM, Locatelli J, Petriccione S, Haga CS. Implantação e evolução da
farmácia clínica no uso racional de medicamentos em hospital terciário de grande
porte. Einstein [Internet]. 2011 Dez;9(4):456-60. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
45082011000400456&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/s1679-45082011ao2140
Novaes MR, et al. Guia de boas práticas em farmácia hospitalar e serviços de saúde. São
Paulo; 2009. [cited 2018 Maio 15]. Available from:
http://www.sbrafh.org.br/site/index/library/sc/7
Oliveira LM, Thiesen FV, Zimmer AR, Morrone FB, Munhoz TP. Instituto Racine [Internet].
O papel do farmacêutico em unidade de terapia intensiva. São Paulo; 2013. [cited
2018 Maio 14]. Available from: http://www.racine.com.br/o-papel-do-farmaceutico-
em-unidade-de-terapia-intensiva-uti/.
Santana GS, Oliveira GS, Ribeiro Neto LM. O farmacêutico no âmbito hospitalar: assistência
farmacêutica e clínica. 2014 Out 23-25. In: III Simpósio de Ciências Farmacêuticas
[Internet]. [cited 2018 Maio 14]. Available from: https://www.saocamilo-
sp.br/novo/eventos-noticias/simposio/14/SCF001_14.pdf

Palavras-chave: Assistência Farmacêutica. Segurança do Paciente. Evolução Farmacêutica


no PEP.

72
DESENVOLVIMENTO DOS CRITÉRIOS PARA MARCAÇÃO DOS PACIENTE
EM QUIMIOTERAPIA NO AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA ADULTO

KEITYANE LEACARLA BEZERRA DA SILVA, Vanessa Maria Carvalho Siqueira,


Itala Morgania Farias da Nóbrega, Marcela Mendonça Pacífico Cavalcanti
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Os casos de câncer tem aumentado, sendo a segunda causa de morte no mundo. No Brasil,
biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, no Estado de Pernambuco,
estima-se 23 mil e na capital, 5 mil casos novos neste ano. Em Recife, o Instituto de Medicina
Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) é considerado centro de referência que apresenta
grande oferta de assistência oncológica. Em 2015, iniciou uma crise social/financeira/política
no Brasil que se encontrava na contramão das necessidades assistenciais da população
oncológica crescente. O congelamento dos gastos com saúde desconsidera uma série de
investimentos em saúde, para manter os serviços existentes e garantir cobertura integral e
universal. De acordo com o relatório mensal de estatística do IMIP, em 2017 foram admitidos
3.318 novos casos e foram realizadas 1.492 sessões de quimioterapia no ambulatório de
oncologia adulto. Diante disso, o trabalho teve como objetivo elaborar o perfil dos pacientes
em tratamento na sala de quimioterapia do Ambulatório de Oncologia adulto, reduzir o tempo
de espera para início de tratamento e redistribuir os pacientes em tratamento de quimioterapia
para os horários da manhã e da tarde, a fim de extinguir o terceiro turno. Foram elaborados
perfis com critérios para reduzir o tempo da sala de quimioterapia sem prejuízo do
atendimento aos pacientes de forma mais organizada. O estudo foi realizado no Ambulatório
de Oncologia Adulto IMIP. Foi elaborada uma planilha sinalizando as cores, de acordo com
as agendas do sistema MV. Foram tomadas medidas para redução do tempo de espera do
paciente em tratamento. Entre elas: identificação dos pacientes, adequação do fluxo de
prontuários, critérios para marcação, admissão de pacientes novos e alteração de rotinas nos
pedidos de exames. Os horários foram estabelecidos, considerando o prazo de duas horas para
atendimento, são eles: 7, 9, 11, 13, 15 horas. O perfil 1, com 30 vagas, seria para pacientes
com consulta e exame dia anterior, quimioterapia demorada, paciente interior; o perfil 2, com
10 vagas, seria para pacientes com consulta no dia anterior ou às 7 horas no mesmo dia,
exame no dia anterior, longa duração de quimioterapia (QT); o perfil 3, com 10 vagas, seria
para pacientes que realizaram exames e consulta no mesmo dia pela manhã; o perfil 4, com 10
73
vagas, seria para pacientes que realizaram exames no mesmo dia da consulta pela manhã, da
região metropolitana, e com tempo de duração de QT curto. Diante das tabelas elaboradas e
metodologia para marcação da quimioterapia, percebe-se uma melhora na marcação. Na
admissão, é vista a necessidade por perfil, se o paciente ocupa a vaga que realmente pode
comparecer com critérios necessários. Ainda há desafios, entre eles esta a disponibilidade de
prontuários em tempo hábil, além dos pacientes comparecerem às consultas agendadas.

Referências
Departamento de Qualidade e Análise Institucional. Relatório Mensal Estatístico Complexo
Hospitalar 2018 Mar. 15 p.
Instituto Nacional de Câncer Jose Alencar Gomes da Silva, Coordenação de Prevenção e
Vigilância. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA;
2017. 128 p.
Monteiro GA, Monteiro GA. Análise e proposta de melhoria na gestão de manutenção: um
estudo de caso em uma Unidade Hospitalar Pública. Niterói; 2017. 126 f.
Vieira FS, Benevides RP. O direito à saúde no brasil em tempos de crise econômica, Ajuste
Fiscal e Reforma Implícita do Estado Revista de Estudos e Pesquisas sobre as
Américas. 2016;10(3).

Palavras-chave: Protocolo Quimioterapia. Agendamento de Consulta. Ambulatório de


Oncologia.

74
DIAGNÓSTICO PARA TUBERCULOSE: PRINCIPAIS VANTAGENS DO TESTE
RÁPIDO MOLECULAR QUANDO COMPARADO À BACILOSCOPIA
TRADICIONAL

ISABELLY CRISTINY AQUINO DE SOUZA, Alais Daniela Prestrelo de Lima,


Felipe Mesquita da Silva, Nayara Rosane Vasconcelos Silva
Hospital Miguel Arraes

A tuberculose ainda é um grande problema de saúde pública que vem preocupando


autoridades da área de saúde, e o Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) é uma
das ferramentas utilizada para o diagnóstico dessa doença. O TRM-TB é um teste
automatizado, acessível, ágil e de fácil execução nos laboratórios. O teste detecta, ao mesmo
tempo, o Mycobacterium tuberculosis e a resistência à rifampicina (RIF), em
aproximadamente duas horas. O objetivo deste estudo foi identificar as principais vantagens
em relação à aplicabilidade do TRM-TB em comparação com a baciloscopia, tradicional
bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) em pacientes com suspeita de tuberculose pulmonar.
Estudo comparativo, transversal, realizado no Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes,
localizado na cidade do Paulista-PE, no período de 01 a 30 de abril de 2018. Para realização
do estudo, foram observados resultados dos testes do TRM-TB e BAAR, por meio do banco
de dados do laboratório no referido hospital. Foram utilizadas seis coletas para teste rápido
molecular, sendo duas positivas e quatro negativas. Dentre essas, foram identificadas duas
amostras com resistência a RIF. Já para o BAAR, foram feitas 44 coletas, sendo 42 negativas
e duas positivas. Para que o BAAR ficasse pronto, teve-se um tempo médio de 24 a 48 horas,
já ó TRM-TB, apenas duas horas. Diante desse resultado, observou-se que o tempo para
diagnóstico da doença com o novo teste é relativamente rápido quando comparado com o
BAAR. Sendo assim, o paciente poderá começar o tratamento mais rápido, diminuindo o
número de casos tratados sem confirmação laboratorial. Outra vantagem é que o teste
consegue identificar resistência ou não a RIF, que é um antibiótico comumente utilizado para
tratamento da tuberculose, sem necessidade do teste de sensibilidade, como o teste tradicional.
A exposição do profissional em relação à análise da amostra também diminui, visto que o
TRM-TB é analisado numa máquina, sem precisar de manuseio do profissional. A agilidade
na descoberta da doença pode evitar que ela seja transmitida nas populações com maior
vulnerabilidade social, reduzindo, assim, a morbimortalidade causada pela tuberculose.
75
Acredita-se que a pouca utilização do TRM-TB no hospital pesquisado dar-se pelo não
conhecimento dos profissionais envolvidos em relação à nova forma de diagnóstico. Vale
ressaltar que esse novo método é de grande importância, pois contribuirá com o início rápido
do tratamento convencional e identificação precoce da resistência a medicamentos, além da
diminuição no número de casos tratados sem confirmação laboratorial.

Referências
Furini AA, Pedro HS, Rodrigues JF, Montenegro LM, Machado RL, Franco C. Detection of
Mycobacterium tuberculosis complex by nested polymerase chain reaction in
pulmonary and ex-trapulmonary specimens. J bras pneumol [Internet]. Dec [cited 2018
May 16]:39(6):711-8. Avail-able from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
37132013000600711&lng=en&nrm=iso
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
das Doenças Transmissíveis. Rede de teste rápido para tuberculose no Brasil: primeiro
ano da implantação [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2015. Available from:
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/19/rtr-tb-15jan16-isbn-
web.pdf

Palavras-chave: Tuberculose. Rifampicina.

76
DIETAS CETOGÊNICAS PARA EPILEPSIA FÁRMACO-RESISTENTE:
EXPERIÊNCIA APÓS 30 MESES EM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO

PAULA AZOUBEL DE SOUZA, Larissa de Andrade Viana,


Adélia Maria de Miranda Henriques-Souza
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A despeito dos avanços no diagnóstico e tratamento da epilepsia, do aumento considerável de


novos fármacos antiepilépticos, com diferentes mecanismos de ação, aproximadamente 30%
das pessoas com epilepsia não tem controle efetivo das crises ou não toleram os fármacos
antiepilépticos (FAEs). Em 1921, Dr. R.M. Wilder propôs que os benefícios do jejum
poderiam ser obtidos, se a cetonemia fosse produzida, através de outros meios e cunhou o
termo “dieta cetogênica” (DC), que mimetiza no organismo alterações bioquímicas associadas
ao jejum. Ele propôs que a DC poderia ser uma opção terapêutica efetiva para pacientes com
epilepsia, tanto quanto o jejum, e mantida por um período mais longo de tempo. DC é uma
dieta rica em gordura, com baixo teor de carboidrato e adequada oferta de proteína, indicada
como tratamento não farmacológico efetivo para crianças, incluindo lactentes, com epilepsia
fármaco-resistente (EFR). Também indicada para adolescentes e adultos numa forma mais
palatável conhecida como dieta de Atkins modificada (DAM). O presente estudo objetiva
descrever a experiência de implementação do ambulatório especializado em dietas
cetogênicas no tratamento da EFR. Estudo observacional, de corte transversal, com lactentes,
crianças, adolescentes e adultos, de ambos os sexos, tratados de epilepsia fármaco-resistente
com dietas cetogênicas em ambulatório específico do IMIP/PE no período de dezembro de
2015 a maio de 2018. Os dados socioeconômicos, demográficos, clínicos, antropométricos e
laboratoriais foram obtidos do prontuário e das fichas de atendimento. Na análise estatística,
utilizou-se o programa SPSS®. Obteve-se uma amostra de 83 pacientes sendo 60,2% do sexo
masculino com idade média de 8 anos e 2 meses; 45,8% provenientes da RMR, 44,6% do
interior e 9,6% de outros estados. Os pacientes apresentavam EFR com uma média de 21
crises ao dia, a DC clássica foi empregada em 74,4% dos casos, enquanto a DAM foi
orientada à 25,6%. Ficaram livres de crises 26,8% da amostra, 23,2% tiveram uma redução
entre 75 e 99% de suas crises, 21,4% redução de 50 a 75% e apenas 28,6% dos pacientes
acompanhados pelo ambulatório tiveram redução inferior a 50%. No início da dieta, foi
observado erro alimentar em 83,7% dos pacientes, no entanto 64,1% encontravam-se
77
eutróficos, 10,2% desnutridos e 25,7% com excesso de peso, quando submetidos à DC, o
estado nutricional não apresentou diferença significativa (p >0,05), sendo eutrofia 63,2%,
desnutrição 7,9% e excesso 28,9%. Nos últimos anos, observa-se um crescente uso da
DC/DAM em pacientes portadores de EFR, com confirmada eficácia. De acordo com a
literatura, a presente amostra confirmou a eficácia das dietas cetogênicas. Os neurologistas
infantis e de adultos deverão estar aptos a reconhecer os pacientes candidatos a DC/DAM e
encaminhá-los o mais precoce possível aos centros especializados, evitando que sejam
ofertadas apenas como última opção terapêutica.

Referências
Kossof EH, Turner Z, Doerrer S, et al. Epilepsy today and the place of the ketogenic diet. In:
The ketogenic and modified Atkinsdiet. 6th ed. New York: Demos Medical
Publishing; 2016. p. 3-8.
Louw E, Hurk D, Neal E, Leiendecker B, et al. Review article, Ketogenic diet guidelines for
infants withrefractory epilepsy. European Journal of Paediatric Neurology.
2016;20(6):798-809.
Sampaio LP. Dietas cetogênicas e outras alternativas terapêuticas. In: Tratamento
medicamentoso das epilepsias. São Paulo: Leitura Médica LTDA; 2014. p. 207-32.
Sampaio LP. Ketogenic diet for epilepsy treatment. Arquivos de Neuropsiquiatria.
2016;74(10):842-8.
Wheless JW. History of the ketogenic diet. Epilepsia. 2008;49(Suppl. 8):3-5.

Palavras-chave: Qualidade de Vida. Doenças Neurológicas. Epilepsia. Estado Nutricional.

78
EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL: ÊXITO NO SERVIÇO DE ODONTOLOGIA DA
UPA ENGENHO VELHO

MARIA GORETTI DE SOUZA LIMA, Tales Nicolas Campos,


Carmeluce Maria Barbosa, Karina Vilar Braga
UPA ENGENHO VELHO

A educação em saúde na área da Odontologia tem a finalidade de esclarecer e motivar a


população sobre a importância de bons hábitos tanto na dieta quanto na higiene bucal. A
existência de uma força motivadora contribuirá na mudança de atitude e, consequentemente,
em uma alteração de hábitos positivos, repercutindo em uma melhoria da qualidade de vida.
Esse trabalho tem como objetivo mostrar uma experiencia em educação em saúde na UPA
Engenho Velho, localizada no município de Jaboatão dos Guararapes, quanto as principais
doenças bucais, orientando a prevenção e esclarecendo sobre tratamentos e encaminhamentos.
O setor de Odontologia da UPA Engenho Velho implantou um serviço de prevenção da saúde
bucal, onde os profissionais (cirurgiões-dentistas de plantão) fazem orientações na sala
amarela e recepção, bem como distribuem kits de higiene quando são disponibilizados pela
Secretaria de Saúde. A orientação é dada de acordo com as faixas etárias presentes, por
exemplo, na sala amarela da Pediatria são realizadas orientações quanto à dieta e a higiene
bucal e na sala amarela dos adultos são dadas orientações quanto a dieta, higiene e câncer de
boca. Quando necessário, são realizadas higiene bucal com gaze e clorexidina nos pacientes
internados. Os pacientes participam da discussão sobre a saúde bucal interagindo sobre a sua
vivência e dos seus familiares e muitas vezes, através dessa prática são diagnosticados casos
de câncer bucal e lesões pré-cancerígenas, onde são encaminhados para os serviços de
referência. Através dessas atividades, também são diagnosticados casos de cárie precoce na
infância, sendo repassadas orientações às mães e fornecidos encaminhamentos para os
serviços de referência. A situação epidemiológica em saúde bucal dos brasileiros é
preocupante devido às condições socioeconômico demográfica de grande parcela da
população, repercutindo na falta de informação sobre cuidados básicos de saúde. A cárie
dentária é a doença bucal mais frequente na população e influencia consideravelmente na
qualidade de vida e bem-estar desses. Apesar do esforço das políticas públicas, observa-se que
uma parcela da população brasileira perde seus dentes muito cedo, devido à dificuldade de
acesso à assistência odontológica, somada à falta de informação dos mesmos. A educação em
79
saúde bucal em uma Unidade de Pronto Atendimento é uma medida eficaz para esclarecer e
motivar a população na melhoria do cuidado que é tão importante para manutenção da saúde e
qualidade de vida, bem como leva o profissional a não ficar engessado exercendo apenas o
papel curativo, mas também o papel preventivo, indo em busca dos pacientes, orientando-os e
consequentemente contribuindo com a melhoria da saúde bucal da população regional I de
Jaboatão dos Guararapes, área onde a UPA Engenho Velho está inserida.

Referências
Colussi CF, Calvo MC. Modelo de avaliação da saúde bucal na atenção básica. Cad Saúde
Pública. 2011;27:1731-45.
Garcia PP, Garcia S, Duarte JA, Conhecimento de saúde bucal em escolares: efeito de um
método de auto- instrução sobre os níveis de higiene oral em escolares. Pesq Bras
Odonto Ped Clin Integr [Internet]. 2009;9(3):41-6. Available from:
https://www.researchgate.net/publication/266495034/download
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde.
Política Nacional de Promoção de Saúde. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.
(Série B. Textos Básicos de Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006, 7).
Saliba NA, et al. Programas de educação em saúde bucal: a experiência da Faculdade de
Odontologia de Araçatuba. UNESP. Odontologia Clín Científ. 2003;2(3):197-200.

Palavras-chave: Educação. Saúde Bucal.

80
EDUCAÇÃO PERMANENTE: ESTRATÉGIA PARA MANUTENÇÃO DA
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

RENATA LOPES DO NASCIMENTO SANTOS, Amanda Miguel de Lima,


Renata Lopes do Nascimento, Gisele Pereira da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A Enfermagem planeja sua ação do cuidado ao ser humano em diversas condições de saúde.
A educação em serviço apresenta um conjunto de atividades planejadas com o objetivo de
colaborar com o funcionário na atuação com mais competência para proporcionar uma
assistência segura ao paciente. A política da educação permanente foi adotada pelo governo
federal como estratégica fundamental, para recompor as práticas de formação, atenção,
controle social e gestão no setor de saúde. A Educação Permanente (EP), no âmbito das
políticas nacionais de saúde, refere-se como proposta que busca a perspectiva da capacitação
dos trabalhadores de Enfermagem, envolvendo os problemas do cotidiano da instituição. O
estudo teve como objetivo identificar, através das ocorrências internas, as dificuldades
apresentadas pelos profissionais de enfermagem e com o treinamento in loco torná-lo
capacitado para as atividades a serem executadas. Trata-se de uma pesquisa descritiva,
realizada no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, com as ocorrências
documentadas à coordenação de enfermagem, sobre dificuldades com remanejamentos dos
profissionais de enfermagem no serviço, no período de julho de 2017 a janeiro de 2018. A
análise de dados foi realizada por meio de três etapas: identificação do setor de origem, mês e
o ano da ocorrência e razão da não aceitação do remanejamento intersetorial. A partir dos
dados coletados, foram identificadas 06 ocorrências referentes à recusa do remanejamento dos
profissionais entre os setores: Bloco cirúrgico e clínica cirúrgica II; Bloco cirúrgico e Clínica
cirúrgica III; UTI cirúrgica e Unidade de terapia intensiva leitos de retaguarda; Clínica
cirúrgica I e SPA; Clínica médica e SPA; Oncologia adulta e Clínica cirúrgica III. A partir da
identificação da dificuldade da aceitação de remanejamento, foi solicitado à educação
permanente em parceria com alguns ministrantes acréscimos de temas aos treinamentos para a
equipe de enfermagem: Parada Cardiorrespiratória, Receptação Cardiopulmonar, higienização
das mãos, monitorização precauções padrão, cuidados de enfermagem com acessos venosos,
nutrição parenteral, administração de medicamentos, cuidado de enfermagem com acessos
venosos, aspiração das vias aéreas e oxigenoterapia. O parecer técnico COREN-PE nº
81
001/2016, instrumento de legalidade para a organização e efetividade assistencial, permite o
remanejamento de profissionais de enfermagem entre os setores da unidade hospitalar para
garantir o índice de segurança técnica. A Política Nacional da Educação Permanente em
Saúde propôs como estratégia, a mudança no serviço de saúde, capacitando o profissional de
saúde as reais situações da prática cotidiana e motivando a superação nas ações a saúde. É
importante que a enfermagem com sua expertise consigam identificar as dificuldades
lançando mão de estratégia de gestão, planeje, treine e capacite a equipe, a fim de preservar a
qualidade da assistência e prevenir situação de desconforto com remanejamentos. A educação
permanente é fundamental no processo de desenvolvimento do profissional na instituição,
haja vista que o treinamento em serviço pode prevenir situações de desconforto e desarranjos
à saúde dos profissionais. Após identificar as ocorrências e dificuldades apresentadas, foi
trabalhado com o grupo temas pertinentes e percebeu-se uma redução na recusa de
remanejamentos.

Referências
Conselho Regional de Enfermagem. Parecer técnico 001/2016. Dispõe sobre o
remanejamento frequente de profissionais de enfermagem em outros setores da
Unidade hospitalar. Pernambuco; 2016.
Ministério da Saúde (BR). Implementação da Política Nacional da Educação Permanente em
Saúde e dá outras providências. Brasil, Portaria GM/MS nº 1; 2007.
Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 198/GM/MS, Institui a Política Nacional de Educação.
(13 de fevereiro de 2004) Permanente em Saúde como estratégica do Sistema Único
de Saúde para a formação e desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras
providências. Brasília; 2004.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria-Executiva, Subsecretaria de Assuntos Administrativos.
Plano Anual de Capacitação: PAC 2009: programa de educação permanente do
Ministério da Saúde. Brasília: M.S; 2009.
Silva MJ. Educação Continuada: estratégia para o desenvolvimento do pessoal de
enfermagem. São Paulo: EDUSP; 1989.

Palavras-chave: Educação Permanente. Qualificação Profissional.

82
EDUCAÇÃO PERMANENTE TUTORIAL: ESTRATÉGIA INOVADORA EM UMA
UNIDADE TERCIÁRIA ESPECIALIZADA DO SUS

FLAVIANA CRISTINA SANTIAGO MACIEL FERNANDES, Mariana Luiza de


Acioly Rodrigues, Viviane Fragoso de Souza, Maria Carolina Martins de Lima
Hospital Pelópidas Silveira

O Hospital Pelópidas Silveira – IMIP/SES/SUS é uma unidade terciária, especializada em


cardiologia, neurologia, neurocirurgia, e radiologia intervencionista. É o único hospital do
Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro com esse perfil e uma instalação 24 horas-cardio-
aguda/neurovascular. Os desafios da educação permanente incluem: a) Garantir o nível de
conhecimentos básicos e b) Capacitar o Corpo Clínico nos conhecimentos atuais em cada
área. A Educação Permanente HPS engloba: a) Educação Permanente Presencial Tutorial
(EPPT-HPS); b) Tutoriais online na Plataforma Virtual de Ensino Pelópidas Digital
(PVEPD); e c) Avaliação Setorial Diária (ASD). Este trabalho apresenta detalhes logísticos
EPPT-HPS, estratégia inovadora na educação em Unidade de ponta. Equipe-treinamento
coordena encontros tutoriais e acompanha estatísticas. Equipe-avaliação visita setores
diariamente, observando na prática a incorporação de informações repassadas, retreinando
indivíduos no cenário de trabalho. Ambas estão envolvidas com elaboração de currículos,
encontros tutoriais, reuniões científicas, relatórios, pautas e módulos digitais de treinamento.
Os encontros tutoriais tem pré/pós-testes, permitindo acompanhamento da frequência,
significância do tema e retenção de conhecimento a curto prazo. Cada grupo tutorial envolve
de seis a doze funcionários, sendo um a dois de cada setor, compartilhando similaridades nas
necessidades de treinamento. Há cinco grupos de interesse: a) enfermeiros; b) técnicos de
enfermagem e radiologia, e flebotomistas; c) auxiliares administrativos, maqueiros,
motoristas; d) funcionários da segurança, limpeza, rouparia e técnicos de laboratório e)
funcionários da manutenção e auxiliares de farmácia. A equipe de suporte, como enfermeiros,
técnicos de enfermagem, pessoal administrativo e técnico, é composta por mais de 60% do
pessoal das nossas instituições. O papel desse grupo na provisão de cuidados de saúde
seguros, a tempo e de qualidade, particularmente quando se considera as áreas de cardiologia,
neurologia, neurocirurgia e radiologia intervencionista, é primordial e muitas vezes
negligenciado na pesquisa em saúde. Problematização e estratégias ativas resultam em um
Programa de Educação Permanente atrativo, dinâmico e estruturado para produzir resultados a
83
curto-prazo. A estratégia é de interesse para Instituições de perfil assemelhado ou com
desafios similares.

Referências
Institute of Medicine Committee on Planning a Continuing Health Professional Education
Insti-tute. Redesigning Continuing Education in the Health Professions. Washington
(DC): National Academies Press (US); 2010.
Martins C, Maciel F, Acioly M, Fragoso V, Santos T. Tutorial Continuing Education:
innovative strategy in a tertiary specialized health unit. Journal on Systemics,
Cybernetics and Informatics: JSCI. 2017;15(3):16-21.
Martins C, Maciel F, Acioly M, Fragoso V, Santos T. Tutorial Continuing Education:
innovative strategy in a tertiary specialized health unit. In: Callaos N, Carrasquero JV,
Sánchez B, Tremante A, Welsch F. Proceedings of the 11th International Multi-
Conference on Society, Cybernetics and Informatics. 2017;8-11.
Martins C, Santos T, Craig-McQuaide A, Aguiar L, Valença M, Melo V, Falbo G, Leão C.
Characteristics of a Hybrid Image Archiving and Communication System Serving a
Neurological-Neurosurgical Facility. J Bras Neurocirurg. 2014;25(4):349-54.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,
Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde, Brasília: Ministério da Saúde; 2009.

Palavras-chave: Educação Continuada. Aprendizagem Baseada em Problemas. Modelos


Educacionais. Educação a Distância. Métodos Multifacetados.

84
EMPODERAMENTO DA ENFERMAGEM: IMPLANTAÇÃO DA VISITA DE
ENFERMAGEM À BEIRA LEITO NA UTI NEUROLÓGICA – HPS

LÍDIA LINS SODRÉ, Marialba Morais Siqueira,


Maria Fernanda Aparecida Moura de Souza, Cintya Kelly Gomes Cavalcanti
Hospital Pelópidas Silveira

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é a sede terapêutica de maior complexidade em uma


unidade hospitalar, onde se centram o máximo de esforços humanos e tecnologias de cuidado,
visando o pleno reestabelecimento do individuo à sua condição normal ou ao menos a redução
do agravo que o conduziu a hospitalização. O Hospital Pelopidas Silveira faz parte da seleção
das 120 unidades de terapia intensiva adulto no projeto “Melhorando a Segurança do Paciente
em larga escala no Brasil”, que tem como objetivo reduzir em 50% às Infecções Relacionadas
à Assistência à Saúde (IRAS). Este estudo tem por objetivo descrever como a Coordenação de
Enfermagem implantou a visita enfermagem na UTI neurológica, para que possa implementar
o desempenho na Segurança do Paciente por meio da aplicação de práticas seguras na
prevenção de infecção primária da corrente sanguínea associada a cateter venoso central
(IPCS-CVC), infecção em trato urinário associado a cateter vesical de demora (ITU-AC) e
pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV). Assim, reduzindo o índice de infecções.
Foi realizada uma análise comparativa entre a mediana de IRAS que consta nos Relatórios da
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) dos pacientes internados na UTI
Neurológica ao longo do ano de 2017 e o início de 2018. Após análise dos dados, observou-se
que, ao longo de 2017, a incidência de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV)
era de 5,63; Infecção Primária de Corrente Sanguínea (IPCS): 5,63; Infecção do Trato
Urinário (ITU): 2,13. Tendo em vista a redução na incidência de IPCS de 5,63 para 4,1. Sendo
assim, a CE criou a visita de Enfermagem, tendo como objetivo empoderar os profissionais de
Enfermagem, na tomada de decisão, assim como melhorar a qualidade da assistência prestada
pela equipe de Enfermagem. Dessa forma, pode-se observar a redução de IRAS, impactando
diretamente na melhoria de qualidade assistência. A adesão às medidas rotineiras de
precaução, higienização adequada das mãos e criação de protocolos assistenciais resulta em
melhoria assistencial e redução das taxas de infecção. Para garantia de sucesso duradouro, é
fundamental o envolvimento de toda a equipe e o estabelecimento na equipe multiprofissional
conceito de Programa de Segurança.
85
Referências
Barreto VP, Tonini T, Aguiar BG. Abordagem das competências necessárias ao enfermeiro
intensivista: estudo de revisão de literatura. Rev Enferm UFPE on line [Internet]. 2009
Jul-Set [cited 2013 Jun 11];3(2):671-7. Available from:
http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article0/view/179/pdf
_920
Horan TC, Andrus M, Dudeck MA. CDC- NHSN surveillance definition of health care
associat-ed infection and criteria for specific types of infections in the acute care
setting. Am Infect Control. 2008;36(5):309-32.
Maestri E, Nascimento ER, Bertoncello KC, Martins JJ. Avaliação das estratégias de
acolhimento na unidade de terapia intensiva. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2012
Fev [cited 2013 Jun 11];46(1):75-81. Available from: http://
www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n1/v46n1a10.pdf

Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva. Segurança do Paciente.

86
ENCONTRO DE SERVIÇO SOCIAL DO HOSPITAL MIGUEL ARRAES: ESPAÇO
DE REFLEXÃO CRÍTICA PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL

LUCIANNA GOMES DE SÁ QUIRINO ROCHA,


Adriana Elias da Silva, Ilka Alves Monteiro
Hospital Miguel Arraes

O presente trabalho tem por objetivo apresentar a experiência das assistentes sociais do
Hospital Miguel Arraes com a coordenação dos dois encontros de serviço social do HMA. A
realização dos eventos se deu em virtude da necessidade da equipe de fomentar debates sobre
temas que permeiam a atuação do assistente social na saúde. Os temas abordados nos
encontros foram “As particularidades do processo de trabalho do assistente social na saúde na
contemporaneidade” em 2015, e “As interfaces e desafios dos Serviços de Saúde e da
Assistência Social, no atendimento à População em Situação de Rua (PSR) na RMR”, no
segundo encontro, que amplia a discussão para a intersetorialidade. O método utilizado para a
elaboração deste trabalho foi o Crítico Dialético, que permite a compreensão do fenômeno
estudado por meio de uma relação constante entre o sujeito e o objeto. A percepção da relação
entre a teoria e a prática profissional também foi fundamental para a análise dos encontros
realizados e a importância destes para compreensão e intervenção frente aos fenômenos
sociais identificados nas discussões realizadas. No primeiro encontro de serviço social, a
discussão se pautou no cotidiano do assistente social nas unidades de saúde, seu espaço na
equipe multidisciplinar e suas respostas às demandas frente aos desmontes das políticas
sociais. Houve a participação de 113 pessoas, entre profissionais e estudantes de serviço
social. O segundo encontro foi realizado com o objetivo de ampliar a discussão também sob a
ótica da intersetorialidade. Também nesse sentido, contou não apenas com palestrantes
assistentes sociais e do setor saúde, mas com representantes da política de assistência social e
que tem outra formação profissional. Tivemos uma assistente social do HMA como uma das
palestrantes, que apresentou a realidade do assistente social no atendimento à população de
rua que chega ao HMA. Nesse sentido, a equipe realizou pesquisa com vistas a traçar um
perfil destes usuários e as intervenções realizadas como enfrentamento ao problema. Esse
evento contou com 100 participantes e se consolida como um espaço de reflexão permanente
a ser realizado a cada dois anos. Esse trabalho propõe uma discussão sobre a importância da
organização de espaços de debate e da realização da pesquisa, não só no âmbito acadêmico,
87
mas nos espaços sócio-ocupacionais, de maneira que a mesma, sendo ela configurada por
meio de eventos como estes, possa não apenas ser compreendida na sua importância, mas
utilizada no cotidiano do profissional. Consideramos, dessa forma, que espaços como os
encontros de Serviço Social do HMA, que propõem debates e trocas, assim como, a pesquisa
social são inerentes à intervenção profissional, tendo em vista que é, por meio da reflexão
crítica e investigação, possível conhecer a realidade social em sua totalidade e intervir de
forma a transformá-la.

Referências
Iamamoto MV. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São
Paulo: Cortez; 2003.
Iamamoto MV, Carvalho R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. São Paulo: Cortez;
1983.
Lei n. 8.662, de 07 de jun. de 1993. Dispõe sobre a profissão de assistente social. Brasilia;
1993.
Prates JC. O método marxiano de investigação e o enfoque misto na pesquisa social: uma
relação necessária. 2012;11(1):116-28. (Textos & Contextos).
Vasconcelos AM. A prática do Serviço Social: cotidiano, formação e alternativas na área da
saúde. 3. ed. São Paulo: Cortez; 2006.

Palavras-chave: Pesquisa. Debate. Saúde.

88
ESTRUTURAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ESTIMULAÇÃO PRECOCE EM
CRIANÇAS COM COMPROMETIMENTOS NEUROMOTORES: SUBSÍDIOS
PARA MINIMIZAÇÃO DE DEFICIÊNCIAS

MARIA SORAIDA SILVA CRUZ, Ana Carla Gomes Botelho, Ariádne Dias Maux
Gonçalves, Juliana Gomes de Oliveira
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A intervenção precoce visa possibilitar o indivíduo desenvolver-se em todo o seu potencial,


minimizando a instalação de padrões posturais e movimentos anormais, por atingir a faixa
etária de maior plasticidade neuronal. Dessa forma, o Programa de Estimulação Precoce
implementado no CRIMIP tem como objetivos minimizar possíveis complicações
ocasionadas pelo tempo de espera para o tratamento de reabilitação, promovendo
acompanhamento e intervenção interdisciplinar com caráter terapêutico e educativo. O
tratamento de reabilitação oferecido no CRIMIP inicia após a criança realizar uma triagem.
Em seguida é realizada uma avaliação interdisciplinar por uma equipe composta por
Fisioterapeuta, Fonoaudióloga e Terapeuta Ocupacional, com o intuito de investigar o
desenvolvimento sensório-motor, das atividades de vida diária, interação, comunicação e
alimentação. A partir de então, a criança pode ser inserida na lista de espera do serviço, para
tratamento de reabilitação individual. Nesse contexto, os bebês entre 0 e 1 ano de idade são
direcionados para o Programa de Estimulação Precoce, onde são realizadas condutas
direcionadas para estimulação das etapas motoras e brincar, sempre associadas à orientações à
família. O CRIMIP é um serviço de referência para medicina física e reabilitação no estado de
Pernambuco e a demanda de pacientes encaminhados a este serviço é bastante superior à sua
capacidade. No ano de 2017, após a avaliação interdisciplinar, 189 crianças entraram para a
lista de espera da fisioterapia, 188 para terapia ocupacional e 75 para fonoaudiologia.
Observou-se que o tempo de espera entre a avaliação interdisciplinar e a convocação para o
início do tratamento de reabilitação varia entre um período de 6 a 15 meses. Sendo assim,
visando atenuar o intervalo entre admissão no serviço e convocação para as terapias, os bebês
entre 0 a 1 ano que representam 68% dos admitidos para fisioterapia e terapia ocupacional e
40% para fonoaudiologia são direcionados, no momento da avaliação interdisciplinar, para o
programa de estimulação precoce, cujo tempo para início das atividades tem sido no máximo
de dois meses. Dessa forma, um quantitativo relevante de bebês é atendido no primeiro ano de
89
vida e, ao serem convocados da lista de espera para iniciar as demais terapias, apresentam
evolução no nível funcional e alguns com proximidade da alta. Observa-se ganhos motores e
funcionais envolvendo a aquisição de etapas motoras esperadas para a idade. A redução do
tempo na fila de espera é um desfecho importante obtido, por meio do Programa, porque
permite introdução precoce à terapia e consequentemente menor risco de desenvolver
compensações motoras que interfiram no desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças,
ao mesmo tempo em que a família é inserida no contexto da reabilitação física e tem acesso às
devidas orientações da equipe multidisciplinar.

Referências
Hallal CZ, Marques NR, Braccialli LM. Aquisição de habilidades funcionais na área de
mobilidade em crianças atendidas em um programa de estimulação precoce. Rev Bras
Crescimento Desenvolv Hum. 200 Aquisição de Habilidades Funcionais em Crianças.
2008;18(1):27-34.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação precoce:
crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Brasília:
Ministério da Saúde; 2016.
Tudella E, Formiga CK, Serra EL, Oish J. Comparação da eficácia da intervenção
fisioterapêutica essencial e tardia em lactentes com paralisia cerebral. Fisioterapia em
Movimento. 2004;17(3):45-52.

Palavras-chave: Reabilitação. Estimulação Precoce. Desenvolvimento Infantil.

90
EXPERIÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO AMBULATORIAL DE
PACIENTES ONCOLÓGICOS EM TRATAMENTO COM HORMONIOTERAPIA
ORAL EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO DO RECIFE

ITALA MORGANIA FARIAS DA NOBREGA, Mercia Cristina Batista Veras,


Keityane Leacarla Bezerra da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Um serviço organizado proporciona como resultados melhoria do acesso, acompanhamento,


avaliação e intervenção eficiente e garantia da qualidade dos serviços e do atendimento ao
paciente. O objetivo do trabalho foi descrever a experiência da organização do atendimento de
pacientes em tratamento com hormonioterapia oral. Tratou-se de estudo descritivo, do tipo
relato de experiência das atividades implementadas para o atendimento de pacientes
oncológicos em tratamento com hormonioterapia oral, em um Serviço de Oncologia Adulto
de um Hospital Filantrópico do Recife. As atividades foram desenvolvidas entre setembro de
2017 a abril de 2018. Na etapa 1, foi realizada a análise documental dos atendimentos
efetuados no serviço de oncologia adulto para autorização da dispensação da hormonioterapia
oral. Os documentos avaliados foram os registros de autorização de dispensação de
medicamentos e relatórios de dispensação diária de medicamentos, as informações finais
foram compiladas em uma planilha de Excel. Na etapa 2, foi necessária uma reestruturação
focada nos registros documentais, cartão de identificação do paciente, evolução farmacêutica,
ficha de farmacovigilância e orientação farmacoterapêutica, revisão e elaboração. Já na etapa
3, foi realizada uma programação de aquisição dos medicamentos. Na etapa 4, foi explicado
aos pacientes, com linguagem informal e de forma escrita, as mudanças que seriam
implementadas no serviço. Para todas as etapas, foram realizadas reuniões com a equipe do
serviço de oncologia evidenciando as necessidades legais e assistências para melhoria da
qualidade do atendimento, assim, como acompanhamentos com outras áreas,
Superintendência de Assistência à Saúde, Diretoria de Compras e Departamento de
Assistência Farmacêutica, para ajustes de orçamento, aquisição e cronograma de atividades
para implementação do serviço. Durante o período de estudo, uma média de 965 pacientes
estava em tratamento com hormonioterapia oral. Confirmada a evidência do aumento
percentual do atendimento dos pacientes concentrados entre os dias 1 e 8, após avaliação do
mês de março de 2018, apresentando-se 47% receberam o medicamento entre os dias 1 e 8,
91
20% entre os dias 9 e 15, 21% entre os dias 16 e 23 e 12% entre os dias 24 a 31. O custo
mensal com hormonioterapia oral para atender a média de 965 pacientes foi de R$ 53.014,10.
A partir da análise dos dados, foram desenvolvidas ações para minimizar riscos críticos para o
paciente, assim como redistribuir os pacientes a serem atendidos durante o mês. Dos pacientes
que recebiam medicamentos entre os dias 1 e 8, 22% foram remanejados para outros períodos,
recebendo medicamento suficiente garantindo a continuidade do tratamento. Para isso, o custo
de aquisição dos medicamentos representou R$ 10.720,64. Apesar do investimento financeiro,
verificou-se que a organização do serviço é necessária para promover melhor assistência ao
paciente.

Referências
Seidl H, et al. Gestão do trabalho na atenção básica em saúde: uma análise a partir da
perspectiva das equipes participantes do PMAQ-AB. Saúde em Debate.
2014;38(2):94-108.
Tomasi E, et al. Estrutura e processo de trabalho na prevenção do câncer de colo de útero na
atenção básica à saúde no Brasil: Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade –
PMAQ. Rev Bras Saúde Mater Infantil. 2015;15(2):171-80.

Palavras-chave: Oncologia. Antineoplásicos. Administração Oral.

92
FRENOTOMIA LINGUAL: EXPERIÊNCIA EXITOSA EM UM HOSPITAL AMIGO
DA CRIANÇA

JESSICA SILVA PEIXOTO BEM, Niviane Marielly da Costa Oliveira,


Cândida Augusta Rebêlo de Moraes Guerra, Maria Goretti de Souza Lima
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A anquiloglossia é uma condição anatômica caracterizada pela restrição de movimento da


língua devido à permanência de pequena porção de tecido, que deveria ter sofrido apoptose,
durante o desenvolvimento embrionário. Tal condição ocorre em 4-16% de neonatos, com
predileção por pacientes masculinos na proporção de 2,5:1 e pode causar forte impacto sobre
a fala, sucção, deglutição, assim como na forma dos arcos dentários e oclusão. Neste sentido,
a “língua presa” seria fator comprometedor para uma amamentação eficaz e o bom
desenvolvimento do sistema estomatognático, já que causa desconforto para a mãe durante a
amamentação, dificuldade de pega, desmame precoce, cansaço, curtos ciclos de mamada,
deficiência nutricional e baixo peso. O tratamento para esta condição é a frenotomia lingual,
que consiste em pequeno corte no frênulo sob anestesia local, normalizando a mobilidade da
língua. Assim, visando honrar a Iniciativa Hospital Amigo da Criança do UNICEF, da qual o
IMIP foi pioneiro, visa-se incentivar e proteger o aleitamento materno, através da
identificação, acompanhamento e intervenção cirúrgica (frenotomia) dos neonatos cuja
nutrição esteja comprometida por anquiloglossia. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo
em que é avaliado o binômio mãe/bebê encaminhado do Alojamento Conjunto e do Banco de
Leite. Para fins de triagem, no Brasil, a Lei nº 13.002/2014, determinou a obrigatoriedade da
aplicação do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês - "Teste da Linguinha"
em todos os recém-nascidos nas maternidades do país. Entretanto, no IMIP segue-se a Nota
Técnica nº 09/2016 do Ministério da Saúde que sugere o uso do protocolo Bristol Tongue
Assessment Tool (BTAT), o qual se baseia na avaliação de quatro parâmetros: aparência da
ponta da língua, fixação no alvéolo inferior, elevação e protusão da língua. As pontuações
para tais itens foram somadas e variam de 0 a 8, sendo valores de 0 a 3 indicativos de
anquiloglossia severa com indicação de frenotomia. Para a avaliação da amamentação, utiliza-
se o protocolo preconizado pelo UNICEF. Os RN’s são avaliados até 48h de vida e depois
com 7, 14 e 30 dias, para reavaliação da mamada, ganho de peso, incentivo ao aleitamento
materno e possível frenotomia. A partir daí, são acompanhados na Clínica de Bebês em
93
consultas bimestrais, até os 48 meses. De 2016 a abril de 2018, tem-se acompanhado no
ambulatório 76 pacientes com alteração de frênulo. Destes, 22 foram submetidos à frenotomia
lingual. Dentre os ganhos observados destacam-se melhora da pega, ganho de peso e
desenvolvimento normal da fala. É válido entender, portanto, que a realização de frenotomia,
a partir do diagnóstico precoce da anquiloglossia, por meio da avaliação do frênulo lingual no
RN é de suma importância para um melhor prognóstico, já que possibilita um aleitamento
materno eficaz. Entretanto, cada caso deve ser avaliado para ratificar a necessidade desta
intervenção cirúrgica.

Referências
Emond A, Ingram J, Johnson D, et al. Randomised controlled trial of early frenotomy in
breast-fed infants with mild–moderate tongue-tie. Archives of Disease in Childhood -
Fetal and Neona-tal Edition. 2014;99(5):189-95.
Fujinaga CI, Chaves JC, Karkow IK, Klossowski DG, Silva FR, Rodrigues AH. Frênulo
lingual e aleitamento materno: estudo descritivo. Audiol Commun Res.
2017;22:e1762. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-
64312017000100309&lng=en
Fundo das Nações Unidas para a Infância. Iniciativa Hospital Amigo da Criança: revista,
atualizada e ampliada para o cuidado integrado: módulo 1: histórico e implementação.
Brasília: Ministério da Saúde; 2008. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
Ghaheri BA, Cole M, Fausel SC, Chuop M, Mace JC. Breast feeding improvement following
tongue and tie release: a prospective cohort study. The Laryngoscope.
2017;127(5):1217-23.
Martinelli RL, Marchesan IQ, Lauris JR, Honório HM, Gusmão RJ, Berretin-Felix G.
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2016 Dez; 18(6):1323-31. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S15168462016000601323&ln
g=en
Martinelli VL, Martinelli RL, Marchesan IQ, Berretin-Felix G, Souza SR. Elaboração e
desenvolvimento de um website sobre o teste da linguinha. Rev CEFAC [Internet].
2017 Mar;19(2):260-64. Available from:

94
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S15168462017000200260&ln
g=en
Nicoloso GF, Santos IS, Flores AJ, Silveira BL, Oliveira MD. Na Alternative Method to Treat
Ankyloglossia. Journal of Clinical Pediatric Dentistry. 2016;40(4):319-21.
Pompéia LE, Ilinsky RS, Ortolani CL, Faltin K Jr. A Influência da Anquiloglossia no
Crescimento e Desenvolvimento do Sistema Estomatognático. Rev paul pediatr
[Internet]. 2017 Jun;35(2):216-21. Available from:
em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01030582201700020021
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Walsh J, Tunkel D. Diagnosis and Treatment of Ankyloglossia in Newborns and Infants a Re-
view. JAMA Otolaryngol Head NeckSurg. 2017;143(10):1032-1039.
doi:10.1001/jamaoto.2017.0948

Palavras-chave: Frenotomia. Anquiloglossia. Amamentação.

95
GESTÃO COMPARTILHADA COMO ESTRATÉGIA INOVADORA PARA
ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA POLÍTICA DE SAÚDE

LEILA MARÇAL BENICIO TEIXEIRA, Stephanne Héllen Oliveira da Silva,


Renato Urbano da Silva, Rafaela Ribeiro Saraiva da Costa
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O trabalho tem por objetivo descrever o modelo de gestão compartilhada instituído no Serviço
Social do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), a partir dos
elementos presentes nos Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de
Saúde, como estratégia de uma intervenção profissional qualificada, através de atividades que
extrapolem o cotidiano profissional, visando à efetivação e ampliação dos direitos sociais dos
usuários. Método: A pesquisa foi desenvolvida a partir da abordagem qualitativa, realizada
através da revisão bibliográfica e da sistematização das observações cotidianas acerca da
prática profissional. A organização do setor, a partir do modelo de gestão compartilhada, se
divide em seis comissões estratégicas. Ressalta-se que nenhuma das comissões se sobrepõe às
demais, sendo horizontal a sua forma de interação. São elas: Comissão de Articulação e
Mobilização: desenvolve ações visando à conscientização e participação da população usuária
em atividades político-pedagógica (como fóruns e oficina de usuários e salas de espera de
setores específicos), buscando a efetivação e ampliação dos direitos sociais. Comissão sobre
Estágio e Residência: atua junto aos discentes e docentes, contribuindo para uma formação
qualificada, desenvolvendo atividades acadêmicas como grupo de estudos e seminários.
Comissão de Ética: atua tanto como espaço de reflexão crítica, quanto como espaço
propositivo para efetivação dos direitos, por meio de atividades como estudos de caso, tendo
sempre como norteador o Código de Ética do Assistente Social. Comissão de Formação,
Capacitação e Seleção: elabora e coordena atividades de grupo de estudos, realização de
pesquisas e eventos científicos no âmbito do Serviço Social, visando o ininterrupto
aperfeiçoamento profissional. Comissão de Gestão de Pessoas: realiza articulação entre a
equipe e os gestores institucionais, elabora relatórios técnicos, acompanha os profissionais,
bem como os planos de intervenção nos setores específicos. Comissão Técnico-Operacional:
visa construir e atualizar instrumentos, fluxos e técnicas e acompanhar os programas ligados
ao Serviço Social, a exemplo do Programa de Certidão de nascimento e de Penas e Medidas
Alternativas. Destaca-se que coordenação do Serviço Social atua em conjunto com as
96
comissões, proporcionando reuniões sistemáticas de acompanhamento, visando à integração e
articulação entre estas. Portanto, a estratégia da gestão compartilhada constitui-se em uma
possibilidade concreta de uma prática capaz de romper com uma atuação individualizada e
fragmentada, não enfatizando apenas as atividades imediatas que estão postas no cotidiano,
mas também outras relevantes para qualidade do trabalho. Os avanços deste modelo de gestão
vêm repercutindo no trabalho dos assistentes sociais, nas equipes multiprofissionais e nos
usuários.

Referências
Conselho Federal de Serviço Social. Código de Ética do Assistente Social. Brasília; 1993.
Conselho Federal de Serviço Social. Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na
Política de Saúde [Internet]. Brasília; 2010. (Série Trabalho e Projeto Profissional nas
Políticas Sociais).
Guerra Y. O projeto profissional crítico: estratégias de enfrentamento das condições
contemporâneas da prática profissional. In: Serviço Social e Sociedade. São Paulo:
Cortês; 2007.
Lakatos EM, Marconi MA. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas;
2003.

Palavras-chave: Serviço Social. Gestão Compartilhada. Atuação Profissional.

97
GESTÃO POR RESULTADOS: UM RELATO DE CASO SOBRE O SETOR DE
CONTAS MÉDICAS DO INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF.
FERNANDO FIGUEIRA – IMIP

GRECIANE SOARES DA SILVA, Andréa de Lima Arôxa,


Ana Lúcia Baltar, Claudimere Alves Sabino
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A gestão por resultados (GR) enfatiza os objetivos a serem alcançados e os valores da


organização. Assim, o conceito desse tipo de gerenciamento prioriza os resultados em todas as
ações, requerendo o comprometimento da equipe para a finalização das metas pactuadas.
Holanda, Rosa e Albuquerque acrescentam que no modelo GR o poder público precisa
dialogar continuamente com os interessados e utilizar procedimentos de monitoramento e
avaliação. Para operacionalização da GR, é importante levar em consideração algumas etapas
como planejamento das ações, definição de critérios de alocação de recursos, envolvimento
dos colaboradores, resultados e impactos esperados. Por meio da gestão por resultados, a
Gestão IMIP promoveu mudanças significativas para o enfrentamento da crise nacionalmente
instalada. O setor de faturamento hospitalar ou também chamado de setor de contas é um dos
mais importantes dentro de uma instituição de saúde, visto que é um sistema de conversão de
valores. Traduzindo em moeda corrente, todas as operações de prestações de serviços
assistenciais. Com o desafio de melhorar o faturamento das contas hospitalares, o setor de
contas médicas do IMIP, a partir de julho de 2016, redirecionou o gerenciamento com foco
em resultados. Neste trabalho, nos dedicamos a apresentar algumas das mudanças
implementadas, com o intuito de alcançar alguns resultados significativos para instituição
como: aumento do faturamento das Autorizações de Internamento Hospitalares (AIH);
diminuição de contas pendentes ao faturamento; ampliação do quadro de auditores internos e
reforma da estrutura física. Algumas etapas foram essenciais neste seguimento como:
compartilhamento das responsabilidades e liderança; o diagnóstico situacional realizado com
envolvimento dos principais envolvidos no faturamento das contas hospitalares; planejamento
estratégico; definição de indicadores para monitoramento das ações juntamente com
accountability. No diagnóstico situacional, foram escolhidos alguns nós críticos para o
recebimento de intervenções: ausência de prioridade para o faturamento das contas com altas
mais antigas; processo de faturamento focado nos casos mais urgentes; ausência de usuário e
98
senha para todos os colaboradores no uso do sistema MV; ausência de organização no arquivo
interno do setor com limitação de espaço físico; ausência de monitoramento de indicadores
prioritários; estrutura física com limitações para encontros de planejamento e reuniões
individuais. Concluímos que o comprometimento da gestão visando os melhores resultados
juntamente com compartilhamento de lideranças e responsabilidades entre os colaboradores
contribuíram significantemente para a otimização do faturamento das contas hospitalares.

Referências
Gomes EG. Gestão por Resultados e eficiência na Administração Pública: uma análise à luz
da experiência de Minas Gerais. São Paulo: EAESP/FGV; 2009.
Holanda MC, Rosa AL, Albuquerque KC. Gestão pública por resultados na perspectiva do
estado do Ceará. Nota técnica nº 11. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do
Ceará (IPECE); 2004.
Paulo LF. Comentários sobre o PPA 2012-2015: gestão por resultados ou painel de políticas?
In: Congresso Consad de Gestão Pública, Brasília; 2003.

Segatto CI, Abrucio FL. A gestão por resultados na educação em quatro estados brasileiros.
Rev Serv Público Brasília. 2017;68(1):85-106.

Palavras-chave: Gestão Hospitalar. Faturamento.

99
GRANULOMA PIOGÊNICO ULCERADO EM PACIENTE COM PARALISIA
CEREBRAL – RELATO DE CASO

ANA CATARINA GAIOSO LUCAS LEITE MARTINS, Veronica Maria da Rocha


Kozmhinsky, Samuel Rodrigo de Andrade Veras, Débora Brito
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

As lesões bucais benignas mais frequentes, de acordo com levantamentos epidemiológicos em


diversos centros de referência do Brasil, são: processos inflamatórios crônicos inespecíficos,
hiperplasia fibroepitelial inflamatória, fibroma, mucocele, hemangioma, granuloma
piogênico, cistos radiculares e odontogênicos. O Granuloma piogênico é uma lesão que surge
como uma resposta tecidual exuberante frente a uma irritaçãoo crônica local. Apresenta-se
como nódulo séssil ou pediculado, geralmente indolor, de superfície lisa, de coloração
vermelha-arrocheada, sangrante ao mínimo toque, como resultado de uma vascularizaão
intensa. Devido a fragilidade do epitélio que a reveste, rompe-se com facilidade e infecta-se
com frequência. O local mais acometido é a gengiva (75%), seguido por lábio, língua e
mucosa jugal, podendo ocorrer na pele. O tratamento é a excisão cirúrgica e a remoção do
fator irritante associado. Relato do caso clínico do paciente J.R.F. dos S., de 1 ano e dois
meses de idade, com paralisia cerebral, encaminhado para o Ambulatório de Odontologia do
IMIP para tratamento de lesão ulcerada em lábio inferior e face ventral da língua. O paciente
J.R.F. dos S., de 1 ano e dois meses de idade e com paralisia cerebral, chegou ao Ambulatório
de Odontologia do IMIP encaminhado por um hospital do interior de Pernambuco. A genitora
apresentava queixa de ferida na língua e no lábio que não cicatrizava nunca”. Durante a
anamnese a mãe informou que diversos tratamentos com medicações tópicas e sistêmicas
foram realizados anteriormente sem sucesso. As medições sistêmicas utilizadas previamente
foram: Antiinflamatórios não esteroidais, analgésicos e antibióticos; as medicações tópicas:
antissépticos, antiinflamatórios esteroidais, antibióticos e produtos homeopáticos. Ao exame
clínico odontológico, a criança apresentava lesão ulcerada em lábio inferior e na face ventral
da língua. Foi observado que os elementos dentários decíduos 71 e 81 apresentavam bordos
cortantes e que o paciente adquiriu o hábito de realizar a sucção da ferida do lábio. Como
primeira escolha de tratamento, na consulta inicial, foram realizados desgastes dos bordos
incisais dos referidos dentes, laserterapia com PDT e prescrição de antibiótico por um período
de 7 dias, amoxicilina com clavulanato . A laserterapia foi mantida por 15 dias. A lesão do
100
ventre da língua, Úlcera de Riga Fede, regrediu completamente na primeira semana de
tratamento, entretanto, o paciente apresentou apenas melhora discreta da lesão labial. Optou-
se então, por fazer a biópsia excisional da lesão do lábio. A conclusão do histopatológico foi:
quadro histológico compatível com granuloma piogênico ulcerado, exibindo hiperplasia
digitiforme do epitélio escamoso, com alterações reparativas, reacionais. Este relato de caso
mostra o sucesso de um tratamento cirúrgico de lesão labial em paciente pediátrico com
paralisia cerebral.

Referências
Kniest G, Stramandinoli RT, Ávila LF, Izidoro AC. Frequência das lesões bucais
diagnosticadas no Centro de Especialidades Odontológicas de Tubarão (SC). RSBO
[Internet]. 2011 Jan;8(1):13-8. Available from:
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198456852011000100003&
lng=pt

Palavras-chave: Granuloma Piogênico. Paralisia Cerebral.

101
GRUPO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM PEDIATRIA PROMOVENDO
AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO DO IMIP

JULIANA GOMES DE OLIVEIRA, Luanna Karine Pereira Bezerra,


Marcela Raquel de Oliveira Lima
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O ser humano participa de vários grupos, em virtude das situações próprias do


desenvolvimento humano como na infância, na adolescência, na idade adulta entre outras
diferentes etapas da vida. Quando no contexto do atendimento, vários sujeitos estão juntos
compartilhando tempo, espaço e um fazer através das interações, múltiplos podem ser os
conteúdos gerados pelos encontros, configurando-se como uma das intervenções em
reabilitação em terapia ocupacional . Um desses conteúdos, são as Atividades de vida diária
(AVD) como banho, alimentação dentre outras, que não são tarefas simples para uma criança
com comprometimento motor e sensorial, em que o terapeuta ocupacional realiza a análise da
atividade nas quais o sujeito apresenta demandas, avalia seus padrões de movimento e
considera a influência de fatores pessoais e ambientais no desempenho do sujeito. Na
perspectiva de estimular a participação das crianças nessas atividades, foi criado no setor de
terapia ocupacional da pediatria do IMIP um grupo de autonomia e independência. O grupo é
composto por uma média de 5 a 6 crianças, com patologias diversas, que já apresentam
marcha com o mínimo suporte e que não consigam realizar suas atividades de vida diária de
forma funcional. É coordenado por duas terapeutas ocupacionais e ocorre todas as segundas-
feiras com duração de 30 minutos, uma vez por semana. O processo de reabilitação não deve
visar somente à melhora da função motora, mas também a importância da criança ser capaz de
satisfazer suas atividades básicas, garantindo-lhe maior independência e participação em seu
ambiente domiciliar. O grupo de autonomia e independência do setor de terapia ocupacional
possui em média 8 encontros em que se abordam aspectos das AVD relatadas pelos
cuidadores, como retirar e colocar os calçados, vestir roupas, alimentação, higiene pessoal ,
banho e outros como também organização e cuidado com os objetos utilizados, respeitando as
limitações e singularidade de cada sujeito estimulando com brincadeiras habilidades nas áreas
cognitivas e motoras que serão requisitados no ato da execução da tarefa. São trabalhados
também regras de convívio social como aguardar a vez, divisão e troca de materiais, respeito
ao espaço, e principalmente a reprodução das etapas das atividades, a partir da capacidade de
102
observação e análise no momento em que o outro executa. A cada três meses de intervenção,
eles são reavaliados para permanência ou alta do grupo. Em todos os grupos executados, os
cuidadores relataram que as crianças tem realizado suas atividades de forma satisfatória,
diminuindo a dependência e com isso sobrecarga de auxílio na execução das AVD, tornando-
se mais funcionais. Com isso, se reforça a importância da terapia ocupacional na reabilitação
do sujeito, tendo como meta um ser social e ativo, integrado em suas AVD, proporcionando
assim autonomia e independência a criança.

Referências
Dall´agnol CM, Resta DG, Zanatta E, et al. O trabalho com grupos como instância de
aprendizagem em saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem. 2007;28(1):21-6.
Gerzonni VP, Barbosa AP, Borges AC, Chagas PS, et al. Análise das intervenções de terapia
ocupacional no desempenho das atividades de vida diária em crianças com paralisia
cerebral: uma revisão sistemática da literatura. Rev Bras Saude Mater Infant [Internet].
2008 8(1):17-25. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/S1519-
38292008000100003
Nickel R, Stoffel DP. Utilização da atividade como ferramenta no processo de intervenção do
terapeuta ocupacional em reabilitação neurológica. Cad Ter Ocup UFScar.
2013;21(3):617-22.
Samea M. O dispositivo grupal como intervenção em reabilitação: reflexões a partir da prática
em Terapia Ocupacional. Rev Ter Ocup Univ. 2008;19(2):85-90.

Palavras-chave: Criança. Atividades Cotidianas. Terapia Ocupacional.

103
IMPACTO DE UMA INTERVENÇÃO EDUCATIVA NA QUALIDADE DA
ASSISTÊNCIA DE PACIENTES EM USO DA MEMBRANA DE OXIGENAÇÃO
EXTRACORPÓREA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE
TRANSPLANTES

THAYSA DE MELO CALDAS, Stephanie Steremberg Pires D’Azevedo,


Karina Silva do Nascimento, Heloise Agnes Gomes Batista da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) promove um suporte cardiopulmonar ao


paciente com diagnóstico de insuficiência respiratória grave, seja ela hipoxêmica ou
hipercápnica, ou choque cardiogênico refratário a medidas terapêuticas convencionais já
utilizadas. Consiste em um circuito de assistência para-corpórea, onde o sangue é retirado do
corpo através de cânulas inseridas em veias de grande calibre, é oxigenado e retorna à
circulação venosa ou arterial a depender da indicação clínica de cada caso, sendo a via arterial
responsável por oferecer suporte circulatório. Estas cânulas podem ser inseridas por via
percutânea ou por esternotomia. A ECMO garante um fluxo não pulsátil de sangue, quando os
pulmões e/ou o coração não conseguem manter a oxigenação/perfusão adequada dos órgãos.
O objetivo deste trabalho foi relatar o impacto da intervenção educativa, através de
treinamento teórico-prático com a equipe da UTI de Transplantes sobre ECMO na qualidade
da assistência prestada aos pacientes que utilizaram esta modalidade de cuidado. Métodos: Foi
realizado treinamento com a equipe de médicos e enfermeiros da UTI de Transplantes pelos
profissionais especialistas em ECMO da equipe de cirurgia cardíaca, intensivistas e
perfusionistas. Os treinamentos ocorreram em 2016 e 2017, após a equipe vivenciar alguns
casos da tecnologia dentro da unidade. Visitas beira leito diárias eram realizadas diariamente
com a equipe multidisciplinar. A equipe de ECMO da instituição criou um protocolo de
cuidados baseados nos guidelines e na experiência da instituição. Durante todo período da
ECMO, a equipe seguiu o protocolo de cuidados na UTI, de acordo com os treinamentos
teórico-práticos realizados no que se referia à assistência direta ao cliente neste tipo de
modalidade de assistência, tendo o enfermeiro como líder e norteador da equipe, o que
contribuiu para a evolução positiva do quadro dos pacientes, proporcionando a identificação
de problemas e diagnósticos, com o intuito de atender às necessidades específicas vivenciadas
por cada paciente nesta modalidade de assistência. O treinamento proporcionou uma maior
104
interação entre a equipe, unidos em prol dos mesmos objetivos. Os treinamentos, atualizações
e protocolos criados para equipe foram de fundamental importância na compreensão da
tecnologia e planejamento dos cuidados, reforçando a concepção de que uma equipe
multidisciplinar treinada é inteiramente capaz não apenas de iniciar, mas conduzir de forma
satisfatória o suporte terapêutico por meio de ECMO.

Referências
Figueira FA, et al. Protocolo de Assistência – ECMO. Instituto de Medicina Integral Professor
Fernando Figueira / IMIP. Recife; 2016.
Thomas VB, Laurance L, Roberto L, Graeme M, editor. Extracorporeal Life Support - ELSO.
The ELSO Red Book; 2015.

Palavras-chave: ECMO. Terapia Intensiva. Suporte Cardiopulmonar. Intervenção Educativa.

105
IMPACTO ECONÔMICO DA UTILIZAÇÃO DO PROCESSO DE SOMATÓRIA DE
DOSES DE INJETÁVEIS NO HOSPITAL DOM MALAN – GESTÃO IMIP

DENISE BRECCI DE OLIVEIRA, Clara Rafaela Ribeiro Santana,


Tâmalla Rebbeca Novais Nery, Thiago da Silva Freire
Hospital Dom Malan

A farmácia hospitalar depende de uma logística consideravelmente complexa quanto ao


abastecimento e distribuição de medicamentos, uma vez que, estes medicamentos são itens
que chegam a representar, financeiramente, até 75% do que se consome em um hospital. Com
isso, a prática da farmacoeconomia é importante no aperfeiçoamento dos recursos financeiros
direcionados à compra de insumos farmacêuticos. Dessa forma, implantou-se o sistema de
somatória de doses de medicamentos, que consiste em somar as doses dos pacientes que irão
utilizar o mesmo medicamento, no mesmo setor de internação, com a mesma diluição,
buscando reduzir a quantidade de frasco-ampolas enviados para o setor, sem prejuízos ao
paciente. O objetivo do presente trabalho consiste em apontar a economia obtida por meio do
uso de somatória na dispensação de injetáveis para os pacientes internados no Hospital Dom
Malan – Gestão IMIP. Selecionou-se todos os medicamentos com potencial para somatória,
cujo critério é a estabilidade após reconstituição em diluentes e garantida pelos fabricantes ou,
na ausência de estabilidade, volume suficiente para uso em muitos pacientes, por exemplo:
eletrólitos, anti-inflamatórios e antimicrobianos. Analisaram-se os formulários contendo os
cálculos da somatória correspondentes ao período de junho de 2017 a abril de 2018. A partir
dos dados coletados, foi elaborada uma tabela geral, contendo o custo total dos medicamentos
com e sem o uso de somatória, mostrando o valor e a porcentagem de economia obtida. No
período analisado, houve uma economia de R$ 208.258,91, correspondendo a 68%. A análise
mostrou ainda que os meses com os resultados mais satisfatórios foram julho de 2017,
fevereiro e abril de 2018, chegando a uma economia de mais de 70%. A partir disso, percebe-
se a importância do sistema de somatória como mecanismo eficaz e com potencial de
proporcionar resultados de impacto financeiro superiores aos coletados no período em
questão, o que poderá ser confirmado em trabalhos futuros. O sistema de somatória é
resolutivo para redução de custos no uso de medicamentos e tornou-se uma ferramenta
indispensável para a garantia de um melhor aproveitamento de recursos, sem prejuízos ao
paciente.
106
Referências
Cavallini ME, Bisson MP. Farmácia Hospitalar: um enfoque em sistemas de saúde. São
Paulo, Manole; 2002.
Raimundo EA, Dias CN, Guerra M. Logística de medicamentos e materiais em um hospital
público do Distrito Federal. Revistas Face. UFMG; 2014.

Palavras-chave: Somatória. Economia. Medicamentos.

107
IMPLANTAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE ABREVIAÇÃO DE JEJUM PRÉ
OPERATÓRIO EM UM HOSPITAL DO NORDESTE BRASILEIRO: ESTUDO
PROSPECTIVO DE INTERVENÇÃO

MILENA DAMASCENO DE SOUZA COSTA, Ana Carolina Ribeiro de Amorim,


Patrícia Calado Ferreira Pinheiro Gadelha, Cristiano de Souza Leão
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Após o advento dos protocolos multimodais, observa-se uma atenção aos cuidados
nutricionais, principalmente através da abreviação do tempo de jejum pré- operatório. O
objetivo deste estudo foi avaliar os resultados da implantação de um protocolo de abreviação
de jejum pré-operatório em candidatos a cirurgias do trato gastrointestinal e/ou parede
abdominal. Estudo prospectivo de intervenção tipo antes e depois com pacientes internados na
enfermaria de cirurgia geral e unidade de terapia intensiva cirúrgica do IMIP. O estudo
ocorreu em duas fases: a primeira, referente aos dados pré-implantação, com dados obtidos de
abril a outubro de 2013 envolvendo pacientes submetidos ao jejum pré-operatório
convencional e a segunda fase com os dados do período pós-implantação (junho a novembro
de 2014) com pacientes submetidos ao protocolo de abreviação do jejum pré-operatório. No
protocolo de jejum convencional, os pacientes tiveram sua alimentação suspensa às 22h do
dia anterior à cirurgia, independente do horário agendado para a cirurgia. Após a implantação
do protocolo de abreviação do jejum pré-operatório, os pacientes que foram submetidos à
cirurgia no horário da manhã receberam às 5h 200ml da solução de maltodextrina (12,5%) e
os pacientes que realizaram cirurgia à tarde receberam um desjejum sólido leve às 5h e até as
11h receberam 200ml da solução de maltodextrina (12,5%). O tempo de jejum pré-operatório
foi quantificado a partir da diferença, em horas, entre a indução anestésica e a ingestão da
última refeição ou da ingestão da solução de maltodextrina (12,5%). O tempo de internamento
(em dias) foi calculado a partir da diferença entre a data da alta hospitalar e a data da cirurgia.
Para a análise estatística foi utilizado o programa STATA/SE 12.0 e adotado nível de
significância de 5%. A amostra foi composta por 183 pacientes sendo 99 pacientes na fase
pré-implantação e 84 na fase pós-implantação. Não houve diferença quanto ao porte cirúrgico
antes e após a implantação do protocolo (p=0,377). O tempo de jejum pré operatório foi
reduzido de 12,75 (11,00; 16,00) horas para 4,50 (3,66; 5,50) horas (p< 0,001) sendo nas
cirurgias de porte I essa redução de 13,33 (11,25; 15,50) horas para 4,33 (3,66; 5,50) horas
108
(p< 0,001) e nas cirurgias de porte II de 13,17 ± 2,72 horas para 4,80 ± 2,01 horas (p< 0,001).
Após a implantação do protocolo houve redução do tempo de internamento de 4,0 (2,0; 5,0)
dias para 1,5 (1,0; 4,0) dias.

Referências
Aguilar-Nascimento JE, Bicudo-Salomão A, Caporossi C, Silva RM, Cardoso EA, Santos TP.
Acerto pós-operatório: avaliação dos resultados da implantação de um protocolo
multidisciplinar de cuidados peri operatórios em cirurgia geral. Rev Col Bras Cir.
2006;3:181-8.
Fearon KC, Ljungqvist O, Von Meyenfeldt M, Revhaug A, Denong CH, Lassen K, et al. En-
haced recovery after surgery: a consensus review of clinical care for patients
undergoing colonic resection. Cli Nutr. 2005;24:466-77.

Palavras-chave: Cuidados Perioperatórios. Terapia Nutricional. Jejum. Avaliação de


resultados (cuidados de saúde).

109
IMPLANTAÇÃO DO INDICADOR DE QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA EM
SAÚDE: INCIDÊNCIA DE LESÃO POR PRESSÃO (LPP) NOS PACIENTES DA
UTI NEUROLÓGICA DO HOSPITAL PELÓPIDAS SILVEIRA

CINTYA KELLY GOMES CAVALCANTI, Maria Fernanda Aparecida Moura de


Souza, Lídia Lins Sodré, Andreza Gabriela Souza Lins
Hospital Pelópidas Silveira

Pacientes internados em UTI’s Neurológicas apresentam uma alta taxa de permanência


hospitalar agregada a cuidados de alta complexidade, acarretando em maiores riscos para
abertura de Lesões Por Pressão (LPP). Visto a importância em prevenir eventos adversos em
saúde e a relevância dos Indicadores em Saúde no conjunto prevenção/redução de riscos e
danos ao paciente, este trabalho se propõe implantação e manutenção de um indicador em
saúde voltado para Incidência de LPP nos Pacientes internados na UTI Neurológica do
Hospital Metropolitano Pelópidas Silveira. A implantação do indicador foi realizada no mês
de Junho de 2017. Foram realizadas pesquisas nos sites: PROQUALIS (Aprimorando as
práticas em saúde) e CQH (Compromisso com a Qualidade Hospitalar). Foi utilizado formula
de prevalência matemática, na qual possui numerador: número de casso novos de LPP no
internamento e denominador: total de pacientes com alto risco de desenvolver LPP. Os dados
do numerador foram obtidos por meio dos comunicados de eventos da Instituição e das
rondas/visitas realizadas pelos setor da Qualidade/Cuidados com a pele. Os dados para
definição do denominador foram obtidos através do sistema PARI (número de pacientes que
estiveram internados na UTI Neurológica no mês analisado) e do sistema MVPEP (pacientes
com Braden igual ou menor que 14). Na análise retrospectiva foi observado que durante o 1º
semestre de 2017 o Indicador apresentou flutuações importantes, ou seja, havia períodos de
pico e declínio. No 2º semestre as flutuações persistiram. No 1º Semestre de 2017 o maior
valor de abertura de LPP foi de 23%. No segundo Semestre de 2017, o maior valor foi de
24%. Já no 1º trimestre de 2018, o maior valor foi de 45% de abertura. Os altos valores
sinalizados pelo indicador refletem uma inconstante adesão do setor às medidas de prevenção
de LPP’s, apesar de estarem altamente consolidadas nas pautas, rotinas e treinamentos, pois,
os números oscilam com frequência. O Indicador, atualmente, está bem consolidado, é
calculado de forma mensal e tem sido útil na sinalização de oportunidades de melhorias para o
setor. Apesar de ser um processo detalhista, dependente dos dados disponíveis, e de cálculos
110
mensais, a implantação do indicador foi de extrema importância para monitoração de abertura
de lesões e promoção de ações de qualidade que reduzam a sua incidência.

Referências
Fundação Oswaldo Cruz. [cited 2018 Maio 05]. Available from:
https://proqualis.net/seguran%C3%A7a-do-paciente
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. (cited 2018 Maio 05). Available
from: http://www1.hps.imip.org.br/cms/opencms/hps/pt/conheca/.
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). (cited 2018 Maio 05). Available from:
http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-nacional-de-seguranca-do-
paciente-pnsp
Soares DA, Vendramim FS, Pereira LM, Proença PK, Marques MM. Análise da incidência de
úlcera de pressão no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência em
Ananindeua, PA. Rev Bras Cir Plást [Internet]. 2011;26(4):578-58. Available from:
http://dx.doi.org/10.1590/S1983-51752011000400007

Palavras-chave: Segurança do Paciente. Garantia da Qualidade dos Cuidados de Saúde.


Lesão Por Pressão

111
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS POR
DOSE UNITÁRIA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DE PERNAMBUCO

ELIANE MARIA DE QUEIROZ BANDEIRA DE MELO, Aline Dayse da Silva,


Carlos Alberto Ferraz Vasconcelos, Mercia Cristina Batista Veras
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Existem três sistemas de distribuição de medicamentos: o método Coletivo, onde os


medicamentos são solicitados em nome do setor, cuja responsabilidade é voltada para a
enfermagem que faz a solicitação mediante transcrição da prescrição médica; o Individual,
que tem por objetivo dispensar os medicamentos através da cópia da prescrição médica, para
um período de 24 horas; e o Sistema de Distribuição de Medicamento por Dose Unitária
(SDMDU), que é uma quantidade de medicamentos com forma e dosagem prontas para serem
administradas ao paciente, segundo a prescrição médica, sob supervisão do farmacêutico, em
determinado período de tempo1. Em abril de 2015 o IMIP inaugurou a Central de Dose
Unitária (CDU), dando início ao atendimento pelo método do SDMDU para pacientes
pediátricos. Esse sistema é considerado o mais completo e vantajoso, por existir avaliação da
prescrição médica pelo farmacêutico, possibilitar o acompanhamento farmacoterapêutico do
paciente e propiciar uma dispensação ordenada de medicamentos com segurança, desde a
identificação até o momento da administração2,3. O objetivo deste trabalho é descrever como
o SDMDU garante a qualidade na prestação da assistência à saúde e redução de custos, por
meio de uma utilização eficiente, segura, e racional dos medicamentos. O estudo foi
descritivo. Os resultados em relação à assistência e a redução de custos, após a implantação da
CDU, são referentes ao Hospital Geral de Pediatria e Oncologia Pediátrica no ano 2017,
foram lançados em planilha EXCEL para análise. No ano de 2017 a CDU atendeu uma média
de 3.700 prescrições médicas, produzindo uma média mensal de 16.996 doses unitárias de
medicamentos, todas dispensadas após a avaliação pelo farmacêutico e manipuladas com o
controle de qualidade baseado nas Boas Práticas de Manipulação4. De 95% da quantidade de
intervenções farmacêuticas acatadas, confirmamos que a assistência à saúde com as atividades
clínicas farmacêuticas da CDU, possibilitou maior segurança para os pacientes. Esse resultado
ressalta a idéia de que a diminuição de eventos adversos na hospitalização de crianças diz
respeito à mudança da cultura organizacional das unidades de saúde, com ênfase no cuidado e
uma visão sistêmica da avaliação desses eventos, incluindo os erros de medicação5. Quanto à
112
redução de custos, a avaliação de gastos com medicamentos mostrou que houve diminuição
em 50% ou mais das despesas em cada clínica analisada. Segundo estudos já realizados, o
SDMDU pode gerar consideráveis benefícios econômicos derivados do potencial de poupança
no manejo, uso e dispensação das drogas prescritas 5,6,7,8. Após a implantação da SDMDU,
os atendimentos aos setores se tornaram mais qualificados. Este sistema inovador mostra-se
superior aos demais sistemas de dispensação de medicamentos, por reduzir custos, e
principalmente promover o uso racional e seguro dos medicamentos aos pacientes.

Referências
Araújo SA, Sabates AL. Aspectos facilitadores do Sistema de Distribuição de Medicamentos
por Dose Unitária para a enfermagem. Con Scientiae Saúde. 2010;9(1):47-58.
Azevedo-Anacleto T, Perini E, Mário-Borges R, Cibele-Comini C. Medications errors and
drug-dispensing systems in a hospital lpharmacy. Clinics. 2005;60(4):325-332.
Díaz J, Muñoz I, León A, Camacho N. Implementación del sistema de distribución de
medicamentos en dosis unitaria en un hospital público. Rev Col Cienc Quim-Farm.
1998;27:21-23.
Freitas AR. Vigilância sanitária na farmácia hospitalar: o sistema de distribuição de
medicamentos por dose unitária (SDMDU) em foco [Trabalho de Conclusão de
Curso]. Rio de Janeiro, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio
Arouca/FIOCRUZ/MS; 2005. (cited 2011 Fev 2). Available from:
http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/?q=node/5288
Maia Neto JF. Farmácia Hospitalar: um enfoque sistêmico. Brasília: Thesaurus; 1990.
Mato G. Uso de medicamentos: una modalidad de ahorro. Arch Argent Pediatr.
2002;100(3):258-61.
Napal-Lecumberri. El sistema de distribución de medicamentos en dosis unitarias (SDMDU)
en el siglo XXI. Rev Inf Farm Hosp. 2010;2:2-3.
Resolução nº 328, de 22 de julho de 1999. DOU de 26/07/99.
Taxis K, Dean B, Barber N. Hospital drug distribution systems in the UK and Germany- a
study of medication errors. PharmWorld Sci. 1999;21(1):25-31.

Palavras-chave: Sistema de Distribuição de Medicamentos. Dose Unitária. Farmácia


Hospitalar.

113
IMPLANTAÇÃO DO TIME DE HIGIENE DAS MÃOS

MARIA FERNANDA APARECIDA MOURA DE SOUZA,


Marialba de Morais Siqueira, Lidia Lins Sodre, Livia Alves de Medeiros
Hospital Pelópidas Silveira

As IRAS (Infecção Relacionada à assistência à saúde) representam um problema de


relevância para saúde pública com forte impacto clínico, econômico e social, resultando em
aumento da letalidade hospitalar. Dentre as medidas preconizadas para o controle de IRAS, a
higiene das mãos merece destaque, tendo sido instituída há 150 anos e ainda hoje, tem
demonstrado ser uma ação eficaz, prática e de baixo custo. Foi realizado um estudo
observacional, que resultou na descoberta das principais dúvidas, aliada às principais falhas
ocorridas durante a assistência aos pacientes no Hospital Pelópidas Silveira. A Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH-HPS), no intuito de melhorar a qualidade do cuidado,
aumentando a segurança do paciente, buscando a redução de IRAS, aproveitou o dia mundial
de Higiene das Mãos, para realizar, a Semana de Higiene das mãos, com intuito de
entusiasmar e inquietar todos os Profissionais do HPS, assim como os acompanhantes. Dessa
forma, foi elaborado um evento com sorteio de brindes (álcool gel, porta- adorno, nécessaire),
a partir da resposta de perguntas, que contemplaram a participação de 90 profissionais de
saúde. Com os acompanhantes, foi realizada uma roda de conversas nos setores com
esclarecimento de dúvidas e contribuição dos mesmos, para ser mais uma barreira na
prevenção de danos, envolvendo o familiar no cuidado prestado. Durante a realização, foram
constatadas muitas dúvidas em relação aos momentos cruciais para higiene das mãos, dos
quais pode se averiguar possíveis falhas na realização de procedimentos. Sendo assim,
resolveu-se lançar o “Time de Higiene das mãos”, que estimulasse a participação dos gerentes
setoriais na auditoria de higiene das mãos dos profissionais diretamente relacionados à
assistência. O time consiste na observação baseada nos oportunidades contempladas nos cinco
momentos preconizados pela OMS para higiene das mãos: antes de tocar no paciente, antes de
procedimentos assépticos, após exposição de fluídos, após o contato com o paciente, após o
contato com superfícies. Além de destacar que o produto deve ser adequado ao momento: se
sujidade visível a higiene com água e sabonete. Na ausência de sujidade, álcool gel. O
feedbak deverá ser dado em conjunto com a CCIH, no final das 10 auditorias/profissionais.
Devendo o auditor, realizar feedback de falhas da higiene de mãos, ou de falha na técnica de

114
procedimento, de imediato. Com as evidências acerca da importância da higiene das mãos
quanto à redução nas taxas de infecção e a postura passiva dos profissionais de saúde, quanto
a esse problema mundial, considerou-se mobilizar as gerências, com vistas às vigilâncias das
equipes, com medidas de incentivo à higiene das mãos, que gerem mudanças de
comportamentos.

Referências
Schettert MR. Adesão a Higiene das mãos pelos profissionais de um hospital de trauma pré e
pós intervenção. Instituto Nacional de Ensino Superior e pesquisa: Jacaréi; 2018.

Palavras-chave: IRAS. Higiene das Mãos.

115
IMPLEMENTAÇÃO DE ATIVIDADES DE INTEGRAÇÃO, COM TEMÁTICAS
TRANSVERSAIS, EM CURSOS TÉCNICOS DE SAÚDE

TATIANA CRISTINA MONTENEGRO FERREIRA, Tatiana Cristina Montenegro


Ferreira, Carla Vieira da Silva, Maria Betânia Campos Bezerra
Escola Politécnica de Saúde do IMIP

O processo de integração envolve diversos aspectos, como o desenvolvimento de


competências acadêmicas, cognitivas e de estabelecimento de relações interpessoais positivas.
O desenvolvimento de identidade, autonomia, equilíbrio emocional, projeto vocacional e
estilo de vida que promovem o bem-estar físico e pessoal dos estudantes. No âmbito
educacional, a integração é abordada de maneira a considerar o estudante em sua
individualidade, com o intuito de desenvolver o senso crítico, moldando o profissional em sua
formação profissional técnica, embasadas em conhecimento científico, humanização e ética.
Neste sentido, a integração, é caracterizada como uma prática pedagógica e social, e serve
como ponto fundamental para abordagens de diversos temas inerentes às áreas de atuação de
profissionais de saúde. A proposta de integração considera, a perspectiva de
interdisciplinaridade da prática profissional, inserindo este conceito na formação através do
entrelace curricular dos estudantes de formação técnica em saúde. A Escola Politécnica de
Saúde do IMIP, neste contexto, vem abordando diversas temáticas com o intuito de contribuir
com a reflexão dos estudantes e saúde. Buscando alcançar os objetivos propostos, optou-se
por proporcionar palestras dialogadas e rodas de conversas interativas, para os estudantes dos
cursos técnicos em radiologia e enfermagem, nos qual foram abordadas as seguintes
temáticas: a) Atuação dos profissionais de saúde, diante da diversidade, relacionadas à raça,
cor e gênero; b) Direitos Humanos c) Qualificação profissional na perspectiva dos Recursos
Humanos Resultados: O desenvolvimento da proposta de integração prevê o fomento de
diferentes temas atuais, construídos a partir das diferentes áreas de conhecimento envolvidas
no curso e nas áreas de atuações, de forma articulada, em um exercício de
interdisciplinaridade. Temas esses, que possibilitam o estabelecimento de diferentes interfaces
entre as áreas de conhecimento, em prol de uma formação mais abrangente. Esperase, que as
atividades de integração impactem a formação e a prática profissional, de modo a subsidiar
uma atuação coerente com a perspectiva de sucesso, comprometida com as demandas sociais
e com a transformação das situações de desigualdade e injustiça. A educação requer que
116
questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos estudantes. Porém,
não é possível controlar todos os fatores que interagem na formação de estudantes e não se
trata de impor determinados valores, mas de ser coerente com os valores assumidos,
permitindo aos estudantes uma discussão sobre eles. Em função disso, atividades são
planejadas, com o intuito de integrar, buscando oferecer aos estudantes condições de superar
obstáculos, desenvolvendo o autoconhecimento e a autonomia. Capacidades como dialogar,
participar e cooperar, são conquistas feitas paulatinamente, que necessitam ser reafirmadas e
retomadas constantemente.

Referências
Baldoino AS, Veras RM. Análise das atividades de integração ensino-serviço desenvolvidas
nos cursos de saúde da Universidade Federal da Bahia 17. Rev Esc Enferm USP.
2016;50:017-024.
Ferreira JA, Almeida LS, Soares AP. (2001). Adaptação académica em estudante do 1º ano:
diferenças de gênero, situação de estudante e curso. Psico-USF [Internet]. 2001;6(1):1-
10. Avail-able from: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
82712001000100002&script=sci_abstract&tlng=pt
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos
temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF; 1997.

Palavras-chave: Educação. Saúde. Integração.

117
IMPLEMENTAÇÃO DO CENTRO DE TREINAMENTO EM SUPORTE BÁSICO
DE VIDA

RITA DE CÁSSIA CORDEIRO BASTOS LEITE DOS ANJOS,


Cristiane Russo Wanderley Gomes
Hospital Dom Hélder Câmara

O hospital Dom Hélder Câmara, situado na BR 101 Sul, Km 28, no Cabo de Santo Agostinho
é referência em Cardiologia no estado de Pernambuco. Dentre este contexto, em 2017 foi
implantado um Centro de Treinamento regulamentado pelo InCor - SP, com a finalidade de
capacitar profissionais da área de saúde para desempenhar habilidades práticas em Suporte
Básico de Vida (SBV), pois as manobras executadas no SBV são determinantes no
prognóstico da vítima, exigindo assim uma equipe bem treinada, por ser um evento que requer
ações rápidas, eficazes e integradas. Nesse contexto, o presente estudo objetivou divulgar o
CETE (Centro de Treinamento) e torná-lo referência em treinamento de Suporte Básico de
Vida (SBV) em Pernambuco. Trata-se de um relato de experiência das instrutoras do Suporte
Básico de Vida (SBV), lotadas no Hospital Dom Hélder Câmara. Resultado: A princípio, o
CETE treinou 12 profissionais, sendo desses 10 enfermeiros e 02 fisioterapeutas, a fim de
formar futuros instrutores. Após esse treinamento, foram escolhidos utilizando o critério
NOTA, 06 alunos aprovados para fazerem o treinamento de Instrutor BLS Provider. O InCor
realizou o trainee com 02 enfermeiras, as quais estão ministrando os cursos para os demais
profissionais. Até o presente momento foram treinados 59 profissionais, entre eles
enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas, sendo o treinamento feito utilizando o
método preconizado pela American Heart Association (AHA), onde o aluno assiste e pratica
simultaneamente as técnicas e os instrutores conduzem as discussões e simulações de casos. O
CETE visa, através do BLS, tornar a assistência dos alunos que prestam cuidados de saúde
uniforme, preparando-os para atuar em vários ambientes. Praticando ao longo da aula a
técnica correta de RCP de alta qualidade em lactentes, crianças e adultos; o manuseio do
Desfibrilador Externo Automático (DEA); o conhecimento das cadeias de sobrevivência e
demonstrando a importância de ser eficaz em um time de ressuscitação dentre outras
habilidades. Os alunos saem aptos após aprovação nas provas teórica e prática, caso o
contrário, repetem o curso. Foram formados profissionais atuantes em Unidades de Pronto
Atendimento da Gestão IMIP. Visto que, o profissional quando finaliza o curso passa a
118
encarar situações de PCR com maior domínio do tema, assumindo suas responsabilidades
perante a equipe multidisciplinar de maneira coerente e organizada baseada em evidências
cientificas.

Referências
Manual do Instrutor Suporte Básico de Vida, American Heart Association/Guidelines; 2015.

Palavras-chave: Suporte Básico de Vida. Parada Cardiorrespiratória. Educação Permanente.

119
IMPLEMENTAÇÃO DO REGISTRO DA AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA DAS
PRESCRIÇÕES MÉDICAS DE PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS

ALINE DAYSE DA SILVA, Camila Barros e Silva Vasconcelos,


Eliane Maria de Queiroz Bandeira de Melo, Mercia Cristina Batista Veras
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A avaliação farmacêutica das prescrições médicas permite a identificação de possíveis


Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM) e traçar condutas para evitar ou minimizar
danos a saúde. Um instrumento com registro das avaliações e sua disponibilidade para a
equipe multiprofissional resulta em uma assistência qualificada para os pacientes. Na
oncologia, a farmacoterapia dos pacientes é complexa, pois outros agentes medicamentosos
são prescritos além dos antineoplásicos, como os indicados para terapia suporte e para co-
morbidades, acarretando um grande potencial de interações e incompatibilidades
medicamentosas. Esse relato visa descrever a implementação do registro da avaliação
farmacêutica das prescrições médicas de pacientes oncológicos pediátricos do IMIP, como
ferramenta para contribuir com a utilização segura de medicamentos. Os registros são
realizados com prescrições da Unidade de Oncologia Pediátrica IV e UTI Oncológica
Pediátrica. Criou-se um formulário com campos para o preenchimento das interações e
incompatibilidades medicamentosas e outras observações. Após a classificação do paciente
como alto risco, verificamos as interações e incompatibilidades medicamentosas, por meio
das plataformas disponibilizadas pela instituição, o Micromedex solutions e UpToDate, e
outras literaturas. Desde novembro de 2017 até 15 de maio de 2018 foram avaliadas 67
prescrições, das quais, 27 (40%) foram de pacientes de alto risco. As interações
medicamentosas de importância clínica são classificadas, segundo o UpToDate, como: (C) É
necessário monitorar a terapia, (D) Pode ser necessário modificar a terapia e (X) Deve-se
evitar a combinação. Foram registradas 98 interações medicamentosas, 72 (73,46%)
interações tipo C, 21 (21,42%) interações tipo D e 5 (5,10%) interações tipo X. Para cada
interação, registramos o mecanismo e a conduta que pode ser tomada para evitar ou minimizar
PRM. Catalogou-se 118 incompatibilidades medicamentosas, a conduta nesses casos, é de
separar os horários de administração dos fármacos ou lavar o acesso, para que não causem
danos ao paciente. Segundo membros da equipe multidisciplinar, a qual esses registros foram
dirigidos, essa atividade representa uma iniciativa muito importante, pois o conhecimento das
120
interações e incompatibilidades medicamentosas tem propiciado um melhor manejo das
drogas, amenizando as possíveis complicações iatrogênicas, possibilitando melhor evolução e
êxito no tratamento dos pacientes. Esse resultado confirma o estudo de Bernardi7, em que
mais de 90% das intervenções farmacêuticas realizadas foram consideradas pertinentes pela
equipe de saúde, evidenciando a necessidade e importância do farmacêutico integrado à
equipe multidisciplinar. O registro da avaliação farmacêutica das prescrições médicas oferece
suporte e direcionamento na farmacoterapia, propicia o compartilhamento de conhecimento
na equipe, promovendo a segurança do paciente.

Referências
Andrade CT, Magedanz AM, Escobosa DM, Tomaz WM, Santinho CS, Lopes TO, et al. A
importância de uma base de dados na gestão de serviços de saúde. Einstein (SP).
2011;10(3):360-5.
Bernardi EA, Rodrigues R, Tomporoski GG, Andrezejevski VM. Implantação da avaliação
farmacêutica da prescrição médica e asações de farmácia clínica em um hospital
oncológico do Sul do Brasil. Revista Espaço para a Saúde. 2014;15(2):29-36.
Copyright IBM micromedex Web aplicattions access [Internet]. Available from:
http://www.micromedexsolutions.com/micromedex2/librarian. 2018.
Leendertse AJ, Koning FH, Goudswaard AN, Jonkhoff AR, Bogert SC, Gier HJ, et al.
Prevent-ing hospital admissions by reviewing medication (PHARM) in primary care:
design of the cluster randomised, controlled, multi-centre PHARM study. BMC Health
Services Research. 2011;11(4):1-13.
Levêque D, Delpeuch A, Gourieux B. New anticancer agents: Role of clinical pharmacy
services. Anticancer Res. 2014;34:1573-8.
Lexicomp Drug Interactions. Available from: https://www.uptodate.com/drug-
interactions/?source=responsive_home#di-analyze.
Martinbiancho JK, Zuckermann J, Mahmud SD, Santos L, Jacoby T, Silva D, et al.
Development of Risk Score to Hospitalized Patients for Clinical Pharmacy:
rationalization in a high complexity hospital. Latin American Journal of Pharmacy
(Formerly Acta Farmacéutica Bonaerense). 2011;30(7):1342-1347.

Palavras-chave: Assistência Farmacêutica. Avaliação de Medicamentos. Tratamento


Farmacológico. Segurança do Paciente.

121
IMPORTÂNCIA DE UM GRUPO DE PESQUISA NA PRODUÇÃO E
DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO EM CIRURGIA CARDIOVASCULAR:
RELATO DE EXPERIÊNCIA DA UNIDADE DE CIRURGIA CARDÍACA DO IMIP

TAÍS LINS SEVERO DA SILVA, Stephanie Steremberg Pires D’Azevedo, Fernando


Augusto Marinho dos Santos Figueira, Cristiano Berardo Carneiro da Cunha
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Atualmente, o Brasil vivencia um crescimento na área de Ensino e Pesquisa, que aos poucos
se fortalece como ciência e com a ajuda da tecnologia e inovação aproxima-se o
conhecimento científico a uma assistência de saúde de qualidade. A trajetória percorrida
diariamente pelos profissionais para obterem o reconhecimento de ciência requer dedicação,
perseverança, especializações, para que haja um empoderamento científico consolidando uma
prática baseada em evidências. Partindo das observações e das dificuldades encontradas ao
longo da carreira acadêmica, atualmente desenvolve-se no IMIP, um Grupo de Pesquisa em
Cardiologia e Transplante Cardíaco, tendo como finalidade a elaboração e apresentação de
trabalhos científicos que contribuam para a construção do conhecimento da equipe
multidisciplinar. O objetivo deste trabalho foi relatar a importância de um grupo de pesquisa
na produção e divulgação do conhecimento em cirurgia cardiovascular e a experiência da
unidade de cirurgia cardíaca do IMIP. Trata-se de um relato de experiência da criação de um
grupo de pesquisa em cirurgia cardiovascular e do impacto de tais atividades na produção de
trabalhos científicos e na construção de profissionais atualizados e baseados em evidências
científicas. O grupo de pesquisa teve início em novembro de 2016, na Unidade de Cirurgia
Cardíaca do IMIP, sendo composto por duas enfermeiras e pela equipe de cirurgia cardíaca. A
partir das observações do grupo de profissionais envolvidos, notou-se a necessidade da
elaboração de atividades baseadas em evidências científicas, junto à elevação de produção
científica pelos profissionais. Com isso, o grupo de cirurgiões cardiovasculares e as
enfermeiras iniciaram coletas de dados, preenchimento de formulários, elaboração de
planilhas, publicações de trabalhos com a finalidade de promover uma assistência com mais
qualidade e embasamento científico. Os resultados foram tão positivos, que o grupo expandiu-
se e atualmente íntegra estudos multicêntricos internacionais, todos voltados para a área de
cirurgia cardíaca. Um das grandes conquistas foi à inserção de estudantes de graduação e
residentes como colaboradores do grupo, contribuindo para a formação destes, no que se
122
refere ao desenvolvimento de pesquisas científicas. No âmbito da assistência à saúde, busca-
se avaliar a qualidade dos serviços prestados, com o aprimoramento e a excelência com a qual
é prestada. Os desafios encontrados até a consolidação de um grupo de Ensino e Pesquisa não
são poucos. Mas, é importante ressaltar que esta prática é fundamental para a construção de
uma equipe integrada, uma assistência qualificada, por meio da interação de todos os
profissionais envolvidos, e um cuidado holístico e não limitado ao cliente. Por meio do
aprimoramento científico, obtém-se profissionais capacitados e comprometidos com a busca e
idealização do saber.

Referências
Ferreira RE, Tavares CM, Kebian LV. Produção científica relacionada ao mestrado
profissional em enfermagem. Rev enferm UFPE. 2018;12(3):763-71.
Fortuna CM, Mishima SM. A pesquisa de enfermagem e a qualificação da assistência:
algumas reflexões. Rev Eletr Enf. 2012;14(4):740-2.
Silva ÍR, Leite JL, Trevizan MA, Mendes IA, Silva TP, Lins SM. Aprender pela pesquisa: do
ensino da ciência do campo assistencial da enfermagem. Esc Anna Nery.
2017;21(4):201-3.

Palavras-chave: Assistência. Conhecimento. Ensino. Pesquisa.

123
INSERÇÃO DO HOSPITAL PELÓPIDAS SILVEIRA NO PROJETO:
“MELHORANDO A SEGURANÇA DO PACIENTE EM LARGA ESCALA NO
BRASIL”

MARIALBA DE MORAIS SIQUEIRA, Maria Fernanda Aparecida Moura de Souza,


Lívia Alves de Medeiros, Lídia Lins Sodré
Hospital Pelópidas Silveira

Sendo a Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS) um problema de saúde pública


que tem forte impacto clínico, econômico e social, que traz consigo outras questões, como a
resistência aos antimicrobianos, consistindo num dos maiores Eventos Adverso associado ao
óbito, que chegam a somar 83 mortes/dia ou 30 mil morte/ano no Brasil. Foi realizada uma
análise comparativa com dados retrospectivos referentes ao ano de 2017, que consta nos
relatórios mensais da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), dos pacientes
internados na UTI Neurológica do Hospital Pelópidas Silveira, os quais geraram uma mediana
que ratificam uma redução na incidência de IRAS, ao longo de 2018, por meio de diretrizes
firmadas a partir do ingresso no projeto: “Melhorando a segurança do paciente em larga
escala no Brasil”. A Direção Hospitalar em parceria com a CCIH, no intuito de melhorar a
qualidade do cuidado, aumentando a segurança do paciente, a partir da redução de IRAS,
ingressou em um colaborativa Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único
de Saúde (PROADI-SUS), firmado entre Ministério da Saúde e o Institute for Healtcare
Improvement (IHI), que por sua vez tem como objetivo reduzir em 50% as IRAS. Foram
registrados os dados pertinentes às IRAS, gerando assim uma mediana para: Pneumonia
Associada a Ventilação Mecânica (PAV): 5,44; Infecção Primária de corrente sanguínea
(IPCS): 5,63; Infecção de Trato Urinário (ITU): 2,13. A partir dessas medianas, decidiu-se
traçar um objetivo, que norteasse a equipe a direcionar os planejamentos, sendo este: Reduzir
a densidade de incidência de IPCS para 3,9, PAV 3,8 e ITU para 1,9, em 12 meses. A partir
desse objetivo, definiu-se uma série de prioridades, tais como: Retorno das Visitas
multidisciplinares; Lançamentos das Visitas de Enfermagem; Checklist de visitas melhores
definidos; Visita estendida, dentro da UTI, associada ao envolvimento familiar no cuidado
prestado; Criação do “Time de higiene das mãos”; Realização da semana de Higiene das
mãos; Criação do quadro de metas diárias. Os resultados foram observados em cinco meses de
projeto, reduzindo a mediana de IPCS para 4,03 e ITU para 0. A única mediana que não
124
obteve êxito foi a de PAV: 6,10, apesar dos esforços desenvolvidos para esse fim. No entanto,
quando comparada com a mediana nacional (13,75), a do HPS se mostra aquém, apesar de ser
um hospital de referência Neurológica, que o cliente que persiste no ventilador, propiciando o
desenvolvimento de PAV. Além disso, observa-se uma progressão notória de alguns
indicadores, que impactam na redução de IRAS, com medidas de prevenção,
auditoria/melhoria dos procedimentos de Enfermagem, assegurando uma assistência livre de
danos. Frente à magnitude epidemiológica que as IRAS vêm tomando, torna-se cada vez mais
necessário assegurar a qualidade da assistência prestada e, consequentemente, reduzir óbitos
dentro dos serviços de saúde.

Referências
Silva SG, Nascimento ER, Salles RK. Pneumonia associada à ventilação mecânica: discursos
de profissionais acerca da prevenção. Esc Anna Nery. 2014;18(2):290-5.
Souza P. Epidemia de IRAS no Mundo e no Brasil. Colaborativa PROADI-SUS Sessão de
Aprendizagem. 2017 Dez 11-3.

Palavras-chave: IRAS. Segurança do Paciente.

125
INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
ACERCA DA NOTIFICAÇÃO E ENCAMINHAMENTO DOS CASOS DE
VIOLÊNCIA IDENTIFICADOS NA UPA PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA

ANDRÉA RAMOS CAMPOS GALVÃO, Virginia da Silva Machado


UPA Professor Fernando Figueira

O profissional de Serviço Social tem como objeto de seu trabalho a questão social, que se
representa através das inúmeras expressões, sendo uma delas a violência. Levando em
consideração que a UPA 24h é um serviço de porta de entrada para urgência e emergência,
onde ocorre o primeiro contato com pessoas vítimas de violência, se faz necessário, uma
equipe multiprofissional, com trabalho interdisciplinar e com sensibilidade para abordagem
adequada a determinados casos. Neste contexto, é de suma importância à inserção do
profissional de serviço social, haja vista a necessidade do atendimento humanizado e integral
às pessoas vítimas de violência, compreendendo assim um trabalho interdisciplinar, deixando
de ser um atendimento meramente biomédico. Desta forma, a equipe de serviço social da
UPA Professor Fernando Figueira se propõe a apresentar a experiência da sistematização dos
instrumentos utilizados nos atendimentos voltados às pessoas em situação de violência na
urgência e emergência. O presente trabalho trata de uma pesquisa de natureza qualitativa e
descritiva sendo utilizada como técnica a analise dos instrumentos utilizados pelo Serviço
Social da UPA Professor Fernando Figueira, acerca das notificações e encaminhamentos dos
casos de violência identificados por este setor. Os instrumentos analisados foram: 1. planilha
de relatórios, relatos e notificações de violências do SINAN realizadas pelo Serviço Social,
nas quais o serviço social passou a registrar todos os casos de violências atendidos desde
agosto 2016. Anteriormente, os dados eram contabilizados apenas de forma quantitativa;
Planilha de registro de evasão de pacientes, registro realizado pela portaria da unidade; Folder
elaborado pelo serviço social o qual trata sobre violência, com orientação aos Profissionais de
Saúde. Os instrumentais analisados compreendem os citados acima os quais são utilizados
pelo serviço social da UPA Professor Fernando Figueira para intervenção nos casos de
violência identificados na unidade. Os resultados apontam que a instrumentalidade é parte
fundamental no processo de trabalho do assistente social. Tal profissional possui o aporte
teórico necessário para avaliação crítica dos instrumentais aplicados a seu cotidiano de
trabalho e assim, extrair deles respostas profissionais objetivas. Neste contexto, foi realizada a
126
análise dos instrumentos utilizados na UPA Professor Fernando Figueira relacionados à
notificação e/ou encaminhamento de casos de violência. Por fim, conclui-se que é de extrema
importância elaborar protocolos a fim de definir o fluxo de encaminhamentos para os serviços
institucionais, sendo recomendado ao profissional realizar suas orientações visando o acesso
dos pacientes e seus familiares aos direitos sociais.

Referências
Krug EG, Dahlberg LL, Mercy JA, Zwi AB, Lozano R, editores. Violência: um problema
mundial de saúde pública. In: Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra:
OMS; 2002. p. 3-19.
Matos E, Pires DE, Campos GW. Relações de trabalho em equipes interdisciplinares:
contribuições para a constituição de novas formas de organização do trabalho em
saúde. Rev Bras Enferm. 2009;62(6):863-69.
Minayo MC. Violência contra idosos: relevância para um velho problema. Cad Saúde Pública.
2003;19(3):783-91.
Ministério da Saúde (BR). Notificação de maus-tratos contra crianças e adolescentes pelos
profissionais de saúde: um passo a mais na cidadania em saúde. Brasília: Ministério da
saúde; 2002. (Série A. Normas e manuais técnicos, n.67).
Portaria MS/GM nº 675, 30 de março de 2006, publicada no DOU, Seção 1, Direito dos
Usuários dos SUS. Available from:
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/CIB/LEGIS/PortGMMS_675_30marco_200
6_carta_dos_direitos.pdf

Palavras-chave: Instrumentalidade. Serviço Social. Violência.

127
INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA COMO ESTRATÉGIA PARA EVITAR
EVENTOS ADVERSOS DOS MEDICAMENTOS EM PEDIATRIA

CAMILA BARROS E SILVA VASCONCELOS, Aline Dayse da Silva, Camila Vitorio


Menezes Novaes, Eliane Maria de Queiroz de Melo
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Os Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM) constituem a principal causa de


eventos adversos, destacando os erros de medicação associados às prescrições médicas como
fator evitável de risco ao paciente. A análise da prescrição médica é uma das principais
atividades do farmacêutico hospitalar e clínico, pois através desta, é possível realizar a
intervenção farmacêutica, identificar e prevenir os PRMs. Neste contexto, a intervenção
farmacêutica atua como uma barreira para reduzir os eventos adversos, em especial, os erros
de medicação, uma vez que a dispensação do medicamento só ocorre após a avaliação e
intervenção, quando necessária, da prescrição médica pelo farmacêutico. O presente relato de
experiência propõe demonstrar e avaliar a importância da intervenção farmacêutica como
instrumento minimizador de possíveis riscos associados aos medicamentos administrados aos
pacientes pediátricos do IMIP. Foi realizado um estudo retrospectivo no período de 01 de
novembro de 2017 a 30 de abril de 2018, na Central de Dose Unitária (CDU) do IMIP. As
intervenções foram quantificadas e organizadas de acordo com o formulário de Intervenção
Farmacêutica padronizado pelo setor e os dados obtidos foram coletados a partir das
prescrições médicas recebidas diariamente de clínicas pediátricas atendidas pela CDU. Após a
avaliação das prescrições no período estudado, foram preenchidos um total de 273
formulários de intervenção farmacêutica. No formulário, constam informações para registro
de prescrição com informações incompletas, medicamento transcrito/prescrito incorretamente,
sem diluição aconselhada, com apresentação e reconstituição/diluição não padronizadas, dose
abaixo ou acima da recomendada, sem apresentação completa e problemas com a via de
administração. O maior índice foi o de Medicamento com apresentação não padronizada
(23,1%), seguido da Reconstituição/Diluição não padronizada (18,3%). Quanto à legibilidade
da prescrição e segurança medicamentosa, a maior incidência encontrada foi associada às
Prescrições contendo informações incompletas (ex.: sem peso, nome, horário de
administração) (17,9%), Medicamento transcrito/prescrito incorretamente (ex.: nome
comercial) (15,4%) e Medicamento sem apresentação completa (11,4%), e por fim, os
128
Medicamentos com dose abaixo ou acima da recomendada (7,7%). A conduta tomada após a
verificação de inconformidades é através do contato com o prescritor, relatar o problema ou
sugerir uma modificação. Vale salientar que apenas seis intervenções (2,2%) não foram
acatadas pelos médicos e 24 (8,79%) não tiveram retorno, o que indica uma aceitação de 243
intervenções (89,01%) do total. O relato permitiu avaliar a importância da intervenção
farmacêutica realizada pela Central de Dose Unitária do IMIP, através dos resultados obtidos,
ser um instrumento de barreira contra eventos adversos e, consequentemente, promoção da
segurança do paciente.

Referências
Araújo PT, Uchôa SA. Avaliação da qualidade da prescrição de medicamentos de um hospital
de ensino. Re. Ciência e Saúde. 2011;16(1):1107-4.
Khalili H, Farsaei S, Rezaee H, Dashti-Khavidaki S. Role of clinical pharmacists’
interventions in detection and preventionof medication errors in a medical Ward. Int J
Clin Pharm. 2011;33(2):281–4.
Lucca JM, Ramesh M, Narahari GM, Minaz N. Impact of clinical pharmacist interventions on
the cost of drug therapy inintensive care units of a tertiary care teaching hospital. J
Pharmacol Phar-macother. 2012;3(3):242-7.
Nurgat ZA, Al-Jazairi, Abu-Shraie N, et al. Documenting clinical pharmacist intervention
before and afer the introduction ofa web- -based tool. Int J Clin Pharm.
2011;33(2):200-7.

Palavras-chave: Assistência farmacêutica. Segurança do paciente. Prescrição de


medicamentos. Pediatria.

129
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL E GRUPO DE PACIENTES
COM SEQUELAS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

CATHARINA MACHADO PORTELA, Jamine Cunha dos Reis,


Maria Soraida da Silva Cruz, Weldma Karlla Coelho
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Abordagem grupal visa atingir os objetivos funcionais, compreendendo o grupo como espaço
que possibilita a união com o outro, de trocas de identificações, e confrontos facilitando assim
o sujeito com deficiência no processo de reabilitação . O objetivo deste estudo é relatar a uma
experiência de intervenção terapêutica ocupacional em grupo de pacientes com sequelas de
Acidente Vascular Cerebral (AVC). Tipo de estudo é um relato de experiência, de natureza
descritivo, que aconteceu no setor de Terapia Ocupacional do Centro de Reabilitação e
Medicina Física Prof. Ruy Neves Baptista do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando
Figueira (IMIP), no período de dezembro 2017 a janeiro de 2018. O público alvo foi pacientes
adultos com sequelas de AVC de ambos os sexos, com idade entre 30 e 60 anos, atendidos
por terapeutas ocupacionais em grupo. Cada grupo tinha uma média de três a cinco
integrantes, com duração de tempo de quarenta minutos à uma hora. A coleta de dados se deu
pela observação participante e condução dos grupos das intervenções terapêutico-ocupacional,
nas quais foram feitas as anotações após o término dos atendimentos. Dentre as atividades,
priorizavam-se demandas motoras, associando com trabalho de componentes cognitivos.
Treino de Atividades de Vida Diária e Instrumentais, jogos de encaixe e arremesso com
materiais que oferecem resistência, massa moldável para um trabalho de motricidade fina,
entre outros. As atividades selecionadas para cada grupo foram escolhidas a partir da
discussão entre terapeutas quanto às melhores maneiras de adaptar as atividades a realidade de
cada sujeito, visando o aprendizado motor e assim transposição do que foi praticado para
favorecer o desempenho ocupacional. A colaboração entre os pacientes e o empenho na
realização das tarefas propostas era bem evidentes. Observou-se que a intervenção grupal na
reabilitação ao paciente com sequelas de AVE na sessão de terapia ocupacional tem
características muito positivas não apenas no desempenho das ocupações, mas também
proporciona a interação interpessoal, o manejo da própria deficiência e das limitações, motiva
o engajamento nas atividades de reabilitação, e favorece o reconhecimento de potencialidades
e da busca por autonomia e independência no dia a dia.
130
Referências
Cavalcanti A, Dutra FC, Elui VM. Estrutura da prática da terapia ocupacional: domínio e
processo. Revista de Terapia Ocupacional Universidade São Paulo. 2015;26(ed.
esp):1-49.
Samea M. O dispositivo grupal como intervenção. Revista de Terapia Ocupacional da
Universidade São Paulo. 2008;19(2):85-90.
Scheffer M., Monteiro JK, Almeida RM. Frontal stroke: problem solving, decision making,
im-pulsiveness, and depressive symptoms in men and women. Psychology e
Neuroscience. 2011;4(2):267-78.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional. Acidente Vascular Cerebral. Reabilitação. Grupos.

131
INTRODUÇÃO DO ENFERMEIRO AO AMBULATÓRIO DE ANTICOAGULANTE
ORAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

RENATA LAUREANE DE SÁ MARCOLINO, Andreza do Carmo de Albuquerque


Pôrto Meira, Cristiane Russo Wanderley Gomes
Hospital Dom Helder Câmara

O uso da terapia anticoagulante tem aumentado significativamente nas últimas décadas devido
à sua eficácia e segurança comprovadas, além de suas inúmeras indicações. Assim, casos de
fibrilação atrial, trombos intracardíaco, trombose venosa profunda, infarto agudo do
miocárdio, trocas valvares, dentre outros eventos tromboembólicos suscitam tratamentos
medicamentosos específicos como a anticoagulação. Estudos demonstram que pacientes com
seguimento no ambulatório de enfermagem são instrumentalizados para o autocuidado bem
como uma maior adesão ao tratamento farmacológico, diminuindo o número de internações
por complicações ou descompensação de quadros mórbidos, sendo de fundamental
importância a presença do enfermeiro no ambulatório de Razão Normalizada Internacional
(INR). Tendo como objetivo descrever a experiência de um enfermeiro ao iniciar atividades
no ambulatório com pacientes em uso de anticoagulantes oral. Trata-se de um relato de
experiência relacionado à implementação da enfermagem no ambulatório de um hospital de
referência em cardiologia no período de outubro de 2017 a abril de 2018. A partir da
introdução do enfermeiro no ambulatório egresso pode-se perceber que a média de pacientes
atendidos aumentou gradativamente de 37,5 pacientes semanalmente no mês de setembro para
72 pacientes/sem no mês de abril de 2018, de acordo com a análise dos dados coletados no
sistema do ambulatório e durante a consulta de enfermagem. O número de pacientes com o
valor de INR normal aumentou ao longo do período analisado e isso, provavelmente está
diretamente relacionado com a consulta de enfermagem. Sendo a mesma realizada dando
ênfase à educação e à saúde, esclarecendo sobre as indicações do anticoagulante oral; modo
de ação; efeitos colaterais; possíveis eventos adversos; uso inadequado da medicação e não
adesão ao tratamento; acerca das interações com outros medicamentos e alimentos e uso de
bebidas alcoólicas, educação permanente entre as equipes e pacientes/familiares; avaliar se o
paciente encontra-se no alvo terapêutico, segundo avaliação do INR; registrar no banco de
dados próprio do ambulatório as observações da consulta. Durante o tempo observado, pode-
se perceber o grande benefício na introdução do enfermeiro no ambulatório e suas ações
132
focadas na educação em saúde. Sabemos que a relação entre bem estar e ausência de doenças
é muito forte neste contexto, já que o paciente em uso de coagulação oral possui uma doença
de base e precisa compreender os melhores métodos de manter-se estável. Assim, a
enfermagem contribui grandemente com suas orientações e esclarecimentos, além de manter
uma boa relação enfermeiro-paciente, incentivando-o na continuidade do acompanhamento
mensal.

Referências
Avila CW, et al. Adesão farmacológica ao anticoagulante oral e os fatores que influenciam na
estabilidade do índice de normatização internacional. Rev Latino-Am Enfermagem.
2011;19(1):18-25.
Groia RC, et al. Estratégias para promoção da adesão em um ambulatório de anticoagulação:
contribuição para a efetividade do tratamento. Rev Bras Farm. 2015;96(2):1160-7.
Pitthan L, et al. Protocolo de serviço manejo da anticoagulação oral ambulatório de
enfermagem. Santa Maria: hospital universitário de Santa Maria; 2016.

Palavras-chave: Enfermagem. Assistência Ambulatórial. Anticoagulante.

133
LASERTERAPIA DE BAIXA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DE
MANIFESTAÇÕES ORAIS DA SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON:
RELATO DE CASO

ALEXSANDRO DOS SANTOS SILVA, Fabiana Moura da Motta Silveira,


Ana Catarina Imbelloni Vasconcelos, Andoni do Amaral Alaña Capanaga
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A Síndrome de Stevens-Johnson é classificada como uma emergência dermatológica, sendo o


resultado de uma reação de hipersensibilidade do tipo tardia. Como etiologia podem ser
citados agentes infecciosos e medicamentos. É caracterizada por erosões em mucosas, bolhas
pequenas e lesões eritematosas ou purpúricas que são diferentes dos alvos clássicos. A boca é
afetada em aproximadamente 90% dos casos, sendo observadas úlceras, dor e crostas
hemorrágicas. Esse quadro diminui a aceitação da dieta oral levando a desidratação e
desnutrição. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de Síndrome de Steve-
Johnson e o tratamento das lesões orais advindas dessa patologia. Relato do caso: Paciente
MPGS do sexo feminino, 13 anos, procedente de Afogados da Ingazeira, encaminhada do
centro hospitalar Dr. José Evóide de Moura para o Hospital IMIP no dia 24 de março de 2016.
Paciente apresentou dor de garganta associada à astenia, e ao procurar o serviço médico em
sua cidade, foi prescrito pelo profissional Amoxicilina 850 mg + Clavulanato 125 mg. Após o
uso da medicação, apresentou edema em lábios, manchas difusas na pele, conjuntivite, com
piora progressiva do quadro e episódio febril (39,1 C°), sendo encaminhada ao IMIP. Ao
exame físico, foram vistas manchas purpúricas em pele, lesão bolhosa em face, secreção
purulenta e lesões na cavidade oral que impossibilitavam a alimentação normal, havendo
necessidade de uso de sonda nasoenteral (SNE). A paciente foi diagnosticada com Stevens-
Jhonson, e foi iniciado o tratamento com corticoterapia. Para as lesões orais, a Equipe de
Odontologia recomendou laserterapia diária, utilização de Clorexidina 0,12 %, elixir de
Dexametasona e Vitamina E de uso tópico. O protocolo da laserterapia consistiu em
aplicações pontuais (2J por ponto) mantendo-se aproximadamente 1 cm de distância entre
cada ponto irradiado, perpendicular ao tecido e em contato com as lesões (quando possível),
com 650 nm de comprimento de onda. Após a primeira aplicação, o quadro evoluiu com
melhora das lesões orais, possibilitando a alimentação da paciente sem uso da SNE, e
consumo de alimento mais consistentes. O laser na Odontologia mostra-se como uma
134
alternativa terapêutica eficaz, de técnica simples e resultados promissores. O laser de baixa
potência promove efeito biomodulador positivo nos tecidos, induzindo reparação celular,
analgesia e efeito anti-inflamatório. Por suas propriedades, o laser é indicado para tratamento
de diversas afecções que acometem o aparelho estomatognático. Os tratamentos em saúde
devem ser realizados por equipe multidisciplinar, lançando mão de saberes e técnicas
inovadoras para recuperação da saúde dos pacientes. O laser de baixa potência, no caso
apresentado, possibilitou a recuperação em menor tempo da paciente, não somente em termos
de sintomatologia e apresentação clínica das lesões orais, mas também funcionalmente,
contribuindo para o aumento da qualidade de vida e sucesso do tratamento.

Referências
Barrick C, Macatuna E. Progressive Rash, Oral Lesions, and History of Antibiotic Use in a
17-Year-Old Boy: Stevens–Johnson Syndrome: A Case Report. Clinical Pediatrics.
2014;53(11):1101–5.
Belver MT, et al. Severe delayed skin reactions related to drugs in the paediatric age group: a
review of the subject by way of three cases (Stevens---Johnson syndrome, toxic
epidermal necrolysis and DRESS) Allergol Immunopathol (Madr). 2016;44(1):83-95.
Fathallah N, et al. Co-amoxiclav-induced Stevens Johnson Syndrome in a child. Pan African
Medical Journal [Internet]. 2013;14(38):1937-8688. Available from: doi:
0.11604/pamj.2013.14.38.1408
Saeed H, Mantagos IS, Chodosh J. Complications of Stevens–Johnson syndrome beyond the
eye and skin. Burns [Internet]. 2016;42(1):20-7. Available from: doi:
10.1016/j.burns.2015.03.012

Palavras-chave: Lasers. Síndrome de Stevens-Johnson. Hipersensibilidade. Antibacterianos.

135
LASERTERAPIA PARA TRATAMENTO DE LESÕES ORAIS EM PACIENTE
COM PANCITOPENIA: UM RELATO DE CASO

BRUNA YASMIN DE BRITO SILVA, Fabiana Moura da Motta Silveira,


Camila de Paula Rosendo, Niviane Marielly da Costa
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Lesões agudas e crônicas são vistas na mucosa oral com grande freqüência. Algumas lesões
são facilmente identificadas, outras, não. A ulcera se dá pelo rompimento do epitélio oral que
normalmente expõe as terminações nervosas na lâmina própria subjacente, resultando em dor.
Para essas lesões, o tratamento deverá amenizar os sintomas e acelerar a reparação para que
haja aumento na qualidade de saúde da criança. A terapia com laser de baixa potência é
utilizada para o tratamento dessas ulcerações, acelerando a reparação dos tecidos envolvidos,
reduzindo o edema e dor, visto que a laserterapia tem ação antinflamatória. Em 1967, Endre
Mester, mostrou os efeitos da terapia com laser de baixa potência em úlceras de difícil
cicatrização em seres humanos, obtendo aproximadamente 90,2% de cura, 16,4% de melhora
e 8,7% sem resposta. Tendo efeito positivo na aceleração da cicatrização das lesões citadas
acima, bem como na diminuição dos sintomas. O objetivo deste trabalho foi para relatar
experiência exitosa de um caso de manifestações orais em uma criança com diagnóstico de
pancitopenia. Paciente MTNS, do sexo feminino, 1 ano e 8 meses, encontrava-se internada no
Hospital Geral de Pediatria do IMIP, diagnosticada com pancitopenia, apresentando infecção
oportunista por citomegalovirus e lesões orais, onde foi solicitada a presença da equipe de
Odontopediatria e estomatologia para avaliação. O exame da cavidade oral mostrou presença
de várias lesões ulcerososas neutropênicas em mucosa labial, língua, palato e gengiva. O
tratamento executado foi: higienização da cavidade oral com clorexidina a 0,12% de 12 em 12
horas, uso do laser de baixa potência, terapia fotodinâmica, uso tópico de vitamina E, além de
compressas de solução de dexametasona. A remissão parcial das lesões se deu após sete dias
do início da terapia conjunta e a total. Em estudo, verificaram o uso do laser no processo de
cicatrização de úlceras, os grupos receberam aplicação diária de laser durante dez dias.
Verificou-se uma redução de 30,42% nas áreas das úlceras tratadas, mostrando que houve um
aumento na velocidade de cicatrização em relação ao paciente controle. A terapia
fotodinâmica, por sua vez, consiste na aplicação de um fotossensibilizador específico e
irradiação com o laser de baixa potência sendo uma opção com custo baixo, rápida, sem
136
efeitos colaterais, diminui o tempo de reparação e a freqüência de surgimento de novas das
lesões e, sendo ainda, indolor e bem aceita pelo paciente. Os resultados podem ser observados
poucas horas após a primeira irradiação com o laser. Estão estabelecidos na literatura os
benefícios que os laser e demais terapias possuem, porém, ainda não há um consenso entre os
autores em relação ao protocolo ideal a ser utilizado. A terapia proposta foi eficaz no
tratamento das lesões. Faz-se necessário o monitoramento e tratamento dessas lesões, a fim de
que essas crianças não venham a sofrer em decorrência de comorbidades.

Referências
Anand V, Gulati M, Govila V, Anand B. Low level laser therapy in the treatment of aphthous
ulcer. Indian Journal of Dental Research. 2013;24(2):267-70.
Mester E, Mester A, Mester A. The biomedical effects of laser application. Lasers Surg Med.
1985;5(1):31-9.
Neville BW, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Patologia Oral & Maxilofacial. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.
Siqueira FC, Reinert TC, Correa KP, Kotz JC, Bertolini GR. Uso de laser de baixa
intensidade, AsAlGa,830nm, em pacientes portadores de úlceras de pressão
[dissertação]. [Cascavel]: Un-ioeste; 2004.
Wainwright M. Local treatment of viral disease using photodynamic therapy. Int J Antimicrob
Agents. 2003;21(6):510-20.

Palavras-chave: Úlceras. Laserterapia. Pancitopenia.

137
LESÃO DE PELE: HIDROGEL X PAPAÍNA, OPÇÃO NA GESTÃO DE CUSTOS
EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DA CIDADE DO RECIFE/PE

DANIELLE XAVIER DOURADO, Gabriela Maria da Silva Rocha,


Mércia Veras, Renata Lopes do Nascimento
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Uma das consequências mais comuns resultante da longa hospitalização é o surgimento de


alterações de pele que se atrela proporcionalmente à combinação de fatores de risco, tais
como: estado de saúde, condição nutricional, desequilíbrio hidroeletrolitico, déficit de
mobilidade e ou sensibilidade, fricção e cisalhamento entre outros. No Brasil, diversas
tecnologias para tratamento de feridas são lançadas no mercado e um desses é o hidrogel que
é composto por um polímero de polivinil, tem por função manter o ambiente úmido, sendo
utilizado em feridas superficiais com moderada ou baixa exsudação, com presença de crostas,
fibrinas e necrose, promovendo o desbridamento autolítico. Outra opção de produto é a
papaína, retirada do látex do vegetal mamão papaia (Carica Papaya), que apresenta ações
bacteriostáticas, bactericidas e anti-inflamatórias e proporciona ações desbridantes
enzimáticas, além do alinhamento das fibras de colágeno, promovendo crescimento tecidual
uniforme. O estudo teve como objetivo analisar a gestão de custos, em substituição do
hidrogel pela papaína em uma instituição da cidade do Recife/PE. Trata-se de um estudo
transversal descritivo, realizado no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira –
IMIP, com a finalidade de substituição do hidrogel pela papaína para tratamento das lesões de
pele, foram preparadas formulações de papaína a 6% e a 10% pelo serviço de farmacotécnica
do mesmo hospital, sendo aplicado o produto no período de novembro de 2017 a abril de
2018 , os dados relativos a custos comparativos dos produtos, foram coletados a partir do
software: MV2000i. Os profissionais de enfermagem foram treinados quanto à indicação da
papaína no mesmo período. A média de pacientes atendidos com lesão de pele em 2017 foi de
60.7 mês; quando comparado com o ano seguinte temos de janeiro a abril 2018, a média de
62.5. Acredita-se que o número médio de pacientes atendidos por mês com lesões de pele,
relaciona-se a instituição ser referencia para atendimentos de pacientes de alta complexidade.
Observado o número de desbridamento de lesões, que ocorreram nos meses de janeiro a abril
de 2017 a média/mês foi de 14.25 e em 2018, no mesmo período, 8.75. Os serviços de saúde
apresentam gastos expressivos, com recursos humanos e materiais, para o tratamento de
138
lesões em estágios 3 e 4. O desbridamento pode ser realizado por técnicas mecânicas e/ou
químicas, onde esta se apresenta vantajosa com remoção rápida e seletiva, não traumática,
sem causar prejuízos ao paciente4. Em 2017 o custo mensal da instituição com o hidrogel foi
de R$ 14.737,00. A partir da inserção da papaína na instituição, o custo mês/2018 com
hidrogel passou para R$ 6.436,00, acrescido do custo/mês da papaína de R$ 1.288,00.
Somado o custo com a manutenção do uso dos dois produtos o declínio foi de
aproximadamente 50% para o tratamento das lesões. Cabe aos gestores, manter uma
preocupação com a qualidade do serviço, prezando por eficiência, eficácia e efetividade,
considerando sempre a perspectiva do custo5. A gestão de custos para o tratamento das
lesões, deve ser valorizada, haja vista que o mercado oferece produtos com a mesma ação e
custos diferentes. Aquisição de novas tecnologias custo efetivas, e aprimoramento da
assistência de enfermagem, otimizam não só os custos, mas mantém a excelência da
assistência.

Referências
Feijó E, Cruz IC, Lima DV. Infecção da ferida: revisão sistematizada da literatura. Online
Braz J Nurs [Internet]. [cited 2010 Nov 29]. 2008:7(3).
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2013.
Miura DY. Desenvolvimento farmacotécnico e estudo de estabilidade de géis de papaína
destinados ao tratamento de feridas [dissertação]. Niterói; 2012.
Ribeiro CT. Efeitos do tratamento com hidrogel na cicatrização de úlceras venosas de
membros inferiores: revisão sistemática [dissertação]. Natal; 2014.
Silva DR, Bezerra SM, Costa JP, et al. Curativos de lesões por pressão em pacientes críticos:
análise de custos. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2017;51:03231. Available from:
doi:ttp://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016014803231

Palavras-chave: Análise de Custos. Hidrogel. Papaína. Procedimento Curativo.

139
MANIPULAÇÃO DO CREME DE PAPAÍNA COMO TERAPIA INOVADORA E
EFICAZ NO TRATAMENTO DE FERIDAS

JÉSSICA ARAÚJO BEZERRA MESQUITA, Nayane Rabelo Teles Trindade Soares,


Cybelly Marques de Melo, Marília Conceição Ribeiro da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A papaína é uma enzima proteolítica, extraída do látex da espécie Carica papaya Lyn.,
utilizada no tratamento tópico de feridas como agente desbridante, podendo ser aplicada em
diferentes fases do processo de cicatrização. As formulações de 4 a 6% são aplicadas em
lesões que apresentem exsudato purulento, as de 8 e 10% são para feridas necróticas. A
papaína apresenta características bactericida, bacteriostática, antiinflamatória e bioestimulante
apresentando como vantagens do seu uso o baixo custo e a ausência de efeitos colaterais. O
Veículo escolhido é um creme aniônico, hidrófilo, de alta estabilidade e facilmente absorvido
pela pele. Elaboramos o presente trabalho, visando contribuir para um melhor entendimento a
respeito da utilização do creme de papaína, mecanismo de ação e a aceleração na cicatrização
de feridas. Para a produção foi utilizado papaína 6000 ui/g em creme de caráter aniônico. A
formulação foi desenvolvida na farmacotécnica do IMIP. O Insumo foi solubilizado no
propilenoglicol. A pasta obtida foi incorporada a base, homogeneizada, envasado, rotulado
com validade de 30 dias e conservado em geladeira. O processo de produção foi mapeado por
parâmetros de controle de qualidade que garantem a reprodutibilidade do produto. A
manipulação do curativo de papaína iniciou no segundo semestre de 2017 com o objetivo de
substituir o curativo de hidrogel, que atua removendo o tecido desvitalizado, através do
desbridamento autolítico. Os dois medicamentos têm a mesma finalidade nas lesões
vasculogênicas, lesões por pressão e na deiscência de feridas operatórias. Sendo o diferencial
da papaína a rápida cicatrização por ser um desbridante químico e a seletividade na
penetração, evitando a lesão do tecido sadio. Também proporciona um alinhamento das fibras
de colágeno, promovendo crescimento tecidual uniforme. Ao iniciar a formulação do creme
de papaína foi visto a necessidade de produzir em diferentes concentrações. A avaliação da
lesão pela comissão de curativo é essencial para a definição das concentrações que serão
utilizadas (4,6 ou 10%). A escolha da forma farmacêutica foi realizada devido as vantagens da
base frente às demais já descritas na literatura, como pó, gel e solução, por exemplo. Tem-se
no creme uma melhor aplicabilidade, delimitação em feridas e maior rendimento. O caráter
140
aniônico da base permite melhor emoliência, baixa irritabilidade, alta resistência e
estabilidade. A substituição do hidrogel pelo creme de papaína manipulado na farmacotécnica
foi realizada com êxito, fato este comprovado pela redução do tempo da cicatrização, maior
adesão do tratamento devido a personalização da fórmula para avaliação de feridas. Segundo
a comissão de curativo, a experiência exitosa melhorou a qualidade de vida dos pacientes por
não existir notificação de ardor ou incômodos, efeitos esses relatados pelos pacientes quando
utilizaram o hidrogel.

Referências
Hax G. Comparando os efeitos da utilização da papaína e AGE em lesões cutâneas: estudo
experimental [dissertação]. Pós-Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde.
Rio de Janeiro: PUC-RS; 2009.
Informativo do Fabricante, Botanik Brasil. 2015 [cited 2014 Dez 02]. Available from:
https://infinitypharma.com.br/uploads/insumos/pdf/n/Nostrabase_Gel_-_Creme_1.pdf
Leite AP, Oliveira BG, Soares MF, Barrocas DL. Uso e efetividade da papaína no processo de
cicatrização de feridas: uma revisão sistemática. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2012
[cited 2014 Dez 02];33(3):198-207. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/
v33n3/26.pdf
Miura D. Desenvolvimento farmacotécnico e estudo de estabilidade de géis de papaína
destinados ao tratamento de feridas [dissertação]. Universidade Federal Fluminense,
Faculdade de Farmácia, Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde;
2012.
Rowe RC, Sheskey PJ, Cook WG, Fenton ME, editors. Handbook of pharmaceutical
excipients. 7th ed. London: Pharmaceutical Press; 2012.

Palavras-chave: Papaína. Creme Aniônico. Desbridamento. Cicatrização.

141
MASSAGEM TERAPÊUTICA EM RECÉM-NASCIDO PREMATURO:
RELATO DE EXPERIÊNCIA

REJANE CRISTIANY LINS DE FRANÇA PEREIRA,


Joice Fonseca Costa, Raisa Cardoso Meireles
Hospital Dom Malan

A massagem terapêutica é considerada uma tecnologia que tem objetivo de estimular o


Recém-Nascido Pré-Termo (RNPT), criança que nasce antes da 37ª semana gestacional, para
contribuir com o seu ganho de peso, melhorar a qualidade do sono profundo, função
imunológica, minimização do estresse, entre outros. Na prematuridade, a osteopenia é um
distúrbio que contribui para redução do crescimento do recém-nascido prétermo, estudos já
comprovam que atividade física diária, realizadas por no mínimo 10 minutos melhora o ganho
de massa corpórea dessas crianças. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da
vivência da realização de massagem terapêutica em recém-nascido pré-termo. Relato de
experiência sobre a vivência do acompanhamento da implantação da massagem terapêutica
em recém-nascidos pré-termos internados num Hospital Dom Malan/Gestão IMIP de
referência do Vale do São Francisco. Antes de a massagem ser realizada nos RNPT ocorreu
capacitação para a equipe de enfermagem com intuição de orientar sobre a prática, e
posteriormente para que esta mesma equipe orientasse as genitoras. A massagem passou a
ocorrer todos os dias, às 10 horas da manhã, com duração de em média 10 minutos, uma hora
após a realização da dieta das crianças. A técnica para realização tem sentido céfalo-caudal, a
intensidade deve ser moderada, para não machucar a criança, flexão e extensão devem ser
realizadas de forma lenta e gradual. É importante sempre verificar sinais de desconforto ou
satisfação pelos RNPTs, e caso exista algum sinal de complicação, é um indicador da
interrupção da intervenção. O passo a passo: testa e têmporas: do centro da testa em direção as
bochechas; olhos do canto interno em direção ao externo, pálpebra superior e da inferior;
nariz e bochechas, do centro do nariz em direção à bochecha e à base da orelha e boca ao
redor dos lábios, superior e inferior. Deslizar os dedos pelo lado de fora dos braços e das
pernas, duas vezes. Os braços e antebraços do ombro até o punho e do punho até o ombro;
mãos e dedos: do punho até a ponta dos dedos e da ponta dos dedos até o punho; As coxas e
pernas: das coxas até o tornozelo e do tornozelo até as coxas; pés e dedos: do tornozelo até os
dedos e dos dedos até o tornozelo. As mãos, braços, pernas e pés devem ser flexionados e
142
estendidos nas respectivas articulações punho, cotovelo, joelho e tornozelo. A implantação
dessa prática permitiu melhorar o cuidado ao RNPT hospitalizado, favorecendo maior
interação entre mãe e bebê. Diante disso, foi possível mostrar que a massagem é uma forma
de melhorar o tratamento dessas crianças através da utilização do toque.

Referências
Figueiredo AC, Müller AB. Estimulação tátil-cinestésica em bebês prematuros. Temas sobre
Desenvolvimento. 2011;18;(103):139-42.
Freitas OM, Figueiredo MC. Stress e Massagem Neonatal: efeitos da massagem no stress do
recém-nascido pré-termo. Pensar Enfermagem. 2012;16(1):55-79.
Venorese D, Grossi RT. Influência da massagem terapêutica no ganho de peso do recém-
nascido prematuro: revisão sistemática da literatura. Revista BioSalus. 2016;1(1):20-9.

Palavras-chave: Massagem Terapêutica. Recém-Nascido. Prematuridade. Enfermagem.

143
METODOLOGIA KAIZEN NA REESTRUTURAÇÃO DA DISPENSAÇÃO
INTERNA DA FARMÁCIA DO INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF.
FERNANDO FIGUEIRA (IMIP)

ISIANE CRISTINA DOS SANTOS SANTANA, Jéssica Cavalcanti de Almeida,


Ialy Andrade, Márcio Manoel Alexandre
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Diante da crise financeira e política no Brasil, muitas empresas precisaram rever seus
processos internos para se manterem no mercado, e com o IMIP não foi diferente. Foram
tomadas diversas medidas de redução de custos, dentre elas, a implementação de ações para
rever processos de trabalho em setores da instituição. Em parceria com a Celpe, o IMIP
capacitou uma equipe de colaboradores na Metodologia Kaizen, uma filosofia de negócios
que visa uma melhoria contínua das práticas de trabalho e eficiência de pessoal. A
implantação do Kaizen envolve pessoas de diversos setores para pensar e executar melhorias
globais para a instituição, focando na eliminação de desperdícios e tornando-a mais produtiva.
As Superintendências do IMIP chegaram ao consenso de que a Farmácia seria o setor ideal
para reestruturar processos, principalmente os relacionados à distribuição de medicamentos às
clínicas. Neste trabalho, será apresentada, particularmente, a experiência da Farmácia de
Dispensação Interna (Farmácia DI) que reestruturou seus processos e estrutura física,
baseados nos princípios propostos pela metodologia Kaizen, visando atender, como um
projeto-piloto, a demanda da UTI Clínica. O principal objetivo traçado foi melhorar a
estrutura física da Farmácia DI e reorganizar os processos de distribuição de Medicamentos e
Materiais Médico-Hospitalares (MMH) para a UTI Clínica, visando atendê-la com maior
eficiência e eficácia. Este trabalho descreve um relato de experiência, onde foi convocada
uma equipe multidisciplinar de 13 profissionais do IMIP (a maioria farmacêuticas e
enfermeiras) para se debruçar sobre os principais problemas relacionados à distribuição de
medicamentos no hospital. A equipe foi capacitada em abril de 2017, pelo consultor
especialista Kaizen, José Carlos Belfort, e foram identificadas oportunidades de melhoria para
a Farmácia DI. Ao mapear seus processos foram levantadas oportunidades de melhoria,
traduzidas nas seguintes ações: atualização da cota do estoque; implantação de um estoque
mínimo; implantação do pedido automático na CAF e Fracionamento; entrega de
medicamentos e MMH em compartimentos separados; reabastecimento prioritário dos itens
144
na UTI; redução em 50% na reposição diária do estoque da UTI; reorganização do layout
físico da Farmácia DI; implantação e monitoramento dos seguintes indicadores: falta de itens
na Farmácia DI, itens não atendidos à UTI, itens devolvidos sem identificação pela UTI. Com
a realização de 87% das ações propostas, a estrutura física da Farmácia DI foi readequada e
seus processos de distribuição de itens para a UTI foram otimizados. No entanto, é necessário
acompanhar os indicadores de forma contínua para garantir as melhorias implantadas por
meio da metodologia Kaizen, que requer uma equipe apta a prover mudanças, cooperando
com a eficiência na assistência ao paciente.

Referências
Imai M. Gemba Kaizen: uma abordagem de bom senso à estratégia de melhoria contínua.
Porto Alegre: Bookman; 2014.
Ortiz CA. Kaizen e implementação de eventos Kaizen. Porto Alegre: Artmed; 2010.

Palavras-chave: Kaizen. Farmácia. Unidades de Terapia Intensiva.

145
METODOLOGIA KAIZEN NA REORGANIZAÇÃO DO ESTOQUE DE
MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES (MMH) NA UTI
CLÍNICA DO INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO
FIGUEIRA (IMIP)

MICHELE ALVES DE OLIVEIRA, Danielle Dourado,


Jéssica Cavalcanti de Almeida, Ialy Andrade
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Diante da crise financeira e política no Brasil, muitas empresas precisaram rever seus
processos internos para se manterem no mercado, e com o IMIP não foi diferente. Foram
tomadas diversas medidas de redução de custos, dentre elas, a implementação de ações para
rever processos de trabalho em setores da instituição. Em parceria com a Celpe, o IMIP
capacitou uma equipe de colaboradores na Metodologia Kaizen, uma filosofia de negócios
que visa uma melhoria contínua das práticas de trabalho e eficiência de pessoal. A
implantação do Kaizen envolve pessoas de diversos setores para pensar e executar melhorias
globais para a instituição, focando na eliminação de desperdícios e tornando-a mais produtiva.
As Superintendências do IMIP chegaram ao consenso de que a Farmácia seria o setor ideal
para reestruturar processos, principalmente os relacionados à distribuição de medicamentos às
clínicas. Neste trabalho será apresentada, particularmente, a experiência da UTI Clínica,
quanto ao recebimento e administração do estoque de medicamentos e MMH, que
reestruturou processos internos, baseados nos princípios propostos pela metodologia Kaizen.
O principal objetivo traçado para a UTI Clínica foi qualificar o consumo do estoque do setor,
visando evitar desperdícios de medicamentos e MMH, e otimizar o tempo de trabalho da
equipe de enfermagem na assistência ao paciente. Este trabalho descreve um relato de
experiência, onde foi convocada uma equipe multidisciplinar de 13 profissionais do IMIP (em
sua maioria farmacêuticas e enfermeiras) para se debruçar sobre os principais problemas
relacionados à distribuição de medicamentos no hospital. A equipe foi capacitada por um
consultor especialista na metodologia Kaizen em abril de 2017, e foram identificadas
oportunidades de melhoria para a Farmácia de Dispensação Interna (Farmácia DI), setor que
dispensa medicamentos e MMH para os pacientes internados, e para a UTI Clínica. Durante o
mapeamento do processo a ser avaliado, foram levantados inúmeros entraves relacionados à
falta e excesso de itens no estoque da UTI Clínica, refletindo na divergência de informações
146
entre os estoques virtual e físico. Buscando qualificar o uso do estoque, foram realizadas as
seguintes ações: atualização das cotas dos itens; concepção de um instrumento para registrar o
consumo; monitoramento da entrada e saída dos itens; conferência dos itens solicitados pela
UTI; elaboração de indicadores financeiros e de qualidade para acompanhamento mensal.
Com a realização de 83% das ações propostas, o registro do consumo passou a ser realizado e
consequentemente qualificado. Além disso, foi possível identificar desperdícios, por meio da
análise dos indicadores, e os atrasos no atendimento ao paciente foram minimizados. No
entanto, por se tratar de um processo de melhoria contínua, os indicadores de consumo
precisarão ser constantemente avaliados e o estoque auditado por meio de formulários
estruturados de avaliação.

Referências
Imai M. Gemba Kaizen: uma abordagem de bom senso à estratégia de melhoria contínua.
Porto Alegre: Bookman; 2014.
Ortiz CA. Kaizen e implementação de eventos Kaizen. Porto Alegre: Artmed; 2010.

Palavras-chave: Kaizen. Unidades de Terapia Intensiva; Farmácia.

147
MUCOPOLISSACARIDOSES: EVOLUÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE
PACIENTES ATENDIDOS EM CENTRO DE TRATAMENTO DE ERROS INATOS
DO METABOLISMO

PAULA AZOUBEL DE SOUZA, Ana Carolina Ramos de Araújo,


Daniella Wanderley De Cerqueira, Ana Cecília Menezes de Siqueira
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Mucopolissacaridoses (MPS) são Erros Inatos do Metabolismo (EIM), que se caracterizam


pelo acúmulo de um substrato inicial, os glicosaminoglicanos. MPS são doenças raras,
apresentando incidência diversa entre países, a qual pode variar de 1,9 a 4,5:100.000 em
recém-nascidos vivos. São diferenciadas bioquimicamente pela deficiência da atividade da
enzima associada. O tratamento que atualmente tem se apresentado como a melhor alternativa
é a Terapia de Reposição Enzimática (TRE), com o objetivo de retardar a progressão da
doença, diminuindo as anormalidades sistêmicas e proporcionando qualidade de vida para os
pacientes. Avaliar a evolução dos parâmetros antropométricos de pacientes com MPS
acompanhados em Centro de tratamento de Erros Inatos do Metabolismo – IMIP. Estudo
longitudinal prospectivo descritivo, com indivíduos de ambos os sexo, que realizam terapia de
reposição enzimática. A aferição das medidas antropométricas seguiram as técnicas
preconizadas para cada sexo e faixa etária. A coleta de dados foi realizada em dois momentos
distintos, com intervalo médio de 15 meses.As análises estatísticas foram realizadas nos
programas Statistical Package for Social Sciences (SPSS) e Epi-Info, as variáveis numéricas
foram apresentadas em média e desvio padrão e as variáveis categóricas em distribuição de
frequências. Na pesquisa, foram incluídos 29 indivíduos. A média de tempo de realização da
TRE dos participantes desde que iniciaram até a data da segunda entrevista foi de 5,3 ± 2
anos. Ao analisar o IMC, a prevalência foi de eutrofia em ambas as entrevistas, havendo um
aumento superior a 10% de indivíduos com excesso de peso, não estatisticamente
significativa, no segundo momento. Ao observar o tipo de MPS, foi notada uma frequência
semelhante à encontrada no estudo de Leite et al, com a distribuição de 10% dos pacientes
com MPS I, 30% com MPS II e 60% com MPS VI. Pesquisas sugerem que as MPS mais
frequentemente diagnosticadas no país sejam os tipos II e VI, sendo as explicações para tais
achados desconhecidas, e, além de disso, é observada uma maior frequência na região Sudeste
seguida da região Nordeste. Como resultado de um possível benefício da TRE, no presente
148
estudo foi encontrado um aumento na estatura média dos pacientes entre as entrevistas. O
estudo atual mostrou que houve uma melhora no EN dos indivíduos quando analisada a CMB,
uma vez que, na primeira entrevista, a maioria dos pacientes apresentou desnutrição. Já na
segunda entrevista, pode-se observar uma mudança estatisticamente significativa com
prevalência de indivíduos com eutrofia ou excesso de peso. Apesar da literatura observar
prevalência de excesso de peso em pessoas com MPS e de ser discutida como consequência
da transição nutricional, é de suma importância que sejam avaliados os demais parâmetros
antropométricos a fim de que o diagnóstico nutricional seja mais preciso.

Referências
Grewal SS, Shapiro EG, Krivit W, Charnas L, Lockman LA, Delaney KA. Effective treatment
of alpha-mannosidosis by allogeneichematopoietic stem cell transplantion. J Pediatr.
2004;144(5):569-73.
Guarany NR. Avaliação do efeito da terapia de reposição enzimática na capacidade funcional
de pacientes commucopolissacaridoses [dissertação]. Porto Alegre: Universidade
Federal do Rio Grande do Sul; 2011.
Nelson J, Crowhurst J, Carey B, Greed L. Incidence of the mucopolysaccharidoses in Western
Australia. Am J Med Genet A. 2003 Dec;123A(3):310-3.
Vieira TA. História natural das mucopolissacaridoses: uma investigação da trajetória dos
pacientes desde o nascimento até o diagnóstico [dissertação]. Porto Alegre:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2007.
Wynn R. Mucopolysaccharidoses: clinical features and diagnosis [Internet]. 2016 [cited 2016
Ago 14]. Available from: http://www.uptodate.com/contents/mucopolysaccharidoses-
clinical-features-nddiagnosis?source=search_result&search=Clinical+feature
s+and+diagnosis+of+the+mucopolysaccharidoses&selectedTitle=1~39

Palavras-chave: Erros Inatos do Metabolismo. Antropometria. Estado Nutricional.

149
MUCOSITE ORAL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM UM SERVIÇO DE
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DO RECIFE

ANA CATARINA IMBELLONI VASCONCELOS, Muanna Jéssica Batista Ludgério,


Mirella Raquel Romão Martins, Fabiana Moura da Motta Silveira
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O câncer pediátrico corresponde um grupo específico de várias doenças que se desenvolvem


pela proliferação descontrolada e desordenada de células. Os tumores frequentemente
encontrados são os hematológicos, seguido dos tumores de sistema nervoso central e outros
tumores sólidos. A função principal das terapias antineoplásicas é a destruição das células
malignas, preferencialmente quando estão na fase de mitose. Entretanto, células da mucosa
bucal também apresentam grau de atividade mitótica semelhante e são especialmente
propensas a manifestar os efeitos secundários dos agentes antineoplásicos. Os principais
efeitos colaterais da quimioterapia são a mucosite, a xerostomia temporária e a
imunodepressão, possibilitando infecções dentárias ou oportunistas. A gravidade da mucosite
pode estar intimamente associada à terapia antineoplásica (drogas, dosagem, frequência entre
as administrações e duração do tratamento) e, a fatores relacionados à condição clínica do
paciente (idade, sexo, status nutricional e condições de higiene oral). Com o propósito de
avaliar as ações multidisciplinares para prevenção, acompanhamento e tratamento do paciente
oncológico pediátrico com mucosite oral, este estudo teve como objetivo identificar o perfil
epidemiológico da mucosite oral nos pacientes pediátricos em tratamento oncológico no
serviço de oncologia pediátrica do IMIP. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório,
transversal e com abordagem quantitativa, realizado com 43 crianças com câncer em
tratamento oncológico neste serviço. A maior parte dos pacientes acometidos com mucosite
oral tinha LLA, era menor de 12 anos e do sexo feminino. 37,2% das crianças apresentaram
mucosite grau 3 (OMS) e tiveram como queixas: odinofagia e dor na boca. Foi possível
observar uma associação entre o grau de mucosite e a dosagem do quimioterápico.
Evidenciamos, também, uma tendência com relação ao uso de antibióticos, indicando que os
pacientes com mucosite graus 3 e 4 fazem uso de um número maior de antibióticos. A
associação entre o uso de analgésico opioide e o grau de mucosite foi observada. A mucosite
oral é uma complicação frequente na oncologia pediátrica. Sua prevenção e tratamento
precoces minimizam as interrupções na terapia oncológica, as intervenções invasivas e a
150
repercussão negativa nas chances de cura do paciente. Neste cenário, observou-se que a
inclusão do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar tornou-se de extrema importância
para a prevenção da mucosite oral. Cuidados de higiene oral, laserterapia profilática,
bochechos com solução de clorexidina 0,12% são medidas que se empregadas,causam
impacto positivo no tratamento oncológico, minimizando o aparecimento de formas graves de
mucosite oral. Desse modo, é possível reduzir o número de internações, interrupção do
tratamento oncológico, necessidade de antibioticoterapia prolongada, aumento dos custos
hospitalares e piora do prognóstico.

Referências
Albuquerque AC, Soares MS, Silva DF. Mucosite oral: patobiologia, prevenção e tratamento.
Com Ciências Saúde. 2010;21(2):133-8.
Araújo AN. Mucosite oral em pacientes oncológicos e suas implicações para a assistência de
enfermagem [dissertação]. Teresina: Universidade Federal do Piauí; 2012.
Leite CA, Bittencourt WS, Briezinki JP, Benites B, Bumlai BE, et al. Fototerapia com laser
em baixa intensidade no tratamento da mucosite oral. Cient Ciênc Biol Saúde.
2015;17(3):203-5.
Sasada IN, Cancino CM, Petersen RC, Hellwig I, Dillenburg CS. Prevenção de
intercorrências estomatológicas em oncologia pediátrica. RFO. 2015;20(1):105-9.

Palavras-chave: Mucosite. Quimioterapia. Saúde Bucal.

151
NOTIFICAÇÕES DE AUDITAGEM INTERNA À GESTÃO HOSPITALAR NA
CONTRIBUIÇÃO DE CENÁRIOS DA QUALIFICAÇÃO EM SAÚDE

ANDREA DE LIMA AROXA, Jennifer Caren Magalhães de Lima,


Marília Gomes de Souza, Adjane Dias da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Este relato baseou-se na vivência da implantação das ações de notificação interna, oriundas do
processo de auditagem de contas, em um complexo hospitalar de referência assistencial, de
ensino e de pesquisa no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). As interpretações deste
estudo estão fundamentadas pela antropologia e sociologia, assim como, pelos teóricos das
áreas de etnografia e auditoria em saúde. Trata-se de um estudo descritivo com uso da técnica
de relato de caso etnográfico, por meio da pesquisa participativa, onde o corpus da
investigação constitui-se pelo monitoramento das ações de notificação oriundas do processo
de auditagem das contas hospitalares com início em maio de 2016 até o presente momento; do
diário de campo etnográfico; e, dos depoimentos orais. O trabalho tem como objeto de estudo
reflexões a cerca da contribuição das ações de notificação interna às áreas gestoras
institucionais para a qualificação da prestação de serviços nas instituições de saúde. O local de
estudo consiste num núcleo de enfermeiros auditores do setor de contas médicas de um
complexo hospitalar de grande porte que presta serviços ao SUS em diversas especialidades
clínicas e cirúrgicas, com atendimento ambulatorial e internamento, o qual encontra-se
situado na região metropolitana do Recife, Estado de Pernambuco. O resultado iniciou-se com
a coleta no relatório anual do setor de contas médicas, e na recolha documental em 63
memorandos de notificação formalizados pela equipe de enfermeiros auditores, que
representam o total da população analisada no estudo. Após analise dos dados, as notificações
foram agrupadas segundo os assuntos abordados, de modo que se observou a seguinte
distribuição, a saber: 33 notificações correspondiam a não conformidades de faturamento; 13
notificações referiam-se à ocorrência de eventos adversos durante a assistência à saúde; 07
notificações tratavam acerca de não conformidades na prática de registro no prontuário do
paciente; 04 notificações reportavam-se a ocorrência de eventos adversos relacionados ao uso
de equipamentos médico-hospitalares; 03 notificações tratavam de não conformidade na
manipulação de Ortéses, Próteses e Materiais Especiais (OPME); e, 03 notificações
abordavam a ocorrência de não conformidades processuais. A notificação de auditagem
152
interna à gestão hospitalar proporcionou no local do estudo, subsídios para a intervenção das
diversas áreas gestoras na instituição, mobilizando oportunidades e potencialidades na
perspectiva da aplicação de esforços em prol do desenvolvimento da cultura de segurança e da
filosofia de melhoria continua na prestação de serviços. Contudo, recomenda-se a elaboração
de um sistema de desfechos formais acerca das notificações executadas em favorecimento dos
seguintes aspectos: Segurança e proteção; racionalização e otimização dos recursos
institucionais; e, na valorização e satisfação profissional e pessoal.

Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Investigação de eventos adversos em
serviços de saúde. Brasília: ANVISA; 2013. (Segurança do Paciente e Qualidade em
Serviços de Saúde, 5).
Beaud S. Guia para a pesquisa de campo: produzir e analisar dados etnográficos. Petrópolis:
Editora Vozes; 2007.
Foucault M. Estratégia, poder-saber. São Paulo: Forense Universitária; 2006. (Coleção Ditos
& Escritos IV).
Morais MV, Burmester H. Auditoria em Saúde. São Paulo: Saraiva; 2014.
Motta AL. Auditoria de enfermagem nos hospitais e operadoras de planos de saúde. 5. ed. São
Paulo: Iátria; 2010.

Palavras-chave: Informação em Saúde. Auditoria em Saúde. Gestão Hospitalar.

153
OTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DOS ANTINEOPLÁSICOS INJETÁVEIS POR
MEIO DO APROVEITAMENTO DAS SOBRAS COM ESTABILIDADE

CAMILA CASTELO BRANCO RANGEL DE ALMEIDA, Hamannda Koralyna de


Araújo Lopes, Eraldo Antunes Guimarães Neto, Keityane Leacarla Bezerra da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O IMIP é a segunda instituição que mais realiza tratamento oncológico no estado. A farmácia
do ambulatório de oncologia adulto do IMIP prepara uma média de 2.125 quimioterapias/mês,
e diante do congelamento dos valores das APACs desde 2010, se faz necessária a otimização
dos custos para a manutenção do serviço de qualidade. Uma estratégia encontrada no serviço
é o aproveitamo das sobras dos antineoplásicos injetáveis que restam no frasco ampola depois
de retirada a dose do paciente. Ou seja, um novo frasco deve ser aberto apenas quando não
houver sobra de medicamento em frasco que já está aberto. A farmácia fazia o aproveitamento
das sobras de medicamentos, mas não tinha dimensionado o quanto que poderia ser
economizado com esta medida. O objetivo é minimizar ao máximo o descarte de
antineoplásicos injetáveis, otimizando a utilização enquanto houver estabilidade do produto,
assegurada pelo laboratório fabricante. Passou-se a separar e dar saída do estoque da
quantidade total de frascos fechados correspondentes à dose do paciente, sem considerar
qualquer sobra que já estivesse disponível. Ao final do expediente, todos os frascos fechados
não utilizados são devolvidos para o estoque fisicamente e, por meio do sistema de gestão de
estoque MV. As sobras em frascos que já foram abertos são devidamente identificadas, com o
prazo de validade e armazenadas para que possam ser aproveitadas antes do fim da
estabilidade preconizada pelo laboratório. Ao final do mês, são contabilizadas todas as sobras
que não puderam ser aproveitadas em tempo hábil. E por meio de um relatório do MV
obtemos o número de frascos fechados devolvidos para o estoque, correspondendo aos
medicamentos economizados. Foi possível observar que alguns medicamentos que possuem
alto custo aumentavam o valor das perdas, pois uma pequena perda em quantidade já gera um
alto valor. Um exemplo é a doxorrubicina lipossomal, e uma solução encontrada foi juntar
todos os pacientes que faziam uso deste medicamento para fazer a infusão no mesmo dia ou
pelo menos no dia seguinte, desta forma foi possível aumentar o aproveitamento das sobras,
reduzindo as perdas. O fato de poucos pacientes fazerem uso deste medicamento facilitou a
organização do agendamento. A soma de todas as sobras perdidas corresponde atualmente a
154
uma média mensal de 55 frascos e a um valor de R$5.000,00. Em contrapartida calculamos
uma economia média de 620 frascos de medicamentos que correspondem a um valor médio
de R$ 34.500,00 por mês. O maior número de perdas ocorre com as sobras da sexta feira
tendo em vista que o serviço é fechado nos finais de semana e a maioria das sobras tem uma
estabilidade máxima de 24h. O manejo das sobras de medicamentos está sendo feito de forma
eficiente, a economia é muito maior que o perdido. A próxima etapa é tentar organizar o
agendamento de pacientes de outros medicamentos que tenham alto custo para que façam no
mesmo dia, ou pelo menos no dia seguinte.

Referências
Costa JI Jr. Desafios atuais do cuidado oncológico no Brasil e no mundo. Recife: IMIP; 2018.
(23 de março de 2018).
Hartt V. Acesso ao tratamento no SUS – barreiras e defasagens [Internet]. 2015. Available
from: http://www.onconews.com.br/site/noticias/noticias/5-forum-oncoguia/1138-
acesso-ao-tratamento-no-sus-%E2%80%93-barreiras-e-defasage ns.html, acessado em
17/05/2018

Palavras-chave: Institutos de Câncer. Economia.

155
OTIMIZAÇÃO DOS GASTOS COM MEDICAMENTOS FORNECIDOS PARA
PÓS-QUIMIOTERAPIA

CAMILA CASTELO BRANCO RANGEL DE ALMEIDA, Mirella Fernanda Siqueira


Silva, Hamannda Koralyna de Araújo Lopes
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O IMIP é a segunda instituição que mais atende pacientes com câncer no estado. A farmácia
ambulatorial do IMIP atende uma média mensal de 2.193 pacientes oncológicos, fornecendo
antineoplásicos orais, hormonioterapia oral e medicamentos para o uso após a quimioterapia,
para redução dos efeitos adversos ao tratamento. Atualmente, otimizar os gastos é um desafio
diário e importante para a manutenção do serviço de qualidade. E trabalhando com este
objetivo, foi verificado que no modelo de prescrição de pós quimioterapia utilizado pela
equipe médica, as quantidades totais de medicamentos a serem entregues ao paciente eram
superiores ao descrito na posologia e, além disso, também foi observado que para todos os
pacientes era prescrito o medicamento omeprazol. O objetivo foi reduzir os gastos com
medicamentos entregues em excesso ou sem a necessidade de uso pelo paciente. As
prescrições de pós quimioterapia foram revisadas alterando a quantidade total de
medicamento deixando exatamente a quantidade correspondente à posologia e tempo de
tratamento necessário. Além disso, foi discutido com a equipe médica a real necessidade de
todos os pacientes utilizarem o omeprazol. A equipe médica concordou que nem todo
paciente necessita de omeprazol, e que para prescrição de omeprazol o paciente deve ser
avaliado em consulta para pegar uma receita médica. Então este medicamento foi retirado da
prescrição padrão de pós-quimioterapia e os demais medicamentos (dexametasona,
ondansetrona, metoclopramida) foram mantidos e as quantidades foram ajustadas de acordo
com a posologia e tempo de tratamento. O consumo mensal do omeprazol para os pacientes
do ambulatório de oncologia reduziu de 22.708 cápsulas (correspondente a um valor de
R$1.952,90) para 15.659,3 (R$1.346,7). Além da importância econômica, a redução do
consumo do omeprazol traz benefícios para o próprio paciente, quando utilizado sem
necessidade clínica, tendo em vista que este é um medicamento que está envolvido em
diversas interações medicamentosas. E antes da iniciativa a farmácia ambulatorial gastava-se
uma média de R$15.690,11 por mês para atender os medicamentos de pós quimioterapia para
os pacientes da oncologia adulto. Atualmente este custo mensal foi reduzido para um valor
156
médio de R$7.044,63, e vem sendo mantido há 8 meses, ao completar um ano, teremos
economizado R$103.744,41. Esses resultados mostraram o quanto é importante a
comunicação entre a equipe multidisciplinar e que a iniciativa da equipe está sendo efetiva,
houve redução dos gastos e mantevese o número médio de pacientes atendidos, sendo
reduzido apenas o fornecimento de medicamento não necessário para o paciente.

Referências
Bagatini F, Blatt CR, Maliska G, Trespash GV, Pereira IA, Zimmermann AF, Storb BH,
Farias MR. Potenciais interações medicamentosas em pacientes com artrite
reumatóide. Rev Bras Reu-matol [Internet]. 2011 Feb;51(1):29-39. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-
50042011000100003&lng=en
Costa JI Jr. Desafios atuais do cuidado oncológico no Brasil e no mundo. Recife: IMIP; 2018.
(23 de março de 2018).
Leão DF, Moura CS, Medeiros DS. Avaliação de interações medicamentosas potenciais em
prescrições da atenção primária de Vitória da Conquista (BA), Brasil. Ciênc saúde
coletiva [Internet]. 2014 Jan;19(1):311-8. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232014000100311&lng=en

Palavras-chave: Institutos de Câncer. Economia.

157
PATOLOGIAS NOTIFICÁVEIS: LEVANTAMENTO QUANTITATIVO EM UMA
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO EM IGARASSU (PE) NO ANO DE 2016

RENATA LOPES DO NASCIMENTO SANTOS, Amanda Miguel de Lima, Larissa


Vilela da Silva, Edluza Maria Viana B. Melo
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A Vigilância em Saúde, de acordo com a Portaria nº 3252, de dezembro de 2009, analisa a


situação da população quanto a saúde, através de um conjunto de ações elaboradas por
abordagens tanto individual quanto coletiva dos problemas de saúde, atuando assim no
controle de risco e danos à saúde de determinada área. A notificação compulsória consiste em
uma comunicação realizada obrigatoriamente por profissionais de saúde ou responsáveis
pelos serviços de saúde, elaborada tanto no serviço público ou privado que prestam
assistência ao paciente. O enfermeiro na vigilância epidemiologia, desenvolve diversas ações,
visando a investigação epidemiológica, diagnóstico situacional, planejamento e
implementação de medidas de prevenção, controle e tratamento das doenças e agravos
notificáveis. Estudo descritivo de corte transversal, retrospectivo, de abordagem quantitativa,
realizado no período de setembro a novembro de 2017. A fonte de dados da pesquisa, foi do
banco de dados da UPA de Igarassu. Na análise dos dados, utilizou-se o programa Stata 12.1.
Resultados e discussão: No período de janeiro a dezembro de 2016, um total de 3.747
notificações compulsórias realizadas na UPA Honorata de Queiroz Galvão – Igarassu. No
primeiro semestre, tivemos notificados com o percentual do total anual: Janeiro 384 casos
(10,2%), principal agravo: dengue 296 (77%). Fevereiro 824 casos (22%), principal agravo:
dengue 437 (53%). Março 924 casos (24,5%), principal agravo: chikungunya com 516 (55%).
Abril 530 casos (14,1%), principal agravo: chikungunya com 279 (52%). Maio 359 casos
(9,5%), principal agravo: chikungunya com 184 (51%). Junho 189 casos (5%), principal
agravo: chikungunya com 60 (31%). Já no segundo semestre tivemos notificados com o
percentual do total anual: julho 130 casos (3,5%), o principal agravo: chikungunya com 43
(33%). Agosto 62 casos (1,5%), principal agravo: acidente por animais peçonhentos com 25
(40%). Setembro 83 casos (2,2%) principal agravo: acidente por animais peçonhentos com 34
(40%). Outubro 50 casos (1,5%) principal agravo: acidente por animais peçonhentos com 28
(56%). Novembro 124 casos (3,5%) principal agravo: caxumba com 37 (29%). Dezembro 88
casos (2,5%) principal agravo: acidente por animais peçonhentos com 34 (38%). Dentre as
158
3.747 notificações registradas, predominaram com o índice elevado chikungunya, dengue e
Zika vírus. A compreensão do índice elevado dessas patologias em Pernambuco, explicam-se
através de um fator específico da região, clima tropical úmido e condições ambientais
favorecem o desenvolvimento do vetor. A dengue, a chikungunya e o Zika vírus são agravos
que acometem a saúde, causando sérios problemas que podem ser irreversíveis, como:
acometimento articular, hemorrágico e neurológico. Na ocorrência desses agravos, pode-se
registrar casos de síndromes neurológicas graves como: Síndrome de Guillains Barré,
encefalite fatais em adultos, microcefalia, malformações fetais e óbitos. Conclusão:
Identificamos através dos resultados os agravos de notificação compulsória com maior
prevalência na UPA de Igarassu (dengue, chikungunya e Zika). Destacamos a importância das
notificações, visto que a não realização desse registro pode comprometer o resultado das
atividades de monitorização, prevenção e controle dos agravos. O enfrentamento desses
agravos exige ações de saúde pública voltada não somente para a área de saúde, mas também
para a área de educação à população.

Referências
Donalisio MR, Freitas AR, Von Zuben AP. Arboviroses emergentes no Brasil: desafios para a
clínica e implicações para a saúde pública. Rev Saúde Pública [Internet]. 2017;51:30.
Available from: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v51/pt_0034-8910-rsp-S1518-
87872017051006889.pdf
Ministério da Saúde (BR). Portaria Nº 1.271, de 6 de Junho de 2014. Available from:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1271_06_06_2014.html
Ministério da Saúde (BR). Portaria Nº 1.378, de 9 de julho de 2013. Available from:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1378_09_07_2013.html
Nichiata LY, Borges AL, Zoboli EL. Enfermagem em saúde coletiva: o diagrama de controle
como estratégia de ensino de vigilância epidemiológica das doenças transmissíveis.
REME rev min Enferm [Internet]. 2005 Out-Dez;9(4):367-70. Available from:
http://bases.bireme.br/cgi-
bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BDENF&lang=
p&nextAction=lnk&exprSearch=14837&indexSearch=ID
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Companhia Pernambucana do Meio
Ambiente. Diagnóstico socioambiental - Litoral Sul de Pernambuco. Recife: CPRH;
2001.

159
Palavras-chave: Notificação de Doenças. Vigilância Epidemiológica. Vigilância em Saúde
Pública. Serviços de Informação.

160
PERFIL DOS PACIENTES EM TRATAMENTO AMBULATORIAL COM
ANTINEOPLÁSICOS ORAIS E AVALIAÇÃO DA ADESÃO À TERAPÊUTICA
FARMACOLÓGICA

ITALA MORGANIA FARIAS DA NOBREGA, Jennifer Slater Svaton,


Ellis Karoline Rodrigues da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O câncer vem aumentando no mundo ocidental de uma maneira incontrolável, especialmente


nos países desenvolvidos. O objetivo do trabalho foi analisar o conhecimento dos pacientes
oncológicos sobre a terapia com antineoplásicos orais atendidos na Farmácia Ambulatorial do
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira e identificar fatores associados à
adesão a sua farmacoterapia. Trata-se de um estudo descritivo exploratório, com aplicação de
questionário a pacientes em uso de terapia antineoplásica oral na Farmácia Ambulatorial do
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira com objetivo de conhecer o
comportamento e o conhecimento do paciente em relação ao seu tratamento com
antineoplásico oral. O questionário aplicado na forma de entrevista com abordagem dos
seguintes fatores: sócio-culturais; adesão ao tratamento medicamentoso; administração;
transporte; armazenamento e descarte dos medicamentos e resíduos. A população do estudo
foi composta de 360 pacientes sendo que 307 (85,3%) eram do sexo feminino e 53 (14,7%) do
sexo masculino. Os indivíduos com faixa etária maior ou igual a 55 anos corresponderam 200
(55,6%) dos entrevistados. Quanto as informações sobre a patologia, 206 (57,2%)
entrevistados afirmam terem conhecimento, e 42,8% (154) asseguram que não. Foram
relatados que 53,6% (193) têm ciência quanto à ação e os efeitos adversos dos medicamentos
antineoplásicos orais e 46,4% (167) não possuem essa informação. Dos entrevistados
verificou-se que o medicamento antineoplásico oral de maior uso foi o Tamoxifeno, sendo
este utilizado por 58,3 % (210) da população estudada. O Anastrozol veio em segundo lugar
por grande uso pelos pacientes com 14% (51). Em seguida o Exemestano com 9,4% (34),
Bicalutamida 6,4% (23), Talidomida 3,6% (13), Etoposidio 2% (6), Acetato de megestrol
1,4% (5), Capecitabina, Dietilestibestrol, Hidroxiuréia com 0,8% (3), Imatinibe e Melfalano
0,5% (2), e Bussufano, Ciclofosfamida, Flutamina, Mercaptopurina, Metrotexate com 0,3%
(1). A análise da adesão foi realizada através do questionário simplificado sobre adesão à
medicação (Simplified Medication Adherence Questionnaire – SMAQ) o qual permite avaliar
161
se a eventual não adesão do paciente se deve a comportamento intencional (deixar de tomar o
medicamento por se sentir bem ou por se sentir mal), ou não intencional (esquecimento e
descuido quanto ao horário da medicação). A falta de comunicação e orientação ao paciente
por parte da equipe de saúde foi relatada como sendo um fator que influencia na adesão ao
tratamento. Este estudo demonstrou que se faz primordial uma maior orientação farmacêutica,
pois apesar dos pacientes afirmarem receber informações sobre como tomar o medicamento
durante a consulta médica, na prática da terapia medicamentosa, surgem dúvidas que podem
ser sanadas durante a retirada mensal de seus medicamentos na farmácia ambulatorial.

Referências
Eduardo AM, Dias JP, Santos PK. Atenção farmacêutica no tratamento oncológico em uma
instituição pública de Montes Claros-MG. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde. 2012 Jan-
Mar;3(1):11-4.
Queiroz AP. Perfil de uso da terapia antineoplásica oral: a importância da orientação
farmacêutica. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde. 2012 Out-Dez;3(4):24-9.

Palavras-chave: Antineoplásicos. Administração Oral. Uso de Medicamentos.

162
PLATAFORMA DE GESTÃO E APOIO À PESQUISA DO INSTITUTO DE
MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA (IMIP)

LEURIDAN CAVALCANTE TORRES, Márcio Fábio Paula de Moraes,


Pedro Henrique Costa Araújo, Danielle Menor Vasconcelos
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Com crescente necessidade de regulamentar os projetos de pesquisa desenvolvidos no IMIP,


foi criado um Sistema Institucional de Gestão e Apoio à Pesquisa (SIGAP). O SIGAP se
constitui em um sistema institucional de informação que visa apoiar a gestão e controlar as
atividades de pesquisa e ensino desenvolvidos pelos pesquisadores/orientadores vinculados ao
IMIP. A construção do SIGAP-IMIP foi baseada em informações fundamentadas de acordo
com as etapas de desenvolvimento de uma pesquisa. Inicialmente foi disponibilizado acesso
on-line ao cadastro do projeto de pesquisa, pelo pesquisador, constando informações gerais
sobre a pesquisa: título, pesquisador responsável, pesquisadores envolvidos, instituição
principal, instituição vinculada, dados do projeto (multicêntrico, tipo de pesquisa, TCLE,
objetivos, palavras-chave), áreas de conhecimento, metodologia (desenho do estudo, critérios
de elegibilidade, entre outros), órgãos financiadores, linhas de pesquisa, realização de exames
laboratoriais e de imagem. Todos os projetos de pesquisa do IMIP deverão estar cadastrados
na Plataforma SIGAP-IMIP com acesso disponível na Intranet da instituição, para fins de
análise e supervisão prévia pela Diretoria de Pesquisa do IMIP. Em projetos que tenha o IMIP
como coparticipante, o pesquisador do IMIP deverá ser o responsável pela pesquisa na
instituição, não sendo permitido o preenchimento do SIGAP pelo aluno de Lato Sensu ou
Stricto Sensu do IMIP. Foi instituído o Regulamento do SIGAP-IMIP com o propósito de
gerenciar as pesquisas institucionais, controlar os custos e agências financiadoras, identificar
qual grupo e linhas de pesquisas do IMIP o projeto está envolvido, se há vinculação dos
profissionais do IMIP nas pesquisas colaborativas. Anexo ao Regulamento, foi realizado um
fluxo de orientações para o cadastro das pesquisas e comunicação com a Diretoria de
Pesquisa. Ressalta-se, a possibilidade de gerar relatórios de consolidação e conferência dos
dados das pesquisas e a análise da mesma por uma equipe de representatividade em pesquisa
previamente à submissão na Plataforma Brasil. Com o crescimento do número e
complexidade de projetos realizados no IMIP, o SIGAP-IMIP representa uma importante
ferramenta institucional para o gerenciamento das atividades previstas das pesquisas, assim
163
como dos dados gerados para acompanhamento de indicadores estratégicos da pesquisa
(operacionais e financeiros) com acesso confiável, atualizado e de interface com o usuário.

Referências
Intranet Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. [cited 2018]. Available
from: http://imipintranet/imip/sistemas/index.html

Palavras-chave: Gestão. Plataforma Online. SIGAP. Pesquisa em Saúde.

164
PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, HIV-AIDS
E GESTAÇÃO NÃO PROGRAMADA DENTRO DE UM SERVIÇO DE URGÊNCIA
E EMERGÊNCIA: UMA EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE PRONTO
ATENDIMENTO

JULIANA MACEDO PIRES, Cleide Santos da Silva,


Liedo Gomes Nepomuceno, Paula Christine Sena Rodrigues
UPA Deputado Francisco Julião

O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a prática adotada na Unidade de Pronto
Atendimento Deputado Francisco Julião Cabo de Santo Agostinho em parceria com o Centro
de Testagem e Aconselhamento (CTA) do município, no que se refere a estratégia de
distribuição de preservativos na UPA, com o objetivo de ter uma ação voltada para a
prevenção em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/HIV-AIDS e gravidez não
programada, contribuindo com a prevenção, promoção e acesso ao direito à saúde da
população. A metodologia utilizada para desenvolver o trabalho foi com base na observação
direta de procura dos usuários pelos preservativos do período que foi estabelecida a parceria
até o presente momento. Além disso, também foi realizada uma pesquisa documental e
bibliográfica sobre a referida temática. No Brasil, a atividade sexual desprotegida é
considerada o fator de risco mais significativo para a transmissão das ISTs/HIV-AIDS e para
as gestações não programadas, o que torna o uso do preservativo nas relações sexuais algo
imprescindível. Desta forma, o Ministério da Saúde faz a distribuição para todos os Estados e
Capitais. Porém, as unidades básicas de saúde e centros de referência em ISTs e HIV-AIDS
não são muitas vezes a principal fonte de busca e acesso à preservativos, pois a partir dos
estudos levantados foi observado que o sexo ainda configura um paradigma dentro das nossas
convenções sociais; os usuários têm o receio de se expor à comunidade; e as instituições que
trabalham com ações relacionadas à sorologia e prevenção sofrem estigmas por não serem
vistas como preventivas e sim como serviços oferecidos aos usuários que já possuem alguma
ISTs/HIVAIDS. Diante das questões apresentadas acima e da percepção da importância de
adotar medidas preventivas em saúde, a equipe de Serviço Social da UPA do Cabo de Santo
Agostinho, estabeleceu uma parceria com o CTA do município para buscar garantir uma ação
de prevenção dentro de uma unidade de urgência/emergência. A partir disso, foi colocada uma
caixa com preservativos no balcão da recepção da UPA para que o usuário não precisasse
165
pedir a nenhum profissional específico, evitando o constrangimento. O Serviço Social avaliou
que os resultados foram positivos devido a grande procura por parte de pacientes,
acompanhantes e dos profissionais que trabalham na UPA. Esse dado é comprovado com a
necessidade regular de pegarmos novas caixas de preservativos com o CTA. Foi observado
que no período de janeiro de 2017 e maio de 2018 foram dispensados aproximadamente 100
caixas, equivalente a 1.440 preservativos, contando com os meses que o CTA não conseguiu
dispensar a quantidade de oito caixas estabelecidas. Assim, pode-se considerar que aos
poucos a equipe vai conseguindo atingir o objetivo de romper com as barreiras da timidez e
estigmas enfrentadas pelos usuários e garantir a prevenção de ISTs/HIV-AIDS e de gestações
não programadas.

Referências
Alves F. Proteção para a mulher, camisinha ainda é tabu no Brasil [Internet]. 2012 Jun 13;
[cited 2018 Maio 11]. Available from: http://www.simepe.com.br/novo/protecao-para-
a-mulher-camisinha-ainda-e-tabu-no-brasil
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 [Internet]. [cited 2018 Maio 11].
Avail-able from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Distribuição gratuita de preservativos aumenta em 2017 [Internet]. [cited 2018 Maio 05].
Availa-ble from: https://imirante.com/oestadoma/noticias/2017/12/18/distribuicao-
gratuita-de-preservativos-aumenta-em-2017/
Ministério da Saúde (BR), Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do
HIV/Aids e das Hepatites Virais. O que são IST [Internet]. [cited 2018 Maio 22]
Available from: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-ist

Palavras-chave: Prevenção. ISTs/HIV-AIDS. Urgência. Emergência.

166
PROGRAMA DE REABILITAÇÃO FÍSICA NA FASE AGUDA APÓS ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

LARISSE RAIZZA DOS SANTOS CAVALCANTE,


Renato Alves da Silva, Catharina Machado Portela
IMIP Hospitalar

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morbimortalidade do


mundo. Dentre as sequelas, as mais comuns são as de ordem sensório-motoras e cognitivas.
Nesse sentido, o acompanhamento dos pacientes pós-AVC em serviços de reabilitação visa
recuperar a funcionalidade, estimular a independência e autonomia destes indivíduos.
Ademais, é importante o acesso a estes serviços nas fases mais agudas das lesões encefálicas,
já que os desfechos são mais favoráveis nos primeiros meses pós-injúria. Assim, o objetivo
deste estudo é relatar a experiência de um programa de reabilitação física que assiste
pacientes na fase aguda após episódio de AVC. Trata-se de um estudo descritivo, no formato
de relato de experiência, no qual residentes inseridos no Programa de Residência
Multiprofissional em Reabilitação Física, do Instituto de Medicina Integral Professor
Fernando Figueira (IMIP), relatam vivências no Programa de Reabilitação Física para
Pacientes Agudos PósAVC. O Programa é uma estratégia que visa o acesso precoce à
reabilitação, sendo desenvolvido no Centro de Reabilitação e Medicina Física Professor Ruy
Neves Baptista do IMIP, referência para acompanhamento de indivíduos acometidos por
AVC no estado de Pernambuco. O corpo do Programa é formado por equipe multidisciplinar
de residentes em fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e fonoaudiologia. Os
atendimentos são realizados semanalmente a cada paciente, por meio de intervenções e
orientações, ambas dentro do escopo de cada uma das especialidades. Ao ser inserido no
Programa, o paciente é avaliado pelos residentes através da Medida de Independência
Funcional (MIF). Os dados obtidos pelo instrumento permitem aos profissionais uma visão
ampliada sobre o impacto das sequelas do AVC na funcionalidade do indivíduo. Após essa
avaliação, cada profissional realiza sua avaliação específica de forma mais detalhada, para
obtenção de aspectos relevantes e que sejam direcionados à intervenção de cada
especialidade. Os atendimentos podem ocorrer no formato uniprofissional, ou de forma
interdisciplinar com a participação de duas ou mais especialidades em um mesmo momento.
Importante enfatizar que a equipe trabalha de forma articulada, realizando a discussão de
167
casos periodicamente, o que permite o exercício da transdisciplinaridade na assistência
prestada. Os pacientes do Programa são acompanhados por equipe multidisciplinar, com
atuação transdisciplinar, que considera as potencialidades e fragilidades de cada indivíduo, o
que possibilita, desta maneira, favorecer uma maior adesão ao tratamento e ganhos funcionais,
resultando em melhor qualidade de vida aos indivíduos, que repercute também aos seus
familiares.

Referências
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com
acidente vascular cerebral [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Available
from:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_v
ascular_cerebral.pdf
Johnson W, Onuma O, Owolabi M, Sachdev S. Stroke: a global response is needed. Bulletin
of the World Health Organization. 2016;94(9):634-634A.
Pedrolo DS, Kakihara CT, Almeida MM. O impacto das sequelas sensório-motoras na
autonomia e independência dos pacientes pós-AVE. O mundo da saúde.
2011;35(4):459-66.

Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral. Reabilitação. Equipe de Assistência ao


Paciente.

168
PROJETO ORGANIZACIONAL DE CUSTO POR RESIDENTE DO HOSPITAL
DOM MALAN

KELLY CRISTIANE DE CARVALHO, Angélica Cordeiro Guimarães,


Miguel Alves Bezerra Junior
Hospital Dom Malan

O Hospital Dom Malan é uma unidade de atendimento materno-infantil, administrada pela


Organização de Saúde IMIP Hospitalar, referenciado por 53 municípios da Rede Interestadual
de Saúde, Pernambuco/Bahia, fundamentada na Assistência, no Ensino e Pesquisa, aliada a
uma gestão com controle de custos eficiente. No ano de 2010, foi inaugurado o Centro de
Estudos do Hospital Dom Malan, o qual coordena todas as atividades de Ensino e Pesquisa
realizadas na instituição, possui programas de residência médica, nas áreas de
ginecologia/obstetrícia e pediatria, em 2018 foi incluído o R4 em ultrassonografia
ginecológica/obstétrica. A unidade conta ainda com um setor de custos, um diferencial para as
questões econômicas, uma estratégia organizacional na utilização dos recursos disponíveis.
Este projeto teve início em julho de 2017, devido a necessidade de conhecer o custo real do
residente médico na unidade hospitalar. Os dados apurados referem-se ao quarto trimestre do
mesmo ano. O desenvolvimento do projeto foi objetivado pela necessidade de realização para
o estudo desses custos, os dados referem-se ao meses de outubro à dezembro de 2018. O
projeto foi realizado em epatas, na primeira etapa, planejamento para organização das
informações em conjunto com a diretoria de ensino e pesquisa, informações qualitativas,
serviços, alocação dos residentes, especificações de materiais e rateio, na segunda etapa,
utilização do sistema MV módulo de custos, através de relatórios, na terceira etapa, a
consolidação dos dados em planilhas, cálculos referenciados em uma análise de custos
indiretos (água e energia), materiais (descartáveis, material de expediente, impresso, tecido e
vestuário, suprimento de informática e EPI), para o rateio (lavanderia, almoxarifado, centro de
estudos, nutrição, dentre outros). Nos resultados, o custo unitário foi obtido com a
consolidação de todos os dados, tais dados avaliados individualmente por setor de locação,
quantidade de residente por setor, os valores foram distribuídos de forma especifica e
separado por especialidade, ginecologia/obstetrícia e pediatria. Para o projeto exemplificando,
seguem os dados do setor de sala de parto, com o valor de custo unitário de R$ 1.860,33 e o
valor total do setor de R$ 3.720,67. O quantitativo de residentes correspondente ao projeto foi
169
de 31, o custo médio geral mensal de R$ 35.273,48 e o custo médio geral por residente é de
R$ 1.137,85. Para a unidade de saúde, uma gestão de custo eficiente atua como ferramenta de
grande importância. A conscientização para o uso dos recursos viabilizando uma melhor
análise do cenário financeiro. O objetivo do projeto foi alcançado com exito, fundamentado
com base em dados reais e específicos da unidade hospitalar.

Referências
Bittencourt ON, Kliemann Neto FJ. A gestão hospitalar através do método ABC (Activity-
Based Costing) - um estudo exploratório [Internet]. Available from:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_A0059.PDF
Moura A, Viriato A. Gestão hospitalar: da organização ao serviço de apoio diagnóstico e
terapêutico. Barueri: Manole; 2008.

Palavras-chave: Custos. Hospital. Residente.

170
PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA

MARIA REGINA SILVA DE SATURNO, Cristiane Russo Wanderly Gomes


Hospital Dom Hélder Câmara

A inserção de cateteres intravasculares periféricos constitui uma das intervenções mais


freqüentemente executadas em pacientes hospitalizados. No entanto, o sucesso na inserção de
cateter intravascular periférico se apresenta como um desafio para o profissional que a
executa, além de somar desconforto e ansiedade à experiência vivenciada pelo paciente.
Nesse contexto, o desenvolvimento da ciência e o crescente emprego de tecnologia em todas
as áreas de conhecimento, inclusive a da saúde, contribuíram para a evolução das
intervenções. A Ultrassonografia é tecnologia inovadora para terapia intravenosa, pois auxilia
os profissionais na punção de veias difíceis, além de contribuir para o aprimoramento da
prática de enfermagem, e promoção da segurança do paciente. O uso da ultrassonografia para
punção venosa é regulamentada no Brasil pelos conselhos regionais de enfermagem e sua
utilização exclusiva do enfermeiro. Cabe ao enfermeiro buscar as melhores evidências
disponíveis para a tomada de decisão clínica que conduz aos melhores desfechos terapêuticos.
Assim, no processo de punção venosa, deve atentar para escolhas como a veia a ser
puncionada, tecnologias adjuvantes (tipo e material do cateter) e as preferências do paciente,
ofertando cuidado mais assertivo e seguro. Nesse sentido, o presente estudo objetivou
descrever a atuação do enfermeiro voltada ao favorecimento da prática do uso da
ultrassonografia na punção intravascular periférica. Trata-se de um relato de experiência dos
autores envolvidos na ação desenvolvida no setor de Imagem do Hospital Dom Hélder
Câmara, cujo público alvo são: pacientes submetidos a exames por imagem, críticos, ou com
dificuldades da rede venosa com vistas a suprir as demandas terapêuticas. Podemos observar
que grande parte dos pacientes submetidos a punção intravenosa periférica guiado por US,
obtiveram sucesso nas primeiras tentativas, menor tempo para a realização do procedimento, e
maior satisfação em relação ao procedimento tradicional. O uso da ultrassonografia para guiar
punções vasculares periféricas caracteriza uma inovação na prática de Enfermagem. em
especial quando se realizam punções de veias periféricas em pacientes que apresentam acesso
venoso difícil. Recomenda-se a participação ativa do enfermeiro na indicação dos acessos
venosos, a partir do planejamento da terapia infusional, por meio da sua inserção nos times de
171
acessos vasculares como elemento- chave na tomada de decisão interdisciplinar, de modo a
identificar potenciais beneficiários da PVP-US. Estudos sobre a temática vêm sendo
realizados em nosso grupo de pesquisa, a fim de introduzir esta inovação na prática de
enfermeiros.

Referências
Avelar AF, Peterlini MA, Pedreira ML. Assertividade e tempo de permanência de cateteres
intravenosos periféricos com inserção guiada por ultrassonografia em crianças e
adolescentes. Rev esc enferm USP [Internet]. 2013 June.;47(3):539-46. Available
from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
62342013000300539&lng=en
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer COREN-SP 003/2009. Realização
de ultrassonografia vascular por enfermeiros. São Paulo: COREN-SP; 2009. Available
from: http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/N%C2%BA%20003-2009%20-
%20Realiza%C3%A7%C3%A3o%20de%20ultrassonografia%20vascular%20por%20
enfermeiros.pdf
Oliveira AM, Danski MT, Pedrolo E. Punção venosa periférica guiada por ultrassonografia:
prevalência de sucesso e fatores associados. Cogitare Enfermagem. 2017
Ago;22(3):e49599.

Palavras-chave: Ultrassonografia. Enfermagem. Acesso Venoso Periférico.

172
ÁREA DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DA RESIDÊNCIA
MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA DO IMIP/PE: UMA ANÁLISE
DO PERÍODO DE 2007-2016

JOANE ESPÍNOLA MOTA LEAL, Maria Leopoldina Padilha Falcão,


Tereza C. Bezerra Leal, Glaucia Espínola
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Em 1976, na Unidade Sanitária de São José do Murialdo (RS) foi criada no Brasil, a primeira
Residência em Medicina Comunitária. Sua proposta incluía formar profissionais com uma
visão integrada entre saúde clínica, saúde mental e saúde pública, com perfil humanista e
crítico. Dois anos depois se torna Multiprofissional. A primeira turma de Residência
Multiprofissional em Saúde do IMIP foi implantada em 2002 e hoje já está em sua 14° turma
de residentes. No processo de implantação das primeiras turmas da Residência do IMIP, as
categorias profissionais envolvidas eram: Médicos, Enfermeiros e Odontólogos, hoje esta
mesma residência é constituída por: Enfermagem, Odontologia, Fisioterapia, Nutrição,
Fonoaudiologia, Serviço Social e Psicologia. Este estudo teve como objetivo analisar a área
de atuação profissional dos egressos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família do
IMIP (RMS-SF/IMIP) no período de 2007-2016. Trata-se de um senso dos egressos da
RMSSF/IMIP, no período de 2002 a 2016. O total de ex-residentes do período explicitado
acima são 214 egressos. Foram considerados elegíveis para essa análise 180 egressos
pertencentes a sete categorias profissionais: enfermagem, Odontologia, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Nutrição, Serviço Social e Psicologia. Foram excluídas da análise as duas
turmas em curso. Os dados coletados foram de origem demográfica, profissional e área de
atuação, esta última, busca evidenciar a atuação na Atenção Primária à Saúde (APS) e nas
demais áreas. Foram digitados em planilha Excel-MS; e análise foi do tipo descritiva, através
de percentuais e tabelas. A maioria dos egressos da RMS-SF/IMIP no período de 2007-2016
foi formado por indivíduos do sexo feminino (90%). Nota-se que, nas categorias profissionais
de Fonoaudiologia, Nutrição e Serviço Social não tivemos indivíduos de sexo masculino, por
todo o período estudado. Os egressos da RMS-SF/IMIP no período estudado,
majoritariamente, estão na Assistência à Saúde Não APS 23,9 % (43), destes Não APS,
10,0% (18) estão na rede privada. Apenas 16% dos egressos tem atuação exclusiva na APS.
Porém, a maioria continua na rede assistencial do SUS, 30% (54). Observa-se que uma
173
parcela importante dos egressos atua no SUS, em diversos pontos da rede, demonstrando que
os egressos estão gradualmente se fixando no SUS. (SANARE,2017). A feminização das
profissões de saúde é uma realidade. A maioria dos residentes era do sexo feminino
pertencentes a categoria de enfermagem e odontologia. Ficou evidenciado que a grande parte
dos egressos não está com sua atuação profissional na Atenção Primária (APS), porém o
maior número dos participantes se fixou no SUS, após a conclusão da RMS-SF/IMIP.

Referências
Brasil CC, Oliveira PR, Vasconcelos AP. Perfil e trajetória profissional dos egressos de
residência multiprofissional: trabalho e formação em saúde. SANARE - Revista de
Políticas Públicas. 2017 Jan-Jun;16(01):60-6.
Costa SM, Durães SJ, Abreu MH. Feminização do curso de odontologia da Universidade
Estadual de Montes Claros. Ciênc saúde coletiva. 2010 Jun;15(Suppl 1):1865-73.
Lunas FJ Jr, Barreto RM, Vasconcelos MI. Posicionamento dos coordenadores da atenção
básica sobre egressos da residência multiprofissional em saúde da família. Revista
Brasileira de Ciências da Saúde. 2014;18(4):325-32.
Matos IB, Toassi RF, Oliveira MC. Profissões e ocupações de saúde e o processo de
feminização: tendências e implicações. Athenea Digital. 2013 Jul;13(2):239-44.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,
Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Residência multiprofissional em
saúde: experiências, avanços e desafios. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. (Série B.
Textos Básicos de Saúde).

Palavras-chave: Capacitação Profissional. Atenção Primária à Saúde. Especialização.

174
REESTRUTURAÇÃO DO SERVIÇO DE ARQUIVO MÉDICO E ESTATÍSTICO
(SAME) DO INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO
FIGUEIRA (IMIP)

VIVIANE SANTOS DE OLIVEIRA, Dimas Guedes Sedicias,


Jéssica Cavalcanti de Almeida, Greciane Soares da Silva
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Organizar o histórico do paciente na assistência à saúde é uma prática importante para a


comunicação entre os profissionais de saúde, visando o registro da história clínica dos
usuários dos serviços. O prontuário é uma documentação constituída de formulários
padronizados, destinados aos registros da assistência ao paciente, e o Conselho Federal de
Medicina (CFM) define-o como um documento único constituído de um conjunto de
informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e
situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e
científico, que possibilita a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional e a
continuidade da assistência prestada ao indivíduo. Atualmente, o prontuário não deveria mais
ser designado como “prontuário médico”, mas como “prontuário do paciente”, pois se leva em
consideração que ele é o registro da assistência multiprofissional dedicada ao paciente e não
só do médico. Vale ressaltar que o próprio paciente é o fornecedor e detentor legal das
informações que compõem o prontuário, mesmo que a responsabilidade da guarda seja de um
profissional ou de uma instituição de saúde, podendo solicitá-lo a qualquer momento. Quando
se trata de guarda, preservação e circulação de prontuários, normalmente, o setor da
instituição responsável é o SAME, que também administra circulação do prontuário entre os
profissionais da instituição que o solicitam, seja para assistir ao paciente, faturar os
atendimentos ou realizar consultas para pesquisas científicas. Buscando melhorar as
condições de guarda e circulação dos prontuários e atender às solicitações de consulta, em
agosto de 2017, o IMIP iniciou uma intervenção no SAME, composto por 1.503.496
prontuários, para organizar sua estrutura física, promover a melhoria defluxos internos de
trabalho e diminuir o número de atrasos na chegada de prontuários no ambulatório para o
atendimento diário aos pacientes. Para operacionalizar tais objetivos, foram planejadas as
seguintes ações: 1) Realização de um diagnóstico situacional do SAME; 2) Reestruturação da
estrutura física; 3) Arquivamento dos prontuários com mais de cinco anos de atendimento
175
para arquivo intermediário; 4) Implantação do Prontuário Único (PU); 5) Mudança do padrão
de arquivamento dos prontuários no SAME; 6) Automação dos registros de circulação dos
prontuários; 7) Capacitação dos colaboradores quanto às mudanças realizadas. Das ações
planejadas 50% foram implantadas, e já foi possível perceber quatro grandes melhorias:
ganho de espaço físico; maior assiduidade na rotina de limpeza do ambiente; agilidade na
localização dos prontuários e diminuição no número de atrasos na entrega dos prontuários
solicitados pelo ambulatório para o atendimento do paciente. O cronograma de ação
continuará sendo cumprido até que todos os prontuários estejam unificados, e sua circulação
será continuadamente monitorada para minimizar transtornos na assistência.

Referências
Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº 1.638/2002. Publicada no D.O.U. de 9 de
agosto de 2002, Seção I, p.184-5. 2002 Jul. Available from:
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1638_2002.htm
Conselho Federal de Medicina. Código de ética médica: resolução CFM nº 1.931, de 17 de
setembro de 2009 [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2010. [cited
2018 Maio 15]. Available from:
https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20etica%20medica.p
df
Prontuários e arquivos: reflexões sobre o papel e a trajetória de arquivos de instituições de
saúde. [cited 2018 Maio 15]. Available from: https://goo.gl/yMgnnL

Palavras-chave: Gestão Hospitalar. Registros Médicos. Serviço Hospitalar de Registros


Médicos.

176
REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA IMCAPH COMO FERRAMENTA NO
MONITORAMENTO DO FATURAMENTO DE CONTAS HOSPITALARES

PAULO RODRIGO DE SANTANA, Greciane Soares da Silva,


Andréa Arôxa, Ivanilda Marinho
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

As instituições prestadoras de saúde precisam estar centradas em informações para que seus
gestores atuem de forma eficiente. Para tanto, podem lançar mão de recursos inteligentes
oferecidos pela tecnologia da informação e sistemas de informação gerencial. O sistema de
controle e avaliação do prontuário hospitalar – IMCAPH/IMIP é um exemplo de um sistema
gerencial. Criado em 2013 com a finalidade de monitorar os prontuários a partir da alta do
paciente até o momento de entrega no arquivo geral hospitalar. No período de julho de 2016
até fevereiro de 2018, o sistema IMCAPH foi reestruturado visando atender às necessidades
dos colaboradores inseridos no processo de monitoramento do faturamento das contas
hospitalares. Dentro desta perspectiva, as informações produzidas pelo monitoramento são
essenciais aos gestores pois vão subsidiar a tomada de decisões nos serviços de saúde. O
monitoramento pode ser entendido como processo sistemático e contínuo que produz
informações sintéticas em tempo eficaz, permitindo uma rápida avaliação situacional,
subsidiando elementos para uma intervenção oportuna. Assim, o presente trabalho tem por
objetivo descrever quais foram as principais mudanças realizadas na restruturação do sistema
IMCAPH e sua contribuição no monitoramento do faturamento das contas hospitalares.
Mediante a realização de reuniões foram elencadas sugestões de melhoria ao passo que foram
realizados encontros com o setor de Tecnologia e Informação para discussão e viabilização
operacional das ideias. Dentre as sugestões de melhoria do sistema estão: inclusão de filtro de
busca das altas por enfermaria; inclusão do campo para consultas de entrada anteriores de
prontuários vinculados ao mesmo atendimento; automatização dos dados do sistema MV;
inclusão do campo de registro para saída dos prontuários enviados ao arquivo geral hospitalar;
automatização no sistema do preenchimento de recebimento dos prontuários subdivididos
para fins de faturamento. A cada ideia inserida no IMCAPH, os colaboradores validavam o
uso com as consolidações de informações viáveis ao monitoramento das contas hospitalares
faturadas. Desta forma, é possível concluir que a reestruturação do sistema IMCAPH
possibilitou um melhor monitoramento de contas hospitalares, contribuindo para otimização
177
do faturamento das contas. Sendo possível traçar indicadores de monitoramento como: O
número de prontuários recebidos pelo setor de faturamento; número de prontuários entregues
pelo setor de faturamento; Média de permanência da conta para faturamento e número de
contas não faturadas. É válido ressaltar que além de um sistema de gerenciamento eficaz, um
fator chave no alcance dos melhores resultados é o envolvimento dos principais interessados
na operacionalização do mesmo.

Referências
Garcia RC. Subsídio para Organizar Avaliações da Ação Governamental. Brasília: Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA); 2001. (Texto para Discussão nº 776).
Guimarães EM, Évora YD. Sistema de informação: instrumento para tomada de decisão no
exercício da gerência. Ci Inf. 2004 Jan-Abr;33(1):72-80.
Mendes AC, Lyra TM, Sóter AP, Brito RM, Rodrigues CP, Holmes SM, Silva EM. Sistema
de monitoramento da gestão municipal plena: uma proposta de avaliação de
resultados. Rev IMIP. 1999;13(2):175-83.

Palavras-chave: Gestão Hospitalar. Faturamento. Avaliação em Saúde.

178
RELATO DE EXPERIÊNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA METODOLOGIA
KAIZEN NAS SECRETARIAS ACADÊMICAS DO IMIP

NANCY DE BARROS CORREIA, Jéssica Cavalcanti de Almeida,


Cristina Allouchie de Queiroz Thaís Negromonte
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O pensamento lean tem se difundido nas áreas da assistência, ensino e pesquisa, e os


paradigmas da gestão vêm sendo desafiados a buscar novos elementos dentro do contexto
organizacional. Kaizen significa mudar para melhor, transmite a noção de melhoria contínua.
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da implementação da metodologia Kaizen no
processo de avaliação e registro de notas das secretarias acadêmicas do IMIP. Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência elaborado no contexto de gestão, a partir da identificação
dos problemas das secretarias acadêmicas do IMIP (graduação, pós-graduação lato sensu –
PGLS e a pós-graduação stricto sensu – PGSS). Para realização do Kaizen, 14 profissionais
reuniramse durante cinco dias. Nos dois primeiros dias, houve o treinamento conceitual com
atividades práticas para compreensão do método. No terceiro dia, foi identificada a avaliação
e o registro de notas como fragilidade dos processos das secretarias, realizando-se montagem
e análise dos fluxogramas de cada processo. As visitas Gemba aos setores foram realizadas
para visualização e mensuração do processo mais próximo da realidade. No quarto dia,
iniciou-se o Brainstorming, classificando as oportunidades de melhoria na matriz analítica de
priorização (impacto/benefício X custo/dificuldade). No quinto dia, a equipe apresentou o
relatório de consolidação das atividades aos gestores IMIP. Na graduação, a planilha de
organização das escalas de rodízio dos estudantes foi reformulada e automatizada, facilitando
o manuseio, rapidez, segurança e clareza das informações. Instituiu-se regimento para
preceptores constando atribuições e normas dos prazos de entrega das avaliações/notas. A
secretaria foi organizada com reestruturação da bancada de trabalho, resultando na qualidade
do serviço e na satisfação das funcionárias. Na PGLS, foi implementado fluxo de rotina para
solicitar respostas das avaliações dos residentes e preceptores. As questões do formulário de
avaliação dos residentes foram reduzidas, com intuito de garantir aderência e retorno às
secretarias. Houve apresentação do sistema de avaliação no momento do acolhimento aos
residentes, com objetivo de melhoria da informação. Para essa secretaria, adquiriram-se
computadores modernos, garantindo redução do tempo de trabalho e de energia. Na PGSS,
179
após a nova rotina de envio e monitoramento das planilhas de notas para os docentes, obteve-
se 50% a mais das respostas quando comparado aos anos anteriores. Foram inseridos prazos
de entrega de notas no manual do docente. Criou-se também um cronograma de atividades
contendo prioridades e checklist das atividades. Com a implementação da metodologia
Kaizen, observou-se a melhoria nos fluxos dos processos de avaliação e registro de notas e
infraestrutura das secretarias acadêmicas, comprovando a eficácia do método ao trazer
resultados satisfatórios em um curto espaço de tempo e com baixo custo de investimento.

Referências
Oliani LH, Paschoalino WJ, Oliveira W. Ferramenta de Melhoria Contínua Kaizen. Revista
Científica UNAR. 2016;12(1):57-67.
Régis TK, Gohr CF, Santos LC. Implementação do lean healthcare: experiências e lições
aprendidas em hospitais brasileiros. Revista de Administração de Empresas. 2018 Jan-
Fev;58(1).

Palavras-chave: Metodologia Kaizen. Melhoria Contínua. Secretaria Acadêmica.


Planejamento Estratégico.

180
RELATO DE EXPERIÊNCIA DE FISIOTERAPEUTAS ACERCA DE REUNIÕES
CLÍNICAS MULTIDISCIPLINARES EM ORTOPEDIA TRANSMITIDAS POR
VIDEOCONFERÊNCIA

RENATO ALVES DA SILVA, Thiago Victor Azevedo Freire


Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Para otimizar os cuidados na área da saúde é fundamental uma abordagem global e integral
dos múltiplos fatores envolvidos nas doenças. Nesse sentido, é crescente a formação de
equipes multidisciplinares que sistematizam e integram os conhecimentos das diferentes
áreas, pretendendo melhorar e aprimorar o atendimento prestado ao usuário. Assim, o
presente relato tem como objetivo descrever experiências vivenciadas por fisioterapeutas
quanto a reuniões multidisciplinares (fisioterapia, ortopedia e radiologia) transmitidas por
videoconferência, com temas voltados à ortopedia. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo
relato de experiência, em que fisioterapeutas relatam vivências sobre reuniões clínicas
multidisciplinares em ortopedia. Iniciadas em 2014, as reuniões acontecem em uma sala com
transmissão via videoconferência, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando
Figueira (IMIP), localizado em Recife-PE, com frequência de uma vez por semana e com
duração de uma hora. Residentes, profissionais do serviço e estudantes de graduação, de cada
uma das três especialidades (fisioterapia, ortopedia e radiologia), apresentam suas abordagens
por meio de slides sobre temas específicos da ortopedia. As reuniões são transmitidas ao vivo
para dois outros hospitais da rede (Hospital Miguel Arraes e o Hospital Metropolitano Sul
Dom Helder Câmara). O espaço de reunião tem sido importante no processo de troca de
conhecimentos e experiências entre os profissionais do serviço, estudantes e residentes. Além
disso, de forma positiva, tem proporcionado mudança de postura frente a determinados casos
no ambiente de prática. Para os fisioterapeutas, trata-se de um ambiente de valorização
profissional dentro da equipe de saúde, possibilitando a integração deste profissional na
comunidade. A incorporação deste modelo de reunião científica capacita os profissionais e
estudantes das diferentes áreas a terem uma percepção mais abrangente, dinâmica, integrada e
humanizada do paciente com demandas ortopédicas.

181
Referências
Bach J, Leskovan J, Scharschmidt T, Boulger C, Papadimos T, Russell S, et al. The right team
at the right time - Multidisciplinary approach to multi-trauma patient with orthopedic
injuries. Int J Crit Illn Inj Sci. 2017;7(1):32.
Bicalho LM, Oliveira M. Aspectos conceituais da multidisciplinaridade e da
interdisciplinaridade e a pesquisa em Ciência da Informação. Encontros Bibli: Revista
Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação. 2011;16(32):1-26.
Choi BC, Pak AW. Multidisciplinarity, interdisciplinarity and transdisciplinarity in health re-
search, services, education and policy: 2. Promotors, barriers, and strategies of
enhancement. Clin Invest Med. 2007;30(6):E224-32.

Palavras-chave: Fisioterapia. Ortopedia. Radiologia. Multidisciplinaridade.

182
RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM
AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA ADULTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

LEANDRO FERREIRA AGUIAR, Felipe Tibério Ferreira


Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Na política de saúde, segundo Schmaller et al., o Serviço Social “[...] é requisitado para atuar
na realidade social e integra as profissões que fazem parte da área de saúde. É uma profissão
que, historicamente, atua nas expressões da questão social e possui uma visão crítica sobre os
fenômenos sociais, os determinantes sociais da saúde e o processo saúde/doença”. Diante
desta compreensão, a profissão se insere na Rede IMIP em Pernambuco com vistas a atuar
frente as multifacetadas expressões da questão social, estando presente em diversos setores do
Complexo hospitalar. Compreendendo estas afirmativas, o presente relato de experiência
buscou descrever o trabalho dos/as assistentes sociais no ambulatório de oncologia adulto
com vistas a elucidar a dinâmica de trabalho no Núcleo de Acolhimento de Oncologia do
IMIP (NAT-Onco). Para a realização deste relato, utilizou-se de instrumentos analíticos
transversais como a observação empírica e pesquisa bibliográfica a luz da teoria social crítica.
Este relato de experiência utiliza como campo de pesquisa o Núcleo de Acolhimento da
Oncologia (NAT-Onco) do Complexo Hospitalar do IMIP/PE, sendo realizada a descrição e
análise da atuação do Serviço Social nesse espaço socioocupacional. Na dinâmica
ambulatorial da oncologia adulto do complexo hospitalar do IMIP/PE, o Serviço Social se
insere para o atendimento dos/as usuários/as que se encontram no início ou continuidade do
tratamento oncológico. A porta de entrada para esse serviço ocorre pelo Núcleo de
Acolhimento de Oncologia (NAT-Onco), no qual usuários/as com biópsia confirmando algum
tumor maligno poderá agendar o primeiro atendimento com enfermeira, médico e assistente
social. Observa-se como prática exitosa a proposta de obrigatoriedade deste primeiro
atendimento perpassar por estes três profissionais, principalmente com a inserção do Serviço
Social, não se restringindo ao atendimento médico, possibilitando o cuidado ampliado em
saúde, levando-se em consideração o processo saúde/doença tratado pela perspectiva da
Clínica Ampliada. No primeiro atendimento, o assistente social utiliza do instrumento técnico
operativo da entrevista social com fins a analisar as particularidades da realidade em que o/a
usuário/a vivencia e, assim, através da análise das necessidades sociais, poder realizar as
orientações e encaminhamentos necessários às políticas e serviços sociais, buscando a
183
viabilização e garantia dos direitos sociais. Diante deste breve relato, observa-se que a
dinâmica de atendimento proposta ao Serviço Social no NAT-Onco é exitoso na busca pela
efetivação da Clínica Ampliada proposto pelo projeto de reforma sanitária da política de
saúde brasileira. Ao priorizar o atendimento desta profissão no primeiro contato com o/a
usuário/a da oncologia, possibilita a celeridade e integralidade do acesso a viabilização dos
direitos sociais existentes.

Referências
Castro MM. Formação em Saúde e Serviço Social: as residências em questão. 2013 Jul-
Dez;12(2):349-60. (Textos & Contextos).
Iamamoto MV. O Serviço Social na cena contemporânea. In: Serviço Social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS; 2009.
Iamamoto MV, Carvalho R. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma
interpretação histórico-metodológica. 33. ed. São Paulo: Cortez; 2011.
Schmaller VV, Lemos J, Silva MG, Lima ML. Trabalho em saúde, formação profissional e
inserção do Serviço Social na residência multiprofissional em saúde da família. 2012
Ago-Dez;11(2):346-61. (Textos & Contextos).

Palavras-chave: Serviço Social. Assistência Ambulatorial. Oncologia. Política de Saúde.

184
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO CONTEXTO DA
ESTIMULAÇÃO PRECOCE: RELATO DE EXPERIÊNCIA TRANSDICIPLINAR

LARISSE RAIZZA DOS SANTOS CAVALCANTE,


Renato Alves da Silva, Ana Carla Gomes Botelho
IMIP Hospitalar

O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), com intuito de


especializar profissionais para a assistência integral de indivíduos em reabilitação, criou, em
2012, a Residência Multiprofissional em Reabilitação Física. Dentre os serviços vivenciados
pelos residentes, destaca-se o Programa de Estimulação Precoce (PEP), constituído pelo
acompanhamento de bebês de alto risco. Visando o atendimento transdisciplinar, as ações do
PEP baseiam-se no modelo biopsicossocial, em que a saúde é vista de forma integral nas
esferas física, cognitiva, emocional e social. Assim, o objetivo deste estudo é relatar a
experiência da assistência transdisciplinar vivenciada pelos residentes na reabilitação de bebês
inseridos no PEP. Trata-se de um relato de experiência, em que os residentes inseridos no
PEP do Centro de Reabilitação do IMIP expõem as ações desenvolvidas, assim como as
repercussões do programa em seus processos de formação profissional. Referência em
assistência de crianças entre zero e 12 meses com atraso no desenvolvimento, o programa
recebe pacientes encaminhados, principalmente, pelos serviços de UTI neonatal, Método
Canguru e neurologia do próprio hospital, bem como da rede de saúde do estado. Atualmente,
funciona em dois turnos por semana, porém a formação transdisciplinar com toda a equipe de
residentes ocorre apenas em deles. Cada bebê e sua família são atendidos quinzenalmente pela
equipe, que realiza orientações e intervenções, estimulando o potencial de desenvolvimento.
A partir da inserção do bebê no PEP, é feita uma avaliação de cada especialidade (fisioterapia,
terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia). Os atendimentos são transdisciplinares
focados em três vertentes: a primeira visa proporcionar um ambiente acolhedor, ao fornecer
suporte emocional ao impacto inicial da descoberta das deficiências do bebê e estimular o
vínculo família-bebê; a segunda busca estimular as potencialidades do bebê a partir dos
manuseios terapêuticos embasados na estimulação do “período crítico” de maior ativação da
neuroplasticidade que permite recuperar áreas encefálicas lesionadas, promovendo assim sua
evolução sensório-motora; e, por último, é imprescindível a visão educacional que a equipe
deve ter com a família a fim de que sejam repetidos no seu domicílio algumas condutas e
185
posicionamentos potencializando as chances de evolução do bebê a partir dos fundamentos da
aprendizagem motora, por meio da repetição e estimulação ambiental adequada. Em relação
aos bebês, observa-se melhora no aspecto funcional e maior informação dos pais acerca da
patologia, por meio da assistência integral que recebem. Para os residentes, o PEP trata-se de
uma ferramenta prática na consolidação e troca do aprendizado, ampliando o olhar e a escuta
das necessidades especificas de cada paciente em reabilitação, resultando em novas formas de
saber/fazer em saúde.

Referências
Ministério da Saúde (BR), Secretaria da Gestão do Trabalho e da Atenção à Saúde.
Residência Multiprofissional em Saúde: experiências, avanços e desafios. Brasília:
Ministério da Saúde; 2006. 414 p.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Desenvolvimento e comportamento do recém-nascido na
unidade neonatal. In: Atenção humanizada ao recém-nascido: método canguru: manual
técnico. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2017. p. 209-27.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação precoce.
Brasília: Ministério da Saúde; 2016. 184 p.

Palavras-chave: Equipe de Assistência ao Paciente. Intervenção Precoce. Internato e


Residência.

186
SAÚDE INDÍGENA: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O ACOLHIMENTO
HUMANIZADO AO INDÍGENA COM NEOPLASIA NA CASA DE APOIO À
SAÚDE INDÍGENA DE PERNAMBUCO

ALEX MONTANHAS DE LIMA


Casa de Apoio à Saúde Indígena de Pernambuco (CASAI-PE)

O presente estudo trata-se de uma descrição referente ao acolhimento humanizado ao indígena


com neoplasia na casa de apoio a saúde indígena de Pernambuco pela equipe
multiprofissional de saúde. Desenvolvendo atividades e atendimentos a esses indígenas,
quando é referenciada para médio-alta complexidade hospitalar. Período de Realização:
Outubro de 2017 a janeiro de 2018 O acolhimento é realizado diariamente pela equipe
multiprofissional de saúde Indígena. Os objetivos da experiência foram: promover uma maior
qualidade na recepção e cuidado ao indígena referenciado pela atenção básica para média e
alta complexidade; identificar a qualidade do atendimento ao Índio; buscar estratégias para
melhor acolhimento diante das situações propostas pela atual conjuntura; promover melhor
condição de Saúde; respeitar sua cultura e sua crença de acordo com as diretrizes da Política
Nacional. Foi realizada uma observação in loco do processo de trabalho e das diversas
atividades e procedimentos construídos nas reuniões da equipe desenvolvidos para o auxílio
no cuidado e recuperação do indígena, respeitando seus costumes e crenças bem como o
acolhimento prestado a esses pacientes. Segundo o Ministério da Saúde o eixo principal da
Política Nacional de Humanização é o Acolhimento, pois é um modo de operar e atender a
todos que buscam o os serviços de saúde. Acolher o Paciente de Forma Integral respeitando o
Princípio da Integralidade e Equidade. A equipe desenvolve atividades sistematizadas de
forma que o paciente é referenciado para todos os membros da equipe, tendo assim uma maior
cobertura assistencial e não apenas a patologia ao qual é portador. O fluxo de entrada e saída
obedece a um protocolo de acesso destinado exclusivamente para as casas de apoio à saúde do
índio no Brasil. Análise Crítica: Buscando atender melhor o usuário portador de neoplasia,
unindo opiniões deu-se então a homologação desse trabalho, de forma que as demais unidades
básicas de saúde e estratégias de saúde da família possam ter acesso e acolher melhor seu
usuário de forma que o mesmo se sinta bem e que as praticas de promoção contribuam para
melhor e veloz recuperação. As ações desenvolvidas pela Equipe Multidisciplinar de Saúde
Indígena foram Rodas de Conversa, Palestras Educativas, Oficinas de Artesanato, pintura e
187
decoração, Ginastica Laboral e atividade Física, Formação de Equipe Interdisciplinar para
avaliação do paciente indígena. Ouve o envolvimento de todos os Profissionais da Casa de
Apoio a Saúde do Índio desde a articulação até a execução.

Referências
Ministério da Saúde (BR). Portaria N° 874, de 16 de Maio de 2013. Política nacional para a
prevenção do câncer na rede de atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: Ministério da Saúde; 2013.
Ministério da Saúde (BR), Fundação Nacional de Saúde. Política nacional de atenção à saúde
dos povos indígenas. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2002.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de humanização.
Brasília: Ministério da Saúde; 2013.
Ministério da Saúde (BR), Secretária de Atenção à saúde, Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed.
Brasília: Ministério da Saúde; 2006.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria Especial de Saúde Indígena, Núcleo Técnico da Política
Nacional de Atenção à Saúde Indígena. Protocolo de acesso à casa de saúde do índio.
Brasília: Ministério da Saúde; 2017.

Palavras-chave: Acolhimento. Indígenas. Neoplasia. Humanização.

188
SATISFAÇÃO COM TECNOLOGIA ASSISTIVA E REABILITAÇÃO FÍSICA EM
PACIENTES COM SEQUELAS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

CATHARINA MACHADO PORTELA, Jamine Cunha dos Reis,


Weldma Karlla Coelho, Ada Salvetti Cavalcanti Caldas
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Visando aprimoramento da prática profissional, assertividade no favorecimento de autonomia,


conforto e adesão aos dispositivos de Tecnologia Assitiva (TA), a identificação do grau de
satisfação dos indivíduos em relação ao uso destes materiais serve como indicadores.
Pacientes com sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) apresentam comprometimentos
motores e necessitam de alguma TA. Esta pesquisa teve como objetivo identificar a satisfação
de pacientes com sequelas de AVC que utilizam dispositivos de TA, atendidos no Centro de
Reabilitação e Medicina Física Prof. Ruy Neves Baptista no Instituto de Medicina Integral
Prof. Fernando Figueira (IMIP), concessor destes recursos. Trata-se de um estudo
observacional, transversal e de caráter quantitativo e ocorreu no período de fevereiro a abril
2016, com pacientes com sequelas de AVC que utilizaram recursos de tecnologia assistiva em
acompanhamento rotineiro no serviço. Instrumento utilizado foi o Questionário Quebec User
Evaluation Of Satisfaction With Assistive Technology (QUEST 2.0). A amostra foi composta
por 28 usuários, de ambos os sexos, a maioria cursou ensino fundamental incompleto, com
renda familiar de até um salário mínimo e casados. Os itens do QUEST 2.0 que apresentaram
maior satisfação: Serviço de acompanhamento 20% e Serviços de Profissionais 16%. Os itens
que apresentaram menor satisfação: Reparos/Assistência técnica 3% e Ajustes 2%. Em
relação aos recursos, os andadores apresentaram melhor resultado, média de 4,54. Os Serviços
de Acompanhamento e Serviços Profissionais foram qualificados como os mais satisfatórios,
favorecidos pelo acompanhamento interdisciplinar da equipe onde os profissionais discutem e
elegem conjuntamente a escolha do dispositivo de TA, que pode ter repercutido positivamente
nas respostas dos pacientes. Embora alguns dispositivos tenham recebido pontuações
menores, nenhum pontuou como insatisfeito. Os itens de TA com maior índice de satisfação
foram a muleta canadense, o andador e a cadeira de rodas. Observou-se que a identificação
dos aspectos relativos ao uso de tecnologias assistivas, podem servir como facilitadores na
identificação de fragilidades e potencialidades referentes à características dos materiais
utilizados, bem como indicadores do aprimoramento de ações de um serviço.
189
Referências
Chen C, Teng Y, Lou S, Lin C, Chen F, Yeung K. User satisfaction with orthotic devices and
service in Taiwan. PLOS ONE. 2014;9(10):1-10. doi:10.1371/journal.pone.0110661
Delboni MC, Malengo PC, Schmidt EP. Relação entre os aspectos das alterações funcionais e
seu impacto na qualidade de vida das pessoas com sequelas de Acidente Vascular
Encefálico (AVE). Rev O mundo da saúde. 2010;34(2):165-175.
World report on disability. 2011. Available from:
http://www.who.int/disabilities/world_report/2011/en

Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral. Terapia Ocupacional. Reabilitação. Tecnologia


Assistiva.

190
SISTEMATIZAÇÃO DOS PEDIDOS, ACRÉSCIMOS E DEVOLUÇÕES DOS
MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICOS NO SETOR EMERGÊNCIA COMO
FERRAMENTA NO CONTROLE DE ESTOQUE E SEGURANÇA DO PACIENTE

ADRIANO DA SILVA LINS, Ellis Karoline Rodrigues da Silva


Hospital Dom Helder Câmara

Nos hospitais, quanto maior a habilidade da organização e de sua farmácia em administrar os


produtos de forma adequada, em que os medicamentos e materiais médicos são os principais
componentes dos custos hospitalares, maior será sua capacidade de oferecer aos pacientes
serviços de qualidade e com baixos custos operacionais. Em estudo a respeito das origens
possíveis dos erros de medicação, a ASHP (Associação Americana de Farmacêuticos do
Sistema de Saúde) relatou que 39% dos erros ocorrem no ato da prescrição, 12% na
transcrição do pedido médico, 11% na dispensação e 38% na administração dos
medicamentos. Ainda que estes dados não sejam especificamente da realidade nacional, são
de vital importância como parâmetros para ações de melhorias. Baseado nesses parâmetros,
este trabalho objetiva relatar a experiência realizada no hospital Dom Hélder Câmara
mediante o anseio de melhorias na organização da dispensação dos medicamentos e materiais
médicos no setor da emergência. Trata-se de um relato de experiência vivenciado no Hospital
Dom Helder Câmara onde todos os pedidos, devoluções, acréscimos e solicitações de
materias médicos e medicamentos passaram a ser sistematizados pelas equipes de saúde.
Inicialmente nos reunimos com as equipes de enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia,
médicos, tecnologia da informação, farmácia e demonstramos o cenário atual (pedidos
manuais, devoluções realizadas pela farmácia, acréscimos dispensados com a apresentação da
prescrição) e a importância da mudança para um melhor controle de estoque e segurança do
paciente. Após este passo, começamos a treinar as equipes e em agosto/2017 demos início à
rotina. Resultados e discussão: Com a implantação, as admissões passaram a ser copiladas
pela equipe de enfermagem no sistema MV2000, contemplando todos os medicamentos e
adjuvantes necessários para a sua administração. Os itens do pedido, separado e dispensado
pela farmácia mediante o atendimento no sistema e carimbo de atendido nas prescrições. As
devoluções passaram a ser solicitadas pela equipe de enfermagem, e em seguida, conferidas e
atendidas pela equipe da farmácia. Os pedidos de materiais médicos e kits passaram também a
ser sistematizados pelas equipes requerentes e atendidos pela farmácia. Se realizarmos o
191
comparativo dos resultados das divergências dos inventários realizados antes e após a
implementação, teremos como efeito uma redução de exatos 92,33% das divergências. Além
de um rastreio eficaz dos lotes dos itens, interrupção de possíveis dualidades na dispensação e
administração e consequente maior segurança ao paciente. Com esta execução pudemos obter
um melhor sistema de dispensação, sendo este: Racional, eficiente, econômico, seguro e de
acordo com o esquema terapêutico prescrito. Passamos a oferecer uma melhor qualidade no
atendimento prestado ao paciente e maior controle do estoque, utilizando o sistema
informatizado que no momento nos é disponibilizado.

Referências
Associação Americana de Farmacêuticos do Sistema de Saúde (ASHP). Disponível em:
https://www.ashp.org/
Barbieri JC, Machiline C. Logística hospitalar: teoria e prática. São Paulo: Saraiva; 2006.
Cavalini ME, Bisson MP. Farmácia Hospitalar um enfoque em sistemas de saúde. 1. ed.
Barueri: Manole; 2002.
Rosa MB, Perini E. Erros de medicação: quem foi?. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2003
Sep;49(3):335-341. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
42302003000300041&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000300041

Palavras-chave: Controle. Estoque. Sistema.

192
SUPORTE AVANÇADO À VIDA NA CARDIOLOGIA: UM CURSO QUE SALVA
VIDAS

RODRIGO DE LEMOS SOARES PATRIOTA, Rodrigo Pinto Pedrosa


Hospital Dom Helder

A parada cardiorrespiratória (PCR) é um evento importante na saúde pública, pois estimativas


brasileiras apontam que 200.000 paradas cardiorrespiratórias ocorrem anualmente, sendo
metade delas ocorridas no ambiente intra-hospitalar e a outra metade fora do hospital. Dados
americanos apontam que 209.000 PCRs ocorrem nos hospitais americanos anualmente e que
20% desses indivíduos apresentam alterações dos seus sinais vitais, horas antes da PCR.
Assim como, 326.000 PCRs ocorrem fora do hospital, sendo população bem educada a fazer
primeiros socorros medida que diminuiu mortalidade. O Hospital Metropolitano Dom Helder
Câmara (HDH), através do Centro de Treinamento em Emergências (CETEHDH), implantou
o curso de Suporte Avançado à Vida na Cardiologia, do inglês Advanced Cardiovascular Life
Support (ACLS), com o objetivo de promover o aprimoramento dos profissionais de saúde
nos cuidados com o indivíduo que sofre PCR, desde a ação preventiva do evento, através da
vigilância e da ação precoce naqueles sinais vitais e condições clínicas que antecedem o
evento, assim como no manejo adequado da PCR, permitindo assim o retorno da circulação
espontânea, com manutenção da qualidade de vida. O CETE-HDH é um sítio do centro
formador do Instituto do Coração de São Paulo, sendo, portanto, autorizado a realizar o
ACLS, da American Heart Association (AHA). O curso é voltado para médicos, enfermeiras e
estudantes do sexto ano de medicina, conta com 6 instrutores, formados pelo Instituto do
Coração, e é realizado com enfoque prático com o uso de manequins de simulação realística.
O curso tem duração de 2 dias, com estações práticas de suporte básico de vida, PCR,
bradicardias, taquicardias e cuidados pós parada. Há momentos dedicados ao manejo do
Acidente Vascular Encefálico, Infarto Agudo do Miocárdio e de como lidar com o óbito. É
enfatizada a importância das compressões cardíacas realizadas com qualidade, assim como é
realizado treinamento ostensivo nessa habilidade que precisa ser desenvolvida no curso. Para
realização do cursos são utilizadas as evidências científicas mais atualizadas, de acordo com
os guidelines da AHA. Para aprovação no curso, são necessárias aprovações em três
avaliações práticas e uma avaliação teórica. Nesta última, é preciso ter 84% de acertos, em
questões de múltipla escolha. O centro conta toda a estrutura e materiais necessários para
193
realização do ACLS, com capacidade de atender 4 turmas simultaneamente. O curso já
promoveu a certificação de mais de 100 alunos, estudantes e profissionais, médicos e
enfermeiros, com aprovação final de quase 100% do alunos. O planejamento do centro é de
ampliar para novos cursos, com foco em outras emergências clínico-cirúrgicas e de promover
pesquisas com o tema emergências. Outra meta do centro é de ter toda a equipe de médicos do
hospital treinados. Baseado nos questionários realizados pelos alunos, de forma anônima, o
curso vem recebendo boas avaliações, o que faz com que os esforços do CETE-HDH sejam
no sentido de tornar a experiência do ACLS cada vez mais exitosa, promovendo para a equipe
multidisciplinar o contínuo aprendizado sobre os cuidados com o indivíduo que sofre de PCR,
além de tornar o CETE-HDH um centro de excelência em ensino e pesquisa.

Referências
American Heart Association Guidelines Update for Cardiopulmonary Resuscitation and
Emer-gency Cardiovascular Care. Circulation. 2015;132(supl 2):S397–S413.
Gonzalez MM, et al. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados
Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras
Cardiol. 2013 Ago;101(2 supl.3).
Kronick SL, Kurz MC, Lin S, Edelson DP, Berg RA, Billi JE, Cabanas JG, Cone DC, Diercks
DB, Foster J, Meeks RA, Travers AH, Welsford M. Part 4: systems of care and
continuous quali-ty improvement: 2015.

Palavras-chave: Cardiologia. Parada Cardiorrespiratória. Cursos. Educação Continuada.

194
TEAM BASED LEARNING: UMA METODOLOGIA ATIVA PARA QUALIFICAR O
PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO TÉCNICA EM SAÚDE

BRUNO HIPOLITO DA SILVA, Angela Maria Magalhães Salvi


Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

O mundo moderno e o desenvolvimento tecnológico têm provocado mudanças significativas


em diversos setores da economia. A quantidade de informações novas disponibilizadas
diariamente, crescem exponencialmente, gerando novos desafios para educação. Na educação
em saúde o desafio é ainda maior, visto que os currículos universitários e técnicos são
complexos e devem fortalecer a indissociabilidade entre ensino e serviço. Na formação
Técnica em Saúde, além dos desafios acima citados, ainda precisa lidar com a dinâmica do
processo de ensino-aprendizagem que deve levar em conta a natureza do perfil do estudante, a
necessidade da transição tecnicista, predominante nesse tipo de formação, para um trabalho
colaborativo em equipe, e o desenvolvimento da metacognição, visando o empoderamento e a
autonomia do estudante, articulada as vivências dos cenários de prática real. Diante deste
cenário, não cabe permanecer com métodos de aprendizagem tradicionais, onde o processo
educativo é transmissivo, colocando o estudante, de acordo com Freire, como um depósito de
informações e evidenciando o papel de detentor do saber do professor. Neste sentido, a Escola
Politécnica do IMIP, tem como proposta a adoção do Team Based Learning (TBL) como um
movimento emancipatório do seu atual processo educacional. A metodologia do TBL será
implantada na EPSI seguindo as cinco fases do modelo de desenho instrucional ADDIE
(Análise, Design, Desenvolvimento, Implementação e Avaliação). Na fase de Análise serão
examinadas as legislações que regulamentam o funcionamento das escolas técnicas de saúde
para alinhar as novas propostas com os aspectos legais e diretrizes preconizadas nos
documentos oficiais. Em seguida por meio de entrevistas e revisão da literatura, será traçado o
perfil do público alvo, bem como a identificação das competências do corpo docente em
relação aos conhecimentos sobre as metodologias ativas e o quanto estão preparados para
adoção da nova proposta. Outra parte a ser analisada está relacionada aos aspectos sobre a
infraestrutura física e tecnológica para suportar o TBL. Ainda nesta fase, será realizada uma
análise detalhada dos currículos aplicados atualmente nos cursos ofertados pela EPSI e, por
fim, será identificada qual a dimensão do investimento financeiro para aplicar a mudança. Na
fase de Planejamento (Design), será realizado o redesenho do currículo dos cursos da Escola
195
com a devida submissão aos órgãos reguladores, bem como a elaboração de um plano de ação
para implantação do método. Na etapa de Desenvolvimento serão elaborados os manuais do
docente e do estudante, a restruturação das aulas de acordo com as etapas do TBL, a criação
do Ambiente Virtual de Aprendizagem e devida publicação dos materiais. Na Implementação,
serão realizadas as formações para docentes, estudantes e técnicos administrativos da Escola,
bem como a aplicação do projeto piloto. Por último, na fase de Avaliação, serão aplicados os
instrumentos para avaliar os seguintes aspectos: avaliação da viabilidade do projeto (perfil,
legislação, investimento); avaliação da proposta pedagógica; avaliação da implantação a partir
dos critérios de monitoramento e avaliação dos resultados.

Referências
Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática da educativa. 49. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra; 2014.
Krug RR, et al. O “Bê-Á-Bá” da Aprendizagem Baseada em Equipe. Revista Brasileira de
Educação Médica [Internet]. 2016;40(4):602-10. [cited 2018 Maio 14]. Available
from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
55022016000400602&lang=pt
Michaelsen LK, Sweet M, Parmelee DX. Team-Based Learning: small-group learning´s next
big step. San Francisco: Wiley; 2008.

Palavras-chave: Team Based Learning. Metodologias Ativas. Educação Técnica em Saúde.

196
TERAPIA OCUPACIONAL E PSICOLOGIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO
DO IMIP: CONSTRUINDO LAÇOS PARA O CONVÍVIO SOCIAL E FAMILIAR NA
CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA

LUANNA KARINE PEREIRA BEZERRA, Juliana Gomes de Oliveira,


Vanessa Nazário Cordeiro, Marcela Raquel de Oliveira Lima
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

Os grupos se caracterizam por ser o encontro de participantes em um mesmo local e horário,


que reunidos com um terapeuta ocupacional tem como objetivo realizar uma atividade, tendo
o fazer um efeito terapêutico. Segundo Castro o encontro entre dois sujeitos é uma
experiência potente, “(...) imprescindível para o acontecer humano”. Neste sentido, visando
promover a construção do vínculo e da identidade da criança por meio do brincar e da
interação com o outro, bem como favorecer o enfrentamento de situações conflitantes no
contexto social, por meio do processo de troca proporcionado pela experiência grupal, foi
criado o grupo construindo laços. O grupo construindo laços é composto por uma média de 5
crianças, com patologias e idades diversas, com dificuldade no vínculo mãe-filho e nas
relações afetivas que estejam interferindo no processo de intervenção/reabilitação e em sua
vida cotidiana nos aspectos pessoais e sociais. É coordenado por duas terapeutas ocupacionais
e uma psicóloga, ocorre semanalmente, com duração de 30 minutos. São realizadas
estimulações por meio do brincar e da interação com o outro. E a cada três meses, é realizada
uma reavaliação, buscando analisar os ganhos obtidos e dificuldades ainda presentes, que
possam ser estimuladas no meio grupal. No campo da reabilitação, as novas estratégias de
atenção às populações com deficiência buscam captar questões relativas à subjetividade, para
além do olhar centrado na doença. É nesse contexto que a abordagem grupal configura-se,
entre outras possibilidades, como espaço potencializador de encontros e contato com o outro,
de questionamentos e indagações, de elaboração e trocas, de identificações, de confrontos. Por
meio do brincar, a criança recria suas vivências cotidianas, reproduz modos culturais de ação
com ou sobre objetos e modos de relação interpessoal. Ao experimentar ser o eu e ser o outro,
a criança reproduz modelos sociais e de espaços culturais, experiências estas que
proporcionam a ela singularizar-se e construir seu eu. Além de promover o desenvolvimento
físico, mental, emocional e social. É brincando que a criança elabora suas vivências. Neste
grupo, foi possível notar que as atividades contribuíram para a vinculação, além de promover
197
significações e ressignificações coletiva e individual, respeitando a singularidade dos sujeitos
no construir coletivo. Nos grupos realizados, foi relatado melhor inserção das crianças no
contexto social e diminuição da sobrecarga emocional do cuidador, resultando em crianças
com maior autonomia, independência e segurança emocional. Com isso, reforça-se a
necessidade de se ampliar o olhar na reabilitação, não ficando este restrito apenas a patologia,
e sim explorando as habilidades e potencialidades do sujeito, destacando seu nível ótimo de
funcionamento e garantindo-lhes o direito e participação na vida.

Referências
Castro ED. Inscrições da relação terapeuta-paciente. Rev Ter Ocup Univ São Paulo. 2005 Jan-
Abr;16(1):14-21.
Christovam D. O uso de atividades potencializando os encontros grupais na clínica da Terapia
Ocupacional [Internet]. 2017. [cited em 2018 Maio 13]. Available from:
https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/2017/page/tcc_residencia_daniela.
pdf
Fontes CM, et al. Utilização do brinquedo terapêutico na assistência à criança hospitalizada.
Rev bras educ espec. 2010;16(1):95-106.
Góes MC. A formação do indivíduo nas relações sociais: contribuições teóricas de Lev
Vigotski e Pierre Janet. Educação & Sociedade. 2000;21(71):116-31.
Samea M. O dispositivo grupal como intervenção em reabilitação: reflexões a partir da prática
em Terapia Ocupacional. Rev Ter Ocup Univ. 2008 Maio-Ago;19(2):85-90.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional. Prática de Grupo. Participação Social.

198
TRATAMENTO DE MORDEDURA ANIMAL POR CICATRIZAÇÃO DE
PRIMEIRA INTENÇÃO: RELATO DE CASO

ANA CATARINA GAIOSO LUCAS LEITE MARTINS, Patrícia Pontes,


Maria Goretti de Souza Lima, Marina Medeiros Tenório de Holanda
UPA Engenho Velho – IMIP

As lesões ocasionadas por mordidas de animais representam grande parte das agressões
físicas observadas nas emergências de hospitais. A maioria dessas lesões são infligidas por
cães, abrangendo 80-90% dos casos. As mordeduras caninas têm como característica rasgar o
tecido e o resultado dessas lesões são avulsões, abrasões, punções, ferimentos profundos,
irregulares e lacerações, com ou sem perda de substância, podendo comprometer severamente
padrões estéticos e funcionais das vítimas. A conduta frente a essas lesões é controversa,
principalmente do ponto de vista do fechamento primário da ferida e da profilaxia de doenças
infecto-contagiosas, originadas a partir do contato da saliva do animal com a ferida. Objetiva-
se com este relato de caso, mostrar o êxito de um tratamento em paciente com deficiência
mental vítima de mordedura animal na região do lábio. Relato do caso clínico da paciente J.
D., de 28 anos, vítima de mordedura animal no lábio superior, na UPA Engenho Velho,
localizada no município de Jaboatão dos Guararapes. A literatura relata que parte dessas
lesões são na face, cuja prevalência é de 15% e que podem variar desde lesões simples, como
escoriações, como ferimentos relevantes com perda de substancia tecidual. Neste último caso,
alterações estéticas e funcionais estão presentes nas vítimas. A complicação mais frequente
corresponde ao risco elevado de infecção desses ferimentos, sendo necessário intervenção
local imediata priorizando o controle de infecção local. Muitos estudos tem mostrado que
ainda é controverso o tempo ideal para a abordagem dos ferimentos, podendo ser imediata ou
retardada, e o emprego de medicação antibiótica de forma profilática. Este relato de caso,
mostra o êxito de um tratamento em paciente com deficiência mental, atendida pela equipe de
saúde bucal da UPA Engenho Velho, vítima de mordedura animal na região do lábio, cuja
cicatrização se deu por primeira intenção, melhorando o fator estético e funcional dessa
paciente, bem como evitando o risco de infecção presente na cicatrização por segunda
intenção.

199
Referências
Alencar MG, Bortoli MM, Almeida HC, Moraes PK, Lima NR, Vasconcelos BC.
Reconstrução de lesão em lábio superior por mordedura animal em criança. Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-Fac. 2015 Out-Dez;15(4):53-8.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana. Brasília: Ministério
da Saúde; 2011.

Palavras-chave: Mordedura Animal.

200
USO DE INDICADOR DE QUALIDADE PARA REDUÇÃO DE RISCOS
RELACIONADOS À IDENTIFICAÇÃO DOS PACIENTES NO HOSPITAL
PELÓPIDAS SILVEIRA

MARIA FERNANDA APARECIDA MOURA DE SOUZA, Cintya Kelly Gomes


Cavalcanti, Marialba de Morais Siqueira, Lídia Lins Sodré
Hospital Pelópidas Silveira

Indicadores de Saúde são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre


determinados atributos e dimensões do estado de saúde. Não são medidas absolutas de bom
ou mau desempenho, mas indicam em que medida cumpriu determinados objetivos ou não.
Sinalizam áreas com oportunidades de melhoria. Visto a importância da prevenção de eventos
adversos em saúde e a relevância dos Indicadores em Saúde no conjunto de
prevenção/redução de riscos e danos aos pacientes, este trabalho se propõe redução das falhas
de identificação dos pacientes, através de ações de melhoria sustentável, por meio do uso do
indicador de falhas na identificação dos pacientes na Sala Amarela Neurológica do Hospital
Pelópidas Silveira. Foi realizada inicialmente a análise do Indicador Global de Falhas na
Identificação dos Pacientes do HPS e foi observado que a maioria das falhas, cerca de 50%,
ocorria na Sala Amarela Neurológica. No início de março foi realizada uma proposta de Ação
de Melhoria através do Feedback com a equipe de Enfermagem da Amarela Neurológica.
Nesta ação, foi apresentado o Indicador Global de falhas de identificação e o quantitativo de
falhas da Sala Amarela Neurológica e realizada uma reflexão crítica sob a análise dos dados.
Após análise e discussão, foi proposta uma meta de redução de 50% no mês de março através
da conferência das pulseiras no momento de recebimento dos plantões e em 30 dias seria visto
se a meta havia sido alcançada. A maioria das falhas foi devido ao alto número de pacientes e
pela não conferência das pulseiras de identificação durante o plantão. No entanto, com
empenho da equipe e apoio da gestão setorial e de auditorias a meta foi ultrapassada. A
proposta inicial foi à redução das falhas em 50% e a meta alcançada em 30 dias foi de 70,8%
de Fevereiro para Março. Foi realizado um novo Feedback ao setor com a apresentação dos
dados das metas alcançadas e premiação das equipes envolvidas. Além disso, foi lançada uma
nova meta, com o objetivo de sustentar a redução das falhas de modo a manter o quantitativo
abaixo da mediana de 2018. A mediana foi estimada em 34 falhas. Em Abril de 2018 foi
observado que a ação está sustentada, visto que o número de falhas em Abril foi 20. Em
201
relação ao Indicador Global de Falhas de Identificação, é observado um ponto abaixo da
mediana após a ação de melhoria no mês de Abril. A experiência de usar os dados do
Indicador de Qualidade apara análise e discussão junto à equipe de Enfermagem da Sala
Amarela foi fundamental para o entendimento da real problemática envolvida na identificação
dos pacientes e para o empenho das equipes em mostrar que a redução das falhas é possível
após trabalho em equipe. Além disso, foi observado que a redução tem se mostrado
sustentável, mostrando que o hábito de conferência das pulseiras de identificação dos
pacientes é indispensável para evitar danos e reduzir os riscos.

Referências
Compromisso com a qualidade hospitalar (CQH) [Internet]. [cited 2018 Maio 21]. Available
from: http://www.cqh.org.br/portal/pag/inicial.php
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira [Internet]. [cited 2018 Maio 21].
Available from: http://www1.hps.imip.org.br/cms/opencms/hps/pt/home
Lippi G, Mattiuzzi C, Bovo C, Favaloro EJ. Managing the patient identification crisis in
healthcareand laboratory medicine. Clin Biochem. 2017 Jul;50(10-11):562-7.
Proqualis: aprimorando as práticas de saúde [Internet]. [cited 2018 Maio 21]. Available from:
https://proqualis.net/.

Palavras-chave: Segurança do Paciente. Garantia da Qualidade dos Cuidados de Saúde.


Auditoria de Enfermagem.

202
UTILIZAÇÃO DOS BUNDLES COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO E
CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA DE SAÚDE
EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE TRANSPLANTES

STEPHANIE STEREMBERG PIRES D'AZEVEDO, Heloise Agnes Gomes Batista da


Silva, Karina Silva do Nascimento, Thaysa de Melo Caldas
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

A assistência em saúde é um processo complexo que não está isento de riscos e possíveis
eventos adversos. Dentre as possíveis complicações decorrentes do cuidado em saúde,
destacam-se as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), as quais se constituem
problemas frequentes, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). As IRAS
consistem em eventos desfavoráveis, associado a algum procedimento assistencial, seja ele
terapêutico ou diagnóstico, elevando os custos hospitalares e os índices de morbimortalidade,
representando um grave problema de saúde pública mundial. A UTI se configura como um
local mais vulnerável às IRAS devido a diversos fatores como: a utilização de dispositivos
invasivos e imunossupressores, o tempo de internamento prolongado, colonização por
microrganismos resistentes, uso de antimicrobianos, além da gravidade clínica do doente.
Portanto, é necessário que os serviços de saúde utilizem estratégias de prevenção e controle de
infecções visando minimizar efeitos adversos e qualidade na assistëncia prestada. Os bundles
são definidos como a aplicação sistemática de um conjunto de medidas baseadas em
evidências. São estratégias efetivas para a diminuição de eventos adversos e a ocorrência de
infecções, promovendo uma maior segurança e qualidade assistencial. As medidas de
prevenção e controle possuem três eixos: prevenção de pneumonia associada à ventilação
mecânica, infecções de corrente sanguínea relacionada ao uso de cateter venoso central e
infecções do trato urinário associado ao uso de sonda vesical de demora. Trata-se de um relato
de experiência sobre a utilização do bundles na UTI de Transplantes do período de janeiro de
2017 a abril de 2018 como instrumento de avaliação pela gestão da assistência prestada e na
prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência de saúde na unidade. Devido à
necessidade de prevenção e controle da disseminação das IRAS nas UTI’s, ocorreu a
necessidade da implementação de medidas que objetivassem reduzir os riscos aos usuários. A
aplicação diária dos bundles, juntamente com a educação permanente da equipe de saúde,
possibilitou um olhar mais criterioso ao paciente grave. As orientações são direcionadas a
203
equipe para o cuidado e manuseio adequado desses dispositivos invasivos, objetivando além
da redução das IRAS, monitoramento dos indicadores de qualidade assistencial e educação
permanente dos profissionais de saúde. Com a aplicação dos bundles, a gestão conseguiu
atuar nos fatores determinantes de quebra de barreiras, norteando a equipe em relação aos
cuidados específicos, construindo consciência de risco e proporcionando interação entre todos
os membros da equipe como profissionais atuantes e responsáveis pela recuperação da saúde
do cliente. A utilização do instrumento reduziu de maneira eficaz às IRAS, tornandose
indispensável a sua avaliação contínua pela gestão com o intuito de analisar o cuidado
oferecido aos pacientes, ressaltando-se os riscos, além de promover educação continuada e em
conjunto com a equipe multidisciplinar para práticas assistenciais seguras. Sendo assim, é
possível visualizar os bundles como um instrumento de gestão fundamental para orientação,
análise e melhoria do cuidado.

Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Critérios diagnósticos de Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde. Brasília: ANVISA; 2013.
Latif A, Halim MS, Pronovost PJ. Eliminating infections in the ICU: CLABSI. Curr Infect
Dis Rep. 2015 Jul;17(7):491.
Salama MF, Jamal W, Al Mousa H, Rotimi V. Implementation of central venous catheter
bundle in an intensive care unit in Kuwait: effect on central lineassociated bloodstream
infections. J In-fect Public Health. 2016 Jan-Feb;9(1):34-41.

Palavras-chave: Enfermagem. Controle de Infecções. Unidades de Terapia Intensiva.

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VOLTANDO À ANDAR: MUTIRÃO DE ARTROPLASTIA DO QUADRIL NO
HOSPITAL DOM HELDER CÂMARA

CLOVIS DE MEDEIROS BEZERRA, Júlio Arraes, Leonardo Canejo, Brno Lira


Hospital Dom Helder Câmara

Anualmente há um incremento no número de pacientes que deixam de andar em razão de


patologias da articulação do quadril. A maioria destas estão associadas ao envelhecimento e
traumas, gerando lesões na cartilagem articular que podem evoluir para artrose. A Artroplastia
Total Primária de Quadril (ATQ) é um procedimento cirúrgico caro e de grande porte que
substitui a articulação natural do quadril doente por uma articulação artificial denominada
implante protético, constituído por materiais metálicos, cerâmicos e/ou poliméricos. No Brasil
e, em especial, na Região Nordeste, a insuficiência de recursos para a saúde tem gerado uma
lista de espera crescente de pacientes por esse tipo de cirurgia. Diante desse quadro, e
objetivando devolver-lhes a capacidade de andar, o Hospital Dom Helder Câmara (HDH),
junto com a entidade humanitária Operation Walk Chicago (OWC), Stryker, Cone S/A e a
Secretaria de Saúde de Pernambuco lideraram um mutirão de ATQ no mês de janeiro/2017.
Com seis meses de antecedência os pacientes foram selecionados de uma lista de espera
mantida pela Secretaria de Saúde de PE e, em seguida, submetidos à avaliação clínica,
laboratorial e de imagem. As avaliações foram compartilhadas com a equipe da OWC, e um
planejamento cirúrgico foi efetuado para cada paciente. Durante uma semana, a equipe
multiprofissional de 53 integrantes (cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e fisioterapeutas) da
OWC, associados aos profissionais e residentes do HDH, performaram um total de 45 ATQs,
em pacientes com faixa etária compreendida entre 14 a 75 anos. O meticuloso planejamento
dos materiais cirúrgicos, a qualidade das próteses, as medicações, a disponibilidade dos leitos
de uti, tudo isso associado ao entusiasmo dos profissionais envolvidos no pré e pós-cirúrgico
garantiram a segurança e êxito dos procedimentos. No pós-cirúrgico imediato, os pacientes
foram reavaliados clinicamente e com exames de imagem, além do acompanhamento
fisioterápico com exercícios, treino de marcha com auxílio de andador e muletas. No último
dia do mutirão, todas as equipes envolvidas, familiares e pacientes participaram de um
encontro no qual os testemunhos de suas lutas e sofrimentos para conseguirem uma prótese
foram compartilhados, o que emocionou a todos. No momento da alta médica, todos os
pacientes receberam a prescrição das condutas pós-cirúrgicas, moletas ou andador,
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medicações a serem usadas, e o agendamento para nova avaliação num período de 15 dias. O
número de intercorrências foi mínimo. Uma paciente com 70 anos cujo acetábulo não
suportou a colocação do componente acetabular sofreu fratura local, sendo tratada
posteriormente. É comum o surgimento de trombose nos membros inferiores neste tipo de
cirurgia, assim foi usado profilaticamente ácido acetil salícilico, porém quando avaliados com
ultrassonografia, 4 pacientes apresentaram trombose, os quais precisaram ser tratados
clinicamente em casa, com bons resultados. Um paciente apresentou infecção urinária no pós-
cirúrgico, o qual foi tratado com antibiótico e teve remissão do quadro rapidamente. A exitosa
experiência do mutirão, além de devolver a capacidade de locomoção aos pacientes, também
permitiu o conhecimento de novos materiais de implantes, bem como o treinamento e
compartilhamento de técnicas cirúrgicas com os profissionais e residentes do HDH. Um novo
mutirão, desta vez para artroplastia de joelho, está sendo preparado para o ano de 2018.

Referências
Barros AA, et al. Avaliação da eficácia do protocolo para cirurgia segura do quadril
(artroplastia total). Rev bras ortop. 2017;52(supl. 1):29-33.
Diesel CV, et al. Revisão acetabular em artroplastia total de quadril com cunhas de tântalo
associadas a enxerto ósseo bovino liofilizado. Rev bras ortop. 2017;52(supl. 1):46-51.
Melo GL, et al. O uso do ácido tranexâmico em pacientes submetidos a artroplastia total
primária do quadril: uma avaliação do seu impacto em diferentes protocolos de
administração. Rev bras ortop. 2017;52(supl. 1):34-9.

Palavras-chave: Quadril. Artroplastia. Mutirão.

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