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GRAMÁTICA MUSICAL
INICIANTES

MOISÉS FREITAS GONÇALVES


ESPECIALISTA FUNDAMENTOS DA COMPOSIÇÃO MUSICAL - UFPA
ESPECIALIZANDO -ABA INTERVENÇAO AUTISMOE DEFICITENTE INTELECTUAL -CBI OF MIAMI
ESPECIALIZANDO MUSICOTERAPIA -FCG
BACHAREL EM MÚSICA HABILITAÇÃO TROMPETE -UEPA
BACHAREL EM MÚSICA EM REGÊNCIA DE BANDA SINFONICA- FCG
CAP QOEBM(MUSICO) DA RESERVA DO CBMPA
mgmusicbelem@yahoo.com.br
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1ª aula - Iniciação em Teoria Musical

Música

Música é a arte dos sons que transmitimos através do nosso sentimento. Temos 03 elementos principais, a saber:
melodia, harmonia e ritmo.

Melodia: É a seqüência dos sons formando um sentido musical. Ex.um violino solando uma peça musical.

Harmonia: É o agrupamento de sons ordenados de forma que nosso ouvido possa apreciar e entender, uma vez que
são executados ao mesmo tempo.
Ex. um teclado acompanhando um solista.

Ritmo: É o movimento dos sons de acordo com as variações de duração. Ora mais rápido, ora mais lento.

Os sons musicais são entendidos através da notação musical, ou seja, os sons são representados através de notas
musicais.

As notas musicais são compostas pela bandeirola, haste e colchetes.

A notação musical é composta por sete notas, a saber:


DO - RÉ - MI - FÁ - SOL - LÁ - SI

Pauta ou Pentagrama

Temos 5 (cinco) linhas e 4 (quatro) espaços, que têm por nome Pauta ou Pentagrama, é nela que escrevemos as
notas musicais e todos os sinais musicais. As linhas e espaços são contados de baixo para cima.

Também temos linhas e espaços superiores e inferiores.

Linha e espaços naturais:

Linha e espaços superiores e inferiores:


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2ª aula - Claves

As Claves

Para que as notas tenham nomes e sua altura definida na escala, coloca-se no inicio da pauta um sinal conhecido
como CLAVE.

Há três sinais de clave:

Clave de Sol:

Clave de Fá:

Clave de Dó:

A clave de Sol é escrita na segunda linha


A clave de Fá pode ser escrita na terceira ou quarta linha
A clave de Dó pode ser escrita na primeira, segunda ou terceira linha

Observe que os 2 pontinhos (:) colocados ao lado da clave de Fá e de Dó, servem para indicar a linha em que se acha
assinada a clave.

A clave de Sol é usada para os instrumentos solistas e mais agudos, nos sons intermediários usamos a clave de Dó e
nos sons médios para grave usamos a clave de Fá.

As claves mais usadas são:

 A clave de Sol
 A clave de Fá na quarta linha
 A clave de Dó na terceira linha (que é própria para a Viola Clássica)

Definindo o nome das notas conforme a clave

Como já foi dito, a Clave de Sol é escrita na segunda linha, ou seja, a nota SOL é escrita na segunda linha. A partir
dai sabemos no nome das demais notas no pentagrama.
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A clave de Fá pode ser escrita na terceira ou quarta linha. Vejamos o exemplo mais comum que é na quarta linha.
Portanto a nota FÁ estará escrita na quarta linha.

A clave de Dó pode ser escrita na primeira, segunda, terceira ou quarta linha. Veremos a seguir o caso mais usado
que é na terceira linha. Portando a nota DÓ estará escrita na terceira linha.

3ª aula - Valores

Valores

Nem todas as notas tem a mesma duração. Para entendermos a duração dos sons musicais é necessário que as notas
apareçam sobre formas diferenciadas.

Estas diversas formas das notas se chamam Figuras ou Valores.

Temos então na seqüência abaixo as figuras mais usadas e que representam os sons, elas aparecem em sete formas
diferentes:

Pausas

As pausas são figuras que indicam duração de silêncio entre sons. Cada figura de som tem sua respectiva pausa que
lhe corresponde o mesmo tempo de duração, ou seja, temos a pausa da semibreve, da mínima, da semínima, da
colcheia, da semicolcheia, da fusa e da semifusa.

Veja abaixo as figuras e suas pausas correspondentes:

Quando se escreve duas ou mais colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas consecutivas os colchetes são
substituídos por barra horizontais, ficando as notas unidas em grupos.
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Divisão proporcional dos valores

A semibreve é a figura que representa maior duração e é tomada como unidade da Divisão Proporcional dos Valores,
em resumo, todas as demais figuras são desmembradas da semibreve.

Abaixo temos a comparação real dos valores de acordo com o que explicamos acima. Temos a semibreve e em
seguida os valores das demais em relação a semibreve.
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4ª aula - Ligaduras e ponto de aumento

Ligadura

A ligadura é uma linha curva que se estiver colocada sobre ou sob dois ou mais sons da mesma entonação, indica que
os sons não devem ser repetidos, isto é, somente o primeiro som é emitido, os demais serão apenas uma
prolongação do primeiro.

Esta prolongação terá a duração das figuras ligadas.

Ponto de aumento

O ponto de aumento é um ponto colocado à direita de uma figura servindo para aumentar a metade de seu valor de
duração

No exemplo abaixo a mínima pontuada está valendo uma mínima e um semínima (metade da mínima), uma vez que
o ponto serve para aumentar o valor da figura.

As pausas também são pontuadas

5ª aula - Compassos

Definição

Compassos são os tempos agrupados em porções iguais, de 2 em 2, de 3 em 3 ou de 4 em 4, formando métrica.

Os compassos de 2 tempos são chamados binários.


Os compassos de 3 tempos são chamados ternários.
Os compassos de 4 tempos são chamados quaternários.

O compasso binário tem o 1º tempo forte e o 2º tempo fraco.


O compasso ternário tem o 1º tempo forte e o 2º e 3º tempo fraco.
O compasso quaternário tem o 1º tempo forte e o 2º, 3º e 4º tempo fraco.

Há também os compassos de 5 e 7 tempos.


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Os compassos são divididos por uma linha vertical chamada "travessão".

No final de um trecho musical usa-se o "travessão duplo" e na terminação de uma obra usa-se a "pausa final".

Temos 2 tipos de compassos: o Simples e o Composto.

Os compassos simples são aqueles indicados por um valor simples, dando uma subdivisão binária em seus tempos.

Passaremos a estudar os compassos simples, deixando os compassos compostos para as próximas aula.

6ª aula - Compassos simples

Em qualquer compasso a figura que preenche um tempo do compasso chama-se "unidade de compasso".

Os compassos são representados por uma fração ordinária colocada no princípio da pauta, depois da clave.

Atualmente encontra-se, em trechos de autores modernos, a indicação dos compassos da seguinte forma:

Analisemos pois os termos fracionários (2/4, 2/2, 3/2, etc.) que representam os compassos simples.

O numerador indica o número de tempos do compasso. Nos compassos simples os números que temos como
numeradores são: 2 para o binário, 3 para o ternário e 4 para o quaternário.

O denominador indica a figura que representa a U.T. (unidade de tempo). Os números que servem como
denominadores são:
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Vamos analisar um compasso indicado da seguinte forma:

2/4

O número 2, que é o numerador, indica o número de tempos do compasso, logo temos o compasso de dois tempos
ou binário.

O denominador, que é o número 4, indica a U.T. (unidade de tempo) a figura que representa a quarta parte da
semibreve, ou seja, a semínima.

Conclusão:

2/4 quer dizer que teremos 2 semínimas para cada compasso, ou valor correspondente a 2 semínimas. Colocaremos
uma seqüência de compassos simples com as devidas U.T. e U.C.
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Os compassos simples mais usados no contexto musical são:

Binário: 2/2 2/4 2/8


Ternário: 3/2 3/4 3/8
Quaternário: 4/2 4/4 4/8

Para marcarmos os compassos indicando a divisão dos tempos através de movimento com a mão, usaremos o
seguinte sistema:

O tempo mais forte é o mais acentuado.


Recomenda-se a maior precisão no marcar o compasso. É necessário que cada tempo seja batido livremente, sem
hesitar não deixando a mão arrastar-se, o que sempre prejudica os valores e que todos os tempos sejam duma
perfeita igualdade do início ao fim do trecho.

Esta regra deve ser rigorosamente observada. Para isso deve-se cantar guiados pelos movimentos regulares das
mãos (que serve então de metrônomo) e não guiar os movimentos das mãos pelo canto.

7ª aula - Tons e semitons naturais

Intervalo: é a distancia de um som e outro.

Tom: é um intervalo, entre dois sons, formado por dois semitons.

Semitom: é o menor intervalo, entre dois sons, que podemos perceber e o classificar.

Escala diatônica: é a sucessão de oito sons conjuntos conservando de um para o outro intervalo de tom ou semitom.

Exemplo:

Os tons e semitons que encontramos na escala diatônica são chamados Naturais.

A cada uma das escalas, de acordo com a sua função na própria escala, dá-se o nome de grau, uma escala é uma
sucessão de sons em graus conjuntos.
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A escala diatônica tem 8 graus, sendo que o oitavo é a repetição do primeiro (uma oitava acima). Os graus tem as
seguintes denominações:

1º grau - Tônica
2º grau - Supertônica
3º grau - Mediante
4º grau - Subdominante
5º grau - Dominante
6º grau - Superdominante
7º grau - Sensível
8º grau - Repetição da Tônica

A escala é formada por cinco tons e dois semitons.

Os semitons são encontrados do 3º para o 4º grau, do 7º para o 8º grau.

Os tons são encontrados do 1º para o 2º, do 2º para o 3º, do 4º para o 5º, do 5º para o 6º e do 7º para o 8º.

Segue-se o gráfico com todos os tons e semitons da escala diatônica do Dó.

Exemplo:

Há duas espécies de semitons: o Diatônico e o Cromático.

Os semitons diatônicos são os que mudam de nome. Exemplo:


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Os graus das escalas também se classificam como conjuntos ou disjuntos. São conjuntos quando sucessivos.
Exemplo:

São disjuntos quando entre ambos vem intercalados um ou mais graus. Exemplo:

8ª aula - Sinais de alteração

Alteração é um sinal que é colocado antes de uma nota que muda sua entonação.

Dependendo da alteração, a nota pode aumentar ou diminuir um ou dois semitons.

Os sinais de alteração mais comuns são:

Sustenido: eleva a altura da nota em um semitom.

Dobrado-sustenido: eleva a altura da nota em dois semitons, ou seja, um tom.

Bemol: abaixa a altura da nota em um semitom.


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Dobrado-bemol: abaixa a altura da nota em dois semitons, ou seja, um tom.

Bequadro: anula qualquer dos quatro acidentes anteriores, fazendo a nota voltar a altura primitiva.

A nota com acidente conserva seu nome, ao qual se acrescenta o nome do acidente. Por exemplo:

 Ré dobrado- sustenido
 Lá bemol
 Mi dobrado-bemol

As alterações em sustenido são consideradas ascendentes, já as alterações em bemol são consideradas descendentes.

O bequadro é uma alteração de duplo efeito.

As alterações serão usadas de acordo com a mudança de tonalidade de uma determinada peça musical.

Acidentes ocorrentes e fixos

O acidente ocorrente é válido apenas no compasso em que aparece, se quiser que ele continue alterando a nota no
compasso seguinte é necessário repeti-lo.

O acidente fixo aparece junto a clave, no inicio de cada pentagrama.

No primeiro exemplo, todo SI da música será bemol, no segundo todo FÁ, DÓ e SOL serão sustenidos, e assim por
diante.

Armadura de clave

A armadura de clave é o conjunto de acidentes fixos escritos junto a mesma.

O acidente fixo afeta todas as oitavas das notas.


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O acidente ocorrente somente quando aparece no decorrer da música

9ª aula - Posicionamento dos acidentes na armadura de claves

A formação da tonalidade depende do grau tonal (I, IV e V graus) da escala, por serem estes os mais importantes e
caracteriza o tom da escala.

De forma mais prática e convencional segue abaixo a colocação dos acidentes (sustenidos e bemóis, dobrados-
sustenidos e dobrados-bemóis).

Sustenido e dobrado-sustenido

1º em FÁ - 2º em DÓ - 3º em SOL - 4º em RÉ - 5º em LÁ - 6º em MI - 7º em SI

Como se vê a distância de intervalos é de quintas (de FÁ a DÓ, de DÓ a SOL, etc)

Bemóis e dobrados-bemóis

1º em SI - 2º em MI - 3º em LÁ - 4º em RÉ - 5º em SOL - 6º em DÓ - 7º em FÁ

Grafia dos acidentes

Os acidentes fixos, aqueles que aparecem no início da pauta, são grafados (escritos) junto à clave. Por convenção os
acidentes fixos sempre serão escritos após a clave e antes da forma de compasso.
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Acidentes ocorrentes

Os acidentes ocorrentes são aqueles que, como diz o nome, aparecem no decorrer da música e não necessariamente
fazem parte da tonalidade. Estes acidentes têm a função de alterar trechos da música e sucessivamente a escala em
questão no tempo ou período no qual aparecem.

10ª aula - Semitons diatônicos e cromáticos

Semitom

É a metade de um tom ou semitono. O semitom pode ser diatônico ou cromático.

O semitom é a distância mais curta que separa um som do outro.

Semitom diatônico

É formado por duas notas diferentes, mas com sons sucessivos ou sons com denominação diferente

Semitom cromático

É formado por duas notas do mesmo nome, mas com entonação diferente.

Para se formar um tom é preciso reunir dois semitons, um cromático e um diatônico.

Escala cromática

A escala diatônica intercalada de semitons chama-se "escala cromática". Todas as escalas podem ser transformadas
em cromáticas, tanto as maiores como as menores.
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Sabe-se que o intervalo de um tom se divide em 9 pequeníssimas partes chamadas "comas", sendo que o semitom
diatônico e o cromático diferem entre si por uma coma.

A coma é quase imperceptível ao ouvido.

11ª aula - Tons e armaduras de clave

Tonalidade - É o resultado de um conjunto de sons que formam uma escala em relação à sua tônica (1º grau).

A predominância de um som é que caracteriza uma tonalidade.

Há uma armadura de clave para cada tom maior ou menor.

Quando uma música está, por exemplo, no tom de Dó Maior ou Lá Menor, na armadura de clave não terá sustenido
nem bemol, será natural.

Como reconhecer um tom e formar a armadura de clave

Com sustenidos - Nas armaduras de clave com sustenidos (#) dos tons maiores, a tônica está um semitom acima
do último sustenido.

Com bemois - Nas armaduras de clave com bemois (b) dos tons maiores, a tônica corresponde ao penúltimo bemol.
De forma mais prática, pode-se contar uma quarta abaixo do último bemol.

Tons maiores e seus relativos menores

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