Você está na página 1de 86

CURSOS DE LICENCIATURA EM FÍSICA, QUÍMICA E BIOLOGIA.

Prof. Dr. Mauro Cristian Garcia Rickes


Apostila de Astronomia
SUMÁRIO

1. Astronomia e o Universo..............................................................................................................4
1.1. Astronomia Antiga ........................................................................................................................4
1.1.1. Astronomia Pré-Histórica ..................................................................................................4
1.1.2. Astronomia Mesopotâmia ..................................................................................................5
1.1.3. Astronomia Chinesa ...........................................................................................................6
1.1.4. Astronomia Egípcia ...........................................................................................................6
1.1.5. Astronomia Grega ..............................................................................................................7
1.1.6. O conceito de Universo na Antiguidade ............................................................................8
1.1.7. A Astronomia Contemporânea ........................................................................................11
1.1.8. A Astronomia Moderna ...................................................................................................12
2. A esfera Celeste ..........................................................................................................................13
2.1. Constelações ............................................................................................................................13
2.2. Movimento do céu ...................................................................................................................14
2.2.1. Movimento diurno do Sol – Solstício e Equinócio ..........................................................14
2.2.2. Fuso horário .....................................................................................................................16
2.3. Momento Angular ...................................................................................................................22
2.4. Força Centrípeta ......................................................................................................................23
2.5. As Leis de Kepler e a Gravitação Universal de Newton .........................................................23
Período (T) .................................................................................................................................24
Frequência (f) .............................................................................................................................24
Velocidade Angular (ω) .............................................................................................................25
2.5.1. Primeira Lei - Lei das órbitas...........................................................................................28
2.5.2. Segunda Lei - Lei das Áreas ............................................................................................28
2.5.3. Terceira Lei – Lei dos Períodos .......................................................................................30
Exercícios ...........................................................................................................................................32
3. O Sol e o Nosso Sistema Solar ...................................................................................................35
3.1. O Sol ........................................................................................................................................35
3.2. Planetas....................................................................................................................................38
3.2.1. Planetas anãos ..................................................................................................................38
3.3. Luas .........................................................................................................................................39
3.4. As Estrelas ...............................................................................................................................40
3.5. Sistema Solar ...........................................................................................................................40
3.5.1. Mercúrio ...........................................................................................................................41
3.5.2. Venus ...............................................................................................................................43
3.5.3. Terra .................................................................................................................................45
As estações da Lua .........................................................................................................................46
3.5.4. Marte ................................................................................................................................49
3.5.5. Júpiter ...............................................................................................................................52
3.5.6. Saturno .............................................................................................................................57
3.5.7. Urano................................................................................................................................58
3.5.8. Netuno ..............................................................................................................................63
3.5.9. Plutão ...............................................................................................................................66
4. Unidades de Medida ...................................................................................................................69
4.1. Unidade Astronômica (UA).................................................................................................69
4.2. Ano Luz ...............................................................................................................................69
4.3. Parsec (pc) ...........................................................................................................................69
5. Determinação de Distâncias .......................................................................................................70
6. A Magnitude ...............................................................................................................................71
6.1. Magnitude Absoluta ............................................................................................................71
7. As Galáxias ................................................................................................................................72
7.1. Galáxias Elípticas ................................................................................................................72
7.2. Galáxias Espirais .................................................................................................................72
8. Reflexão da Luz .........................................................................................................................77
8.1. Superfície Plana ...................................................................................................................77
8.2. Superfícies Esféricas............................................................................................................77
8.3. Formação de imagem por espelhos .....................................................................................78
9. Refração Luz ..............................................................................................................................81
9.1. Lentes planas .......................................................................................................................81
9.2. Lentes esféricas....................................................................................................................81
9.3. Formação de imagem...........................................................................................................84
10. Telescópios ..............................................................................................................................85
10.1. Telescópios Refratores .....................................................................................................85
10.2. Telescópios Refletores .....................................................................................................85
10.3. Aberrações: cromática e esférica .....................................................................................85
10.4. Catadióptrico ....................................................................................................................85
10.5. Tipos de focos: Newtoniano, Cassegrain, Coudé e Nasmyth ..........................................85
10.6. Telescópio espacial Hubble .............................................................................................85
10.7. Telescópio espacial Chandra............................................................................................85
10.8. Radiotelescópios ..............................................................................................................85
10.9. Observação com Catadióptrico ........................................................................................85
Referências .........................................................................................................................................86
4

1. Astronomia e o Universo
Não é clichê dizer que a astronomia é a base para toda a ciência, pois foi olhando para o céu
que nossos antepassados buscavam respostas para as três perguntas básicas da humanidade: quem
somos de onde viemos e para onde vamos? Em busca de respostas para essas perguntas surgiu a
ciência, ou seja, a busca pelo conhecimento através das observações e dos experimentos. O
próprio conceito de universo se fez necessário e sofreu mutações ao longo da história.
A história da astronomia pode ser contada em três momentos distintos: a astronomia antiga,
contemporânea e moderna. Durante essa evolução da ciência veremos que o conceito de universo
também evoluiu.

1.1. Astronomia Antiga

Como já foi dito, a astronomia é a mais antiga das ciências conhecidas pela humanidade. Foi
a partir dela que ciências como física, química e biologia tiveram origem.
Descobertas arqueológicas têm fornecido evidências de observações astronômicas entre os
povos pré-históricos. Desde a antiguidade, o céu vem sendo usado como mapa, calendário e relógio.
Os registros astronômicos mais antigos datam de aproximadamente 3.000 a.C. e se devem aos
chineses, babilônios, assírios e egípcios. Naquela época, os astros eram estudados com objetivos
práticos, como medir a passagem do tempo (calendários), para prever a melhor época para o plantio
e a colheita, ou com objetivos mais relacionados à astrologia, como fazer previsões do futuro, já que
acreditavam que os deuses do céu tinham o poder da colheita, da chuva e mesmo da vida.

1.1.1. Astronomia Pré-Histórica

Os astrônomos e arqueólogos chegaram à conclusão de que os alinhamentos e círculos serviam


como marcos indicadores de referências e importantes pontos do horizonte, como por exemplo as
posições extremas do nascer e ocaso do Sol e da Lua, no decorrer do ano. Alguns desses indicadores
podem ainda ser visitados nos dias atuais. Logo a seguir, nas Figuras 1 e 2 temos imagens exemplares.
5

Figura 2: Stonehenge – Inglaterra 2700 ac.

1.1.2. Astronomia Mesopotâmia

A Astronomia sumeriana foi essencialmente religiosa e astrológica, no entanto os sumerianos


foram os primeiros a aplicar métodos matemáticos para justificar as variações observadas no
movimento da lua e dos planetas. A introdução da matemática na astronomia foi um avanço
fundamental na história da ciência Mesopotâmia e ocorreu por volta de 1000 ac. Veja um de suas
obras encontradas na Figura 3.
6

1.1.3. Astronomia Chinesa

Já por volta de 700 a. C. os chineses podiam prever os eclipses, pois conheciam sua
periodicidade. Usavam um calendário de 365 dias. Deixaram registros de anotações precisas de
cometas, meteoros e meteoritos. Mais tarde, também observaram as estrelas que agora chamamos
de novas. A Figura 4 é uma representação do céu realizada por esta cultura.

Figura 4: Mapa do céu desenhado pelos


chineses por volta de 750 a. C.

1.1.4. Astronomia Egípcia


7

Mais ou menos no mesmo período do desenvolvimento da astronomia chinesa, os egípcios


também tiverem seu momento de maior interesse pelo “céu”. Durante este período eles
desenvolveram técnicas que os permitiam utilizar o movimento do Sol para contar, com maior
precisão, o tempo. Neste momento surgiram os primeiros relógios de Sol. A Figura 5 é uma
representação de um relógio de Sol.

Figura 5: Esquema de um relógio solar antigo.

1.1.5. Astronomia Grega

O ápice da ciência antiga se deu na Grécia, de 600 a.C. a 400 d.C., a níveis só ultrapassados
no século XVI. Nessa época os gregos introduziram uma ideia de que todos os astros encontravam-
se “presos” numa espécie de esfera celeste, ou seja, uma espécie de calota esférica envolvendo a
Terra. Esse pensamento nos levava intrinsicamente a concluir que todas as estrelas e astros
encontravam-se à mesma distância de nós
Tales de Mileto (624-546 a.C.) introduziu na Grécia os fundamentos da geometria e da
astronomia, trazidos do Egito. A exemplo de Tales, muitos outros estudiosos gregos dedicaram-se
ao estudo da Astronomia.
Aristarco de Samos (310-230 a.C.) foi o primeiro a propor que a Terra se movia em volta do
Sol, antecipando Copérnico em quase 2.000 anos.
Galileu Galilei (1564-1642) construiu sua primeira luneta em junho, com um aumento de 3
vezes.
Em 1619 Kepler publicou Harmonices Mundi, em que as distâncias heliocêntricas dos
planetas e seus períodos estão relacionados.
8

1.1.6. O conceito de Universo na Antiguidade

Antes de discutirmos as teorias de Universo nas concepções atuais devemos olhar para o
passado e investigar como surgiu o conceito de Universo.
De uma forma geral, a palavra universo refere-se ao todo, ou seja, a tudo aquilo que
conhecemos. Durante a evolução desse conceito surgiu uma grande pergunta: qual a nossa posição
no universo? Muitos filósofos da antiguidade tentaram responder a esta pergunta, porém suas teorias
logos eram colocadas em dúvida devido à fragilidade de seus argumentos.
Dentre algumas teorias, duas tiveram grande destaque ao longo da história: o geocentrismo e
o heliocentrismo.

Geocentrismo

Essa teoria foi a mais aceita na antiguidade e previa que a Terra encontrava-se parada no
centro do universo e todos os outros astros orbitavam ao seu redor. Um dos filósofos mais conhecidos
da antiguidade a defender essa teoria foi Aristóteles, no entanto suas teorias eram pouco
fundamentadas cientificamente e não conseguiam explicar alguns movimentos estranhos como por
exemplo o movimento aparente de Marte que parecia dar loops ao longo do ano. A Figura 6 é uma
representação de como seria o modelo geocêntrico de Aristóteles. Alinha pontilhada de estrelas
simboliza a ideia da época de que o limite do universo era uma esfera celeste onde repousavam as
estrelas.

Figura 6: Esquema do sistema Geocêntrico proposto por


Aristóteles
9

O geocentrismo voltou a ter força quando o matemático e astrônomo Cláudio Ptolomeu (90-
168 d. C.) formalizou matematicamente o movimento dos planetas. Em sua formalização matemática
Ptolomeu sugere que os planetas não executam simplesmente uma órbita circular em tono da Terra,
mas sim que eles possuem dois movimentos relativos. Um dos movimentos seriam pequenas órbitas
chamadas de epiciclos e esses epiciclos orbitam a Terra originando o segundo movimento orbital
chamado de deferente. Veja a Figura 7.

Deferente

Marte
Equante

epiciclo
Terra

Raio geométrico do deferente

Figura 7: Esquema do sistema Geocêntrico proposto por


Ptolomeu.

Para dar conta do movimento não uniforme dos planetas, Ptolomeu introduziu ainda o
equante, que é um ponto ao lado do centro do deferente oposto à posição da Terra. Com esses dois
movimentos relativos Ptolomeu conseguia explicar os loops de Marte e o geocentrismo voltou a ser
incontestável. Veja na Figura 8 um desenho simbolizando o sistema geocêntrico onde a Terra
continua sendo o centro do universo porém não mais o centro das órbitas.

Figura 8: Representação do sistema Geocêntrico


10

Heliocentrismo

Nesse modelo é o Sol que encontra-se no centro do Universo1 e os planetas, inclusive a Terra,
estão em órbita circulares. Esse modelo ganhou destaque no meio científico pela primeira vez com
Galileu no Século XVI, no entanto bem antes disso, cerca de 200 anos, o matemático Polonês Nicolau
Copérnico já havia apresentado uma proposta muito semelhante que previa o Sol próximo do centro
das órbitas. A ideia de colocar o Sol próximo ao centro e não exatamente no centro do “universo”
foi a forma que Copérnico encontrou para justificar as observações que não sustentariam uma
tentativa de colocá-lo lá. A Figura 9 é um esquema que mostra como seria o modelo de Copérnico.

Figura 9: Esquema do sistema heliocêntrico proposto por Nicolau Copérnico.


Mais tarde com Galileu a teoria do heliocentrismo foi aprimorada e com base em suas
observações do céu, principalmente das fases de Vênus, ele propôs que o Sol estaria sim no centro do
“universo” e que as órbitas dos planetas não eram circulares, mas sim elípticas. Devido a todo o seu
prestígio no meio científico e pela consistência de seus resultados logo o geocentrismo caiu dando
lugar ao heliocentrismo, mesmo sem a aprovação da igreja católica. A Figura 10 é um esquema que
mostra como seria o modelo heliocêntrico ajustado.

Saturno
1
Na época o sistema solar era tudo o que os cientistas conheciam e portanto esse era chamado de UNIVERSO.
Jupter

Venus Sol
Marte
11

Embora Galileu tivesse muitos dados observacionais sustentando sua teoria, foi no Século
XVII, com o astrônomo e matemático Johannes Kepler, que essa teoria foi reafirmada através de um
modelo matemático.
Na atualidade Kepler é uma figura importante conhecida por ser o autor de três leis básicas
capaz de descreve toda a mecânica celeste.
Com o avanço da tecnologia os cientistas modernos puderam perceber a existência de corpos
celestes que não faziam parte do nosso sistema solar; alguns sequer faziam parte da nossa galáxia e
assim a concepção de universo para a humanidade foi mudando. Com a finalidade de realizar estudos
organizados os cientistas resolveram dividir a astronomia em duas grandes áreas: a astronomia
galáctica e a astronomia extragaláctica.
A astronomia galáctica destina-se ao estudos de corpos celestes e sistemas solares e o meio
interestelar que fazem parte da nossa galáxia, a Via-Láctea. Já a astronomia extragaláctica destina-
se ao estudos de outras galáxias, e fenômenos que ocorrem além dos limites da Via-Láctea.
No próximo Capítulo estudaremos parte da astronomia galáctica como a mecânica celeste, o
sistema solar e a formação dos planetas.

1.1.7. A Astronomia Contemporânea

Essa nova fase a astronomia basicamente teve início com Sir Isaac Newton (1643-1727), um
cientista Inglês que viveu no século XVI. Sua obra monumental fixa as bases da mecânica teórica.
Da combinação de suas teorias com sua lei de gravitação, surge a confirmação das leis de Kepler e,
num só golpe, o estabelecimento, em bases científicas, da mecânica terrestre e celeste. No domínio
da óptica, Newton inventou o telescópio refletor, discutiu o fenômeno da interferência,
desenvolvendo as idéias básicas dos principais ramos da física teórica, nos dois primeiros volumes
do Principia, com suas leis gerais, mas também com aplicações a colisões, o pêndulo, projéteis,
fricção do ar, hidrostática e propagação de ondas. Somente depois, no terceiro volume, Newton
12

aplicou suas leis ao movimento dos corpos celestes. Nessa época muitos outros cientistas
contribuíram para uma nova visão da astronomia, que tomariam mais a forma de astrofísica, como
Christiaan Huygen. Huygen foi o primeiro físico a tentar explicar a natureza da luz. Também foi o
primeiro a observar a presença de anéis em Saturno, embora ele pensasse que eram luas devido a
precariedade dos telescópios da época.

1.1.8. A Astronomia Moderna

A astronomia moderna teve início com o avanço da tecnologia que nos permitiu construir
telescópios cada vez mais potentes e até mesmo colocá-los no espaço como é o caso do telescópio
Hubble. O conhecimento mais profundo em física nos permitiu observar os astros em comprimentos
de ondas e freqüências que até em tão nem sabíamos que existiam, como é o caso do telescópio
Chandra que é um telescópio espacial que observa na faixa dos raios-X. Hoje temos também os
radiotelescópios terrestres que nos permitem observar o cosmos através de ondas de rádio. Esse tipo
de telescópio ganhou uma importância particular no campo da ufologia.
Os avanços de engenharia também contribuíram de forma considerável. Um exemplo foi a
criação dos CCDs (Charge Coupled Device) que é um dispositivo de cargas acopladas que nos
permite armazenar as imagens observadas para revê-las novamente quantas vezes quiser. É
importante salientar aqui que na astronomia antiga e até mesmo na contemporânea as observações
eram feitas diretamente na ocular de um telescópio e “quem viu, viu; quem não viu não vê mais”.

O Novo Conceito de Universo

Depois de tanto vermos o conceito de universo mudar ao longo da história aprendemos que o
universo é o todo, ou seja, o universo é tudo que conhecemos desde o observável até o não observável.
13

2. A esfera Celeste
Quando estamos à noite olhando para o céu, temos a impressão de que estamos no centro de
uma grande esfera com sua abóboda crivada de estrelas. Com base nessa percepção os antigos gregos
acreditavam que o céu tinha um “teto” em forma de esfera o qual eles o chamaram de esfera celeste.
A Figura abaixo mostra um esquema que nos ajuda a visualizar o que foi dito.

Quando olhamos diretamente para cima, para o ponto mais alto, estamos olhando para o Zênite
e inversamente a ele fica o Nadir. Como podemos perceber pela própria figura, não tem como
vermos toda a “esfera celeste” de uma vez olhando para o céu à noite; a metade que vimos é
denominada de abóboda celeste. A linha que une os polos norte e sul, passando pelo zênite é
chamada de meridiano. Uma linha imaginária em forma de circunferência que passa pelos pontos
N, L, S e O da figura acima é chamada de linha do equador celeste. Essa linha pode ser interpretada
também como sendo uma projeção da linha do equador terrestre. Da mesma forma os pontos norte e
sul celestes são uma projeção dos polos sul e norte terrestres.
Apesar de hoje sabermos que na verdade não é assim ainda usamos esse nome quando nos
referimos ao espaço que nos envolve dentro de nossa própria galáxia. A esfera celeste é constituída
de estrelas solitárias como o nosso sol e de constelações.

2.1. Constelaçõ es
Basicamente as constelações são regiões da esfera celeste ocupadas por um conjunto de
estrelas (que não tem nada a ver com um aglomerado de estrelas). Comumente os povos antigos
associavam cada constelação com figuras relacionadas à suas crenças. A distribuição moderna é
constituída de 88 constelações, sendo algumas delas bem conhecidas como a constelação de Órion.
Aqui no Rio Grande do Sul conhecemos bem três estrelas que compõem o cinturão de Órion; as três
Marias. Em qualquer livre de astronomia básica o até mesmo pela internet você pode conferir a lista
14

com o nome de todas as constelações, mas é importante salientar que as reconheces no céu real é uma
tarefa muito difícil.
De acordo com a União Astronômica Internacional (IAU) atualmente são reconhecidas e
catalogadas 88 constelações.
Outro fenômeno que podemos observar quando olhamos para o nosso céu é que as estrelas e
constelações não são estáticas, ou seja, elas possuem um movimento relativo ao observador.

2.2. Movimento do céu

Quando nos referimos ao Céu aqui, não estamos nos referindo apenas ao sistema solar, mas
sim a todos os objetos visíveis a partir do nosso planeta.
Como já vimos anteriormente, embora tenhamos a impressão de que a Terra está parada no
centro do universo e os outros objetos como planetas e estrelas se movem ao seu redor, não é isso que
acontece de fato. Na realidade os objetos celestes seguem uma dinâmica bem mais complexa, pois
alguns movimentos observados são resultados da combinação de dois ou mais movimentos. Pegando
como exemplo o movimento relativo entre a Terra o Sol e a Lua o que acontece é que a Terra orbita
o Sol ao mesmo tempo em que a Lua orbita a Terra, portanto para um observador na Terra a tanto a
Lua quanto o Sol estarão orbitando a Terra, no entanto para um observador no Sol a Terra estaria
orbitando o Sol enquanto a Lua também estaria o orbitando, porém, realizando loops.

2.2.1. Movimento diurno do Sol – Solstício e Equinócio

Quando olhamos ou lemos notícias falando de Equinócio e Solstício, muitas vezes não os
relacionamos com a astronomia. No entanto, como veremos a seguir esses são momentos importantes
marcados pela posição e movimento dos astros que influenciam diretamente no nosso cotidiano. O
Equinócio é o momento em que os hemisférios sul e norte terrestres recebem a mesma quantidade de
luz solar, enquanto no Solstício um deles recebe maior quantidade de luz que o outro.

De forma geral podemos dizer que o movimento da Terra se dá de Oeste para Leste, logo
quando a percepção de que está parado em sobre a superfície do nosso planeta é de que o Sol se
movimenta indo de Leste para Oeste. No entanto, se prestarmos bem atenção no movimento do Sol
ao longo do ano veremos que ele muda ligeiramente sua trajetória. Veja a Figura abaixo:
15

As linhas imaginárias que representam o caminho do sol na esfera celeste são chamadas de eclípticas
e, como podemos perceber na representação acima, elas mudam sua inclinação de acordo com o
período do ano que estamos observando. Essa mudança na inclinação das eclípticas ocorre porque
o movimento orbital da Terra ao redor do Sol ocorre com a Terra levemente inclinada em relação ao
plano da trajetória. Veja a Figura a seguir:

Movimento orbital da Terra ao redor do Sol

Como um dia é definido como uma volta completa da Terra em torno do seu próprio eixo, ou,
uma volta completa do Sol em torno da Terra, nós podemos dizer que o Sol percorre 360º em 24
horas. Assim a velocidade aparente do Sol ao redor da Terra pode ser calcula da seguinte forma:
360º
v
24h

v  15 º
h
16

É devido a essa relação que existem os fusos horários na Terra.

2.2.2. Fuso horário

Como acabamos de ver, a cada 15 º percorrido equivale a uma hora. Para sabermos, então, o
horário verdadeiro de cada região dividimos a Terra com 24 linhas separadas por 15 º cada uma.
Essas linhas são perpendiculares à linha do Equador e são chamadas de Meridianos. Veja a Figura a
seguir.

O Grau zero, ou meridiano zero, por convenção foi chamado a linha que liga os polos norte e
sul passando pela cidade de
Quando nos movemos em direção à oeste a partir da linha de Greenwich devemos atrasar o
relógio e quando vemos para leste, devemos adiantá-lo. Veja a próxima Figura.
17

A distância angular até a linha de Greenwich é chamada de longitude.


A Terra é ainda dividida em linhas paralelas à linha do Equador. Essas linhas são conhecidas
com paralelos e a posição de cada paralelo é medido em graus podendo vaiar de 0º à 90º para sul ou
para norte. Essa posição é conhecida como latitude. Veja a Figura a seguir.

Dessa forma, podemos localizar com uma certa precisão qualquer ponte sobre a superfície
Terrestre a partir do cruzamento entre um paralelo e um meridiano. Esse cruzamento é conhecido
18

como coordenadas geográficas. Na esfera celeste temos a projeção dessas linhas e isso nos facilita
também a localização dos objetos no céu. Veja a Figura abaixo.

Exercícios

1. Para um observador no equador da Terra:

a. Qual a altura do polo celeste norte? R.: O Polo Norte se encontra sobre a linha do
horizonte, assim como o polo sul para um observador no Equador.

b. E do polo celeste sul? R.: Ver resposta anterior.

c. Como é o movimento das estrelas nesse lugar, com relação ao horizonte? R.: O
movimento das estrelas é um semicírculo. Todas nascem na linha do horizonte entre
o Norte e o Sul (parte Leste) e se põe na linha do horizonte entre o Norte e o Sul (parte
Oeste). O zênite corresponde ao Equador celeste e a distância zenital corresponde à
declinação do astro.
19

d. Existem estrelas circumpolares nesse lugar? R.: Não existem estrelas que estão sempre
visíveis no Equador, visto que na culminação inferior, todas estão abaixo da linha do
horizonte.

2. Desenhe um círculo representando a esfera celeste para um observador localizado em um


lugar de latitude 20° N. Nesse círculo marque:
a. O horizonte, o zênite e o pólo elevado
b. O plano do equador, e o ângulo que este faz com o zênite
c. Os pontos cardeais N, S, L e O
d. A calota das estrelas circumpolares visíveis
e. O círculo diurno de uma estrela de declinação δ= = +20°
f. Repita os 4 primeiros passos em outro desenho, e acrescente o círculo vertical e o
círculo de altura da estrela 2h após a passagem meridiana.
g. Indique os ângulos que representam o azimute e a distância zenital da estrela nesse
instante.
3. A linha imaginária considerada o marco 0° dos fusos horários é:

a) Linha do Equador

b) Trópico de Capricórnio

c) Meridiano de Greenwich

d) Trópico de Câncer

4. Uma família embarca em uma viagem às 14:00 horas, do dia 03 de março, de um ponto A
(localizado a 30° O) com destino a B (localizado a 45° L). O tempo de voo é de 10 horas.
Qual o dia e o horário de chegada da família ao ponto B?
5. Um empresário necessita realizar duas reuniões, uma em A (45° L) e a outra em B (180°L).
Ele embarca de C (60° O) às 13:00 horas do dia 25 de abril. Após 10 horas de viagem, o
empresário desembarca em A. O tempo gasto na reunião é de 7 horas e logo em seguida ele
já estava no avião com destino a B. Considerando que a viagem de A a B leva 15 horas,
responda:

a) Qual o horário e o dia de chegada do empresário em A?

b) Qual o horário e o dia de chegada do empresário em B?


20

3. Sobre a estrela do item anterior, observada na mesma latitude, responda:


a. Quantas horas, aproximadamente, essa estrela fica acima do horizonte? R.: Em torno
de 14 horas

b. Qual o azimute dessa estrela ao nascer? E ao se por? (dê respostas aproximadas) R.:Ao
nascer em torno de 70 graus e ao se por em torno de 250 graus.

c. Se a ascensão reta dessa estrela é 5h, qual a hora sideral no instante em que ela passa
o meridiano? R.: HS = H(st)+a(st) = 5h.
21

d. Qual a sua distância zenital


no instante de sua passagem meridiana? Qual a sua altura? R.: A distância zenital
é zero, já que a estrela estará no zênite. Sua altura é máxima (90 graus). (O azimute
é indeterminado para este ponto.)

4. Mostre que um dia sideral é, aproximadamente, 4 minutos mais curto que o dia solar.

Tendo em vista a translação do planeta Terra em torno do Sol, este deve mudar de
posição em torno de 24h/365,25 por dia. Como a Terra gira em torno de seu eixo de
Oeste para Leste e executa o movimento de translação em torno do Sol neste mesmo
sentido vemos o Sol se deslocar de Leste para Oeste gerando o dia e de Leste para
Oeste gerando o ano. Assim, a rotação tendo como referencia uma estrela, se dá em
torno de uma volta completa em relação às estrelas fixas. Como a translação fez com
que a posição aparente do sol avançasse pela Eclíptica mais 4 minutos, o dia solar
possui a duração de 24h.
22

Mecânica Celeste

Como já foi mencionado anteriormente, foi Kepler quem passou a estudar de forma
matemática o movimento dos astros a partir de um modelo heliocêntrico. Através de três leis
empíricas ele conseguiu formular modelos matemáticos capazes de prever o movimento dos planetas
com considerável precisão. A seguir vamos estudar detalhadamente cada uma de suas leis, mas para
entende-las melhor é importante recordarmos alguns conceitos tais como Momento Angular e Força
Centrípeta.

2.3. Momento Angular


O momento angular (L) é uma grandeza vetorial associada à quantidade de movimento
associada a uma partícula ou corpo extenso que executa uma rotação em torno de um eixo ou ponto
fixo. É fácil imaginarmos que é muito mais fácil parar a rotação de um corpo pouco massivo do que
parar a rotação de um corpo muito massivo, logo podemos associar o momento angular diretamente
com a massa desse corpo. Outra associação fácil de fazermos também é com a distribuição de massa,
pois mesmo corpos com mesma massa girando em torno de um eixo, é mais fácil pararmos aquele
cuja a massa está mais distribuída mais próxima do eixo do que aquele em que a massa está distribuída
mais afastada. Por último, e mais óbvio, que o momento angular está associado diretamente com a
velocidade tangencial do objeto, pois quanto mais rápido ele está girando mais difícil é de pará-lo.
Matematicamente o momento angular pode ser expresso da seguinte forma:

L  mvr
Onde m é a massa, v é a velocidade e r é a distância radial entre a massa e o ponto de rotação, ou
seja, é o raio. Veja a Figura a Figura 2.1.
L

r v

m
Figura 2.1: Representação do Momento Angular
23

2.4. Força Centrípeta

A força centrípeta ( FC ) recebe este nome porque é uma força que sempre aponta para o centro
da trajetória. Quando giramos uma pedra no ar amarrada a um barbante a força que faz com que ela
realize a trajetória circular é a força centrípeta. Esta força é diretamente proporcional à massa da
partícula e ao quadrado da sua velocidade tangencial, porém inversamente proporcional ao raio da
trajetória. Matematicamente podemos expressar a força centrípeta da seguinte forma:

v2
FC  m
r
A Figura 11 é uma representação de como atua a força centrípeta sobre uma partícula de massa m.

v
r m

FC

Figura 11: Representação da Força Centrípeta

2.5. As Leis de Kepler e a Gravitação Universal de Newton

Para Kepler a matemática é a chave para desvendar todos os mistérios da natureza incluindo
os segredos do céu. Suas observações e cálculos exaustivos que lhe renderam 20 anos de pesquisa o
levou à elaboração de três leis conhecidas como lei das órbitas, lei das áreas e lei dos períodos. Antes
de estudarmos as leis de Kepler propriamente ditas, é importante estudarmos algumas propriedades
físicas primeiro e relembrarmos outras. Dentre elas estão alguns conceitos do movimento circular
uniforme, o conceito de momento angular e a lei da gravitação universal de Newton.
24

Movimento Circular Uniforme (MCU)

É um movimento onde uma partícula percorre uma trajetória perfeitamente circular com o
módulo da velocidade linear ou tangencial constante.
Porém, mesmo não variando o módulo da velocidade linear, o seu sentido varia
constantemente, o que nos leva a afirmar que sobre esta partícula atua uma aceleração denominada
aceleração centrípeta (ac), pois aponta sempre para o centro da trajetória.
Matematicamente seu módulo pode ser calculado por:


ac 
R

Onde ‘V’ é a velocidade linear e ‘R’ é o raio da trajetória. A unidade mais comum é m/s².

Período (T)

É definido como período o tempo gasta para que uma partícula ou objeto qualquer gasta para
realizar uma volta completa. O período pode ser medido em segundos, horas, dias, semanas, anos
etc.

Frequência (f)

A frequência é a medida de quantas voltas uma partícula ou um objeto qualquer é capaz de


realizar num determinado intervalo de tempo, ou seja, é o inverso do período. Matematicamente
podemos dizer que

1
f 
T
25

As unidades de medias mais comuns para a frequência são a rotações por segundo, chamado de Hertz
(Hz) e a rotações por minuto (rpm).

Velocidade Angular (ω)

É a variação do ângulo num determinado intervalo de tempo, ou seja,



t

Onde ‘∆Ө’ é variação do ângulo e é medido em radiano. Logo, a unidade de ‘ω’ (ômega) será rad/s.
Como a cada volta completa eu percorro um ângulo de 2. radianos, ou seja, 2. .rad basta
dividirmos isso pelo período e também obteremos a velocidade angular, ou seja,
2.

T
ou
1
  2. .
T
ainda,

  2. . f

Relação entre ω e v

S  2..R
S  . .R

S
. 
R

Substituindo esta última equação na primeira equação deste capítulo temos,


26

S 
.  
R t

S
 r
t

S

r.t

S
V
t

V

r
ou

v  .r


Sendo assim, como a c 
r

Então, ac 
.r ²
r
 ².r ²
ac
r

a c   ².r

Resumo das equações:


ac 
r


t
v

r
v  .r
ac   ².R
27

Momento Angular


Normalmente simbolizado pela letra L , o momento é uma grandeza vetorial que nos
possibilita averiguar o quão difícil é colocar ou retirar de um movimento circular uma massa que
esteja orbitando um ponto central. Veja a figura abaixo.

Como podemos perceber na figura, o vetor momento angular assume uma direção
perpendicular ao plano do movimento e seu módulo pode ser calculado através da seguinte equação:

Lmvr
Ou ainda,
L  m v r sin 
Onde θ é o ângulo formado entre os vetores posição e velocidade.
Na sua forma vetorial essa equação se apresenta da seguinte forma:


 
L  m  v r 
 
2
E sua unidade de medida pode ser kg m .
s

Dei da Gravitação Universal de Newton

Antes de Newton se debruçar sobre a questão de o porquê os objetos caiam em direção à Terra
a explicação mais aceita era de que todos os objetos buscam seu estado natural. Conta a história que
certa vez Newton estava sentado sob a sombra de uma macieira observado a lua quando de repente
uma maçã cai. Nesse momento Newton teria percebido que a força com que atraía a maçã para
Terra tinha a mesma origem que a força que atraía a Lua para a Terra, ou seja, a origem era a própria
massa. Essa força de ação à distância é chamada de força de atração gravitacional e através de
deduções empíricas seu módulo pode ser calculado através da seguinte equação:
28

M sol M Planeta
FG  G
r2

Onde G  6,67  10 11 m 3 kg 1 s 2


2.5.1. Primeira Lei - Lei das órbitas

Também conhecida como primeira lei de Kepler, ela nos diz que todos os planetas descrevem
órbitas elípticas com o Sol ocupando um dos focos dessa elipse. O ponto onde o planeta encontra-se
mais próximo do Sol é conhecido como periélio e o ponto onde ele se encontra mais afastado é
conhecido como afélio. Veja a Figura 12.

Periélio

Afélio

Figura 12: Representação gráfica da primeira lei de Kepler

2.5.2. Segunda Lei - Lei das Áreas

Também conhecida como segunda lei de Kepler ela nos diz que os planetas varrem áreas
iguais em tempos iguais, ou seja, se cronometrarmos o tempo que um planeta percorre um
determinado trecho de sua órbita em torno do Sol e depois cronometrarmos esse mesmo tempo para
um segundo trecho, nós verificaremos que as áreas varridas são iguais. Veja a Figura 13.

Sol
t 2 A2 A1 t1

Figura 13: Representação gráfica da segunda lei de Kepler


29

Conforme afirma Kepler, devemos ter nesse caso A1=A2, então a seguir vamos tentar provar
sua teoria.
Vamos analisar a seguinte situação representada na Figura 14:

d  v t

dA
r

Figura 14: Demonstração da segunda lei de Kepler

Com base nessa Figura podemos escrever:

dA 
1
2
r  v dt 
dA 
1
2
 
r  v dt

Se multiplicarmos e dividirmos esta equação pela massa do planeta, não mudaremos nada, então:

dA 
1
2m
 
r  v m dt

dA

1
dt 2 m
r vm  
 
Mas r  v m  L , logo
dA 1
 L
dt 2 m
Como o momento angular não varia podemos dizer que:

dA
0
dt
30

2.5.3. Terceira Lei – Lei dos Períodos

No enunciado da sua terceira lei, Kepler afirma que o quadrado do período de qualquer planeta
é proporcional ao cubo do raio médio de sua órbita, ou seja,

T 2  r3
Ou,
T 2  C r3
Onde C é uma constante de proporcionalidade. Para descobrirmos o valor dessa constante vamos
recorrer a segunda lei de Newton: Veja a Figura 15.
F ma

v
F

Figura 15: Leis da Gravitação de Newton

Newton postulou ainda que a força de atração entre dois corpos que possuem massa tem
origem nas próprias massas, ou seja, que a força de atração que faz com que um objeto que escapam
de nossas mãos caem na Terra é da mesma origem que a força que faz com que a Lua permaneça em
órbita. Dessa forma podemos reescrever a segunda lei da seguinte forma:

M sol M Planeta
G  M Planeta aC
r2
M sol M Planeta v2
G  M Planeta
r2 r
M sol v2
G 2 
r r
M sol r
v2  G
r2
M sol
v2  G
r
31

2 r
Mas, v  logo,
T
2
 2 r  M
   G sol
 T  r

4 2 r3 M
2
 G sol
T r
Eu posso inverter os dois lados da equação sem alterar a igualdade, então:

T2 r

4 r
2 2
G M sol

4 2 r 3
T2 
G M sol
Ou ainda,

4 2
T2  r3
G M sol

𝑇 =𝐶𝑅
𝑇
=𝐶
𝑅
4𝜋
𝐶=
𝐺𝑀
4 2
Podemos concluir então que a constante de proporcionalidade é igual a e, portanto, é a
G M sol
mesma para qualquer planeta que estejamos analisando.

Exemplo:
Suponha que um novo planeta tenha sido descoberto no sistema solar e que o tempo que ele leva para
efetuar uma volta em torno do Sol é de 30 anos terrestres. Qual a relação entre a distância média Sol-
Terra e a distância média entre o Sol e esse novo planeta?
32

Exercícios Sobre Leis de Kepler

1. O período de revolução T e o raio médio R da órbita de um planeta que gira ao redor de uma
estrela de massa M satisfazem a relação (MT²)/R³ = 4  2 /G, onde G e a constante de
gravitação universal. Considere dois planetas e suas respectivas estrelas. O primeiro, o planeta
G581c, recentemente descoberto, que gira em torno da estrela Gliese581 e o nosso, a Terra,
girando ao redor do Sol. Considere o período de revolução da Terra 27 vezes o de G581c e o
raio da órbita da Terra 18 vezes o raio da órbita daquele planeta. Determine qual seria a massa
da estrela Gliese581 em unidades da massa M do Sol. Rta. 0,125M

2. No desenho abaixo as regiões limitadas pelos contornos OPS e MNS têm áreas iguais. Se T1
e T2 são os intervalos de tempo gastos para o planeta percorrer os trechos OP e MN,
respectivamente, com velocidades médias v1 e v2, o que se pode afirmar sobre a relação entre
as velocidades? E entre os períodos?

3. Marte tem dois satélites: Fobos e Deimos. Sabendo-se que Fobos, que se move em órbita
circular de raio 9.700 km, tem período de 2,75 x104 s calcule o período de Deimos, que tem
órbita circular de raio 24.300 km. Rta. 8,2x104s

4. Calcule a força gravitacional entre um rapaz de massa 70 kg que se encontra a 10 m de uma


jovem de massa 50 kg. Dado: G = 6,7x10-11 N.m²/kg². Rta. 2,345x10-9 N

5. O raio médio da órbita de Marte em torno do Sol é aproximadamente quatro vezes maior do
que o raio médio da órbita de Mercúrio em torno do Sol. Assim, a razão entre os períodos de
revolução, T1 e T2, de Marte e de Mercúrio vale, respectivamente, quanto? Rta. 8

6. A distância do centro da Terra à Lua é, aproximadamente, 60 vezes o raio da Terra. Sendo gT


o valor da aceleração da gravidade da Terra na sua superfície, a aceleração da gravidade da
Terra num ponto da órbita da Lua será de, aproximadamente: Rta. 2,78x10-4 gT
33

7. Um satélite é posto em uma órbita geoestacionária em relação à Terra. Sendo o raio da Terra
rT e o campo gravitacional na superfície da Terra g = 10 m/s², e sabendo que o satélite se
encontra a uma distância da superfície da rT Terra, qual o valor do campo gravitacional na
região que o satélite se encontra? Rta. 2,5 m/s2

8. Sendo a gravidade na superfície da Terra g = 10 m/s², qual será o valor da gravidade terrestre
na metade da distância entre o centro da Terra e a superfície? Rta. 5 m/s2

9. Dois corpos esféricos e homogêneos de mesma massa têm seus centros separados por certa
distância, que é maior que o seu diâmetro. Se a massa de um deles for reduzida à metade e a
distância entre seus centros, duplicada, o que aconteceria com o módulo da força de atração
gravitacional que existe entre eles? Rta. Será dividido por 8

10. A aceleração gravitacional na superfície de Marte é cerca de 2,6 vezes menor do que a
aceleração gravitacional na superfície da Terra (a aceleração gravitacional na superfície da
Terra é aproximadamente 10 m/s2). Um corpo pesa, em Marte, 77 N. Qual é a massa desse
corpo na superfície da Terra? Rta. 20 kg

11. Dois satélites artificiais giram em torno da Terra em órbitas de mesma altura. O primeiro tem
massa m1, e o segundo, massa 3m1. Se o primeiro tem período de 6 h, qual será o período do
outro? 6h

12. O planeta Mercúrio está distante 5,8 x 1010 m do Sol. Sabendo-se que a Terra está a uma
distância de 1,5 x 1011 m do Sol e que o seu período de revolução é de 3,2 x 107s, calcule o
período de revolução de Mercúrio. 7,6 x 106 s

13. Sendo dados a massa do Sol, M = 2 x 1030 kg e o raio médio da órbita da Terra, r = 1,5 x 1011
m, determine a velocidade orbital da Terra em torno do Sol, aplicando a expressão
v=( GM/r)1/2. (Admita G = 6,7. 10-11 N . m2/kg2).

14. Dois satélites artificiais S1 e S2 gravitam em torno da Terra, em órbitas circulares, a distâncias
respectivamente iguais a r1=R e r2=3R de seu centro. Num certo instante, a reta que liga os
centros dos satélites é tangente à órbita de S1. Determine nesse instante a
distância d entre S1 e S2. Rta: d  2 R 2
34

15. Marte está 52% mais afastado do Sol do que a Terra. Calcule em anos terrestres, o período do
movimento de revolução de Marte em torno do Sol. Rta : 1,87 anos terrestres.

16. Calcule o valor da aceleração da gravidade numa estação espacial que orbite a Terra a uma
distância de 360 km da superfície (e.g. a Estação Espacial Internacional - International Space
Station ISS). Dados raio da Terra 6,37.103 km, massa da Terra 5,97.1024 kg e Constante
Gravitacional Universal 6,67.10−11 N.m2/kg2. Rta : 8,79 m/s2.
35

3. O Sol e o Nosso Sistema Solar

Um sistema planetário nada mais é do que um conjunto de planetas que orbita uma mesma
estrela. A estrela a qual orbitamos se chama Sol e é, na verdade, uma estrela muito comum na nossa
galáxia, e por isso chamamos nosso sistema planetário de Sistema Solar.

3.1. O Sol

O Sol é maior objeto do nosso sistema solar. Sua massa corresponde à 98% de toda a massa do
sistema, ou seja, a massa de todos os planetas do sistema solar somados representa apenas 2% de da
massa total do sistema. A Figura 16 apresenta uma imagem ilustrativa do Sol com detalhes de suas
manchas que representam regiões mais frias com grande concentração de campo magnético.

Figura 16: Estrutura Solar. Fonte:


http://planetaemtemporeal.blogspot.com.br/2012/07/explosao-
solar-dificulta.html

Seu tipo espectral será estudado mais adiante com detalhes, mas podemos adiantar aqui que se
trata de uma estrela do tipo G, mais especificamente de uma G2. A Tabela 3.1 apresenta alguns dados
estatísticos importantes a respeito da nossa estrela.
36

SOL
Massa 1,989 x 1030 kg
Raio 695 500 km
Idade 4,5 Bilhões de anos
Densidade média 1409 kg/m3
Luminosidade 3,9×1026 watts
Temperatura da superfície 5800 ºC
Temperatura central 15.000.000 ºC
Período rotacional 25,67 dias Terrestres
Composição Química Básica Percentual
Hidrogênio 92,1
Hélio 7,8
Oxigênio 0,061
Carbono 0,030
Nitrogênio 0,0084
Néon 0,0076
Ferro 0,0037
Silício 0,0031
Magnésio 0,0024
Enxofre 0,0015
Resto 0,0015

Tabela 3.1: Informações estatísticas sobre o Sol.


Fonte: http://www.if.ufrgs.br/ast/solar/portug/sun.htm

Como podemos observar na Tabela 3.1, o Sol é totalmente gasoso; basicamente composto por
Hidrogênio, ou seja, esse é o combustível atual do dele. Após se esgotar essa fonte de combustível
ele passará a queimar Hélio e assim por diante até chegar ao Ferro e então passar para um novo estágio
de evolução. Estima-se que o Sol irá evoluir para uma anã branca quando sua idade atingir entre 10
e 11 milhões de anos.
Na Figura 17 é apresentado um esquema simplificado sobre a estrutura do Sol.
37

Figura 17: Estrutura Solar. Fonte: http://www.colegioweb.com.br

Podemos imaginar a Coroa como sendo a atmosfera do Sol, porém essa atmosfera possui
aproximadamente 13.000.000 km de espessura e é composta basicamente por plasma com
temperaturas acima dos 1.000.000 de Kelvin.
Uma coisa que deixou os cientistas curiosos por muito tempo e que ainda é tema de discussão
é o porquê de a coroa solar ser mais quente que sua superfície. A teoria que melhor explica isso é
campos magnéticos transportam energia para essa região fazendo com que o acúmulo de radiação
faça sua temperatura elevar-se.
A vida no nosso planeta, da forma como conhecemos, deve-se à energia provinda do Sol. No
entanto essa mesma energia que cria também tem o poder de destruir. A todo o instante ocorrem
erupções solares ejetando partículas de alta energia para o espaço (inclusive na nossa direção). A
maioria dessas tempestades solares não têm quase efeito algum sobre nosso planeta devido à Terra
possuir um campo magnético. Contudo, o Sol tem estações chamadas de máximo solar e mínimo
solar com intervalos de 11 anos. É durante os máximos solares que aumenta a probabilidade de
ocorrerem as grandes tempestades solares como a que ocorreu em Novembro de 2003 devido a uma
erupção com potência de aproximadamente 2 milhões de bombas de hidrogênio causando apagões
nas redes de transmissão de energia e pane nos sistemas de navegação de navios, aviões etc.
A primeira sonda destinada à estudar o Sol foi lançada pela NASA em 1973 e hoje, devido à
importância e influência do astro na nossa forma de vida, já são mais de 30.
Nos capítulos posteriores estudaremos, com mais detalhes o que de fato são as estrelas, os
planetas e as luas, para que possamos estudar com mais propriedade o nosso sistema planetário.
38

3.2. Planetas

Os planetas são corpos celestes compostos por materiais sólidos, líquidos, gasoso ou qualquer
combinação desses três, capaz de se manter gravitacionalmente, ou seja, manter-se numa forma única
à custa da força gravitacional.
Todos os planetas têm sua órbita principal ao redor de uma estrela e não possuem luz própria
(na frequência do visível), portanto só podem ser vistos quando refletem a luz da estrela direta ou
indiretamente.
Como estes extraordinários astros se formaram ainda é tema de pesquisa e discussão entre os
astrônomos e astrofísicos de todo o mundo, mas uma das teorias mais aceitas é conhecida como
modelo nebular. Nesse modelo os planetas teriam se formado a partir da colisão das partículas do
disco de poeira, e essas partículas foram agregando cada vez mais material, até formar planetoides.
Quando eles ficaram com uma massa grande o suficiente para terem seu campo gravitacional,
atraíram ainda mais matéria causando ainda mais colisões; apenas os maiores sobreviviam a essas
colisões, e acabavam crescendo ainda mais. Veja a Figura 18.

Figura 18: Formação de planetas. Fonte:


https://astronomiaparatodos.wordpress.com/
category/formacao-de-planetas-extrasolares/

3.2.1. Planetas anãos

Embora o nome sugira que os planetas anãos recebem esse nome por serem pequenos, esse
não é o motivo principal. O principal motivo para eles receberem esse nome é porque se encontram
numa região onde existem vários outros objetos como os asteroides que apresentam características
semelhantes aos dos planetas, porém muito menores. O planeta anão mais popular é Plutão, que já
chegou a ser considerado um planeta “normal”. Veja a Figura 19.
39

Figura 19: Plutão, o planeta anão. Fonte:


http://hypescience.com/plutao-e-planeta/

3.3. Luas

As luas são astros que possuem todas as características físicas de um planeta, porém sua órbita
principal não é uma estrela, mas sim um planeta, ou seja, enquanto os planetas orbitam as estrelas, as
luas orbitam os planetas. É evidente que as luas também orbitam a estrela, mas como um órbita
secundária. Assim como os planetas, não é bem claro qual a sua origem, mas uma das teorias diz
que elas podem ser remanescentes do próprio planeta após sofrerem colisões com outros objetos.
A nossa lua possui massa de 81 vezes menor que a massa da Terra que é de aproximadamente
6x1024 kg e está afastada de nós por uma distância de aproximadamente 385000km.
Ao contrário do que se possa pensar, a órbita da nossa lua não é perfeitamente circular, mas
sim elípticas com a Terra em um dos focos. O período se sua órbita é de 28 dias o mesmo tempo
que ela leva para dar um giro completo sobre o seu próprio eixo. Quando a Lua está em seu ponto
mais distante da trajetória ao redor do planeta Terra falamos que ela está no Apogeu. Já quando a Lua
está mais próxima ela está no seu Perigeu. Veja a Figura 20.

Figura 20: órbita lunar, o planeta anão. Fonte:


http://geoconceicao.blogspot.com.br/2012/03/movi
mentos-e-fases-da-lua.html
40

3.4. As Estrelas
As estrelas são objetos que também podem se manter gravitacionalmente e ainda possuem luz
própria provinda da queima dos materiais que as compõem. O tipo de combustível que ela está
queimando indica o seu estágio de evolução, ou seja, em que fase de sua vida ela se encontra.
As estrelas nascem, normalmente, numa nebulosa2 pelo efeito da gravidade, ou seja, partículas
de gás e poeira vão se aglomerando por causa do efeito da força gravitacional e quando a pressão
sobre essas moléculas passa a ser muito intensa elas simplesmente entram em combustão e então
nasce a estrela.
Estima-se que o nosso Sol se originou a 4,6 bilhões de anos e está afastado da Terra por uma
distância de aproximadamente 150000000 km.
O processo de evolução das estrelas, chamado evolução estelar, nós estudaremos mais
detalhadamente em capítulos posteriores.
Agora que já temos, mais claros, os conceitos de planetas, luas e estrelas, podemos tratar
efetivamente do nosso sistema solar.
Nosso sistema solar segue, basicamente, o modelo heliocêntrico proposto por Copérnico onde
os planetas possuem orbitas levemente elípticas com o sol no ocupado um dos focos dessas elipses.
É importante ressaltar aqui, que as órbitas desses planetas não são coplanares, ou seja, não estão todas
no mesmo plano ou planos paralelos.

3.5. Sistema Solar

Embora muitas bibliografias relacionem o sistema solar apenas com o nosso sol, esse é um
conceito bem mais amplo. Um sistema solar é um sistema onde uma estrela faz com que outros
corpos celestes como planetas, meteoros e cometas a orbitem devido à atração gravitacional, ou seja,
a força gravitacional exercida pela estrela sobre esses corpos celestes funciona como uma força
centrípeta que pode mudar sua intensidade ponto a ponto da orbita.
A estrela que compõem o nosso sistema solar é o Sol e é considerada uma estrela média para
pequena. Na Figura 23 apresentamos um esquema simplificado da estrutura do sistema.

2
Nebulosas são nuvens muito massivas de gás e poeira.
41

Figura 23: representação gráfica da estrutura simplificada no nosso sistema solar.

Observando a disposição dos planetas e asteroides em relação ao Sol na Figura 15 temos:


Mercúrio mais próximo seguido por Venus, Terra, Marte, o Cinturão de Asteroides, Júpiter, Saturno,
Urano, Netuno, o planeta anão Plutão o Cinturão de Kuiper e por fim, que não aparece na imagem, a
nuvem de Orth onde se originam os cometas.
Cada planeta, assim com as suas luas, será estudado com mais detalhes a seguir.

3.5.1. Mercúrio

Mercúrio é o planeta do Sistema Solar localizado mais próximo do Sol e o que se movimenta mais
rapidamente ao redor dele. Na Figura 24 podemos ver uma representação de sua aparência.
42

O planeta recebeu este nome em homenagem ao deus da mitologia romana, Mercúrio, filho
de Júpiter e Maia. Considerado deus dos ladrões, pois, ainda criança, furtou o tridente de Netuno, as
flechas do Cupido, a espada de Marte e o cinto de Vênus. Seu nome latino vinha da palavra Merces,
mercadoria; daí, considerado deus do comércio. Os gregos o chamavam de Hermes (intérprete
∕mensageiro) por ser um mensageiro celeste - que leva aos deuses as preces dos homens e aos homens
os benefícios dos deuses.
Mercúrio é basicamente composto por 70% metal e 30% silicatos (minerais que formam as
rochas) e sua atmosfera é fina e composta por cerca de 42% de hélio, 42% de sódio, 15% de oxigênio
e 1 do resto dos componentes como o potássio.
Sua superfície é semelhante à lunar por ter sofrido intensos impactos de meteoritos.
Seu núcleo é constituído por ferro: uma parte líquida outra sólida. Geólogos estimam que seu
núcleo ocupe aproximadamente 42% de seu volume enquanto que o terrestre ocupa apenas 17%. O
diâmetro do núcleo é de aproximadamente 3600Km. Cercado por um manto com aproximadamente
600Km de espessura constituído de silicatos. A grande quantidade de ferro no núcleo gera um campo
magnético quase 1% tão forte quanto o terrestre. E mais forte no hemisfério norte do que no sul, por
motivos ainda desconhecidos. Na Figura 25, temos uma representação simplificada de sua estrutura.
A região 1 representa a Crosta, a região 2 representa o manto e a região 3 representa o núcleo.
Sua densidade média é de cerca de 5,42g/cm³ sua massa total é estimada em 3,285 × 10²³ kg. Sua
distância média até o Sol é de aproximadamente 57.910.000 km e um dia mercuriano equivale a 59
dias terrestres. Um ano em mercúrio equivale a apenas 176 dias terrestres.
43

3.5.2. Venus

Vênus era conhecido pelos astrônomos da antiguidade como a estrela D´alva e estrela
vespertina. Estes astrônomos pensavam que Vênus era dois corpos distintos.
Vênus, assim chamado por causa da deusa Romana do amor e da beleza, é encoberto por grossa
camada de nuvens em turbilhões. Referem-se a Vênus irmão da terra. Ambos são similares em
tamanho, massa, densidade e volume, formam-se aproximadamente ao mesmo tempo, e
condensaram-se da mesma nebulosa. Entretanto as similaridades terminam aí. Vênus é muito
diferente da terra. Ele não tem oceanos e é envolto por uma pesada atmosfera composta
principalmente de dióxido de carbono, e sem vapor d’água. Suas nuvens são compostas de gotículas
de ácido sulfúrico. A pressão atmosférica na superfície é 92 vezes maior que a terra, ao nível do mar.
Na Figura 25 podemos ver uma representação de sua aparência.

Sua temperatura é de cerca de 482°C (900°F) na superfície. Esta alta temperatura é causada
pelo efeito estufa, e pela pesada atmosfera de CO2. A luz solar passa através da atmosfera e aquece a
superfície do planeta. O calor seria radiado para fora, mas é aprisionado pela densa atmosfera e
impedido de escapar para o espaço. Isto torna Vênus mais quente que mercúrio.
Um dia Venusiano tem 243 dias terrestres, e é mais longo que seu ano, de 225 dias. Estranhamente,
Vênus gira do leste para oeste. Para um observador em Vênus, o sol nasceria no oeste e pôr-se-ia no
leste.
44

Uma densa camada de nuvem impedia que Vênus revelasse a natureza geológica de sua
superfície aos cientistas. O desenvolvimento de telescópio de radar e sistemas de imagem orbitando
o planeta tem tornado possível ver a superfície através do patamar das nuvens.
Quatro missões bem-sucedidas na revelação da superfície de Vênus:
Missão Pioneer Vênus da NASA, a missão soviética venera 15 e 16 (1983-1984) e a missão
Magalhães de mapeamento por radar da NASA (1990-1994). Assim que estas espaçonaves
começaram a mapear o planeta, uma nova imagem de Vênus emergiu.
Geologicamente falando a superfície de Vênus é jovem, parece ter sido completamente refeita. A
topografia venusiana consiste de vasta planície coberta por fluxo de lava e montanhas ou regiões
montanhosas deformadas pela atividade geológica. Água líquida não existe na superfície. As regiões
montanhosas brilhantes podem ser compostas por complexos metálicos, estudos tem mostrado que o
material pode ser pirita (também conhecida como “ouro dos trouxas”), ela é instável nas planícies
mas pode ser estável nas montanhas.
Vênus é marcada por numerosas crateras de impacto distribuídas aleatoriamente sobre sua
superfície. Vulcões e formações vulcânicas são ainda mais numerosos, pelo menos 85% da superfície
é coberta por rochas vulcânicas.
Mais de 100.000 pequenos vulcões ponteiam a superfície junto com centenas de grandes vulcões.
A Tabela 6.3.2 mostra uma estatística resumida sobre o planeta.

Massa (kg) 4,869 x 1024


Massa (Terra = 1) 0,81476
Raio equatorial (km) 6.051,8
Raio equatorial (Terra = 1) 0,94886
Densidade média (g/cm^3) 5,25
Distância média do Sol (km) 108.200.000
Distância média do Sol (Terra = 1) 0,7233
Período de rotação (dias terrestres) -243,0187
Período Orbital (dias terrestres) 224,701
Velocidade orbital média (km/s) 35,02
Excentricidade orbital 0,0068
Inclinação do eixo (graus) 177,36
Inclinação orbital (graus) 3,394
Aceleração gravitacional equatorial na superfície (m/s2) 8,87
Velocidade equatorial de escape (km/s) 10,36
Temperatura média na superfície 482°C
Pressão atmosférica (bar) 92
45

Composição atmosférica
Dióxido de Carbono 96%
Nitrogênio 3+%
Traços de: Dióxido de enxofre, vapor d'água,
monóxido de carbono, argônio, hélio, neônio,
cloreto de hidrogênio, e fluoreto de hidrogênio.

Tabela 3.6.2: Estatística de Vênus

3.5.3. Terra

O planeta Terra é o único planeta do sistema solar no qual sabe-se que existe vida e o maior
entre os planetas sólidos (não gasosos). Na verdade, ela é um sistema formado por milhões de
organismo vivos, que possui um detalhado processo para a manutenção da vida. A existência da vida
é uma das características que a diferencia de outros planetas do sistema solar, sendo o terceiro mais
próximo do Sol, dos oito planetas que o compõem.
A área do conhecimento responsável pelo estudo da Terra, bem como, sua origem, evolução,
funcionamento e também das formas de preservação dos habitats naturais, é a Geologia.
A terra está a uma distância média do Sol de 149.600.000 km e demora 365,2564 dias para
realizar uma volta ao seu redor. Ela possui uma rotação em torno do seu próprio eixo que completa
uma volta a cada 23,9345 horas. A temperatura média na superfície terrestre é, atualmente, de 15
ºC.
O planeta Terra possui um diâmetro médio de 12.756 km e possui apenas um satélite natural;
a nossa Lua, que devido aos movimentos relativos entre ela a Terra e o Sol, possui 4 fases.
Estima-se que a Terra, assim como os demais planetas, teve origem a cerca de 4,5 bilhões de anos,
no entanto, o surgimento de vida foi a cerca 3,6 bilhões de anos segundo evolucionistas. Essa
estimativa pode ser feita através de rochas radioativas, que possuem vestígios de elementos
radioativos que se solidificaram em um determinado período, localizadas na crosta terrestre, é
possível descobrir a idade do planeta Terra. Os cálculos são feitos baseados nisso e com a descoberta
das meias-vidas dos elementos pode-se encontrar o intervalo de tempo. Mas, para que o cálculo seja
real, a amostra não pode estar contaminada com elementos radioativos estranhos.
A terra tem várias camadas internas. A crosta é a camada mais externa e onde vivemos. Ela,
junto com uma camada acima do manto, é chamada de Litosfera, que é totalmente sólida. Abaixo
existe o manto, uma camada composta de silício, ferro e magnésio. A parte mais interna é chamada
de núcleo, que tem uma parte líquida e outra sólida mesmo estando à altíssimas temperaturas. O
46

núcleo, que está em constante giro e com muitos elétrons livres, é responsável pela origem do nosso
campo magnético. Campo esse que nos protege, entre outras coisas, dos ventos solares.
A biosfera é formada por toda parte que habita vida presente no planeta. É nela que existe o
solo, o ar, a luz, os alimentos, os seres vivos e todos os elementos importantes para a sustentação da
vida. Além dela, existe a atmosfera, a litosfera e a hidrosfera.
A Terra possui uma característica importante para abrigar vida: a existência de atmosfera. A
nossa atmosfera é constituída por outras das camadas que vão desde a superfície do planeta até a parte
mais externa. É composta por vários gases, sendo o nitrogênio, oxigênio e argônio os três principais.
Ela serve para vários fins, dentre eles proteger a Terra de raios UV e prover oxigênio para a respiração
dos seres vivos animais.
Na região a Litosfera é que estão localizadas as placas tectônicas. Atualmente se tem o
conhecimento de 7 grandes placas envolvendo o planeta. Evidentemente que em cada uma dessas
grandes placas existem falhas ou fendas que permitem o escape do magma e/ou vapor d’agua.
No planeta terra existem cinco contentes que nada mais são do que áreas secas com
aproximadamente 148.647.000 km2: americano, europeu, africano, asiático e antártico. Esses cinco
continentes correspondem a 30% da superfície terrestre; os outros 70% são oceanos: atlântico,
pacífico e índico, oceano glacial ártico e oceano glacial antártico.
A Terra é redonda com pequenos achatamentos nos pólos: polo sul e polo norte e tem uma
inclinação de aproximadamente 23º. É essa inclinação que nos permite experimentar as quatro
estações: inverno, primavera, verão e outono.

As estações da Lua

À medida que a Lua viaja ao redor da Terra ao longo do mês, ela passa por um ciclo de fases,
durante o qual sua forma parece variar gradualmente. O ciclo completo dura aproximadamente 29,5
dias. Esse fenômeno é bem compreendido desde a Antiguidade. Acredita-se que o grego Anaxágoras
(˜ 430 a.C.), já conhecia sua causa, e Aristóteles (384 - 322 a.C.) registrou a explicação correta do
fenômeno: as fases da Lua resultam do fato de que ela não é um corpo luminoso, e sim um corpo
iluminado pela luz do Sol.
A face iluminada da Lua é aquela que está voltada para o Sol. A fase da lua representa o
quanto dessa face iluminada pelo Sol está voltada também para a Terra. Durante metade do ciclo
essa porção está aumentando (lua crescente) e durante a outra metade ela está diminuindo (lua
minguante). Tradicionalmente apenas as quatro fases mais características do ciclo - Lua Nova,
Quarto-Crescente, Lua Cheia e Quarto-Minguante - recebem nomes, mas a porção que vemos
iluminada da Lua, que é a sua fase, varia de dia para dia. Por essa razão os astrônomos definem a fase
47

da Lua em termos de número de dias decorridos desde a Lua Nova (de 0 a 29,5) e em termos de fração
iluminada da face visível (0% a 100%). Recapitulando, fase da lua representa o quanto da face
iluminada pelo Sol está na direção da Terra. A Figura 3.6.3 mostra o sistema Sol-Terra-Lua como
seria visto por um observador externo olhando diretamente para o polo sul da Terra.

Figura 3.6.3: Esquema do sistema Sol-Terra-Lua

O círculo externo mostra a Lua em diferentes posições relativas em relação à linha Sol-Terra,
assumidas à medida que ela orbita a Terra de oeste para leste (sentido horário para um observador
olhando para o pólo sul). O círculo interno mostra as formas aparentes da Lua, em cada situação,
para um observador no hemisfério sul da Terra.

As quatro fases principais do ciclo são:

Lua Nova:

 Lua e Sol, vistos da Terra, estão na mesma direção


 A Lua nasce 6h e se põe 18h.

A Lua Nova acontece quando a face visível da Lua não recebe luz do Sol, pois os dois astros estão
na mesma direção. Nessa fase, a Lua está no céu durante o dia, nascendo e se pondo aproximadamente
junto com o Sol. Durante os dias subsequentes, a Lua vai ficando cada vez mais a leste do Sol e,
portanto, a face visível vai ficando crescentemente mais iluminada a partir da borda que aponta para
48

o oeste, até que aproximadamente 1 semana depois temos o Quarto-Crescente, com 50% da face
iluminada.
Lua Quarto-Crescente:

 Lua e Sol, vistos da Terra, estão separados de 90°.


 a Lua está a leste do Sol e, portanto, sua parte iluminada tem a convexidade para o
oeste.
 a Lua nasce meio-dia e se põe meia-noite

A Lua tem a forma de um semicírculo com a parte convexa voltada para o oeste. Lua e Sol, vistos da
Terra, estão separados de aproximadamente 90°. A Lua nasce aproximadamente ao meio-dia e se põe
aproximadamente à meia-noite. Após esse dia, a fração iluminada da face visível continua a crescer
pelo lado voltado para o oeste, até que atinge a fase Cheia.
Lua Cheia

 Lua e Sol, vistos da Terra, estão em direções opostas, separados de 180°, ou 12h.
 a Lua nasce 18h e se põe 6h do dia seguinte.

Na fase cheia 100% da face visível está iluminada. A Lua está no céu durante toda a noite, nasce
quando o Sol se põe e se põe no nascer do Sol. Lua e Sol, vistos da Terra, estão em direções opostas,
separados de aproximadamente 180°, ou 12h. Nos dias subsequentes a porção da face iluminada passa
a ficar cada vez menor à medida que a Lua fica cada vez mais a oeste do Sol; o disco lunar vai dia a
dia perdendo um pedaço maior da sua borda voltada para o oeste. Aproximadamente 7 dias depois, a
fração iluminada já se reduziu a 50%, e temos o Quarto-Minguante.
Lua Quarto-Minguante

 a Lua está a oeste do Sol, que ilumina seu lado voltado para o leste
 a Lua nasce meia-noite e se põe meio-dia
49

3.5.4. Marte

Marte é o quarto planeta em distância em relação ao Sol e pode ser visualizado sem ajuda
de telescópio do planeta Terra. Tem uma atmosfera rarefeita e assemelha-se à Terra em vários
aspectos. Sua atmosfera é formada de elementos tais como: gás carbônico, nitrogênio, argônio e
oxigênio. A temperatura média de Marte é de aproximadamente 59 graus célsius negativos. Nos
últimos anos tem sido o planeta mais estudado por agências espaciais do mundo todo, pois existem
planos de buscar algum tipo de vida em marte e também projetos futuros e estudos para colonizar
Marte. Grande parte destes projetos espaciais pertence a NASA. A Figura 28 é uma representação
de como seria a superfície do planeta.

Figura 28: representação gráfica de Marte.

No ano de 2000, surgiu a primeira evidência de que havia água em Marte. Foram encontrados sinais
de erosão no território marciano, indicando a existência de canais de água no subsolo marciano. Também
foram encontradas amostras de gelo em Marte. Estes indícios aumentaram a esperança de que,
futuramente, a NASA poderia enviar naves espaciais tripuladas para Marte, com o objetivo de colonizar
o planeta vermelho. A água seria essencial para este propósito.
As sondas enviadas pela NASA já fotografaram e examinaram milhares de substâncias em solo
marciano. Após análises de diversos cientistas do mundo todo, ainda não podemos afirmar com
segurança sobre a existência de vida em Marte. A existência de água em território marciano abre uma
grande possibilidade dessa teoria ser comprovada, já que a água é a principal fonte para a existência de
vida. Novos estudos e projetos poderão futuramente esclarecer mais sobre este polêmico tema.
A cor avermelhada de Marte se dá devido ao fato da existência de grandes quantidades de silicatos
(minerais) em reação com o oxigênio, estes minerais oxidam (enferrujam), ficando com a cor vermelha.
50

A distância do Sol até marte está estimada numa média de 228.000.000 km. A duração do ano
marciano é de 687 dias terrenos e o seu dia dura 24h36min terrenos. Seu diâmetro é de
aproximadamente 6.794 km e cerca uma massa de 0,107 vezes a massa da Terra. Marte possui duas
luas conhecidas: Fobos e Deimos que significam medo e pavor na língua grega antiga e que não se
parecem nada com nossa lua. Fobos e Deimos parecem mais com meteoros capturados pela gravidade
do planeta. A velocidade média da orbita de Marte é de 24,13 km/s e cerca de 96% da atmosfera do
planeta Marte é composta por dióxido de carbono.
A duração do ano no planeta Marte é equivalente 687 dias, quase o dobro de tempo de um ano no
planeta Terra, isso devido o planeta estar mais afastado do sol em relação a Terra, e demorar mais tempo
para fazer o movimento de Translação, que é exatamente a volta que os planetas dão ao redor do Sol.
Já a duração do dia no Planeta vermelho, tem a duração de 24h e 37 minutos, que é o tempo que leva
para Marte fazer seu movimento de rotação, ou seja, dar uma volta em torno do seu próprio eixo.
Marte tem a inclinação do seu eixo muito parecido com o da terra, de 25.19º, por isso que o planeta
também tem estações do ano
Comparando o ano de Marte, com o ano da Terra, poderíamos dizer que se existisse marcianos em
Martes eles fariam aniversario a cada um ano e onze meses.
O clima desse planeta é o mais parecido com a Terra. No verão de Marte que a temperatura chega
perto de 20o e no inverno pode chegar a -140 ºC.
Marte, assim como a Terra, possui calotas polares. Elas mostram variações muito nítidas e periódicas.
No inverno de um hemisfério a camada de gelo torna-se bastante extensa podendo atingir o meio do
caminho entre o polo e o equador. Com o auxílio dos radiômetros infravermelhos das sondas Mariner
concluiu-se que a temperatura da superfície da calota é de (-132 ºC) ou seja, a temperatura de
condensação do CO2, isto quer dizer que os polos são recobertos por CO2 sólido, ou seja, neve carbônica.
A atmosfera de Marte é bem menos espessa que a nossa, é constituída principalmente de anidrido
carbônico (50%) e vapor d'agua, sendo que a quantidade de oxigênio corresponde a um milésimo da
quantidade existente na Terra. Sabe-se que há uma interação entre os elementos do solo e da atmosfera.
Apesar da baixa densidade e pouca pressão atmosférica (equivalente à pressão atmosférica da Terra a
30 km de altitude), registrou-se em Marte vendavais que cobriam todo a superfície do planeta de poeira,
com ventos de até 240 km/h.
Esse é único planeta além da Terra que podemos falar sobre clima. Os pesquisadores que se dedicaram
à constante observação de Marte puderam distinguir estações climáticas semelhantes às terrestres.
Podemos comparar o clima equatorial de Marte com uma montanha muito alta em dia claro e seco.
O calor durante o dia é pouco amenizado pelas nuvens e neblina. E à noite é rápida a irradiação do calor
absorvido durante o dia, para o espaço fazendo muito frio. A amplitude térmica do dia para a noite e de
uma estação para outra são muito grandes.
51

Marte possui uma atmosfera bem menos espessa que a terrestre e é formada principalmente de 50%
de anidrido carbônico e vapor d'agua. A quantidade presente de oxigênio é de 1 milésimo à existente na
Terra.
Existe em Marte uma interação entre os elementos da atmosfera e da superfície. Apesar da pouca
pressão atmosférica (equivalente à 30 km de altura na Terra), os ventos podem ultrapassar 270 km/h e
cobrir toda a superfície com poeira.
Redemoinhos, como o da imagem ao lado, fotografado pelo robô Spirit, são comuns na superfície
(clique para animar).
As estações do ano são semelhantes à nossa, e levando em consideração que o ano marciano tem
aproximadamente o dobro de dias que o ano terrestre, cada estação dura aproximadamente seis meses
terrestres.
O clima equatorial marciano se assemelha ao de uma montanha alta em dia claro e seco, onde durante
o dia o calor quase não é amenizado pelas nuvens e neblina. Durante a noite, a irradiação do calor
absorvido durante o dia é muito rápida, fazendo muito frio. A amplitude térmica entre o dia e a noite são
muito altas.
No Verão em Marte, a temperatura média atinge -36 ºC antes do nascer do dia. Pela tarde, atinge os
-31 ºC, por vezes a média pode chegar aos -4,5 ºC e são raras as temperaturas superiores a zero graus,
mas que podem alcançar os 20 ºC ou mais no equador.
No entanto, a temperatura mínima pode baixar até aos -80ºC.
No Inverno, as temperaturas caem até aos -130 ºC nos pólos e chega mesmo a nevar. Mas trata-se de
neve carbônica, já que o carbono é o principal constituinte da atmosfera.
A temperatura mais baixa registada em Marte foi de -187 ºC e a mais alta, em pleno verão e quando
o planeta se encontrava mais próximo do Sol, foi de 27ºC.
Sua superfície é composta principalmente de óxidos de ferro, o que dá a cor característica do planeta
(Ocre-Alaranjado).
Cientistas da NASA divulgaram imagens no ano passado que mostram fortes indícios de ter agua
liquida em marte
Acredita-se que que essas linhas mais escuras seriam por onde a agua em forma liquida percorre nas
estações mais quentes, o fluxo dessa agua cresce e se aprofunda no verão, mas depois encolhe e some
no inverno. Essas linhas também estão associadas a depósitos de sal, que podem alterar os pontos de
congelamento e evaporação da água, fazendo com que ela fique líquida por tempo suficiente para se
mover. Sem isso, a água congelaria nas baixas temperaturas do planeta, foram detectados os seguintes
sais hidratados — clorato de magnésio, perclorato de magnésio e perclorato de sódio.
52

Um artigo publicado na revista especializada "Science" por cientistas da NASA já anunciava que
"em algum momento" existiu em marte um oceano tão extenso quanto o ártico o planeta era úmido e
havia água o bastante para cobrir completamente a superfície até uma profundidade de 137 metros.

3.5.5. Júpiter

Em 1609, quando Galileu juntamente de Simon, aponta um telescópio ao céu, com o intuito de
observar um corpo celeste que lhe chamava a atenção, observa as 4 grandes luas de Júpiter: Io,
Europa, Ganímedes e Calisto, observa corpos celestes circundando um astro que não fosse a Terra, o
que ajudou a apoiar a teoria de Nicolau Copérnico de que o nosso planeta não era o centro do
Universo.
O telescópio usado por galileu possuía uma capacidade de aumento de 20 vezes, este foi terminado
em torno de novembro por ele mesmo. Júpiter é um nome dado pela mitologia, que representa o rei
dos deuses, Zeus.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar e o quinto a partir do Sol, ele recebeu o nome do
rei dos deuses da mitologia romana — correspondente a Zeus na mitologia grega.
Esse grande planeta gasoso só não é uma estrela como o Sol porque a quantidade de massa não é
suficiente para elevar a pressão e a temperatura dos gases a ponto de produzir grandes reações
nucleares. Ele é quase um mini sistema solar, já que se houvesse se tornado um sol, ele teria ao seu
redor luas que possuem características necessárias para serem consideradas planetas. Júpiter está
diminuindo e liberando calor, e estimasse que ele já foi muito maior do que é hoje.
Ao se observar da terra Júpiter é o 4.º objeto mais brilhante do céu (depois do Sol, da Lua e de Venus;
por vezes Marte é mais brilhante). Não se sabe se existe uma superfície sólida em Júpiter, o que
podemos observar são somente suas nuvens.
As características mais óbvias em Júpiter são as bandas alternadas de nuvens brancas e
coloridas, zonas e cintos. Até agora, ninguém sabe o que dá às nuvens as cores que eles têm, mas os
cientistas têm teorias sobre por que existem as listras. As nuvens no marrom avermelhado "cintos"
são mais profundas, coberto por neblina nevoeiro do tipo grosso. Estes cintos e zonas também estão
alinhados com campo de vento forte de Júpiter, o que pode conduzir a formação de nuvens. Na
Tabela 3.6.5 estão apresentados alguns dados estatísticos do planeta.

Pressão atmosférica 70 kPa


Massa (kg) 1.900 e^27
53

Raio equatorial (km) 71.492


Densidade média (g/cm³) 1,33
Distância do sol 778.330.000
Período de rotação/orbital 9h54m21s/12ª
Inclinação do eixo (grau) 3,13
Gravidade Equatorial 22,88 m/s²
Temperatura média (nuvens) -121°C
Pressão atmosférica (Bars) 0,7

Hidrogênio ~86%
Hélio ~14 %
Metano 0.1%
Vapor de água 0.1%
Amoníaco 0.02%
Etano 0.0002%
Fosfeno 0.001%
Sulfureto de Hidrogênio 0.0001%

Tabela 3.6.5: Dados estatísticos do planeta Júpiter

Podemos ver na Figura 3.6.5 uma imagem que mostra qual a aparência da “superfície” de
Júpiter. Evidente que devemos nos lembrar que esse é um planeta gasoso!

Figura 3.6.5: O planeta Júpiter

Este planeta possui uma camada de nuvens de, aproximadamente, 50 km de profundidade,


estas produzem ventos de 100 m/s. Estas nuvens são conhecidas por “Faixas” as mais claras, e
“Cinturões” as mais escuras.
54

Acredita-se haver nuvens de água abaixo das nuvens visíveis, sendo estas responsáveis pelos
raios produzidos no planeta.
No ano de 2000 os cientistas observaram a formação da “Grande Mancha Vermelha Junior”,
pela junção de outras tempestades que coloração branca, porém muito menor que a gigante.
Apesar de difíceis de serem observados, Júpiter possui anéis. Os anéis de Júpiter são tão
fracos e tênues que eles só são visíveis, quando vistos por trás de Júpiter e iluminadas pelo Sol, ou
diretamente visto no infravermelho onde o brilho se torna fraco. Diferente dos anéis de saturno eles
são compostos de pequenas partículas de poeira.
Os anéis de Júpiter são formados a partir de partículas de poeira arremessadas por impactos
de micro-meteoritos em pequenas luas internas de Júpiter e capturados em órbita. Os anéis também
são constantemente reabastecidos com a poeira das luas (erupções e etc.) para existir, já que Júpiter
acaba por atrair para si o que já nos anéis.
Júpiter possui auroras em seus polos que segundo a explicação da NASA, “as auroras boreais são
criadas quando partículas de alta energia entram na atmosfera de um planeta perto dos polos e colidem
com átomos de gás”. Além do tamanho ser maior, as auroras de Júpiter também são centenas de vezes
mais energéticas que as terrestres. E, ao contrário das encontradas nos polos da Terra, as auroras de
Júpiter nunca cessam.
Enquanto na Terra as auroras mais intensas são causadas por tempestades solares - quando as
partículas carregadas “chovem” sobre a atmosfera, energizando gases -, Júpiter tem uma fonte
adicional para as auroras: uma magnetosfera 20 mil vezes mais forte que a do nosso planeta.
O campo magnético de Júpiter é o segundo mais poderoso do sistema solar, ele é tão forte e
imenso que consegue confrontar as ondas solares e se espalhar até 7 Milhões de quilômetros em
direção ao sol e quase alcança Saturno, na direção contrária. Sua força perto do da atmosfera alcança
entre 10 a 12 Gauss, em comparação com o da terra que é de apenas 0,5 Gauss.
Para que fosse possível saber tanto sobre júpiter foram feitas várias missões para compreender
melhor este gigante, as primeiras missões “nos anos 70 as sondas Pioneer 10 e 11 e as Voyager 1 e 2
recolheram informações valiosas sobre o campo magnético de Júpiter”, afirma Jack Connerney do
Centro Goddard da NASA, vice-investigador principal da Juno e líder da equipa dos magnetómetros.
Connerney colabora com o investigador principal da missão, Scott Bolton, no Instituto de Pesquisa
do Sudoeste em San Antonio, Texas. "Mas as sondas anteriores orbitaram por entre as luas de Júpiter;
Juno, uma sonda polar, será a primeira missão de mapeamento magnético em Júpiter."
O nosso conhecimento de Júpiter está ainda “à flor da pele”, afirma Scott Bolton (South West
Research Institute, San António, Texas, E.U.A.), investigador principal da sonda Juno. Mesmo a
sonda Galileo, que penetrou na nuvens de Júpiter em 1995, só conseguiu penetrar até 0,2% do raio
do planeta. Júpiter possui 66 satélites naturais, Os nomes dos satélites de Júpiter são figuras
55

mitológicas que participam da vida de Zeus (principalmente suas amantes). Júpiter possui
aproximadamente 66 satélites, sendo os 4 principais: Io, Europa, Ganímedes, Calisto.
A lua de Io (Ninfa ou princesa), provem de uma das paixões de Zeus (que corresponde ao
deus romano Júpiter).Possui pelo menos 12 vulcões ativos expelindo lava. Cientistas acreditam que
a lava em um desses vulcões atinge temperaturas de mais de 1700 graus Celsius.
Io possui um diâmetro de 3643 quilômetros e uma massa de 8,93×10²² quilos(Kg). Encontra-se à 778
milhões de quilômetros do Sol Io é a lua galileana mais interna de Júpiter, com tamanho
aproximadamente igual da nossa Lua, e é o único lugar no Sistema Solar (além da Terra) onde foram
observados vulcões ativos.A primeira de uma série de erupções maciças foi detectada pela câmera de
infravermelho (NIRC2) ligada ao telescópio Keck II, no topo de Mauna Kea, no Havaí.
Durante a gravação das erupções que ocorreram no hemisfério sul da lua, no dia 15 de agosto de
2013, os pesquisadores viram a erupção mais brilhante acontecer na caldeira chamada Rarog Patera,
que produziu cerca de 50 quilômetros quadrados de lava, em um fluxo de 30 metros de espessura.
Essa quantidade de lava seria suficiente para cobrir a Ilha de Manhattan, em Nova York.
A NASA afirma que Europa umas das luas de Júpiter é um dos lugares mais provável de
existir vida fora da Terra. A quantidade de Oxigênio e Hidrogênio é suficiente para a formação de
vida. Ela tem outros elementos favoráveis como gás carbônico, água oxigenada e enxofre. Os
cientistas querem saber se a produção do hidrogênio na Europa se da na mesma forma que na Terra.
Em 2020 a NASA planeja lançar uma sonda equipada para estudar melhor esta lua.
A lua de Ganímedes possui um diâmetro aproximado de 5.262 quilômetros, sendo o maior
satélite natural do Sistema Solar, e o único que possui um campo magnético próprio, por conta de seu
núcleo de ferro fundido. Por outro lado, o campo magnético de Ganímedes está atrelado ao campo
magnético de Júpiter. Auroras polares podem ser vistas em Ganímedes, existem provas de uma tênue
atmosfera constituída por oxigênio em Ganímedes.
Ganimedes é muito mais fria que a Terra, com temperaturas de dia variando de -183 a -113 graus
Celsius. O dia de Ganímedes é de 7 dias terrestres, e leva o mesmo tempo para orbitar Júpiter uma
vez.
Calisto é a segunda maior lua de Júpiter, a terceira maior no sistema solar e tem
aproximadamente a mesma dimensão de Mercúrio. Orbita logo acima da principal cintura de
radiações de Júpiter. Calisto é o satélite com mais crateras do sistema solar. A crusta é muito antiga
e foi formada há cerca de 4 bilhões de anos, pouco depois da formação do sistema solar. As maiores
crateras foram apagadas pelo fluxo da crusta gelada ao longo dos tempos geológicos.
Encontrou-se em Calisto duas enormes bacias de impacto de anéis concêntricos. A maior cratera de
impacto é Valhalla. É uma região central brilhante que tem 600 quilómetros de diâmetro, e os anéis
56

estendem-se até 3000 quilómetros de diâmetro. A segunda bacia de impacto é Asgard. Mede cerca de
1600 quilómetros de diâmetro. Esta lua possui um núcleo de rocha e gelo, com uma de gelo no
meio e uma superfície feita de rocha.
57

3.5.6. Saturno

Saturno é o sexto planeta a partir do Sol e o segundo maior do Sistema Solar. Este planeta é grande
o suficiente para comportar 760 Terras dentro dele, com uma massa equivalente a 95 vezes a massa do
nosso planeta e é apenas menos massivo do que Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. A Figura

Figura 30: representação gráfica de Saturno.

Um gigante gasoso, Saturno é composto principalmente por hélio e hidrogênio — além de metano,
amônia, etano e outros elementos em menores quantidades e é o planeta com a menor densidade do Sistema
Solar. Seu núcleo é entre 10 e 20 vezes mais massivo do que o núcleo da Terra, e, aparentemente, além de
quente e sólido, ele é composto por ferro e material rochoso. Esse primeiro núcleo parece estar envolto por
um segundo composto provavelmente por água, metano e amônia, que, por sua vez, é coberto por uma
camada de hidrogênio metálico líquido altamente comprimido seguida por uma área de hélio e hidrogênio
viscoso que, próxima à superfície de Saturno, se torna gasosa e se mistura à atmosfera do planeta.
As “listras” douradas são provocadas por ventos extremamente rápidos que chegam a alcançar 1,8
mil quilômetros por hora na altura do equador de suas camadas atmosféricas mais altas combinados com o
calor que sobe a partir do interior do planeta. Além disso, depois de Júpiter, Saturno é o planeta que gira
mais depressa em todo o Sistema Solar, completando uma revolução a cada 10,5 horas, aproximadamente.
Devido ao fato desse planeta não possuir superfície, sua atmosfera gira em camadas e cada camada
com uma velocidade diferente, portanto não é possível estabelecermos apenas um valor para seu período.
No entanto, com base em sinais de rádio emitidos por ele e captado pela sonda Voyager estimou-se uma
média de 10 horas, 39 minutos e 22,4 segundos Terrestres para seu período.
Seus polos são mais achatados e o equador mais largo; mais precisamente, a circunferência em seu
equador é 13 mil quilômetros maior do que a circunferência medida a partir dos polos e os cientistas
sugerem que isso ocorre justamente devido às mudanças no seu período.
58

Até o momento são catalogadas cerca de 62 luas de Saturno, sendo que a maior e mais conhecida é
a lua Titan, segunda maior lua do sistema solar, sendo menor apenas que Ganímedes3.
A Tabela 3.6.6 traz alguns dados técnicos sobre Saturno que são úteis para comparação com os
demais planetas do nosso sistema solar.

Tabela 3.6.6: Fonte - http://humantouchofchemistry.com/a-tale-about-the-frigid-lakes-of-


titan.htm

Seus anéis são remanescentes da formação do próprio planeta e/ou objetos capturados por sua
gravidade e foram observados pela primeira vez em julho de 1610. No princípio Galileu achou que os anéis
fossem grandes luas, mas na continuação de sua pesquisa ele percebeu que não tinham comportamento de
luas. Apenas em 1655, o cientista holandês Christiaan Huygens respondeu à pergunta que tanto tinha
intrigado Galileu, quando olhou através de um telescópio mais sofisticado. Ele concluiu que os astros eram,
na verdade, anéis finos o suficiente para aparentemente sumir quando vistos em sua borda.

3.5.7. Urano

3
Ganímedes é uma das luas de Júpiter.
59

A astronomia é considerada a ciência mais antiga. Existem provas que até mesmo os nossos
ancestrais mais antigos, aqueles que viveram na chamada "idade da pedra", usaram recursos
astronômicos para estabelecer certas rotinas para suas vidas (PEREIRA et al., 2003).
Os gregos deram o nome de planeta a alguns astros que se movimentam contra um fundo de
"estrelas fixas", verificados em observações noturnas. Estes planetas eram a Lua, Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno, além do Sol, que também tem um movimento diferente daquele das estrelas.
Porém há muitos séculos que a Lua não é mais chamada de planeta (RODRIGUES, 2008).
Durante a era moderna, foram descobertos outros planetas. O primeiro planeta descoberto
nesta era foi Urano, esta descoberta foi realizada pelo astrônomo inglêsWilliam Herschel, com o
auxílio de um telescópio (PEREIRA et al., 2003; RODRIGUES, 2008).
Atualmente sabe-se que Urano é o sétimo planeta a partir do Sol e o terceiro maior em
extensão no sistema solar. Seu diâmetro é quatro vezes maior e sua massa é quinze vezes maior que
a da Terra (Figura 1). A distância média de Urano até o Sol é de 3 bilhões Km e até a Terra é de 2.72
bilhões Km. O planeta Urano é também considerado o mais frio de todo o sistema solar, com médias
de temperatura entorno de -200ºC (PEGORIM, 2014). A Figura 3.6.7 ilustra um comparativo entre
Urano e a Terra em termos de volume.

Figura 3.6.7: comparativo Terra-Urano em termos de volume.


60

Urano se diferencia dos demais planetas por ter um eixo de rotação muito inclinado (quase 98º), o
que faz com que ele gire quase deitado em relação aos outros planetas e rotaciona no sentido contrário à
maioria dos planetas, ele gira de leste para oeste (PENEDO, 2005). Veja a Figura 3.6.7.1.

Figura 3.6.7.1: Comparação do eixo de rotação de Urano em relação à Jupter, Sturno e


Netuno. Fonte: PENEDO, 2005.

Na prática, essa diferença de rotação gera estações do ano (primavera, verão, outono, inverno)
muito longas. Em Urano, cada parte do planeta é iluminada por 21 anos, então, cada estação dura 21
anos. A duração de um dia em Urano corresponde a 17 horas e 54 minutos terrestres e um ano de Urano
equivale a 84 anos da Terra.
Na figura 3.6.7.2 podemos ver uma representação gráfica de aparência de Urano.

Figura 3.6.7.2: Representação gráfica de Urano


61

Urano é basicamente composto por hidrogênio (83%), hélio (15%), metano (2%), acetileno (menos
de 2%) e alguns outros hidrocarbonetos. Sua estrutura pode ser dividida em três partes: núcleo, manto e
atmosfera (Figura 4).

 Núcleo: Composto por rochas e grande quantidade de gelo.


 Manto: Composto por água congelada e gasosa, amônia e metano.
 Atmosfera: Composta por nuvens de metano congelado. A coloração azul é devido a presença de
metano na atmosfera. Pressão atmosférica : 1.2 bar
O sistema de anéis de Urano foi descoberto em 1977 pelos astrônomos James Elliot,Edward
Dunham e Douglas Mink, através de uma ocultação estelar, que revelou a existência de quatro anéis
estreitos e bem delimitados.Posteriormente, entre os dados enviados após a passagem da sonda Voyager II
por Urano em 1986 estavam a descoberta de mais seis anéis estreitos.Compostos principalmente por
partículas macroscópicas e alguma poeira, por isso, são muito estreitos e só são vistos através de
instrumentos especiais.

Atualmente conhecemos 13 anéis do planeta Urano. O anel mais próximo de Urano está a cerca de
39.600 km de distância do centro do planeta, enquanto que o mais afastado está a 97.700 km de distância
(SFAIR, 2013).
Urano possui 23 satélites naturais girando ao seu redor, muito mais do que a Terra, que conta apenas
com um: a Lua (SFAIR, 2013).
Esses satélites são compostos de gelo e rocha. Alguns têm vales profundos e muitos buracos grandes
chamados crateras. Os cinco principais satélites de Urano são: Oberon, Titânia, Ariel, Umbriel e Miranda.
Titânia é conhecida como a maior lua de Urano, sua descoberta se deu em 1787 por Wiliam
Herschel. Sua composição é de gelo com cerca de 50%, 30% silicatos e 20% de compostos orgânicos
perto de metano (ASTRONOO, 2013; SFAIR, 2013).
O satélite Oberon foi descoberto em 1787 por Wiliam Herschel, é o mais distante do planeta
Urano e o segundo maior em tamanho. Sua composição é de cerca de 50% gelo, 30% silicatos e 20%
composta por metano, carbono e nitrogênio. Oberon apresenta sua superfície coberta de crateras,
indicativos de uma atividade interna muito baixa.
O satélite Umbriel é a terceira maior lua de Urano. Descoberto em 1851 por Wiliam Herschel.
É composto principalmente de gelo de água, 20% de gelo de metano e o restante de silicatos. Umbriel
é o satélite mais escuro e menos geologicamente ativo satélite de Urano (ASTRONOO, 2013; SFAIR,
2013) (Figura 10).
62

Descoberto em 1851 por Wiliam Herschel, é atualmente classificado como o quarto maior
satélite de Urano. Sua composição baseia-se em 505 de gelo de água, 30% de silicatos e 20% gelo de
metano (ASTRONOO, 2013; SFAIR, 2013).
Foi descoberta em 1948 por Gerald Kuiper, é classificada como a menor e a mais curiosa lua
de Urano. A baixa densidade Miranda diz que ele contém silicatos e compostos orgânicos derivados
do metano, tudo rodeado por gelo de água. Apresenta montanhas que chegam a 24 km de altitude e
os vales cerca de 16 km de profundidade, e uma atividade geológica intensa (ASTRONOO, 2013;
SFAIR, 2013).
63

3.5.8. Netuno

Netuno é o oitavo planeta mais distante do Sol, o terceiro maior em massa (1,024×1026 kg) e
o quarto maior em diâmetro (cerca de 49.572 km).
Este planeta guarda a honra de ser o primeiro cuja existência foi deduzida por cálculos
matemáticos antes da observação ótica. Desde o fim do século XVIII se suspeitava que um corpo
estranho estava alterando a trajetória prevista de Urano, até então o planeta mais distante conhecido.
Ao estudar o movimento deste astro, o astrônomo inglês John C. Adams (1819-1892), em Cambridge,
e seu colega francês Urbain Le Verrier (1811-1877), em Paris, descobriram, cada qual por si, que as
alterações da órbita de Urano se deviam à influência de um astro ainda mais afastado do Sol. Embora
Adams e Le Verrier tivessem concluído os cálculos praticamente juntos, não tiveram a mesma sorte
na divulgação dos resultados.

Figura 3.5.8: Imagem ilustrativa de Netuno

As observações do astrônomo inglês, enviadas ao Observatório Real de Greenwich, não foram


levadas a sério. Já Le Verrier comunicou suas conclusões ao Observatório de Berlim. Ali, na noite de
23 de setembro de 1846, o alemão Johann Galle (1812-1910) viu o planeta Netuno pela primeira vez.
Por sugestão de Le Verrier, Netuno, que possuía uma cor azul esverdeada, recebeu o nome da versão
romana do deus grego do mar, originalmente Poseidon. A Figura 3.5.8 apresenta uma imagem
ilustrativa do objeto.
Trata-se de um planeta predominantemente gasoso e sua composição é provavelmente similar
à de Urano: várias camadas de gelos e rocha com cerca de 15% de hidrogénio e um pouco de hélio.
Tal como Urano, mas ao contrário de Júpiter e Saturno, poderá não ter camadas internas distintas,
mas sim uma estrutura mais ou menos uniforme em composição. É também mais provável ter um
núcleo pequeno de material rochoso. A sua atmosfera é principalmente formada por hidrogénio e
hélio, com pequenas quantidades de metano.
64

Sua cor azul de é largamente o resultado da absorção da luz vermelha pelo metano na
atmosfera e reflexão da cor azul, mas poderão existir ainda outros elementos por identificar que dão
às suas nuvens o rico tom azul.
Como um típico planeta gasoso, Netuno tem ventos rápidos confinados a bandas de latitude e
grandes tempestades ou vórtices. Os ventos neste planeta são os mais rápidos do Sistema Solar,
chegando aos 2000 km/h.
Na altura do encontro com a Voyager 2, a característica mais proeminente em Netuno era a
Grande Mancha Escura no hemisfério Sul. Tem cerca de metade do tamanho da Mancha Vermelha
de Júpiter. Os ventos de Netuno empurravam a Mancha para Oeste a 300 metros por segundo. A
sonda também observou uma outra mancha mais pequena no hemisfério Sul e uma pequena nuvem
irregular que percorre Netuno em cada 16 horas, agora conhecida como "scooter".
No entanto, observações com o Hubble em 1994 mostram que a Grande Mancha Escura
desapareceu. Uns meses mais tarde o Hubble descobriu uma nova mancha escura, desta vez no
hemisfério Norte de Netuno. Isto indica que a sua atmosfera muda rapidamente, talvez devido às
ligeiras mudanças na temperatura entre o topo e as partes mais baixas das nuvens.
O campo magnético de Netuno é muito parecido com o de Urano, ou seja, inclinado de 50
graus com o eixo de rotação do planeta e deslocado do centro da metade do raio. Uma teoria para
explicar tais campos é a localização de correntes elétricas no interior do planeta. No caso da Terra os
movimentos do fluido de níquel e ferro derretidos do núcleo geram as correntes e consequentemente
o campo magnético. Em Júpiter e Saturno, o hidrogênio metálico é que conduz a corrente elétrica e
gera o campo. Porém, em Urano e Netuno há uma quantidade maior de gelo e menos hidrogênio do
que em Júpiter, por isso é possível que os núcleos desses dois planetas sejam relativamente isolantes.
Mas um “dínamo” elétrico ainda opera no interior desses planetas, só que ao redor do núcleo e não
no interior. Isso pode explicar o fato de o campo não passar pelo centro do planeta. A explicação de
como isso ocorre é provavelmente uma interação muito complexa entre os fluidos do interior dos dois
planetas e suas rotações.
A densidade média de Netuno é cerca de 1.638 g/cm³ e a pressão atmosférica, cerca de 100-
300 kPa. Sua órbita oval-elíptica mantém o planeta a uma distância média do Sol de quase 4.500
bilhões de km, (para ter uma ideia a luz do sol leva cerca de 8 min para atingir a Terra, para atingir
Netuno leva cerca de 4 h e 18 min) isso faz com que sua temperatura superficial seja muito baixa: por
volta de -210 °C. No entanto o centro deste planeta possui temperaturas altíssimas, podendo chegar
a 7000°C.
O ano de Netuno tem cerca de 165 anos terrestres e a duração do dia é de cerca de 15 h e 40
min.
65

Netuno tem 14 luas conhecidas, sendo que a maior delas é Tritão (cerca de 2700 km de
diâmetro). Essa lua é extremamente fria (cerca de -235 ºC). Tritão é a única lua esférica de Netuno,
as outras 13 luas (Nereida, Despina, Galatea, Larissa, Náiade, Proteus, Thalassa, Laomedeia,
Halimede, Sao, Neso, Psamathe e a S/2004 N 1) do planeta têm formato irregular.
Embora não sejam muito visíveis, os anéis de Netuno existem. Eles não são uniformes, mas
possuem pequenos maciços brilhantes de poeira chamados arcos. Acredita-se que esses anéis sejam
relativamente jovens e de curta duração.
66

3.5.9. Plutão

Em 1906, Percival Lowell, fundador do Observatório Lowell, iniciou um grande projeto de


procurar um possível nono planeta, que ele chamou de Planeta X. Depois da morte de Lowell, a busca
pelo Planeta X ficou parada até 1929, quando Vesto Melvin Slipher atribuiu a tarefa de achar o Planeta
X a ClydeTombaugh, que tinha acabado de chegar ao Observatório Lowell. Mas foi em fevereiro de
1930 que Tombaugh descobriu um possível objeto em movimento em fotografias tiradas em 23 de
janeiro e em 29 de janeiro daquele ano. As notícias da descoberta foram telegrafadas para o Harvard
College Observatory em 13 de março de 1930.
O Observatório Lowell, que tinha o direito de nomear o novo planeta, recebeu mais de 1000 de
sugestões do mundo inteiro, mas foi o nome sugerido por Venetia Burney (mais tarde Venetia Phair),
uma menina de onze anos de Oxford. Venetia era interessada em mitologia clássica assim como em
astronomia, e escolheu o nome do deus romano do submundo, Plutão, adequado para um objeto
presumivelmente escuro e gelado.
Plutão é o segundo maior planeta anão do sistema sola observado até os tempos atuais e a
distância até a Terra é de 4,3 bilhões de quilômetros, aproximadamente. Até o ano de 2006 ele era
classificado como um planeta, mas depois foi “rebaixado” a planeta anão por se encontrar numa
região denominada de Cinturão de Kuiper onde há muitos outros objetos semelhantes a ele. Nessa
mesma região foi observado outro planeta anão, que inclusive é 27% maior que Plutão, chamado Iris.
Plutão possui um diâmetro equatorial de 2.284 km e uma massa é de (1.305±0.007)×1022 kg. A
Figura 3.6.9 mostra como é a aparência de Plutão visto de perto.

Figura 3.6.9: Imagem de plutão

Sua rotação é de 6 dias e 9 horas terrestres, ou seja, é o tempo necessário para plutão dar uma volta
em torno de seu próprio eixo. Plutão leva 248 anos terrestres para completar uma órbita em volta do
67

Sol. As suas características orbitais são bastante diferentes das dos planetas, que seguem uma órbita
quase circular em redor do Sol próximo a um plano horizontal chamado eclíptica. A órbita de Plutão
(figura 4) é altamente inclinada em relação à eclíptica (mais de 17°) e excêntrica. Devido a essa
excentricidade, uma pequena parte da órbita de Plutão está mais próxima do Sol do que a de Netuno.
Então como estes dois planetas não se chocam? O mecanismo mais significante que evita Plutão e
Netuno colidirem é a ressonância orbital de 3:2 que há entre eles, ou seja, a cada três órbitas que
Netuno faz em torno do Sol, Plutão faz duas. Então, os dois objetos voltam às suas posições iniciais
e o ciclo de 500 anos continua. Esse padrão repete-se, em cada ciclo de 500 anos.
Observações de Plutão feitas pelo telescópio Hubble estimam uma densidade entre 1,8 e 2,1
g/cm3, sugerindo uma composição interna de aproximadamente 60% de rocha e 40% de gelo. Sua
superfície é composta por 98% de azoto congelado. Como a decadência de minerais radioativos
eventualmente iria aquecer os gelos o suficiente para as rochas se separarem deles, cientistas esperam
que a estrutura interna de Plutão seja diferenciada, com o material rochoso estabilizado num denso
núcleo cercado por um manto de gelo. Sendo assim seria possível que o aquecimento continue
atualmente, criando uma camada de oceano líquido de 100 a 180 km de profundidade no núcleo.
Plutão possui cor na tonalidade entre o marrom claro e o amarelo, vaja a Figura 3.6.9.1.

Figura 3.6.9.1: Imagem de plutão

A atmosfera de Plutão consiste em uma fina camada de azoto (nitrogênio), metano e gases de
monóxido de carbono, que são derivados dos gelos dessas substâncias na superfície. Na proporção de
90% de azoto, 9,9% de metano e 0,1% de monóxido de carbono.
A sua pressão superficial varia de 6,5 a 24 bar. A órbita alongada de Plutão tem um grande
efeito na sua atmosfera: conforme Plutão se distancia do Sol, a sua atmosfera congela gradualmente,
e cai na superfície, e quando ele se aproxima do Sol, a temperatura na sua sólida superfície aumenta,
causando a sublimação dos gelos superficiais. Isso cria um efeito ante estufa; a sublimação arrefece
a superfície de Plutão.
68

Plutão possui três satélites naturais conhecidos: Caronte, descoberto em 1978 pelo astrónomo
James Walter Christy, e outras duas luas menores, Nix e Hidra, ambas descobertas em 2005. As luas
de Plutão estão estranhamente perto de Plutão, em comparação com outros sistemas.
Plutão e a sua maior lua, Caronte, são às vezes considerados um planeta binário porque o
baricentro de suas órbitas não se encontra em nenhum dos corpos. É possível que a UAI ainda faça
uma definição de planeta binário, que provavelmente classificará Plutão e Caronte como um planeta
anão binário.
69

4. Unidades de Medida

Neste Capítulo estudaremos as unidades de medias mais utilizadas quando se estuda


astronomia ou astrofísica. Dentre elas as principais são a unidade astronômica, o ano luz e o parsec.
4.1. Unidade Astronômica (UA)

A unidade astronômica é mais utilizada quando estamos trabalhando com objetos dentro do
sistema solar. Ela representa a medida entre o centro da Terra e o centro do Sol. Veja a Figura
21.

Figura 21: representação de uma


unidade astronômica.

4.2. Ano Luz

O ano luz representa a distância que um objeto teria percorrido de ele viajasse com a

velocidade da luz que é de aproximadamente 3 105 km .


s

4.3. Parsec (pc)

Essa é uma unidade de medica muito utilizada quando se estuda astronomia ou astrofísica
extragaláctica. Como podemos ver na Figura 22, 1pc equivale à distância que um observador deveria
se encontrar pra que visse a distância entre o Sol e a Terra por um ângulo de 1 segundo de arco.
Em termos de conversão de unidades 1pc equivale a 3,08  1016 m ou a 3,26 anos  luz .

Figura 22: representação gráfica da definição da unidade de


medida conhecida como parsec.
70

5. Determinação de Distâncias
Basicamente existem duas formas de estimar distâncias quando se trata de medidas
astronômicas: determinação de distância por paralaxe trigonométrico e por paralaxe
espectroscópica.
Na Figura 23 podemos ter uma noção de como usar o método da paralaxe
trigonométrica.

Estando num ponto sobre a Terra apontamos um telescópio para o objeto ao qual
queremos medir a distância e anotamos o ângulo que o telescópio faz com uma tangente à
Terra passando pelo pondo da observação. Passado um determinado tempo repetimos o
procedimento e comparando os resultados montamos um triângulo para determinar a
distância. Esse método é mais utilizado para determinação de objetos próximos.
O método do paralaxe espectroscopia já é um pouco mais complicado e basicamente
segue a seguinte sequência:
a) Constrói-se um diagrama HR de calibração, usando-se estrelas próximas cuja distância
é conhecida pela paralaxe trigonométrica;
b) Analisa-se o espectro de uma estrela, e determina-se o seu tipo espectral e classe de
luminosidade;
c) Usa-se o diagrama HR para se determinar a luminosidade da estrela;
d) Mede-se o fluxo aparente ou magnitude usando-se um fotômetro.;
e) Calcula-se a distância a partir da relação:

L
F
4 d 2
Onde d é distância que queremos determinar, F é o fluxo de energia e L é a luminosidade.
71

6. A Magnitude
Atualmente, quando olhamos para as estrelas, fica difícil de sabermos qual está mais distante
e qual a mais brilhante. Isso acontece porque como se trata de grandes distâncias fica difícil de
sabermos se uma estrela aparenta ser mais brilhante porque ela realmente é mais brilhante ou porque
simplesmente ela está mais próxima que as outras. Na antiguidade, por volta de 150 a. C., os
astrônomos quando viam uma estrela brilhar mais que a outra eles diziam que esta possuía uma maior
magnitude, pois nessa época achava-se que todas as estrelas se encontravam à mesma distância de
nós. Mais ou menos nessa época um astrônomo chamado Hiparco mediu a posição das estrelas e
dividiu elas em 6 classes de acordo com sua magnitude. As mais brilhantes ele agrupou na classe 1
e assim as chamou de estrelas de magnitude 1 e as menos brilhantes são as de magnitude 6.
Posteriormente, Tycho Brahe as classificou numa escala de tamanho, já que as de maior magnitude
também eram as de maior diâmetro e as de menor magnitudes as de menor diâmetro. Tycho Brahe
concluiu que as estrelas de magnitude 1 tinha um diâmetro que representavam 2 minutos de arco.
Como já vimos anteriormente, por volta do Século XIX, os astrônomos perceberam que as
estrelas não ficavam fixas numa esfera celeste e, portanto, tinham distâncias diferentes até a Terra.
Nesse momento se deram por conta que todas as observações realizadas por Hiparco e Tycho Brahe
eram APARENTES. Surgiu aí então a necessidade de associar a magnitude aparente medida por
Hiparco com uma medida física mais consistente que é o fluxo de energia. Em 1856 o astrônomo
chamado Pogson propôs uma escala de magnitude que usamos até os dias atuais. Esta é uma escala
não linear, mais precisamente logarítmica que associa magnitude aparente com fluxo de energia:

m  2,5 logF   C

6.1. Magnitude Absoluta

É a magnitude teórica que o objeto teria se estivesse a uma distância de 10pc do observador.
Seria o brilho intrínseco do objeto. Matematicamente podemos calculá-la da seguinte forma:

M  2,5 logF10 pc 

ou
m  M  5 logr   5

Onde r representa a distância real do objeto ao observador. Sua medida deve ser dada em parsec.
72

7. As Galá xias
De uma forma geral, podemos dizer que uma galáxia é um aglomerado de estrelas, gás e poeira
se mantém girando ao redor de um mesmo núcleo devido a atração gravitacional.
Basicamente podemos separar as galáxias em três classes: elípticas, espirais e irregulares.

7.1. Galáxias Elípticas

Usualmente chamadas de Early Type essas são galáxias que não apresentam os clássicos braços
espirais. Achava-se que toda a galáxia elíptica era uma evolução de uma galáxia espiral, porém
diversos trabalhos de pesquisa mostraram que isso não é verdade, mas mesmo assim o nome
permanece. A Figura 7.1 representa uma imagem real de uma galáxia elíptica.

Figura 7.1: Galáxia Elíptica.

As galáxias elípticas são subdivididas de acordo com sua elipsidade, indo da elipsidade zero
(E0) até a elipsidade sete (E7). Geralmente as galáxias elípticas não possuem mais formação de
estrelas, pois todo o gás já foi convertido em estrela num passado distante.

7.2. Galáxias Espirais

Ao contrário das elípticas, as galáxias espirais são aquelas que apresentam braços espirais com
muito gás que ainda formam estrelas. A Figura 7.2 é uma representação de uma galáxia espiral.

As galáxias espirais são subdivididas conforma o grau de enrolamento dos braços espirais e
Figura 7.2: Representação de uma galáxia espiral
também quanto ao tipo de núcleo, ou seja, se seu núcleo tem forma de barra ou não.
73

Quanto ao grau de enrolamento dos braços, as aquelas que possuem os mais enrolados são da
classe a e as menos enrolados são da classe c. A Figura a seguir é um bom resumo do que discutimos
até então sobre galáxias.

Irregulares
Os índice B indica que são barradas e a Via-Láctea pode se classificada como uma galáxia do
tipo SBb, ou seja, uma galáxia espiral do tipo b e barrada.
Como o próprio nome já diz, as galáxias irregulares são aquelas que não possuem forma definida.

8. Aglomerados Estelares

Como o próprio nome sugere, um aglomerado estelar é um aglomerado de estrelas unidas por
um campo gravitacional comum. Os aglomerados estelares podem conter centenas ou até milhares
de estrelas, no entanto, nada comparado ao número de estrelas contidas em uma galáxia. Apenas em
nossa galáxia existem milhares de aglomerados estelares, ou seja, comparado às galáxias os
aglomerados estelares são muito pequenos e não possuem um núcleo como é o caso de uma galáxia.
Os aglomerados podem ser classificados em dois tipos: Globulares Abertos e Globulares Fechados.

8.1. Aglomerados Globulares Abertos

Nesse tipo de aglomerados contêm, de forma geral, apenas algumas centenas de estrelas e
essas, embora ligadas gravitacionalmente, se mantém mais dispersas. Um aglomerado estelar bem
conhecido e fácil de reconhecer no nosso céu noturno são as Plêiades. Veja na imagem a seguir:
74

Plêiades: Aglomerado Estelar Aberto

8.2. Aglomerados Globulares Fechados

Esse tipo de aglomerado é composto por milhares ou dezenas de milhares de estrelas que se
mantém relativamente próximas quando comparadas às estrelas de uma aglomerado globular aberto.
Um dos mais famosos aglomerados desse tipo é o Aglomerado Ômega Centauri. Veja a imagem
abaixo:

Ômega Centauri: Aglomerado Globular Fechado


75

Exercícios

1. Qual o nome do terceiro planeta, a partir do Sol, do nosso sistema solar?


2. Qual a estrela mais próxima do planeta Júpiter?
3. Em todo o universo é comum encontrarmos planetas orbitando estrelas. Já vimos também
que em nosso sistema solar os planetas descrevem orbitas elípticas. Onde demora mais para
se passar um ano: na Terra ou em Marte? Explique.
4. As Luas são corpos celestes que orbitam um planeta. Quantas luas têm o planeta Venus?
5. Qual a diferença entre um planeta e uma lua?
6. O que é um exoplaneta?
7. Por que vimos sempre a mesma face da nossa Lua?
8. Por que o planeta Vênus é mais quente que o planeta Mercúrio se Mercúrio está mais próximo
do Sol do que Vênus?
9. De acordo com suas morfologias, qual a diferença entre a Terra e Urano?
10. Como já vimos, todos os corpos que possuem massa se atraem com uma força denominada
de força gravitacional. Seguindo esse raciocínio explique o porquê dos planetas não “caírem”
todos no Sol.
11. Por que o cinturão de asteroides não se juntou gravitacionalmente dando origem a um novo
planeta?
12. Quais os tipos de galáxias que existem? Qual diferença entre elas?
13. Nosso sistema solar encontra-se na periferia de uma galáxia que recebeu o nome de Via –
Láctea. A que grupo de galáxia ela pertence (qual o tipo de galáxia ela é)?
14. Como podemos diferenciar um aglomerado estelar de uma galáxia?
15. Em sua opinião, porque foram criadas as unidades astronômicas de medidas?
16. O que é o parsec (pc)?
17. O que significa dizer que a galáxia Andrômeda está a 2500000 anos-luz de nós? (não vale a
resposta: quer dizer que ta muito longe!)
18. Qual seria a distância de Andrômeda em parsec?
19. A galáxia NGC5044 é uma galáxia que se encontra à uma distância de 36 Mpc de nós. Quanto
tempo seria necessário para chegar lá viajando numa nave na velocidade da luz? (despreze os
efeitos relativísticos).
20. Sabendo-se que a luz do Sol demora 8 minutos para chegar até nós, calcule a distância que
ele se encontra.
76

21. O planeta anão Plutão está a uma distância de aproximadamente 40 UA do Sol. Quanto tempo
a luz demora em sair do Sol e chegar ao planeta Plutão? (considere 1 UA = 150000000 Km)
22. Tente explicar como funciona a determinação de distância por paralaxe trigonométrica.
77

9. Reflexão da Luz
9.1. Superfície Plana
Quando jogamos uma bola de tênis contra uma parede de tijolos notamos que ela é refletida
com um ângulo idêntico ao ângulo com que ela incidiu, porém formado do lado oposto à normal à
superfície. Este fenômeno ocorre também com as ondas, inclusive as ondas eletromagnéticas. A
Figura abaixo representa um feixe de luz incidindo e sendo refletido.

 '

Experimentalmente foi possível comprovar que  e  ' possuem o mesmo valor. Isso explica
o porquê só é possível enxergarmos uma pessoa pelo retrovisor de um caro se ela também puder nos
ver. Além dos ângulos de incidência e reflexão terem o mesmo valor, tanto o raio incidente quanto
o refletido e a reta (imaginária entre eles) normal ao plano de incidência possuem ao mesmo plano,
ou seja, são coplanares. Matematicamente a lei da reflexão pode ser expressa na seguinte forma:
 '

9.2. Superfícies Esféricas


78

Uma superfície esférica refletora pode ser côncava (reflete pela parte de dentro) ou convexa
(reflete pela parte de fora), no entanto as regras são basicamente as mesmas do que aquelas da
superfície plana, pois o ângulo de reflexão ainda tem que ser igual ao ângulo de incidência. Para
determinarmos esses ângulos vamos utilizar uma técnica bem básica que é primeiro traçar uma
normal à superfície no ponto de contado e a partir dessa tangente traçarmos o ângulo de reflexão que
o raio forma com ela baseando-se no ângulo de incidência. Veja as Figuras a seguir.

 Normal

'

Espelho convexo


Normal

'

Espelho côncavo

9.3. Formação de imagem por espelhos


79

Como já vimos um raio refletido forma com a normal, o mesmo ângulo que o raio incidente,
então o raio que incide perpendicularmente sobre um espelho plano terá sua reflexão sobre si mesmo.
Vejamos a Figura abaixo que representa um espelho plano:

espelho

'

objeto imagem

p i
0

p  i

Neste caso as linhas “cheias” representam os raios incidentes e refletidos pelo espelho plano
e as linhas tracejadas representam o segmento das mesmas. É importante não confundirmos as linhas
tracejadas com raios refratados, pois devemos lembrar que neste momento estamos considerando a
reflexão total. Analisando esta Figura podemos perceber que a imagem se forma “atrás” do espelho,
na mesma distância que o objeto e tem o mesmo tamanho e orientação do objeto que a gerou. Neste
caso dizemos que a imagem é virtual, direita e do mesmo tamanho. Este é o caso mais simples, pois
não importa onde posicionarmos um objeto em frente a um espelho plano, as características a imagem
produzida serão sempre as mesmas citadas acima.
Para os espelhos esféricos s regras são basicamente as mesmas dos espelhos planos, ou seja,
o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão. Contudo, como o espelho é esférico, devemos
traçar uma tangente em cada ponto que o raio incide no espelho. Vejamos a figura a seguir.
80

Como podemos perceber na Figura acima, todo raio que incide paralelo ao eixo é refletido
passando pelo foco, assim como o raio que passa pelo foco é refletido paralelo. Também é fácil
concluirmos que todo raio que incidir diretamente no vértice será refletido formando o mesmo ângulo
de incidência com o eixo. Outra conclusão fácil de fazermos levando em conta mais uma vez a lei
da reflexão é que todo o raio que passar pelo centro do espelho será refletido sobre ele mesmo.
Usando estas propriedades podemos analisar três situações de formação de imagem com base na
Figura 4.3: primeiro colocando o objeto à esquerda do ponto c, depois a colocando entre c e f e por
último colocando-a entre f e V. Com o auxílio de um régua, realize a tarefa sugerida acima.
Como já vimos também, um espelho esférico é dito convexo quando a parte polida é a parte
de externa na esfera. Como não poderia ser diferente, os espelhos convexos também seguem as
regras da reflexão. Vejamos a Figura 4.4.
81

10. Refração Luz


10.1. Lentes planas

Quando colocamos um lápis dentro de um copo de água ficando parte dele submerso e parte
para fora do copo temos a impressão de que o lápis está partido. Esse fenômeno chamado de refração
ocorre porque a velocidade da luz muda ao mudarmos o seu meio de propagação. Veja a Figura
abaixo.

Assim como na reflexão, o raio incidente e o refratado também são coplanares. Na literatura esta
constatação é conhecida como a primeira lei da refração. A segunda lei da refração nos da uma
relação entre os ângulos de incidência e o de refração. Essa relação também é conhecida como Lei
de Snell.

10.2. Lentes esféricas

Como já vimos um feixe de luz ao passar de um meio para outro com índices de refração diferentes
sobrem um desvio na sua direção de propagação devido à mudança na sua velocidade de propagação.
Quando o meio mais refringente for transparente e sua superfície de fronteira for curvilínea,
chamamos de lente.
As lentes podem convergir ou divergir os feixes incidentes dependendo de sua forma. Entre
as diversas formas de lentes que existem vamos estudar mais detalhadamente duas delas: a lente
biconvexa e a bicôncava.
Uma lente biconvexa é formada a partir de dois arcos de circunferência que se interseccionam,
como representado na Figura a seguir.
82

Vamos analisar o esquema da Figura 4.3 que representa passo-a-passo cada refração sofrida
por um raio de luz incidente numa lente biconvexa com índice de refração maior que o meio externo:

N1
n1

n2
N2

Como n 2  n1 podemos perceber que o raio incidente se aproxima da normal quando entra na
lente e se a fasta dela quando sai da lente. Com isso, seguindo o caminho do raio, fica claro que há
uma convergência. Contudo devemos sempre estar atentos, pois se n1  n 2 ela se tornará uma lente
divergente. Para não precisarmos desenhar, toda vez, uma lente convergente usa-se um símbolo
padrão mostrado na Figura 4.4.

f V f'

Uma lente bicôncava também é formada a partir de dois arcos de circunferência, porém não a
partir da intersecção das esferas, mas sim do espeço deixado por elas quando colocadas próximas.
Veja a Figura a seguir:
83

Como a curvatura é invertida à curvatura das lentes biconvexas, se n 2  n1 podemos perceber


que o raio incidente se aproxima afastam da normal quando entra na lente e se a aproximam dela
quando sai da lente. Com isso, seguindo o caminho do raio, fica claro que há uma divergência e com
isso a imagem não será formada diretamente pelo raio incidente, mas sim pelo seu segmento
(representado com linhas tracejadas na Figura 4.6). Dessa forma toda imagem formada será virtual.

Sua representação é:
84

10.3. Formação de imagem

As regras são muito semelhantes às dos espelhos:


1º - Um raio que incide diretamente no vértice passa sem que haja qualquer alteração;
2º - Um raio que incide perpendicularmente na lente, paralelo ao eixo principal, é refratado
para o foco;
3º - Um raio que incide na lente, passando pelo foco, é refratado te tal forma que segue seu
caminho ótico paralelo ao eixo principal.

f V f'

Nesse caso da, a imagem formada é real, maior e invertida. Ela é real porque é formada pelos
raios reais de luz que atravessam a lente e invertida pois está de “cabeça para baixo.

f' V f

Neste caso a imagem é dita virtual, direita e menor. Virtual porque é formada por um raio
virtual.
85

11. Telescó pios

11.1. Telescópios Refratores

11.2. Telescópios Refletores

11.3. Aberrações: cromática e esférica

11.4. Catadióptrico

11.5. Tipos de focos: Newtoniano, Cassegrain, Coudé e Nasmyth

11.6. Telescópio espacial Hubble

11.7. Telescópio espacial Chandra

11.8. Radiotelescópios

11.9. Observação com Catadióptrico


86

Referências

FARIA, Romildo. Fundamentos de Astronomia. São Paulo: PAPIRUS, 2008.

FRIAÇA, Amâncio. Astronomia - Uma Visão Geral do Universo. São Paulo: EDUSP, 2008.

HORVARTH, J. E. O ABCD da Astronomia e Astrofísica. São Paulo: Ed. Física, 2008.

Bibliografia complementar:

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos mitos da criação ao big-bang. São Paulo:
Companhia das letras, 1997.

MOURÃO, Ronaldo. O Livro de Ouro do Universo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2008.

OLIVEIRA FILHO, Kepler e SARAIVA, Maria de Fátima. Astronomia e Astrofísica. São Paulo:
Livraria da Física, 2000.

SÁ, Nuno. Astronomia Geral. São Paulo: Escolar, 2005.

VIEIRA, Cassio Leite. Einstein: O reformulador do universo. São Paulo: Odysseus, 2009.

Você também pode gostar