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VIDA E OBRA DE AMÍLCAR LOPES CABRAL

Amílcar Cabral nasceu em Bafatá, Guiné-Bissau, a 12 de Setembro de 1924 e foi morto


a 23 de Janeiro de 1973. Filho de Juvenal Cabral e Iva Pinhel Évora, Cabral foi poeta,
agrónomo, fundador do PAIGC e “pai” da independência conjunta de Cabo Verde (5
Julho de 1975) e Guiné-Bissau (24 de Setembro de 1973).
Assassinado a 24 de Janeiro de 1973 na presença da sua mulher Ana Maria em Conacry,
Amílcar Cabral assume uma figura de destaque no continente Africano, como um dos
líderes mais influentes. O autor dos disparos foi Inocêncio Kani, guerrilheiro do
PAIGC.
O primeiro disparo atinge o líder do PAIGC no fígado. Cabral senta-se no chão e tenta
conversar, mas o segundo disparo de metralhadora atinge-o mortalmente na cabeça
provocando a sua morte imediata.
Após a morte de Cabral e sobre o comando de Sekou Touré, presidente da Guiné
Conacry, foi constituída uma comissão internacional para apurar às circunstâncias
envolventes da morte do líder do PAIGC. Os conspiradores foram presos e entregues
aos militantes do PAIGC, que prossegue ao fuzilamento dos mesmos.
Em 1932 Amílcar Cabral muda-se com a família para a ilha de Santiago, Cabo Verde
onde vive grande parte da sua infância e juventude, na localidade de Santa Catarina.
Entra para o liceu em S. Vicente no ano de 1937-38, onde completa em 1944 os seus
estudos secundários.

Amante do desporto, em S. Vicente, Amílcar Cabral foi secretário do “Boavista Futebol


Clube” entre 1944-45. Após terminar o liceu em São Vicente obtém uma bolsa de
estudos para o Instituto Superior de Agronomia e viaja para Portugal em 1945-46, onde
acaba por conhecer e casar, em 1946, com a sua primeira mulher Maria Helena de
Ataíde Vilhena Rodrigues.

Em Portugal, Cabral participou activamente na luta anti-fascista conjuntamente com


outros estudantes africanos. Foi militante do Movimento de Unidade Democrático da
Juventude (MUDJuvenil) da qual afastou por divergências em relação às questões
coloniais.

Amílcar Cabral sempre defendeu os seus ideias de libertação das colónias africanas de
uma forma muito activa, assim sendo, em 1948-51 foi eleito presidente do Comité da
Cultura da Casa dos Estudantes do Império (CEI), secretário-geral em 1950 e em 1951
vice-presidente da CEI.

Conjuntamente com outros estudantes africanos (Francisco José Tenreiro e Mário Pinto
de Andrade) cria em Lisboa, o Centro de Estudos Africanos, em 1951. Em 1956, com
Viriato da Cruz e outros africanos fundam o PLUA – Partido da Luta Armada Unida
dos Africanos.
Mais tarde em Bissau, cria o PAI – Partido Africano da Independência, que mais tarde
viria a chamar-se PAIGC – Partido Africano para a Independência de Cabo Verde e
Guiné-Bissau.

Em 1952 regressa a Bissau, onde trabalha no posto experimental de Pessubé e realiza o


recenseamento agrícola, o que viria a servir de base a preparação da estratégia da luta
armada em 1963. Na Guiné-Bissau, Amílcar Cabral casa, em Maio de 1965, com a sua
segunda esposa Ana Maria Foss de Sá.

Amílcar Cabral manteve contactos com comandante Ernesto “Che” Guevara em 1965 e
com Fidel Castro em Escambray e Havana em 1966, para discutir pormenores da ajuda
cubana ao PAIGC, numa altura em que o PAIGC já controlava metade do território
Guineense.
No dia 1 de Julho de 1970 o Papa Paulo VI recebe em audiência Amílcar Cabral
(PAIGC), Agostinho Neto (MPLA) e Marcelino dos Santos (FRELIMO). No mesmo
ano Cabral recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Lincoln, Estados
Unidos da América

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