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Profª Maria da Glória Almeida Batista – 2021.

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Hiperemese
• Condição clínica de alto risco que se caracteriza por vários episódios de vômitos,
os quais podem gerar graves alterações hidroeletrolíticas e nutricionais para a
gestante.
• Fatores predisponentes: níveis elevados no primeiro trimestre de gonadotrofina
coriônica, aumento dos níveis de estrógeno e progesterona e insuficiência relativa
de adrenocortical. Existem também os fatores psicossomáticos e os alérgicos.
• Manifestações clínicas: perda de peso, alcalose metabólica (devido à perda do
suco gástrico), acidose (devido à diminuição do aporte nutricional) e desidratação.
• Condutas de enfermagem: discutir as angústias com a paciente oferecendo apoio,
instruir quanto à alimentação fracionando-a, orientar a paciente a não ficar de
estômago vazio ou consumir alimentos ácidos. Ela deve ser orientada também a
ingerir alimentação leve e usar o medicamento antiemético prescrito.
Hiperemese – moderado a grave
• Hospitalização
• Instalar e manter um cateterismo venoso para administrar líquidos e eletrólitos,
administrar sedativos, antihistamínicos e antieméticos, se necessário e prescrito,
oferecer gargarejo com frequência, servir alimentos quentes, evitar alimentos
gordurosos, manter ambiente ventilado, retirar os pratos ao término da refeição,
realizar balanço hídrico, controlar ingestão de líquidos e o volume da diurese,
observar sinais de agravamento da doença como: febre alta, delírio, hemorragia da
retina, taquicardia, taquipneia e oligúria.
• Controle frequente dos sinais vitais e, em casos extremos, pode-se introduzir a
nutrição parenteral (NPP).
• Os diagnósticos de enfermagem são: nutrição menor que as necessidades
corporais, volume de líquido deficiente e náusea.
Pós datismo e Gravidez prolongada
• A gestação entre 40 e 42 semanas é chamada de pós-datismo, já a gravidez prolongada
assim é chamada quando a gestação atinge ou ultrapassa 42 semanas. A função da
placenta atinge seu pico em média nas 36 semanas de gestação, portanto, a gravidez
prolongada pode ser classificada em fisiológica (quando não há disfunção placentária)
e patológica (quando há insuficiência da placenta que compromete o feto).
• Quanto à incidência, constata-se que mortalidade perinatal é até três vezes maior em
gravidez prolongada, ocorre em maior número em primíparas com mais de 35 anos de
idade e em gestantes com complicações como hipertensão e isoimunização Rh.
Pós datismo e Gravidez prolongada -
complicações
• Distocia de apresentação (de nádegas ou face)
• Desproporção cefalopélvica (após a DPP o feto continua crescendo e a falta de
encaixe e desproporção acaba atrasando o desencadeamento do trabalho de parto),
disfunção placentária (feto nasce menor do que o esperado) e morte fetal pela
insuficiência da placenta.
TPP
• Trata-se do início do trabalho de parto antes das 37 semanas de gestação. O
nascimento prematuro, isto é, antes da hora, ainda é um problema da obstetrícia, sendo
que 2/3 dos casos são de ordem espontânea.
TPP – diagnóstico
• O diagnóstico não é simples de ser feito, pois se baseia nas contrações uterinas,
dilatação e esvaecimento cervical.
• A decisão de se prolongar a gestação deve ser analisada de maneira cuidadosa para que
se leve em consideração os riscos por meio de uma análise das condições materno
fetais.
• Para inibir as contrações, a gestante deve ser internada e mantida em repouso no leito e
tratar a sua causa.
TPP – diagnóstico
• Alguns exames devem ser feitos, entre eles: ultrassom (IG e/ou crescimento fetal),
cardiotocografia fetal (para a viabilidade fetal), amniocentese (quando houver dúvida
quanto à maturidade fetal ou à presença de corioamnionite), urina tipo I, cultura de
urina, exame bacterioscópico e cultura do conteúdo vaginal (devido às infecções).
• A conduta neste tipo de caso é: hospitalização da paciente, repouso em DLE,
cateterismo venoso contínuo, administração de medicamentos conforme prescrição,
que podem ser sedativos, ringer lactato e corticoidoterapia (entre 28 e 34 semanas).
Deve-se observar também se há rotura de membranas amnióticas, avaliar dinâmica
uterina de maneira regular, avaliar alterações do colo uterino e realizar controle regular
do BCF.
AMNIORREXE PREMATURA
• Trata-se da rotura das membranas amnióticas de maneira espontânea com saída de
líquido, às vezes, discreta por isso pode ser confundida com perdas vaginais habituais.
A amniorrexe causa um risco de infecção ovular ou dilatação do colo do útero de
maneira precoce, o que leva ao trabalho de parto prematuro.
AMNIORREXE PREMATURA - diagnóstico
• O diagnóstico é feito por meio de anamnese, exame especular com ampla e minuciosa
observação do colo, sendo que podem ser realizados testes com o líquido. Pode ser
feito também por meio do exame de ultrassonografia, que diagnostica o oligoâmnio ou
anidrâmnio (ausência de líquido).
AMNIORREXE PREMATURA - conduta
• No caso de feto imaturo: manter repouso absoluto no leito, orientar abstinência sexual
e duchas ou banhos de imersão, orientar e alertar a paciente a respeito de contrações
uterinas, controlar temperatura e pulso várias vezes ao dia, orientar a respeito do
aspecto do líquido amniótico (por exemplo, com mecônio), realizar cardiotocografia a
cada dois dias, evitar toque vaginal e requisitar exames como leucograma,
coagulograma, proteína C reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS).
• No caso de feto maduro: providenciar hospitalização, reduzir o número de toques,
controlar temperatura, controlar BCF, controlar dinâmica uterina, observar sinais e
sintomas de infecção, administrar corticoide para a maturidade fetal, realizar profilaxia
com antibiótico prescrito, observar aspecto do líquido e observar se não há prolapso de
cordão.
ÓBITO FETAL INTRAUTERO
• Trata-se da morte do feto ainda dentro do útero. É importante conhecer a causa para
evitar que se repita.
ÓBITO FETAL INTRAUTERO - causas
• Causas maternas: hipertensão arterial, nefropatia, hipertensiva específica da gestação
(DHEG), diabetes, incompatibilidade do fator Rh e diversos tipos de infecções.
• Causas ovulares: malformações, algumas patologias de uma artéria umbilical, infecção
amniótica, placenta prévia, DPP, gravidez prolongada com anóxia.
• Causas obstétricas: anóxia por qualquer patologia, hipertonia uterina, gemelaridade,
intercorrências no parto etc.
ÓBITO FETAL INTRAUTERO - diagnóstico
• O diagnóstico se faz pela ausência de BCF e por meio do exame clínico, incluindo:
ausência de BCF e movimentos fetais, útero relaxado, discordância entre tamanho do
útero e idade gestacional, acavalgamento dos ossos do crânio, líquido avermelhado à
amnioscopia ou amniocentese. O ultrassom e a cardiotocografia também são utilizadas
para a confirmação.
ÓBITO FETAL INTRAUTERO - conduta
• Tentar manter a bolsa amniótica íntegra o maior tempo possível, administrar
misoprostol via oral ou via vaginal, conforme prescrição (normalmente 200 mcg em
fundo de saco posterior com até quatro administrações em um intervalo de quatro
horas). Após a expulsão, encaminhar pedido de exame anatomopatológico e
bacteriológico da placenta e encaminhar pedido de necropsia fetal.
• Oferecer à paciente apoio psicológico, observar se existe lactação e providenciar
medicação para inibi-la, assim como preparar o enfaixamento mamário. Se não houver
a completa expulsão, a paciente deve ser levada ao centro obstétrico para que se faça a
curetagem e retirada de restos placentários, quando necessário.

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