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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR


ENSINANDO E APRENDENDO

ESTUDO DE CASO EM ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO

 Leia, atentamente o caso abaixo e analise-o dentro da perspectiva da Teoria da


crise e planeje a sua intervenção de Aconselhamento psicológico através da
perspectiva psicológica de sua preferência.
 Com relação à Teoria da crise, fale sobre a classificação descritiva e etiológica da
crise, os sentimentos predominantes, os riscos, a medida de prevenção e os
objetivos da prevenção na crise.
 Com relação à Teoria de aconselhamento psicológico faça o seu planejamento
o qual deverá conter os objetivos do aconselhamento e atitudes/estratégias do
aconselhador.

CASO 1: Dados de Identificação:


Nome:HLC Idade: 35 anos Sexo: masculino Naturalidade:Fortaleza-Ce
Estado civil: casado Escolaridade: 2o grau Profissão: empresário
Religião:católico
Entrevista inicial: L procurou o serviço de aconselhamento encaminhado por um
amigo afirmando que nunca fizera tratamento psiquiátrico ou psicoterápico. Tinha uma
loja de material de construção e, há seis meses, a perdeu bem como todo o capital
que nela investira e na construção de um prédio de apartamentos. A perda de seus
bens deveu-se a seu sócio, um engenheiro, que o enganou e fugiu. Diante disso, o pr.
não se conformara em ter perdido o que alcançara com o trabalho árduo de 13 anos
de vida. “Agora, como explicar às pessoas que haviam comprado os apartamentos?
Como iria sustentar sua família? Não fizera faculdade, não tinha profissão, pois há
muito tempo tinha seu próprio negócio” (sic). Estava desesperado! Tinha dois filhos
para criar e sua mulher não poderia arcar com todas as despesas. Aliás ele sempre
achou que ela não deveria nem trabalhar! Desde que soube que fora enganado, “não
é mais a mesma pessoa” (sic). fica resmungando, ou então, triste e isolado de todos.
Não sabe o que fazer, só consegue vislumbrar trabalho; “é um pobre coitado”do qual
“todos têm pena” (sic).
Antecedentes pessoais e familiares: Teve uma infância boa, a família era
harmoniosa e tinha condições financeiras confortáveis. Estudou até os 18 anos,
terminando apenas o 2o grau, o que fora motivo de muitos atritos com o pai, na época,
pois, segundo este, “só era gente quem estudava” (sic). Com 26 anos, casou-se com
sua 5a namorada com a qual convivia bem até hoje. Nega relações extraconjugais,
homossexualismo, tabagismo, etilismo ou experiência com drogas.
Nasceu numa família de classe média, era o segundo filho num total de três. O pai
era professor universitário, morreu há sete anos de parada cardíaca. Sua mãe tem 61
anos, trabalha no lar e se encontra com boa saúde para sua idade. Seus irmãos têm
40 e 25anos respectivamente, ambos casados e com boa saúde.
Sua mulher tem 30 anos, trabalha como secretária num escritório de advocacia e,
atualmente, recebeu promoção que a viabiliza arcar com as despesas da casa.
Exame Psíquico: Apresenta-se adequadamente vestido e em boas condições de
higiene pessoal. Demonstra insatisfação desânimo e, em alguns momentos, fica
inquieto quando fala sobre seu passado e sobre a situação atual de sua vida. Apesar
de um pouco perturbado, concentra-se nas perguntas que lhe são feitas e as
responde sem dificuldade, apresentando boa capacidade de compreensão. Ao
recordar determinados fatos, demonstra tristeza e inconformação, chora algumas
vezes. Relata que, em alguns dias, não demonstra vontade alguma de alimentar-se e
tem sofrido de insônia com bastante frequência.
CASO 2: Dados de Identificação: Nome: AVS Idade: 48 anos Sexo: feminino
Naturalidade: Fortaleza Estado civil: casada Escolaridade: superior Profissão:
Diretora de marketing. Religião: católica

Entrevista inicial: procurou ajuda psicológica porque tem pensado em “desistir de


tudo”. Diz que, para ela, está ficando cada vez mais difícil relacionar-se com as
pessoas de casa e do trabalho chegando a prejudicar seu desempenho pessoal e
profissional. Desconhece o motivo para tal comportamento, mas tem pensado em sair
do trabalho, não sente vontade de conversar com mais ninguém e de fazer as
mesmas tarefas anteriores, diz se sentir feia e incapaz de realizar até as tarefas do
lar, de cuidar do filho de cinco anos enfim de fazer coisas que sempre fez. Há quatro
meses, seu cargo na empresa onde trabalha há doze anos foi dividido com mais uma
pessoa e, desde esta época, sente-se cansada e indisposta. Complementou ainda
que não sente vontade de sair de casa nem para se divertir, diz sentir vontade
constante de dormir e medo em realizar qualquer tarefa. Às vezes, quando caminha,
sente vertigens e, quando consultou um médico, este receitou uma dieta rica em
vitaminas, porém não sente vontade nem de comer. Chegou até a pensar em suicídio,
mas diz ter sido somente uma ideia que se passou pela sua cabeça pois não seria
capaz de realizá-la.
História pessoal: relata que logo que casou engravidou da primeira filha e, aos cinco
meses de gravidez, teve um aborto espontâneo por conta de um esforço físico de
uma mudança de bairro. Diz que o marido ficou muito decepcionado e que o
relacionamento esfriou um pouco nesta época. Em seguida, fez o teste para uma
empresa e foi admitida como diretora de marketing, mas esta empresa faliu e a
mesma logo foi contratada por outra a qual exerce a mesma função há doze anos,
mas seu cargo foi dividido com outra pessoa especializada em algo novo que a
empresa implantou após a reforma nos setores. Com relação ao casamento, relata
que, após o aborto, o relacionamento “nunca foi o mesmo” (SIC), o marido ficou
distante. Têm três filhos com dez, oito e cinco anos, respectivamente. Diz que sente
ciúme do marido porque ele elogia suas colegas de trabalho, mas que nunca houve
briga por causa disto. Relata que se sente “acomodada” quanto ao relacionamento,
mas não se anima para fazer qualquer coisa e pensa que o marido não gosta de sair
com ela parecendo sentir vergonha desta. Costumava reunir-se com os colegas de
trabalho num almoço mensal, porém, há três meses, não comparece este encontro,
pois segundo ela mesma, adorava estes dias.
Antecedentes familiares: A paciente conta que, até o primeiro ano de vida não foi
criada pelos pais, pois sua mãe teve grave depressão pós-parto e diz que ficou com
uma tia. Teve alguns problemas respiratórios precisando de bastante cuidados
quando recém nascida. Após isto, teve uma infância tranquila e ganhou uma irmã aos
três anos de idade e, neste caso, sua mãe teve um pós-parto sem depressão,
podendo cuidar da criança. Disse que era muito apegada ao pai, gostava muito de
estudar e era muito amiga de sua irmã mais nova. Na adolescência, teve alguns
namorados, mas a maioria dos garotos preferia sua irmã que era mais bonita. Seu pai
trabalhava como representante de consórcio e a família se mudava constantemente
de cidade (aproximadamente a cada três anos), mas nem por isso teve problemas de
aprendizagem escolar. Uma vez, o pai foi despedido e ficou um ano desempregado
tendo a família que morar na casa da avó materna devido aos problemas financeiros.
A mãe fabricava bijuterias em casa e as filhas ajudavam a vender na escola e pela
vizinhança. A mãe ainda teve algumas crises depressivas sendo medicadas pelo
psiquiatra. A irmã ingressou muito cedo numa escola de ballet, sempre foi muito
elogiada pela família e esta chegou a sentir inveja da irmã.
Exame psíquico: Com relação à higiene, apresentava um certo desleixo: cabelo mal
penteado, descolorido, aparência triste e cansada. Mantinha um desvio do olhar, mas
a atenção parecia concentrada na entrevista. Cooperativa, mantinha padrão de voz
moderado, falando o suficiente, relatando muitos fatos espontaneamente, porém sem
estender-se muito apesar de estarem bem clarificados quando a tempo, data etc.
Demonstrava fraqueza orgânica devido à postura curva e aparência abatida. Com
relação ao sono, dorme com frequência passando do horário habitual e à alimentação
por vezes mal se alimenta por vezes come compulsivamente.

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