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PROGRAMA DE

D EDUC
CAÇÃO CONTINU
C UADA A D
DISTÂNC
CIA
P
Portal Edu
ucação

CURSO
O DE
SU
UPER
RVISÃ
ÃO E ORIE
ENTA
AÇÃO
O
EDU
UCAC
CIONAAL

Alun
no:

EaD - Educação a Distância Porttal Educação

AN02FREV
V001/REV 4.0

31
CURSO
O DE
SU
UPER
RVISÃ
ÃO E ORIE
ENTA
AÇÃO
O
EDU
UCAC
CIONAAL

M
MÓDUL
LO II

Atençção: O mate
erial deste módulo
m está disponível apenas com mo parâmetroo de estudo os para estee
Progrrama de Educação Con ntinuada. É p
proibida quaalquer forma de comerciialização ou distribuição
o
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Ed ducação. Oss créditos doo conteúdo aqui contido
o
são d
dados aos se
eus respectiv
vos autores d
descritos nas
s Referências Bibliográficcas.

AN02FREV
V001/REV 4.0

32
MÓDUL
LO II

2 UM
M BREVE HISTÓRIC
CO DA OR
RIENTAÇÃ
ÃO EDUCA
ACIONAL N
NO BRASIL

2.1 A TRAJET
TÓRIA DA ORIENTAÇ
ÇÃO EDUCACIONA
AL NO BRA
ASIL

A partir da década de 20 occorreu o desenvolvim


d mento urbaano-industtrial e com
m
ele houve a preocupa
ação para formar mão
m de obra
o paraa o traballho e em
m
conssequência surgiu a necessida nsino profissionalizaante e da figura do
ade do en o
orien
ntador edu
ucacional.
Segundo Maia e Garcia (1990), em 1931, o Servviço de Orientação
O o
Proffissional e Educacion
nal é tornad
do oficial pelo
p profes
ssor Loureenço Filho, diretor do
o
Depa
artamento de Educa
ação de S
São Paulo,, surgindo assim o primeiro Serviço
S de
e
Orientação Ed
ducacionall e Profisssional, ma
as em 19
935 o Serrviço de Orientação
O o
Educcacional é extinto.
ca do orien
No início, a prátic ntador base
eava-se no
os pressuppostos da psicologia
a
e co
onsistia na
a aplicação
o e análise
e dos testes de aptidão e inteeresses do
os alunos,
para
a conhece
er as sua
as potenci alidades e possibillidades e toda ativ
vidade do
o
conh esponsabil idade do sujeito. As
hecimento era de re ssim, o fraacasso e o sucesso
o
depe
endiam exxclusivamente do me
esmo, pois
s a prática do orientaador educa
acional no
o
enfo
oque psico
ológico não
o considerrava que o meio social influennciava as ações do
o
indivvíduo na esscola e na sociedade
e (GRINSP
PUN, 2008).
De acorrdo com Garcia (199 0), o Serviiço de Orie
entação Edducacionall (SOE) no
o
Brassil, fundam
mentou-se nos
n modelo
os america
ano e franc
cês de eduucação, qu
ue embora
a
divergentes em alguns aspectos,, estão alicerçados em um m
mesmo co
onceito de
e
socie
edade.

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Pimenta (1995) menciona
a que o modelo de
d educaçção, desse
es paísess
conccebia a socciedade co
omo um to
odo orgânic
co, aos quais todos oos indivídu
uos devem
m
se ajjustar nas mesmas bases
b psico
ológicas.
A histó
ória da Orientação E
Educaciona
al em noss
so país poode ser ap
presentada
a
em Períodos, Leis, De
ecretos, S
Simpósios,, Encontro
os e Conngressos, os quaiss
posssuem critérrios didátic
cos para a sua interp
pretação.
Segun
ndo Grinsp
pun (2003)), inicialme
ente houve
e a fase roomântica, em que a
Orientação ed
ducacional procurou
u envolver o aluno direta e indiretame
ente, para
a
ajusttá-lo de accordo as normas
n de
e conduta que as pe
essoas devveriam seguir numa
a
socie
edade.
A outrra fase é chamada
a de obje
etiva, na qual a oorientação tornou-se
e
presstadora de
e serviços
s e não a
admitia de
e forma alguma
a quue o alun
no criasse
e
prob
blemas. Ne
essa fase, a palavra -chave era
a prevençã
ão para evvitar os co
onflitos e a
prom
moção da desordem
d pelos alun
nos.
A parttir da déca
ada de 80
0 e 90 oco
orreram algumas muudanças, avanços
a e
conttradições na
n história
a do Serviiço de Orientação Educaciona
E al (SOE). Pode-se
e
dizer que a Orientação
O Educacion
nal passa a viver uma fase ccrítica, que
e buscava
a
ajudar o alun
no como um
u todo, com seus
s problemas e signnificados, tendo porr
finalidade ajud
dá-lo a com
mpreender a sua própria vivênc
cia e histórria de vida, assim oss
profiissionais dessa
d área
a assumira
am um pap
pel mais político e co
compromettido com o
aluno, a educa
ação e a so
ociedade.

2.2 AS LEIIS QUE MARAM


LEGITIM A PROFISSÃO D
DO ORIE
ENTADOR
R
UCACIONA
EDU AL

Pode-sse verificar o históricco e o perrfil da Orie


entação Edducacional por meio
o
dos documento
os legais e específiccos à área de Orienta
ação Educcacional, de
entre eles;;
as L
Leis Orgânicas de 19
942, a LDB
B4024/61; a Lei 5.56
64/68, a LD
DB/71; o Decreto-lei
D i
72.8
846/73 e a LDB/9394/96.

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As Leis Orgânic
cas – Do E
Ensino Industrial, Secundário, C
Comercial, Primário,,
Norm
mal e Agríícola (form
muladas en
ntre 1942 e 1946). É a legislaçção que le
egitimou o
Servviço de orrientação educacion
nal, visand
do à corre
eção e enncaminham
mento doss
alunos-problem
ma e a elev
vação das qualidade
es morais.
A Lei 4.073/42,
4 art.
a 50, Incciso XII, ins
stituir-se-á
á, em cadaa escola ind
dustrial ou
u
esco
ola técnica
a, a orien
ntação ed
ducacional mediante
e a aplicaação de processoss
adeq
quados, pelos
p qua
ais se ob
btenham a conveniente adaaptação profissional
p l
prob
blemas. Co
onforme as
s leis orgâ
ânicas, o perfil
p do orientador ppedagógic
co assume
e
funçções de caráter
c terrapêutico, preventivo
o, psicometrista, ideentificando
o dons; e
socia unos para a solução das próprrias aptidõees e inclinações doss
al, habilitando os alu
indivvíduos, tendo como
o prioridad
de discipliinar e aju
ustar o alluno à es
scola e à
socie
edade de acordo
a as exigênciass do meio.
Na LD
DB de 196
61 – O orrientador educaciona
e al ganha sstatus de orientadorr
educcativo (OE
E) e vocac
cional, ide ntificando aptidões individuaiss, com um
m trabalho
o
estendido a todos os alu
unos, não ssomente aos alunos--problema,, e lançand
do mão de
e
todo
os os eleme
entos da escola
e para
a o desenv
volvimento de seu traabalho.
O orientador educacion
e al oferec
ceria orien
ntação esscolar, ps
sicológica,
profiissional da
a saúde, recreativa
r e familiar. Em 1969
9, dada à conjunturra político--
socia
al brasileirra, uma no
ova função
o é atribuíd
da ao OE: a de guiaar os joven
ns em sua
a
form
mação mora
al, cívica e religiosa.
A Lei 5.564/68 – Provê sobre o exercício da profisssão do orientador,
o ,
conffirmando a linha psic
cológica e a função da orienta
ação, confoorme já ap
parecia na
a
defin
nição do cu
urrículo do
o curso de fformação.
A LDB
B de 1971, em seu a rt. 10, dec
clara que será instituíída obrigattoriamente
e
a orientação educacional, incluiindo acon
nselhamen
nto vocaciional e uma
u ação
o
conjunta com professore
es, família e a comun
nidade. Co
om isso, prretendia-se
e prepararr
traba
alhadores para ate
ender os interesse
es e as necessid ades empresariais,,
justifficando o desenvolvi
d onômico.
mento eco
O orie
entador educacional utiliza seu
u trabalho como meecanismo auxiliar
a da
a
tareffa educativa cometiida à esccola como um todo. Dessa fforma, a orientação
o o
educcacional é interpre
etada com
mo um esforço
e en
ntre orienntador, professores,,
adm
ministradore
es e família
a.

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O Dec
creto-Lei 72.846/73,
7 , em seu art. 1º, co
onstitui o oobjeto da orientação
o o
educcacional à assistência ao educa
ando. Assim, o orien
ntador devee prestar assistência
a a
ao a
aluno a parrtir do planejamento estabelecido e em consonânciia com os interessess
do E
Estado, sen
ndo que o indivíduo tteria que se
s conformar com suaa situação
o perante a
socie
edade dominante, a qual de
estinava o ensino profissiona
p alizante ao
os menoss
favorecidos, pa
ara que pu
udessem a
adentrar no
o mercado de trabalhho.
Na LD
DB de 1996
6, a orienta
ação educa
acional não
o aparece explicitam
mente, mass
o arrtigo 64 diz
d que a formação
o de profis
ssionais de
d educaçção para orientação
o o
educcacional na
a educaçã
ão básica sserá feita em
e cursos
s de graduuação em pedagogia
p a
ou e
em nível de
e pós-graduação, garrantindo ne
essa forma
a a base coomum nac
cional.

2.3 A ORGANIZAÇÃO DA
D CLASSE
E DOS OR
RIENTADO
ORES EDU
UCACIONA
AIS

946 foi organizado o I Simpósiio em níve


Em 19 el nacional com a co
olaboração
o
do M
MEC (Minisstério da Educação
E e Cultura)) e do CAD
DES (Cam
mpanha de Difusão e
Aperrfeiçoamen
nto do Ens
sino Secu ndário). Segundo Santos (19886), nesse
e simpósio
o
foi discutida a atuação do orientad or educacional e a sua
s funçãoo, sendo es
sse evento
o
conssiderado o mais repre
esentativo , por ser o primeiro, e foi tamb ém o que ocasionou
u
a orrganização
o da cate
egoria. No
o entanto,, mais um
ma vez, ppretendia-s
se que a
orien
ntação edu
ucacional atendesse
a aos intere
esses da política
p vigeente, e nessa época
a
o na
acionalismo
o e o populismo cara
acterizavam
m a vida po
olítica (SAN
NTOS, 198
86).
Durantte o período transsformador, acontece
e o I Enccontro Na
acional de
e
Orientação E
Educaciona
al. Tal e
encontro objetivou que oss orientad
dores se
e
mob
bilizassem contra a Lei 5.54
40/68, que
e legitimou
u a formaação do orientadorr
educcacional na
a graduaçã
ão, os cha
amados Es
specialistas
s e não m
mais no nív
vel de pós--
grad
duação com
mo era antes.
Nessa época, houve
h um
m fortalecim
mento da categoria e os oriientadoress
moveram o II Encontro Nacion
prom nal de orie
entação ed
ducacionall, cujo objetivo foi a
criaçção da FENOE
F (F
Federação Nacional de Orien
ntadores Educacion
nais) para
a
repre
esentar oss direitos de
d seus a
associados
s em todas
s as instânncias e co
onseguir a
legitimidade da
a sua categ
goria.

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O III Encontro
E Nacional
N d
de Orienta
ação defendeu o ccompromis
sso de se
e
consstruir uma escola de
e qualidad
de para to
odos e pro
ocedimentoos mais adequados
a s
para
a que o orientadorr educacio
onal pude
esse inform
mar quaiss as oporrtunidadess
educcacionais e ocupacionais ofe
erecidas pe
elas escolas de 1º e 2 º grraus, pelo
o
merccado de trabalho e sonda
ar aptidõe
es e interesses paara desenvolver o
auto
oconhecime
ento e o co
onhecimen
nto do mun
ndo (GARC
CIA, 1991)..
O autorr ainda re
elata que o IV (197
73) e V (1975)
( Enncontro Na
acional de
e
Orientação Ed
ducacional serviram para regu
ulamentar a profissãoo conform
me o artigo
o
10º da LDB 5691/71, passand
do a exig
gir desse profissionnal uma constante
e
atua
alização e comprome
c etimento.
Já o VI (1977) e o VII (1979 ) Encontro
o Nacional de Orientaação Educ
cacional foii
um marco im
mportante para a categoria,, pois pro
opuseram que o orientadorr
educcacional sa
aísse do atendiment
a o aluno e ttornasse um
to individualizado do u agente
e
de m
mudanças por meio
o de um trabalho integrado da escolaa articulad
do com a
realidade do aluno.
70 foi prom
Em 197 movido o 1ºº Congress
so Brasileiiro de Orieentação Ed
ducacionall
(CBO
OE) e te
eve como base a Psicologia
a nos cu
urrículos dde formaç
ção deste
e
profiissional, vinculando a Orientaçção Educacional à po
olítica adm
ministrativa
a, uma vezz
que o govern
no organiz
zou a ca tegoria do
o Orientad
dor Educaacional pa
ara ser o
profiissional da
a seletivida
ade.
O 2º Congresso
C o tinha co
omo prime
eiro objetivo a deffinição de técnicas,,
proccessos e métodos.
m A ideia erra formar um orienttador educcacional humanista,
h ,
poré
ém, o siste
ema cobrava um pro
ofissional detector
d de
e técnicass que gara
antissem a
prod
dutividade das esco
olas e forram discu
utidos tem
mas sobre as atribu
uições do
o
orien ucacional, em uma ttentativa de revisão das tarefaas do Orientador em
ntador edu m
âmb
bito escolarr (SANTOS
S 1986).
O 3º (1
1974) e 4º (1976) C
Congresso
o Brasileiro
o de Orieentação Ed
ducacionall
(CBO
OE) servirram para regulame ntar a pro
ofissão co
onforme o artigo 10
0 da LDB
B
5691
1/71, passa
ando a exigir deste p
profissiona
al constante
e atualizaçção.
O 5º Congresso
C teve com
mo tema “As Novas
s Perspecttivas da Orientação
O o
Educcacional” e visava a busca de
e um novo
o campo de trabalhoo que seria
a mais um
m
movvimento da categoria pela conq uista de es
spaços priv
vilegiados pelo pode
er público.

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O 6º Co
ongresso teve
t como
o um dos objetivos
o dar suportee teórico ao trabalho
o
dese
envolvimen
ntista da orientação e
educacional e a sua função seeria integra
ar a escola
a
a infformações, esforços,, experiênccias, pesso
oas, facilita
ando assim
m o amadu
urecimento
o
dos alunos e de todos os agente
es educativ
vos para uma
u transfformação (GARCIA,
1991
1).
A autorra mencio
ona que n
no 7º e 8º sso Brasilleiro de Orientação
8 Congres O o
Educcacional realizados
r nos anoss de 1982
2 e 1984, respectivvamente, os temass
gera
adores fora
am a elabo
oração de um código
o de ética e de um C
Conselho Orientação
O o
Educcacional por meio da
a FENOE e sobre a reafirmaç
ção da cateegoria, rettomando a
psico
ologia com
mo eixo teó
órico.
De acordo Grinsp
pum (2003
3), os obje
etivos da Orientaçãoo Educacio
onal eram
m
maiss claros e precisos quando a
abordava a área de
e psicolog ia, mas a partir do
o
mom
mento em que
q foi dad
da uma ên
nfase mais
s sociológic
ca, os objeetivos da Orientação
O o
educcacional deixaram
d de
d ser cla
aros e prrecisos, de
evido a uuma divers
sidade de
e
objetivos nas suas
s atribu
uições.
No enta
anto, a atu
uação do orientadorr educacio
onal com eenfoque na área da
a
psico
ologia era
a desvincu
ulada do projeto pedagógico
p o e a práática do Orientador
O r
educcacional era vista fo
ora da esfe
era pedagógica. Pois a prioriddade do trrabalho do
o
Orientador Edu
ucacional se
s resumia
a em atend
der os “alunos-probleema” para discipliná--
los.
Segundo Grinspu
un (2003)), a déca
ada de 80
0 é o peeríodo em
m que oss
orien
ntadores educacion
e ais faziam
m uma an
nálise críttica de seeu papel, tentando
o
assin
nalar a oriientação no
n processso educativ
vo, numa dimensão
d edagógico,
político-pe
ou sseja, o orie
entador ed
ducacional buscava uma
u prátic
ca educaciional mais integrada
a
ao p
projeto pedagógico, agentes
a ed
ducativos, aluno
a e comunidade escolar.
No enta
anto, Santos (1986),, reconhec
ce que a orientação
o o educacio
onal surgiu
u
como área de conhecime
ento da Pssicologia e a função do Orientaador era a de ajustarr
ma plena realização
o aluno a um o vocacion
nal, com métodos
m dde aconse
elhamento,
ndimento in
aten ndividualizado, a fim
m de ajustá
á-lo à esco
ola, famíliaa e à socie
edade. Ass
buições do orientadorr educacio
atrib onal semprre estiveram
m ligadas às política
as públicass
e ed
ducacionaiss e, por esse motivo,, a sua atuação foi a favor do ssistema excludente e
pouccas vezes para a emancipação
o das cama
adas popullares.

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38
De aco
ordo a Sav
viani (198
85), a escola aparec
ce como aparelho ideológico
o
dom
minante, po
ois constitu
ui o instrum
mento maiis acabado
o de reproodução das
s relaçõess
de p
produção de
d tipo capitalista. Ne
essa persp
pectiva, Me
eksenas (22002), apon
nta que foii
por meio da abertura política, que o papel
p soc
cial da edducação foi sendo
o
grad
dativamente transforrmado e a função
o do orientador paassou a ser a de
e
pseu
udopsicólo
ogo, conse
elheiro e d e coorden
nador de escola,
e tenndo como prioridade
e
disciiplinar e ajustar o alu
uno à esco
ola e à sociedade.
A Orie
entação Educaciona
E al no Brasil
B perc
correu um
m longo caminho
o
comprometido mais com as política
as vigentes
s do que com
c a socieedade, pois a escola
a
surg
giu para attender exiigências d
de cada época e do
os segmenntos dominantes da
a
socie
edade. Assim, a prática do ori entador ed
ducacionall, acabou ddesempenhando um
m
pape
el ideológicco e aliena
ante, e reprroduzindo o status quo (GRINS
SPUN, 200
08).
Em bussca de um ão contextualizada, a categorria dos oriientadoress
ma atuaçã
prom
moveu o 9º e 10º Co
ongresso B
Brasileiro de
d Orienta
ação Educcacional qu
ue ocorreu
u
em 1986 e 1988,
1 resp
pectivame nte. Os objetivos
o desses
d Coongressos
s foram a
elaboração de
e um docu
umento, prropondo a reformula
ação dos ccursos de formação
o
profiissional, co
ondizente com a ne
ecessidade
e de ação voltada paara a cons
strução da
a
hege
emonia da
a classe tra
abalhadora
a. No enta
anto, não houve
h alterração na legislação,
l ,
perm
manecendo
o em des
staque a orientação
o vocacio
onal e a obrigatoriedade da
a
orien
ntação edu
ucacional, conforme a Lei 5.692
2/71, em seu
s art. 10..
Segundo Garcia (1991),
( du
urante a re
ealização desses
d Coongressos ocorreu a
eleiçção do lado progress
sista, que inovou a ação
a do Orientador E
Educacion
nal, que se
e
apre
esentou em
m duas linh
has de luta
a: a dimen
nsão polític
co-pedagóggica, que assumiu a
direçção da FE
ENOE e prrocurou arrticular com
m todas as
a associaçções e ins
stitutos de
e
educcação para
a a particip
pação de u
um Fórum Nacional da
d Escola Pública. Enquanto
E a
dime
ensão políttico-sindica
al articulou
u com os demais
d trab
balhadoress, sendo afiliados
a da
a
categoria à CU
UT (Centra
al Única do
os Trabalha
adores).
Segundo Zanona
a (1999), o orientad
dor educacional visaa formar um aluno
o
dão, que busca a participaçã
cidad ão mais consciente
c e no munddo. Esse orientadorr
nece
essita situ
uar a sua
a atuação
o no âmb
bito escolar com bbase na tendência
a
consstrutivista de
d educaç
ção. A parrtir de uma
a orientaçã
ão construutivista, o orientadorr
educcacional te
em como objetivo
o art icular hom
mem e socie
edade, esttimular o aluno
a a serr
criattivo e sempre refletirr sua cultu
ura e valorres, para que
q o messmo possa
a buscar e

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desccobrir as suas
s poten
ncialidadess, além de construir regras com
m a colaboração de
e
seuss parceiross, buscando implanta
ar a democ
cracia no âmbito
â esccolar, visan
ndo formarr
pesssoas que te
em o dese
ejo de mod
dificar, construir e tra
ansformar a sua realidade e da
a
socie
edade.
Na déca
ada de 90
0, extinguiu
u-se a FEN
NOE, ocorrrendo o eenfraquecim
mento e a
fragiilização da
a identidade do Orien
ntador Edu
ucacional. Entretantoo, a década
a de 90 foii
a qu
ue caracte
erizou os novos
n rum
mos da orie
entação, pois
p a orieentação ed
ducacionall
passsou a dessempenharr um pape
el muito significativo
o junto à eeducação nos anoss
segu
uintes.
Os orien
ntadores passaram
p a serem pa
arceiros ins
separáveiss em todos
s os rumoss
e fin
nalidades, são eles os
o coadjuvvantes da prática do
ocente, atuuando com
m todos oss
prota
agonistas da
d escola no resgate
e de uma ação
a mais efetiva e dde uma educação de
e
qualidade nas escolas (G
GRINSPUN
N, 2001).
e foi por meio de suas lutaas em Co
Ainda a autora relata que ongressos,,
Enco
ontros e Simpósio
os que o
os orienta
adores educacionaais buscaram uma
a
fund
damentação teórica para um
ma ação mais com
mpetente e voltada
a para o
dese
envolvimen
nto do alun
no em tod
dos os sen
ntidos: cognitivo, psiccomotor e afetivo, a
fim de que o mesmo adquira habilidade cimentos e atitudes
es, conhec s que lhe
e
perm
mitam agir face às ne
ecessidade
es vitais e existenciai
e s.

2.4 A ORIENT
TAÇÃO EDUCACION
NAL A PAR
RTIR DA VISÃO CON
NSTRUTIV
VISTA

Martins (1992), afirma qu


ue a orien
ntação edu
ucacional é respons
sável pela
a
consscientizaçã
ão de todo
os os age
entes educativos da
a escola, tanto da educação
o
infan
ntil, ensino
o fundamen
ntal, como também ensino
e médio, enquaanto memb
bros ativoss
denttro da esscola, rea
alizando a
assim um
m papel mediador
m junto aos demaiss
educcadores, objetivando
o uma educcação de qualidade
q nas
n escolaas.
A orien
ntação edu
ucacional d
deve prom
mover a con
nstrução ddo conhecimento porr
meio
o da ação,, da elabo
oração e d a geração
o de um aprendizadoo, que é produto
p da
a
cone
exão do ser com o contexto material e social em
m que vivee, com os
s símboloss
prod
duzidos pello indivíduo
o e o unive
erso das in
nterações vivenciada
v as na socie
edade.

AN02FREV
V001/REV 4.0

40
Conforrme Grins
spun (200
03), nos dias atua
ais o servviço de orientação
o o
educcacional te
em a inten
nção de fo
ormar o alu
uno como um ser inntegral nos
s aspectoss
cogn
nitivo, sociial e emoc
cional. Esssa propos
sta deve ser desenvvolvida e trabalhada
t a
junto
o aos alun
nos, a parrtir de um
ma orientaç
ção coletiv
va e particcipativa, que
q vise o
resg
gate de valo
ores e a fo
ormação do
o aluno críítico e participativo naa sociedad
de.
Assim, a prática do Orienta
ador sai da
a ênfase in
ndividual dde antes, pois
p o foco
o
hoje do orienttador educ
cacional é reforçar o aspecto
o coletivo e conside
erar que a
esco
ola é forma
ada por pe
essoas com
m pensam
mentos e co
ontextos ssociais dife
erentes, oss
quais refletem a sua maneira próp
pria de pen
nsar sobre as questõões que envolvem oss
aspe
ectos pesssoais, políticos e soci ais que as
s cercam.
Assim sendo, o orientador
o educacion a ajudar o aluno a se
nal objetiva e inserir no
o
conttexto atual, com a sua próp
pria cultura
a e valore
es próprioos que os
s levam a
cheg
garem a re
ealizações bem-suced
didas.
O orie
entador educaciona
e al deve fo
ocar na realizaçãoo de um ensino e
apre
endizagem, em que
e professo
ores e alu
unos atue
em juntos na construção do
o
conh
hecimento,, assessorrados pela
a incidência
a da probllemática ssocial e pe
elo arsenall
de saberes já edificados
e no educan
ndo.
cco (1998,, p. 115), cabe ao orientadoor formar o cidadão
De accordo Plac o
resp
ponsável e transforma
ador:

O papel básico do Orientad dor Educacioonal será o dde auxiliar o educando a


tornar-se consc iente, autônoomo e atuannte nessa ta refa, auxilian
ndo tambémm
o aluno, na ide entificação de seu proc cesso de coconsciência, dos fatoress
sociioeconômicoo-político-ideo
ológico que o permeiamm e dos meca anismos que
e
lhe possibilitem
m superar a alienaçã ão decorrennte desses processos,,
tornando-se asssim, um homem-coletivo: responsáveel e transform mador.

Nessa perspectiva
p a, a orienta
ação Educ
cacional é entendidaa como um
m processo
o
dinâmico, contínuo e sistemático,, estando integrada em todo o currículo escolar,,
sempre encarando o aluno co
omo um ser globa
al que deeve desenvolver-se
e
harm
moniosa e equilibrad
damente e
em todos os aspectos: inteleectual, físic
co, social,
mora
al, estético
o, político, educacion
e cional.
al e vocac
A orienttação Educ
cacional ca
aracteriza--se por um
m trabalho mais abra
angente na
a
dime
ensão pedagógica, possuindo
p caráter mediador junto aos deemais educadores e
atua
ando com todos
t os protagonista
as da esco
ola no resg
gate de um
ma ação mais efetiva
a

AN02FREV
V001/REV 4.0

41
e de
e uma educcação de qualidade,
q , pois busc
ca conhece
er a realidaade e tran
nsformá-la,,
para
a que seja mais justa e humana
a.
Nesse sentido,
s a orientação
o educacio
onal atua no âmbitoo escolar e deve serr
objetiva, pois contribui para a forrmação do
os alunos,, possibilita
tando o ac
cesso doss
mesmos, ao conhecime
c nto, aprop
priação de instrumen
ntos de ciêência e de princípioss
teóriicos e meto
odológicos
s, além de auxiliar o aluno em seu desennvolvimento
o pleno do
o
ser h
humano e sua reflexã
ão (GRINS
SPUN, 200
02).
A mesm
ma autora menciona
m q
que atualm
mente não mais por im
mposição legal, poiss
na L
LDB 9394/9
96 a orienttação educcacional não aparece explicitaamente, ma
as o artigo
o
64 d
diz que a fo
ormação de profissio ducação para orientaação educacional na
onais de ed a
educcação básica será fe
eita em cu rsos de grraduação em
e pedagoogia ou em
m nível de
e
pós--graduação
o, garantindo nessa fforma a ba
ase comum
m nacional..
Assim, por efetiva consc iência pro
ofissional, o pedaggogo habilitado em
m
orien
ntação ed
ducacional tem seu espaço próprio pa
ara desennvolver um
m trabalho
o
peda
agógico in
ntegrado e interdisci plinar, visando a tra
ansformaçção da rea
alidade do
o
conttexto no qu
ual o aluno
o está inserrido.
Segundo Grinspun (2006), a
atualmente
e há três principais
p aatividades da prática
a
do o
orientador educaciona
e al em âmb
bito escolarr dentre ela
as:

 Atividad
de existencial – Essta função requer que
q o orieentador ed
ducacionall
atenda aos alunos
s que nece
essitam e queiram
q orrientação ppessoal, nã
ão apenass
na vida
a escolar, mas na vvida partic
cular auxiliando o aaluno em situaçõess
problem
mas, dúvida
as, insegurranças e in
ncertezas.

 Atividad
de terapêutica – Essa
a função está
e voltada aos alunnos com diificuldadess
de estu
udo ou de comportam
mento, cujjos casos precisam de uma assistência
a a
mais asssídua e es
specializad
da.

 Atividad
de de rec o – Essa função é exercidda pelo Orientador
cuperação O r
Educacional em parceria com a Supervisão
S o Escolarr. Esta attividade é
realizad
da quando
o determi nado alun
no aprese
enta um déficit de
efinido de
e
aprendizagem e necessita
n de recupe
eração. A recuperaçãão não vis
sa apenass
que o aluno
a alcance as no
otas exigidas pelo prrograma dda escola e sim que
e
ocorra uma pesquisa junta mente ao((s) alunos(s) para ssaber os motivos
m do
o

AN02FREV
V001/REV 4.0

42
desinterresse, des
sorganizaçção, conflitto, desajuste e mauu funciona
amento na
a
escola.

Vasconccellos (200
02) aponta
a que o orientador educaciona
e al visa pro
opiciar um
m
amb
biente favorável à con
nstrução d a aprendiz
zagem em que se priivilegie o respeito
r àss
indivvidualidade
es e às diferenças.
d . Nessa perspectiva
p a, Silva (11999) rela
ata que a
orien
ntação edu
ucacional auxilia o sser human
no a desen
nvolver-se nas áreas
s pessoal,
acad
dêmica e vocacional.
v .
Segundo Martins (1992)), o orie
entador educaciona
e al possu
ui grande
e
resp
ponsabilida
ade no desenvolvvimento das rela
ações intterpessoais
s e no
o
dese
envolvimen
nto integral do educa
ando.
Ainda o autor rela
ata que o orientado
or educacio
onal precissa possuirr equilíbrio
o
emo
ocional e p
personalidade, emp
patia para ser capaz de coloocar-se no
o lugar do
o
educcando, a fim de melhor com
mpreender os proble
emas do m
mesmo, in
niciativa e
liderrança, a fim
f de tra
ansmitir se
egurança e confianç
ça aos edducandos. Além do
o
entu
usiasmo pa
ara contagiar de otim
mismo o ed
ducando, domínio
d e vivência prática
p doss
princcípios de psicologia
p das relaçõ
ões human
nas, a fim de relacioonar-se be
em com oss
agen
ntes educa
ativos e com os educcandos.
O orien ducacional realiza um traballho compplexo e de
ntador ed d grande
e
resp
ponsabilida
ade não só
ó em term
mos de forrmação, de atualizaçção constante e de
e
cara
acterísticass de person
nalidade co
omo també
ém de com
mportamennto ético.
No enta
anto, não existe
e um ccódigo de ética elab
borado esppecificamente para o
orien
ntador edu
ucacional, mas com
mo todo profissiona
p al, ele devve ter sua
a atuação
o
pauttada por princípios
p éticos,
é poiss será o seu
s compo
ortamento ético em relação
r àss
inforrmações so
obre aluno
os, funcion essoas da comunidadde é que promoverá
nários e pe p á
uma
a relação de confianç
ça com a co
omunidade
e escolar que
q os cerccam.
O orienttador educ
cacional qu
ue almeja uma atuaç
ção mais ppróxima, in
ntegrada e
consstrutiva do processo pedagógiico, deve auxiliar os
s alunos a refletirem
m sobre ass
suass capacida
ades de con
nstruir e re
econstruir o conhecim
mento.
Assim, as questtões da autoestima e auto
orrealizaçãoo desenv
volvidas e
alhadas junto ao aluno a partirr da realida
traba ade mais concreta
c e objetiva do
d mesmo,,
nece
essita esta
ar em perm
manente fo
ormação para
p conhe
ecer os fuundamento
os teóricoss
que alicerçam a construç
ção do con
nhecimento, pensam
mento e da linguagem
m do aluno
o
(GRINSPUN, 2003).
2

AN02FREV
V001/REV 4.0

43
Segundo a autora, a orien
ntação edu
ucacional está
e nomeeada como fazendo
o
parte
e da educcação e po
or esse m
motivo dev
ve pensar hoje, nas dimensõe
es sociais,
cultu
urais, políticas e eco
onômicas, na qual ela acontec
ce. Por esssa razão, devem-se
e
defin
nir as tare
efas de um
m orientado cional enga
or educac ajado com
m as transfformaçõess
socia
ais, com a do momento históricco em que está inserrido.
A práticca do orie
entador ed
ducacional no momento atuaal caracteriza-se em
m
compreender o desenvo
olvimento do aluno, do ponto
o de vista cognitivo, afetivo e
reco
onhecer qu
ue o aluno
o é capaz de tomar suas decis
sões e busscar a sua
a inserção
o
socia
al.
O orientador educ
cacional n
necessita saber
s que o aluno ddeve comp
preender a
realidade na qual
q o me
esmo está
á inserido, pois isso o ajudaráá a se de
esenvolverr
uanto pesssoa e a co
enqu onstruir su a persona
alidade. Esse fato ajuudará o ed
ducando a
partiicipar de maneira
m con
nsciente e ativa de sua
s própria
a história. O
Onde o alu
uno deverá
á
apre
ender a atu
uar, executtar, edifica
ar o seu sa
aber, a parrtir do ambbiente social em que
e
vive e da relaçção que estabelece ccom os pro
ofessores.
Dessa forma,
f a prrática do o rientador hoje,
h neces
ssita ajudaar o aluno a construirr
o se
eu conheccimento co
om base n
na realidad
de do me
esmo, e p romover meios
m que
e
faciliitem a aqu
uisição do conhecime
c ento e interração do sujeito e o m
meio.
Entretan
nto, a ajud
da do orie
entador de
eve permitir ao alunoo vivencia
ar os seuss
dese
ejos, sonhos, perspe
ectivas, em
m que o aluno aprenda a reelacionar-s
se com oss
sabe
eres e faze
eres com o próprio co
onhecimen
nto.
Uma da
as primeira
as atribuiçõ
ões do orientador ed
ducaciona l em âmbiito escolarr
estava relacio
onada à diisciplina d a escola e ocorreu na Escolla Comerc
cial Amaro
o
Cava
alcanti, em
m 1934. Dessa
D ma
aneira, a prática do
o orientaddor educac
cional era
a
reve
estida de um papel mais
m de insp
petor do qu
ue o de oriientador (G
GRINSPUN
N, 2008).
Ainda a autora me
enciona qu
ue a orienttação educ
cacional noos dias de
e hoje, tem
m
uma
a atuação de
d suma im
mportância
a no âmbitto escolar, pois ele é o elo para a união
o
das diferentes esferas de
e correspo
ondência dos
d alunos. A sala dee aula é o local onde
e
o aluno traz seus
s medo
os, raivas,, frustraçõ
ões e se tais emoçõões não fo
orem bem
m
direccionadas acabam
a gerando
g a indisciplin
na que atualmente é um dos
s grandess
prob
blemas enffrentados nas
n instituiçções escolares de no
osso país.
A orientação edu
ucacional n
no contex
xto atual busca
b umaa maior in
nteração e
apro
oximação com
c o projjeto pedag
gógico da escola
e e nessa
n persspectiva a prática do
o

AN02FREV
V001/REV 4.0

44
orien
ntador não
o mais se resume
r em
m atender “os
“ alunos-problemaa” e sim dis
scutir junto
o
aos alunos e professores
p s as possívveis soluçõ
ões a serem atingidaas.
Atualme
ente, a esc
cola enfren
nta problem
mas de ordem exterrna como as
a drogas,,
delin
nquência, aborto, AIIDS, a vio
olência soc
cial, esses
s problemaas de cun
nho social,,
acab
bam influenciando as
s ações do
os alunos em sala de aula, proomovendo situaçõess
de cconflitos, o que acaba
am gerand o a indisciplina escolar.
a a escola não tenha
Embora a a solução para ess
ses probleemas, a es
scola deve
e
ser u
um espaço
o que prom
mova discu
ussão, e pa
autar algum
mas conduutas morais e éticas,,
objetivando a formação da conscciência críttica dos alunos peraante aos problemas
p s
socia
ais e com os valores
s humanos .
Sendo assim, cabe ao o
orientador educacio
onal mosttrar os conflitos
c e
conttradições dessa soc
ciedade e principalmente aju
udar os aalunos na escola a
compreendere
em as relaç
ções socia
ais e as sua cias sobre o indivíduo e refletirr
as influênc
sobrre o significcado das suas
s própriias contrad
dições e co
onflitos vive
venciados.
Nesse sentido,
s Grrinspum (2
2008) menciona que é importannte que o orientadorr
educcacional utilize os conflitos
c co
omo fonte de aprendizagem, na medida em que
e
esse
es conflitoss possibilittem o diálo
ogo e a diivergência como form
mas de se
e chegar a
uma
a ação com
mprometida
a.
Faz-se necessárrio també
ém que o orientad
dor educaacional aprenda a
interrpretar os conteúdo
os, por me
eio das entrevistas
e e reuniõees em grupos com
m
alunos, pais e professorres, visand
do perceber qual a relação quue esses conteúdoss
têm com o todo da escola e que co
onflitos tais
s conteúdo
os geram.
a organiza
Afinal, a própria ação do campo pedagógico
p o muitas vezes é
ponsável pe
resp elos males
s que esta organizaç
ção tenta suprimir.
s D
Dessa forma, espera--
se u
uma práticca do orie
entador qu
ue ajude o aluno a construirr os conhecimentoss
nece
essários pa
ara que o mesmo po
ossa sabe
er lidar com
m os saberres e desa
afios desta
a
socie
edade.
anto, para
No enta a que issso se torn
ne realidade faz-se necessário que o
orien
ntador pro
omova o desenvolv
d imento da
a linguage
em dos allunos, porr meio do
o
estabelecimen
nto do diálo
ogo e que os alunos participem
m ativamennte como sujeitos
s no
o
seu processo de forma
ação. Utilizzando-se para isso a prática de uma educação
o
consstrutivista entendend
do a mesm
ma como uma educação em
m que o espaço
e de
e
refle
exão se fazz presente, em que a discussã
ão é feita de
d maneiraa saudável, aprenderr

AN02FREV
V001/REV 4.0

45
troca
ando ideias, e prriorizando o desen
nvolvimentto de um
m senso crítico e
nça.
posssibilidades de mudan
De acorrdo com Vasconcello
V os (2002), o orientad
dor educaccional tem um papell
da m
maior relevvância, entre outras ccoisas, pois trabalha com a queestão da construção
c o
da iidentidade
e dos edu
ucandos e por que
e não diz
zer o de ajudar os
s próprioss
educcadores a recuperarrem a sua
a autoridad
de docente
e. O mesm
mo autor refere
r que
e
cabe
e ao SOE
E, ajudar o professo
or nesta construção
c o, nesta bbusca de identidade
e
profiissional. E, assim, po
oderá dese
envolver um
m trabalho
o articuladoo com a co
omunidade
e
peda
agógica, além de con
nsiderar o contexto multicultura
m al de sua cclientela.
Nesse sentido,
s Grinspun (2 003) menc
ciona que a orientaçção educac
cional não
o
e exercer na escola um “serviiço à parte
deve e”, reduzid
do às técnnicas que favoreçam
f m
diagnosticar prroblemas em
e nível de
e aprendiz
zado ou comportameental dos allunos.
Segundo a autora, a fun
nção do orientador
o deve serr o de auxiliar
a na
a
elaboração do
o projeto político-ped
p dagógico pensado
p de
d forma ccoletiva, objetivando
o
que todos d
da comu
unidade e
escolar, adquiram
a consciênncia de que são
o
corre
esponsáve
eis tanto pe
elos fracasssos quanto pelas vitórias.
Assim, o papel do orienttador educacional estará
e maais relacio
onado em
m
prom exões na escola a respeito de seus alunos e professorres e dass
mover refle
relaçções, atitud
des e confflitos encon
ntrados na escola e na
n comuniddade.
Na med
dida em que
q a prá
ática do orientador
o educacionnal caminh
ha para a
explo
oração e mobilizaçã
m o do meio
o em que o aluno viv
ve e do quaal participa
a, ele está
á
prop
piciando ao
o aluno, condições
c ffavoráveis
s para aqu
uisição do conhecimento e do
o
próp
prio desenvolvimento
o da inteliigência qu
ue é deterrminado ppelas açõe
es mútuass
entre
e o indivíduo e o meiio.
Dessa forma, a escola de
eve conhe
ecer a ba
agagem qque o aluno traz e
privilegiar essa
as vivência
as e incen
ntivar o alu
uno para que o mesm
mo possa produzir e
consstruir o con
nhecimento
o por meio
o da partic
cipação das ações cooletivas, do
os valoress
mora
ais e respo
onsabilidad
de e auton
nomia nas suas decis
sões. Denttro desses conceitoss
o orrientador educacion
e al não de
eve impor conceitos
s tidos coomo bons,, certos e
verd
dadeiros, mas
m i deixar que os alunos
sim irá a descubram e construa
am novoss
valores de accordo com
m as suass experiên
ncias, disc
cutindo asssim a qu
uestão da
a
inten
ncionalidad
de dos confrontos e da divers
sidade porr meio do estabelec
cimento do
o

AN02FREV
V001/REV 4.0

46
diálo
ogo e da participaç
ção conscciente e re
esponsáve
el de todoos os me
embros da
a
comunidade esscolar.

2.5 A ORIENT
TAÇÃO EDUCACION
NAL E A CO
OMUNIDA
ADE ESCO
OLAR

Na tarrefa de aproximar a escola da


a comunida
ade, a orieentação ed
ducacionall
alcança em sua
s atuaçã
ão instituiçções em espaços
e não
n escolaares e esc
colares. O
orien
ntador edu
ucacional é o profisssional enc
carregado da articulaação entre
e escola e
comunidade.
Assim, cabe ao orientadorr a tarefa de contrib
buir para a aproxima
ação entre
e
ola e família, planejjando mo mentos cu
esco ulturais em
m que a família po
ossa estarr
pressente, junto
o com seus filhos, na
a escola. Cabe
C tamb
bém ao orieentador ed
ducacionall
a tarefa de se
ervir de elo
e entre a situação escolar do
d aluno e a família
a, sempre
e
visan
ndo a conttribuir para
a que o alu no possa aprender
a significativa
s amente.
O amb
biente famiiliar é um d
dos fatores
s que influencia de foorma significativa na
a
apre
endizagem dos aluno or deve buscar estrattégias que
os. Assim o orientado e priorizem
m
o estreitamento da relaçã
ão entre esscola e fam
mília.
Rego (1995)
( afirrma que a família, po
or ser a prrimeira insttituição social com a
qual a criança tem conta
ato, exerce
e grande in
nfluência so
obre ela, innclusive so
obre o seu
u
comportamentto na escolla.
Conform
me Goldani (1994), a
as mudanç
ças sociais ocorridass ao longo do tempo,,
fizerram com que
q as fam
mílias tives sem novas formataç
ções, deviddo a um in
ncremento
o
no número de s reconsti tuídas, re
d famílias esultantes de separrações, divórcios e
reca
asamentos.
Ainda nesse
n sentido, Golda
ani (1994) comenta que
q a deseestruturaçã
ão familiarr
deco
orre muito mais da falta de d iálogo, ate
enção e afeto
a que eenvolve as
s relaçõess
familiares do que propriamente uma crise
e da estru
uturação ffamiliar co
onsiderada
a
padrrão: pai, mãe
m e filho
os. O orie
entador educacional necessita buscar co
onhecer o
mod
do de vida,, os interesses, as a
aspirações
s, as neces
ssidades ddos educandos e de
e
suass famílias.

AN02FREV
V001/REV 4.0

47
Nesse sentido, pode-se apontar que
q uma das tareefas do orientadorr
educcacional é o conhec
cimento da
a comunid
dade e das
s situaçõees que fac
cilitam sua
a
vida, bem com
mo as que a dificultam
m.
O pape
el do orien
ntador com
m relação à família não é apoontar desa
ajustes ou
u
proccurar os pa
ais apenas
s para tece
er longas reclamaçõe
r es sobre o comporta
amento do
o
filho e, sim, procurar
p ca
aminhos, jjunto à fa
amília, para
a que o eespaço es
scolar seja
a
favorável ao alluno.
Estas experiênc
cias dem
monstram uma atribuição dos oriientadoress
educcacionais mais ped
dagógicas do que de
d caráter psicológgico que até então
o
envo
olvia as atividades de ão educacional nas escolas.
e orientaçã e
Toda fu
undamenta
ação teóriica eviden
ncia que caminham
mos para um novo
o
mom
mento destte campo pedagógicco, comprrometido com
c a form
mação do aluno na
a
buscca de consstrução de uma cidad
dania mais crítica e participativa
p a.

2.6 O ORIENT
TADOR ED
DUCACION
NAL FREN
NTE À PRÁ
ÁXIS DEMO
OCRÁTICA
A

A práticca do Orien
ntador Edu
ucacional diversificou
d u-se ao lonngo de sua
a trajetória
a
órica, acompanhand
histó do as dife
erentes te
endências pedagóggicas da educação,
perccebe-se essse fato por
p meio d
da análise teórico-prática da educação no Brasill
(GRINSPUN, 2008).
2

 Pedago
ogia libera
al tradicion
nal: Nessa
a perspectiva, a práttica dos oriientadoress
caracterriza-se co
omo terapê
êutica e psicológica
p a, destinanndo-se ao
os alunos--
problem
ma; para qu
ue os messmos fosse
em ajustados e pudeessem assu
umir o seu
u
papel na
a sociedad
de.
 Tendên
ncia libera
al renovad
da progres
ssista: Ne
essa persppectiva, a prática do
o
orientad
dor caracte
erizava-se em auxilia
ar o desen
nvolvimentto cognitivo de seuss
alunos e propor meios parra que a escola se adequassse as nec
cessidadess
individuais do alun
no ao meio
o social.
 Tendên
ncia liberral renov
vadora não
n diretiva (esco
ola nova
a): Nessa
a
perspecctiva, a prrática do o
orientadorr está rela
acionada à afetivida
ade, tendo
o

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nesse momento
m a função fa
acilitadora de mudanças e baseeia-se na busca doss
conheciimentos pe
elos próprio
os alunos.
 Tendên
ncia libera
al tecnicis
sta: Ness
sa perspec
ctiva, a prrática do orientadorr
caracterrizava-se em
e identifiicar as apttidões dos
s alunos paara um de
eterminado
o
mercado de trabalho, po
or meio das
d inform
mações orrdenadas em uma
a
sequênccia lógica e psicológiica.
 Tendên
ncia prog
gressista libertadora: Nessa
a perspecctiva, a prática
p do
o
orientad
dor caracte
erizava-se em asses
ssorar o professor n a medida em que o
mesmo era um ca
atalisador do grupo junto
j aos alunos e oos professo
ores. E oss
alunos deveriam atingir um
m nível de
e conscientização daa realidade em que
e
vivem e buscariam
m realizar u
uma transfformação social.
s
 Tendên
ncia prog a: Nessa perspecttiva, a prática
gressista libertária p do
o
orientad
dor se cara
acterizava
a em capta
ar o mundo real doss alunos, sendo
s que
e
estes erram percebidos com
mo indivíduos históric
cos, concreetos e reais, visando
o
assim uma
u trans
sformação da realidade da personalidaade em um sentido
o
libertário
o.
 ncia progrressista c rítico-social dos co
Tendên onteúdos: Nessa pe
erspectiva,,
a práticca do orien
ntador cara
acteriza-se
e em indica
ar um cam
minho de preparação
p o
do aluno
o para o mundo
m adu lto, com ba
ase no con
nfronto do saber sistematizado
o
com as experiências cognitivvas já estrruturadas no
n aluno.
 Tendên
ncia cons
strutivista:: Nessa perspectiva
p a, a práticca do orientador é
democrrática e se caracte
eriza em promover
p meios paara a aqu
uisição do
o
conheciimento porr parte do aluno, enffatizando a interaçãoo entre o sujeito
s ea
realidad
de de onde
e surge o cconhecimento.

De acorrdo com Grinspun (2 008), por meio


m dessa
as tendênccias pedag
gógicas da
a
educcação podem-se identificar trê
ês momenttos relacionados à pprática do Orientador
O r
Educcacional.
Segundo a autora
a, o primeirro momentto diz resp
peito ao traabalho do Orientador
O r
centtrado no aluno e o de
esenvolvim
mento integ
gral da sua
a personali dade, com
m base nass
nece
essidades, aptidões e interessses do mesmo
m pa
ara adaptáá-lo ao se
eu mundo
o
espe
ecífico e ajustá-lo de acordo
o com as
s exigências do meeio, em termos
t de
e
orien
ntação pro
ofissional pensava-se
e no homem
m certo pa
ara o lugar certo.

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A orienttação tinha
a a preocup
pação em compreender o suje ito no seu todo, mass
o alu
uno deveria se adequ
uar aos pa
adrões da sociedade vigente. N
Nessa pers
spectiva, a
prátiica do orie
entador ba
aseava-se
e nos pres
ssupostos da psicoloogia e co
onsistia na
a
apliccação e an
nálise dos testes de a
aptidão e interesses
i dos alunoos, para co
onhecer ass
suass potencia
alidades e possibilid
dades e to
oda ativida
ade do coonhecimen
nto era de
e
resp
ponsabilida
ade do sujeito
s e assim o fracasso
o e o ssucesso dependiam
d m
exclu
usivamente do mesm
mo.
Os teste
es baseava
am-se nass técnicas já
j testadas
s no camppo da psico
ologia, não
o
conssideravam que o ambiente
e social exerce grande innfluência sobre o
comportamentto e o de
esenvolvim
mento do indivíduo,
i uma vez que os resultadoss
desssas análise
es eram vo
oltados excclusivamen
nte para qu
uestão pesssoal do alluno e não
o
para
a questão da
d inserção
o social.
O segundo mome
ento da p
prática do Orientador educacioonal diz re
espeito ao
o
traba
alho do Orientador centrado
c in
nicialmente
e no profe
essor e deppois na es
scola, poiss
se p
pretendia dar
d aos professores
p s melhores condições de connhecimento
o sobre o
aluno, necessá
ário ao pro
ocesso enssino-aprend
dizagem.
Segundo Carvalh
ho (1979) , são inú
úmeras as
s vantageens em se ter um
m
espe
ecialista em
m educaçã
ão que auxxilie o profe
essor no prrocesso ennsino-aprendizagem,
pois o professor tem a condição
c d
de relacionar-se com seus alunnos de form
ma franca,
posssibilitando maior conh
hecimento
o mútuo.
Nessa perspectiva
p a, com a orientação
o e auxílio do orienttador educ
cacional, o
profe
essor pode
erá traçar metas que
e ajude o aluno a ca
aminhar paara a cons
strução do
o
auto
oconhecime
ento. E es
sse fator a
ajudará o aluno a conhecer o meio no qual está
á
inserido e o esstimulará a resolver e enfrentarr os seus problemas.
p
Quanto à escola,, a prática
a do orien
ntador esta
aria em aatuar nas atividadess
relaccionadas às
à matrículas dos al unos, entu
urmação dos
d alunoss, horários, escolhass
de p
professoress, ao curríc
culo e ao p
projeto políítico pedag
gógico a seer desenvo
olvido pela
a
instittuição.
e-se com essas
Percebe e atrib
buições do
o orientado
or educaciional que houve um
m
gran
nde avançço na me
edida em que o mesmo
m entificava a escola em uma
ide a
persspectiva co
ontextualiz
zada. No e d orientaddor não deve
entanto, a prática do d estarr
unica
amente vo
oltada aos procedime
entos técnicos da ps
sicologia, qque não o ajudava a
conh
hecer a rea
alidade do aluno e tra
azê-la para
a dentro da
a escola.

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A práticca do orientador educcacional em
m uma perrspectiva m
mais conte
extualizada
a
não tem a rece
eita pronta em adequ
uar o aluno
o ao meio e o que fazzer na esc
cola, pois o
próp
prio contexto escolar indicará co
omo fazer e porque fazer
f tal attividade.
eiro momento diz respeito à prática
O terce a democráática do orientadorr
educcacional qu
ue caminha para a cconstrução de um nov
vo fazer quue não estteja pronto
o
e accabado na escola e sim deverá ser iniciad
do e gerado no âmbitto escolar.
ntador edu
O orien ucacional deve cria
ar métodos
s junto aoos profess
sores que
e
incentivem o aluno a participar
p ativamente
e do próp
prio apren dizado, mediante
m a
erimentaçã
expe ão, a pesquisa em grrupo, o estímulo à dúvida e o desenvolv
vimento do
o
racio
ocínio, entrre outros procedimen
p ntos.
Assim, a partir de suas açõe
es, o aluno
o vai estab
belecendo aas propried
dades doss
objetos e consstruindo as
s caracteríísticas do mundo, de
e acordo ccom o conhecimento
o
adqu
uirido por meio de suas inte rações so
ociais. O eixo
e conduutor do tra
abalho do
o
orien
ntador é co
onstruir jun
nto ao alun
no os meio
os necessários paraa o desenvolvimento,
maiss pleno posssível, bas
seando-se na realidade dos me
esmos.
Se ante
es o trabalho do orie
entador ca
aracterizav
va-se por meio de técnicas já
á
existtentes, ago
ora há nec
cessidade de construir os proc
cedimentoss necessá
ários à sua
a
e ser vista como: um
prátiica, que de ma produçã
ão de conh
hecimentoss, de comu
unicação e
interrações.

FI M DO MÓDULO II

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