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RELATÓRIO DE ESTÁGIO I:
DIMENSIONAMENTO DE
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
GRACIELA GRACIELA MANICA

Relatório Parcial de Estágio

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APOST ILA FUNDAES CONCEIT O-


Jonas T hiago

Fundações IFECT
Eudes Marinho

Apost ila de Fundacoes Tecnicas Const rut ivas


Brena Oliveira
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO I: DIMENSIONAMENTO DE


FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Graciela Mânica

Lajeado, Maio de 2016.


Graciela Mânica

RELATÓRIO DE ESTÁGIO I: DIMENSIONAMENTO DE


FUNDAÇÕES PROFUNDAS.

Relatório de Estágio I – Pesquisas


preliminares sobre as fundações profundas,
suas classificações e elementos para seu
dimensionamento.
Professor(a) orientador(a): Débora
Delai Vanin.

Lajeado, Maio de 2016.


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SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................ 3
1.1 Uma breve história ............................................................................ 3
1.2 Elementos e Critérios do projeto ....................................................... 4
1.3 Tipos de Fundações .......................................................................... 5
1.3.1 Fundações Rasas ........................................................................ 5
1.3.2 Fundações profundas................................................................... 6
1.4 Objeto de estudo: Fundações profundas .......................................... 7
1.5 Objetivos ........................................................................................... 8
1.5.1 Objetivo geral ................................................................................. 8
1.5.2 Objetivos específicos: .................................................................. 8
1.6 Bibliografia ........................................................................................ 9
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1. Introdução

1.1 Uma breve história

As fundações estão presentes na vida do ser humano desde que este


abandonou as cavernas e começou a construir seus abrigos. Seja na forma de
estacas de madeira ou de plataformas de pedra, o homem sabia, de forma empírica
ou não, que seria necessário ajudar o solo a receber e distribuir de forma otimizada
as cargas que o abrigo aplicaria sobre o terreno.
Essa necessidade de fundação foi se confirmando através dos tempos,
como quando as grandes construções nos antigos Impérios do Oriente ruíam ou
acabavam por ser demolidas devido ao solo onde haviam sido construídas ter cedido
por não suportar o peso das mesmas. Como “não havia fundações preparadas,
como em épocas mais modernas se passou a fazer” (NETO, 1998, pg. ), depois que
essas construções ruíam ou eram demolidas, outras construções eram erguidas
sobre os escombros que eram misturados com a terra e socados.
Aos poucos as fundações ganharam formas e materiais definidos, como em
Creta por exemplo, onde os palácios chegavam a 3 pavimentos e eram construídos
sobre fundações feitas com “pedaços de pedra, paredes de tijolos crus com pilares
de pedras e demais estruturas de madeira” (NETO, 1998, pg.18). Esse tipo de
fundação perdurou por muitos anos. Aos poucos percebeu-se a importância de
reconhecer o tipo de solo e, quando o mesmo era frágil, reforça-lo com “uma
camada de terra misturada com carvão(...), uma camada de terra apiloada, ou
mesmo uma mistura de calcário mole com pedregulho” (NETO, 1998, pg.18).
NETO (1998), afirma que, das construções da antiguidade que persistem até
os dias de hoje, muitas apresentam deformações nas fundações, em função das
superestruturas. As causas destas deformações podem ser tanto por deficiências
nas próprias fundações como por falta de resistência do solo onde estão
implantadas.
Ao longo dos séculos muitas mudanças ocorreram, tanto nos estudos como
nas aplicações, sobre geotecnia, mecânica dos solos e fundações. Essas mudanças
foram ocorrendo conforme o homem foi percebendo as suas construções: refletindo
sobre o porquê de algumas ruírem e outras permanecerem e sobre o que deveria
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ser feito para evitar as ruínas. Os desenvolvimentos na área das fundações foram
acumulando-se “baseados na experiência, ganha em tentativas, erros e acertos, em
experimentos, interpretações e teorias” (NETO, 1998, pg.25). Estes
desenvolvimentos deram origem à Mecânica dos Solos, ciência que estuda o
comportamento do solo quando solicitado.
A importância da Mecânica dos Solos no dimensionamento das fundações é
de suma importância, pois permite o conhecimento da capacidade de carga do solo,
e conhecendo a reação que o solo terá ao receber uma determinada carga,
podemos prever a necessidade de reforço ou não do mesmo, bem como o tipo de
fundação que melhor se adequará.
Para concluir este breve resumo da história das fundações:
No caso particular das técnicas de fundações têm, em sua história, uma
fonte de ensinamentos no sentido que a todos, leigos e técnicos, interessa:
algo firme, sólido, e não só auto-sustentável, mas capaz de sustentar
estruturas que sobre elas se colocam. (NETO, 1998, pg.31)

1.2 Elementos e Critérios do projeto

De acordo com Velloso e Lopes (1998) para desenvolver o projeto de


fundações é necessário o levantamento dos seguintes dados:
 Topográficos: levantamento planialtimétrico; verificação de taludes,
encostas e erosões no terreno;
 Geológicos-geotécnicos: investigação preliminar e complementar do
subsolo da área para identificação do tipo de subsolo e nível do lençol freático;
dados geológicos e geotécnicos, como mapas, fotos aéreas e levantamentos
aerofotogramétricos etc
 Estruturais: tipo de estrutura que será construído e qual sua utilidade;
sistema estrutural; cargas que solicitarão as fundações.
 Construções vizinhas: verificar: quais os tipos de fundações e
estruturas; o número de pavimentos e quais as cargas médias por pavimento;
desempenho das fundações; existência de subsolo; possíveis consequências de
escavações e vibrações que a nova obra pode causar.
JOPPERT (2007) reforça a importância dos dados acima afirmando que
estas variáveis são importantes na fase da análise técnica e econômica para
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escolher de forma correta a solução de fundação para a obra. O mesmo afirma


também que, embora as fundações não sejam “o item mais oneroso de uma obra”
(JOPPERT, 2007,pg.91), o erro do projeto de fundações pode acarretar custos
extras com reforços e recuperação de estruturas, ou até mesmo com ações judiciais.
Após os dados citados serem coletados é necessário estudar as solicitações
que a fundação receberá. As solicitações a que as fundações são submetidas são
classificadas, no Brasil, como ações permanentes (aquelas que permanecem
invariáveis durante toda a vida da obra), ações variáveis (apresentam variações
médias advindas do uso da obra) e ações excepcionais (são aquelas que, se
ocorrerem, sua duração é curta, como enchentes, incêndios etc).
Há também alguns requisitos que o projeto de fundações deve atender para
que possam ser executados: “deformações aceitáveis sob as condições de trabalho;
segurança adequada ao colapso do solo de fundação (estabilidade “externa”);
segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais (estabilidade “interna”)”
(VELLOSO e LOPES. 1998. PG.212)

1.3 Tipos de Fundações

“Fundações são os elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno


as cargas de uma estrutura” (AZEREDO, 1977). São classificados em dois grupos:
fundações rasas e fundações profundas.

1.3.1 Fundações Rasas

As fundações rasas são definidas como o elemento onde “a carga é


transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base
da fundação” (NBR 6122/1996. Pg.2). A norma define ainda que, para ser
classificada como fundação superficial a estrutura deve estar assentada há uma
profundidade inferior ao dobro da sua menor dimensão. Neste tipo de fundação
estão incluídas as sapatas, os blocos, os radier e as vigas de fundação.

 Sapatas: constituídas de concreto armado, são dimensionadas


para que a armadura resista às tensões resultantes. Podem ser também sapatas
associadas, quando uma sapata recebe mais de um pilar, ou sapata corrida, também
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conhecida como baldrame, quando a sapata recebe cargas distribuídas linearmente


ou pilares alinhados. As sapatas resistem às forças atuantes principalmente por
flexão
 Blocos: são elementos de apoio construídos de concreto
simples. Seu dimensionamento é feito para que o concreto resista às tensões de
tração sem necessidade de armadura. Os blocos de fundação trabalham
basicamente à compressão.
 Radier: pode ser descrito como uma grande sapata que recebe
todos os pilares da obra ou todos os carregamentos distribuídos. Segundo Teixeira E
GODOY (1998), por envolver grande quantidade de concreto armado, elevando o
seu custo, e por ser de difícil execução, não é uma fundação usada com frequência.

Os elementos de fundação mais simples são os blocos e as sapatas e,


também, os mais econômicos.

1.3.2 Fundações profundas

As fundações profundas são definidas pela NBR 6122 como “elemento de


fundação que transmite a carga para ao terreno”, seja pela sua base, pela lateral, ou
por ambas as partes. A norma também define que, para ser considerada fundação
profunda, a estrutura deve ter a altura de, no mínimo, 3 metros e sua base deve
estar a uma profundidade superior ao dobro da sua menor dimensão. Nestes tipos
de fundação estão incluídos as estacas, os tubulões e os caixões.
 Estacas: sua execução é feita exclusivamente por equipamentos ou
ferramentas, sem a necessidade de um operário descer. Pode ser feita com
madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in situ ou pode ser mista. A
execução pode ser por cravação ou escavação, ou ainda, mista.
 Tubulões: elemento cilíndrico onde, no final da execução, requer a
descida de um operário ou técnico. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar
comprimido. Sua execução pode ser feita com ou sem revestimento de aço ou de
concreto.
 Caixão: elemento de forma prismática. Sua execução é feita
concretando o mesmo na superfície e, posteriormente, instalando por escavação
interna.
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As fundações podem, ainda, ser mistas, como por exemplo utilizando a


combinação de sapata e estaca ou radier e tubulões.

1.4 Objeto de estudo: Fundações profundas

Após verificação do solo através de análise topográfica e geotécnica é feita a


escolha do tipo de fundação mais adequada. Quando a escolha for por fundações
profundas, como dito anteriormente, elas podem ser estacas, tubulões ou caixões.
As estacas podem ser classificadas conforme ao material (madeira,
concreto, aço ou mistas) ou conforme sua forma de execução. Podem ser estacas
cravadas ou escavadas. São peças alongadas, de forma cilíndrica ou prismáticas.
Suas funções são, essencialmente, transmitir as cargas para as camadas mais
profundas do solo; conter os empuxos laterais; compactar o terreno onde será
executada.
As estacas cravadas são aquelas que, ao serem introduzidas no terreno não
exigem a retirada do solo. O material mais usado no Brasil é o concreto armado,
mas também podem ser de metal, de madeira, de concreto apiloado ou de concreto
fundido no próprio terreno, dentro de uma estaca de aço cravado.

Estacas escavadas são executadas “in loco”. O terreno é perfurado por um


processo qualquer, o material é removido com ou sem revestimento ou fluido
estabilizante.

Os esforços recebidos pelas estacas são os esforços axiais de compressão,


que são resistidos “pela reação exercida pelo terreno sobre sua ponta e pelo atrito
entre as paredes laterais da estaca e o terreno” (BARROS, 2011, pg.13).

As estacas também podem ser classificadas quanto a forma como


distribuem as cargas que recebem ao terreno. Elas podem ser estacas de atrito,
quando não alcançam uma camada mais resistente do solo, utilizando-se apenas do
atrito com o solo para se apoiar. E podem ser estacas de suporte quando alcançam
essa camada mais resistente e transferem para a mesma a maior parte da carga
recebida.

Frequentemente surgem novos modelos de estacas no mercado, e os


métodos de execução das mesmas estão em constante mudança. Por isso é
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importante que o projetista conheça as firmas executoras especializadas e faça seu


projeto baseado na forma de trabalho destas empresas.

Para o projeto de fundações é necessário ao engenheiro conhecimentos de


cálculo estrutural e de geotecnia, pois além de calcular a estrutura, o conhecimento
do solo e de como o mesmo irá reagir a estrutura é de suma importância para a
segurança do projeto.
A presente pesquisa visa compreender o funcionamento das fundações
profundas através do entendimento sobre como as mesmas recebem e distribuem
as cargas ao solo e sobre como é feito seu dimensionamento e quais os dados
relevantes para seu dimensionamento seguro.

1.5 Objetivos

1.5.1 Objetivo geral

Compreender como é feito o dimensionamento das fundações profundas

1.5.2 Objetivos específicos:

- Analisar e compreender como as fundações profundas recebem as cargas


do elemento estrutural

- Analisar e compreender como as fundações profundas distribuem as


cargas recebidas.

- Analisar os cálculos utilizados para o dimensionamento de fundações


profundas

- Compreender os componentes dos cálculos de dimensionamento de


fundações profundas
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1.6 Bibliografia

ALONSO, Urbano Rodriguez. Dimensionamento de Fundações Profundas. São


Paulo: Blucher, 1989.

BARROS, Carolina. Apostila de fundações: Técnicas Construtivas –


Edificações. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Pelotas, RS.
2011. Disponível no link: https://edificaacoes.files.wordpress.com/2011/04/apo-
fundac3a7c3b5es-completa.pdf. Acesso em 24/04/2016.

HACHICH, Waldemar et al. Fundações: Teoria e Prática. 2 Ed. São Paulo: Pini,
1998.
JOPPERT JUNIOR, Ivan. Fundações e Contenções em Edifícios: Qualidade total
na Gestão do Projeto e Execução. São Paulo: PINI, 2007.

VELLOSO, Dirceu de Alencar. LOPES, Francisco de Rezende. Fundações :


Critérios de Projeto: Investigação de Subsolo: Fundações Superficiais:
Fundaçõs Profundas. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

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