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ATIVIDADE 02 – TURMA 01 - 8º PERÍODO DIREITO

TRABALHO SOBRE O DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR - VALE 1,5 PONTOS

QUESTÃO 01 (vale 0, 5 pontos)

Considere a seguinte situação:


O grupo de irmãos Paulo, Eduardo e Camila, ambos com menos de 12 anos, está há 17 meses sob a
guarda provisória do seu tio Antônio e de sua companheira, com os quais as crianças desenvolveram
relações de afetividade e afinidade. Após este período restou comprovada, com o auxílio de estudo
de equipe técnica, a total impossibilidade de reintegração à família natural. Entre as alternativas
abaixo, marque a que se mostra mais indicada para o caso, conforme diretrizes do ECA.

1 – A autoridade judiciária, após determinar a destituição definitiva do poder familiar, encaminhará


o grupo de irmãos para o acolhimento institucional na mesma entidade.

2 - O Estado-Juiz, devidamente provocado em procedimento judicial específico, após determinar a


destituição definitiva do poder familiar, iniciará processo de colocação em família substituta
modalidade adoção, dando preferência à adoção internacional.

3 - O Estado- Juiz, devidamente provocado em procedimento judicial específico, após determinar a


destituição definitiva do poder familiar, iniciará o processo de colocação em família substituta
modalidade adoção, dando preferência à família extensa na qual as crianças já estão inseridas, ainda
que não inscrita no Cadastro de Pessoas Interessadas na Adoção e dispensando o Estágio de
Convivência.

4 - A autoridade judiciária, iniciará o processo de adoção separando o grupo de irmãos, dando


preferência a casais nacionais residentes e domiciliados no Brasil e inscritos no Cadastro de Pessoas
Interessadas em Adotar.

JUSTIFIQUE A SUA RESPOSTA:

Alternativa 3

Escolhe-se essa alternativa, pois, as crianças já foram integradas à família extensa (tios), que possui
prevalência perante a família substituta, como vemos no art. 19 A caput, art. 28 §3.
QUESTÃO 02 (Vale 0,5 pontos)

Considere a seguinte situação:


O casal Pedro e Maria, pais biológicos de João Pedro, 11 anos, Ana Valéria, 8 anos e Antônia, 2
anos, além de eventual insuficiência econômica, fazem uso, com certa frequência, de substâncias
entorpecentes e bebida alcoólica, não havendo evidências, entretanto, de maus tratos ou qualquer
prática de violência contra os filhos (art. 130 ECA). Tendo conhecimento do caso, cabe ao Conselho
Tutelar:

1 – A suspensão do poder familiar e encaminhamento das crianças para acolhimento familiar;


2 – O encaminhamento das crianças para acolhimento institucional como medida excepcional e
transitória;
3 – A aplicação das medidas do art. 129 de I a III e, havendo necessidade, a aplicação da
medida de proteção do inciso VI do art. 101 aos filhos, tendo em vista o princípio da
intervenção precoce – inciso VI, parágrafo único art. 100;
4 - Encaminhamento das crianças para a família extensa com a concessão da guarda provisória a
esta;
5 – Denúncia ao MP para suspensão do Poder Familiar tendo em vista a falta de condições materiais
dos pais e o “ambiente desfavorável” para as crianças.

JUSTIFIQUE A SUA RESPOSTA:

A Alternativa 3 é a correta com a justificativa sendo baseada na interpretação dos artigos citados
,sendo eles:
Art 129 incisos I a III, onde cita que se pode encaminhar os pais a programas oficiais ou
comunitários de auxilio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômacos, sendo este o caso.
Ainda mais que os pais não apresentam risco à criança, e a eventual insuficiência econômica não
basta para a suspensão do poder familiar.

QUESTÃO 03 (vale 0,5 pontos)

Carlos Antônio, pai de João Pedro, 16 anos, fora condenado pelo crime de furto. Já a mãe do
adolescente encontra-se apenada por envolvimento no crime de tráfico de drogas. Inexistindo a
possibilidade de família extensa ou ampliada para assumir a guarda provisória de João Pedro, cabe à
autoridade judiciária:

1 – Suspender o poder familiar e encaminhar João Pedro para o acolhimento institucional (medida
de proteção), ficando sob a guarda do diretor da entidade.

2 – Considerar como uma primeira hipótese encaminhar João Pedro para uma família
acolhedora, inscrita no Programa de Acolhimento Familiar, com quem ficará a guarda
provisória do adolescente, garantindo que o menino visite periodicamente o pai, assegurando-
lhe o direito à convivência familiar. Alternativa 2 uma vez que o art 23 §2 lesgisla exatamente
sobre isso, citando que a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder
familiar, exceto nos casos de crime doloso contra filho, filha ou outro descendente, sempre
prevalecendo a escolha por familiares, não possível passa para a próxima alternativa, sendo ela a
guarda provisória, sendo mantido o direito de visita periódica ao pai.
3 – Encaminhar João Pedro para um Centro de Internação de Infratores.

4 – Destituir o pais de João Pedro do poder familiar, considerando como uma primeira hipótese a
aplicação de medida transitória de colocação em família substituta (Programa Família Acolhedora),
sob a modalidade de guarda, enquanto aguarda pelo processo de adoção.

Justifique a sua resposta:

Alternativa 2 uma vez que o art 23 §2 lesgisla exatamente sobre isso, citando que a condenação
criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto nos casos de crime
doloso contra filho, filha ou outro descendente, sempre prevalecendo a escolha por familiares, não
possível passa para a próxima alternativa, sendo ela a guarda provisória, sendo mantido o direito de
visita periódica ao pai.

QUESTÃO 04 (vale 0,5 pontos)

Carlos Augusto, 12 anos, fora afastado do convívio familiar, sendo adotada medida transitória de
colocação em família substituta, ou seja, Carlos Augusto está sob a guarda de sua avó – família
extensa, não tendo sido suspenso o poder familiar dos pais. Nesta situação, enquanto exercício do
poder familiar, cabe aos pais de Carlos Augusto:

1 - Direito de visitação ao filho e dever de prestar alimentos, que serão objeto de


regulamentação específica a pedido do Ministério Público ou do interessado.

2 - Mesmo sem ordem expressa e fundamentada da autoridade judiciária, cabe aos pais total
afastamento do filho.

3 – O deferimento da guarda a terceiros implica necessariamente na perda do poder familiar,


rompendo-se definitivamente os laços com a família natural.

4 - Cabe aos pais (família natural) o direito de opor-se aos guardiães, enquanto prerrogativa do
poder familiar.

Justifique a sua resposta:

Alternativa 1, tendo como base o art. 22 do ECA, que cita como dever dos pais o de sustento,
devendo prestar alimentos à família extensa sem perder o poder familiar, ou seja, a avó. Ainda cabe
o direito à visitação protegido pelo art. 19 §4.

QUESTÃO 05 (vale 0,5 pontos)

O art. 48 do ECA consagra o direito à identidade genética ou “Direito ao Reconhecimento das


Origens”. É direito personalíssimo da criança e do adolescente, não sendo passível de
obstacularização, renúncia ou disponibilidade por parte da mãe ou do pai. Trazer um caso
jurisprudencial de investigação da ascendência genética envolvendo o fato de “adoção à
brasileira”, apresentando os possíveis efeitos jurídicos de tal situação.

Tribunal de Justiça de Santa Catarina-Apelação Cível: 0900779-66.2917.8.24.0073

Ementa
INFÂNCIA E JUVENTUDE. AÇÃO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR C/C PEDIDO DE
BUSCA E APREENSÃO, ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL, INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E
ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. INCOFORMISMO DO PAI
REGISTRAL E DE SUA COMPANHEIRA, OS QUAIS DETÊM A GUARDA DO INFANTE. CASO
CONCRETO. ALEGAÇÃO DE QUE O MENOR DE IDADE (2 ANOS) É FRUTO DA BREVE RELAÇÃO
EXTRACONJUGAL OCORRIDA ENTRE O PAI REGISTRAL E A MÃE BIOLÓGICA. GENITORA QUE
ENTREGOU O MENINO EM VIRTUDE DE O RÉU APRESENTAR MELHOR CONDIÇÃO
FINANCEIRA PARA CRIÁ-LO. VERSÃO DOS FATOS CONTRÁRIA À PROVA CONTIDA NOS
AUTOS. FORTES INDÍCIOS DE ADOÇÃO À BRASILEIRA. RECUSA DE O PAI REGISTRAL EM
REALIZAR O EXAME DE DNA. AUSÊNCIA DE RELUTANCIA DE SUA COMPANHEIRA EM CRIAR
O ENTEADO. GUARDIÃ QUE, AINDA, AVERIGUOU EM SEU TRABALHO OS TRÂMITES PARA A
OBTENÇÃO DE LICENÇA-MATERNIDADE EM CASO DE ADOÇÃO E AFIRMOU A UMA AGENTE
DE SAÚDE QUE ESTAVA GRÁVIDA ANTES DE LEVÁ-LO PARA CASA. FRAUDE E
ILEGABILIDADE MANIFESTAS. BURLA AO CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO.
DETERMINAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO DE CUMPRIMENTO DO MANDADO DE BUSCA E
APREENSÃO DO INFANTE. RÉUS QUE IMPETRARAM HABEAS CORPUS NO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA E OBTIVERAM SUCESSO NO DESABIGRAMENTO DO MENINO.
CRIANÇA QUE JÁ SE ENCONTRA COM OS RÉUS HÁ 2 ANOS. RECONHECIMENTO DA
CONSOLIDAÇÃO DE VÍNCULO AFETIVO. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL A JUSTIFICAR O
AFASTAMENTO DO PROCEDIMENTO LEGAL DE ADOÇÃO. PREVALÊNCIA DOS INTERESSES DO
MENOR. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.

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