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2020/2021

O fideísmo de Pascal - Filosofia 11.º Ano

A aposta de Pascal

O matemático, físico e filósofo francês Blaise Pascal (1623-1662) usou um argumento


que, hoje, se denomina: aposta de Pascal.

Aceitemos que não conseguimos provar que Deus existe, nem que não
existe. Os vários argumentos a favor da existência de Deus não são bons,
mas também não temos argumentos bons a favor da inexistência de Deus.
Aceitando que há um empate da razão quanto à existência de Deus, o que
será melhor fazer? Acreditar ou não?

Perante esta circunstância temos uma boa razão para acreditar em Deus.

Se considerarmos todas as alternativas, vemos que temos tudo a ganhar se


Deus existir e formos crentes, e que nada perdemos de importante se
formos crentes e Deus não existir.

Por outro lado, se não acreditarmos e Deus realmente não existir, nada
ganhamos de importante; mas temos tudo a perder se não acreditarmos e
Deus afinal existir.

Logo, o melhor a fazer é acreditar em Deus.

Deus existe Deus não existe

Somos crentes Tudo a ganhar Nada a perder

Não somos crentes Tudo a perder Nada a ganhar

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Objeção à aposta de Pascal:

O argumento pressupõe que se Deus existir e não formos crentes, temos tudo a
perder.

Mas como é que Pascal sabe que isso é verdadeiro?

Talvez Deus castigue as pessoas que acreditam nele sem provas (só por
interesse), e recompense as pessoas cuidadosas, que, na ausência de
provas, não acreditam.

Afinal Deus é bondoso e não vingativo (se Deus castigasse os descrentes


honestos, não seria sumamente bom). Por isso, não castigará quem não
acreditar na Sua existência, desde que estejamos a falar de boas pessoas.

Assim, é falso que tenhamos tudo a perder se não acreditarmos em


Deus.

Bibliografia:

Almeida, A., Teixeira, C. & Murcho, D. (2013) 50 Lições de Filosofia 10.º Ano.
Lisboa: Didática Editora.

A professora: M. Dulce R. Marques da Silva

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