1) O movimento sanitarista brasileiro passou a repensar a saúde pública nas décadas de 1950 e 1960, influenciado por movimentos europeus e estadunidenses.
2) Na década de 1970, as ciências humanas impulsionaram mudanças no modo de fazer saúde pública, criticando o modelo vigente e levando ao surgimento da Saúde Coletiva.
3) A Psicologia se aproximou da Saúde Coletiva neste período, tendo que repensar suas questões epistemológicas para atuar fora do
Descrição original:
Síntese sobre a história da saúde coletiva no Brasil
1) O movimento sanitarista brasileiro passou a repensar a saúde pública nas décadas de 1950 e 1960, influenciado por movimentos europeus e estadunidenses.
2) Na década de 1970, as ciências humanas impulsionaram mudanças no modo de fazer saúde pública, criticando o modelo vigente e levando ao surgimento da Saúde Coletiva.
3) A Psicologia se aproximou da Saúde Coletiva neste período, tendo que repensar suas questões epistemológicas para atuar fora do
1) O movimento sanitarista brasileiro passou a repensar a saúde pública nas décadas de 1950 e 1960, influenciado por movimentos europeus e estadunidenses.
2) Na década de 1970, as ciências humanas impulsionaram mudanças no modo de fazer saúde pública, criticando o modelo vigente e levando ao surgimento da Saúde Coletiva.
3) A Psicologia se aproximou da Saúde Coletiva neste período, tendo que repensar suas questões epistemológicas para atuar fora do
A partir das décadas de 50 e 60, influenciado pelos movimentos europeus e
estadunidenses, o movimento sanitarista brasileiro passou a repensar a saúde pública.
Esse movimento, todavia, não representou uma mudança na percepção do objeto da saúde, que com o advento da ciência biológica, centrava suas ações não no indivíduo que possuía uma doença, mas na própria doença em si, numa visão medicalizada e biologicista. A aproximação das ciências humanas na década de 70 do campo da saúde impulsionou mudanças nesse modo de fazê-la, a partir de críticas ao modelo vigente na época. Nasceu assim, a Saúde Coletiva, numa tentativa de ampliar e aprofundar o entendimento dos processos-saúde doença, considerando diversas dimensões, como a social, a subjetiva e até mesmo a espiritual. Para isso, inauguraram termos como: determinantes de saúde, que pensam as causas psicossociais que influenciam os processos de saúde-doença; as necessidades de saúde, que vão para além da queixa; as tecnologias de cuidado, refletindo sobre as possibilidades de ação, entre outras. Foi durante esse momento de mudança que a Psicologia se aproximou da Saúde Coletiva. Para tal, precisou e ainda precisa repensar suas próprias questões epistemológicas, não acabadas. Suas raízes no fundamentalismo norte americano, por exemplo, pouco auxiliaram nesse processo de inserção na Saúde Coletiva, uma vez que a atuação na área foge do campo individual, de consultório psicoterapêutico e da adaptação do sujeito ao modelo de produção capitalista. Modelo este estritamente ligado ao processo de adoecimento dos indivíduos. Mesmo com as questões particulares mencionadas, a Psicologia se fez e faz um serviço necessário e útil dentro da Saúde Coletiva. Esse reconhecimento começa junto à Reforma Psiquiátrica brasileira, que inseriu os profissionais na assistência direta aos indivíduos ou em outros níveis, como na educação em saúde e na própria gestão do sistema. Mesmo com a atuação da Psicologia vigente, o processo de adaptação à Saúde Coletiva ainda permanece inconcluso. Não se admite aqui, que possa ocorrer uma adaptação ideal ou plena, mas se trata de um caminho ainda longo para as psicólogas percorrerem e ocuparem um lugar de atuação mais próximo, ao menos, dos princípios e diretrizes da Saúde Pública, e para tal precisam antes tratar de seus entraves epistemológicos. Talvez uma alternativa seja incluir nos currículos bases de formação disciplinas e estágios voltados para o campo da Saúde Coletiva, aos modos da UFSC. Um bom modelo para se pensar esses componentes no currículo seria tratar a prática psicológica como um núcleo especializado, que contém seus conhecimentos específicos, mas que atua em um campo, que é construído coletivamente entre os outros saberes, não se limitando à junção deles, como defendido no texto de Campos (2000). Para além das técnicas e saberes, mesmo quando executadas de maneira multiprofissional, o campo da Saúde Coletiva exige flexibilidade dos núcleos. A atuação dada dessa forma, pode ao menos se aproximar de dar conta das singularidades e os processos coletivos e todos os outras relações dialéticas que tornam o modo de produção de saúde tão complexos e dinâmicos. E a Psicologia necessita ainda descobrir formas mais efetivas de se inserir nesse processo.