NÚCLEO DE SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO
RECIFE / 2019
1
JULIANA SANTANA BUARQUE CAVALCANTI
RECIFE / 2019
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JULIANA SANTANA BUARQUE CAVALCANTI
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Drª. Mariana Barros Silva Gondim
Profa. Orientadora
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Prof.(a) Examinador(a)
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Prof.(a) Examinador(a)
NOTA: ___________
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Dedico esse trabalho a minha família.
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AGRADECIMENTOS
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“A água abre caminho mesmo atrás das
pedras. E, diante de algum obstáculo, ela
encontra outro rumo”.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................08
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................09
3. DELINEAMENTO METODOLÓGICO................................................................11
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................12
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................14
REFERÊNCIAS.....................................................................................................16
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MICROBIOTA INTESTINAL E OBESIDADE
Juliana Santana Buarque Cavalcanti
1. INTRODUÇÃO
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A disbiose intestinal leva ao aumento da absorção de nutrientes no intestino
e, consequentemente, ao desenvolvimento da obesidade, que também pode ser
influenciada pelas proporções relativas de dois principais filos de bactérias
intestinais, os Bacteroidetes e as Firmicutes. Sugerindo, desse modo, que a
atividade metabólica destes microrganismos facilita ainda mais a extração e o
armazenamento das calorias ingeridas (ALMEIDA et al, 2009).
Esse desequilíbrio da MI pode levar a obesidade, bem como, ao
desenvolvimento da resistência à insulina, apontada como fator principal da
síndrome metabólica (BAOTHMAN et al, 2016). Uma dieta suplementada a base
de probióticos e prebióticos pode assegurar o equilíbrio da MI. E, isto possibilita a
microbiota exercer uma série de atividades enzimáticas que estão relacionadas
com nossa saúde, tais como: espécies bacterianas do cólon sintetizar vitaminas
como biotina, ácido fólico, tiamina, B12 e K e fermentar carboidratos indigeríveis
(fibras) em ácidos graxos de cadeia curta, que constituem fontes de energia para o
hospedeiro (DELZENNE et al., 2011).
Portanto, este estudo objetivou descrever as funções da MI humana e sua
relação com a obesidade. A partir dessa compreensão, torna-se possível promover
estratégias alimentares para a manutenção das bactérias benéficas presentes no
intestino, as quais irão favorecer a homeostase ao organismo.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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acidez gástrica, pois, do contrário, não possuiria as suas características numéricas
e de equilíbrio (FONSECA; PINHEIRO, 2019).
Portanto, a grande variação da quantidade de bactérias ao longo do trato
digestório depende diretamente do pH e do tempo em que o local retém o seu
conteúdo. Em um indivíduo adulto normal, a quantidade de bactérias no estômago
é relativamente baixa, devido a ação do suco gástrico, que deixa o ambiente
extremamente ácido. As partes proximais do intestino delgado apresentam poucas
bactérias, devido ao fluxo de conteúdo e pela ação da bile, deixando o pH baixo.
Entretanto, o pH relativamente neutro e a prolongada retenção de conteúdo no
intestino grosso favorecem o crescimento das espécies de bactérias dominantes
(FONSECA; PINHEIRO, 2019).
Dessas espécies dominantes, os Bacteroidetes (gram negativas) e as
Firmicutes (gram positivas) constituem 90% das bactérias existentes no intestino
do homem, tal como no do rato. Há evidências de que a microbiota humana e dos
animais desempenham um importante papel na obesidade, especialmente as
proporções dessas espécies (DOMINGUES, 2018).
Na composição da MI, os Firmicutes representam bactérias que possuem
genes de transporte de membrana, transcrição e motilidade celular, são favorecidas
para o crescimento na presença de dieta rica em gorduras, enquanto as
Bacteriodetes anaeróbias têm declínio nesta situação. Os genes para o
metabolismo de aminoácidos e carboidratos diminuem na presença de uma dieta
rica em gordura, ao passo que os genes para a transdução de sinal e transporte de
membrana aumentam. Assim, a combinação de dieta gordurosa e a presença de
bactérias gram positivas no intestino são fatores capazes de induzir a inflamação
intestinal (ROBLES; GUARNER, 2013).
O alto teor de gordura presente na dieta ocidental pode alimentar bactérias
do intestino que aumentam a absorção de calorias e diminuem as despesas de
energia no hospedeiro, causando um balanço energético positivo e obesidade.
Além disso, alimentos com elevados teores de gorduras saturadas e
poliinsaturadas, típicos de padrões alimentares ocidentais, criam um ambiente
propício para seleção das bactérias do filo Firmicutes, enquanto a ingestão de frutas
e hortaliças, por sua vez, favorece a proliferação de bactérias do filo Bacteroidetes
(SCHMIDT et al, 2017).
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Dessa forma, o consumo excessivo de carboidratos e produtos
industrializados, associado ao baixo consumo de alimentos ricos em fibras solúveis
e insolúveis, leva a inativação de enzimas digestiva e aumento da fermentação
pelas bactérias no intestino grosso. Por isso, o controle desse desequilíbrio
intestinal deve ser através do reparo da mucosa intestinal, a partir da retirada de
patogênicos com a introdução de nutrientes essenciais e das enzimas digestivas,
assim como, da administração de prebiótiocos e probióticos (SILVA et al, 2017).
Através do consumo de prebióticos, substâncias alimentares não digeríveis
(fibras solúveis e insolúveis, lactulose, lactitol, xilitol, insulina e alguns
oligossacarídeos), e a introdução de probióticos na alimentação é possível
aumentar o número de microrganismos promotores da saúde no trato
gastrointestinal (OLIVEIRA et al, 2017). Dessa maneira, os prebióticos favorecem
a modificação seletiva da composição da MI, fornecendo ao probiótico vantagem
competitiva sobre outras bactérias patógenas do ecossistema, pois atuará como
uma estratégia coadjuvante para prevenção e tratamento da obesidade (SOARES,
2019).
3. DELINEAMENTO METODOLÓGICO
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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quais seriam responsáveis pela elevação do peso corporal e do tecido adiposo dos
animais (YIN, 2010).
Observaram, também, que a MI foi capaz de inibir a produção do fator rápido
de adiposidade induzida (FIAF) no intestino, o qual por sua vez controla a
lipoproteína lipase (LPL). Assim, a MI pode afetar os dois lados do balanço
energético, influenciando a aquisição de energia dos componentes da dieta e
comprometendo os genes do hospedeiro, que regulam como a energia é gasta e
estocada. A dieta, portanto, constitui-se em fator determinante das características
da colonização intestinal, que é altamente influenciada pelos hábitos alimentares
de longo prazo e por fenótipos do hospedeiro, contudo, não sendo abruptamente
alterada por intervenções de curto prazo (YIN, 2010).
Modificações no gasto de energia podem levar a diferenças no acúmulo de
gordura ao longo do tempo. Por isso, foi investigado alterações nas fezes de 12
indivíduos magros e 9 indivíduos obesos, durante dietas que variaram em conteúdo
calórico (2.400 kcal/dia comparado com 3.400 kcal/dia). Eles mostraram que uma
carga de nutrientes alterada induzia mudanças rápidas na composição bacteriana
da flora intestinal. Essas alterações foram de tal forma que um aumento de 20%
em Firmicutes e uma diminuição correspondente em Bacteroidetes foi associado a
um aumento da extração de energia de cerca de 150 kcal. Além disso, o elevado
grau de superalimentação nos indivíduos magros foi associado a maior perda de
energia nas fezes, sugerindo que a MI detecta mudanças na disponibilidade de
nutrientes (TREMAROLI; BACKHED, 2012).
Diante desse desequilíbrio intestinal, faz-se necessário reparar a mucosa do
intestino e assegurar a melhora do sistema imune através do consumo de
prebiótiocos e probióticos (VILLANUEVA et al, 2017). Por conseguinte, numa
pesquisa durante 28 semanas, foi utilizada uma suplementação com probióticos em
indivíduos que apresentavam síndrome metabólica. Os resultados mostraram
melhora do perfil lipídico e de marcadores inflamatórios, além de redução da
resistência à insulina e dos níveis de glicose circulante. Os pesquisadores
atribuíram tais resultados ao fato de que os probióticos modulam a MI ao reduzirem
o número de bactérias patogênicas e suas toxinas e, consequentemente, a
produção de citocinas pró-inflamatórias (GONÇALVES et al, 2015).
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Em um modelo experimental, na obesidade, o tratamento com probióticos
preveniu o desenvolvimento de tecido gorduroso hepático e a infiltração de
macrófagos no tecido adiposo. Houve, também, uma modulação hipotalâmica em
neurotransmissores que controlam a fome e a saciedade, diminuindo o ganho de
peso e o consumo energético. A modificação no sistema alimentar é um fator
promissor na terapêutica da obesidade, devido ao fato de ser um meio de fácil
intervenção (BRANCHER, 2014).
Já em um estudo com animais, foram observados efeitos benéficos com a
administração de probióticos em ratos com peso adequado, induzidos à síndrome
metabólica com dietas ricas em lipídios, após constatarem a redução no ganho de
peso corporal, na deposição de gordura, nos níveis de triglicerídeos e de glicose
plasmáticos. Esses benefícios foram atribuídos ao fato de o probiótico aumentar a
produção de um ácido graxo de cadeia curta, o butirato, que estimula a liberação
do hormônio GLP-1 pelas células intestinais, o qual age no hipotálamo promovendo
a sensação de saciedade, além de favorecer a liberação da insulina e maior
captação da glicose (MILLS et al, 2019).
Em suma, grandes pesquisas e estudos têm sido feitos a respeito da
funcionalidade de nutrientes na modificação da MI, especialmente na alteração da
quantificação de bactérias específicas. Com os avanços científicos, torna-se cada
vez mais evidente que o intestino é o órgão central do organismo, e que o seu bom
funcionamento depende a saúde do indivíduo. Viver com mais qualidade só será
possível diante da mudança de hábitos, voltando mais atenção ao que se passa
com esse órgão de maior absorção do organismo (COSTA et al, 2019).
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
16
MILLS, S. et al. Precision Nutrition and the Microbiome. Nutrients. v.11, n.923, p.2-
45, 2019.
ROBLES, A. V.; GUARNER, F. Linking the gut microbiota to human health. British
Journal of Nutrition. v.3, n.1, p.115-119, 2013.
17
TREMAROLI, V.; BACKHED, F. Functional interactions between the gut microbiota
and host metabolism. Nature Academic Journal. v.489, n.7415, p.242-249, 2012.
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