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DANIELI BORBA D
LARYSSA SILVA DE CARVALHO MIRANDA
LINAMAR DOS SANTOS DOMINGUES
NITERÓI, RJ.
2021
A proposta alemã para o neoliberalismo, nascido nos anos 1930 e chamada de
ordoliberalismo visa a ideia em comum dos autores Walter Eucken, Franz Bohm e Hans
Grossman-Doerth enfatizada na ordem constitucional e procedural que são bases para a ideia
aqui discutida de sociedade e economia de mercado. Epistemologicamente, o prefixo da
palavra sintetiza “ordem”, cujo texto traz como análise dos sistemas econômicos diversos na
economia política.
Para Eucken (1940), há uma distinção entre “ordem econômica” e “ordem da
economia”, um refere-se a uma espécie de conceitos organizacionais e o outro a, literalmente,
uma ordem econômica que visa trabalhar os conceitos cotidianos da vida moderna. Criado nos
meios intelectuais como uma forma de substituição da economia nazista de estadisto
totalitário e concentração de poder econômico, o ordoliberalismo é mais que uma questão
econômica afim de regular a economia, mas um conceito para a transformação social pautada
na resolução dos conflitos econômicos e cívicos da época. Em resumo, pela concepção do
texto acredita-se em uma perspectiva de política regulada e ordenada, mas longe de ser por
uma ordem natural como na fisiocracia pela qual Adam Smith se guiava.
Segundo a discussão do texto, guiada por uma concepção majoritariamente
científica, a economia política deve basear-se não somente na economia de mercado, mas em
uma análise científica da sociedade e da história, relacionando-se a uma ordem social justa e
que respeite a dignidade humana, preservando alianças a instituições jurídicas e visando ações
políticas incisivas. Além desse levantamento, a discussão que a economia de mercado não
teria sido a responsável pela dissolução dos laços orgânicos tradicionais e pela atomização dos
indivíduos, mas pela fomentação do Estado e seu poder, mostra o capitalismo como
instituição do Estado e não o contrário, como é discutido por teorias de autores como Karl
Marx.
“Coletivismo econômico e coerção tirânica do Estado estão ligados, como
estão economia de mercado e liberdade individual. A economia de mercado é, ao
contrário, um obstáculo redibitório a qualquer “politização da vida econômica”; ela
impede que o poder político decida pelo consumidor. O princípio da “livre escolha”
aparece aqui não apenas como um princípio de eficácia econômica, mas também
como um antídoto contra qualquer desvio coercitivo do Estado.” (Dardot/Cristian
Laval, pág 108)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Dardot, Pierre e Laval, Cristian. A nova razão do mundo. São Paulo: Boitempo (capítulos 3
e 4)
Garcia-Parpet, Marie France (2003). A construção social de um mercado perfeito: o caso
de Fountaine – en – Solagne. Estudos Sociedade e Agricultura, 20.