O documento discute os impactos emocionais da pandemia nos estudantes e educadores. A educação remota afetou o bem-estar emocional de todos, gerando sentimentos como medo e ansiedade. É importante que escolas e professores apoiem os estudantes nesse período, promovendo atividades de acolhimento emocional e exercícios de respiração consciente.
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Título original
A Educação Em Tempos de Pandemia e as Condições Emocionais Das Pessoas - Revisado (1)
O documento discute os impactos emocionais da pandemia nos estudantes e educadores. A educação remota afetou o bem-estar emocional de todos, gerando sentimentos como medo e ansiedade. É importante que escolas e professores apoiem os estudantes nesse período, promovendo atividades de acolhimento emocional e exercícios de respiração consciente.
O documento discute os impactos emocionais da pandemia nos estudantes e educadores. A educação remota afetou o bem-estar emocional de todos, gerando sentimentos como medo e ansiedade. É importante que escolas e professores apoiem os estudantes nesse período, promovendo atividades de acolhimento emocional e exercícios de respiração consciente.
Em tempos de pandemia, a prioridade foi a sobrevivência à vida
humana, o vírus tomou conta de maneira drástica da vida das pessoas no mundo todo. E como falar da Educação neste período? Esta palavra tão singela e ao mesmo tempo com dimensões imensuráveis devido a sua amplitude que se concretiza na própria existência humana, sua ação reporta-se à todo ambiente social, e como um direito fundamental do ser humano, ela se baseia diretamente no princípio da dignidade humana, condição essencial a qual ficou submetida às condições da saúde pública, de modo a resguardar o contato físico, de alguma forma interferiu nas atividades normais, mas não anulou-se o direito aos estudantes, que se constitui condição muito importante para que seja alcançada a justiça social. Assim, o dever, o respeito e proteção do estado, comprometido com a promoção de condições do momento em oferecer à princípio, o modo remoto na escolarização, utilizando os meios tecnológicos para o funcionamento do ano letivo. Ninguém esperava e nem imaginava viver em isolamento social, e nesse momento controverso da pandemia as condições de saúde de todos foram comprometidas, as pessoas sentem-se abaladas emocionalmente, sendo acometidas pelo vírus direta ou indiretamente, através de seus familiares ou amigos, mas é necessário vislumbrar algo de bom desse tempo que se vivenciou e se tratando da educação é preocupante falar das condições de estudo sem a condição plena de saúde do estudante, bem como a do educador e dos que compõem esse fazer, gestores, professores, auxiliares, estes de alguma forma sendo cobrados dentre as várias responsabilidades de dar conta das atividades educacionais, carregaram neste período a carga que a pandemia proporcionou, pode-se imaginar quanto o emocional se abateu, necessitando de cuidados a não ser contaminado não só pelo vírus, mas por todo um sistema neural. Enfrentar encaminhamentos da Educação completamente diferente das atividades normais de trabalho a continuar sua missão de ensinar a partir de casa, utilizando seus próprios materiais, equipamentos e espaços da intimidade de sua casa, a sala de aula que se for fazer a vontade da necessidade, dificilmente é desativada, no entanto, deve-se cair na real que existe outras coisas da vida a cuidar. Muitos esforços por parte do educador foram feitos para encampar o ensinar, enfrentando o vírus, os trabalhos redobrados, e com muitas responsabilidades, apesar da ausência dialógica com a sociedade civil, devido as constantes trocas no Ministério da Educação, que norteia o trabalho do magistério, mas os esforços não se esgotam, a luta segue em todos os campos profissionais, a exemplo da aprovação do Novo Fundeb para as garantias de recursos para a Educação de um modo geral. Foram estabelecidas normativas advindas do órgão mantenedor da Secretaria de Educação que orientou o ensino remoto, aos gestores a formularem junto a sua comunidade escolar planos de trabalho, depois selecionadas as competências necessárias a cada área de estudo com a colaboração de prioridades O professor, linha de frente do ensino e aprendizagem do aluno, em meio a essa engrenagem sente muito o impacto das novas tecnologias, seu uso e as variadas formas de utilização, instalação dos programas, plataformas e aplicativos diversos para administrar os conteúdos, provedores de internet, rede wi-fi e móvel, movimentam meios digitais, uma série de bancos de pesquisas trazem muitas informações, mas o importante são os encaminhamentos pedagógicos para que esses estudantes saibam filtrar bem essas informações, o que pode favorecer ou desfavorecer suas necessidades. Embora exista uma grande parcela que está à margem destas possibilidades, e requer outros meios impressos que venham favorecer o processo do ensino e da aprendizagem. De um certo modo percebe-se a desvalorização da educação pública quando transgride algumas condições que não dadas ao desenvolvimento do processo educacional, precisa ser decente, tenha seu devido reconhecimento salarial, professoras e professores assumem um compromisso social e político na construção de um mundo melhor para todos, destaca-se a fala do Papa Francisco no Seminário Educação e o Pacto Global: “Desejo, neste momento, prestar homenagem também aos professores – os sempre mal pagos – porque, diante do desafio da educação, eles vão adiante com coragem e perseverança” (2020). A falta de condições tecnológicas tanto do aluno quanto do professor, a dignidade da pessoa humana – transforma a nossa educação pública num objeto de desprezo e desigualdade quando comparada à educação privada, não tem nem como comparar por divergentes interesses a de mercado, e diante das dificuldades, as imperfeições se sobressaem mais, escola mal vista – as iniciativas e esforços dos professores muitas vezes ignoradas por pais e até pelos próprios alunos que não cumprem seu papel de estudante. Percebe-se nos meios de comunicação mais pela vertente do pânico, do que de uma consciência centrada em reaproveitar o que lhe resta para viver em harmonia, emocionalmente falando. Feliz daquele que se percebe, e se depara, simplesmente com o ar que respira, exercita e aproveita o que as plantas fornecem à própria sobrevivência, exercícios para fortalecer o sistema respiratório, esse sistema é o que está sendo mais afetado, por isso a importância de inspirar e soltar o ar no seu ritmo de respiração; a água que se bebe, os alimentos dos quais estão disponíveis, essas questões do corpo físico, favorece o fortalecimento da imunidade, as questões da sociabilidade vem a favorecer o emocional, o conforto de suas residências como um abrigo para estar na presença de família e amigos, enfim, a Mãe Terra, com a qual sempre se está absolutamente todos integrados e interligados. Torna-se imprescindível aproveitar a conexão virtual para que as pessoas possam estar interagindo, se comunicando, partilhando as emoções do dia a dia e incentivar uns aos outros no bem comum. Entre as escolas que fortaleceram esse vínculo com a escola, cita-se a escola estadual Sebastiana Lenir, no bairro do Buritizal, que tem projeto de prevenção à violência, e a cultura da paz evidencia o bem estar social e emocional dos estudantes quando apresentam alguma necessidade que interfere no seu aprendizado. Os docentes reconhecem a importância de tratar assuntos referentes ao conflito, a violência, as emoções, acolhimento, pois o nível de stress se desdobra ao medo, a ansiedade.. Sendo assim, existe um espaço de vivência onde os alunos podem discutir os valores éticos e morais que constituem toda e qualquer ação de cidadania. Como os estudantes estão lidando com o confinamento? Como aproveitar este confinamento e os manter nutridos a não se contaminar? Seja o corpo físico, as células, o intelecto, o mental, a alma. E o exercício da paciência, do amor? Onde ficam? Com essas perguntas se movimenta as condições emocionais que as pessoas se encontram. O acolhimento mesmo virtual representa um ganho ao cuidado emocional, o compartilhar as emoções, possibilitar no aluno a auto empatia, reconhecer-se partícipe de seu aprendizado, seu nível de stress, seus medos, sentir-se acolhido. Existem outros campos a ser considerado, as energias de um querer cuidar-se através do amor amplo. Mas é preciso respirar com consciência, coisa que está distante de nossos hábitos, demos sempre muita atenção ao corpo físico, ao cognitivo e pouco nos damos conta do que sentimos, do obscuro, das energias, do emocional. Quem sabe, se for aproveitado algum tempinho para atividades de introspecção junto com os exercícios de respiração, reconhecendo os desejos e dificuldades. Ao se atentar às questões emocionais, descobrem-se muitas coisas que antes não percebíamos. Essa arte precisa ser experimentada, muitas vezes tem a tendência a desequilibrar as emoções em um confinamento solitário. O Equilíbrio emocional não tem como se alcançar sem que se mexa nas emoções boas ou sombrias. E neste processo é preciso olhar o interno para se movimentar no externo. Uma das atividades administrativas da escola neste período para conter a evasão dos estudantes, foi as ligações nos contatos da maioria dos alunos para incentivar a realização das atividades escolares, dos quais foram impossíveis finalizar os contatos devido a números de celular desatualizados, mas é notório as reclamações com descontentamentos quanto às dadas condições no período da pandemia, o qual estavam suspensas as atividades presenciais da comunidade escolar, mas diante das manifestações dos pais dos alunos, podemos tirar alguns relatos pertinentes que fogem das mais comuns, percebidas em suas falas: - O interesse na preocupação do andamento dos estudos de seus filhos; - Houve alguns momentos de interação sobre as dificuldades nos estudos e a importância das aulas presenciais; - Feliz relato quando uma mãe mencionou ter aprendido com seu filho, relembrando o tempo que estudava, agradeceu pela escola ter lembrado de ligar; - O interesse em puxar conversa sobre os problemas causados com o distanciamento social; - As dificuldades em acompanhar os filhos em baixar os aplicativos, pedir ajuda para auxiliar de como enviar por e-mail; - Aquisição e apropriação do celular para seu uso pedagógico. As argumentações dos pais, os cônjuges que se manifestaram referente aos interesses quanto aos rendimentos dos estudantes, mesmo esses, já estando seja no ensino médio ou na EJA, fez com que buscassem a participação de alguma forma no processo educacional dos mesmos, e isso a pandemia mostrou ser imprescindível reconhecer a atuação e a importância do professor que administra e investi na aprendizagem dos alunos, e se isso não acontecer, os estudantes estarão totalmente fora do “sistema”, da preparação ao mundo do Trabalho, não só em relação a escolarização, mas a todo um contexto que se relaciona com a sua conduta educacional, quanto mais o aluno estiver em contato com o conhecimento de forma significativa e reflexiva, o aluno tem como enfrentar o mundo que o cerca, mesmo nas condições adversas que os mesmo estão submetidos. O enfoque nos prejuízos nos deixa atordoados, preocupados, e seria mais apropriado focar nos benefícios que esta oportunidade pode estar nos favorecendo. Somos levados a pensar somente no que não deixamos de fazer normalmente, a tendência é focar nos prejuízos, não para o que se pode fazer no momento. Essa resolução de melhoria se instala na própria pessoa. Uma das atividades postas à juventude a vencer os desafios está a oportunidade de contar sua história nesse período, assim como Anne Frank vítima do nazismo escreveu em seu diário “Sei que haverá consolo para toda a tristeza em qualquer da circunstância. Acredito firmemente que a natureza pode trazer conforto a todos que sofrem”. Sendo assim, o enfrentamento no campo educacional precisa ir além do desenvolvimento do conhecimento cognitivo, alcançar os do socioemocional no processo pedagógico, embora estas questões já incluídas ao currículo escolar através da Base Curricular – BNCC, mas é a parte que poderia também ser atendido com os devidos cuidados de outros profissionais disponibilizados à escola, a realizar tratamentos psicoterápicos, terapias alternativas, visto que tem questões referentes a outros campos científicos inerentes ao autoconhecimento, as cargas de energias eletromagnéticas que também quando trabalhadas melhoram o emocional. As circunstâncias do mundo mudaram e a Educação pode contribuir e muito como motor de mudanças, sendo o caminho para transformar realidades. As boas iniciativas na prática pedagógica possibilitam não somente a comunicação, mas interação que de forma recíproca todos se ajudam, no repensar da própria educação em meio ao tempo pandêmico pode ser pensado novas possibilidades como se refere o professor de filosofia César Nunes “A educação inovadora trabalha com essa perspectiva: coloca o conhecimento a serviço da felicidade e da justiça, faz da escola, primeiro, uma grande arena de experiência humanizadora e ainda diz que não seja colonizada pelo mercado, que coloque o conhecimento a serviço da felicidade e da justiça (NUNES, 2020). Assim, o bem maior a ser preservado que seja a vida, um direito inalienável, que seja o mais humanizado possível, as ações integrada com as redes de apoio da vigilância sanitária, saúde, conselhos e vara da infância e adolescência, auxiliem o recriar das relações pedagógicas durante o contexto da pandemia e uma preparação ao pós pandemia, visto que, nada será a mesma coisa. Todavia, os conhecimentos específicos podem auxiliar na melhoria das relações saudáveis, discernir o que mais importa para a saúde mental e mesmo no virtual, é possível estabelecer um processo educacional, que possibilite aos estudantes a reflexão de assuntos significativos e de auto responsabilidade para o bem estar de todos, que sejam protagonistas de sua própria história, alcance uma consciência planetária com princípios éticos, democráticos, solidários e equilibrados.
Profa. Lucila Diniz Malcher
Mediadora/facilitadora das Práticas Restaurativas Vice-coordenadora Centro Betânia – Paróquia Sagrado Coração de Jesus