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HISTÓRIA DO FUTEBOL

Surgido como uma comemoração inglesa pós-guerra, o futebol chegou ao


Brasil, no final do século XIX, através de Charles Miller, um jovem filho de ingleses.
O futebol, esporte que é considerado a paixão nacional e, sem dúvidas, o mais
popular do mundo, começou a ser praticado na Inglaterra, no século XVII. À época,
o esporte não tinha o formato que tem hoje e tampouco era chamado de “futebol”.
Isso só aconteceu décadas depois, com a criação das regras.
Hoje o futebol movimenta um mercado financeiro bilionário,
proporciona eventos globais, transforma atletas de todas as origens
em ídolos internacionais e utiliza da mais alta tecnologia em transmissões e
equipamentos esportivos. No entanto, a história do futebol não começou assim. O
esporte trilhou uma longa jornada, sem nenhum tipo de glamour e com poucos
holofotes, até chegar a esse patamar.

Origem do futebol

Não se sabe com precisão a data em que o futebol surgiu. Historiadores


contam que os ingleses adquiriram o hábito de chutar uma bola de couro, símbolo
da cabeça de um membro do exército da Dinamarca, como forma de comemorar
a expulsão dos dinamarqueses de seu país ainda no século X. A ação era realizada
anualmente, mas, com o tempo, a prática passou a popularizar-se, e os jogos com a
bola passaram a ser realizados com maior frequência.
Os jogos não tinham regras estabelecidas, e era permitido diversos tipos
de agressões para avançar ou conter o adversário, o que acabava ferindo muitos
dos praticantes. Com as consequências, o Rei Eduardo II decidiu proibir os jogos,
temendo a perda dos soldados do seu exército. A prática foi proibida, mas não
cessada e, apenas em 1681, os jogos com a bola voltaram a ser permitidos na
Inglaterra.
O período entre 1810 e 1840 registrou o crescimento desse jogo popular
pelos alunos das escolas públicas da Inglaterra, porém, o esporte permaneceu
sendo considerado uma atividade violenta e não apropriada aos jovens de classe
alta dos colégios da elite inglesa.

Regras do jogo
As primeiras regras escritas do futebol surgiram em 1830 — The Football
Rulles — e foram criadas pelo Colégio Harrow. Estabeleceram o número de 11
jogadores para cada equipe e os gols para onde a bola deveria ser conduzida. Como
havia uma diversidade nas regras, que variavam para cada colégio, em 1848, houve
uma reunião de diretores de várias escolas que estabeleceram um código
comum para o futebol, o que ampliou a aceitação da atividade nos
meios educacionais e nas classes mais altas.
Ao longo das décadas, novas regras foram implementadas e muitas outras
modificadas até o futebol chegar ao formato que é conhecido hoje. Entre as
mudanças, muitas colaboram para que o jogo ficasse mais limpo e justo.
Entre as principais regras inseridas, uma das ferramentas fundamentais para
a disciplina foram os cartões amarelos e vermelhos. Eles foram inseridos em 1970,
para a Copa do México, como uma forma de facilitar a comunicação entre os países
que não falavam o mesmo idioma. Além disso, as regras do futebol têm alterações
constantes pelos órgãos reguladores, como mudanças nas dimensões de campo,
substituições de jogadores e muitas outras.
A mais recente mudança nas regras do futebol foi a inserção Árbitro de
Vídeo (VAR). A novidade possibilita que os árbitros sejam auxiliados pela ajuda de
câmeras quando houver dúvidas sobre os lances do jogo. O equipamento ainda não
está inserido em todos os campeonatos, mas foi utilizado na Copa do Mundo da
Rússia, em 2018, Copa América de 2019 e já é utilizado em alguns jogos do
Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.
As últimas alterações nas regras do futebol foram feitas para validação na
temporada 2019/2020 pela Internacional Football Association Board (The IFAB) e
passaram a valer a partir do dia 1º de junho. O documento com as mudanças foi
divulgado pela CBF com o nome 'Regras do Jogo 2019/2020 – Mudanças e
Esclarecimentos'.

Crescimento do futebol como esporte

O crescimento dos desafios e torneios entre clubes foi impulsionador para


a institucionalização do futebol, que ocorreu em 1863. A partir da fundação
da Football Association (FA), instituição que formulou as primeiras regras para a
prática do futebol, o esporte passou a ter mais visibilidade e a elaboração de
campeonatos e partidas oficiais iniciou-se. A criação dos campeonatos foi importante
para o surgimento de regras universais para o futebol, e, desde então, o esporte
começou a expandir-se, universalmente.
Ao longo da década de 1870, o futebol começou a ser praticado pela classe
trabalhadora inglesa, estimulada pelos donos de fábricas, pela necessidade de
jogadores para se formar equipes. Nesse momento, o futebol deixou de ser privilégio
da classe endinheirada e passou a ser difundido pelos centros urbanos e pelos
diversos segmentos da sociedade britânica, contribuindo para um espaço
de convivência entre burgueses e operários.

Criação da Copa do Mundo

Em 1904, dirigentes da Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda,


Suécia e Suíça reuniram-se em Paris, na França, para fundar a Fédération
Internationale of Football Association (Federação Internacional das Associações de
Futebol), a FIFA, órgão que comanda o futebol e é responsável por
organizar competições de nível mundial. A entidade foi criada para suprir o desejo
de um torneio de futebol entre os países.
Após a criação, a Inglaterra foi a primeira a aderir à nova federação, seguida
por Alemanha, Áustria, Itália e Hungria. Em seguida, países de outros continentes
aderiram à FIFA. Atualmente, a federação tem sua sede em Zurique, na Suíça.
A primeira edição da Copa do Mundo de Futebol foi realizada, pela
organização, em 1930, no Uruguai, e contou com a participação de 13 seleções da
América e Europa, o que influenciou ainda mais a expansão do futebol.

Depois desse ano, a Copa do Mundo criou a tradição de ser disputada


de quatro em quatro anos. Posteriormente, Itália e França sediaram o mundial, que
foi paralisado de 1942 a 1946, em consequência da Segunda Guerra Mundial.
Foram disputadas 20 Copas do Mundo, contando até sua edição de 2018, e
apenas oito países de dois continentes conseguiram levantar a taça de campeão. O
Brasil é o primeiro da lista, com, até então, cinco vitórias, e o único a ter disputado
todas edições do torneio.

Futebol no Brasil
O futebol chegou ao Brasil em 1894. Charles Miller, um jovem filho de
ingleses que chegou a São Paulo após realizar seus estudos na Europa, trouxe
consigo bolas e regras para a prática do futebol no país.
A prática do futebol, no Brasil, foi realizada pela primeira vez pelo São Paulo
Athletic Club, formado por colonos ingleses, mas o primeiro clube formado,
especialmente para a prática do futebol, foi a Associação Atlética Mackenzie
College, em 1898.
O crescimento do futebol no Brasil acabou fazendo com que o esporte mais
praticado na época, o remo, viesse a ficar em segundo plano, chegando a ser quase
esquecido pelos brasileiros posteriormente. Com isso, algumas equipes de remo
tornaram-se clubes de futebol, como o Flamengo, Vasco da Gama e Botafogo, no
Rio de Janeiro.
A primeira equipe de futebol carioca foi o Fluminense Football Clube,
fundado no ano de 1902. Também foi a primeira equipe a cobrar ingressos para uma
partida de futebol no Brasil, realizada contra o Paulistano, quando,
aproximadamente, 2500 pessoas acompanharam o duelo. Esse jogo também foi
marcado como o primeiro que teve o comparecimento de um chefe de Estado, o
então Presidente da República Rodrigues Alves.

Estádios

Com o esporte popularizando-se e a demanda de público e jogadores


aumentando, as fábricas, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, começaram a
promover a construção de campos para atrair operários à prática do futebol.
Em 1940, a casa dos grandes clubes de futebol paulistas foi o Estádio Paulo
Machado de Carvalho, conhecido como Pacaembu, e, em 1960, foi inaugurado o
Cícero Pompeu de Toledo, também chamado de Morumbi, o maior estádio privado
do país e sede dos jogos do São Paulo Futebol Clube.
No Rio de Janeiro foi inaugurado, em 1927, o estádio Vasco da Gama,
popularmente conhecido como São Januário. Para a Copa do Mundo de 1950,
realizada no Brasil, foi construído o que viria a ser o maior estádio do mundo,
o Maracanã, cujo nome oficial é Estádio Jornalista Mário Filho. Porém, após passar
por reformas para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, o estádio
perdeu o status de maior do mundo, embora ainda seja o maior do Brasil.
Infelizmente, para os brasileiros, o Maracanã foi palco de uma triste derrota
do Brasil. Na final da Copa de 1950, nossa seleção perdeu para o Uruguai de 2x1,
episódio que ficou conhecido como “Maracanazo”. Na época, o Brasil era o favorito
para conquistar o troféu. A decepção é comparável à recente derrota de 7x1, para a
Alemanha, na semifinal da Copa de 2014, também realizada no Brasil.

Seleção Brasileira

A Seleção Brasileira foi fundada em 1914, mas, antes do primeiro jogo


oficial, houve uma fase chamada de Pré-Seleção, na qual as equipes combinadas
de clubes regionais jogavam contra os países vizinhos.
O primeiro jogo feito pelo Brasil foi no dia 21 de julho de 1914, contra o
Exeter City, um time inglês, com vitória de 2 a 0 para o Brasil. Em 20 de agosto
de 1916, surgiu a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), entidade que seria
responsável pelo desenvolvimento desportivo do Brasil. Daí para frente, o futebol
evoluiu e foi ganhando mais profissionalismo. O primeiro título veio em 1919, pelo
Campeonato Sul-Americano (atual Copa América).
Em 1923, a CBD foi filiada à FIFA, e o futebol brasileiro sofreu amplas
modificações administrativas e estruturais para entrar em conformidade com as
exigências demandadas pela instituição.
Em 1930, foi realizada a primeira Copa do Mundo, no Uruguai, e o Brasil,
único país que esteve em todas as edições do torneio até hoje, já estava lá. Mas a
Seleção não conseguiu passar da primeira fase, assim como aconteceu na edição
seguinte do mundial.
A conquista do primeiro mundial só aconteceu em 1958, na Suécia, onde
também destacou-se o jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, com
apenas 17 anos. Nessa edição da Copa, os dirigentes brasileiros esqueceram de
enviar a numeração dos jogadores para a FIFA, e a entidade precisou defini-la. Pelé
recebeu a camisa 10, o que acabou eternizando o número logo em seguida. Nessa
Copa, Pelé foi chamado pelos franceses de “Rei do Futebol”. Também foi a partir
desse mundial que teve início a chamada “Era de Ouro” da Seleção Brasileira.
De 1958 a 1970, foram três títulos em quatro Copas.
O bicampeonato veio em 1962, na disputa realizada no Chile. Em 1970, no
México, a Seleção Brasileira conquistou o tricampeonato com uma campanha
inquestionável. A Seleção venceu todos os adversários, marcando 23 gols e
sofrendo apenas dois. A Seleção Brasileira de 1970 é considerada, por muitos, a
melhor de todos os tempos, com destaques como Carlos Alberto Torres, Jairzinho,
Tostão, Gérson, Clodoaldo e Rivelino, além de Pelé.
Como a FIFA determinava que as entidades nacionais ligadas ao esporte
deveriam ter dedicação exclusiva ao desenvolvimento do futebol, em 24 de
setembro de 1979, surgiu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para gerir
unicamente do futebol brasileiro.
Em 1994, o Brasil vivia um cenário muito diferente da Copa de 1970 e não
era considerado como favorito no mundial, já que havia se classificado no sufoco,
graças à ajuda de Romário, que foi apelidado de São Romário. Na Copa, o destaque
veio para a grande dupla, Romário e Bebeto. Os dois foram decisivos em gols e
assistências que levaram a Seleção ao tetracampeonato. Nesse momento, o Brasil
passaria a ser a primeira seleção a conquistar quatro Copas do Mundo.
Em mais um ano que a Seleção não era vista como favorita, no mundial de
2002, o Brasil surpreendeu. Ronaldo, “o Fenômeno”, era tido como dúvida sobre
suas condições de jogo em consequência de lesões, mas teve grande atuação e foi
artilheiro da competição com oito gols. Ao seu lado também brilhou Rivaldo, que foi
decisivo em quase todas as partidas, marcando gols importantes. Com o título da
competição, a Seleção Brasileira manteve sua hegemonia. Em 1970, o Brasil foi a
primeira seleção tricampeã mundial, em 1994, a primeira tetracampeã, e, em 2002, a
primeira pentacampeã.

Como surgiram os torcedores

As torcidas têm grande importância no cenário futebolístico. As pessoas


começaram a acompanhar partidas de futebol ainda no século XIX, na Inglaterra, e,
a partir do momento que o esporte foi conquistando mais adeptos, os torcedores
foram criando interesse pelo futebol.
Por permitir a manifestação de emoções distintas, o futebol teve uma
grande aceitação da sociedade. O futebol foi um esporte que, após a criação das
regras, era voltado para as camadas de elite da sociedade. Em consequência disso,
quando o esporte começou a ser praticado no Brasil, os locais dos jogos eram
frequentados pela burguesia.
No início do século XX, no Brasil, o ato de frequentar os estádios era uma
ação de elegância, e, nos jogos, as mulheres tinham o costume de
se enfeitarem com vestidos, lenços, chapéus e luvas, mesmo com a temperatura
elevada. Com o nervosismo e o calor no decorrer das partidas, elas acabavam
tirando as luvas e lenços, e os torciam, encharcados de suor. Na época, o poeta e
cronista Coelho Neto, pai do jogador Preguinho, autor do primeiro gol do Brasil em
Copas do Mundo, em uma de suas colunas, produziu um texto chamando essas
mulheres de “torcedoras”. Daí em diante, o termo também ganhou o gênero
masculino e passou a caracterizar a paixão clubista.
Em 1901, foi formada a primeira liga de futebol do país, a Liga Paulista de
Futebol, e, em 1905, foi formada a Liga Metropolitana de Football do Rio de Janeiro.
Aos poucos, começaram a surgir outras equipes de futebol e também a ser
realizados jogos entre os estados, o que ajudou a influenciar o interesse dos
espectadores pelas partidas.

Racismo e preconceito

O futebol enfrentou problemas ligados às classes sociais desde o seu


surgimento na Inglaterra, ocorrendo o mesmo em sua chegada ao Brasil. O esporte,
criado para a alta sociedade britânica, enfrentou algumas barreiras, até que fosse
apreciado por ricos e pobres, sem distinção de classes.
O futebol sofreu uma grande resistência quanto à profissionalização. A elite
contestava que o futebol não poderia ser praticado como uma profissão pelos
integrantes da camada mais pobre da sociedade, pois, como consequência
do desemprego, esses teriam mais tempo para os treinos nos confrontos com as
equipes formadas por burgueses.
No Brasil, inicialmente, as equipes de futebol eram formadas por estudantes
brancos e ricos. Com o tempo, algumas equipes foram abrindo as portas para
acolher jogadores que não pertenciam à classe alta, incluindo negros. Entre os
clubes, o Vasco foi um dos que mais contribuiu para a profissionalização do futebol
no Brasil. A equipe incluiu mulatos e negros e conquistou títulos, o que colaborou
para a quebra do monopólio do jogador branco no futebol.
Como forma de resistência à profissionalização, em 1924 foi criada a
Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (Amea), uma liga que reunia os
grandes clubes de futebol, sem o Vasco, para exigir dos jogadores a comprovação
de vínculo empregatício ou estudantil. Assim, poderiam enfraquecer o Vasco, que
contava com bons jogadores desempregados. Na sequência, passou a ser exigida a
assinatura dos atletas em súmula, o que excluía os que não fossem alfabetizados.
Com a intenção de fugir do preconceito, alguns atletas tentaram estratégias
para ficarem brancos. Um exemplo foi Carlos Alberto, jogador do Fluminense, em
1914, que se maquiava com pó-de-arroz antes das partidas. Porém, com o suor das
jogadas, o disfarce desaparecia, e a torcida, ainda desacostumada com a presença
de negros dentro do campo, xingava o jogador.
O aparecimento de Pelé, após a Copa do Mundo de 1958, também
contribuiu para uma amenização nos problemas em relação ao racismo. O destaque
desse jogador produziu, no país, o sentido de que os jogadores de futebol deveriam
vir da camada pobre da sociedade e alcançar o ápice da carreira, após muito
sofrimento e batalhas.
Com o passar dos anos, outros grandes nomes surgiram no cenário nacional
do futebol, trazendo as características que eram semelhantes às do “Rei do Futebol”
— caso dos jogadores Romário; Ronaldo Luís Nazário de Lima, chamado
popularmente de Fenômeno; e também de Ronaldo Assis Moreira, conhecido
como Ronaldinho Gaúcho. Entre tantos outros, eles puderam, por intermédio do
futebol, sair de uma classe social baixa para alcançar um alto nível de consagração,
representando grandes equipes nacionais e internacionais, além da Seleção
Brasileira, e alcançando os principais prêmios do futebol.

Futebol feminino

Mesmo sem a organização de campeonatos nacionais e com a falta de


valorização da categoria, pode-se dizer que, atualmente, o futebol feminino é um
esporte popular no Brasil. O fato da brasileira Marta ter sido eleita seis vezes a
melhor jogadora do mundo, além das boas participações da seleção feminina em
competições, contribuiu para que o esporte feminino atraísse mais espectadores.
Porém, poucos conhecem a história de como as mulheres começaram no futebol.
O ano de 1989 é datado para a primeira partida de futebol feminino, que
ocorreu entre Inglaterra e Escócia, em Londres. No Brasil, não se sabe ao certo
como o futebol começou a ser praticado por mulheres, mas, inicialmente, as partidas
eram mistas, ou seja, homens e mulheres jogavam juntos.
A prática do futebol feminino sempre teve muitas dificuldades no Brasil, mais
ainda que a masculina. Em 1921, foi realizada a primeira partida de futebol feminino,
em São Paulo, onde se enfrentaram os times das senhoritas dos bairros Tremembé
e Cantareira, na Zona Norte de São Paulo. A partida chamou a atenção do público
presente, pois o futebol era considerado um esporte bruto e impróprio para ser
praticado por mulheres.
Os primeiros times nacionais femininos começaram a surgir a partir da
década de 30, mas, de forma tímida. Em 1964, com a Ditadura Militar, o Conselho
Nacional de Desportos (CND) proibiu a prática do futebol feminino no país, o que
freou o desenvolvimento do esporte entre as mulheres.
A proibição permaneceu por 15 anos, até que fosse revogada, em 1979.
Após a revogação, começaram a ser criadas ligas e equipes nacionais. A primeira foi
a equipe carioca do Esporte Clube Radar, que começou a praticar o esporte nas
areias da Praia de Copacabana. Depois, outros clubes começaram a ser formados e
alavancaram o futebol feminino. Isso fez com que o esporte ganhasse mais
destaque. Em 1986, a primeira seleção de futebol feminino foi convocada pela CBF
e, em 1996, o futebol feminino foi incluído como modalidade das Olimpíadas.
Após 40 anos do fim da proibição, em 2016, a Confederação Sul-Americana
de Futebol (Conmebol) aprovou o regulamento de licenciamento de clubes, com
validade a partir de 2019, com a exigência de que os 20 clubes que disputam a
principal divisão dos campeonatos nacionais das confederações regidas pela
instituição montassem times femininos. Em 2017, a CBF publicou o
regulamento (página 22) com a exigência para as equipes brasileiras. Porém, a
medida ainda não remete à profissionalização da modalidade, e muitas jogadores
ainda não terão carteira assinada e salários.
Entre as seleções mundiais, o time formado pelas jogadoras dos Estados
Unidos é o mais bem-sucedido do futebol feminino. As norte-americanas venceram
três Copas do Mundo e quatro Olimpíadas. Além disso, elas subiram no pódio em
todas as edições da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, entre 1991 e 2015. A
primeira eliminação só aconteceu nas quartas de finais das Olimpíadas de 2016.
Entre os principais nomes do futebol feminino dos EUA e do mundo, a ex-
jogadora Mia Hamm foi bicampeã olímpica, venceu duas vezes a Copa do Mundo e
foi duas vezes nomeada como a melhor jogadora do mundo pela FIFA. Aos 15 anos,
ela se tornou a mais jovem jogadora de futebol da história a fazer parte da seleção,
onde permaneceu por 17 anos. Aos 19 anos de idade, ela se tornou a jogadora mais
nova a ganhar a Copa do Mundo.
á a Seleção Brasileira é considerada uma das melhores do mundo, sempre
está bem colocada no ranking da FIFA, mas nunca ganhou a Copa do Mundo.
Em 2007, o Brasil era uma das seleções favoritas ao título, chegou, pela primeira
vez, à final, mas ficou com o 2º lugar. Por outro lado, a Seleção Brasileira é a melhor
da América do Sul e heptacampeã da Copa América. O Brasil também teve
destaque nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, onde levou medalhas de prata.
Apesar de não ter ganho uma Copa do Mundo, o Brasil tem a melhor
jogadora de todos os tempos, Marta Vieira da Silva, seis vezes eleita a melhor do
mundo pela FIFA. Nenhum jogador, homem ou mulher, conseguiu esse feito. Marta
também é a maior artilheira da história das Copas do Mundo de Futebol, com 17
gols, e maior artilheira da história da Seleção Brasileira (masculina e feminina),
com 103 gols. Pelé marcou 95 vezes com a camisa do Brasil.

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