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Sobre essa formulação doutrinária dos serviços de inteligência

nacionais, preconizando que as Operações de Inteligência não constituem

ramo da inteligência, WILSON ROCHA apresenta estudo bastante elucidativo a

respeito:

[...] “Embora seja comum a utilização da expressão operações “de

inteligência” para se referir ao “conjunto de ações planejadas,

com o emprego de técnicas operacionais e meios especializados

para a realização da busca”, não se vislumbra naquelas,

propriamente, um ramo autônomo da atividade de inteligência,

mas sim um instrumento auxiliar da inteligência em sentido estrito

e da contra-inteligência para a realização da busca de dados

negados ou indisponíveis e, em certas situações, para a

“neutralização das ações adversas”.

Embora as técnicas operacionais não tenham sido todas forjadas

no exercício da atividade de inteligência e o seu âmbito de

aplicação não esteja restrito a essa área, pelos contornos

específicos que a atividade lhes imprime quando reclama sua

aplicação, e pelas circunstâncias de algumas daquelas técnicas

traduzirem a própria execução de ações essenciais a cada um

dos ramos da atividade (obtenção de dados e salvaguarda), não

há como deixar de reconhecer a pertinência da utilização do

designativo (“de inteligência”) para as operações que as

empregam na busca de dados negados ou indisponíveis e, em

certos casos, na neutralização de ações adversas.”

(NETO, Wilson Rocha de Almeida Neto. INTELIGÊNCIA E CONTRA-

INTELIGÊNCIA NO MINISTÉRIO PÚBLICO - Aspectos práticos e teóricos da


atividade como instrumento de eficiência no combate ao crime organizado e na

defesa dos direitos fundamentais. Belo Horizonte: Ed. Dictum. 2009. p. 58, 59).

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