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CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS E DE PROCESSAMENTO MINERAL

Texto de apoio sobre a Electroquimica

Objectivos:

 Conhecer o conceito da Electroquimica;


 Distinguir pilha da electrólise;
 Montar o esquema de uma pilha e da electrólise
 Calcular ddp da pilha e da electrólise;
 Quantificar os produtos da pilha e da electrólise;
 Conhecer as aplicações da pilha e da electrólise.

Electroquímica
A electroquímica é a parte da Química que estuda não só os fenómenos envolvidos na produção
de corrente eléctrica a partir da transferência de electrões em reacções de óxido-redução, mas
também a utilização de corrente eléctrica na produção dessas reacções. O seu estudo pode ser
dividido em duas partes: pilhas e baterias, e electrólise.

Pilhas e baterias são dispositivos nos quais uma reacção espontânea de óxido-redução produz
corrente eléctrica, isto é, transformação da energia química em eléctrica. O processo é
espontâneo (E0>0).

Electrólise é o processo no qual uma corrente eléctrica produz uma reacção de óxido-redução,
isto é, transformação da energia eléctrica em química. O processo é forçado ou seja não
espontâneo (E0<0).

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Pilhas
A primeira pilha eléctrica foi criada em 1800 pelo cientista Italiano Alessandro Volta. Essa
pilha era constituída por um conjunto de duas placas metálicas, de zinco e cobre, chamadas
eléctrodos (do grego, percurso eléctrico), e por algodão embebido em solução electrolítica, ou
seja, que conduz corrente eléctrica. Cada conjunto de placas e algodão forma uma célula ou cela
electrolítica. Nessa cela, os electrões fluem da lâmina de zinco (Zn) para a de cobre (Cu),
mantendo a lâmpada acesa durante um pequeno intervalo de tempo.

Essa descoberta foi aperfeiçoada em 1836 por John Frederick Daniell, que dividiu a cela
electrolítica de sua pilha em duas partes (duas semi-celas). Na pilha de Daniell, os dois
eléctrodos metálicos eram unidos externamente por um fio condutor, e as duas semi-celas eram
unidas por uma ponte salina, contendo uma solução saturada de K2SO4(aq). Inicialmente, o
sistema apresentava o aspecto a baixo.

Descrição da célula galvânica


Os componentes de uma célula galvânica, pilha ou bateria são:
 Os compartimentos: as duas metades da célula;
 Os iletrados: superfícies onde ocorrem as reacções;
 As semi-pilhas: cada eléctrodo e o meio onde está imerso;
 O circuito externo: circuito eléctrico que conecta os eléctrodos e permite o escoamento de
electrões através do circuito;
 Nu dos eléctrodos ocorre a redução (cátodo) e no outro eléctrodo ocorre a oxidação
(ânodo). Como mostra a figura abaixo.

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Pilha em funcionamento

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Observações durante o funcionamento da pilha
Eléctrodo de Cobre Eléctrodo de Zinco
 Espessamento da lâmina de Cu.  Corrosão da lâmina de Zn.
 Diminuição da cor azul.  Aumento dos iões de zinco na solução.
 Redução dos iões de cobre na solução.  A solução de ZnSO4 vai ficando mais
 A solução de ZnSO4 vai ficando mais concentrada
diluida. Esses fatos podem ser explicados pela semi-
Esses fatos podem ser explicados pela semi- reacção de oxidação:
reacção de redução: Zn(s) Zn2+(aq) + 2 e–
Cu2+(aq) + 2 e– Cu(s) Lâmina solução
Solução lâmina O eléctrodo em que ocorre a oxidação é o
O eléctrodo em que ocorre a redução é o Ânodo.
cátodo.

Pela análise dessas duas semi-reacções, podemos concluir que os electrões fluem, no circuito
externo, do eléctrodo de zinco para o eléctrodo de cobre, ou seja, os electrões, por apresentarem
carga negativa, migram para o eléctrodo positivo (pólo positivo), que, nesse caso, é a lâmina de
cobre.

A equação global dos processos ocorridos nessa pilha pode ser obtida pela soma das duas semi-
reacções:
Ânodo: Zn(s) Zn2+(aq) + 2e-
Cátodo: Cu2+(aq) + 2e- Cu(s)__________
Reacção global: Cu2+(aq) + Zn(s) Cu(s) + Zn2+(aq)

Oficialmente, por convenção mundial, as pilhas são representadas da seguinte maneira:


Zn0 / Zn2+ // Cu2+ / Cu0

Ponte salina
É um tubo em forma de “U” invertido que contem uma solução de NaCl ou NH4NO3 entre
outros, mergulhado nas duas cubas electrolíticas.

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Função da ponte salina
 Proporcionar um equilíbrio ou um meio electricamente condutor entre as duas soluções;
 Permitir a mobilidade dos catiões e aniões dum compartimento para outro;
 Garantir a neutralidade eléctrica das soluções de ambos eléctrodos.
 Separar fisicamente os compartimentos electródicos;
 Evitar o acumula de cargas em qualquer um dos compartimentos, permitindo a saída de
iões negativos da semi-celula de cobre, difundir-se através da ponte salina e entrar na
semi-celula de zinco e vice-versa;
 Reduz o potencial de junção líquida;
 Prover a continuidade eléctrica, pelo escoamento de lento de Zn2+ e SO42- .

Potencial das pilhas


Potencial de redução e oxidação
Na pilha de Daniell, os eléctrodos são de zinco (Zn) e cobre (Cu). Tanto os íons Zn2+(aq) como
os iões Cu2+ (aq) têm uma certa tendência de receber electrões; porém, os iões Cu2+ (aq) são os
que sofrem redução. Podemos concluir, então, que a tendência do Cu2+ (aq) em sofrer redução é
maior que a do Zn2+(aq).
Assim, dizemos que os iões Cu2+ têm maior potencial de redução (Ered).
Cu2+(aq) + 2 e– Cu Ered Cu2+ > Ered Zn2+

Nessa pilha, como os iões Cu2+ sofreram redução, o zinco sofrerá oxidação, o que nos permite
concluir que ele apresenta maior potencial de oxidação (Eoxi).
Zn(s) Zn2+ (aq) + 2 e– Eoxi Zn > Eoxi Cu

Medidas dos potenciais


Para determinar os Ered e os Eoxi das diversas espécies, foi escolhido como padrão o eléctrodo
de hidrogénio, que consiste em um fio de platina (Pt) no interior de um tubo de vidro preenchido
com gás hidrogénio (H2)*. O fio de platina está ligado a uma placa de platina em que o H2(g) fica
adsorvido, e a platina não participa da reação. O conjunto está imerso em uma solução ácida, em

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que a concentração dos iões H+ é 1 mol/L, à pressão de 1 atm. Por convenção, foi atribuído a
este eléctrodo o valor zero, tanto pra seu E0 oxi como para o E0 red.

Cálculo da voltagem (E0) das pilhas


Nas pilhas, os electrões fluem do eléctrodo em que ocorre oxidação (ânodo) para o eléctrodo em
que ocorre redução (cátodo), através do fio externo. Se colocarmos, nesse fio, um aparelho
denominado voltímetro, conseguiremos medir a força electromotriz (fem ou E) da pilha. O valor
indicado pelo voltímetro, em volts (V), corresponde à força electromotriz da pilha. Nas pilhas
comuns, este valor aparece indicado na embalagem externa da pilha.

A diferença de potencial ou ddp (E0) de uma pilha depende das espécies envolvidas, das suas
concentrações e da temperatura. Por esse motivo, o E0 é medido na chamada condição-padrão,
que corresponde a espécies com concentração 1 mol/L e possíveis gases envolvidos com pressão
de 1 atmosfera a 25 ºC. Nessas condições, a diferença de potencial da pilha será representada por
E0.

O E0 de uma pilha corresponde à diferença entre os potenciais de redução ou de oxidação das
espécies envolvidas, e seu cálculo pode ser feito pelas equações a seguir:
E0 = (E0red maior) – (E0red menor) ou E0 = (E0oxi maior) – (E0oxi menor).

Vamos considerar uma pilha formada por eletrodos de alumínio e cobre, cujos E0red são:
E0Al3+(aq), Al(s)= –1,68 V E0Cu2+(aq), Cu(s) = +0,34 V

Para efectuarmos o cálculo do ΔE0 dessa pilha, podemos utilizar a equação:


E0 = (E0red maior) – (E0red menor)
E0 = (+0,34 V) – (–1,68 V)
E0 = +2,02 V
Observando os potenciais, podemos perceber que o cobre, por apresentar o maior potencial de
redução, se reduz, ao passo que o alumínio se oxida.

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A equação global da pilha pode ser obtida pelo uso de coeficientes que igualem o número de
electrões cedidos e recebidos nas semi-reações:

Ânodo: 2 Al(s) 2Al3+(aq) + 6e- E0= +1,68V


Cátodo: 3 Cu2+(aq) + 6e- 3Cu(s)________ E0= +0,34V_
Reacção global: 3Cu2+(aq) + 2Al(s) 3Cu(s) + Al3+(aq) E0= 2,02V

Note que os valores dos E0 não dependem do número de mol das espécies envolvidas e são
sempre constantes nas condições-padrão para cada espécie.
Outro fato interessante é que pode se calcular o ΔE0 da pilha utilizando a equação:
ΔE0 = E0oxi + E0red
ΔE0 = E0oxi Al(s)+ E0red Cu2+(aq)
ΔE0 = (+1,68 V) + (+0,34 V) ⇒ ΔE0 = +2,02 V
A representação desta pilha pode ser feita por: Al(s) / Al3+(aq) // Cu2+(aq) / Cu(s)

Espontaneidade de uma reacção


Todas as pilhas são reacções espontâneas, e seu ΔE0 sempre apresenta valor positivo (E0>0).
Para determinarmos se uma reacção é espontânea e, portanto, se pode constituir uma pilha,
devemos separar a reacção global nas duas semi-reacções.

Na electrólise, as reacções são forçadas ou seja não espontâneas, e o seu E0 sempre apresenta
valor negativo (E0<0).

Tipos de pilhas.
 Pilhas primárias ou descartáveis;

Pilha de Daniel
A pilha electroquímica que se pretende construir nesta actividade é uma pilha de Daniell
constituída por um eléctrodo de zinco e um de cobre, cujos electrólitos são duas soluções
-3
aquosas 0,5 moldm de sulfato de zinco (II) de sulfato de cobre (II), respectivamente. Como as

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concentrações iniciais dos electrólitos são iguais isto significa que a f.e.m. esperada para esta
pilha terá um valor igual à f.e.m. padrão, dado que o logaritmo de um é zero.
E=E0 − 0,0591 log [Zn2+/Cu2+]
2
E=E0 − 0,0591 log1⇔ E=E 0 − 0
2
E=E0
Nesta pilha ocorrerão as seguintes reacções químicas:
Semi-reacção de oxidação, que ocorre no ânodo (o eléctrodo negativo da pilha), pode ser
traduzida pela seguinte equação química:
2+ - 0
Zn (s) → Zn (aq) + 2e E = -0,76 V
Semi-reacção de redução, que ocorre no cátodo (o eléctrodo positivo da pilha), pode ser
traduzida pela seguinte equação química:
2+ - 0
Cu (aq) + 2e → Cu (s) E = +0,34 V

Globalmente, a reacção de oxidação-redução que ocorre nesta pilha é traduzida pela seguinte
equação química:
2+ 2+ 0
Zn (s) + Cu (aq) → Zn (aq) + Cu (s) E = +1,1 V

Pilhas secas
Esse tipo de pilha foi inventado em 1866 por George Leclanché e é actualmente utilizado em
rádios portáteis, brinquedos, relógios, lanternas etc. As reacções que ocorrem quando o circuito
está fechado são realmente complexas; porém, as mais prováveis são:
Ânodo: Zn(s) Zn2+(aq) + 2e-
Cátodo: H2 + 2MnO2 Mn2O3 + H2O
2NH4+ + 2e- - 2NH3 + H2________ ____________
Reacção global: Zn(s) + 2NH4+(aq) + 2MnO2 (s) 2NH3+ Zn2+(aq) + Mn2O3 + H2O

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Pilha alcalina
É semelhante à pilha de Laclanché. A diferença é que sua mistura electrolítica contém hidróxido
de potássio, uma base fortemente alcalina e de grande condutividade que substitui o NH4Cl das
pilhas comuns.
Estas demonstram excelentes resultados de rendimento em correntes elevadas e drenagem
contínua, com visível vantagem sobre as pilhas comuns. Aliados ao electrólito temos o dióxido
de manganês de elevada densidade e a extensa área de zinco do ânodo, conferindo a essas pilhas
uma alta capacidade de fornecimento de energia e uma baixa resistência interna (ao diminuir as
perdas internas, aumenta a ddp).

Pilha de mercúrio
É muito utilizada em relógios, câmeras fotográficas, aparelhos para melhorar a audição, cal-
calculadoras etc. A relação que ocorre nessas pilhas pode ser representada por:
Zn + HgO ZnO + Hg

Pilhas de combustíveis
Este tipo de pilha utiliza combustíveis gasosos, como o gás hidrogénio (H2) e o gás oxigénio
(O2), os quais irão reagir em um ambiente apropriado, podendo-se obter energia eléctrica. Essas
pilhas são muito utilizadas em veículos espaciais. As pilhas de combustíveis apresentam três
compartimentos separados uns dos outros por iletrados porosos e inertes. O H2 é injectado num
compartimento e o O2, em outro. Esses gases se difundem pelos eléctrodos e reagem com uma
solução electrolítica de carácter básico contida no compartimento central.

N.B: Todas as pilhas estudadas até agora não são recarregáveis. As pilhas recarregáveis são
denominadas baterias.

 Pilhas secundárias ou recarregáveis.


Baterias ou acumuladores de chumbo
A bateria comum de automóvel geralmente gera 6 ou 12 volts, dependendo do número de celas
usadas em sua construção. Internamente, a bateria contém um certo número de celas, ligadas em
série, cada uma gerando 2 volts. Nessa bateria o ânodo é feito de chumbo e o cátodo, de óxido de

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chumbo IV (PbO2), ambos mergulhados em uma solução aquosa de ácido sulfúrico [H2SO4(aq)],
de concentração igual a 30% em massa, o que corresponde a uma densidade de 1,28 g/cm3.

Bateria de níquel-cádmio
É utilizada em filmadoras, aparelhos electrónicos portáteis, telefones celulares etc. A reação
global durante a sua descarga pode ser representada por:
Cd + 2 Ni(OH)3 Cd(OH)2 + 2 Ni(OH)2

As pilhas de níquel-cádmio (Ni-Cd) estão entre as mais eficientes já desenvolvidas até hoje.
Podem ser recarregadas e apresentam uma tensão relativamente constante durante a descarga.
Estas são bem mais caras que as alcalinas e as comuns, mas são bem mais vantajosas em termos
de custo por horas de uso. Além disso, trabalham bem em altas e baixas temperaturas, e podem
permanecer em repouso durante meses, com ou sem carga. As células de Ni-Cd são utilizadas até
hoje em sua forma tradicional de baterias de grande porte, competindo com as de chumbo ácidas
(que veremos posteriormente). Os avanços tecnológicos, porém, permitiram que fossem
construídas pequenas pilhas e baterias de Ni-Cd, que dispensam qualquer manutenção.
Quando descarregadas, as pilhas de Ni-Cd possuem hidróxido de niquel (II) em seu ânodo e
hidróxido de cádmio em seu cátodo; por outro lado, quando carregada, o ânodo torna-se
hidróxido de níquel (III) e o cátodo, cádmio metálico.

Outras Baterias
Há baterias formadas a partir de pilhas já discutidas antes, por exemplo, a bateria de 9V, que é
utilizada em alguns aparelhos comuns (radio-relógios), é formada por pilhas do tipo Zn-C,
ligadas em série. Há também muitas baterias de Ni-Cd, que são empregadas em equipamentos
portáteis de teste e aparelhos comerciais, industriais, aeroespaciais e de aviação
N.B: Esse tipo de bateria é recarregável.

A equação de Nernst: influência da concentração e da temperatura no potencial de célula.


Se os eléctrodos da reacção electroquímica acima são metais puros o potencial de célula, é
função da temperatura e da concentração dos iões presentes. Se alterarmos a temperatura e a

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concentração das soluções ou usarmos ligas ao invés de metais puros como iletrados, mudará não
apenas o potencial de célula, mas também o sentido da relação. Isto é:
E = E0 – ( RT/nf) ln [M1/M2].

Esta equação é conhecida como a equação de Nernst, deduzida por Walter Nernst, em 1889,
onde R é a constante dos gases (8,315J/molK), T é a temperatura absoluta, f é constante de
Faraday e n é o número de electrões que participa em cada uma das semi-reações.

Eletrólise

Define-se por eletrólise o processo, no qual se induz artificial e forçadamente uma corrente
eléctrica no sistema, a fim de se obter uma reacção química, convertendo energia elétrica em
energia química. De um modo resumido, quando dois compostos entram em contato químico,
seus elementos são separados através da corrente elétrica forçada. Em tal processo, ocorre
primeiramente a decomposição (ionização ou dissociação) do composto em iões.

Posteriormente, com a passagem de uma corrente contínua através destes iões, são obtidos os
elementos químicos. O processo da eletrólise é uma reacção de oxirredução oposta àquela que
ocorre numa célula galvânica (mais conhecida como pilha ou bateria), constituindo um
fenômeno físico-químico não espontâneo. É importante frisar que, enquanto a reacção que ocorre
numa pilha ou bateria é espontânea, a eletrólise é um processo antinatural, isto é, não é
espontâneo; sua ocorrência só se dará se garantido que uma corrente elétrica seja aplicada no
sistema.

Importância da eletrólise

Os processos eletrolíticos são de grande importância na indústria atual e tiveram participação no


desenvolvimento de ideias quanto à natureza elétrica da matéria. Entre seus usos está a recarga
de baterias e a produção industrial de elementos como o alumínio e o cloro, bem como a
produção de peças extremamente refinadas e de alto rendimento como aquelas usadas na
indústria aeronáutica ou aeroespacial, bem como na:

 Obtenção de elementos químicos como metais, hidrogênio e cloro;

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 Obtenção de substâncias como soda cáustica (NaOH) e água oxigenada (H2O2);
 Purificação eletrolítica de metais como cobre e outros;
 Galvanização: Eletrodeposição de metais tais como cromagem, niquelagem, cobreagem e
outros;
 Proteção metálica contra a corrosão.
 Produção de peças de alta precisão ou alto rendimento, cuja confecção se mostra impossível
através de métodos convencionais mecânicos.

Além da obtenção, purificação e revestimento de camadas superficiais, a eletrólise em geral


possibilita determinados processos de fabricação mecânica que originam peças bem uniformes e
praticamente ausente de trincas e falhas. Elas podem suportar altos esforços, variações de
temperatura e regimes críticos de trabalho.

Tipos de eletrólise

Existem dois tipos principais de eletrólise: a eletrólise ígnea e a eletrólise aquosa

 Eletrólise Ígnea ( dos sais fundidos) : ocorre quando a passagem de corrente elétrica se dá
em uma substância iônica liquefeita, isto é, fundida. Daí a origem do nome “ígnea”, uma
palavra que vem do latim, ígneus, que significa inflamado, ardente.

Esse tipo de reaccção é muito utilizado na indústria, principalmente para a produção de metais.

Exemplo de eletrólise do NaCl (cloreto de sódio – sal de cozinha), com produção do sódio
metálico e do gás cloro:

Semi-reacção no cátodo: Na+ + e- → Na . (2)


Semi-reacção no ânodo: 2 Cl- → Cl2 + 2e-____
Reação global: 2 Na+ + 2 Cl- → 2 Na + Cl2

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 Eletrólise em solução aquosa: nesse caso, fazem parte os iões da substância dissolvida
(soluto) e da água. Na eletrólise do cloreto de sódio em meio aquoso são produzidos a soda
cáustica (NaOH), o gás hidrogênio (H2) e o gás cloro (Cl2).

Dissociação do NaCl: 2NaCl- → 2Na+ + 2Cl-


Auto-ionização da água: 2H2O → 2H+ + 2OH-
Semirreação no cátodo: 2H+ + 2e- → H2
Semirreação no ânodo: 2Cl- → Cl2 + 2e-____________________
Reação global: 2NaCl- + 2H2O → 2Na++ 2OH- + H2 + Cl2

Solução cátodo ânodo

Note que foram formados dois catiões (Na+ e H+) e dois aniões (Cl- e OH-). Porém, apenas um
catião (H+) e um anião (Cl-) sofreram as descargas do electrodo, os outros iões foram apenas
espectadores nessa eletrólise.

Isso ocorre em todas as eletrólises em meio aquoso, isto é, apenas um dos catiões e um dos
aniões são participantes.

Para determinarmos quais serão os participantes e quais serão os espectadores, existe uma ordem
de facilidade de descarga, conforme o seguinte diagrama:

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Assim sendo, olhando para o diagrama, vê-se que o catião H+ tem mais facilidade de descarga
que o Na+ que é um metal alcalino. E, com respeito aos aniões, o Cl- é um anião não oxigenado e
mais reactivo que OH-.

Aspectos quantitativos da eletrólise


Leis de Faraday para a eletrólise
Michael Faraday formulou duas leis que regem o aspecto quantitativo da eletrólise, relacionando
a massa (m) formada ou transformada, com a carga elétrica que atravessa o circuito e a
equivalente-grama das substâncias obtidas nos eletrodos.

Primeira lei de Faraday


A massa, m, de uma substância, formada ou transformada numa eletrólise, é diretamente
proporcional à carga elétrica, Q, que atravessa o circuito. m = k’ . Q
Como a carga que percorre o circuito é dada pelo produto da intensidade de corrente elétrica, em
ampères, pelo tempo da passagem da corrente elétrica, em segundos, a primeira lei de Faraday
pode ser escrita da seguinte forma: m = k’ . i . t
Segunda lei de Faraday

A massa, m, de uma substância, formada ou transformada numa eletrólise, é diretamente


proporcional ao equivalente-grama, E, dessa substância. m = k’’. E
Associando as duas leis, teremos:
m = k . E .Q ou m = k . E . i . t

Para qualquer substância, quando a massa eletrolisada (m) é igual ao equivalente-grama (E), a
carga elétrica que atravessa o circuito, é igual a 96500 C. isto é: k = 1/96500
Substituindo estes valores na expressão acima tem-se:

m = E .Q/96500 ou m = E.It/96500

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Exercícios:

Resolva com clareza, objectividade e rigor cientifico as questões que se seguem

Parte I- Pilhas/ Bacterias


01) As relações existentes entre os fenômenos elétricos e as reações químicas são estudadas:
a) Na termoquímica.
b) Na eletroquímica.
c) Na cinética química.
d) No equilíbrio químico.
e) Na ebuliometria

2) O pólo onde saem os elétrons, em uma pilha é:


a) Cátodo.
b) Pólo positivo.
c) Ânodo.
d) O eletrodo que aumenta a massa.
e) O que ocorre redução

3) Observando a pilha Co, Co2+ // Au3+ Au.


a) Quais as semi-reações?
b) Qual a reação global?
c) Quem sofre oxidação?
d) Quem sofre redução?
e) Qual o eletrodo positivo ou cátodo?
f) Qual o eletrodo negativo ou ânodo?
g) Qual o sentido do fluxo de elétrons pelo fio?
h) Que eletrodo será gasto?
i) Qual dos eletrodos terá a sua massa aumentada?
j) Que solução concentra?
k) Que solução dilui?

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04) Conhecendo as seguintes semi-reações e os respectivos potenciais padrão, faça a montagem
da respectiva pilha, represente as semi- reacçoes de oxidação e redução e global, a notação
química da pilha, determine a d.d.p da pilha formada pelos eletrodos indicados:
a) Sn 2+ /Sn; E 0 = – 0,14 V e Ag 1+/ Ag: E 0 = + 0,80 V
b) Ni/Ni 2+ : E 0 = + 0,25 V e Au 3+ /Au: E 0 = + 1,50 V
c) Fe/Fe 3+ E 0= - 0,77V e Ag/Ag + E 0 = - 0,80V

Parte II- Eletrólise


01) Numa célula eletrolítica contendo solução aquosa de nitrato de prata flui uma corrente
Eléctrica de 5,0 A durante 9650 segundos. Nessa experiência, quantos gramas de prata
metálica são obtidos? Dado: Ag = 108 g/mol
a) 108 g.
b) 100 g.
c) 54,0 g.
d) 50,0 g.
e) 10,0 g.

02)Para deposição eletrolítica de 11,2g de um metal cuja massa molar é 112 g/mol, foram
necessários 19300 C. Portanto, o número de oxidação do metal é:
a) + 1.
b) + 2.
c) + 3.
d) + 4.
e) + 5.

03)Eletrolisa-se uma solução de CuCl2, durante 32 minutos, com uma corrente de 5A, obtém-se
nas CNTP, o cloro num volume em mL, de:
a) 1114.
b) 1400.
c) 1920.
d) 1600.

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e) 9650.

04)A corrente elétrica necessária para depositar 10,8g de prata através da eletrólise de uma
solução de nitrato de prata durante 5 minutos é de:
Ag = 108 g/mol
a) 32,16 A .
b) 3,0 A.
c) 6,2 A.
d) 4,3 A.
e) 31,3 A.

5-) O alumínio é obtido industrialmente pela eletrólise ígnea da alumina (Al2O3). Indique a
alternativa falsa:
a) O íon alumínio sofre redução.
b) O gás oxigênio é liberado no ânodo.
c) O alumínio é produzido no cátodo.
d) O metal alumínio é agente oxidante.
e) O íon O2- sofre oxidação.

6- As reações de eletrólise só ocorrem em sistemas que contenham ______________ em


movimento. Nessas transformações há consumo de energia ________ . Completam-se
corretamente, respectivamente, com:
a) Átomos e luminosa.
b) Moléculas e luminosa.
c) Moléculas e térmica.
d) Átomos e elétrica.
e) Iões e elétrica

7- Represente o processo da eletrólise de sulfato de cobre-II em solução aquosa, seguindo todos


os passos necessários para o efeito.

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