ARTIGO
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Resumo
Abstract
The hall dance, generically called social dance, is danced in pairs, at balls, or
meetings. It has been considered, in the past, “old-fashioned” and “for elderly
people”, but at the moment it is not being seen as such. The study, the
investigation, and the practise itself made it easy to understand the current
prestige of the activity. Little practised at first, the hall dance gained strength
after the media started to highlight it. Its growth, however, did not bring
together the definition of its objectives during the diverse periods of its
history: at some point, the hall dance was learned as any other new skill,
and at some others, it has been glimpsed to serve as a stress and tension
relieve, or even to surpass the conflicts of a daily life. The great educative
potential of the dance was also evidenced. Its education foresees the use of
the movement to express ideas, feelings, emotions, thoughts, or even
philosophical, social and political principles. The activity of dance, specifically
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the hall dance, with its integrating essence for humans, is capable to take a
person to discover and rediscover its body quality and sensitivity. The
research carried through, has as its objective the study of emotions which go
behond the practice of hall dance and its relation with healthy life. It is about
social research, rescuing cultural values of different regions and contexts, and
unmasking its multiple effects for the individual.
Introdução
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Qualidade de vida
A expressão Qualidade de Vida, sabe-se, está muito em voga e, por isto, ganha
enfoques os mais variados. Certamente pode-se ligar a expressão ao sentimento
positivo do indivíduo, ao seu entusiasmo pela vida. Também diz respeito ao seu grau
de satisfação com a vida nos diversos aspectos, já que está intimamente relacionada
ao estilo de vida da pessoa.
Ao mesmo tempo, há de se considerar que a qualidade de vida recebe
influência determinante dos valores culturais. Por isso torna-se necessário refletir e
apresentar ações, que sejam coerentes com a realidade de cada país, cada grupo e
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cada cidadão. Da mesma forma, não se pode esquecer que esses valores sofrem
influências devido às imposições dos meios de comunicação, valorização de padrões,
moldes e símbolos.
A expressão aplica-se ao indivíduo aparentemente saudável e diz respeito ao seu
grau de satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram: moradia,
transporte, alimentação, lazer, satisfação/realização profissional, vida sexual e
amorosa, relacionamento com as outras pessoas, liberdade, autonomia e segurança
financeira, (...) a obtenção e preservação da qualidade de vida, entendida nesse
sentido genérico, vincula-se intimamente, ao estilo de vida da pessoa. Ao padrão de
alimentação. A prática de atividade física. (BARROS 2000, p.261).
Com a globalização, aumenta-se a exigência para que as pessoas tornem-se
cada vez mais eficientes, de maneira a ficarem cada vez mais “submissas” ao próprio
trabalho. Muitas vezes, o trabalho sufoca a pessoa de modo que, muitas vezes, a faz
esquecer de si mesma, da família, do grupo de amigos e de seu próprio lazer. Tudo se
transforma em rotina obrigatória, até alcançar as grandes síndromes.
Aparentemente, tudo está sobre controle, a pessoa fecha-se em um mundo só
dela, vai da casa para o trabalho e vive-versa. Em geral o indivíduo mora em grandes
cidades, com transito intenso, ônibus lotados, pedestres apressados, sempre
preocupados em não perder o horário. É preciso levar o filho à escola, agilizar a
agenda do dia e, muitas vezes, não tem horário nem mesmo para uma alimentação
adequada. O que parece sob controle, depois de certo tempo, torna-se incontrolável e
a pessoa já não mostra mais resistência para viver esse interminável corre-corre. É
claro, esse comportamento gerado pela síndrome da cidade grande, só resulta em
reflexos negativos para a saúde do ser humano.
A Síndrome das Grandes Cidades, que se traduzem por um comportamento
ansioso, com insônia noturna e sonolência diurna. A depressão reativa é devida ao
estresse das exigências sócio-profissionais, à poluição sonora, à perda da privacidade
e do sentido de segurança. (MADUREIRA 1999, p.102)
A qualidade de vida está diretamente ligada à saúde, é a partir dela que o
indivíduo consegue resistir às deficiências do mundo moderno.
Barros(2000:261) diz que qualidade de vida ligada à saúde aplica-se as pessoas
sabidamente doentes e diz respeito ao grau de limitação e desconforto que a doença
e/ou sua terapêutica acarretam ao paciente e à sua vida. É ainda, assim, uma
concepção pluridimensional, dado que engloba todos os aspectos da vida da pessoa
potencialmente atingidos pelo adoecer e extrapola à pura e simples limitação física.”
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Mas vale dizer que esta não é uma receita simples de ser colocada em prática,
tal qual fazer-se um simples bolo dentro da arte culinária. Há certa complexidade em
sua execução. É necessário, primeiro, encontrar-se consigo mesmo,
independentemente da classe social. É necessário deixar claro que qualidade de vida
não é, obrigatoriamente, freqüentar a melhor academia, o melhor clube, viajar para
lugares obrigatoriamente paradisíacos, alimentar-se no melhor restaurante. Mesmo
porque esses quesitos não fazem parte da rotina da maior parte da população. É
preciso entender e conscientizar-se que a qualidade de vida, em sua essência, tão e
somente ter uma atividade extra, saudável, que leve a uma maior socialização. O
bem-viver está neste pequeno segredo.
Dança
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Nem tudo, porém, correu de forma tranqüila para a dança na Idade Média. Por
volta de 476 a 1953, os praticantes da dança foram perseguidos pela igreja, já que
aquele era um sinal de pecado. É interessante dizer também, que alguns santos como
São Basílio de Cesáreia achava que a dança era atividade dos anjos. Sendo assim,
observamos que ela tinha um caráter dúbio, ou seja, para a igreja era vista, ao
mesmo tempo, como santa e pecadora.
Segundo Portinari (1989), “ em relação a dança, a atitude da Igreja foi dúbia:
condenação por um lado, tolerância por outro.” Isso mostra que a dança, através dos
tempos, já havia conquistado o seu espaço e, mesmo com a interferência de fortes
influencias como a da Igreja, foi seguindo o seu caminho desde a época que o homem
a praticava, à volta do fogo, com o intuito de se aquecer.
Em meados do século XI, à dança foi creditado o papel de cura para algumas
mazelas físicas. Percebeu-se que a dança melhorava o bem estar físico com sensível
aumento da flexibilidade. O que permite pensar que, de alguma maneira, a dança
naquela época já era vista como um dos caminhos que levava ao incremento da
“qualidade de vida”.
De acordo com Portinári (1989), “ o sinal do desespero diante de dores físicas e
de doenças epidêmicas como a peste negra, que ceifou milhares de vidas, e numa
histeria coletiva, as pessoas dançavam freneticamente expressando pavor da morte.”
A partir do século XVI, a dança inseriu-se nos salões da nobreza e ganhou o seu
status. Os nobres passaram a achar importante saber movimentar ritmicamente seu
corpo ao lado de sua parceira. Mas somente a eles era dada a oportunidade de
receberem as devidas aulas, ao contrário das classes mais baixas.
Segundo Ried (2002) “As classes nobres diferenciavam-se das classes baixas,
entre outros, através das danças típicas, cuja aprendizagem fazia parte da educação.
A aristocracia praticava as danças da corte, e o povo as danças folclóricas.”
E a dança foi ganhando novos aspectos. O homem, que até então era visto
como simples cavaleiro acompanhante da dama pelo salão, começa a reverenciar, a
cortejar e a proteger a mulher, que, por sua vez, passa a expressar-se através de
maneirismos que refletiam uma sutil aceitação da sedução do homem. Nesse contexto
percebe-se, em nossas leituras, que a dança é uma experiência do corpo em
movimento, e quem assiste a um espetáculo, ou coreografia, tem uma experiência
essencialmente visual do outro.
Dessa forma observa-se a dança de pares, ou dança a dois, passa a enquadrar-
se na categoria das danças sociais, também com o objetivo de socializar e divertir.
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E onde a valsa, por exemplo, inclui-se neste contexto? Com certeza pode ser
considerada a mais antiga das danças de salão, praticada que era por toda a corte do
século XVI.
De acordo com Ried (2003) “Já na Idade Média, os pares davam a volta no
salão, girando em torno de si mesmos em postura fechada, para finalizar uma rodada
da dança.”
Importante lembrar que, na verdade, a valsa surgiu primeiro entre os
camponeses e a aristocracia tomou para si o papel de introduzir algumas modificações
para refiná-la.
Mas à valsa reinava sozinha nos grandes salões? Neste contexto há de se
lembrar que, com o decorrer do tempo passou-se a executar também a polca e o
galope.
Mais tarde, já o século XVIII, surge o tango que, logo a seguir, foi proibido
pelos governantes e pela Igreja, receosos de que o ritmo viesse a corromper os bons
costumes.
Para Ried (2003) foi somente em 1907 que o tango se popularizou na Europa,
onde virou uma verdadeira mania, com reflexos na moda e nos costumes. É da época
o surgimento, nos grandes hotéis, dos “chás de tango”, um fato absolutamente
revolucionário e até então inaceitável para os padrões da época.
Segundo Ried (2003), o Onestep invadiu as pistas desenvolveu-se para o
Foxtrot, e danças como Cakewalk, Boston, Ragtime e Twostep acabam por ultrapassar
danças tradicionais giratórias, como a Valsa e Polca: inicia-se aí o dançar com
deslocamentos para frente e para trás.
Com o estouro da primeira guerra mundial, em 1912, a dança acaba por ser
proibida em alguns países da Europa, como França e Alemanha, o que resultou na
perda de popularidade de ritmos como Onestep, Boston e Tango. Alheia a proibições
em outros países, a Inglaterra permitiu-se até a entrada de ritmos novos em seu
território. Segundo Ried (2003), “ na Inglaterra, ao contrário, conjuntos americanos
animavam, trazendo os ritmos ousados vindos do Novo Mundo. No intuito de distrair e
oferecer lazer aos soldados que estavam de férias.”
Em 1929, a dança de salão acaba por ganhar novos e estimulantes contornos,
segundo Ried: Professores e dançarinos ingleses, atuando até então de forma
individual e isolada um do outro, convencionaram reunir o Slowfox (Foxtrot lento),
Onestep, Valsa Inglesa, Tango e Blues numa categoria chamada Danças padrão.
Sentiu a necessidade de padronizar passos, figuras e critérios de avaliação já que, na
época, conforme Günter/Schäferm os concursos de dança de salão estavam tão em
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Metodologia
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Universo da pesquisa
Resultado
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Considerações finais
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Referência bibliográfica
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