Sumário
A Queda................................................................................................2
A Queda
Sob a luz dos dias atuais era fácil pensar que houvesse alguma
sabedoria na ideia de queda da humanidade, mas não porque um casal
primordial ao desobedecer a deus e comer de um fruto tentador, ter
abandonado o paraíso. A maior queda que a humanidade sofreu, foi
quando o homem se considerou como algo aparte a natureza.
Algo que toda a tecnologia e ciência de seu tempo acentuou
desastrosamente. Na medida em que havia mais cidades do que espaços
naturais, a vida artificial fez ao homem acreditar que ele era uma coisa
e a natureza outra. E como é da natureza do homem, aquilo que não é
ele, é algo para ser subjugado e explorado.
Foram tantas as maluquices que apoiaram a insanidade humana, a
ideia de um deus que deixou uma terra imunda e insignificante para
prover as necessidades mais mesquinhas e animais que não tinha outra
função senão ser devorados e extintos.
As ideias de tons semelhantes, mas colocadas sob outro contexto, como
que se os homens fossem uma raça alienígena trazida como bactéria
por algum asteroide errante. Ou ainda que chegaram aqui por meio de
naves espaciais de uma tecnologia incrivelmente mais sofisticada, mas
que acabou esquecida pelo tempo.
Até mesmo a crença tão insana quanto qualquer outra citada, a de que
o dinheiro e o poder fossem capazes de comprar qualquer coisa. Como
se a quantidade de dígitos numa conta pudesse fazer desaparecer um
asteroide ameaçador, ou a erupção de um super vulcão, ou um
terremoto de uma magnitude jamais esperada.
O verdadeiro apocalipse aconteceu quando o dinheiro virou deus e a
ciência se tornou a bíblia sagrada. Ninguém percebeu, absolutamente
ninguém percebeu, que a religião destrutiva continuou tão viva quanto
sempre fora e que a única coisa que mudou foram seus ídolos.
Quando perceberam já era tarde demais. Estavam em guerra, lutando
pelas pequenas partes ainda habitáveis da terra. Os motivos deixaram
de ser econômicos, as cidades fortificadas a fim de conter a fúria da
natureza não eram mais do que uma bomba relógio. A natureza estava
realmente comprometida em eliminar nossa espécie.
Mas, tudo isso era história, a história que sempre tivera como função
em mostrar os erros repetidos ao longo do tempo e aos quais cabia a
humanidade não repetir. Entretanto, essa mesma história tinha muitos
acertos, que encantados e iludidos com o que acreditavam ser avanço
tecnológico, não consideraram tais boas condutas como algo importante
a se manter, mas sim como hábitos primitivos e obsoletos.
O que a natureza não destruiu com os milhares de desastres naturais
que se sucederam devido ao aquecimento global e outros fenômenos
que tinham pouca ou nenhuma relação com isso. Usou de outro meio
natural exterminador, a espécie que se julgava a mais bem
desenvolvida, o topo da cadeia alimentar, para destruírem uns aos
outros.
O grande problema do fim é que ele não acontece de uma hora para o
outra, ou de um dia para outro. Uma mudança tão grande e terrível é
resultado de milhares de outras pequenas mudanças, muitas das quais
são imperceptíveis, ou um mal que de tanto se repetir passa ser
considerado normal, insignificante.