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Lorena/SP
2021
1. INTRODUÇÃO
A determinação do tempo de esvaziamento de um reservatório é um problema clássico
da mecânica dos fluidos e que aparece, com certa frequência, em situações de interesse da
Engenharia. Nesse sentido, a utilização e especificação do tipo de escoamento (laminar ou
turbulento) serão essenciais para esse tipo de experimento e sua completa análise.
Ainda nesse sentido, a distribuição geométrica do reservatório e tubulação é de suma
importância para especificações diretas no processo. Para os reservatórios utilizados no
relatório, com paredes cilíndricas, temos maior economia para o armazenamento de grandes
quantidades de materiais, devido à sua geometria de simetria axial. Por esta razão, este tipo
de estrutura possui uma melhor distribuição de esforços do que os reservatórios em forma
de paralelepípedo, diminuindo a espessura da parede e, por consequência, a quantidade de
material usado.
No geral, a experiência consiste em analisar o tempo de escoamento de água em
recipientes cilíndricos e também as aplicações das equações de conservação de energia e
conservação da massa para escoamento em recipiente de formato cilíndrico com fundo
plano conectado a dutos de saída também cilíndrico com diferentes comprimentos e
diâmetros.
2. OBJETIVOS
Este experimento visa principalmente a aplicação da equação de conservação de energia
e conservação de massa, para escoamento em recipiente de formato cilíndrico com duto de
saída cilíndrico e mostrar a importância da formulação teórica para comparação com
medidas experimentais.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Quando se tenta estudar o movimento de um fluido depara-se com o problema de como
lidar com o fato de que um fluido é composto por inúmeras moléculas que se movem
rapidamente umas em relação às outras, mesmo num fluido “em repouso”. Quando se pensa
um pouco sobre isso se chega à conclusão que a única saída é usar algum tipo de média.
No escoamento de fluidos as leis de conservação regem tanto sistemas macroscópicos
quanto os sistemas microscópicos. As equações de balanço para esses tipos de sistemas são
chamadas de balanços macroscópicos; para sistemas transientes, são equações diferenciais
ordinárias e para sistemas estacionários, são equações algébricas.
Segundo Fox (2006), nas medidas de vazão, a medida mais óbvia de medição em um
tubo é o método direto, que consiste em medir simplesmente a quantidade de fluido que se
acumula em um recipiente durante um período fixo ou conhecido de tempo. Tanques podem
ser utilizados para determinar a vazão de líquidos em escoamentos permanentes, pela
medição do volume ou da massa coletada durante o intervalo de tempo conhecido. Se o
intervalo for longo o suficiente para ser medido com incerteza pequena, as vazões podem
ser determinadas com precisão. Se considerarmos que temos um tanque de grandes
dimensões, ao analisar o esvaziamento desse tanque, a velocidade no início do tanque
poderá ser considerada nula, as pressões de entrada e saída serão consideradas como a
pressão atmosférica, e a cota inicial será nula, logo, será possível utilizar a equação de
Bernoulli, como mostra a equação 1, para um ponto qualquer 1 na superfície do fluido do
reservatório e o ponto 2 na saída da tubulação:
𝑃1 𝑣12 𝑃2 𝑣2 2
+ + 𝑧1 = + + 𝑧2 (1)
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
Onde: z = altura
P = pressão V = velocidade
𝛾 = peso específico da água G = aceleração gravitacional
𝑣×𝑑×𝜌
𝑅𝑒 = (2)
𝜇
𝑔×𝑟2 ×(𝑙+ℎ0 )
𝑣2 = (3)
𝑙×𝑓
8×𝜇×𝑙×𝑟12 𝑙+ℎ
𝑡= × ln ( 𝑙+ℎ0 ) (4)
𝜌×𝑔×𝑟24
16
Para 𝑓 = 𝑅𝑒 (5)
1 4/7
𝑟1 2 𝑙×𝜇 4
𝑡 = 0,46 × ( 𝑟 ) × [ 1 5 ] × [(𝑙 + ℎ0 )3/7 − (𝑙 + ℎ)3/7 ] (6)
𝑔×𝜌4 ×𝑟24
4 1/2
1 𝑓×𝑙 𝑟
𝑡 = 2 × {2×𝑔 [(1 + 𝑘 + ) × (𝑟1 ) − 1]} × [(ℎ0 + 𝑙)1/2 − (ℎ + 𝑙)1/2 ] (8)
𝑑2 2
e
𝑓 = 0,316 × 𝑅𝑒 −0,25 , com valor de k sendo 0,5 (9)
Onde: v = velocidade
r1 = raio no ponto 1 g = aceleração gravitacional
r2 = raio no ponto 2 f = fator de atrito
l = altura do tubo t = tempo de esvaziamento teórico
h0 = altura inicial do reservatório 𝜇 = viscosidade do fluido
h = altura do nível do fluido 𝜌 = massa específica do fluido
4. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS
O aparato experimental utilizado está mostrado no esquema abaixo:
5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para realizar o experimento, foram realizados os seguintes procedimentos:
1. Colocou-se o líquido no reservatório até uma altura h0 de referência, com o duto
firmemente já conectado no tanque e vedado;
2. Abriu-se o reservatório e foi anotado através de um cronômetro o tempo para
atingir a altura h(t);
3. Repetiu-se as etapas 1 e 2 até termos resultados suficientes para plotar o gráfico
h(t) x t para cada duto característico;
4. Os tubos foram mudados e retornou-se a P1, até o término do número de dutos.
6. RESULTADOS
De posse dos seguintes dados:
d1 = 14,96 cm, h0 = 20 cm, T = 25ºC, g = 9,81 m/s2 e k = 0,5 calculou-se todas as
informações necessárias para a realização do roteiro.
𝒍
● Cálculo de 𝒅
𝟐
A B C D E F
● Cálculo do desvio:
(𝑽𝒕 − 𝑽𝒆)
𝑫𝒆 =
𝑽𝒆
Duto A
O duto A possui um diâmetro de 0,0048 metros e um comprimento de 0,075 metros.
● Médias dos tempos:
Com as médias dos tempos calculadas, encontram-se todos os dados necessários para o
cálculo do tempo teórico. Como o número de Reynolds estava entre 4000 e 10000,
foram utilizados os cálculos para escoamento turbulento. Segue resultados na Tabela 1
abaixo:
Tabela 1 - Resultados do duto A para escoamento turbulento
Apenas para efeito de comparação, também foram feitos os cálculos com a Equação
desenvolvida por RK, mostrados na Tabela 2 abaixo:
Duto B
O duto B possui um diâmetro de 0,0048 metros e um comprimento de 0,15 metros.
Com as médias dos tempos calculadas, encontram-se todos os dados necessários para o
cálculo do tempo teórico. Como o número de Reynolds estava entre 4000 e 10000,
foram utilizados os cálculos para escoamento turbulento. Segue resultados na Tabela 3
abaixo:
Apenas para efeito de comparação, também foram feitos os cálculos com a Equação
desenvolvida por RK, mostrados na Tabela 4 abaixo:
Duto C
O duto C possui um diâmetro de 0,0048 metros e um comprimento de 0,3 metros.
A partir das médias dos tempos calculadas, encontram-se todos os dados necessários
para o cálculo do tempo teórico. Como o número de Reynolds estava entre 4000 e
10000, foram utilizados os cálculos para escoamento turbulento. Segue resultados na
Tabela 5 abaixo:
Apenas para efeito de comparação, também foram feitos os cálculos com a Equação
desenvolvida por RK, mostrados na Tabela 6 abaixo:
Duto D
O duto D possui um diâmetro de 0,0031 metros e um comprimento de 0,6 metros.
A partir das médias dos tempos calculadas, encontram-se todos os dados necessários
para o cálculo do tempo teórico. Como o número de Reynolds é menor que 4000, foram
utilizados os cálculos para escoamento laminar. Segue resultados na Tabela 7 abaixo:
Apenas para efeito de comparação, também foram feitos os cálculos com a Equação
desenvolvida por RK, mostrada na Tabela 8 abaixo:
Duto E
O duto E possui um diâmetro de 0,0048 metros e um comprimento de 0,3 metros.
A partir das médias dos tempos calculadas, encontram-se todos os dados necessários
para o cálculo do tempo teórico. Como o número de Reynolds estava entre 4000 e
10000, foram utilizados os cálculos para escoamento turbulento. Segue resultados na
Tabela 9 abaixo:
Apenas para efeito de comparação, também foram feitos os cálculos com a Equação
desenvolvida por RK, mostrada na Tabela 10 abaixo:
Duto F
O duto F possui um diâmetro de 0,0078 metros e um comprimento de 0,6 metros.
A partir das médias dos tempos calculadas, encontram-se todos os dados necessários
para o cálculo do tempo teórico. Como o número de Reynolds estava acima de 10000,
foram utilizados os cálculos desenvolvidos por RK. Segue resultados na Tabela X
abaixo:
Tabela 11 - Resultado do duto F para a equação de RK
7. CONCLUSÃO
A partir dos dados observados, é possível concluir que quando se compara os
comprimentos e mantém constante o diâmetro, quando utilizado os cálculos do escoamento
turbulento, o tubo de menor comprimento possui o menor tempo de escoamento teórico, no
caso o Tubo A. Entretanto, quando utilizado o método desenvolvido por RK pode-se concluir
que o tubo com maior comprimento possui o menor tempo de escoamento teórico, no caso o
Tubo C.
Em adição, quando se compara o diâmetro e mantém constante o comprimento pode-
se concluir que quanto maior o diâmetro menor será o tempo de escoamento, e
consequentemente maior será o número de Reynolds.
Outro aspecto importante é a relação do escoamento com o desvio, quando o
escoamento era turbulento, os desvios quando calculado pelas fórmulas do regime turbulento
ficaram em torno de 20% a 40%. Já no escoamento laminar, quando calculado pelas fórmulas
do escoamento laminar, o desvio médio foi de 79% no Tubo D.
E por último, quando comparado o método de RK com as fórmulas do escoamento
laminar ou turbulento, o método se apresentou muito mais assertivo, visto que em todos os
tubos apresentou um menor desvio, para qualquer intervalo de número de Reynolds.