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Autor(es)
Dario Fiorentini
Sergio Lorenzato
Publicação
Campinas, Autores Associados, 2006, 226p.
Fontes utilizadas
Fazendo interlocução com a área em que atuam (educação matemática), os autores
destacam conceitos de obras conhecidas na área da metodologia da pesquisa cientifica em
educação, tais como André (1995); Bogdan & Biklen (1994); Connelly & Clandinin (1995);
Laville & Dionne (1999); Ludke & André (1986); Lytle & Cochran-Smith (1999); Sánchez-
Gamboa (1989), Gauthier (1987). Trazem ainda importantes referencias da própria educação
matemática: Batanero (1992); Bicudo (1993); Boavida & Ponte (2002); D’Ambrosio (1990,
1987); Fiorentini (1994); Garnica (2004); Kilpatrick (1992, 1994); Thompson (1997).
Conteúdo
Na primeira parte do livro com base, sobretudo, nos estudos de Fiorentini (1994) e
Kilpatrick (1994), os autores destacam o surgimento da educação matemática (EM) no mundo e
no Brasil enquanto campo profissional de ensino e de pesquisa. Introduzem o tema tecendo
considerações sobre as diferenças representações que a matemática tem para o matemático e para
o educador matemático. Adiante, apontam a importância do Movimento da Matemática Moderna
para consolidação da área em perspectiva mundial e da Sociedade Brasileira de Educação
Matemática (SBEM) em nível nacional. E também, ressaltam as tendências temáticas e
metodológicas da pesquisa em EM tomando por base estudos internacionais, dissertações e teses
realizadas no Brasil.
Já na segunda parte do livro, a partir dos cinco capítulos denominados: 1) apresentando a
investigação científica; 2) elaboração de projetos de pesquisa; 3) processo de coleta de
informações e de constituição do material de estudo; 4) processo de sistematização e 5) análise das
informações e redação e apresentação da pesquisa, o leitor encontrará subsídios operacionais para
a iniciação na pesquisa cientifica em EM. Bem como, considerações epistemológicas sobre as
diferentes abordagens da pesquisa nessa área. Para tanto, os autores citam as três tendências da
pesquisa educacional apontadas por Sánchez-Gambora (1989): a empírico-analítica, a
fenomenológico-hermeutica e a histórico-dialetico.
Enquanto que na última parte do livro são tecidas considerações sobre a avaliação e
implicações éticas da pesquisa em EM. Segundo os autores, a avaliação de um estudo de natureza
cientifica incide sobre duas dimensões básicas: pesquisa (conteúdo e processo investigativo) e
outra relativa à forma de apresentação de seu relatório. Sobre os aspectos éticos, destacam que o
objeto de estudo da EM envolve geralmente seres humanos, tais como alunos, professores de
matemática, formadores de professores ou instituições sociais. Logo, torna-se imperativo que o
pesquisador se interrogue permanentemente sobre as razões de sua investigação. Citam Gauthier
(1987) e apontam que a ética perpassa todo o processo investigativo.
Conclusões.
Ao final do livro, Fiorentini e Lorenzato destacam que toda pesquisa é um processo
complexo, dinâmico e envolve múltiplos sujeitos que cooperam ou colaboram com a pesquisa.
Assim, apesar da deontologia que define normas e princípios a serem seguidos pelo pesquisador,
sempre é possível encontrar situações ou casos que não são contemplados.
E sintetizam, destacando que a EM é um campo profissional e cientifico certamente mais
complexo e problemático que o da matemática, pois em sua prática social participam pessoas de
todas as faixas etárias e níveis de escolarização que gostam ou não de matemática. E que nesse
contexto, são vividos situações problemáticas e dilemas, que exigem dos educadores matemáticos
e investigadores uma postura e uma consciência ética que poderiam ser discutidas em comunidade
de pertencimento, como na SBEM.
Autor do resumo
Vanessa Moreira Crecci (FE/Unicamp)