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Igreja Pioneira Cascavel / 2021

Estudo 23.
Jeoiaquim: incertezas.

I. Introdução

Após a morte de Josias, Judá entra num período de grande confusão e


profunda crise. Os movimentos internos procuraram manter suas posições, no
entanto, a interferência do Egito foi decisiva na sucessão do trono de Josias.
Neco, faraó que matou Josias, interferiu diretamente na sucessão em Judá,
retirando Joacaz (609), que fora colocado pelos partidários das reformas, e
enviando-o para o exílio no Egito. Em seu lugar ele coloca outro filho de
Josias, Eliacim, mudando seu nome para Joaquim (609–598 a.C.).

II. O início de seu Reinado


Reinou por 11 anos, mas todo tempo dividido entre a dominação
egípcia e Babilônica. Nunca soube o que é ser livre. Até seu nome foi mu-
dado! Precisou conviver com pressões, dividas e incertezas. Até o dia em
que foi deposto!
Segundo o relato de 2 Reis, Joaquim foi um rei fraco e tirano. Aliado ao
faraó, que era seu fiador no poder, ele tinha autonomia e força para fazer o
que bem entendesse.

III. Marcas do seu reinado.


a) Instabilidade. Ele foi colocado no trono pelo rei Neco do Egito. (2
Reis 23.34). Nem mesmo pode manter seu nome. Mas na medida em
que era fraco perante o Egito, se mostrava tirano diante do seu povo.
b) Tributos. A fim de obter o ouro e a prata que o faraó Neco havia
exigido como tributo, Jeoaquim cobrou dos habitantes de Judá um im-
posto proporcional às posses de cada um. (2 Reis 23.35)
c) Pecados. Ao longo do seu governo, repetiu os erros dos seus antepas-
sados, e fez o que era errado aos olhos de Deus. (2 Re 23.37)
d) Insegurança. A instabilidade do Reino, por conta da crise após a
morte de Josias, e a tesão entre os reinos do Egito e Babilônia, trans-
formam o reino de Judá num alvo fácil para o domínio. O poder osci-
lou do Egito para a Babilônia, os tributos devidos a um, agora eram
pagos ao outro. (2 Re 24.1)
e) Rebeldia. Em algum momento, o rei se cansou de ser apenas um fi-
gurante no jogo de poder externo, sua revolta lhe custou caro. Em 605
a.C. o Faraó Neco sofre uma derrota para Nabucodonosor em Carque-
mis, ficando toda a região da Síria e Palestina nas mãos da Babilônia.
Joaquim se apressa em mudar de lado e paga tributo a Nabucodono-
sor. Passados poucos anos, em 601 a.C., o Egito conseguiu conter o
avanço babilônico e, mais uma vez, Joaquim muda de lado. (2 Cro
36.7)
f) Dureza de coração. Jeremias faz sua crítica contundente contra o
Templo como objeto mágico da espiritualidade judaica. É também
com Joaquim os embates mais duros. As duras palavras do profeta o
levam a ser preso pelo rei. No entanto, não podemos deixar de dizer
que as intenções de Jeremias eram tanto religiosas quanto políticas. O
profeta entendia que era melhor se submeter à Babilônia e evitar uma
destruição maior, que ficar nas mãos do Egito e sofrer com a invasão
babilônica eminente.
g) Punição. O registro Bíblico mostra que toda a dureza de coração dos
reis deixou um legado de consequências trágicas: “2 O SENHOR enviou
contra ele tropas babilônicas[a], aramaicas, moabitas e amonitas
para destruir Judá, de acordo com a palavra do SENHOR proclamada
por seus servos, os profetas. 3 Isso aconteceu a Judá conforme a or-
dem do SENHOR, a fim de removê-los da sua presença, por causa de
todos os pecados que Manassés cometeu, 4 inclusive o derramamento
de sangue inocente. Pois ele havia enchido Jerusalém de sangue ino-
cente, e o SENHOR não o quis perdoar”. (2 Reis 24)

IV. Implicações.
Durante toda a monarquia, havia duas classes de pessoas que mantinham
a “voz de Deus” para os reis e povo. Sacerdotes e profetas. Os primeiros
acabaram se calando e sacralizando o templo e as instituições religiosas,
coube então ao outro grupo a tarefa de manter a voz de Deus e o chamado ao
arrependimento.
Dois desafios nos envolvem:
1) O cuidado para trocar Deus pelas coisas de Deus, templo, culto e sa-
crifícios.
2) O erro de buscar Deus e ignorar o próximo. (Isaias 1.17)

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