ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

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Os Autos de Devassa da Inconfidência Mineira constituem,
indiscutivelmente, a principal fonte de pesquisa para os
que estudam a história daquele levante.

Eles foram publicados pela primeira vez em 1894, de

forma parcelada, pelo historiador Mello Moraes na
Revista Brasil Histórico, com modesta circulação.

A edição seguinte aconteceu em 1936, por iniciativa do

então Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema.

Em 1976, vem a público nova publicação, fruto de um esforço

conjunto da Câmara dos Deputados e da Imprensa Oficial de
Minas Gerais. Essa nova edição foi ampliada de sete para dez
volumes, por meio de um trabalho notável dos historiadores
Tarquínio José Barbosa de Oliveira e Herculano Gomes
Mathias, com centenas de novos documentos e minuciosos
comentários de pé de página.

Passados 40 anos, a Assembleia Legislativa de Minas

Gerais publica, em sua Coleção Minas de História e Cultura,
nova edição fac-simile daquela de 1976, facultando aos
estudiosos da nova geração a oportunidade de manusear
esses importantes documentos da nossa história.
 Autos de Devassa da
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Coleção Minas de História e Cultura
A Coleção Minas de História e Cultura faz parte do programa editorial da Assembleia
Legislativa do Estado de Minas Gerais, cujo objetivo é a publicação de obras de valor
histórico e cultural que possam contribuir para a compreensão do desenvolvimento
político e social de Minas Gerais e do Brasil.

1. História da Revolução Liberal de 1842

2. Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
 Autos de Devassa da
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Belo Horizonte
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
2016
© 2016, Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
Este livro ou parte dele, incluídos textos e imagens, pode ser reproduzido por qualquer meio, desde
que a fonte seja corretamente citada.

MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA FICHA TÉCNICA

Deputado Adalclever Lopes Coordenador:
Presidente Deputado Lafayette de Andrada
Deputado Hely Tarqüínio
Produção:
1º-vice-presidente
Diretoria de Comunicação Institucional
Deputado Lafayette de Andrada
2º-vice-presidente Apoio técnico:
Deputado Braulio Braz Gerência-Geral de Documentação e
3º-vice-presidente Informação
Deputado Ulysses Gomes Foto da capa:
1º-secretário Inconfidência Mineira (1965) – Óleo sobre
Deputado Alencar da Silveira Jr. tela, de Angel Carretero – Foto: Raíla Melo
2º-secretário
Deputado Doutor Wilson Batista Projeto gráfico, capa, editoração e revisão:
3º-secretário Gerência de Publicidade e Comunicação Visual

Secretaria
Cristiano Felix dos Santos Silva
Diretor-geral
Carlos Eduardo Ribeiro de Navarro
Secretário-geral da Mesa
ISBN 978-85-85157-54-8
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho
CEP: 30190-921 – Belo Horizonte – Minas Gerais – Telefone: +55 31 2108 7000

A939 Autos de devassa da Inconfidência Mineira / [introdução de

Lafayette Luiz Doorgal de Andrada]. – Belo Horizonte:
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2016.
11 v. – (Coleção Minas de história e cultura; 2)

Edição facsimilar.
ISBN 978-85-85157-54-8 (v.4)

1. Inconfidência Mineira (1789). 2. Processos célebres – Brasil.

3. Brasil – História, Século XVIII. 4. Minas Gerais – História, Século
XVIII.
CDU: 981.034
 Apresentação

As obras que integram a coleção Minas de História e Cultura contribuem para

que nós, leitores, possamos conhecer melhor como vem se formando nossa socie-
dade e como se molda a memória coletiva, o que conduz a uma consolidação ou
reelaboração da nossa identidade compartilhada.

Os Autos de Devassa da Inconfidência Mineira, esgotada sua edição anterior, cui-

dadosamente publicada na década de 1970 pela Imprensa Oficial de Minas Gerais,
num esforço conjunto do governo estadual e da Câmara dos Deputados, tornaram-
se uma raridade, que sobrevivia em bibliotecas especializadas ou no acervo precioso
de sebos, onde eventualmente se escondiam na forma de volumes isolados. Torná
-los novamente disponíveis, em formato impresso, para estudiosos ou interessados
é, pois, a grande motivação para a presente edição.

Nesse texto do final do século XVIII estão colhidos os testemunhos diretos do acon-
tecimento que, ocorrido em solo mineiro, antecipa o final da colonização portuguesa
na América.

O grande mérito dos autos é ter gerado várias e decisivas interpretações desse sig-
nificativo ato de irredentismo mineiro com suas marcas nacionalista e republicana,
despertando o interesse não só de nossos historiadores mas também de brasilianis-
tas da importância de Kenneth Maxwell, que, com base nesse conteúdo, procurou
explicar as circunstâncias que conduziram o próprio desenvolvimento histórico do
País.

AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA V

Entre as contribuições desse historiador inglês está o reconhecimento de Tiradentes,
frequentemente vítima de interpretações equivocadas, como o catalisador daquela
revolução, “propagandista de uma Minas Gerais independente, republicana e autos-
suficiente”.

No texto dos Autos de Devassa, os depoimentos traduzem uma ideia definitiva sobre
a personalidade e o ânimo de Tiradentes. Assim, para uma das testemunhas, José
Joaquim da Rocha, “o dito oficial era um louco de Minas que andava naquela cidade
dizendo que havia de fazer aquela terra feliz”. Já no relato de Vicente Vieira da Mota,
“foi saindo o dito alferes, dizendo que não encontrava senão homens vis, e baixos,
incapazes de uma ação heroica; porém, que havia de armar uma meada tal, que em
cem anos se não havia de desenredar”.

Esses trechos alimentariam a poesia de Cecília Meireles, autora do mais notável de

nossos poemas históricos, o celebrado Romanceiro da Inconfidência, que apresenta,
no Romance do animoso Alferes, sua visão de Joaquim José da Silva Xavier:

“(Por todos trabalha, /a todos promete/ sossego e ventura/o animoso Alferes)

(...) (Ninguém que proteste! /Se fossem como ele, a alto sonho entregue!)”.

A dimensão que a leitura e o estudo deste documento representam pode ser tam-
bém percebida na observação do historiador econômico João Antônio de Paula:
“Os ‘Autos’ deixam claro que os inconfidentes tinham um projeto de nação, queriam
a independência do Brasil e pretendiam implantar o desenvolvimento das manufa-
turas, como fábricas de pólvora, tecidos e ferro, além de criar uma universidade que
seria a primeira do país”.

Portanto, a Assembleia mineira vem permitir que os fatos históricos fixados nesta
notável peça jurídica mostrem-se novamente acessíveis em páginas impressas, na
expectativa de que novas leituras e interpretações da Inconfidência se produzam.

Deputado Adalclever Lopes

Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais

VI
 Introdução

Há muito vem sendo cobrada pelos pesquisadores da história do Brasil, em

especial pelos que particularmente se dedicam ao estudo da Inconfidência Mineira,
uma reimpressão dos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira.

Os Autos são, indiscutivelmente a principal fonte de pesquisa para o estudo da

Inconfidência Mineira.

Foram publicados pela primeira vez, parceladamente, em 1894 na Revista do Arqui-

vo do Distrito Federal – Brasil Histórico, pelo historiador Mello Moraes, com ínfima
circulação. Pretendendo escrever uma obra sobre o Brasil, com a colaboração do
Cel. Ignácio Accioli de Cerqueira e Silva, e conversando com João Ximenes de Araújo
Pitada sobre a Inconfidência, contou-lhe este existirem documentos sobre o assunto
na Secretaria do Império, metidos em um saco verde. Assim informado, obteve Mello
Moraes, que era diretor arquivista do Arquivo do Distrito Federal, licença do ministro
do Império, Conselheiro Pedreira, para exame do processo. Copiou, publicando-o
no Brasil Histórico, com exceção de algumas peças de pouca importância e dos
sequestros.

Posteriormente, em 1936, começa nova publicação, que se concluiu em 1938 em

sete volumes, por iniciativa do ministro da Educação, Gustavo Capanema. A terceira
e última edição, esgotada, foi publicada em 1976, fruto de um esforço conjunto da
Câmara dos Deputados com a Imprensa Oficial de Minas Gerais. Essa nova edição
foi ampliada com um trabalho notável coordenado pelos pesquisadores Tarquínio

AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA VII

José Barbosa de Oliveira e Herculano Gomes Mathias, contendo 11 volumes, com
centenas de novos documentos paralelos e minuciosos comentários de pé de pá-
gina.

Passados 40 anos, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais traz a lume, em sua

Coleção Minas de História e Cultura, nova publicação fac-simile da edição de 1976,
facultando às novas gerações o acesso a esses importantíssimos documentos da
nossa história.

Durante muito tempo pouco se conhecia sobre Inconfidência Mineira. Durante qua-
se todo o Império esse tema praticamente não foi abordado pelos historiadores ou
era tratado muito superficialmente.

Somente em 1873 surgiu o primeiro livro dedicado exclusivamente à Inconfidência

Mineira. De autoria de Joaquim Norberto de Souza e Silva, foi escrito em capítulos
lidos nas sessões do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro desde os últimos
meses de 1860, segundo nota explicativa em sua introdução.

Monarquista decidido e amigo pessoal do imperador, Joaquim Norberto pas-

sou longe da imparcialidade no relato da história e sobretudo nas referências à
pessoa de Tiradentes, sendo extremamente hostil e com excesso de má vontade.

Márcio Jardim, em A Inconfidência Mineira – Uma síntese factual (p.19), relata que
a obra de Joaquim Norberto foi um trabalho quase “encomendado” para diminuir
os impulsos republicanos crescentes na segunda metade do século XIX. Tinha o
claro objetivo preconcebido de demonstrar que Tiradentes não era o líder do movi-
mento, era um idiota e sua presença física era “repelente”.

Fez enorme sucesso o referido livro de Joaquim Norberto. Era o primeiro escrito
exclusivamente sobre o tema, já que o autor foi o único que até então teve acesso
a toda coleção original dos Autos de Devassa. Era um livro completo, com todo o
relato factual do episódio e foi festejado pela elite intelectual da época. Para se ter

VIII
uma ideia da influência negativa dessa obra basta lembrar que até os nossos dias o
livro é um dos mais conhecidos sobre a Inconfidência. Muitos autores, principalmen-
te de artigos de jornais que atingem grande público, repetem velhas falsidades nele
difundidas. Vários escritores repetiram que a Inconfidência “era um sonho de uma
noite de verão, de poetas afastados da realidade, que Tiradentes foi morto porque
era o mais pobre e sem cultura, um inocente útil”.

O historiador Waldemar de Almeida Barbosa, no prefácio da obra Tiradentes Face a

Face, de Isolde Helena Brans, observa que o livro de Joaquim Norberto foi, durante
muito tempo, a única fonte existente sobre a Inconfidência Mineira. Todos os nossos
escritores, Gilberto de Alencar, Ronald de Carvalho, João Ribeiro, Afrânio Peixoto,
Eduardo Frieiro, Afonso Arinos de Melo Franco, Pedro Calmon, etc., escreveram so-
bre Tiradentes e a Inconfidência com base exclusivamente na história da Conjuração
Mineira de Joaquim Norberto. Ainda recentemente, Kenneth Maxwell, em A Devas-
sa da Devassa, em que faz um bom estudo dos Autos, reproduz várias afirmações
falsas de Joaquim Norberto, que curiosamente não estão na sua bibliografia.

A publicação dos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira, por iniciativa do mi-

nistro da Educação e Saúde, o mineiro Gustavo Capanema, em 1936, começou a
trazer nova luz aos estudiosos. Descortinou a verdadeira dimensão daquele movi-
mento. Os Autos mostram que conjurados de 1789, diferentemente de todas as ten-
tativas libertárias anteriores e posteriores, tiveram um projeto nacional para o Brasil.
Como se vê na correspondência do governador Rodrigo José de Menezes (1783-
-1786) com o governo português, havia em Minas a consciência de que tinham
sido criadas as condições para um pacto diferente entre a metrópole e a colônia.

A partir daquela publicação dos Autos de Devassa começam a aparecer trabalhos

sérios dedicados ao estudo da Inconfidência, e outro Tiradentes bem diferente é o
que surge de uma leitura atenta de suas páginas. Principalmente a partir da publi-
cação de 1976, com o trabalho paralelo monumental de Tarquínio José Barbosa de
Oliveira e Herculano Gomes Mathias, os pesquisadores estão abrindo os olhos. A
leitura acurada dos Autos de Devassa mostra que há vários problemas históricos

AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA IX

ainda a serem investigados.

Destacamos as obras de Lúcio José dos Santos, A Inconfidência Mineira, e a de

Márcio Jardim, A Inconfidência Mineira, uma síntese factual, que dão a melhor visão
que se pode ter da Inconfidência a partir de minuciosas e aprofundadas pesquisas,
mostrando a impressionante dimensão do movimento e a verdadeira estatura de
Tiradentes. Destacamos também o livro Tiradentes Face a Face, da pesquisadora
Isolde Helena Brans, que estuda especificamente a relação dos conjurados com
Thomas Jefferson, por meio de encontros e correspondências deste com estudantes
de Coimbra que tentavam buscar o apoio dos Estados Unidos para a revolução que
se preparava no Brasil. A autora apresenta um conjunto de “novos” documentos
descobertos no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa que levam a interessantes
constatações, até mesmo da participação de Tiradentes nesse episódio, o que mere-
ce atenção especial dos pesquisadores que se interessam pelo tema.

Na leitura dos Autos é importante ter em conta que nos interrogatórios estão sendo
ouvidos homens arrasados, tentando fazer o possível para salvarem-se a si mesmos
de uma morte cruel – esmagamento dos ossos com o réu vivo –, de acordo com a
legislação da época, como acontecera no processo recente dos revoltosos contra
Pombal.

Informados, na noite de 17 de maio de 1789, pelo embuçado, da prisão de Tiraden-

tes no Rio, os conjurados, com pleno conhecimento do crime de lesa-majestade que
haviam cometido, determinaram-se a destruir todos os traços materiais da conspi-
ração e combinaram optar pela negativa de qualquer culpa. Essa opção, que desen-
cantou alguns historiadores impiedosos, era o que a sensatez lhes indicava a fazer.

Revelaram nos depoimentos apenas o mínimo que não poderiam esconder e

aquilo que seria inútil furtar ao devassante. Daí serem totalmente infundadas as
versões de alguns historiadores de que os inconfidentes foram fracos, delatan-
do tudo no momento que foram presos. São informações falsas, constantemente
passadas ao público, bastando uma leitura dos Autos para verificar o contrário.

X
Os inconfidentes conseguiram escamotear até o fim informações completas so-
bre o movimento. O processo, que durou três anos, jamais conseguiu desvendar a
real extensão da Conjura, cujas repercussões o poder temeu e procurou minimizar.

A Conjura e a Repressão

A história da Inconfidência Mineira é um drama imenso, como demonstra Márcio

Jardim.

Minas Gerais, na primeira metade do século XVIII, atingiu tal grau de progresso urba-
no que poderia ser considerada uma das sociedades mais evoluídas do mundo.

A descoberta do ouro na virada do século XVII para o XVIII inaugurou um im-

pressionante volume migratório. De acordo com Antonil, em 1702 a população de
Minas variava entre 2 e 3 mil habitantes. Em 1709, menos de dez anos depois, a
população era estimada em mais de 30 mil pessoas. Em 1770, atingia mais de 320
mil habitantes.

O ouro fornecido pelo Brasil entre 1700 e 1770 foi o equivalente a toda a produção
de ouro do resto da América entre 1493 e 1850, e alcançou a metade do que o
resto do mundo produziu nos séculos XVI, XVII e XVIII.

Em meados do século XVIII, Vila Rica, capital da província, se transformou na maior

metrópole do Brasil e em um dos maiores aglomerados da América, superado ape-
nas pela Cidade do México. Possuía aproximadamente 100 mil habitantes, o dobro
da população da Bahia, sede do Vice-Reinado, o triplo da do Rio de Janeiro e o quá-
druplo da de São Paulo. Sua estrutura era bem superior à de suas contemporâneas.
Só dentro da cidade havia 14 fontes de águas cristalinas e um teatro de ópera, o
mais antigo da América do Sul.

Esse era o ambiente em que viviam os conjurados. Era mais que natural pensar em
um movimento libertário, que ganhou força sobretudo após a independência dos

AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA XI

Estados Unidos. Os Autos indicam que a ideia de uma revolução já estava dissemi-
nada por toda a população da província. Um dos devassantes chegou a dizer que,
se fossem aprofundadas as investigações, toda a população de Minas deveria ser
indiciada, porque ou estava diretamente envolvida na conspiração ou dela tinha
conhecimento, apoiando-a tacitamente.

A Inconfidência Mineira não foi produto da mente de ninguém em particular. Nas-

ceu das condições da sociedade. O ambiente de Vila Rica nos anos do governo de
Luís da Cunha Meneses (1783-1788), o Fanfarão Minésio das Cartas Chilenas, só
favorecia a revolução. As Cartas Chilenas registram o péssimo ambiente político-
social da época com enriquecimento ilícito e prevaricação; alto custo e ineficiência
da justiça; prática do suborno; proteção escondida ao contrabando; corrupção na
venda de despachos; deficiência de abastecimento; alto custo de vida, entre outros
pontos negativos.

Dos depoimentos depreende-se que as conversas iniciais, as primeiras reuniões de

uma elite pensante, devem ter acontecido entre os anos de 1781 e 1785, a partir
de quando se intensificam os contatos e as providências preliminares. Tudo indica
que, pelas viagens constantes ao Rio, pela amizade e admiração que nutria por Luíz
Vieira da Silva, o principal planejador do movimento, Tiradentes fazia parte desse
grupo inicial restrito que começava os preparativos para o levante. Estava longe
de ser o inocente útil muitas vezes apresentado por alguns historiadores. As suas
atitudes nas reuniões finais põem por terra qualquer tentativa de lhe atribuir papel
secundário na conspiração.

Em 1786, estudantes de Coimbra iniciam contatos por correspondência com o em-

baixador dos Estados Unidos na França, Thomas Jefferson, ídolo daquele século,
para obter o apoio americano ao levante que se pretendia fazer no Brasil. O encon-
tro dos emissários “Vendek” com Jefferson se dá efetivamente em março de 1787,
em Nimes e Montpellier.

Em maio de 1787, Thomas Jefferson envia extenso relatório sobre as condições do

XII
Brasil que recebera de Vendek, contendo as linhas gerais do plano de guerra dos
insurgentes e revelando o teor de toda conversa ao seu superior, o secretário de
Estado John Jay.

Jefferson responde, dando a entender que seguia as orientações de seu líder

Washington, que uma nação não tem amigos, mas interesses. Em linhas gerais, es-
clarece que respondia como particular, pois não tinha autoridade e nem instruções
do governo americano sobre o assunto. Afirma que uma revolução bem-sucedida
interessava aos Estados Unidos, mas que os Estados Unidos não estavam em condi-
ções naquele momento de entrar em uma guerra, embora indivíduos movidos pelo
desejo de lucro certamente ajudariam o Brasil, além de outros, incluindo oficiais
excelentes movidos “por motivos mais puros”. Relata ainda que os Estados Unidos
não embaraçariam ninguém que tivesse a intenção de ir lutar no Brasil. Um ano
depois essa mensagem chega ao Brasil. Na prática, os Estados Unidos apoiariam o
Brasil depois da independência, antes não, mediante algumas condições, entre elas
a importação de bacalhau e trigo dos Estados Unidos.

O plano elaborado pelo Cônego Luís Vieira da Silva contava com a ocorrência de um
fato que abalasse profundamente o povo. A ocasião seria o lançamento da Derrama
– cobrança imediata e única dos impostos sobre a extração do ouro, atrasados e
acumulados por décadas. O débito calculado era de oito toneladas, ou 21 gramas
de ouro per capita. O volume era injusto, o sistema era injusto, e os devedores eram,
em sua esmagadora maioria, inocentes. A Derrama não foi, portanto, a causa da In-
confidência, mas sim o elemento catalisador capaz de superar o temor da repressão.

Os passos seguintes da revolução seriam dados principalmente por Tiradentes,

que promoveu a maioria dos aliciamentos de apoiadores do movimento. Várias reu-
niões aconteceram em 1788, não houve uma única reunião formal preparada para
decidir tudo. Uma série delas aconteceu no período de 15 a 26 de dezembro de
1788 em Vila Rica. Nenhuma delas reuniu a totalidade dos líderes, as informações
de um grupo eram repassadas a outro em intercâmbio constante. Uma reunião final,
decisiva, foi realizada na noite de 26 de dezembro de 1788 na casa do comandante

AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA XIII

do Regimento de Cavalaria Regular, Francisco de Paula Freire de Andrada, e a ela
compareceram os principais líderes de todas as comarcas de Minas.

De modo geral, acreditava-se que a Derrama seria executada em fevereiro ou março

de 1789. Em dezembro, teriam os inconfidentes dois ou três meses para cada um
providenciar suas respectivas missões com vistas ao levante.

Seria proclamada uma República dividida em províncias e parlamentos. Iniciada a

guerra, seria implantada uma Junta Governativa Provisória formada pelos principais
líderes civis e militares. Seria provavelmente composta por Tomás Gonzaga, Alva-
renga Peixoto, Luís Vieira da Silva, Carlos Toledo, Oliveira Rolim, Cláudio Manoel
da Costa e o Ten. Cel. Francisco de Paula Freire de Andrada, tendo como “primeiro
mandatário” Tomás Antônio Gonzaga, líder da conspiração e autor da Constituição.
Estimava-se que a guerra duraria dois ou três anos, período em que essa junta go-
vernaria, e a seguir seriam feitas eleições periódicas.

O autor da estratégia militar foi o Cônego Luís Vieira da Silva. O plano era a guer-
ra de guerrilha, o mesmo usado inicialmente na Revolução Norte-Americana. O
comando-geral ficaria a cargo do Ten. Cel. Francisco de Paula Freire de Andrada,
que seria declarado marechal. Tiradentes, em sua última viagem ao Rio, encarregou
diversos tropeiros de trazerem para Minas toda a pólvora e o sal que conseguissem.

O levante se daria tão logo se lançasse o decreto da Derrama. A Derrama era con-
dição essencial para o início da rebelião. Tiradentes, com um pequeno número de
militares, iria ao Palácio de Cachoeira do Campo, fracamente defendido, renderia
a guarda e prenderia o governador e sua família. Ali mesmo o Visconde de Barba-
cena seria decapitado, e sua cabeça seria mostrada ao povo em praça pública, em
Vila Rica. Nesse mesmo dia deveriam ter vindo do interior, das diversas comarcas,
os líderes com suas tropas, previamente avisados por carta enviada pelo Ten. Cel.
Freire de Andrade com a senha “Tal é o dia do batizado”. Esperar-se-ia a eclosão
do movimento no Rio de Janeiro e nas outras capitanias. A bandeira, criada por Tira-
dentes, continha três triângulos concêntricos com as cores azul, branco e vermelho

XIV
e era adornada com o dístico Libertas Quae Sera Tamen, sugerido por Alvarenga
Peixoto, em latim capenga.

O plano inconfidente tinha bem-delineados 39 pontos, abrangendo a situação geo-

política em todos os seus aspectos: militar, jurídico-político, social e econômico. Era
muito diferente daquela versão de alguns historiadores que chegaram a afirmar que
a revolução pretendida não passava de um sonho de uma noite de verão, de que
nada passou de conversas gerais. A sentença final da Alçada, que julgou o movi-
mento e seus autores traz claramente: “... os réus não só exprimiram seus intentos
pérfidos, mas passaram a uma formal associação e conjuração, formando o plano,
e ajustando o modo de executarem uma infame rebelião (…) e teria sido posta em
prática a sedição e motim se se lançasse a derrama, que era o que unicamente os
réus conjurados esperavam; (…) trataram com formalidade do levante, e ajustaram
e assentaram no modo de o executar”.

No dia 15 de março de 1789, Joaquim Silvério dos Reis compareceu ao Palácio da

Cachoeira do Campo e delatou a conspiração ao governador Visconde de Barbace-
na. A denúncia era sucinta, incriminava principalmente Tomás Gonzaga. Mas era de
certo modo completa, dando o estado da conspiração, os detalhes, a senha, o nome
dos principais conjurados. No dia 17, o governador suspendeu a Derrama.

No dia 18 de março, Vila Rica se entregou a manifestações de júbilo com a notícia

da suspensão da Derrama. Pela manhã, reuniram-se os principais líderes na casa
de Tomás Antônio Gonzaga, de Cláudio Manoel e Francisco de Paula Freire de An-
drada. Nesse mesmo dia, Gonzaga foi ao Palácio de Cachoeira tentar uma última
cartada: cooptar o próprio governador para o levante. De volta do palácio, encontra
os colegas dispersos e descrentes; o fim da Derrama fora a gota final. Gonzaga en-
tão desistiu também e espalhou a notícia de que a ocasião estava perdida. Com isso
deixou de retornar ao Palácio de Cachoeira do Campo para transmitir ao Visconde
de Barbacena a resposta dos conspiradores ao plano desesperado de fazer dele
“Rei na América”. O Visconde esperou por essa resposta por cinco dias. Não a ten-
do recebido, decidiu, em 25 de março de 1789, comunicar ao vice-rei a suspensão

AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA XV

da Derrama e a denúncia de Silvério dos Reis.

No dia 14 de março, Tiradentes dirigiu-se ao Rio de Janeiro. No caminho chegou a

encontrar-se com Joaquim Silvério dos Reis, que ia em direção a Cachoeira do Cam-
po, onde iria entregar a denúncia ao governador. Conversaram e Tiradentes revelou
ao amigo seus objetivos no Rio.

No Rio de Janeiro, Tiradentes falou a diversos oficiais e reuniu-se várias vezes com
partidários do levante. No final de abril ou início de maio, Joaquim Silvério dos Reis
foi ao Rio repetir a denúncia ao vice-rei, por ordem do governador Visconde de
Barbacena.

Na primeira semana de maio, Tiradentes percebe que está sendo seguido por milita-
res disfarçados e resolve fugir, voltando para Minas. Antes, procurou pessoalmente
o vice-rei para saber o motivo pelo qual estava sendo seguido. Pela resposta saberia
da gravidade do motivo. Intimamente ainda acreditava que a conspiração continua-
va em segredo.

Pediria ao vice-rei autorização para retornar a Minas. Por precaução com a possi-
bilidade de negativa, mandou dois escravos ao Rio Piabanha, onde atravessaria de
canoa as serras limítrofes de Minas e Rio. Cometeu, porém, o erro de ter revelado
isso ao próprio Silvério dos Reis.

O vice-rei desconversou. Elogiou Tiradentes, dizendo que ele era querido no Rio e
que ficasse sem sobressaltos. Mas continuou a mandar seguir seus passos, agora
de maneira visível. Tiradentes conseguiu despistar seus seguidores e, desesperado,
se deu conta da situação. Sem sua presença em Minas, era bem provável que o Ten.
Cel. Francisco de Paula não tivesse ânimo de deflagar a revolta. Escondendo-se
de casa em casa, dizia a si mesmo repetidamente “ah! se eu me apanhasse em
Minas!”.

Tiradentes consegue abrigo numa casa, por intermédio do Padre Inácio Nogueira

XVI
Lima, em 7 de maio. No dia 8, acuado e sem ponto de contato, pediu ao Padre Iná-
cio que fosse procurar alguém para obter informações sobre a situação. Para isso,
indicou o amigo Silvério dos Reis. Padre Inácio desconfia de Silvério e não lhe dá o
endereço onde estava Tiradentes. Em 10 de maio, o Padre Inácio foi preso e levado
ao vice-rei. Nega conhecer o paradeiro de Tiradentes, mas violentamente torturado,
indica então a casa onde ele se escondia.

Tiradentes foi preso no dia 10 de maio de 1789, num quarto de sótão, com um
bacamarte carregado de chumbo e com a escova pronta para o disparo. No dia
seguinte sofreu o primeiro de 11 interrogatórios. Visivelmente surpreendido, foi aca-
reado com seu colega de conspiração Silvério dos Reis e então soube o que tinha
acontecido.

Em Minas, a situação marchava definitivamente em direção à derrota. No dia 17 de

maio, à noite, a notícia da prisão de Tiradentes e de Joaquim Silvério chegou a Vila
Rica transmitida a Gonzaga e Cláudio Manoel pelo embuçado.

No dia 19 de maio, o governador recebeu a notícia da prisão de Tiradentes e de

Joaquim Silvério no Rio e da subida de tropas leais para Minas. Começou então a
prender, cautelosamente, os principais líderes, Tomás Gonzaga, Padre Carlos Toledo
e Alvarenga Peixoto e remeteu-os para o Rio.

Três anos durou o processo e a prisão dos inconfidentes. No dia 19 de abril de 1792
foi lida para eles a sentença condenando à forca Tiradentes, Freire de Andrada, Álva-
res Maciel, Alvarenga Peixoto, Abreu Vieira, Oliveira Lopes e Luiz Vaz, que deveriam
ser esquartejados após o enforcamento. A Amaral Gurgel, os Rezende Costa, pai e
filho, e Domingos Vidal seria dada apenas a forca, permitido o sepultamento. Aos
demais, o degredo. Vitoriano Veloso, além do degredo perpétuo, ganhou a pena
adicional de dar três voltas ao redor da forca porque era mulato. Todos tiveram
declarados infames filhos e netos, incluindo Cláudio Manoel, que já morrera. Contra
os religiosos nada se leu, pois a ordem era manter secretas suas penas.

AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA XVII

Após horas de desespero e tristeza, de repente o escrivão leu a ordem régia de
comutação da pena de morte por degredo perpétuo, já lavrada meses antes. Houve
um início de júbilo. Ao final da leitura todos estavam degredados, à exceção do
Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o único a ser enforcado.

Tiradentes recebeu com serenidade a sua sentença. Deu parabéns aos outros com
“ar sincero e moderado”. Ao seu padre e confessor disse “que agora morreria cheio
de prazer, pois não levava consigo tantos infelizes a quem contaminara. Que isso
mesmo intentara sempre que levado à presença dos ministros, pois sempre lhes
pedira que fizessem dele só a vítima da lei”.

Na manhã de sábado, 21 de abril de 1792, o carrasco entrou na cadeia pública

do Rio de Janeiro e o procurou para vestir-lhe a alva e o capuz. Pediu-lhe como de
costume perdão pelo que iria fazer.

Entre 8 e 9 horas da manhã partiu da cadeia pública a pé, ladeado por nove padres
e a tropa do vice-rei, sob os olhares da população, para execução no Largo da Lam-
padosa, onde hoje é o Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

Após o enforcamento, o corpo de Tiradentes foi colocado numa carreta do exército

e conduzido para o Arsenal, à época Casa do Trem, onde foi esquartejado para suas
partes serem conduzidas às localidades indicadas na sentença.

Deputado Lafayette de Andrada

Coordenador

XVIII
AUTOS DE
DEVASSA DA
INCONFIDÊNCIA
MINEIRA

'
 A U T O S D E D E VA S S A

DA

INCONFIDÊNCIA MINEIRA
 CÂMARA DOS D E P U TA D O S
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

A U T O S D E D E VA S S A

DA

INCONFIDÊNCIA MINEIRA

Volume 4

BRASÍLIA — BELO HORIZONTE

1981
 CÂMARA DOS DEPUTADOS

DIRETORIA LEGISLATIVA
 'LUHWRUG. Humberto Barbosa

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO

 'LUHWRUAristeu Gonçalves de Melo

COORDENAÇÃO DE PUBLICAÇÕES
 'LUHWRUD Maria Liz da Silva Braga

FICHA CATALOGRÁFICA

$8726 GH 'HYDVVD GD ,QFRQ¿GrQFLD 0LQHLUD a (G

%UDVtOLD &kPDUD GRV 'HSXWDGRV %HOR +RUL]RQWH
,PSUHQVD2¿FLDOGH0LQDV*HUDLV

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0LQHLUD,0DWKLDV+HUFXODQR*RPHVFRPS

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&'8³´
 MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

BIÊNIO 1981-1982

Presidente: NELSON MARCHEZAN

1.° Vice-Presidente: HAROLDO SANFORD

2.° Vice-Presidente: FREITAS NOBRE

1.° Secretário: FURTADO LEITE

2.° Secretário: CARLOS WILSON

3.° Secretário: JOSÉ CAMARGO

4.° Secretário: PAES DE ANDRADE

Secretário-Geral da Mesa: PAULO AFFONSO MARTINS DE OLIVEIRA

Diretor-Geral da Câmara: ALTEREDO DE JESÚS BARROS

Supervisor da Edição: HERCULANO GOMES MATHIAS

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Governador: FRANCELINO PEREIRA DOS SANTOS

Secretário de Estado do Governo: HUMBERTO DE ALMEIDA

Coordenado de Cultura: WILSON CHAVES

'LUHWRUGD,PSUHQVD2¿FLDO MORVAN ALOYSIO ACAYABA DE REZENDE

Revisor e Anotador da Edição: JOSÉ SEIXAS SOBRINHO

(QGHUHoRGRV(GLWRUHV
Câmara dos Deputados ,PSUHQVD2¿FLDOGH0LQDV*HUDLV
Centro de Documentação e Informação Av. Augusto de Lima, 270
Coordenação de Publicações 30000 – Belo Horizonte – MG
70160– Brasília – DF. Brasil
 SUMÁRIO

A U T O D E D E VA S S A — R I O D E J A N E I R O

$ CORPO DE DELITO

% FORMAÇÃO DE CULPA

PÁGS.

$EHUWXUD 19

&RUSRGH'HOLWR 

)RUPDomRGH&XOSD5LRGH-DQHLUR 

)RUPDomRGH&XOSD,,0LQDV*HUDLV 81

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*
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GH 9DVFRQFHORV H 6RXVD FRP 0DUWLQKR GH

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&RUUHVSRQGrQFLD H[WUDSURFHVVXDO GR 9LFH5HL &RQ

GH GH 5HVHQGH FRP %HUQDUGR -RVp GH /RUHQD H R
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD VREUH R IXJLWLYR &ODUR
-RVpGD0RWD 

*
ÍNDICE SISTEMÁTICO E CRONOLÓGICO 315
ÍNDICE ALFABÉTICO REMISSIVO 
 AUTOS DE D E VA S S A
DA
INCONFIDÊNCIA MINEIRA

CORPO DE DELITO

)250$d­2'(&8/3$ ,²5LRGH-DQHLUR

)250$d­2'(&8/3$ ,,²0LQDV*HUDLV

)250$d­2'(&8/3$ ,,,²5LRGH-DQHLUR

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GR5LRGH-DQHLUR

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GH-DQHLUR

7$%(/,­2-RVpGRV6DQWRV5RGULJXHV
 INTRODUÇÃO

A primeira Devassa sobre a Conjuração de Minas

Gerais teve início não nesta Capitania mas na cidade do
Rio de Janeiro, onde residia Luís de Vasconcelos e Sousa,
que aí exercia o cargo de Vice-Rei do Estado do Brasil
desde o ano de 1779, quando substituíra, nessas funções, o
Marquês do Lavradio.

Depois de receber, datada de 5 de maio de 1789,

uma carta-denúncia firmada por Joaquim Silvério dos Reis,
assinou aquela autoridade portuguesa uma Portaria na qual
determinava a abertura de um processo judicial (Devassa),
destinado a apurar os fatos relatados na referida carta.

Os dois documentos abrem este volume dos AUTOS

DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA.

O Desembargador José Pedro Machado Coelho Torres,

juiz designado pelo Vice-Rei para proceder à Devassa, tomou
as providências que lhe competiam e já no dia 18 do mesmo
mês era interrogado o primeiro delator que, em abril, apre-
sentara, em Minas Gerais, idêntico documento ao Governa-
dor Visconde de Barbacena.

As testemunhas residentes na cidade do Rio de Ja-

neiro, onde haviam sido presos, no dia 10 de maio, o Alferes
Joaquim José da Silva Xavier e o próprio denunciante,
foram ouvidas a seguir.
 ——

Ciente da abertura em Vila Rica, no mês seguinte,

de outra Devassa, ordenada pelo Governador da Capitania
de Minas Gerais, determinou Luís de Vasconcelos e Sousa
ao Desembargador Torres que, juntamente com o Escrivão,
Desembargador Marcelino Pereira Cleto, se deslocasse para
aquela Capitania, afim de procederem à unificação do pro-
cesso, ouvindo testemunhas e tomando todas as providências
judiciais julgadas necessárias.

As inquirições a cargo desses dois magistrados que,

no desempenho de sua missão, percorreram várias locali-
dades mineiras, fazem parte deste volume. Depois de se
apresentarem em Vila Rica, ao Visconde de Barbacena,
estiveram eles em Mariana, Congonhas do Campo, Lagoa
Dourada, São João del-Rei, Matozinhos, São José del-Rei,
fazendas do Registro Velho, da Borda do Campo e da Man-
tiqueira, Registro do Caminho Novo, em Paraíbuna e, final-
mente, daí regressaram diretamente ao Rio de Janeiro. Já
nesta cidade o Desembargador Torres ordenou que se apen-
sasse ao processo aberto na capital brasileira a Devassa
iniciada em Minas Gerais sobre o mesmo fato, o que foi
cumprido depois de algum tempo. Indagou, também, quais
as pessoas presas no Rio de Janeiro e à ordem de quem
haviam sido detidas. Recebeu pronta resposta através de
certidão lavrada em 25 de janeiro de 1791 pelo Escrivão
Marcelino Pereira Cleto.

Completando este tomo são transcritos alguns ofícios

trocados entre o Visconde de Barbacena, Governador da
Capitania de Minas Gerais e o Vice-Rei Luí S de Vasconcelos
e Sousa, bem como destes com o Secretário de Estado da
Marinha e Ultramar, em Lisboa, Martinho de Melo e Castro.

*
 — 13 —

Em carta enviada ao Diretor da Imprensa Oficial

do Estado de Minas Gerais, em 9 de janeiro de 1981, solicitou
o Supervisor da edição, que constasse da Introdução do
quarto volume desta obra o seguinte registro:

Durante a impressão do volume n.º 3, dos AUTOS

DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA, tivemos a
lamentar o falecimento do historiador Dr. Tarquínio José
Barboza de Oliveira, ocorrido nos derradeiros dias do ano
de 1980.

Revisar e anotador da obra, por designação expressa

do Governo de Minas Gerais, entregou-se ele, com rara
dedicação e com o entusiasmo que lhe era peculiar, à tarefa
de que fora incumbido, não se limitando à simples correção
das provas tipográficas mas acrescentando, em numerosas e
extensas notas, preciosos esclarecimentos sobre fatos e per-
sonagens relacionados com o episódio da Conjuração Mi-
neira de 1789.

Tive a honra de recebê-lo oficialmente no Instituto

Histórico e Geográfico Brasileiro, na tarde do dia 11 de
julho de 1979, quando tomou posse solene do cargo de sócio
honorário, para o qual fora eleito em dezembro do ano
anterior.

Alguns meses depois, uma intervenção cirúrgica a que

se submeteu revelaria o precário estado de saúde em que
se encontrava. Mesmo assim nunca deixou de trabalhar
depois de deixar o hospital. Não queria deixar interrom-
pidas as obras em fase de conclusão e, em particular, a
tarefa de revisão dos AUTOS DE DEVASSA, a que dedi-
cara alguns anos de sua vida.
 ——

Como Supervisor desta edição, patrocinada pela Câ-

mara dos Deputados e pelo Governo de Minas Gerais, cabe-
-me o dever de registrar, com profundo pesar, a perda desse
colaborador, a quem, na Introdução Geral desta série, já de
siqnara, com justiça, “conselheiro abalizado em assuntos
de natureza histórica e jurídica”.

*
A partir do presente volume, o Supervisor da Edição
passou a contar com a preciosa cooperação do pesquisador
José Seixas Sobrinho, para as tarefas de revisão, anotação
e indexação dos textos, até então a cargo do saudoso Dr.
Tarquínio de Oliveira, por especial recomendação dos Drs.
Humberto de Almeida, Secretário de Estado de Governo em
Minas, Wilson Chaves, Coordenador de Cultura do Estado,
Morvan Aloysio Acayaba de Resende, Diretor da Imprensa
Oficial do Estado de Minas Gerais, Luciano Amédée Pérét,
Presidente e Galileu Reis, Diretor Executivo do IEPHA/MG.
José Seixas Sobrinho já auxiliara o antigo revisor e ano-
tador na preparação dos tomos publicados. Conhecendo-o
de longa data, é com a maior satisfação que ratificamos
a designação de tão competente colaborador.

Herculano Gomes Mathias

 EXPLICAÇÃO

Continua no presente volume a publicação da Devassa

do Rio de Janeiro, e vêm alguns dos autos de perguntas
a que, por mandado do Vice-Rei e Capitão General de
Mar-e-Terra do Estado do Brasil, Luís de Vasconcelos e
Sousa, procedeu em Minas Gerais o Desembargador José
Pedro Machado Coelho Torres, servindo como escrivão o
Ouvidor Marcelino Pereira Cleto.

Esses autos de perguntas feitos pelo Desembargador

Coelho Torres, embora desacompanhados da documentação
que instrui as Devassas do Rio de Janeiro e de Vila Rica,
foram também considerados como Devassa sobre a Incon-
fidência Mineira, conforme se vê dos próprios interroga-
tórios constantes dos mesmos autos.

Vários desses documentos se encontram truncados nos

originais, com folhas de outros intercaladas. Foram copiados
na devida ordem e assim publicados. Ao leitor curioso que
quiser conferir aqueles originais com a cópia impressa, aqui
fica este aviso.

Aparecem neste volume os primeiros depoimentos de

Tiradentes, que, seguidos das acareações são os mais longos
e minuciosos da Devassa (1)  A publicação feita pelos dois

 1D SUHVHQWH HGLomR HVVHV GHSRLPHQWRV H RV TXH VH VHJXHP GDGR R DF~PXOR
GH PDWHULDO SDVVDUDP SDUD R YROXPH Qž´    RQGH ILJXUDUmR FRP RXWURV
LQWHUURJDWyULRV TXH QD SXEOLFDomR GD %LEOLRWHFD 1DFLRQDO ID]HP SDUWH GR
YRO9,,*0
 — 16 —

Melo Morais, como já se advertiu, sacrificou bastante esses

depoimentos, que agora se transcrevem correta e integral-
mente. Aparecem ainda os depoimentos de Tomás Antônio
Gonzaga, de Manuel Joaquim de Sá Pinto do Rego Fortes,
de Inácio José de Alvarenga Peixoto, de Carlos Correia de
Toledo, de Francisco de Paula Freire de Andrada, de Luís
Vaz de Toledo Piza, de Luís Vieira da Silva, de José Álvares
Maciel, de José da Silva e Oliveira Rolim, e de mais impli-
cados na Inconfidência, formando uma lista assás extensa,
que abrange todo o sexto códice do Arquivo Nacional (2.º
apenso à Devassa do Rio de Janeiro), e deve passar para
o volume V desta coleção.

Biblioteca Nacional, 30 de dezembro de 1936.

RODOLFO GARCIA
D I RETOR
 NOTA EXPLICATIVA (HGM)

Quando Rodolfo Garcia escreveu esta Explicação, ainda se ignorava a

existência, em Lisboa. de uma coleção de documentos relativos à Conjuração
Mineira de 1789, que estavam na posse da família Galveias, que inclui os
descendentes, em linha colateral, do Secretário de Estado da Marinha e Ultramar,
Martinho de Melo e Castro, de atuação relevante no último quartel do Século
XVIII. Coube a este ministro decidir sobre o destino dos malogrados incon-
¿GHQWHV 1R $UTXLYR +LVWyULFR 8OWUDPDULQR GD FDSLWDO SRUWXJXrVD VH HQFRQWUD
DSHQDV XPD GDV FySLDV GR SURFHVVR LQVWDXUDGR HP 0LQDV *HUDLV H QR 5LR
GH -DQHLUR SDUD DSXUDU D FRQVSLUDomR TXH WLQKD FRPR ¿QDOLGDGH WRUQDU
algumas Capitanias do Brasil independentes de Portugal.

Em 1976 um dos membros da família Galveias trouxe para o Brasil

parte dos papéis que se conservavam, até então, guardados em Lisboa. Enta-
bolaram-se negociações visando a incorporação desses documentos ao acervo
do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, repartição que detém a quase totali-
GDGH GRV FyGLFHV TXH IRUPDP RV $8726 '( '(9$66$ '$ ,1&21),'Ç1&,$
MINEIRA.

2 DXWRU GHVWD QRWD H[DPLQRX WRGDV DV SHoDV H HQYLRX XP UHODWyULR DR
9LFH3UHVLGHQWH GR ,QVWLWXWR +LVWyULFR H *HRJUi¿FR %UDVLOHLUR 'U $PpULFR -D
cobina Lacombe, incluindo a avaliação do conjunto. Alguns anos mais tarde
o Conselho Federal de Cultura voltou a tratar do mesmo assunto, sem chegar,
contudo, a resultados positivos devido ao elevado preço pretendido pelos possui-
dores da coleção. Finalmente, em leilão realizado em Londres, o Governo bra-
sileiro conseguiu comprar a coleção, logo a seguir enviada para a Cidade de
Ouro Preto, embora nenhum desses documentos tivesse sido originado na antiga
Capital de Minas Gerais.

Para melhor esclarecimento transcrevemos a seguir a relação completa

GR OHYDQWDPHQWR TXH ¿]HPRV TXDQGR GR H[DPH GR DFHUYR *DOYHLDV QR 5LR
de Janeiro:

Autos Crimes — Juízo da Comissão contra os Réus Eclesiásticos da Conjuração

formada em Minas Gerais. Ano de 1791.

Acompanha a Certidão dos Réus deste processo presos na Fortaleza da

Ilha das Cobras.

Os demais documentos adquiridos são Traslados dos Autos de Perguntas

feitas aos réus, devidamente autenticados pelo Desembargador Francisco Luís
Alvares da Rocha, Escrivão da Alçada, e conferidos por José Antônio Valente.
Compreendem os seguintes documentos:
 — 18 —

1 — Relação dos traslados; 2 — Auto de Continuação de Perguntas feitas

ao cônego Luís Vieira da Silva; 3 — Auto de Perguntas feitas a Francisco An-
tônio de Oliveira Lopes; 4 — Idem, a Domingos de Abreu Vieira; 5 — Idem,
a Carlos Correia de Toledo e Melo; 6 — Idem, a Francisco de Paula Freire
de Andrada; 7 — Idem, a Francisco Antônio de Oliveira Lopes; 8 — Idem,
a Domingos de Abreu Vieira; 9 — Idem, a José Alvares Maciel; 10 — Idem,
a Luís Vaz de Toledo; 11 — Idem, ao padre José da Silva e Oliveira Rolim;
12 — Idem, a Luís Vaz de Toledo; 13 — Idem, a José Álvares Maciel; 14 —
Idem, ao padre José da Silva e Oliveira Rolim; 15 — Idem, ao padre José
Lopes de Oliveira; 16 — Idem, ao padre José Lopes de Oliveira; 17 — Idem,
a Vicente Vieira da Mota; 18 — Idem, a Domingos Vidal de Barbosa; 19 —
Idem, a João da Costa Rodrigues; 20 — Idem, a Vicente Vieira da Mota; 21 —
Idem, a Manuel Rodrigues da Costa e José Aires Gomes; 22 — Traslados de
cartas de Domingos Vidal Barbosa, Antônio José Coelho, Joaquim Silvério dos
5HLV -RVp GH 5HVHQGH &RVWD SDL H ¿OKR  ² Auto de perguntas a João da
Costa Rodrigues; 24 — Idem, a José de Resende Costa; 25 — Idem, a José
GH 5HVHQGH &RVWD ¿OKR  ² ,GHP D $OEHUWR GD 6LOYD H 2OLYHLUD 5ROLP  ²
Idem, a José de Resende Costa; 28 — Idem, a José Aires Gomes; 29 — Idem,
D -RVp GH 5HVHQGH &RVLD ¿OKR  ² ,GHP DR SDGUH 0DQXHO 5RGULJXHV GD &RVWD
31 — Idem, a Faustino Soares de Araújo; 32 — Idem, a João Dias da Mota;
33 — Idem, a Domingos Fernandes da Cruz; 34 — Idem, a Inácia Gertrudes de
Almeida; 35 — Idem, a Joaquim Ferreira dos Santos; 36 — Idem, a José de Sá
e Bitencourt; 37 — Traslado de Continuação da Devassa de Minas Gerais, por
Francisco Luís Álvares da Rocha; 38 — Traslado de uma carta de aditamento
de capítulos da denúncia que deu Joaquim Silvério dos Reis; 39 — Auto de
Perguntas ao padre José da Silva e Oliveira Rolim; 40 — Idem, ao bacharel
Plácido da Silva de Oliveira Rolim; 41 — Idem, ao padre José Lopes de Oliveira;
42 — Idem, a Plácido da Silva de Oliveira Rolim; 43 — Idem, a José Aires
Gomes; 44 — Idem, ao padre Manuel Rodrigues da Costa; 45 — Idem, ao padre
José Lopes de Oliveira; 46 — Autos Crimes — Juízo da Comissão contra os
Réus da Conjuração de Minas Gerais (titulo e abertura); 47 — Auto de Per-
guntas a Luís Vaz de Toledo Piza; 48 — Idem, a Joaquim José da Silva
Xavier; 49 — Estado da família de alguns réus; 50 — Auto de Perguntas a
Carlos Correia de Toledo; 51 — Idem, a Francisco Antônio de Oliveira Lopes;
52 — Idem, ao Cônego Luís Vieira da Silva; 53 — Idem, ao Cônego Luís
Vieira da Silva; 54 — Idem, a Vitoriano Gonçalves Veloso; 55 — Idem, ao
Coronel Alvarenga Peixoto; 56 — Idem, ao Coronel Francisco de Paula Freire
de Andrada; 57 — Idem, ao Desembargador Tomás Antônio Gonzaga; 58 —
Idem, a Cláudio Manuel da Costa; acompanha Auto de Corpo de Delito; 59 —
Traslado de Devassa do Rio de Janeiro, com os seus correspondentes apensos,
por Francisco Luís Álvares da Rocha e José Antônio Valente (sumário); 60 —
Auto de Perguntas a João Francisco das Chagas; 61 — Idem, a Fernando José
Ribeiro; 62 — Idem, ao pardo Alexandre e Joaquim, de nação Nagô, escravos
do padre Rolim; 63 — Idem, ao padre Rolim; 64 — Auto de confrontação
das testemunhas Capitão João Dias da Mota e Joaquim José dos Passos; 65 —
Idem, das testemunhas padre José Lopes de Oliveira e coronel José Aires Gomes;
66 — Auto de Continuação de perguntas a José Martins Borges; 67 — Auto
de Perguntas ao Alf. Joaquim José da Silva Xavier; 68 — Traslado da Devassa
de Vila Rica, com os seus correspondentes apensos (enumeração); 69 — Auto
de Perguntas a José Álvares Maciel; 70 — Auto de Perguntas a Domingo; de
Abreu Vieira.
 1 — ABERTURA

 ² Auto de devassa a que mandou proceder o Ilmo. e

Exmo. Vice-Rei e Capitão General de Mar e Terra
do Estado do Brasil, Luís de Vasconcelos e Sousa.

ESCRIVÃO

O Ouvidor e Corregedor da Comarca do Rio

de Janeiro, Marcelino Pereira Cleto.

 ² AUTUAÇÃO E JUNTADA ~ Rio de Janeiro Casa

do Desembargador Torres, 11-05-1789

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GR GLWR DQR QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR HP FDVDV GH
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&RPDUFD IXL YLQGR $t SHOR GLWR 'HVHPEDUJDGRU PH IRL
DSUHVHQWDGD D SRUWDULD DR GLDQWH MXQWD GR ,OPR H ([PR
9LFH5HL H &DSLWmR *HQHUDO GH 0DU H 7HUUD GR (VWDGR GR
%UDVLO /XtV GH 9DVFRQFHORV H 6RXVD SHOD TXDO VH KDYLD QR
PHDGR D HOH GLWR 'HVHPEDUJDGRU SDUD -XL] GD GHYDVVD D
TXH PDQGRX SURFHGHU VREUH D LPSRUWDQWtVVLPD PDWpULD H
HVFDQGDORVR IDWR GH TXH ID] PHQomR D PHVPD SRUWDULD H D
PLP SDUD (VFULYmR GD PHVPD 3HOR TXH PH PDQGRX ID]HU
HVWH DXWR GH GHYDVVD H TXH GHSRLV GHOH MXQWDVVH D GLWD
 ——

SRUWDULD SDUD SRU HOH FRQVWDU D MXULVGLomR H UD]mR GHVWH

SURFHGLPHQWR H VH SURFHGHU D GLWD GHYDVVD R TXDO DVVLQRX
( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GD
&RPDUFD GR 5LR GH -DQHLUR H (VFULYmR QRPHDGR SDUD D
GLWDGHYDVVDR¿]HDVVLQHL

Torres — Marcelino Pereira Cleto

$RV RQ]H GR PrV GH PDLR GH PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD
H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR HP FDVDV GH UH
VLGrQFLD GR 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV MXQWHL
D HVWH DXWR GH GHYDVVD D SRUWDULD GR ,OPR H ([PR 9L
FH5HL H &DSLWmR *HQHUDO GH 0DU H 7HUUD GR (VWDGR GR %UDVLO
/XtV GH 9DVFRQFHORV H 6RXVD GDWDGD GH VHWH SHOD TXDO
PDQGD SURFHGHU D HVWD GHYDVVD H QRPHRX SDUD D PHVPD
-XL] H (VFULYmR QD IRUPD GHOD FRPR Mi QR DXWR GH GHYDVVD
VH GHFODUD ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR (VFULYmR GD
PHVPDRHVFUHYL

 ² Portaria do Vice-Rei Luís de Vasconcelos e Sousa ao

Des. José Pedro Machado Coelho Torres — Rio de
Janeiro, 7-05-1788

3RUTXDQWR WrP FKHJDGR D HVWD &DSLWDO GR (VWDGR GR

%UDVLO DOJXPDV QRWtFLDV TXH ID]HP PXLWR VXVSHLWRVR R SUR
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MHVWDGH HVWDEHOHFLGRV QD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV DLQGD
PHVPR GDTXHOHV TXH SHORV HPSUHJRV TXH WrP QR 5HDO
6HUYLoR GHYLDP VHU GHOH RV PDLV ]HORVRV VHQGR GH PDLRU
SRQGHUDomR HQWUH HODV DV TXH PH IRUDP SDUWLFLSDGDV SHOR
*RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GD PHVPD &DSLWDQLD H p
EHP SHULJRVR TXH SHOD YL]LQKDQoD H UHODomR FRQWtQXD GH
FRPpUFLR VH SRVVD FRPXQLFDU D HVWH WmR JUDQGH PDO TXH
DSHQDV SUHVVHQWLGR GHYR SURFXUDU GHVWUXLU H p LJXDOPHQWH
IiFLO TXH QHOD VH DFKHP DOJXQV GRV TXH QD GLWD &DSLWDQLD
GH 0LQDV WrP HQWUDGR HP SURMHWRV FRQWUiULRV jV REULJDo}HV
GH ¿pLV YDVVDORV H ¿QDOPHQWH p QHFHVViULR HP WDLV FLUFXQV
 ——

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SDUHoD SDUD GH WXGR SRGHU LQIRUPDU H[DWDPHQWH D 6XD
0DMHVWDGH VREUH XP QHJyFLR GH WDQWD SRQGHUDomR H
LPSRUWkQFLD
'HWHUPLQR

TXH VH SURFHGD D GHYDVVD VREUH HVWD PDWpULD SDUD D

TXDO QRPHLR SDUD -XL] R 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR
7RUUHV SHOD FRQ¿DQoD TXH IDoR GR VHX SUpVWLPR VHJUHGR
¿GHOLGDGH H ]HOR GR 5HDO 6HUYLoR H SDUD (VFULYmR SRU WHU
UHFRQKHFLGR QHOH DV PHVPDV FLUFXQVWkQFLDV R 2XYLGRU GHVWD
&RPDUFD 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR SURFHGHQGR QHOD R PHVPR
'HVHPEDUJDGRU VHP D IRUPDOLGDGH GH FHUWR H GHWHUPLQDGR
Q~PHUR GH WHVWHPXQKDV FRPR D OHL SHUPLWH 3DUD R TXH
2UGHQR MXQWDPHQWH DR PHVPR 'HVHPEDUJDGRU TXH ORJR
TXH HVWD OKH IRU HQWUHJXH YHQKD LPHGLDWDPHQWH UHFHEHU DV
LQVWUXo}HV H QRWtFLDV TXH WHQKR GH SDUWLFLSDUOKH H HQWUHJD
GRV SDSpLV TXH KmR GH VHUYLU GH FRUSR GH GHOLWR QD PHVPD
GHYDVVD FRQFHGHQGROKH SDUD HVWD LPSRUWDQWtVVLPD GLOLJrQ
FLD QR 5HDO 1RPH GH 6XD 0DMHVWDGH WRGD D MXULVGLomR QH
FHVViULD SDUD R OLYUH H SURQWR H[HUFtFLR GD TXDO SRGHUi
SDVVDU D TXDOTXHU GDV IRUWDOH]DV ² RQGH VH DFKDP DV RUGHQV
FRPSHWHQWHV ² SDUD TXDLVTXHU H[DPHV GH SUHVRV QHODV
LQFRPXQLFiYHLV DVVLP FRPR QD VDOD GHVWH SDOiFLR DV WHP
R PHX $MXGDQWH GH 2UGHQV SDUD OKH GDU WRGR R DX[tOLR
PLOLWDU VHPSUH TXH R SHGLU H PDQGDU SURFHGHU D TXDOTXHU
GLOLJrQFLD HP FDVR UHSHQWLQR QD PLQKD DXVrQFLD SHORV
R¿FLDLV GD WURSD TXH WHQKR HVFROKLGR SDUD HVVH ¿P KDYHQGR
RV GLWRV PLQLVWURV SRU GHVRFXSDGRV GH TXDOTXHU RXWUD REUL
JDomR LQFRPSDWtYHO FRP HVWD GLOLJrQFLD HP TXH OKHV UH
FRPHQGR HPSUHJXHP WRGRV RV VHXV FXLGDGRV H YLJLOkQFLD
EXVFDQGR WRGRV RV PHLRV GH LQGDJDU D YHUGDGH FRP R PDLRU
HVFU~SXOR H LQGLYLGXDomR GDQGRPH UHSHWLGDV SDUWHV GH
WXGR R TXH IRUHP REVHUYDQGR H GHVFREULQGR ² 5LR  GH
PDLRGH

5XEULFDGR9LFH5HL
 ——

 AUTO DE CORPO DE DELITO

²Autuação

$QR GR QDVFLPHQWR GH 1RVVR 6HQKRU -HVXV &ULVWR GH

PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD H QRYH DRV RQ]H GR PrV GH PDLR
GR GLWR DQR HP FDVDV GH UHVLGrQFLD GR 'HV -RVp 3HGUR
0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV DRQGH HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR
2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD &RPDUFD (VFULYmR WDPEpP QR
PHDGR SDUD D PHVPD GHYDVVD IXL YLQGR $t HQWUH RXWURV
SDSpLV H LQVWUXo}HV TXH IRUDP GDGDV SHOR ,OPR H ([PR
9LFH5HL H &DSLWmR *HQHUDO GH 0DU H 7HUUD GR (VWDGR GR
%UDVLO DR GLWR 'HVHPEDUJDGRU QD PLQKD SUHVHQoD IRL EHP
DVVLP XPD FDUWD GR FRURQHO GH XP 5HJLPHQWR GH &DYDODULD
$X[LOLDU GD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV -RDTXLP 6LOYpULR
GRV 5HLV IHLWD QHVWD FDSLWDO GR 5LR GH -DQHLUR HP FLQFR
GR SUHVHQWH PrV GH PDLR RXWUD GH -RmR -RVp 1XQHV &DU
QHLUR DMXGDQWH GR 5HJLPHQWR GH $UWLOKDULD GHVWD FLGDGH
FRP GDWD GH GH] GR SUHVHQWH PrV 1D SULPHLUD R GLWR
FRURQHO GHSRLV GH YRFDOPHQWH WHU LQIRUPDGR H GHQXQFLDGR
DR ,OPR H ([PR 9LFH5HL H &DSLWmR *HQHUDO GHVWH (VWDGR
GH DOJXPD VHGLomR H GHVRUGHP TXH PRYLDP DOJXQV KDEL
WDQWHV GH 0LQDV *HUDLV HVTXHFLGRV GDV REULJDo}HV GH OHDLV
YDVVDORV TXH VDJUDGDPHQWH GHYLDP REVHUYDU H QD VHJXQGD
R GLWR $M -RmR -RVp 1XQHV &DUQHLUR LJXDOPHQWH OKH GH
QXQFLRX H R LQIRUPRX GH XPD FRQYHUVD TXH FRP HOH WLYHUD
HP VHJUHGR QR VHX TXDUWHO XP R¿FLDO GR 5HJLPHQWR GH
0LQDV *HUDLV QD TXDO GLVVHUD SDODYUDV GH VHGLomR H HVFkQ
GDOR H WDLV TXH VH ¿]HUDP VXPDPHQWH QRWiYHLV WDQWR TXH
R PRYHX D HVFUHYHU DR ,OPR H ([PR 9LFH5HL H &DSLWmR
*HQHUDO GH 0DU H 7HUUD GHVWH (VWDGR GR %UDVLO GH FXMDV
H[SUHVV}HV GR GLWR R¿FLDO VH LQGX] PDLV D FHUWH]D GD LQ
IRUPDomR H GHQ~QFLD GDGD SHOR GLWR &HO -RDTXLP 6LOYpULR
GRV 5HLV H VH FRQFOXL FRP EHP YHURVVtPLO UD]mR TXH R
GLWR R¿FLDO WHP QRWtFLD GD PHVPD VHGLomR H GHVRUGHP H TXH
QHOD WRPD SDUWH SRUTXH D QmR VHU DVVLP D GHQXQFLDUD H QmR
URPSHUD HP H[SUHVV}HV WmR HVFDQGDORVDV H VHGLFLRVDV TXDLV
DV TXH FRQVWDP GD FDUWD GR GLWR -RmR -RVp 1XQHV &DUQHLUR
 ——

( FRPR HP GHOLWRV GH VHPHOKDQWH JUDYLGDGH DLQGD

PHQRUHV LQGtFLRV EDVWDP SDUD VH SURFHGHU j GHYDVVD H DFDX
WHODUVH FRP R FDVWLJR GRV TXH QHOD VmR UpXV ² DV SHUQL
FLRVDV FRQVHTrQFLDV H HVFkQGDORV TXH SRGHP VHJXLUVH PH
PDQGRX R GLWR 'HVHPEDUJDGRU ID]HU HVWH DXWR GH FRUSR GH
GHOLWR SDUD SRU HOH VH SHUJXQWDU WHVWHPXQKDV H VH YLU QR
FRQKHFLPHQWR GRV TXH PRYHP HVWD VHGLomR RX GHVRUGHP
GRV TXH QHOD HQWUDP RX WRPDP SDUWH H GRV TXH WHQGR GHOD
QRWtFLD D QmR GHQXQFLDP SDUD FRQWUD WRGRV VH SURFHGHU
QD IRUPD GD OHL H FRP DV SHQDV FRUUHVSRQGHQWHV j JUDYLGDGH
GH VHPHOKDQWH GHOLWR ( TXH D HVWH DXWR MXQWDVVH DV GLWDV
FDUWDV GR &HO -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV H GH -RmR -RVp
1XQHV &DUQHLUR UHFRQKHFLGDV H UXEULFDGDV SRU PLP SDUD
-D]HUHP SDUWH GHOH H VREUH WXGR VH LQTXLULUHP DV WHVWHPX
QKDV 2 TXDO R GLWR 'HVHPEDUJDGRU DVVLQRX H HX 0DUFHOLQR
3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD &RPDUFD H (V
FULYmR QRPHDGR SDUD HVWD GHYDVVD R HVFUHYL H DVVLQHL

Torres — Marcelino Pereira Cleto

²JUNTADA — Rio, Casa do Des. Torres, 11-05-1789

$RV RQ]H GR PrV GH PDLR GH PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD
H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR H HP FDVDV GH UHVL
GrQFLD GR 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV MXQWHL
D HVWD GHYDVVD DV FDUWDV GR &HO -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV
H GH -RmR -RVp 1XQHV &DUQHLUR GDWDGDV HP FLQFR H GH]
GR SUHVHQWH PrV GH PDLR TXH SHOR GLWR 'HVHPEDUJDGRU
PH IRUDP GDGDV SDUD R UHIHULGR ¿P H TXH ID]HP SDUWH GR
DXWR GH FRUSR GH GHOLWR QD IRUPD TXH QHOH VH GHFODUD UH
FRQKHFLGDV H UXEULFDGDV SRU PLP ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD
&OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GD &RPDUFD GR 5LR GH -DQHLUR
H(VFULYmRGHVWDGHYDVVDRHVFUHYL
 ——

 ² Carta-denúncia do Coronel Joaquim Silvério dos

Reis — Rio, 5-05-1789

,OPRH([PR6HQKRU/XtVGH9DVFRQFHORVH6RXVD

0HX 6HQKRU ² 3HOD REULJDomR HP TXH PH FRQVLGHUR

GH VHU OHDO YDVVDOR GH QRVVD $XJXVWD 6REHUDQD DLQGD DSHVDU
GH VH PH WLUDU D YLGD ² FRPR ORJR VH PH SURWHVWRX QHVWD
DomR HP TXH PH FRQYLGDUDP SDUD VHJXLU ² UHODWR R
SDUWLGRVHJXLQWH

 ² (P GLDV GH IHYHUHLUR GHVWH SUHVHQWH DQR YLQGR

GH UHWLUDGD SDUD PLQKD FDVD MXQWR FRP R $M GH 2UGHQV
-RmR &DUORV ;DYLHU GD 6LOYD )HUUmR TXH SRU RUGHP GR
,OPR H ([PR 6HQKRU 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD IRL SDVVDU
UHYLVWD D PHX 5HJLPHQWR H SHQVDQGR HX TXH ¿FDYD R GLWR
UHJLPHQWR GHPROLGR SRU RUGHP GH 6XD 0DMHVWDGH FRPR
VH IH] S~EOLFR TXH RV UHJLPHQWRV FULDGRV SHOR ,OPR H ([PR
6U/XtVGD&XQKD0HQHVHVVHERWDYDPDEDL[RPRVWUHLPHPXLWRVHQWLGR

3 ² ( GLVVH SUHVHQWHV DOJXPDV SHVVRDV TXH p UD]mR

TXH QmR SRGLD OHYDU SDFLrQFLD R WHU HX SRVWR H FULDGR XP
UHJLPHQWR GH FDYDODULD H FRP R PHX WUDEDOKR H JUDQGH
GHVSHVD GD PLQKD ID]HQGD S{OR HP XPD ¿JXUD H Sp FRPR
VH QmR DFKD RXWUR QD &DSLWDQLD H YHU D PLQKD GHVSHVD R
PHX WUDEDOKR H GHVYHOR UHGX]LGRV j LQDomR VHP TXH HX
WLYHVVHGHOLQTLGRHPIDOWDVGR5HDO6HUYLoR

 ² $ÀLWR H SHUWXUEDGR URPSL HP GL]HU DR 6DU

JHQWRPRU TXH PH KDYLD HQJDQDGR R ([PR 6U /XtV GD
&XQKD 0HQHVHV SRUTXH HVWH PH KDYLD SDVVDGR XPD SD
WHQWH GH FRURQHO HP QRPH GH 6XD 0DMHVWDGH TXH QmR SRGLD

 (VWD p D VHJXQGD GHQ~QFLD SRU HVFULWR GDGD SRU -RDTXLP 6LOYpULR GRV
5HLV $ SULPHLUD IRL HP 0LQDV QR PrV DQWHULRU HQWUHJXH DR 9LVFRQGH
GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU GDTXHOD &DSLWDQLD QD VXD UHVLGrQFLD GH &D
FKRHLUDGR&DPSR+*0
 ——

WROHUDU HVWH SURFHGLPHQWR ² TXH DLQGD HP RXWUDV SHVVRDV

VH GHYLD HVWUDQKDU TXDQWR PDLV QR PHX JHQHUDO SRUTXH
QHOH FRQWHPSODYD D ¿JXUD GD QRVVD 6REHUDQD 3HUPLWLX
'HXV TXH KRXYHVVH HVWD IDOD SDUD TXH VH GHVFREULVVH R
PDOGLWRLQWHQWR

5 ² 1HVWH GLD YLHPRV GRUPLU j FDVD GR &DS -RVp

GH 5HVHQGH &RVWD H FKDPDQGRPH D XP TXDUWR HVFXUR
GD FDVD VH FRPXQLFRX FRPLJR R 60 /XtV 9D] GH 7ROHGR
3L]D GL]HQGRPH SHOD IRUPD VHJXLQWH ² TXH ³HOH GLWR 6DU
JHQWRPRU WLQKD SUHVHQFLDGR D PLQKD IDOD H TXH PXLWR
EHP FRQKHFLD D PLQKD UD]mR TXH VH HX VHJXLVVH FHUWR SDU
WLGR HP XP GLD SDJDYD HX D 6XD 0DMHVWDGH R TXH OKH GHYLD´
( SHUJXQWDQGRPH TXDQWR HUD OKH UHVSRQGL TXH WLQKD
SDJR Mi TXLQKHQWRV PLO FUX]DGRV SRXFR PDLV RX PHQRV
D 6XD 0DMHVWDGH SRUpP TXH DLQGD OKH UHVWDYDP TXDWUR
FHQWRVPLOFUX]DGRV

6 ² )H]PH FHUWR H FHUWL¿FRXPH TXH HP XP GLD

SRGLD HX ¿FDU OLYUH GD )D]HQGD 5HDO H WRUQDU XP GRV PDLR
UHV KRPHQV GH 0LQDV SRUTXH VDELD TXH HX WLQKD XP HVWD
EHOHFLPHQWR HP EHQV GH PDLV GH GX]HQWRV PLO FUX]DGRV ²
IRUD DV GtYLGDV TXH VH GHYLDP 3RUpP TXH RV KDYLD GH
VHJXLU H DMXGDU QR VHX LQWHQWR H TXH HVSHUDYDP GH PLP
WRGR R DX[tOLR SRUTXH FRP GX]HQWRV H WDQWRV HVFUDYRV TXH
HX WLQKD H XP UHJLPHQWR GH FDYDODULD HUDP PXLWDV DV IRUoDV
SDUDRVDMXGDUQRVHXLQWHQWRRTXDOHUD

 ² 4XH R 'HV 7RPiV $QW{QLR *RQ]DJD PLQLVWUR TXH

WLQKD DFDEDGR R VHX OXJDU GH 2XYLGRU GH 9LOD 5LFD VH DFKDYD
Ki PXLWRV PHVHV WUDEDOKDQGR HP XPD VXEOHYDomR SDUD D
TXDO Mi WLQKD PXLWD HVFULWD IHLWD SDUD D QRYD IRUPD GDV
OHLV HP WXGR IDYRUiYHLV DRV SRYRV OHYDQWDQGROKH RV
WULEXWRV
 ——

8 ² ( TXH WLQKDP GLVSRVWR WXGR QD IRUPD VHJXLQWH

TXH R &HO ,QiFLR -RVp GH $OYDUHQJD 3HL[RWR SXQKD GX
]HQWRV KRPHQV FKDPDGRV SpVUDSDGRV SURQWRV H DUPDGRV
SDUD R TXH RV WLQKD GH PmR QR $UUDLDO GD &DPSDQKD ²
RQGH PRUD R GLWR FRURQHO H TXH R 3H -RVp GD 6LOYD H 2OL
YHLUD 5ROLP ¿OKR GR SULPHLUR FDL[D GRV GLDPDQWHV SXQKD
RXWURV GX]HQWRV KRPHQV WDPEpP SURQWRV H DUPDGRV GH
DUPDV H SyOYRUD H EDOD H TXH WRGRV HVWHV KDYLDP GH YLU SDUD
RV VXE~UELRV GH 9LOD 5LFD ² QmR MXQWRV SRU QmR FDXVDU
QRYLGDGH PDV VLP DRV GH] H GR]H H TXH FRP HVWHV KRPHQV
VH KDYLD GH DFKDU TXDQWLGDGH GH VXMHLWRV GH PDLRU JUD
GXDomRTXHMiWLQKDPGLVSRVWRVHVHJXURVGHVXDSDUWH
9 ² 4XH R VLQDO TXH VH KDYHULD GH GDU SDUD D SUL
PHLUD DYDQoDGD HUDP FDUWDV DRV FRPSDQKHLURV SDUFLDLV
GL]HQGR³DWDOGLDHDWDOKRUDpREDWL]DGR´
10 ² ( TXH R SULPHLUR SURFHGLPHQWR HUD FRUWDU D
FDEHoD DR ([PR 6U 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD TXH KD
YLD XP GH SHJDUOKH SHORV FDEHORV GHSRLV GH FRUWDGD H FRP HOD
ID]HUVH XPD IDOD DR SRYR FXMD IDOD VH PH UHSHWLX IHLWD
SHORGLWR'HV*RQ]DJD
11 ² 'HSRLV VH FRUWDULD D FDEHoD GR RXYLGRU DWXDO
3HGUR -RVp $UD~MR GH 6DOGDQKD VHJXLQGRVH D GR HVFUL
YmR GD -XQWD &DUORV -RVp GD 6LOYD H D GR $MXGDQWH GH
2UGHQV $QW{QLR ;DYLHU GH 5HVHQGH  H TXH VH R ,QWHQGHQWH
)UDQFLVFR *UHJyULR 3LUHV %DQGHLUD RV QmR TXLVHVVH VHJXLU TXH
WDPEpP VH OKH FRUWDULD D FDEHoD VHP HPEDUJR GH VHU HOH
GLWR*RQ]DJDPXLWRDPLJRGRGLWR%DQGHLUD
 ² 3DVVDGRV SRXFRV GLDV SDVVHL j 9LOD GH 6mR -RVp
RQGH R YLJiULR GD PHVPD R 3H &DUORV &RUUHLD GH 7ROHGR
PH FHUWL¿FRX WXGR R TXH PH KDYLD GLWR DTXHOH VDUJHQWRPRU

    $QW{QLR ;DYLHU GH 5HVHQGH DSHOLGDGR ³2 &DEHoD GH (VFRYD´ WLQKD VLGR
HP 3RUWXJDO $OIHUHV GR 5HJLPHQWR GH &DYDODULD GH $OFkQWDUD VHGLDGR HP
/LVERD )RL QRPHDGR D  GH VHWHPEUR GH  $MXGDQWH GDV 2UGHQV GR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD ³TXH VH DFKD QRPHDGR *RYHUQDGRU H &DSLWmR*HQHUDO
GDV 0LQDV *HUDLV FXMR SRVWR H[HUFLWDUi FRP D SDWHQWH GH &DSLWmR GH
&DYDORV´+*0
 ——

VHX LUPmR GL]HQGRPH PDLV TXH HUD WmR FHUWR TXH ² WHQGR
HOH GLWR YLJiULR IHLWR GHPLVVmR GD VXD LJUHMD DR 3H %HQWR 
H DFKDQGRVH SURQWR D SDUWLU SDUD 3RUWXJDO D YiULRV QH
JyFLRV ² TXH R GLWR 'HV *RQ]DJD OKH ¿]HUD VXVSHQGHU D
YLDJHP ID]HQGROKH FHUWR TXH FRP EUHYLGDGH Fi HOH OKRV
SRGHULDID]HU
13 ² 7DQWR FRPR R VDUJHQWRPRU HVWH YLJiULR ² TXH
p FKHLR GH WRGDV DV OX]HV ² PH UHFRPHQGRX WRGR R VHJUHGR
QHVWH QHJyFLR GL]HQGRPH ORJR TXH Mi QD &RPDUFD GH 6D
EDUi HOH KDYLD PDQGDGR PDWDU XP KRPHP SRU VH MXOJDU
TXH TXHULD GHVFREULU HVWH VHJUHGR H TXH HVSHUDYD QD PLQKD
SHVVRD D ¿GHOLGDGH GHVVH QHJyFLR SRLV WLQKD R ULVFR H R
PHOLQGUH GD HPSUHVD H VXSRVWR HX HUD ¿OKR GH 3RUWXJDO
TXH HVSHUDYD TXH VHJXLVVH HVWH SDUWLGR HP TXH WRGRV HUDP
¿OKRV GD $PpULFD SRUpP TXH HUD VHX SDWULRWD ² SRU HVWDU
Fi Ki PXLWRV DQRV H HVWDEHOHFLGR H HP YpVSHUDV GH WRPDU
HVWDGR ² H VREUHWXGR SRUTXH ¿FDYD LVHQWR GR TXH GHYLD
j UHDO ID]HQGD ¬ HVWD SUiWLFD Mi HVWHV GRLV LUPmRV VH
DFKDYDPMXQWRVHHUDPRQ]HKRUDVGDQRLWHHWRGRVIHFKDGRV
 ² /RJR TXH PH FHUWL¿TXHL GHVWD VXEOHYDomR H PDO
GLWR LQWHQWR HP TXH DFUHGLWHL SRU VH PH GL]HU DV SHVVRDV
TXH HUDP HQWUDGDV SDVVHL D SURFXUDU R ,OPR H ([PR PHX
*HQHUDO D TXHP SDUWLFLSHL HVWD WmR JUDQGH GHVRUGHP PR
YLGR GD REULJDomR GH ¿HO YDVVDOR ID]HQGR YHU DR ([PR
PHX *HQHUDO TXH QmR KDYLD LQWHUHVVHV QHP SDUWLGRV TXH PH
REULJDVVHP D VHU IDOVR j PLQKD $XJXVWD 6REHUDQD H TXH
OKH URJDYD D SURQWD SURYLGrQFLD VHP SHUGLomR GRV SRYRV
TXH'HXVVDELDHVVHHUDRPHXLQWHQWR
15 ² 'HWHUPLQRXVH R PHX ([PR *HQHUDO TXH SDV
VDVVH D 9LOD 5LFD SRLV R GLWR 6HQKRU VH DFKDYD QHVWD RFDVLmR
QD &DFKRHLUD H TXH PH ¿]HVVH SDUFLDO GHVWHV KRPHQV SDUD
GHVFREULU PDLV SURYDV R TXH ¿] SURFXUDQGR R FRQWUDWDGRU
GRV Gt]LPRV 7HQ &HO 'RPLQJRV GH $EUHX 9LHLUD SRU RV

3H%HQWR&RUWH]GH7ROHGRLUPmRGR3H&DUORV&RUUHLDGH7ROHGRH0HOR+*0
 ——

GLWRV VDUJHQWRPRU H YLJiULR PH WHUHP GLWR TXH HUD HVWH XP

GRVVHXVSDUFLDLVHSURQWRSDUDDVVLVWLUFRPGLQKHLUR
16 ² 3URFXUHL HVWH KRPHP FRPR DFLPD TXHL[DQGR
PH PXLWR GRV VHQKRUHV GD -XQWD TXH PH DSHUWDYDP PXLWR
SRU GLQKHLUR H FXVWRXPH D FRQVHJXLU VH DEULVVH FRPLJR
IRL SUHFLVR GL]HUOKH TXH HX VHJXLD R VHX SDUWLGR H TXH
PHVPR R YLJiULR H VHX LUPmR VH WLQKDP DEHUWR FRPLJR
&RQVHJXL FHUWL¿FDUPH FRP PDLV RX PHQRV SDODYUDV GR
TXH PH KDYLDP GLWR DTXHOHV GRLV LUPmRV GL]HQGRPH PDLV
TXH R 'HV *RQ]DJD OKH KDYLD GLWR TXH QmR FRQWLQXDVVH REUDV
QDV VXDV FDVDV SRUTXH D FDSLWDO KDYLD GH VHU QD 9LOD GH
6mR -RmR GHO5HL H TXH RV VHXV DPLJRV H SDUFLDLV GHVWD
VXEOHYDomR KDYLDP DVVHQWDGR LU HOH GLWR WHQHQWHFRURQHO
D 0LQDV 1RYDV OXJDU DRQGH IRL VHPSUH D VXD UHVLGrQFLD
D UHGX]LU DOJXQV VXMHLWRV SDUD HVWD DomR H DFUHVFHQWDUHP
DVIRUoDV
 ² (VWD SDUWH H FRP HVWDV FLUFXQVWkQFLDV YLP GDU
DR ([PR PHX *HQHUDO H OKH GLVVH PDLV TXH DTXHOH YLJiULR
PH KDYLD GLWR TXH WLQKD IHLWR XPD V~SOLFD jTXHOH 'HV *RQ
]DJD GL]HQGROKH TXH HUD GH SDUHFHU VH QmR PDWDVVH R ([PR
PHX *HQHUDO SRUTXH HUD ERP KRPHP H TXH QmR WLQKD
FXOSD GH QDGD H TXH VH FRPSDGHFLD GR GHVDPSDUR HP TXH
¿FDYDP VXD PXOKHU H ¿OKRV H TXH OKH UHVSRQGHUD R GLWR
GHVHPEDUJDGRU TXH KDYLD VHU R SULPHLUR TXH KDYLD GH
PRUUHU SRUTXH R EHP FRPXP SUHYDOHFLD DR SDUWLFXODU
SRUTXH DOJXQV TXH HVWLYHVVHP QHXWUDLV ORJR VHJXLULDP R
VHXSDUWLGRTXDQGRYLVVHPRVHX*HQHUDOPRUWR
18 ² )H]PH FHUWR HVWH YLJiULR TXH QHVWD FLGDGH
WLQKDP JUDQGH SDUWLGR TXH DVVLP OKH KDYLD FHUWL¿FDGR R
DOIHUHV GD WURSD SDJD GH &DYDODULD GH 0LQDV -RDTXLP -RVp
GD 6LOYD ;DYLHU VXMHLWR GH TXHP VH KDYLD YDOLGR SDUD WUD
EDOKDU HP UHGX]LU DOJXQV VXMHLWRV GH 0LQDV H TXH HVWH
DOIHUHV KDYLD Mi UHGX]LGR QD &RPDUFD GR 5LR GDV 0RUWHV
VHVVHQWD KRPHQV H DOJXQV FRP GLQKHLUR DYXOWDGR H TXH
HVWHV RIHUHFLDP SDUD HVWD DomR DWp R ~OWLPR UHDO H TXH
FHGR YLQKD R GLWR DOIHUHV D HVWD FLGDGH D YHU R VpTXLWR TXH
 ——

SRGLD WHU H YHU VH SRGHULD FRUWDU D FDEHoD GH 9 ([D H
ID]HUVHDPHVPDVXEOHYDomR

19 ² e YHUGDGH TXH HQFRQWUHL HVWH DOIHUHV YLQGR SDUD

HVWD FLGDGH QR VtWLR FKDPDGR R (QJHQKR GR &DPSR SRUpP
D VLWXDomR GR HQFRQWUR QmR GHX OXJDU D TXH VH DODUJDVVH
QD FRQYHUVD Vy PH GLVVH TXH VH OHYDVVH GLQKHLUR SDUD D
)D]HQGD 5HDO TXH QmR IRVVH WROR H TXH R QmR PHWHVVH H
QD GHVSHGLGD GLVVH HP YR] DOWD TXH PXLWR EHP SUHVHQFLD
UDP GRLV R¿FLDLV PLOLWDUHV TXH LDP FRPLJR   ³&i YRX
WUDEDOKDUSDUDVL´

 ² /RJR TXH SDUWLFLSHL WXGR FRPR DFLPD GLJR

DR ([PR PHX *HQHUDO GHWHUPLQRXPH TXH PH UHFROKHVVH
j PLQKD FDVD H TXH TXDQGR IRVVH SUHFLVR PH PDQGDULD
FKDPDU SRU FDUWD GD VDOD FRP GLIHUHQWH SUHWH[WR SDUD QmR
FDXVDU GHVFRQ¿DQoD D PLQKD LGD H SDVVDGR XP PrV FRP
SRXFD GLIHUHQoD IXL FKDPDGR QD IRUPD GR DMXVWH H FR
PXQLFDQGRPH FRP R PHX ([PR *HQHUDO HVWH PH IH] YHU
DOJXPDV SURYDV TXH KDYLD GHVFREHUWR SRU RQGH VH ID]LD
FHUWR R LQWHQWR GDTXHOHV KRPHQV SDVVDQGR DR GHVDFRUGR
GDTXHOH 'HV 7RPiV $QW{QLR *RQ]DJD SURFXUDU HP XPD
QRLWH R ([PR PHX *HQHUDO H DUPDU XPD FRQYHUVD WmR
YHQHQRVD QHVWD PHVPD PDWpULD TXH GHX WRGDV DV SURYDV
DRPHX([PR*HQHUDOGRVHXPDOYDGRLQWHQWR

 ² )H]PH YHU R PHX ([PR *HQHUDO D DÀLomR

HP TXH VH YLD H WHPHQGR QHVWD FLGDGH DOJXP JUDQGH SDU
WLGR PH GHWHUPLQRX YLHVVH j UHVSHLWiYHO SUHVHQoD GH 9 ([D
FRP D FDUWD LQFOXVD GR PHX ([PR *HQHUDO H OKH FRPXQL
FDVVH HVWDV WmR LPSRUWDQWHV FLUFXQVWkQFLDV H TXH Vy GH PLQKD

   (UDP  R   &DS  -RVp  /RXUHQoR  )HUUHLUD  H  R  &DS  3DWUtFLR  3HUHLUD  GDV  RU
GHQDQoDVGD&RPDUFDGR5LRGDV0RUWHV-66
 — 30 —

¿GHOLGDGH ¿DYD HVWD DomR R TXH DVVLP ¿] VHJXLQGR HP

WXGR H FRP ¿GHOLGDGH LRGDV DV GHWHUPLQDo}HV GH 6 ([D
VHQGR SURQWR H FHUWR HP RV DYLVRV TXH ¿] D 9 ([D DWp R
SRQWR GH VH SUHQGHU R HQYLDGR SHORV VXEOHYDGRV $OI -RDTXLP
-RVpGD6LOYD;DYLHU
 ² (VWH DOIHUHV SRU PXLWD YH] QHVWD FLGDGH PH
IH] FHUWR WXGR TXDQWR RV RXWURV PH KDYLDP GLWR H TXH VH
9 ([D OKH GHVVH GHVSDFKR SDUD 0LQDV TXH IDULDP D VXEOH
YDomR FRP WRGR R DFHUWR FRP RV VHXV SDUFLDLV H TXDQGR
QmR TXH IXJLD H TXH FKHJDQGR D 0LQDV IXJLWLYR D SULPHLUD
SHVVRD TXH PDWDYD HUD R ([PR PHX *HQHUDO ² DLQGD TXH
OKHFXVWDVVHDVXDSUySULDYLGD
 ² &RQVWRXPH TXH HVWH DOIHUHV IH] S~EOLFD HVWD
VXEOHYDomR H TXH QR VtWLR GH &HERODV  HVWUDGD GH 0LQDV
IDORX FRP ODUJXH]D QHVWD PDWpULD ² SUHVHQWH R IXUULHO GH
$UWLOKDULD GHVWD SUDoD 0DQXHO /XtV TXH OKH IRUD j PmR
HRXWURVPDLVTXHOiVHDFKDYDP
 ² (VWH DOIHUHV H PDLV DTXHOH YLJiULR H VHX LUPmR
FHUWL¿FDUDPPH TXH VHP VXVWR LQWHQWDYDP HVWD VXEOHYDomR
SRUTXH VH QmR WHPLDP GD WURSD UHJXODU GH 0LQDV SRUTXH
R WHQHQWHFRURQHO FRPDQGDQWH GD PHVPD WURSD )UDQFLVFR
GH 3DXOD )UHLUH GH $QGUDGD HVWDYD SHOD VXD SDUWH H PDLV
DOJXQV R¿FLDLV WRGRV ¿OKRV GH 0LQDV SRUpP WDPEpP ORJR
VH PH TXHL[DUDP GD IURX[LGmR TXH DFKDYDP QDTXHOH WH
QHQWHFRURQHO FRPDQGDQWH H TXH SRU HVVH PRWLYR QmR HVWDYD
Mi HVWD DomR IHLWD SRUpP TXH VHP G~YLGD VH ID]LD ORJR
TXH VH GHFODUDVVH D GHUUDPD TXH WRGRV RV GLDV VH HVSHUDYD
VHJXQGR D YR] TXH R ([PR PHX *HQHUDO GL]LD TXH WUD]LD
RUGHPGH6XD0DMHVWDGHSDUDDERWDU
 ² 0HX 6HQKRU WHQKR SRVWR FRP SXUH]D H YHUGDGH
HVWDV FLUFXQVWkQFLDV QD SUHVHQoD GH 9 ([D PRYLGR FRPR Mi
GLVVH GD PLQKD ¿GHOLGDGH (X FRQKHoR TXH QmR PHUHoR
SUrPLR SRUTXH HP VHU ¿HO FXPSUR FRP R PHX GHYHU SRUpP

    $ VHQWHQoD GD $OoDGD GHWHUPLQRX TXH 8P GRV  TXDUWRV GH 7LUDGHQWHV  IRVVH
H[SRVWRQR$UUDLDOGH&HERODV5-RTXHVHFXPSULX-66
 — 31 —

VH GH 9 ([D PHUHoR DOJXPD DWHQomR SHoR SRU SLHGDGH
VH QmR SHUFDP DOJXQV PLVHUiYHLV TXH SRU LJQRUDQWHV VHJXLDP
HVWDGHVRUGHP
2 FpX JXDUGH D 9 ([D SDUD R ERP VHUYLoR GH 6XD
0DMHVWDGH H DPSDUR GDTXHOHV TXH FRPR HX WHP D KRQUD
GHVHU

'H9([D
2PDLVKXPLOGHV~GLWR

Joaquim Silvério dos Reis

&RURQHOGH&DYDODULDGH0LQDV*HUDLV
5LRGH-DQHLURGHPDLRGH

5HFRQKHoR VHU D OHWUD H VLQDO GHVWD FDUWD GR &HO

-RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV SRU R WHU YLVWR HVFUHYHU QD PLQKD
SUHVHQoDHHOHPHVPRSHUDQWHPLPFRQIHVVDUVHUVXD

5LRGH-DQHLURGHPDLRGH

Marcelino Pereira Cleto

NOTA EXPLICATIVA N.º1 (HGM)

Alguns anos antes de se tornar o primeiro denunciante da Conjuração
Mineira, já se envolvera Joaquim Silvério dos Reis em complicações, provocadas
pela sua desmedida ambição. Destacamos, particularmente, um curioso incidente
entre o ex-contratador das entradas e a Real Extração dos Diamantes, sediada
QR DUUDLDO GR 7HMXFR D SURSyVLWR GD FREUDQoD GH GLUHLWRV VREUH XPD JUDQGH
SDUWLGD GH VDO 3HOR FRQWUDWR ¿UPDGR FRP D -XQWD GD )D]HQGD FDELD D -RDTXLP
Silvério o privilégio de cobrar em nome do Rei, direitos de importação sobre
todos os gêneros — secos e molhados — que entrassem para a Capitania de Minas
Gerais. Acontece, porém, que, por disposição expressa das autoridades da Junta
da Real Fazenda de Vila Rica, estavam livres do pagamento desses direitos as
mercadorias destinadas ao consumo da chamada Real Extração. Joaquim Sil-
vério dos Reis não respeitou essa isenção e cobrou-se, por meios violentos,
dando origem a um protesto feito pelas autoridades do Tejuco ao Tribunal da
Junta da Real Fazenda de Vila Rica para que fossem resguardados seus privi-
légios e intimado o contralador a repor a importância que violentamente havia
WRPDGR   6LOYpULR DOHJRX HP VXD GHIHVD FRQIRUPH VH YHUL¿FD GH XP GRFXPHQWR
 ——

encontrado por José Afonso Mendonça de Azevedo no Arquivo da Casa dos Contos,
em 1013, e que faz parte do acervo da Biblioteca Nacional, que lhe cabia inteira
razão porquanto os gêneros que retivera (sal) se destinavam não à Administração
dos Diamantes mas a seus funcionários, em caráter particular, e como a esses
O governo remunerava muito bem, eram eles obrigados a pagar por sua conta
sem direito a qualquer isenção.

Tendo deixado de ser contratador dos direitos de entradas em dezembro

de 1784, sem, contudo, conseguir quitação das autoridades que representavam
o Fisco, negou-se obstinadamente Joaquim Silvério a concordar com as exigências
do Erário. O mais interessante, no caso, é que seu sucessor no aludido contrato,
o famoso José Pereira Marques (Marquésio das Cartas Chilenas), de acordo com
R TXH VH OH QD FRUUHVSRQGrQFLD R¿FLDO GD -XQWD GRV 'LDPDQWHV IRL SHODV PHVPDV
águas de seu antecessor e gerou um novo caso com a Real Extração.

Em 17 de junho de 1789 já se sabia no Tejuco que Joaquim Silvério

estava preso no Rio de Janeiro. A sua prisão ocorrera a 10 de maio, ou seja, na
mesma data em que o Tiradentes fora detido pelos esbirros do Vice-Rei Luís
de Vasconcelos e Sousa. Mais tarde, conforme se lê em outra correspondência,
as autoridades da Real Extração foram informadas sobre a libertação de Silvério,
ordenada no começo de 1790. Pediram elas providências para poderem agir em
defesa de seus privilégios desrespeitados. Sabe-se mais, por outra revelação
FRQVWDQWH GRV PHVPRV GRFXPHQWRV KRMH QR 0XVHX +LVWyULFR 1DFLRQDO TXH R
Vice-Rei negou direito de citação contra Silvério, durante a época em que esteve
preso na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Luís de Vasconcelos e Sousa
ordenou a anulação de todos os seqüestros e apreensões feitas nos bens do ex-
FRQWUDWDGRU H GRV GH VHXV ¿DGRUHV HQTXDQWR HOH HVWLYHVVH LPSRVVLELOLWDGR GH
regressar a Minas para prestar contas à Real Fazenda em Vila Rica.

Em alguns documentos, ao nome de Joaquim Silvério é acrescentado o

sobrenome Leiria. Não se trata de apelido depreciativo. O delator tinha nascido
naquela cidade portuguesa e muito antes da Conjuração Mineira, em 1781, o
*RYHUQDGRU GH 0LQDV *HUDLV ' 5RGULJR GH 0HQHVHV PDQGDYD FHUWL¿FDU TXH ³R
sargento-mor Joaquim Silvério dos Reis Leiria fez fundir em seu nome...”.
Figura, também, esse nome em vários documentos avulsos existentes na coleção
da Casa dos Contos, distribuída entre o Arquivo Nacional, o Arquivo Público
Mineiro e a Biblioteca Nacional. Nos últimos Momentos dos Inconfidentes de
17S9, pelo frade que os assistiu de confissão, transcritos na presente edição dos
Autos de Devassa (vol. 9, pp. 162 e seguintes), dá o autor, provavelmente frei
Raimundo Penafort da Anunciação, ao coronel delator, o nome de Joaquim Sil-
vério dos Reis Leiria Guites. Basílio de Magalhães, em nota à sua História do
Brasil também faz referência a esse nome, além dos depreciativos Gualtério e
Saltério. Este último termo consta expressamente do depoimento de Alvarenga
3HL[RWR ³OKH GLVVH R GLWR &RURQHO )UDQFLVFR $QW{QLR GH 2OLYHLUD /RSHV TXH HOH
¿FDVVH GHVFDQVDGR TXH HOH LD ID]HU D GHQ~QFLD SRUTXH TXHULD SDVVDU XPD OLomR
àquele Joaquim Saltério: E perguntou-lhe ele, respondente, porque lhe chamava
Saltério porque nunca tinha ouvido tal nome, ao que lhe respondeu, que na
Igreja Nova e na Borda do Campo ninguém o tratava de outro modo, e a seu
irmão João Damasceno, João das Maçadas; porque eram os dois maiores ma-
ganões que tinham passado de Portugal para a América, ao que o respondente
lhe disse que fosse fazer a sua denúncia...” (Depoimento de Alvarenga Peixoto
— Autos de Devassa — volume n.º5 desta edição).

O sobrenome Montenegro, acrescentado por Silvério quando de sua estadia

em Campos, a partir de 1795, e adotado por seus descendentes, era um dos nomes
GR SDL H DVVLVWLD DR ¿OKR TXHUHQGR R GLUHLWR GH XViOR HVSHFLDOPHQWH TXDQGR
se tratasse do mais idoso de todos os irmãos.
 — 33 —

Nasceu Joaquim Silvério dos Reis em Leiria, Portugal, no ano de 1755.

(UD ¿OKR OHJtWLPR GR &DSLWmR $QW{QLR GRV 5HLV 0RQWHQHJUR H GH ' 7HUHVD
Jerônima de Almeida, que também usava o sobrenome Figueiredo Vidal. A fa-
mília era importante em sua terra e de vasta parentela. Ao que parece, Silvério
veio ainda moço para o Brasil, acompanhado por seu irmão João Damasceno
dos Reis (Figueiredo Vidal), em uma das grandes levas de emigrantes que se
deslocavam anualmente do Reino em demanda das opulentas Minas Gerais. O
conceito público de que gozava Silvério por ocasião da Conjuração de 1789 era
PXLWR EDL[R $V SUySULDV DXWRULGDGHV FRP TXHP WUDWDYD SRU IRUoD GH VHXV QH
JyFLRV H[SUHVVDYDPVH HP WHUPRV GXURV D VHX UHVSHLWR 'HOH HVFUHYHX SRU H[HPSOR
R 9LFH5HL /XtV GH 9DVFRQFHORV H 6RXVD ³( DFKDQGRVH DTXL WDPEpP R FRURQHO
de auxiliares Joaquim Silvério dos Reis, autor das primeiras notícias que o dito
governador (Visconde de Barbacena) me tinha mandado, para me as dar com
PDLV LQGLYLGXDokR R PDQGHL QD PHVPD RFDVLmR S{U HP FXVWyGLD LQFRPXQLFiYHO
QD GLWD IRUWDOH]D QmR Vy SRUTXH PH SDUHFHX FRQYHQLHQWH D EHP GD PHVPD GLOL
gência e mistério de segredo, com que deve ser tratada, mas porque, sendo ele
um dos mais descontentes daquela Capitania pela grande soma que deve à
fazenda real, procedida do tempo em que foi contratador do contrato das en-
WUDGDV SHOD TXDO VH YLD PXLWR DSHUWDGR GD TXDO Vy SRU DOJXPD LQG~VWULD SRGH
livrar os seus bens que mesmo todos não chegarão a pagar a mesma soma e
WHQGR XP FDUiWHU GLVSRVWR SDUD TXDOTXHU PDOGDGH TXH R FRQGX]LVVH jTXHOH ¿P
é bem de presumir que fosse talvez a origem daqueles mesmos horrorosos pro-
jetos, de que agora se faz denunciante” (Ofício ao Ministro Martinho de Melo
e Castro, em 16 de julho de 1789).

O Governador da Capitania de Minas, Visconde de Barbacena, sobrinho

GR 9LFH5HL QmR WLQKD RSLQLmR GLIHUHQWH ³3RU RXWUD SDUWH OHPEURXPH WDPEpP
que o denunciante é representado por um homem de mau coração, e capaz de
usar para a sua conveniência de meios violentos; que está tanto, ou mais que
qualquer outro em estado de dívida e responsabilidade à Real Fazenda...”
(Carta do Visconde de Barbacena ao Vice-Rei relatando a denúncia dada verbal-
mente por Joaquim Silvério dos Reis da existência de uma conjuração em Minas
— Cachoeira do Campo, 25 de março de 1789.

³$LQGD TXH R FDUiWHU GR GHQXQFLDQWH WLGR SRU KRPHP RUJXOKRVR H GH PDX
coração perseguido atualmente de inimigos, que de alguma forma lhe havia
granjeado o seu gênio, e algum abuso ou emulação das proteções que tivera...”
(Ofício do Visconde de Barbacena ao Ministro Martinho de Melo e Castro, 11
GH MXQKR GH  1R SURFHVVR ¿VFDO HP TXH D -XQWD GD 5HDO )D]HQGD H[LJLD
do ex-contratador prestação de contas, Silvério dos Reis era declarado doloso,
fraudulento e falsificador. (Portaria de 3-3-1789, da Junta da Real Fazenda).

Com vinte e poucos anos de idade conseguira Joaquim Silvério dos Reis
³UHPDWDU´ R &RQWUDWR GDV (QWUDGDV SDUD R WULrQLR TXH WHYH LQtFLR HP ž GH
MDQHLUR GH  H ¿QGRX HP  GH GH]HPEUR GH  (VWXGDQGR R PRGR SHOR
TXDO DGPLQLVWURX HOH RV VHXV QHJyFLRV FKHJDPRV j FRQFOXVmR GH TXH R GHQXQFLDQWH
QmR HUD KRPHP EURQFR H HVW~SLGR FRPR Mi D¿UPDUDP DOJXQV KLVWRULyJUDIRV
apressados. Seus papéis foram apreendidos nos dias negros de 1789 e podem
ser consultados na Biblioteca Nacional e no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro;
QR $UTXLYR 3~EOLFR 0LQHLUR HP %HOR +RUL]RQWH H QR $UTXLYR +LVWyULFR 8OWUD
marino, em Lisboa. Dentro dos hábitos da época, revelam esses documentos
um tino comercial muito agudo de seu autor, que comandava, com autoridade,
XPD HQJUHQDJHP GH SURFXUDGRUHV ¿VFDLV H DWp VROGDGRV TXH OKH SUHVWDYDP
FRQWDV GH IRUPD UDFLRQDO H FRP EDVWDQWH UHVSHLWR j VXD SHVVRD FRPR VH YHUL¿FD
do tratamento cerimonioso que lhe dispensavam. Por vezes, ultrapassava os
limites de seus privilégios contratuais, abusando da proteção que recebia das
autoridades. Quanto a violências praticadas, é digno de especial registro o post-
 ——

-scriptum GH XPD FDUWD H[LVWHQWH QD %LEOLRWHFD 1DFLRQDO ² ³1mR PH YH[H QLQ
JXpPHYLROrQFLDVyVHGHYHID]HUTXDQGRDGLYLGDWHPULVFR´

O grande alcance em que se encontrava às vésperas da Conjuração Mineira

deve-se, segundo podemos deduzir, a dois motivos: em primeiro lugar à preo-
cupação de cuidar antes de tudo do seu patrimônio particular, adquirindo fa-
]HQGDV ODYUDV H HVFUDYRV H GHSRLV GLVVR DV UHDLV GL¿FXOGDGHV HQFRQWUDGDV QD
arrecadação dos direitos que lhe pertenciam em face da calamitosa situação
HFRQ{PLFR¿QDQFHLUD HP TXH VH HQFRQWUDYD D &DSLWDQLD QDTXHOD pSRFD 0HVPR
assim, nas suas declarações às autoridades — repetidas várias vezes depois de
VXD SULVmR p GLJQR GH PHQomR R RWLPLVPR FRP TXH D¿UPDYD D VXD GLVSRVLomR
GH DFHUWDU WRGRV RV QHJyFLRV H UHVVDUFLU D 5HDO )D]HQGD GR SUHMXt]R TXH OKH
havia causado. Sua argumentação, a esse respeito, convencia de tal maneira
TXH FKHJRX D VHU HQGRVVDGD TXDVH SDODYUD SRU SDODYUD SHOR SUySULR 9LFH5HL
Conde de Resende, ao despachar a autorização para a viagem de Silvério a
Portugal, em 1794.

Terminado o período de seu contrato, em 31 de dezembro de 1784, viu-se

6LOYpULR D EUDoRV FRP D SUHVWDomR GH FRQWDV GR TXH ¿FDUD D GHYHU j 5HDO )D
zenda. Conforme se observa na relação dos contratadores em débito, eram
freqüentes os casos de falta de cumprimento das obrigações impostas pelas
FOiXVXODV FRQWUDWXDLV +RXYH GHYHGRUHV HP PXLWR PDLRU DOFDQFH GR TXH R IDPL
JHUDGR 6LOYpULR GRV 5HLV 2 SUySULR VXFHVVRU GR VHX FRQWUDWR -RVp 3HUHLUD
Marques, também protegido do Governador Luís da Cunha Meneses, causou mais
elevado prejuízo à Fazenda Real. Os contratadores, via de regra, serviam de
³EDQFR´ SDUD RV JRYHUQDGRUHV H VHXV SURWHJLGRV GH IRUPD TXH PDLV WDUGH QDV
prestações de contas, passavam por maus momentos...

(P  GH VHWHPEUR GH  SXEOLFRXVH XPD ³5HODomR GRV &RQWUDWRV TXH
se acham por pagar e pertencentes a esta Capitania de Minas Gerais, cujos restos
GH FDGD XP GHOHV VH YHUL¿FDP IHLWDV DV FRQWDV QR GLD  GH VHWHPEUR GH 
a saber...” Nessa Relação FRQVWD D VHJXLQWH DQRWDomR ³-RDTXLP 6LOYpULR GRV
5HLV 5HPDWDQWH GR &RQWUDWR GDV (QWUDGDV GHVWD &DSLWDQLD WULrQLR TXH ¿QGRX
Dezembro de 1784 e pelo preço principal e Propinas que se recolhem ao Cofre
na quantia de 355:612$000 ................................................................................................. 220:423$149”. Esse débito
foi reduzido, tempos depois, naturalmente, por sucessivas amortizações parciais,
para 172:763$919, que era o total da sua divida em 3 de março de 1789, quando
recebeu o último aperto da Real Fazenda.

Em janeiro de 1789, quando se complicava a sua situação de devedor do

Fisco, Joaquim Silvério dos Reis foi visitar o Dr. Cláudio Manuel da Costa,
o mais famoso advogado de Vila Rica, e o constituiu seu defensor, conforme
consta, documentadamente, dos autos de seqüestro dos bens daquele malogrado
LQFRQ¿GHQWH ³8PD REULJDomR SDVVDGD SRU -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV HP YLQWH
de janeiro de mil e setecentos e oitenta e nove pela qual se obrigou pagar ses-
senta e quatro oitavas de ouro por cada um ano que o Seqüestrado (Cláudio)
lhe patrocinasse as dependências de seu Contrato e particulares” (Autos de
Devassa — 1.ª edição — vol. I, pág. 362).

Esse mandato ajuda a explicar o motivo pelo qual nas denúncias oferecidas
SRU -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV QmR ¿JXUD R QRPH GH &OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD
entre os dos conspiradores. Nem em Minas, ao dirigir-se ao Visconde de Barba-
cena, nem no Rio, ao formalizar a delação ao Vice-Rei Luís de Vasconcelos,
PHQFLRQRX 6LOYpULR R QRPH GH VHX DGYRJDGR 6RPHQWH QR SULPHLUR LQWHUURJDWyULR
já iniciada a Devassa no Rio de Janeiro, aparece o nome de Cláudio, mas, note-
-se com atenção, em declarações atribuídas pelo depoente ao Visconde de Barba-
FHQD (YLGHQWHPHQWH DSHUWDGR FRPR HVWDYD QmR OKH FRQYLQKD ¿FDU VHP VHX
defensor.
 — 35 —

,QJUHVVDUD QD &RQMXUDomR VHJXQGR GHFODUDomR SUySULD FRQYLGDGR SHOR

Padre Carlos Correia de Toledo, vigário da Vila de São José e por seu irmão,
o sargento-mor Luís Vaz de Toledo. Segundo a versão do Visconde de Barba-
cena, em ofício ao Ministro Martinho de Melo e Castro (Anuário do Museu da
Inconfidência, YRO ,,  S  D ¿OLDomR GH -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV j
Conspiração tivera início em 1788, no Rio de Janeiro, quando se encontraram
na capital brasileira o Tiradentes, o padre Rolim e (apesar de não estar citado),
José Álvares Maciel.

O coronel delator descera de Vila Rica no séquito do seu protetor, Luís

da Cunha Meneses, que passara o governo da Capitania de Minas Gerais ao
Visconde de Barbacena e regressava a Portugal. Chegando ao Rio, já aborrecido
com a partida do amigo, tomou conhecimento das desagradáveis notícias que
IDODYDP QD SUy[LPD H[WLQomR GRV UHJLPHQWRV DX[LOLDUHV IDWR TXH IHULX SURIXQ
damente a sua vaidade. Acrescenta o Visconde que Silvério encontrou-se nessa
RFDVLmR FRP R 7LUDGHQWHV GDt QDVFHQGR ³DV SULPHLUDV OHPEUDQoDV´ GD &RQMXUDomR
$ QDUUDWLYD FRQWLGD QR RItFLR p EDVWDQWH HOXFLGDWLYD ³(X QmR GXYLGR TXH DV
primeiras lembranças vieram do Rio de Janeiro pela ocasião que tiveram de
achar-se naquela cidade o dito padre (Rolim) e o Alferes, ambos refugiados e
descontentes, onde se encontraram com Joaquim Silvério, quando acompanhou
daqui o meu antecessor, e que estava igualmente descontente da mudança de
Governo e pela notícia que então lhe deram da extinção dos novos Regimentos
$X[LOLDUHV QRV TXDLV HUD FRURQHO GHYHQGR ¿FDU JUDYHPHQWH RIHQGLGD FRP HOD D
sua vaidade e dependência”.

Imitando o Tiradentes, fazia Silvério propaganda ostensiva do movimento

conspirador no Arraial da Igreja Nova, em São José, Borda do Campo e Ta-
manduá, dizendo que o Rio de Janeiro, as Minas e São Paulo brevemente haviam
de ser Repúblicas. (Depoimento de Alvarenga Peixoto — vol. 5 desta edição).

O Coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, tio da futura mulher do

GHODWRU HPERUD GHFODUDVVH IUDQFDPHQWH VHU VHX LQLPLJR QmR KHVLWRX HP D¿UPDU
TXH ³R GLWR -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV HUD R TXH PDLV WLQKD WUDEDOKDGR SDUD
se fazer esta sedição e motim e o mais empenhado nele, por se perdoarem todas
as dívidas que se deviam à Fazenda Real”. (Depoimento do Coronel Francisco
Antônio de Oliveira Lopes — Autos de Devassa -— vol.5 desta edição).
As relações entre Tiradentes e Joaquim Silvério vinham de longa data.
No Arquivo da Casa dos Contos — parte recolhida à Biblioteca Nacional, Rio
de Janeiro — foi encontrada uma carta, datada de 1782, na qual o delator se
UHIHUH H[SUHVVDPHQWH DR $OIHUHV 7HP R VHJXLQWH WUHFKR LQLFLDO ³6QU 0LJXHO
Fernandes Guimarães. Agora recebi a de Vm. de 19 de outubro pelo Alferes
Joaquim José da Silva e veio a dizer-me os senhores...” (Registro do Caminho
Novo — 6-9-1782).
Por singular coincidência, na mesma ocasião em que recebia uma carta
das mãos do Tiradentes, declarava Silvério que se encontrava doente e tinha sido
VDQJUDGR ² GH DFRUGR FRP D PHGLFLQD GD pSRFD  6DEHVH H ¿FRX SURYDGR
QRV $XWRV TXH R $OIHUHV ;DYLHU HUD GRWDGR GH HVSHFLDLV TXDOL¿FDo}HV SDUD R
exercício da arte dentária e da de curar. Pode-se aceitar, assim, como válida,
a presunção de que nessa visita o Tiradentes ajudou a aliviar os males do seu
³SDUWLFXODU DPLJR´ DSOLFDQGROKH D VDQJULD WmR XVXDO QDTXHOHV WHPSRV $ FDUWD
WHUPLQD ³DTXL PH DFKR PROHVWR H KRMH PH VDQJUHL SRU FDXVD GD PHVPD H GH
toda a sorte, etc”. Em março de 1789 Tiradentes obtém licença para viajar
para o Rio de Janeiro. No mês seguinte, depois de ter apresentado sua denúncia
escrita ao Visconde de Barbacena, este ordena ao ex-contratador que se desloque,
WDPEpP SDUD D &DSLWDO EUDVLOHLUD D ¿P GH PHOKRU SRGHU VHJXLU RV SDVVRV GR
Alferes e, igualmente, de colocar o Vice-Rei a par de todos os pormenores da
conjuração. Silvério, tendo chegado a seu destino no dia 1.º de maio, fora
 — 36 —

residir em frente à casa onde estava hospedado o Tiradentes, que, na sua boa fé,
QmR GHVFRQ¿DUD DLQGD GR SURFHGLPHQWR GR GHODWRU 3HOR FRQWUiULR LQWHUHVVDYDVH
pelo seu caso pessoal na liquidação da dívida do contrato de entradas e a prova
disso é que quando o encontrara na estrada, em março, ao partir para o Rio
GH-DQHLUR¿]HUDTXHVWmRGHOKHGL]HUTXHYLQKD³WUDEDOKDUSDUDHOH´
No Rio, quando começam as primeiras atribulações de Tiradentes, a pri-
PHLUD SHVVRD D TXHP SHGH LQIRUPDo}HV p D 6LOYpULR GRV 5HLV 2 SUySULR FRURQHO
— justiça seja feita — embora não se saiba ao certo se havia sinceridade,
avisa-o para que se pusesse a salvo dos esbirros do Vice-Rei, recusando, con-
tudo, emprestar-lhe dinheiro para a fuga. Tiradentes assim explicou o aviso
UHFHELGR ³(VWDQGR QHVWD WHUUD WDPEpP -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV TXH VDELD
dos ajustes feitos em Minas entre ele, respondente, e os mais conjurados, con-
versava francamente com o dito Joaquim Silvério, e que este lhe dissera que
o Vice-Rei deste Estado andava com grande cuidado sobre ele respondente, que
tivesse conta em si, que se retirasse, porque mais dia menos dia se ele, respon-
dente, se não retirasse seria preso; pois se persuadia que o Vice-Rei sabia da
matéria dos ajustes feitos em Minas; e que por esta razão ele, respondente, se
escondera e tratara de se retirar pelos matos, armado com um bacamarte que
pedira ao porta-estandarte Francisco Xavier Machado” (Autos de Devassa —
depoimento de Tiradentes — volume 5 desta edição).

Amargos foram os primeiros frutos colhidos por Silvério dos Reis com
a sua delação e espionagem. O Vice-Rei, sem qualquer consideração e atendendo
unicamente às razões de Estado, mandou prendê-lo, incomunicável, na fortaleza
da Ilha das Cobras, para onde tinha sido levado também Joaquim José da Silva
;DYLHU 6y VHULD OLEHUWDGR QRYH PHVHV GHSRLV ¿FDQGR FRQWXGR FRQGLFLRQDGD
sua moradia ao Rio de Janeiro, de onde não poderia ausentar-se sem licença
das autoridades. Apesar disso, conseguiu ânimo e disposição para casar-se no
GLD  GH IHYHUHLUR GH  FRP %HUQDUGLQD 4XLWHULD GH 2OLYHLUD %HOR ¿OKD GR
&RURQHO /XtV $OYHV GH )UHLWDV %HOR H VREULQKD GRV LQFRQ¿GHQWHV &RURQHO )UDQ
cisco Antônio de Oliveira Lopes e do padre Antônio Lopes de Oliveira. Silvério
comunicou o casamento ao Ministro Martinho de Melo e Castro em extensa carta
na qual se queixava dos perigos e provações que estava padecendo no Rio de
-DQHLUR SRU FDXVD GH VXD ³¿GHOLGDGH´ &DUWD SXEOLFDGD QD 5HYLVWD GR ,QVWLWXWR
+LVWyULFR H *HRJUi¿FR %UDVLOHLUR WRPR  SDUWH ,  SS    H VHJXLQWHV

A vida do denunciante no Rio de Janeiro, apesar de compensada com o

casamento, não era muito tranqüila. Por três vezes escapou de emboscadas que
lhe prepararam seus inimigos. O novo Vice-Rei (Conde de Resende), denuncia
Silvério na carta a Martinho de Melo e Castro; não queria dar a devida impor-
WkQFLD DR VHX DWR GH ³OHDO YDVVDOR´ 7RGRV OKH YLUDP DV FRVWDV 1mR SRGH VDLU
à UXD RQGH p YtWLPD GR GHVSUH]R JHUDO 6HXV QHJyFLRV HP 0LQDV ² SRU PRWLYR
da ausência prolongada — estão completamente embaraçados. Lá mesmo o que-
rem matar. Na falta de quem defenda seus interesses, solicita permissão para
que seu irmão João Damasceno dos Reis possa fazer valer seus direitos e
UHVROYHU WRGDV DV FRPSOLFDo}HV UHVXOWDQWHV GR DEDQGRQR HP TXH WLQKDP ¿FDGR
as suas fazendas, além de continuar a prestação de contas com a Junta da Real
)D]HQGDVREUHRVFRPSOLFDGRVQHJyFLRVGRVHXDQWLJRFRQWUDWRGDVHQWUDGDV
O ano de 1794 marca uma reviravolta nas atribulações de Joaquim Silvério
dos Reis. Segundo noticiário publicado na Gazeta de Lisboa, começou a receber
RV SUrPLRV GHYLGRV j VXD DomR GH ³OHDO YDVVDOR´ (P  GH RXWXEUR HUDOKH
concedido, por principio de remuneração, o hábito da Ordem de Cristo (com o
qual iria ser amortalhado, em 1819, no Maranhão), com 200$000 de tença.
O Decreto Real de 13 de outubro mandava levantar o seqüestro feito a
seus bens pelo alcance de 167:553$770, em que se achava para com a Real Fa-
zenda como contratador das Entradas para a Capitania de Minas Gerais, no
 ——

triênio de 1782 a 1784 . Finalmente, em 20 de dezembro de 1794, era-lhe conferido

R WtWXOR GH ³¿GDOJR GD &DVD 5HDO FRP IRUR H PRUDGLD´ H QRPHDGR 7HVRXUHLUR
da Bula de Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. O Príncipe Regente, futuro
UHL ' -RmR 9, EDWL]RX WUrV GRV VHXV ¿OKRV FRQIRUPH GHFODUDomR GH 6LOYpULR
(Autos de Devassa, edição de 1936, volume VI, p. 323).

De posse das vantagens conseguidas no Reino, regressou Silvério ao Brasil

em 1795, indo instalar-se na cidade de Campos, onde o sogro conseguira o cargo
de administrador dos foros do Visconde de Asseca. Nessa localidade, lutou
tenazmente contra o Capitão Joaquim Vicente dos Reis, o homem mais rico da
Capitania do Rio de Janeiro, arrematante de várias das antigas fazendas expro-
priadas aos Jesuítas em 1759. A disputa foi árdua e acha-se bem documentada
por Alberto Lamego, em seu livro Terra Goitacá.

Em carta enviada de Campos ao Ministro de Ultramar, acompanhada do

OHYDQWDPHQWR GD ³FRQWD GD SRSXODomR´ GR WHUULWyULR FDPSLVWD HP  -RDTXLP
6LOYpULR IH] TXHVWmR GH OHPEUDU VHX ³JUDQGH´ VHUYLoR j &RURD GH 3RUWXJDO ³(X
FRPR Mi WLYH D IHOLFLGDGH GH SRGHU PRVWUDU D PLQKD ¿GHOLGDGH FRPR SULPHLUR
denunciante da premeditada conjuração de Minas Gerais, espero ter agora a de
Vossa Excelência me acreditar pondo a dita conta na Real Presença de Sua
Majestade. O Céu guarde a preciosa vida de Vossa Excelência para bem do
Estado e amparo dos que, como eu, se prezam ser — De Vossa Excelência —
O mais humilde súdito — a) Joaquim Silvério dos Reis Montenegro, Campo dos
Goitacazes, vinte e oito de julho de mil setecentos e noventa e nove”. Nessa
PHVPD FDUWD FRQWLQXDYD D WULVWH VLQD GH GHODWRU ³0RYLGR DJRUD GR PHVPR ]HOR
H ¿GHOLGDGH SDVVD D S{U QD 5HDO 3UHVHQoD GH 9RVVD 0DMHVWDGH TXH QDTXHOD
Vila há continuadas desordens, assassinos e insultos cometidos a várias pessoas
que até o mesmo Ouvidor da Comarca foi insultado com uma lança no meio
GRV VHXV 2¿FLDLV TXH SRU PLODJUH HVFDSRX FRP YLGD H GD FDUWD MXQWD GR
Vice-Rei do Estado conhecerá Vossa Majestade a conduta destes povos, que o
mesmo Vice-Rei trata por revoltosos e levantados e faltos de subordinação...”

Em Campos acabou dando-se mal e regressou com a família ao Reino

depois de alguns anos de atribulações. Em 1808 voltou mais uma vez para o
Rio de Janeiro. Por decreto de 4 de agosto desse ano foi-lhe concedida, pelo
Príncipe Regente D. João, uma pensão anual de 400$000. Apesar disso, recebeu
ordem de transferir-se para São Luís, no Maranhão, onde passou o resto de seus
dias. Faleceu em 17 de fevereiro de 1819, sendo sepultado na Igreja de São João
%DWLVWD 2 DVVHQWDPHQWR GH VHX yELWR IRL UHSURGX]LGR QR YRO  GHVWD HGLomR
pp. 399/400. Assim desapareceu, obscuramente, o primeiro denunciante da
Conjuração Mineira de 1789.

NOTA EXPLICATIVA N.º (HGM)

Com pouco mais de vinte anos de idade, o futuro Cel. Carlos José da Silva
exercia, na capital do Brasil, o cargo de escriturário da Contadoria da Fazenda
5HDO GD &DSLWDQLD GR 5LR GH -DQHLUR 3RU GRFXPHQWR ¿UPDGR QR 3DOiFLR GD
Ajuda, em Lisboa, a 7 de setembro le 1771, foi nomeado Escrivão da Junta
da Real Fazenda, estabelecida na Capitania de Minas Gerais, com uma ajuda
de custo de 400$000, destinada às despesas com a transferência de residência.
No novo emprego prosperou rapidamente pois, de 1772 a 1773 fez fundir em
seu nome, na Casa de Fundição de Vila Rica, mais de 8 arrobas de ouro, fato
TXH R OHYRX D VROLFLWDU HP  D ³0HUFr GR +iELWR GH &ULVWR H D 7HQoD TXH
for do agrado de S. Majestade”.
 — 38 —

(UD SHVVRD GD PDLV DOWD FRQ¿DQoD GR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD TXH
não lhe poupou elogios, conforme atestação em correspondência dirigida
ao Ministro Martinho de Melo e Castro e ao Vice-Rei Luís de Vasconcelos
H 6RXVD ² ³9HLRPH j PmR QR GLD GRLV GH PDLR XPD FDUWD GR 0HVWUH
de Campo Inácio Correia Pamplona, ao Escrivão e Deputado da Junta
da Fazenda, Carlos José da Silva, que é um dos homens de maior honra,
¿GHOLGDGH H SUpVWLPR TXH VHUYHP D 6XD 0DMHVWDGH QHVWD &DSLWDQLD´ &DUWD
de Luís de Vasconcelos e Sousa, datada de 11 de maio de 1789, transcrita in
Anuário do Museu da Inconfidência — 1953, vol. II, pág. 53). Dizia mais
R *RYHUQDGRU GH 0LQDV *HUDLV ³)RL &DUORV -RVp GD 6LOYD WDPEpP VDEHGRU GR
QHJyFLR DOJXP WHPSR DQWHV GRV SURFHGLPHQWRV H VHUYLX GH PXLWR D EHP
GHOH HVWD FRQ¿GrQFLD GD TXDO QHQKXPD RXWUD 3HVVRD HUD PDLV GLJQD
WDQWR SHOD VXD KRQUD H ¿GHOLGDGH FRPR SHOR PDQLIHVWR ]HOR TXH WHP SHOR
serviço de S. Majestade, em que está sempre pronto a ocupar com a
melhor vontade e com excessivo e exemplaríssimo desinteresse; e nesta
ocasião deu a conhecer ainda mais um ardor e paixão que acreditam
sumamente a sua lealdade. Além disto e de algumas diligências particulares
de que também o encarreguei, serviu-se de muito e com muito trabalho
seu, que todo lhe parecia pouco nesta ocasião, para me escrever os papéis
H FDUWDV GH VHJUHGR H WLUDU GXDV FySLDV FRPSOHWDV GD 'HYDVVD XPD GDV
TXDLV YDL UHPHWLGD SRU VHJXQGD YLD H RXWUD ¿FD QD 6HFUHWDULD GHVWH *R
verno. Não falo no seu préstimo e serviços do seu emprego, porque são bem
conhecidos e já merecerão muito honrosos testemunhos: é casado, tem nove
¿OKRV GRV TXDLV TXDWUR RX FLQFR ¿OKDV YLYH GRV VHXV RUGHQDGRV H HVWi
pobríssimo”. O resultado deste exuberante elogio não se fez esperar. O
PLQLVWUR FRPRYLGR IH] GR SUySULR SXQKR D VHJXLQWH REVHUYDomR QD PDUJHP
GR GRFXPHQWR ³7HP QRYH ¿OKRV WUrV PDVFXOLQRV H VHLV ¿OKDV SRGHVHOKH
dar uma Tença de trezentos mil réis para ele repartir pela mulher e
¿OKRV TXH EHP OKH SDUHFHU R TXH FHUWDPHQWH PHUHFH´ 2¿FLR GR 9LVFRQGH
de Barbacena ao Ministro Martinho de Melo e Castro, de 11 de fevereiro
de 1790 — in Anuário do Museu da Inconfidência, vol. II, pág. 84).

A vida de Carlos José da Silva correria sério perigo se tivesse triunfado

a Conjuração. Na denúncia apresentada por Joaquim Silvério dos Reis,
a ordem das cabeças que seriam cortadas pelos conjurados, era a seguinte:
SULPHLUR D GR *RYHUQDGRU 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD ³GHSRLV VH FRUWDULD D
cabeça do Ouvidor atual, Pedro José de Araújo, seguindo-se a do Escrivão
da Junta, Carlos José da Silva, e do Ajudante de Ordens, Antônio Xavier
GH 5H]HQGH H TXH VH R ,QWHQGHQWH )UDQFLVFR *UHJyULR 3LUHV %DQGHLUD RV
não quisesse seguir, também se lhe cortaria a cabeça sem embargo de ser
ele dito Gonzaga muito amigo do dito Bandeira” (Autos de Devassa, vol. III
²HG²ÀVHVHJV

(P GLYHUVRV GHSRLPHQWRV GH LQFRQ¿GHQWHV FRQVWD D PHVPD D¿UPDomR ²

³TXH D IRUPD GH ID]HU R GLWR OHYDQWH HUD FRUWDQGR D FDEHoD DR *HQHUDO
e ao Coronel Carlos José...” (Autos de Devassa — Depoimento do Capitão
José de Resende Costa, vol. V — ed. de 1936/38 — p. 50).

A bem da verdade cumpre esclarecer que Carlos José da Silva foi

um dos que se opôs à vergonhosa concessão do contrato das entradas em
IDYRU GH -RVp 3HUHLUD 0DUTXHV R ³0DUTXpVLR´ GDV Cartas Chilenas), no
tempo do Governador Luís da Cunha Meneses. Os deputados da Junta,
conforme observação de Rodrigues Lapa, em seu estudo sobre Tomás
$QW{QLR *RQ]DJD XQDQLPHPHQWH RSXVHUDPVH DRV GHVHMRV GR IDPRVR ³)DQ
farrão Minésio” que, no entanto, passou por cima de tudo e mandou
adjudicar o contrato ao seu protegido. Nessa reunião Carlos José do Silva
sustentou a tese de que o contrato seria melhor administrado se entregue
 — 39 —

diretamente ao Governo, como já sucedera em algumas ocasiões. O tempo

YHLR FRQ¿UPDU R VHX HOHYDGR JUDX GH MXOJDPHQWR SRLV R DSDQLJXDGR GR
*RYHUQDGRU 0HQHVHV FDXVRX PDLRU SUHMXt]R DR 5HDO (UiULR GR TXH R SUySULR
Joaquim Silvério dos Reis.

Por ocasião do Recenseamento de 1804, em Vila Rica, morava Carlos

-RVp GD 6LOYD QR WUHFKR GD ³5XD GD 3UDoD DWp D $QW{QLR 'LDV´ $LQGD
estava no exercício do cargo de Escrivão e Deputado da Junta da Real
Fazenda. Contava, então, 63 anos de idade e era casado com D. Maria
$QJpOLFD GH  'HFODURX WHU  ¿OKDV H XP ¿OKR &RP HOH UHVLGLDP
ainda, 3 agregados e 17 escravos. (V. Um Recenseamento na Capitania
GH 0LQDV *HUDLV GH +HUFXODQR *RPHV 0DWKLDV $UTXLYR 1DFLRQDO 5LR GH
-DQHLUR+*0

 ² Carta — do Ajud. João José Nunes Carneiro — Rio,

10-05-1789

,OPRH([PR6U9LFH5HL
3RU FDXVD GD PLQKD JUDYH PROpVWLD YRX j UHVSHLWiYHO
SUHVHQoDGH9([DGDUSRUHVFULWRDVHJXLQWHSDUWH
 ² -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU DOIHUHV GR 5H
JLPHQWR GH &DYDODULD SDJD GH 0LQDV *HUDLV YLVLWRXPH QR
PHX TXDUWHO RQGH UHVLGR )HLWDV DV UHFtSURFDV VDXGDo}HV
SHUJXQWHLOKH D TXH WLQKD YLQGR DR 5LR GH -DQHLUR H SD
UHFHPH UHVSRQGHXPH TXH WLQKD YLQGR j FRPSUD GH HVFUDYRV
H PDLV R $OI 6DQFKHV  FRP TXHP PRUDYD QD 5XD GH
6mR3HGUR
3 ² &RQWLQXHL D SHUJXQWDUOKH SHOR 6HQKRU *RYHU
QDGRU H GLVVHPH TXH HVWDYD ERP H PRUDQGR QR $UUDLDO GD
&DFKRHLUD GLYHUWLQGRVH HP FULDo}HV GH YDFDV H JDOLQKDV
H TXH QR SDOiFLR GD YLOD UHVLGLD R $MXGDQWH GH 2UGHQV
$QW{QLR ;DYLHU  SDUD GDU DV SURYLGrQFLDV TXH R $MX
GDQWH GH 2UGHQV )UDQFLVFR $QW{QLR  HVWDYD HP FRP

 0DWLDV 6DQFKHV %UDQGmR DOIHUHV GR  5HJLPHQWR  GH &DYDODULD   SDJD   +*0
 $QW{QLR   ;DYLHU   GH   5HVHQGH   $MXGDQWH   GH   2UGHQV   GR   9LVFRQGH   GH   %DU
EDFHQD+*0
 )UDQFLVFR   $QW{QLR   5HEHOR   &HO   $M   GH   2UGHQV   GR   9LVFRQGH   GH   %DUED
FHQD+*0
 ——

SDQKLD GR 6U *RYHUQDGRU H -RmR &DUORV  YLDMDQGR QD

GLOLJrQFLD GH UHGX]LU RV FRUSRV DX[LOLDUHV DR PHVPR HVWDGR
HPTXHHVWDYDPDQWHVGR6U/XtVGD&XQKD
 ² 3HUJXQWHLOKH SHOR 6U &HO )UDQFLVFR GH 3DXOD 
H UHVSRQGHXPH TXH HVWDYD ERP PDV GHVJRVWRVR SRUTXH
R 6U *RYHUQDGRU R QmR DWHQGLD H TXH RV PHVPRV VROGDGRV
GR 5HJLPHQWR DVVLP HVWDYDP SRU IDOWD GH SDJDPHQWR H R
SRYR SHOD GHUUDPD TXH HVSHUDYDP H SHORV GLUHLWRV GR UH
JLVWR GH 0DWLDV %DUERVD TXH VH KDYLDP GH SDJDU j YLVWD
5 ² ( SHGLQGRPH FRQYHUVD PDLV SDUWLFXODU R HQ
FDPLQKHL SDUD R PHX ~QLFR TXDUWR GH FDPD 6HQWDPRQRV
H SHUJXQWRX SHOD PLQKD PROpVWLD UHODWHLOKH R PHX HVWDGR
GH VD~GH H R XVR GRV UHPpGLRV H D SRXFD HVSHUDQoD GH PH
OKRUD 'LVVHPH HQWmR ³9DPRV SDUD 0LQDV TXH ORJR VDUD
FRP DUHV EHQp¿FRV H GLIHUHQWHV´ 'HLOKH DV PLQKDV UD]}HV
GH LPSRVVLELOLGDGH H TXLV WHQWDUPH SHOD DPELomR GL]HQGR
PH ³TXH D VLWXDomR SUHVHQWH GRV SRYRV GH 0LQDV HUD GH
GHVJUDoD PDV VH HOHV WLYHVVHP D UHVROXomR GRV DPHULFDQRV
LQJOHVHV RX FDGD XP R VHX kQLPR SRGLDP VHU IHOL]HV H WHUHP
WURSDV EHP SDJDV H WRGR R QHFHVViULR SDUD D FRPRGLGDGH
GD YLGD SRUTXH R SDtV QmR Vy HUD IpUWLO HP RXUR H SHGUDV
SUHFLRVDV PDV WDPEpP GH WRGR R QHFHVViULR TXH TXLVHVVH
D LQG~VWULD SDUD D TXDO LULDP KRPHQV LQWHOLJHQWHV H TXH
ERP VHULD VH R 5LR H 6mR 3DXOR VH GHVVHP DV PmRV H TXL
VHVVHPDOLEHUGDGH
6 ² (X ¿TXHL DEVRUWR FRP D SURSRVLomR H UHYHVWLQ
GRPH GD DUWH TXH SXGH DGTXLULU GHPRQVWUHLOKH FRPR SXGH
D LPSRVVLELOLGDGH R FULPH D LQFRQWLQJrQFLD RV IDOVRV SULQ
FtSLRV HWF PDV VHPSUH HP WRP GH SHUFHEHU VH D FRQYHUVD
HUD Vy GHVDEDIR GH SUHRFXSDomR RX VH WLQKD SULQFtSLRV
FHUWRV 1DGD FROKL PDLV GR TXH GL]HUPH ³,VWR p VH SXGHU

 -RmR   &DUORV   ;DYLHU   GD   6LOYD   )HUUmR   &HO   $M   GH   2UGHQV   GR   9LVFRQGH
GH%DUEDFHQD+*0
 /XtV  GD  &XQKD  0HQHVHV  *RYHUQDGRU H  &DSLWmR  *HQHUDO  GH  0LQDV  *HUDLV
GHGHRXWXEURGHDGHMXOKRGH+*0
 )UDQFLVFR GH 3DXOD )UHLUH GH $QGUDGD FRPDQGDQWH GR 5HJLPHQWR  GH &D
YDODULDSDJDGH0LQDV*HUDLV+*0
 ——

VHU SRUTXH HX PH DFKR FRP YDORU GH H[HFXWDU D DomR GH
VXELU D SDOiFLR H VXUSUHHQGHU R 6HQKRU 9LFH5HL VH D WURSD
HVWLYHU GLVSRVWD´ ³4XH GL] 6HQKRU DOIHUHV´ 1mR WUHPH GR
TXH SURIHUH" ( WRUQDYD HOH HP DU GH PDLV VRVVHJR ³,VWR
p IDODU´ ( FDODQGRVH PH RXYLD EHP LQVWDU FRQWUD FRQ
IRUPH SRGLD ( SHGLQGROKH HX TXH PH GHFODUDVVH VH KDYLD
DOJXQV SULQFtSLRV SDUD R TXH OKH RXYLD GL]LD TXH DLQGD
TXHRVKRXYHVVHTXHHOHQXQFDGLULD
 ² $Wp TXH XOWLPDPHQWH FDODQGRVH SRU DOJXP
WHPSR VH OHYDQWRX GL]HQGRPH DGHXV H UHWLURXVH GHL[DQ
GRPH R FRQFHLWR GH ORXFR SRLV VHP WHU FRPLJR DPL]DGH
PHQRV TXDOLGDGH DOJXPD GH H[SHULrQFLD SRLV QXQFD QRV
FRUUHVSRQGHPRV FKHJRX D WRFDU HP WDLV SURSRVLo}HV H D
UHWLUDUVH TXDQGR TXLV VHP PH UHFRPHQGDU VHJUHGR DR
PHQRVQHPPRVWUDUWHPRUGHPLPSHODLQFRQFRUGkQFLD
8 ² ( SRUTXH GH VHPHOKDQWH FHQD R ¿TXHL WHPHQGR
DFDXWHOHLPH SDUD QmR PDLV IDODUOKH ² R TXH WHQKR FRQ
VHJXLGR ( FRQVWDPH TXH HOH QmR PH EXVFRX PDLV VHQmR
XPD~QLFDYH]GRTXH'HXVPHOLYUH
9 ² (VWD p SRXFR PDLV RX PHQRV D VXEVWkQFLD GD
~QLFD FRQYHUVD TXH FRPLJR WHYH R GLWR DOIHUHV TXH YHLR GDV
0LQDV FRP R RXWUR 6DQFKHV (X D UHODWR ¿HOPHQWH H FRPR
GHYRD9([DGHTXHPVRX

2EHGLHQWtVVLPRV~GLWRHRPDLVREUžFDWLYR

João José Nunes Carneiro

5LRGH-DQHLURHPGHPDLRGH

5HFRQKHoR VHU D OHWUD H VLQDO GHVWD FDUWD GR $MXGDQWH

GR 5HJLPHQWR GH $UWLOKDULD GHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR
-RmR -RVp 1XQHV &DUQHLUR SRU R WHU YLVWR HVFUHYHU QD PLQKD
SUHVHQoDHHOHPHVPRSHUDQWHPLPFRQIHVVDUVHUVXD

5LRGH-DQHLURGHPDLRGH

Marcelino Pereira Cleto

 FORMAÇÃO DE CULPA (I)
5,2'(-$1(,52

3 — INQUIRIÇÕES DE TESTEMUNHAS (I)

 ² ASSENTADA — Rio, Fortaleza da Ilha das Cobras,

18-05-1789

$RV GH]RLWR GR PrV GH PDLR GH PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD
H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR QD )RUWDOH]D GD
,OKD GDV &REUDV RQGH VH DFKD SUHVR HP FXVWyGLD R FRURQHO
GH &DYDODULD $X[LOLDU GD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV -RD
TXLP 6LOYpULR GRV 5HLV DRQGH IRL YLQGR R 'HV -RVp 3HGUR
0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV -XL] GHVWD GHYDVVD FRPLJR 0DU
FHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD
(VFULYmR WDPEpP QRPHDGR SDUD D GLWD GHYDVVD Dt LQTXLULX
DR GLWR &HO -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV GDQGROKH R MXUD
PHQWR GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV HP XP OLYUR GHOHV FXMR QRPH
FRJQRPH HVWDGR LGDGH GLWR H FRVWXPHV VmR RV TXH DR GLDQWH
VH VHJXHP GH TXH IDoR HVWD DVVHQWDGD ( HX 0DUFHOLQR
3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (V
FULYmRQRPHDGRRHVFUHYL

²Testemunha 1.ª — Joaquim Silvério dos Reis

-RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV  VROWHLUR QDWXUDO GD

&LGDGH GH /HLULD ¿OKR GR &DS -RVp $QW{QLR GRV 5HLV 0RQ
WHQHJUR H GH VXD PXOKHU ' 7HUHVD -HU{QLPD GH $OPHLGD
DVVLVWHQWH QD %RUGD GR &DPSR &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV

 $OJXQV DQRV PDLV WDUGH DFUHVFHQWDULD -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV R QRPH
SDWHUQR TXH SDVVDULD LJXDOPHQWH DR VHX ¿OKR PDLV YHOKR 0RQWHQHJUR
+*0
 ——

FRURQHO GH XP 5HJLPHQWR GH &DYDODULD $X[LOLDU GD GLWD

&DSLWDQLD GH LGDGH GH WULQWD H WUrV DQRV TXH YLYH GR UHQ
GLPHQWR GDV VXDV ID]HQGDV WHVWHPXQKD D TXHP R GLWR GH
VHPEDUJDGRU GHX R MXUDPHQWR GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV H
GHEDL[RGHOHSURPHWHXGL]HUDYHUGDGHGRTXHVRXEHVVH
1 ² ( SHUJXQWDGR HOH WHVWHPXQKD SHOR FRQWH~GR GR
DXWR GLVVH TXH ORJR TXH WLYHUD QRWtFLD GH TXH QD &DSLWDQLD
GH 0LQDV *HUDLV VH LQWHQWDYD DOJXP PRWLP H VHGLomR GHX
SDUWH DR VHX ,OPR H ([PR *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO
H TXH D PHVPD YHLR GDU DR ,OPR H ([PR 9LFH5HL H &D
SLWmR *HQHUDO GH 0DU H 7HUUD GR (VWDGR GR %UDVLO H OKD
GHX QmR Vy YRFDOPHQWH PDV SRU HVFULWR HP FDUWD GH  GR
SUHVHQWH PrV ² TXH VH DFKD MXQWD D HVWD GHYDVVD H IRUPD
SDUWH GR FRUSR GH GHOLWR GHOD ² j TXDO VH UHIHUH H VHJXQGR
D TXDO LUi GHSRQGR FRP VHSDUDomR GRV VHXV GLIHUHQWHV DU
WLJRVSHORVTXDLVWRGRVpSHUJXQWDGR
 ² 4XH FRP HIHLWR p FHUWR TXH PDQGDQGR R ,OPR
H ([PR *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GH 0LQDV *HUDLV
ID]HU UHYLVWD D WRGRV RV 5HJLPHQWRV $X[LOLDUHV GH 0LQDV
*HUDLV SRU RUGHP GH 6XD 0DMHVWDGH VH HVSDOKRX JHUDOPHQWH
QD GLWD &DSLWDQLD D YR] GH TXH HVWD UHYLVWD HUD SDUD VH
ODQoDUHP DEDL[R WRGRV RV UHJLPHQWRV GH DX[LOLDUHV TXH
WLQKDP VLGR QRYDPHQWH FULDGRV GXUDQGR R WHPSR GR DQWH
FHGHQWH JRYHUQR H FRP HIHLWR IRL LJXDOPHQWH FHUWR TXH
HOH WHVWHPXQKD FRPR FRURQHO GR GLWR UHJLPHQWR VH VHQWLX
H SHQDOL]RX GH TXH SXGHVVH YLU D H[WLQJXLUVH R VHX UHJL
PHQWR R TXDO WLQKD FULDGR SRVWR HP ERP Sp H IHLWR FRP
HOH PXLWR FRQVLGHUiYHO GHVSHVD H HP UD]mR GR VHQWLPHQWR
TXH D HVWH UHVSHLWR WLQKD FKHJRX D GL]HU ² ³4XH QmR SRGLD
OHYDU D SDFLrQFLD D SRQWR GH WHU SRVWR XP UHJLPHQWR
SURQWR H FRPSOHWR VHP ID]HU GHVSHVD D 6 0DMHVWDGH PDV
DQWHV FRP JUDQGH GHVSHVD GHOH WHVWHPXQKD H TXH YLVVH SHU
GLGDWRGDHODHRVHXGHVYHOR

 $ H[WLQomR GRV UHJLPHQWRV DX[LOLDUHV DEXVLYDPHQWH FULDGRV SHOR *RYHUQDGRU

/XtV GD &XQKD 0HQHVHV ID]LD SDUWH GDV ,QVWUXo}HV WUDQVPLWLGDV SRU HVFULWR
DR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD SHOR 0LQLVWUR 0DUWLQKR GH 0HOR H &DVWUR  +*0
 ——

3 ² 4XH LJXDOPHQWH p FHUWR TXH D HVWD H[SUHVVmR

GH VHQWLPHQWR ² TXH QmR SDVVRX GDTXHOHV OLPLWHV TXH SRGH
WHU XP OHDO H KXPLOGH YDVVDOR GH 6 0DMHVWDGH IRL D HOD
SUHVHQWH R VDUJHQWRPRU GH DX[LOLDUHV GD 9LOD GH 6mR -RmR
GHO5HL /XtV 9D] GH 7ROHGR 3L]D TXH QmR SHUGHQGR GH
YLVWD H VXSRQGR HP UD]mR GHOD TXH HOH WHVWHPXQKD HVWDYD
HP GHVJRVWR GR JRYHUQR H FRP GLVSRVLomR GH IDOWDU jV REUL
JDo}HV GH OHDO YDVVDOR LQGR HOH WHVWHPXQKD GHSRLV GHVWD
UHYLVWD GRUPLU j FDVD GR &DS -RVp GH 5HVHQGH &RVWD
TXH PRUD SHUWR GR $UUDLDO GD /DMH MXQWDPHQWH FRP RXWUDV
SHVVRDV H R GLWR 60 /XtV 9D] GH 7ROHGR 3L]D HVWH HP
FDVD GR GLWR FDSLWmR D KRUDV Mi LQFRPSHWHQWHV GD QRLWH
SURFXURX D HOH WHVWHPXQKD QR VHX TXDUWR H OKH GLVVH HP
WRGR R VHJUHGR H FDXWHOD ³TXH EHP WLQKD SUHVHQFLDGR QD
UHYLVWD GR VHX UHJLPHQWR R GHVJRVWR FRP TXH HOH WHVWHPXQKD
HVWDYD SRUpP TXH VH VHJXLVVH R SDUWLGR GHOH VDUJHQWRPRU
HP XP GLD SDJDYD D 6XD 0DMHVWDGH ¿FDYD OLYUH GD ID]HQGD
UHDO H SRGLD ID]HU XPD JUDQGH ¿JXUD QD &DSLWDQLD GH 0LQDV
*HUDLV SRLV TXH WLQKD HVWDEHOHFLPHQWR GH PDLV GH GX]HQWRV
PLO FUX]DGRV H ¿FDYD OLYUH GR TXH GHYLD j ID]HQGD UHDO TXH
OKH SHUJXQWRX TXDQWR HUD H HOH WHVWHPXQKD OKH GLVVH TXH
VHULDPTXDWURFHQWRVPLOFUX]DGRV
 ² ( TXH QD UHIHULGD RFDVLmR R VREUHGLWR VDUJHQWR
PRU OKH GHFODUDUD TXDO HUD R VHX SDUWLGR H LQWHQWR ² HP
TXH HOH H RXWURV HVWDYDP QD GLWD &DSLWDQLD ² H OKR UHIHULUD
QDIRUPDVHJXLQWH

4XH SUHWHQGLDP ID]HU XPD VXEOHYDomR QD &DSLWDQLD

GH 0LQDV *HUDLV H TXH R 'HV 7RPiV $QW{QLR *RQ]DJD TXH
WLQKD DFDEDGR R OXJDU GH RXYLGRU GH 9LOD 5LFD VH GHPR
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D %DKLD D WRPDU SRVVH GR OXJDU GH GHVHPEDUJDGRU GD GLWD
5HODomR ² SDUD TXH HVWDYD GHVSDFKDGR ² SRUTXH HVWDYD
WUDEDOKDQGR HP XUGLU D GLWD VXEOHYDomR H ID]HU D QRYD
IRUPD GH OHLV SRU TXH VH KDYLDP GH UHJHU H JRYHUQDU HP
WRGR IDYRUiYHLV DR SRYR H[LPLQGRR GR SDJDPHQWR GH DOJXQV
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 ——

5 ² 4XH R &HO ,QiFLR -RVp GH $OYDUHQJD 3HL[RWR

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GD &DPSDQKD GR 5LR GDV 0RUWHV RQGH R GLWR &HO ,QiFLR
-RVpGH$OYDUHQJD3HL[RWRWHPDVXDID]HQGD
6 ² 4XH R 3H -RVp GD 6LOYD H 2OLYHLUD 5ROLP
¿OKR GR 60 -RVp GD 6LOYD H 2OLYHLUD SULPHLUR &DL[D GRV
'LDPDQWHV SXQKD RXWURV GX]HQWRV KRPHQV SURQWRV H DU
PDGRV QR 6HUUR GR )ULR H FRP HIHLWR HUD R GLWR SDGUH
XP GRV FDEHoDV SULQFLSDLV GR GLWR WHPHUiULR LQVXOWR H R
PDLV FDSD] H GLVSRVWR SDUD HQWUDU QHOH WDQWR SHOD VXD
ULTXH]D H DEXQGkQFLD GH EHQV H UHVSHLWR TXH FRQVHUYD FRPR
SRU VHU WHPHUiULR H UHJXOR SRLV TXH VH RUGHQRX SDUD VH
HYDGLU jV SHQDV GR FULPH TXH OKH UHVXOWRX GH XPD PRUWH
TXH IH] GHÀRURX XPD LUPm GR 7HQ &HO 6LPmR 3LUHV 6DU
GLQKD ¿OKD GH )UDQFLVFD GD 6LOYD H 2OLYHLUD  H FD
VDQGRD FRP XP KRPHP EUDQFR TXLV GHSRLV GR FDVDPHQWR
FRQWLQXDU FRP HOD D PHVPD GHVRUGHP H SRUTXH R PDULGR
R QmR FRQVHQWLX OKH WLURX D PXOKHU H HOH IRL REULJDGR D
IXJLU FRP PHGR GD PRUWH TXH R GLWR SDGUH SUHWHQGLD GDU
OKH TXH HVWH PHVPR SDGUH LQGR R 'HV $QW{QLR 'LQL] GD
&UX] H 6LOYD DR 6HUUR GR )ULR D GLOLJrQFLDV PDQGDGDV ID]HU
SRU 6 0DMHVWDGH WHYH R DWUHYLPHQWR GH LU j FDVD GR GLWR
GHVHPEDUJDGRU HP RFDVLmR TXH HOH VH QmR DFKDYD QHOD
HQWUDU QR TXDUWR HP TXH WLQKD RV VHXV SDSpLV ² VHP HP
EDUJR GH R WHU IHFKDGR ² H[DPLQiORV H YrORV WRGRV TXH
VHQGR SHUVHJXLGR SHOR DQWHFHGHQWH JRYHUQR GH 0LQDV *HUDLV
FRUUHX YR] H IDPD GH TXH HOH QD UHWLUDGD GR GLWR JRYHUQR
SDUD D &RUWH R TXHULD PDQGDU HVSHUDU QR FDPLQKR H R
PDWDU H TXH DJRUD QR DWXDO JRYHUQR VH IRL PHWHU GHVSyWLFD
H DEVROXWDPHQWH QR 'LVWULWR 'LDPDQWLQR VHP RUGHP QHP
GHVSDFKR GR *RYHUQR H Ki GHOH XPD ODUJD KLVWyULD GH
FULPHVLQVXOWRVHGHVRUGHQVHSDUDWRGRVpKiELO

 +*0 )UDQFLVFD GD 6LOYD H 2OLYHLUD DPDQWH GR FRQWUDWDGRU GRV GLDPDQWHV
'HV -RmR )HUQDQGHV GH 2OLYHLUD ¿OKR FRQKHFLGD FRPR &KLFD GD 6LOYD ²
-66 &KLFD GD 6LOYD HUD LUPm GH FULDomR GR 3H 5ROLP FRPR H[HVFUDYD
GRSDL60-RVpGD6LOYDH2OLYHLUDFRPTXHPWHYHFLQFR¿OKRV
 ——

 ² 4XH WRGD HVVD JHQWH DUPDGD VH KDYLD GH HQFD

PLQKDU SDUD 9LOD 5LFD HP SHTXHQRV SDUWLGRV SDUD QmR FDXVDU
GHVFRQ¿DQoD j TXDO VH KDYLD GH MXQWDU RXWUD PDLV GR VHX
SDUWLGR H TXH j YR] TXH VH KDYLD GH HVSDOKDU GH TXH ³WDO
GLD H WDQWDV KRUDV HUD R EDWL]DGR´ KDYLD GH SULQFLSLDU R
LQVXOWR H GHVRUGHP TXH WLQKDP SUHPHGLWDGR H TXH D SUL
PHLUD DomR GHOD KDYLD GH VHU FRUWDU D FDEHoD DR ,OPR
H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR
*HQHUDO H FRP HOD GHSHQGXUDGD SHORV FDEHORV UHFLWDU XPD
DUHQJD DR SRYR TXH Mi HVWDYD IHLWD SHOR 'HV 7RPiV $QW{QLR
*RQ]DJD 4XH HP VHX OXJDU VH WLUDULD D YLGD DR DWXDO 2X
YLGRU GH 9LOD 5LFD 3HGUR -RVp $UD~MR GH 6DOGDQKD DR
HVFULYmR GD -XQWD &DUORV -RVp GD 6LOYD DR $MXGDQWH GH
2UGHQV $QW{QLR ;DYLHU GH 5HVHQGH ( SHOR TXH UHVSHLWD
DR ,QWHQGHQWH )UDQFLVFR *UHJyULR 3LUHV 0RQWHLUR %DQGHLUD
FXMD ¿GHOLGDGH HOHV QmR WLQKDP HVSHUDQoD GH SRGHU DEDODU
SDVVDULD SHOR PHVPR JROSH VH DFDVR QmR TXLVHVVH VHJXLU
H VXS}H HOH WHVWHPXQKD TXH SDUD HVWD HVSHUD OKH YDOHULD
D DPL]DGH TXH WHP FRQVHUYDGR FRP R 'HV 7RPiV $QW{QLR
*RQ]DJD

8 ² 4XH WHQGRVH GHVFREHUWR SHOD VREUHGLWD UD]mR

FRP HOH WHVWHPXQKD R UHIHULGR 60 /XtV 9D] GH 7ROHGR
3L]D H FRQVLGHUDQGRR WDOYH] HVWH H RXWURV PDLV GD FRQV
SLUDomR GR VHX SDUWLGR SDVVDGRV SRXFRV GLDV LQGR HOH WHV
WHPXQKD j 9LOD GH 6mR -RVp R YLJiULR GD PHVPD &DUORV
&RUUHLD GH 7ROHGR ² LUPmR GR GLWR 60 /XtV 9D] GH 7ROHGR
3L]D H DPERV QDWXUDLV GD &DSLWDQLD GH 6mR 3DXOR H VH
JXQGR R SDUHFHU GHOH WHVWHPXQKD GD 9LOD GH 7DXEDWp ²
OKH H[S{V GD PHVPD IRUPD R PRWLP H GHVRUGHQV TXH VH
WUDPDYD H DFUHVFHQWRX TXH QD &RPDUFD GH 6mR -RmR GHO5HL
KDYLD Mi PDLV GH VHVVHQWD KRPHQV TXH VHJXLDP R SDUWLGR
GD VXEOHYDomR TXH WLQKD UHGX]LGR R $OIHUHV GH &DYDODULD
SDJD GH 0LQDV *HUDLV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU H TXH
HQWUH HVWHV KDYLD PXLWRV GH JUDQGHV SRVVLELOLGDGHV H TXH
HVWDYDP SURQWRV D FRQFRUUHUHP SDUD HVWH QHJyFLR H JDVWDUHP
QHOHDWpR~OWLPRUHDO
 ——

9 ² 4XH QHVWD VHGLomR H GHVRUGHP HQWUDYD R WH

QHQWHFRURQHO GD &DYDODULD SDJD GH 0LQDV *HUDLV )UDQFLVFR
GH 3DXOD )UHLUH GH $QGUDGD H TXH SHOD IURX[LGmR GHVWH
Mi QmR HVWDYD WXGR H[HFXWDGR 3RUpP TXH VHP G~YLGD VH
H[HFXWDULD ORJR TXH VH SXEOLFDVVH D GHUUDPD R TXH WDPEpP
FHUWL¿FRX D HOH WHVWHPXQKD R VDUJHQWRPRU LUPmR GR GLWR
YLJiULR
10 ² 4XH -RVp ÈOYDUHV 0DFLHO ¿OKR GR &DSLWmRPRU
GH 9LOD 5LFD GR PHVPR QRPH H FXQKDGR GR 7HQ &HO GD
&DYDODULD SDJD GD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV SHOD LQWHOL
JrQFLD TXH WHP GH KLVWyULD QDWXUDO H LQVWUXomR VREUH GLIH
UHQWHV PDWpULDV ID]LD D SyOYRUD ² HP FXMD GLOLJrQFLD DQ
GDYD Mi H TXH HQWUDQGR VHX SDL GLWR &DSLWmRPRU QD FRQ
¿DQoD GH TXH HOH WRPDYD SDUWH QHVWD VHGLomR H PRWLP OKH
GLVVHUD ² ³y PHX ¿OKR QmR VHMDV LQ¿HO j QRVVD 6REHUDQD
SRUTXH VH R IRUHV VHUPHi PDLV IiFLO FRUWDUWH D FDEHoD GR
TXH YHUWH PHWLGR HP VHPHOKDQWHV SHUWXUEDo}HV´ DR TXH R
GLWR -RVp ÈOYDUHV 0DFLHO ¿OKR UHVSRQGHUD ³TXH VHX SDL
HVWDYDFDGXFR´

11 ² 4XH R GLWR YLJiULR &DUORV &RUUHLD GH 7ROHGR

OKH GLVVHUD PDLV TXH HOH WLQKD IHLWR XPD V~SOLFD DR 'HV
7RPiV $QW{QLR *RQ]DJD SDUD TXH QmR PDWDVVH DR ,OPR
H ([PR *HQHUDO GH 0LQDV *HUDLV SRUTXH WLQKD PXLWD ERQ
GDGH GH QDGD WLQKD FXOSD H VH FRPSDGHFLD GR GHVDUUDQMR
HP TXH ¿FDYDP VXD PXOKHU H VHXV ¿OKRV DR TXH R GLWR
GHVHPEDUJDGRU UHVSRQGHUD ³TXH KDYLD GH VHU R SULPHLUR
TXH KDYLD GH PRUUHU SRUTXH R EHP S~EOLFR HUD PDLV DWHQ
GtYHO TXH R SDUWLFXODU H TXH DOJXQV TXH QmR TXLVHVVHP
VHJXLU R SDUWLGR GD GHVRUGHP ORJR R IDULDP GHVGH TXH
YLVVHP R GLWR JHQHUDO PRUWR ,JXDOPHQWH OKH FHUWL¿FRX R
GLWR YLJiULR TXH R SDUWLGR GD GHVRUGHP H PRWLP TXH VH
LQWHQWDYD WLQKD QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR JUDQGH
VpTXLWR R TXH OKH KDYLD FHUWL¿FDGR R DOIHUHV GD WURSD SDJD
GH 0LQDV *HUDLV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU VXMHLWR
GH TXHP RV FDEHoDV GR PRWLP VH KDYLDP YDOLGR SDUD HVWD
 ——

DomR H TXH FHGR YLQKD D HVWD FLGDGH SDUD YHU VH SRGLD WLUDU
D YLGD DR ,OPR H ([PR 9LFH5HL H VDEHU RQGH WLQKD RV
VHXVEHQV
 ² 4XH R PHVPR YLJiULR &DUORV &RUUHLD GH 7ROHGR
SDUD FRQ¿UPDomR GH WXGR R UHIHULGR TXH WLQKD H[SRVWR D
HOH WHVWHPXQKD DFUHVFHQWDUD TXH R TXH OKH WLQKD GLWR
HUD WmR FHUWR TXH WHQGR HOH IHLWR GHPLVVmR GD VXD LJUHMD
H HVWDQGR VHX LUPmR GLWR 6DUJHQWRPRU SURQWR SDUD DPERV
SDVVDUHP j &RUWH D YiULDV GHSHQGrQFLDV H QHJyFLRV R GLWR
'HV 7RPiV $QW{QLR *RQ]DJD OKHV VXVSHQGHUD D YLDJHP
)D]HQGR FHUWR D HOH GLWR YLJiULR TXH EUHYHPHQWH OKH SR
GHULD Fi ID]HU PDLV GR TXH 6XD 0DMHVWDGH OKH KDYLD GH
OD]HU 4XH R GLWR YLJiULR UHFRPHQGDUD LJXDOPHQWH D HOH
WHVWHPXQKD WRGR R VHJUHGR H FRQFOXtUD GL]HQGR TXH Mi
QD &RPDUFD GH 6DEDUi VH KDYLD PDQGDGR PDWDU XP KRPHP
SRUTXH VDEHQGR GHVWD VHGLomR TXH VH XUGLD LQWHQWDYD
GHVFREULOD
13 ² 4XH WHQGR HOH WHVWHPXQKD HVWDV GXSOLFDGDV
QRWtFLDV VH FRQVLGHUDUD QD REULJDomR FRPR OHDO YDVVD
OR GH DV ID]HU SUHVHQWHV DR ,OPR H ([PR *RYHUQDGRU H &DSLWmR
*HQHUDO GH 0LQDV *HUDLV R TXH ¿]HUD LQGR SDUD HVVH ¿P
j &DFKRHLUD RQGH HOH VH DFKDYD H OKH H[S{V WXGR R TXH
WHPGHSRVWR
 ² 4XH R GLWR ,OPR H ([PR *HQHUDO RUGHQDUD D
HOH WHVWHPXQKD TXH SDVVDVVH D 9LOD 5LFD H TXH ¿QJLQGRVH
SDUFLDO GRV DPRWLQDGRUHV YLVVH VH GHVFREULD PDLV DOJXPD
FLUFXQVWkQFLD GHVWD VXEOHYDomR H GRV TXH QHOD HUDP HQWUDGRV
H WRPDYDP SDUWH ( FRP HIHLWR SURFXUDQGR HOH SDUD R
GLWR ¿P 'RPLQJRV GH $EUHX 9LHLUD FRQWUDWDGRU GRV Gt
]LPRV ² SRU OKH KDYHUHP FHUWL¿FDGR RV GRLV UHIHULGRV 60
/XtV 9D] GH 7ROHGR 3L]D H VHX LUPmR R 3H &DUORV &RUUHLD
GH 7ROHGR YLJiULR GH 6mR -RVp TXH HOH WDPEpP HQWUDYD
QHVWD VXEOHYDomR H PRWLP H DVVLVWLD SDUD HOD FRP GLQKHLUR ²
SURFXUDQGR DOJXPDV LGpLDV H TXHL[DQGRVH GD GXUH]D FRP
TXH RV PLQLVWURV GD -XQWD GD 5HDO )D]HQGD REULJDYDP DR
GLWR D HOH H DRV PDLV FRQWUDWDGRUHV GD UHDO ID]HQGD D ID]HU
 — 50 —

RV SDJDPHQWRV QD -XQWD FRP DOJXP WUDEDOKR FRQVHJXLX

OKH FRQIHVVDVVH TXH WDPEpP VDELD GHVWD VXEOHYDomR H PRWLP
FRQ¿UPRXOKH R TXH RV GRLV LUPmRV 6DUJHQWRPRU H YLJiULR
OKH KDYLDP GLWR H GLVVH PDLV TXH R 'HV 7RPiV $QW{QLR
*RQ]DJD OKH KDYLD GLWR QmR FRQWLQXDVVH D REUD GDV FDVDV
GH 9LOD 5LFD SRUTXH D QRYD FDSLWDO KDYLD GH VHU QD 9LOD
GH 6mR -RmR GHO5HL H TXH HOH GLWR 7HX &HO 'RPLQJRV
GH $EUHX 9LHLUD HUD GHVWLQDGR SHORV SDUFLDLV H FRQVyUFLRV
GHVWD VHGLomR D LU D 0LQDV 1RYDV OXJDU RQGH IRL VHPSUH D
VXDUHVLGrQFLDDDSURQWDUJHQWHSDUDQHODHQWUDU
15 ² 4XH GHSRLV GHVWH H[DPH TXH IH] SRU RUGHP
GR ,OPR H ([PR *HQHUDO YROWRX D IDODUOKH H H[SRU HVWDV
QRWtFLDV TXH PDLV WLQKD FRQVHJXLGR R TXDO OKH RUGHQRX TXH
VH UHFROKHVVH SDUD VXD FDVD H TXH TXDQGR IRVVH QHFHVViULR
R FKDPDULD SRU FDUWD GD VDOD SDUD QmR FDXVDU GHVFRQ¿DQoD
16 ² 4XH VHQGR FKDPDGR SHOR VREUHGLWR *HQHUDO
SDVVDGR SRXFR PDLV GH XP PrV OKH GLVVH TXH DV SURYDV GD
YHUGDGH GD VXEOHYDomR H PRWLP LQWHQWDGR GR TXDO OKH WLQKD
GDGR SDUWH WLQKDP FUHVFLGR SHODV REVHUYDo}HV TXH GHVGH
HQWmR WLQKD IHLWR D HVVH UHVSHLWR 3ULPHLUR SRUTXH WHQGRVH
LQWURGX]LGR HP VXD FDVD -RVp ÈOYDUHV 0DFLHO ¿OKR GR &D
SLWmRPRU GR PHVPR QRPH D WtWXOR GH ERD LQVWUXomR LQGR
R GLWR JHQHUDO GXDV YH]HV D VHX TXDUWR LQHVSHUDGDPHQWH
VHPSUH R DFKRX OHQGR D KLVWyULD GR OHYDQWDPHQWR GD $Pp
ULFD ,QJOHVD H p YHUGDGH TXH QD SULPHLUD RFDVLmR TXH D
HVWH UHVSHLWR IDORX DR GLWR ,OPR H ([PR *HQHUDO YLX TXH
R GLWR -RVp ÈOYDUHV 0DFLHO DQGRX VHPSUH REVHUYDQGR VH
SRGLD SHUFHEHU R TXH HOH WUDWDYD FRP R GLWR ,OPR H ([PR
*HQHUDO WDQWR DVVLP TXH QD VHJXQGD YH] KRXYH GD SDUWH
GR GLWR ,OPR H ([PR *HQHUDO D FDXWHOD GH ID]HU TXH HOH
SRU GLIHUHQWH H SUHWH[WDQGR PRWLYR HVWLYHVVH IRUD GH FDVD
6HJXQGD TXH R 'HV 7RPiV $QW{QLR *RQ]DJD R SURFXUDUD
HP XPD QRLWH QR VtWLR GD &DFKRHLUD RQGH R ,OPR H ([PR
*HQHUDO VH DFKDYD H DOL PHVPR SURFXURX WUDYDU SRU YH]HV
XPD FRQYHUVDomR FRQKHFLGDPHQWH VHGLFLRVD H TXH EHP GDYD
D FRQKHFHU RV FULPLQRVRV LQWHQWRV HP TXH DQGDYD 7HUFHLUD
TXH OKH KDYLD PDLV FRQVWDGR TXH HQWUDQGR QHVWD VHGLomR
 — 51 —

H PRWLP R 'U &OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD HVWH LQGR HP XPD
RFDVLmR j VXD FDVD R Mi GLWR $OI -RDTXLP -RVp GD 6LOYD
;DYLHU SDUWLUD FRP HOH H OKH GLVVHUD TXH QmR WRUQDVVH PDLV
j VXD FDVD SRLV SHOD VROWXUD ODVVLGmR H IDOWD GH FDXWHOD FRP
TXH IDODYD QD SUHWHQGLGD VHGLomR KDYLD GH GHLWDU D SHUGHU
WXGR
 ² 4XH LQGR HOH WHVWHPXQKD SDUD 9LOD 5LFD TXDQGR
D HVWH UHVSHLWR IRL FKDPDGR SRU FDUWD GD VDOD GR ,OPR H
([PR *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO ² HQFRQWURX QR VtWLR
FKDPDGR GR (QJHQKR GR &DPSR DR $OI -RDTXLP -RVp GD
6LOYD ;DYLHU TXH YLQKD SDUD HVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR
H QR HQFRQWUR OKH GLVVHUD ² ³/i YRX WUDEDOKDU SDUD VL´ 
( LJXDOPHQWH SHUJXQWRX D HOH WHVWHPXQKD VH OHYDYD PXLWR
GLQKHLUR SDUD D ID]HQGD UHDO DR TXH HOH UHVSRQGHUD
³TXH DOJXP OHYDYD´ H R GLWR DOIHUHV OKH GLVVH TXH R QmR
PHWHVVH
18 ² 4XH DR SULPHLUR GLWR TXH QHVWH HQFRQWUR GLVVH
R GLWR DOIHUHV D HOH WHVWHPXQKD HVWDYD SUHVHQWH R &DS
-RVp /RXUHQoR )HUUHLUD DR TXDO HOH WHVWHPXQKD GLVVH TXH
UHSDUDVVH QDTXHOH GLWR H R &DS 3DFt¿FR 3HUHLUD RV TXDLV
LDP GH FRPSDQKLD FRP HOH WHVWHPXQKD SDUD 9LOD 5LFD
19 ² 4XH YLQGR HOH WHVWHPXQKD SDUD HVWD FLGDGH
SHOD UD]mR Mi GLWD QHOD WRUQRX D HQFRQWUDU DR GLWR $OI
-RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU R TXDO UHSHWLGDV YH]HV OKH
WDORX QD GLWD SUHWHQGLGD VHGLomR H PRWLP FRQ¿UPDQGR
VHPSUH R TXH D UHVSHLWR GHOD WLQKDP GLWR D HOH WHVWHPXQKD
R 60 /XtV 9D] GH 7ROHGR 3L]D VHX LUPmR YLJiULR GH 6mR
-RVp &DUORV &RUUHLD GH 7ROHGR H R 7HQ &HO 'RPLQJRV GH
$EUHX9LHLUD
 ² 4XH R GLWR $OI -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU VH
TXHL[DYD PXLWR GR VHX 7HQ &HO )UDQFLVFR GH 3DXOD )UHLUH
GH $QGUDGD GL]HQGR TXH HUD XP EDQDQD H TXH VH QmR IRVVH

 (VWD p D SULPHLUD UHIHUrQFLD IHLWD SRU -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV j SDUWL
FLSDomR GH &OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD VHX DGYRJDGR QD &RQMXUDomR GH
0LQDV+*0
 ——

D VXD IURX[LGmR Mi WXGR SRGLD HVWDU IHLWR R TXH UHSHWLGDV

YH]HVGLVVHRGLWRDOIHUHVDHOHWHVWHPXQKD
 ² 4XH R GLWR DOIHUHV WDPEpP UHSHWLGDV YH]HV
GLVVH D HOH WHVWHPXQKD TXH WLQKD PXLWD SUHFLVmR GH LU ORJR
SDUD 9LOD 5LFD SRUTXH HVWDYD SDUD FKHJDU D HVWD FLGDGH
D IUDJDWD TXH KDYLD GH FRQGX]LU RV TXLQWRV SDUD 3RUWXJDO
H TXH HUD QHFHVViULR LU DSUHViORV FRPR HQWUH RV FRQVyFLRV
GHVWD VHGLomR VH WLQKD DMXVWDGR H TXH VH R ,OPR H ([PR
9LFH5HL OKH GHVVH GHVSDFKR SDUD LU PHOKRU VH DUUXPDYD H
GLULJLD SRUpP TXH VH OKR QmR GHVVH IXJLD ( TXH R SULPHLUR
TXH HP 0LQDV *HUDLV LD PDWDU HUD R ,OPR H ([PR *RYHUQD
GRUH&DSLWmR*HQHUDOGDGLWD&DSLWDQLD
 ² 4XH SURFXUDQGR R GLWR $OI -RDTXLP -RVp GD
6LOYD ;DYLHU GHVSDFKR DR ,OPR H ([PR 9LFH5HL GR (VWDGR
HVWH OKR GL¿FXOWRX GHEDL[R GH YiULRV SUHWH[WRV SHOR TXH R
GLWR DOIHUHV VH GLVS{V D IXJLU 'LIHUHQWHV YH]HV GLVVH D HOH
WHVWHPXQKD TXH IXJLD 3HGLXOKH GLQKHLUR HPSUHVWDGR SDUD
D IXJD H QmR OKR GDQGR YHQGHX XP PXODWR H DQWHV GH VH
YHUL¿FDU D IXJLGD IRL SUHVR HVWDQGR RFXOWR FRP XP EDFD
PDUWH FDUUHJDGR H SURQWR D GDU IRJR ( PDLV QmR GLVVH H
SHUJXQWDGR SHORV FRVWXPHV QDGD GLVVH ( HX 0DUFHOLQR 3H
UHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GD &RPDUFD H (VFULYmR
QRPHDGR R HVFUHYL H R GLWR 'HVHPEDUJDGRU R DVVLQRX FRP
D UHIHULGD WHVWHPXQKD GHSRLV GHVWH OKH VHU OLGR H R DFKDU
QDYHUGDGH

Torres — Joaquim Silvério dos Reis

²ASSENTADA — Rio, Casa do Des. Torres, 20-05,1789

$RV YLQWH GH PDLR GH PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD H QRYH

QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR HP FDVDV GH UHVLGrQFLD GR
'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV -XL] QRPHDGR SDUD
HVWD GHYDVVD DRQGH HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H
&RUUHJHGRU GHVWD &RPDUFD H (VFULYmR WDPEpP QRPHDGR SDUD
D GLWD GHYDVVD IXL YLQGR H LQTXLULX R GLWR 'HVHPEDUJDGRU
DV WHVWHPXQKDV DEDL[R DVVLQDGDV FXMRV QRPHV FRJQRPHV
 — 53 —

PRUDGDV HVWDGRV RItFLRV LGDGHV GLWRV H FRVWXPHV WXGR p

R TXH DR GLDQWH VH VHJXH GH TXH SDUD FRQVWDU IDoR
HVWD $VVHQWDGD ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H
&RUUHJHGRU GHVWD &RPDUFD GR 5LR GH -DQHLUR H (VFULYmR
QRPHDGR SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD SHOR ,OPR H ([PR 9LFH
5HL H &DSLWmR *HQHUDO GH 0DU H 7HUUD GR (VWDGR GR %UDVLO
RHVFUHYL

²Testemunha 2.ª — João José Nunes Carneiro

-RmR -RVp 1XQHV &DUQHLUR QDWXUDO GD 9LOD GR &DHWp

&RPDUFD GH 6DEDUi &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV ¿OKR GR
60 'RPLQJRV 1XQHV &DUQHLUR H GH ' (VFROiVWLFD 0DULD GD
6LOYHLUD DMXGDQWH GR 5HJLPHQWR GH $UWLOKDULD GHVWD FLGDGH
H QHOD DVVLVWHQWH VROWHLUR TXH YLYH GR VHX VROGR WHVWHPXQKD
D TXHP R GLWR GHVHPEDUJDGRU GHX R MXUDPHQWR GRV 6DQWRV
(YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU D YHUGDGH GR
TXH VRXEHVVH 3HOR TXH UHVSHLWD j VXD LGDGH GLVVH VHU GH
TXDUHQWDHTXDWURDQRV
 ² ( SHUJXQWDGR HOH WHVWHPXQKD SHOR FRQWH~GR QR
DXWR GLVVH TXH HOH QmR WHP RXYLGR D UHVSHLWR GR TXH
VH SHUJXQWD QR DXWR QRWtFLDV DOJXPDV H TXH VREUH HVWD PDWpULD
VRPHQWH VDEH R TXH HQWUH HOH VH SDVVRX H R DOIHUHV GH &D
YDODULD SDJD GD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV -RDTXLP -RVp
GD 6LOYD ;DYLHU R TXDO HVWDQGR HOH WHVWHPXQKD QR VHX
TXDUWHO FRP SDUWH GH GRHQWH R SURFXURX VHP TXH HOH WLYHVVH
DQWHFHGHQWHDPL]DGHHVyXPSHTXHQRFRQKHFLPHQWR
3 ² 3HUJXQWDQGROKH SHOR HVWDGR GH VXD VD~GH TXH
HOH WHVWHPXQKD OKH GLVVH QmR VHU ERP R FRQYLGRX SDUD TXH
VH SDVVDVVH j &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV RQGH VH UHVWDEHOH
FHULDFRPDUHVPDLVSXURVHVDGLRV
 ² 3DVVDQGR GHSRLV D IDODU QR TXH UHVSHLWDYD DR
JRYHUQR H HVWDGR GRV SRYRV GH 0LQDV *HUDLV PRVWURX R GLWR
DOIHUHV GHVFRQWHQWDPHQWR JUDQGH GR JRYHUQR 2V SRYRV HV
WDYDP QR PHVPR HP UD]mR GD GHUUDPD TXH VH HVSHUDYD
H GH WHUHP GH SDJDU j YLVWD QR UHJLVWR GH 0DWLDV %DUERVD
 ——

RV GLUHLWRV TXH SHUWHQFHP j )D]HQGD 5HDO SHORV TXDLV DWp

DJRUDVHFRQFHGLDHVSHUD
5 ² 4XH LJXDOPHQWH HVWDYD QR PHVPR GHVJRVWR R 7HQ
&HO GH &DYDODULD SDJD )UDQFLVFR GH 3DXOD )UHLUH GH $Q
GUDGD H RV VROGDGRV GR VHX 5HJLPHQWR SRU IDOWD GH
SDJDPHQWR
6 ² 3DVVDQGR R GLWR DOIHUHV D UHSHWLU D HOH WHVWH
PXQKD DV SHUVXDV}HV SDUD LU SDUD D &DSLWDQLD GH 0LQDV
*HUDLV DFUHVFHQWRX TXH D VLWXDomR GHOD HUD SUHVHQWHPHQWH
GH GHVJUDoD SRUpP TXH VH OHPEUDGRV GRV DPHULFDQRV LQ
JOHVHV WRPDVVHP D PHVPD UHVROXomR VH GHVVHP FRP D GLWD
&DSLWDQLD DV PmRV jV GR 5LR GH -DQHLUR H GH 6mR 3DXOR
VH TXLVHVVHP D OLEHUGDGH D WHULDP ORJR DVVLP FRPR DEXQ
GkQFLD GH WXGR SRLV TXH R SDtV HUD IpUWLO GH RXUR SHGUDV
SUHFLRVDV H GH WXGR R PDLV TXH VH TXLVHVVH H SURFXUDVVH
4XH SDUD WXGR KDYLD PXLWRV KRPHQV LQWHOLJHQWHV WHULDP
WURSDV EHP SDJDV H WXGR R PDLV QHFHVViULR H TXH VH WRGRV
WLYHVVHP R VHX kQLPR SRGLDP VHU IHOL]HV (OH R WLQKD VH D
WURSD HVWLYHVVH GLVSRVWD D VXELU DR SDOiFLR GR ,OPR H ([PR
9LFH5HLSDUDVXUSUHHQGrORHDWDFiOR
 ² 'HVWDV SURSRVLo}HV ¿FRX HOH WHVWHPXQKD DEVRUWR
H DGPLUDGR OHPEUDQGR DR GLWR DOIHUHV H LQVWDQGROKH FRP
D LPSRVVLELOLGDGH GH VHPHOKDQWHV SURMHWRV 2 DOIHUHV OKH
UHVSRQGLD TXH DTXLOR HUD IDODU H DGLDQWDQGRVH HOH WHVWH
PXQKD D SHUJXQWDU VH SDUD HOH IDODU GDTXHOH PRGR KDYLD
DOJXQV SULQFtSLRV UHVSRQGHXOKH TXH DLQGD TXH RV KRXYHVVH
RV QmR GHFODUDULD DWp TXH XOWLPDPHQWH OHYDQWDQGRVH VH
UHWLURX

 (VWD UHIHUHQFLD GH 7LUDGHQWHV DR HVIRUoR FRQMXQWR GDV &DSLWDQLDV GH 0LQDV
OHUDLV GR 5LR GH -DQHLUR H GH 6mR 3DXOR QR VHQWLGR GH XQLGDV OXWDUHP
SHOD VXD OLEHUGDGH p GLJQD GH DSUHFLDomR 1HVVD RSRUWXQLGDGH RV FRQMXUDGRV
DFDEDUDP IDOKDQGR PDV WULQWD DQRV PDLV WDUGH GD XQLmR GRV WUrV Mi
HQWmR 3URYtQFLDV GXUDQWH D UHJrQFLD GR 3UtQFLSH ' 3HGUR VXUJLULD D
,QGHSHQGrQFLD GR %UDVLO 2 ¿OKR GH ' -RmR 9, GH IDWR Vy VH DQLPRX
D WRPDU D VL D UHVSRQVDELOLGDGH GD VHSDUDomR GRV GRLV SDtVHV ² 3RUWXJDO
H %UDVLO ² GHSRLV GH DVVHJXUDUVH GH DQWHPmR GR DSRLR ¿UPH TXH OKH
SUHVWDULDPFDULRFDVSDXOLVWDVHPLQHLURV+*0
 — 55 —

8 ² 4XH D HOH WHVWHPXQKD OKH SDUHFHUD WXGR LVWR D

FRQYHUVD GH XP ORXFR HVSHFLDOPHQWH QmR WHQGR FRPR Mi
GLVVH DQWHFHGHQWH DPL]DGH FRP R GLWR DOIHUHV 3RUpP YHQGR
TXH QD GLWD FRQYHUVDomR WLQKD SURIHULGR R GLWR DOIHUHV SUR
SRVLo}HV VXPDPHQWH HVFDQGDORVDV H HP SRQWR WmR LPSRUWDQ
WH VH FRQVLGHUDUD QD REULJDomR GH GDU SDUWH GH WXGR DR
,OPRH([PR9LFH5HLGR(VWDGRGR%UDVLO
9 ² 1mR SHUPLWLQGR D VXD JUDYH PROpVWLD TXH ORJR
SHVVRDOPHQWH R SXGHVVH ID]HU FRPR TXHULD SHOR VHJUHGR
H FDXWHOD FRP TXH GHYLD WUDWDU VHPHOKDQWH PDWpULD VHP TXH
DLQGD WLYHVVH GDGR SDUWH GH SURQWR QR VHX 5HJLPHQWR VH
UHVROYHX D SDUWLFLSDU DR ,OPR H ([PR 9LFH5HL SRU HVFULWR
R TXH FRP R GLWR DOIHUHV SDVVDUD FRPR IH] HP FDUWD GH GH]
GH PDLR GR SUHVHQWH DQR D TXDO HVWi MXQWD D HVWD GHYDVVD
ID]HQGRSDUWHGRFRUSRGHGHOLWRGHOD
10 ² ( QmR SDVVRX WDPEpP D SUHQGHU R GLWR DOIHUHV
SRUTXH R HVWDGR GH VXD VD~GH OKH QmR SHUPLWLD jTXHOH WHPSR
DWDFiOR H SUHQGrOR H R FRQVLGHURX WDPEpP FRPR IUHQpWLFR
H ORXFR 3RVWHULRUPHQWH RXYLX GL]HU SXEOLFDPHQWH TXH R
GLWR DOIHUHV IRUD SUHVR SRU TXHUHU IXJLU H TXH VH OKH DFKDUD
XP EDFDPDUWH FDUUHJDGR H SURQWR D GDU IRJR ( PDLV QmR
GLVVH QHP GRV FRVWXPHV H DVVLQRX FRP R GLWR 'HVHPEDU
JDGRU ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU
GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD GHYDVVD R
HVFUHYL

Torres — João José Nunes Carneiro

²Testemunha 3.ª — Jerônimo de Castro e Sousa 

-HU{QLPR GH &DVWUR H 6RXVD DOIHUHV GR 5HJLPHQWR GH

&DYDODULD $X[LOLDU GHVWD &DSLWDQLD GR 5LR GH -DQHLUR QD
WXUDO H DVVLVWHQWH QHVWD FLGDGH GH LGDGH GH WULQWD H VHLV DQRV

 2 PDLV DQWLJR GRFXPHQWR HVFULWR QD tQWHJUD SRU -RDTXLP -RVp GD 6LOYD
;DYLHU GHSRLV GH VXD LQFRUSRUDomR QR GLD Oƒ GH GH]HPEUR GH  QD 
&RPSDQKLD GR 5HJLPHQWR GH &DYDODULD 5HJXODU GD &DSLWDQLD GH 0LQDV
*HUDLVWUD]DGDWDGHGHMDQHLURGHHID]UHIHUrQFLDjWHVWHPXQKD
 — 56 —

FDVDGR TXH YLYH GDV VXDV ODYRXUDV WHVWHPXQKD D TXHP R

GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R MXUDPHQWR GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV
H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU D YHUGDGH GR TXH VRXEHVVH
  ( SHUJXQWDGR HOH WHVWHPXQKD SHOR FRQWH~GR GR
DXWR GLVVH TXH QmR WHP D UHVSHLWR GHOH QRWtFLDV DOJXPDV
TXH Vy VHQGR HP XPD QRLWH GR PrV GH DEULO GR SUHVHQWH
DQR IRL HOH WHVWHPXQKD j FDVD GH 9DOHQWLP /RSHV GD &XQKD
TXH PRUD QD 5XD GR 2XYLGRU YLVLWiOR H j VXD LUPm 0{QLFD
$QW{QLD YL~YD H FRPDGUH GHOH WHVWHPXQKD TXH FRP HOH
YLYH H Dt HQFRQWURX D -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU DOIHUHV
GR 5HJLPHQWR GH &DYDODULD SDJD GH 0LQDV *HUDLV R TXDO
QHVWD FLGDGH p EHP FRQKHFLGR SHOD KDELOLGDGH GH SRU H WLUDU
GHQWHV GHSRLV HQWURX WDPEpP QD GLWD FDVD R VROGDGR 0DQXHO
&RUUrD 9DVTXHV TXH DQGDYD QD SUHWHQVmR GH GDU EDL[D
SHUJXQWDQGROKH D GLWD 0{QLFD $QW{QLD FRPDGUH GHOH WHV
WHPXQKD FRPR SDVVDYD R GLWR VROGDGR TXH DJRUD Mi FRQ
VHJXLX EDL[D H VH DFKD IRUD GHVWD FLGDGH OKH UHVSRQGHX
TXH ² ³FRPR VROGDGR YLYLD PXLWR GHVHMRVR GH GDU EDL[D
GH VH YHU HP VXD FDVD D WUDWDU GD VXD ID]HQGD RXYLQGR R
GLWR DOIHUHV D UHIHULGD UHVSRVWD FRPR ORXFR VH OHYDQWRX H
SDVVHDQGR SHOD FDVD GLVVH TXH HUD EHP IHLWR VRIUHVVH HOH D
SUDoD H TXH R DoRLWDVVHP D HOH H D WRGRV FRPR QHJURV SRLV
TXH RV FDULRFDV  H DPHULFDQRV HUDP IUDFRV YLV SDWLIHV
SXVLOkQLPHV H GH EDL[RV HVStULWRV SRGHQGR SDVVDU VHP R
MXJR TXH VRIULDP H YLYHUHP LQGHSHQGHQWHV GR 5HLQR R WR
OHUDYDP PDV VH KRXYHVVH DOJXQV FRPR HOH GLWR DOIHUHV
-RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU TXH WDOYH] IRVVH RXWUD FRLVD

HQWmR VLPSOHV VROGDGR ³$WHVWR H FHUWL¿FR SRU LQIRUPDomR TXH WHQKR TXH
R VROGDGR -HU{QLQLR GH &DVWUR H 6RXVD FRQGX]LX GR 6HUUR )ULR R DUPD
PHQWR GH 6 0DMHVWDGH HP VHWH EHVWDV GH DOXJXHO H DV HQWUHJRX QHVWH
DUPD]pP 9LOD 5LFD  GH MDQHLUR GH  D -RDTXLP -RVp GD 6LOYD
;DYLHU 2 $OIHUHV FRP YH]HV GH 4XDUWHO 0HVWUH´ $UTXLYR 1DFLRQDO 5LR
GH-DQHLUR&ROHomRGD&DVDGRV&RQWRV
&RQYpP REVHUYDU TXH HQTXDQWR -HU{QLPR GH &DVWUR H 6RXVD ID]LD
FDUUHLUD UiSLGD GH VROGDGR HP  D DOIHUHV HP  R 7LUDGHQWHV
PDUFDYDSDVVRQRPHVPRSRVWRHPTXHLQJUHVVDUDQDWURSDSDJD+*0

2EVHUYHVHRXVRGDH[SUHVVmRFDULRFDTXHPXLWRVMXOJDPWHUVXUJLGR
HPpSRFDSRVWHULRU+*0
 ——

H TXH HOH DJRUD UHFHDYD KRXYHVVH OHYDQWH QD &DSLWDQLD GH

0LQDV *HUDLV HP UD]mR GD GHUUDPD TXH VH HVSHUDYD SRLV
KDYLD QR SRYR GD GLWD &DSLWDQLD JUDQGH Q~PHUR GH EUDQFRV
PXODWRV H QHJURV ² FXMR Q~PHUR GLVVH SRU SRXFR PDLV RX
PHQRV ² GR TXDO HOH WHVWHPXQKD QmR VH OHPEUD H TXH
VHULD HP VHPHOKDQWHV FLUFXQVWkQFLDV IiFLO R GLWR OHYDQWH DR
TXH R GLWR 9DOHQWLP /RSHV GD &XQKD H VXD LUPm 0{QLFD
$QW{QLD DFXGLUDP DR UHIHULGR DOIHUHV TXH QmR IDODVVH HP
VHPHOKDQWHV GHVSURSyVLWRV H TXH HP VXD FDVD QmR TXHULDP
FRQYHUVDVGHVWDTXDOLGDGH
 ² 2 VROGDGR 0DQXHO &RUUHLD 9DVTXHV ¿FRX SDV
PDGR H VH IRL HPERUD VHP VH GHVSHGLU HOH WHVWHPXQKD
WDPEpP OKH GLVVH TXH QmR SURIHULVVH VHPHOKDQWHV GHVSUR
SyVLWRV H VH IRL HPERUD DERUUHFLGR GH YHU VHPHOKDQWH ORXFR
HRWHYHSRUWDOHRVPDLV
3 ² 3RXFR GHSRLV IRL HOH WHVWHPXQKD SDUD VXD URoD
H FKHJDQGR GHOD D TXDWRU]H GR SUHVHQWH PrV WHYH QRWtFLDV
GH TXH R UHIHULGR DOIHUHV IRUD SUHVR DQGDQGR Mi UHIXJLDGR
DFKDQGRVHOKH XP EDFDPDUWH FDUUHJDGR H SURQWR D GDU IRJR
R TXH R IH] UHFRUGDU GR TXH VH WLQKD SDVVDGR HP VXD SUH
VHQoD 5HÀHWLQGR TXH DTXHOD FRQYHUVD GR GLWR DOIHUHV SRGLD
VHU GH DOJXPD FRQVHTrQFLD ORJR D GHQXQFLRX DR ,OPR H
([PR 9LFH5HL SRU FDUWD GH TXLQ]H GR SUHVHQWH PrV D TXDO
VHQGROKH PRVWUDGD SHOR GLWR 'HVHPEDUJDGRU QD PLQKD
SUHVHQoD UHFRQKHFHX VHU D SUySULD H D HOD VH UHIHULD HP
WRGR HVWH VHX MXUDPHQWR ( PDLV QmR GLVVH QHP GRV FRV
WXPHV H DVVLQRX FRP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU ( HX 0DUFH
OLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H
(VFULYmRQRPHDGRRHVFUHYL

Torres — Jerônimo de Castro e Sousa

 ² Testemunha referida (Por T. 3.ª) Valentim Lopes

da Cunha

9DOHQWLP /RSHV GD &XQKD FDVDGR QDWXUDO H DVVLV

WHQWH QHVWD FLGDGH j 5XD GR 2XYLGRU GH LGDGH GH WULQWD DQRV
 — 58 —

SRXFR PDLV RX PHQRV TXH YLYH GR VHX RItFLR GH ODSLGDULGR
D TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R MXUDPHQWR GRV 6DQWRV
(YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU D YHUGDGH GR
TXHVRXEHVVH
 ² ( SHUJXQWDGR SHOR UHIHULPHQWR TXH QHOH IH] D
WHVWHPXQKD GR Q~PHUR WHUFHLUR DOIHUHV -HU{QLPR GH &DVWUR
H 6RXVD GLVVH VHU HP WXGR H SRU WXGR YHUGDGHLUR QD IRUPD
TXH VH DFKD HVFULWR QR VHX GHSRLPHQWR TXH OKH IRL OLGR H
TXH WDPEpP HOH WHVWHPXQKD WHYH DR GLWR DOWHUHV -RDTXLP
-RVp GD 6LOYD ;DYLHU SRU ORXFR H TXH SRU HVWD UD]mR R QmR
GHQXQFLRXORJR
3 ² 3RUpP WHQGR QRWtFLD GH TXH IRUD SUHVR DQGDQGR
Mi UHIXJLDGR H TXH OKH IRUD DFKDGR XP EDFDPDUWH FDUUHJD
GR SURQWR SDUD GDU IRJR HQWURX HP GHVFRQ¿DQoD GD GLWD
FRQYHUVD SRU LVWR GHQXQFLRX ORJR DR ,OPR H ([PR 9LFH
5HL GR (VWDGR SRU FDUWD VHQGROKH HVWD PRVWUDGD SHOR GLWR
'HVHPEDUJDGRU D UHFRQKHFHX SHOD SUySULD H D HOD HP WXGR
H SRU WXGR VH UHSRUWD FRPR SDUWH GHVWH MXUDPHQWR ( PDLV
QmR GLVVH QHP GRV FRVWXPHV H DVVLQRX FRP R GLWR 'HVHP
EDUJDGRU ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUH
JHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD GHYDVVD R
HVFUHYL

Torres — Valentim Lopes da Cunha

²Testemunha ²Manuel Luís Pereira

0DQXHO /XtV 3HUHLUD IXUULHO GR 5HJLPHQWR GH $UWL

OKDULD GHVWD FLGDGH QDWXUDO H DVVLVWHQWH QHVWD PHVPD FL
GDGH j 5XD GDV 9LRODV GH LGDGH GH WULQWD H TXDWUR DQRV
SRXFR PDLV RX PHQRV FDVDGR TXH YLYH GR VHX VROGR WHV
WHPXQKD D TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R MXUDPHQWR
GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU D
YHUGDGHGRTXHVRXEHVVH
 ² ( SHUJXQWDGR HOH WHVWHPXQKD SHOR FRQWH~GR GR
DXWR GLVVH TXH D UHVSHLWR GHOH Vy VDELD TXH HVWDQGR HOH
 — 59 —

WHVWHPXQKD QD )D]HQGD GD 5RFLQKD GR )DJXQGHV  TXH

p GR VHX VRJUR )UDQFLVFR *RQoDOYHV 7HL[HLUD QR FDPLQKR
GH 0LQDV *HUDLV QR PrV GH DEULO LQGR SDUD D )D]HQGD GDV
&HERODV  TXH WDPEpP p GR GLWR VHX VRJUR HQFRQWURX QR
FDPLQKR XQV WURSHLURV TXH LDP ULQGR H PRIDQGR DRV TXDLV
QmR FRQKHFH SHUJXQWDQGROKHV D UD]mR GR VHX ULVR OKH GLV
VHUDP TXH HVWDYDP ID]HQGR ]RPEDULD GH XP GRLGR TXH HUD
R DOWHUHV GD 3DWUXOKD SHUJXQWDQGR HOH WHVWHPXQKD D UD]mR
SRU TXH R WUDWDYDP GH ORXFR UHVSRQGHUDP TXH SRU HOH OKHV
HVWDU GL]HQGR TXH RV SRYRV GH 0LQDV SRGLDP YLYHU LQGH
SHQGHQWHV GH 3RUWXJDO FRQWLQXRX GHSRLV HOH WHVWHPXQKD
R VHX FDPLQKR H HQFRQWURX R DOIHUHV GH &DYDODULD SDJD GH
0LQDV *HUDLV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU H YHLR QR FRQKH
FLPHQWR VHU R PHVPR GH TXHP OKH IDODUDP RV WURSHLURV
SRUTXH HQWUDQGR HP FRQYHUVDomR HOH OKH SURIHULX D PHVPD
HVHPHOKDQWHVSURSRVLo}HV
² ,QVWDQGR HOH WHVWHPXQKD FRP D GHSHQGrQFLD TXH
KDYLD QD $PpULFD GH DOJXQV JrQHURV GR 5HLQR H FRP D REH
GLrQFLD H ¿GHOLGDGH TXH VH GHYLD D 6XD 0DMHVWDGH R GLWR
DOIHUHV OKH UHVSRQGHX ² $K 9RVVD 0HUFr WDPEpP p GD
TXHOHV TXH WrP PHGR GR EDFDOKDX ² H FRP LVWR VH VHSDUD
UDP H FKHJDQGR HOH WHVWHPXQKD D HVWD FLGDGH QR SULQFtSLR
GR PrV GH PDLR ORJR IRL GDU SDUWH DR ,OPR H ([PR 9LFH5HL
GRTXHRXYLUDGL]HUDRGLWRDOIHUHV
1 ² 6XD ([D OKH RUGHQRX TXH VH FDODVVH H GR PDLV
TXH IRVVH VDEHQGR OKH GHVVH SDUWH 3RVWHULRUPHQWH WLYHUD
QRWtFLD TXH R GLWR DOIHUHV IRUD SUHVR DQGDQGR UHIXJLD
GR H TXH OKH IRUD DFKDGR XP EDFDPDUWH FDUUHJDGR SURQWR SDUD
GDU IRJR ( PDLV QmR GLVVH QHP GRV FRVWXPHV H DVVLQRX
FRP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHSRLV GHVWH OKH VHU OLGR H R
DFKDU QD YHUGDGH ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU
H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD
GHYDVVDRHVFUHYL
Torres — Manuel Luís Pereira

 /RFDOL]DGD QR DWXDO 6DFR GR )DJXQGHV 0XQLFtSLR GH 3HWUySROLV ² 5-   -66
 $WXDO 'LVWULWR GH ,QFRQ¿GrQFLD GR 0XQLFtSLR GH 3DUDtED GR 6XO ² 5-   -66
 — 60 —

4 - CONCLUSÃO

Rio, Casa do Escrivão Cleto, 22-05-1789

$RV  GR PrV GH PDLR GR DQR GH PLO VHWHFHQWRV H
RLWHQWD H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR HP FDVDV
GH PLQKD UHVLGrQFLD ¿] HVWD GHYDVVD FRQFOXVD DR 'HVHP
EDUJDGRU -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV -XL] GHVWD
GHYDVVD SRU HOH DVVLP PH KDYHU GHWHUPLQDGR ( HX 0DU
FHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD
H(VFULYmRQRPHDGRSDUDHVWDGHYDVVDRHVFUHYL

CONCLUSOS — Rio, Casa do Des. Torres, 22-05-1789

(Despacho)

  2 (VFULYmR GHVWD GHYDVVD MXQWH D HOD D FDUWD GH

RItFLR GR ,OPR H ([PR 9LFH5HL GR (VWDGR GH  GR SUH
VHQWH PrV FRP DV TXH D DFRPSDQKDUDP GR ,OPR H ([PR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD GH  GH PDLR GH  GR &HO
-RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV GH  GH DEULO GH %DVtOLR GH
%ULWR 0DOKHLUR GR /DJR GH  GH ,QiFLR &RUUHLD 3DPSORQD
GH  GR GLWR PrV H DQR SRUTXH WRGDV FRQFRUUHP SDUD VH
YLU DR FRQKHFLPHQWR GRV UpXV GR GHOLWR SRU TXH VH SURFHGH
D HVWD GHYDVVD VHJXQGR R DXWR GHOD 5HFRQKHoD H UXEULTXH
DV FDUWDV GH  GH PDLR GR PHVPR DQR GH -HU{QLPR GH &DVWUR
H 6RXVD H D GH 9DOHQWLP /RSHV GD &XQKD H VXD LUPm 0{QLFD
$QW{QLD
 ² &RPR DV WHVWHPXQKDV DWp DTXL SHUJXQWDGDV Mi
FRQVWLWXHP UpX FXOSDGR DR DOIHUHV GD &DYDODULD SDJD GH
0LQDV *HUDLV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU H HVWH HUD DX
[LOLDGR SDUD D IXJD TXH SUHWHQGLD ID]HU SHOR FDSLWmR GR
5HJLPHQWR GH 9ROXQWiULRV GH 6mR 3DXOR 0DQXHO -RDTXLP
)RUWHV RX 0DQXHO -RDTXLP GH 6i 3LQWR TXH HVFUHYHX D
FDUWD TXH DJRUD PDQGR MXQWDU FRP R ¿P GH TXH R IDYR
UHFHVVHP QD IXJD TXH Mi PDOLFLRVDPHQWH SRU LVVR GHL[RX
GH DVVLQDU 3RU LVVR PDQGDQGRVHOKH TXH H[SXVHVVH SRU
HVFULWR R TXH GL]LD TXHULD UHSUHVHQWDU D 6 ([D (VFUHYHX
 — 61 —

DR $M GH 2UGHQV GR JRYHUQR D RXWUD TXH LJXDOPHQWH PDQGR
VH MXQWH SDUD PHOKRU DYHULJXDomR GR GLVIDUFH GD OHWUD GD
SULPHLUD GR TXH UHVXOWD LQGtFLR FRQWUD HOH -XQWH LJXDOPHQWH
D RXWUD FDUWD GH 0DQXHO -RVp HVFULWD SRU HVWH D URJRV GDTXHOH
SDUD R PHVPR DX[tOLR TXH IRUDP DSUHHQGLGDV DR GLWR DO
IHUHV H GHSRLV SURFHGD VHQGR SHUJXQWDGRV SRU WHVWHPXQKDV
WDQWR R GLWR 0DQXHO -RDTXLP )RUWHV RX 0DQXHO -RDTXLP GH
6i3LQWRFRPRRUHIHULGR0DQXHO-RVp

5LRGHPDLRGH

Torres

 ²DATA — Rio, Casa do Des. Torres, 22-05-1789

$RV YLQWH H GRLV GLDV GR PrV GH PDLR GR DQR GH PLO
VHWHFHQWRV H RLWHQWD H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR
HP FDVDV GH UHVLGrQFLD GR 'HVHPEDUJDGRU -RVp 3HGUR 0D
FKDGR &RHOKR 7RUUHV DRQGH HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR
2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QRPHDGR
SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD IXL YLQGR Dt SHOR 'HVHPEDUJDGRU
PH IRL HQWUHJXH HVWD GHYDVVD FRP R VHX GHVSDFKR DQWHFH
GHQWH SDUD KDYHU GH VH FXPSULU H JXDUGDU GR TXH SDUD
FRQVWDU ¿] HVWH WHUPR H HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2X
YLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QRPHDGR SDUD
DSUHVHQWHGHYDVVDRHVFUHYL

4 . 3   JUNTADA — Rio, Casa do Escrivão Cleto, 22-05-1789

$RV YLQWH H GRLV GR PrV GH PDLR GR DQR GH PLO VHWH
FHQWRV H RLWHQWD H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR
HP FDVDV GH PLQKD UHVLGrQFLD MXQWHL D HVWD GHYDVVD HP H[H
FXomR GR GHVSDFKR DQWHFHGHQWH SURIHULGR SHOR 'HV -RVp
3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV DV FDUWDV GH TXH R PHVPR
GHVSDFKR ID] PHQomR DV TXDLV SDUD HVVH ¿P PH IRUDP
HQWUHJXHV SHOR GLWR 'HVHPEDUJDGRU GR TXH SDUD FRQVWDU
¿] HVWH WHUPR ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H
&RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD
GHYDVVDRHVFUHYL
 ——

²Ofício — Rio, 22-05-1789, do Vice-Rei ao Des. Torres

/RJR TXH 90 UHFHEHU HVWD SURFXUDUi IDODUPH SDUD

UHFHEHU GD PLQKD PmR XPD FDUWD GH RItFLR TXH DFDER GH
UHFHEHU GR *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GD &DSLWDQLD GH
0LQDV *HUDLV FRP WUrV GRFXPHQWRV WXGR SHUWHQFHQWH j LP
SRUWDQWtVVLPDGLOLJrQFLDGHTXHRWHQKRHQFDUUHJDGR

'HXVJXDUGHD9RVVD0HUFr

5LRGHPDLRGH

Luís de Vasconcelos e Sousa

6U'HVHPEDUJDGRU-RVp3HGUR0DFKDGR&RHOKR7RUUHV

 ² Ofício — Cachoeira Do Campo, 11-05-1789, do Vis-

conde de Barbacena ao Vice-Rei Luís de Vascon-
celos e Sousa

'HSRLV GH WHU FRPXQLFDGR D 9 ([D SDUWLFXODUPHQWH

DV SULPHLUDV QRWtFLDV TXH WLYH GR VHGLFLRVR SURFHGLPHQWR
GH DOJXQV VXMHLWRV GHVWD &DSLWDQLD SDUHFHXPH FRQYHQLHQWH
S{U QDV PmRV GH 9 ([D D SURYD TXH WHQKR GHOH UHPH
WHQGR DV FySLDV LQFOXVDV TXH YmR HVFULWDV SHOR 7HQ &HO
)UDQFLVFR $QW{QLR 5HEHOR DMXGDQWH GH RUGHQV GHVWH JRYHUQR
 ² 5HVROYLPH WDPEpP PDQGDU j SUHVHQoD GH 9 ([D
R &HO -RDTXLP 6LOYpULR GRV 5HLV DXWRU GDV GLWDV QRWtFLDV
FRP FDUWD PLQKD GH  GR PrV SDVVDGR DEULO FRP R ¿P
SULQFLSDOPHQWH GH VHUYLU D 9 ([D SDUD R H[DPH GR $OI
-RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU SDUWLFXODU DPLJR GHOH H
SDUD DYHULJXDomR GRV VyFLRV TXH WHP QHVVD FLGDGH VHJXQGR
D VXD PHVPD DVVHUomR UHIHULGD SHOR GLWR FRURQHO H GH
RXWUDV LQIRUPDo}HV TXH GH DOJXPD IRUPD FRQIHUHP FRP HOD
3 ² &RQ¿R GDV OX]HV H DFHUWR FRP TXH 9 ([D VH
WHP GLVWLQJXLGR QR *RYHUQR GHVWH (VWDGR TXH VH DOFDQoDUi
EUHYHPHQWH R YHUGDGHLUR FRQKHFLPHQWR GH WmR JUDYH
QHJyFLR
 — 63 —

 ² )LFR FHUWR TXH GH DFRUGR FRP 9 ([D H SHOD

VXD YLJLODQWH FRRSHUDomR VH OKH GDUi UHPpGLR H SURYLGrQFLD
TXHSRGHVHUPDLV~WLODR5HDOVHUYLoR

'HXVJXDUGHD9([D

&DFKRHLUDGR&DPSRGHPDLRGH

Visconde de Barbacena

6U/XtVGH9DVFRQFHORVH6RXVD 

 ²Carta-denúncia — Borda do Campo, 11-04-1789,

de Joaquim Silvério dos Reis ao Visconde de Bar-
bacena ( 1 )

 ²Carta-denúncia — Vila Rica, 15-04-1789, de Basílio

de Brito Malheiro do Lago ao Visconde de Bar-
bacena (2)

 ²Carta-denúncia Mendanha, (Lagoa Dourada),

20-04-1789, de Inácio Correia Pamplona a Carlos
José da Silva, escr. JRF — (3)

 ²Carta-denúncia Rio, 15-05-1789, de Jerônimo

de Castro e Sousa ao Vice-Rei Luís de Vasconcelos
e Sousa

,OPRH([PR6HQKRU

 ² 3}H QD UHVSHLWiYHO SUHVHQoD GH 9 ([D -HU{QLPR

GH &DVWUR H 6RXVD DOIHUHV GR 5HJLPHQWR GH &DYDODULD $X
[LOLDU GHVWD &DSLWDQLD TXH DFKDQGRVH XPD QRLWH GR PrV
SDVVDGR jV VHWH RX RLWR KRUDV RX R WHPSR H KRUD GD YHUGDGH
HP FHUWD FDVD QHVWD FLGDGH RQGH DOpP GD GRQD GHOD VH

        H  3RU WHUHP VLGR LPSUHVVDV QR YRO , SiJV  D  GHL[DP

GH ¿JXUDU DTXL DV FDUWDV GH -RDTXLP 6LOYpULR %DVtOLR GH %ULWR H ,QiFLR
&3DPSORQDDTXHVHUHIHUHRRItFLRDQWHFHGHQWH+*0
 ——

DFKDYDP DOJXPDV SHVVRDV GH IRUD VHQGR XPD GHODV -RDTXLP

-RVp GD 6LOYD ;DYLHU DOIHUHV GR 5HJLPHQWR SDJR GD &DYD
ODULD GDV 0LQDV *HUDLV H PRYHQGR XP VROGDGR TXH Oi VH
HQFRQWUDYD HP FRQYHUVD GL]HQGR TXH VH DÀLJLD SRU QmR
DOFDQoDU D VXD EDL[D SDUD WUDWDU GD VXD ID]HQGD  ²
R GLWR DOIHUHV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU FRP DOJXPD
SDL[mR GLVVH ² TXH HUD EHP IHLWR VRIUHVVH HOH D SUDoD H TXH R
DoRLWDVVHP SRLV TXH RV FDULRFDV H DPHULFDQRV HUDP IUDFRV
YLV SDWLIHV H SXVLOkQLPHV TXH SRGLDP SDVVDU VHP MXJR H YL
YHUHP LQGHSHQGHQWHV GR 5HLQR SRUpP TXH HUDP IUDFRV GH
HVStULWR TXH VH KRXYHVVHP DOJXQV FRPR HOH DOIHUHV TXH
WDOYH] VHULD RXWUD D FRLVD TXH SHOD GHUUDPD TXH HVODYD
SDUD VH SRU HP 0LQDV SHQVDYD KDYHU OHYDQWH QR SRYR
SRUTXH KDYLD JUDQGH Q~PHUR GH EUDQFRV SDUGRV H SUHWRV
R TXDO Q~PHUR H[SUHVVRX PDV HX PH QmR UHFRUGR GHOH
FRPTXHOKHVVHULDIiFLOROHYDQWH
 ² (VWDV HP VXEVWkQFLD VmR DV H[SUHVV}HV TXH GLVVH
R GLWR DOIHUHV TXH GDV SUySULDV QmR WHQKR PDLRU OHPEUDQoD
SRGHULD GL]HU PDLV DOJXPD FRLVD QHVWD RFDVLmR TXH PH QmR
UHFRUGR H OHPEUDGR TXH VHMD SURWHVWR GHSRU D 9 ([D
SRLV GH TXDQWR GLVVH R GLWR DOIHUHV QmR ¿] FDVR QHP RV
FLUFXQVWDQWHV SRU R FRQKHFHU ORXFR H QmR DGYHUWLGR QR TXH
GL] RX ID] DOpP GH R FRQKHFHU WDPEpP SREUH H GHVYDOLGR
SDUD TXDOTXHU HPSUHVD QHQKXP FUpGLWR PHUHFLDP DV ORX
FXUDVSRUHOHSURIHULGDV
3 ² 3DVVDGRV GLDV EDVWDQWHV GR IDWR DFLPD ([PR
6HQKRU HP XP GLD GHVWH FRUUHQWH PrV GR TXDO QmR ¿] PH
PyULD YHLR j PLQKD FDVD R GLWR DOIHUHV D VDEHU GH XP
GLQKHLUR GH XPDV PDGHLUDV TXH WLQKD FRPSUDGR R 60 -RVp
&RUUHLD SHUWHQFHQWH D HOH DOIHUHV H QmR DFKDQGR R GLQKHLUR
PR SHGLX SRU HPSUpVWLPR GL]HQGR TXH FDUHFLD PXLWR H TXH
HP FREUDQGR GR GLWR 6DUJHQWRPRU TXH PH SDJDVVH (X
QmRHPSUHVWHLSRUpPOKHGHLHVSHUDQoDV

   6ROGDGR   0DQXHO   &RUUHLD   9DVTXHV   PRUDGRU   QD   )D]HQGD   (QJHQKR    GD   &D
FKRHLUD-66
 — 65 —

 ² 1HVWH WHPSR YL R GLWR DOIHUHV DÀLWR FKHJDQGR

j MDQHOD DOJXPDV YH]HV FRPR TXHP UHFHDYD DOJXPD FRXVD
DR TXH OKH SHUJXQWHL D FDXVD UHVSRQGHX TXH VH DÀLJLD
SRUTXH DQGDYDP XQV LQIHULRUHV GLVIDUoDGRV REVHUYDQGR DR
VXSOLFDQWH 4XH ORJR HOH IRUD GDU SDUWH D 9 ([D GL]HQGR
TXH VH WLQKD GHOLQTLGR TXH R FDVWLJDVVH SRLV TXH WHPLD R
QmR LQFUHSDVVHP QR OHYDQWH TXH VH GL]LD KDYHU HP 0LQDV
SRLV TXH WLQKD LQLPLJRV SRU FDXVD GH TXHUHU PHWHU DV iJXDV
GH $QGDUDt $R TXH GLVVH UHVSRQGHUD 9 ([D TXH QmR VDELD
GH QDGD H TXH HUD VHX DPLJR H TXH WDPEpP SHGLQGR GHV
SDFKR D 9 ([D SDUD VH UHWLUDU SRU VH WHU DFDEDGR D OLFHQoD
TXH 9 ([D UHVSRQGHX TXH VH GHL[DVVH HVWDU TXH PDQGDULD
EXVFDU PDLV OLFHQoD H TXH QmR IRVVH WmR LQFRQVWDQWH H HVWH
IRLRPRGRFRPTXHPHVDWLVIH]

5 ² 'HSRLV HQFRQWUDQGR FRP R PHVPR DOIHUHV QD

UXD VDLQGR GD FDVD GH XP FRPLVViULR TXH LJQRUR PH SHU
JXQWRX VH WLQKD Mi R GLQKHLUR TXH FDUHFLD SDUD DV REUDV
GR WHOKHLUR TXH SUHWHQGLD ID]HU DQGDYD PHGLQGR R WHUUHQR
H VH QmR OHYDYD VLTXHU XPD GREOD QR EROVR GL]HQGROKH TXH
QmR PH WRUQRX D UHFRPHQGDU TXH HX YLVVH R GLWR GLQKHLUR
H TXH KDYLD GH PDQGDU EXVFDU SHOR VHX PXODWR SRUpP QHP
DR PXODWR QHP D HOH DOIHUHV YL PDLV DWp TXH VHQGRPH
SUHFLVR LU j PLQKD URoD GH RQGH YLP RQWHP j QRLWH H VH PH
GLVVH TXH FRP FHUWH]D HVWDYD SUHVR R GLWR DOIHUHV H RXWUDV
SHVVRDV H TXH VH VXSXQKD VHU SRU H[WUDYLR GH GLDPDQWHV
HRXURHPSy
6 ² 3HODV UD]}HV H[SRVWDV H HX LJQRUDU R TXDQWR HUDP
PHOLQGURVDV DV WHPHULGDGHV ORXFXUDV H SRXFD SRQGHUDomR
DR GLWR DOIHUHV QmR YLP PDLV FHGR DRV SpV GH 9 ([D H R
IDoRKRMHGHPDLRGH

2PDLVKXPLOGHV~GLWRGH9([D

Jerônimo de Castro e Sousa

Alferes
 — 66 —

5HFRQKHoR VHU D OHWUD H VLQDO GHVWD FDUWD GH -HU{QLPR

GH &DVWUR H 6RXVD SHOR WHU YLVWR HVFUHYHU QD PLQKD SUHVHQoD
HHOHPHVPRSHUDQWHPLPFRQIHVVDUVHUVXD

5LRGH-DQHLURGHPDLRGH

Marcelino Pereira Cleto

 ² Carta-denúncia — Rio, 15-05-1789, Mônica -An

tônia do Sacramento e Valentim Lopes da Cunha,
ao Vice-Rei

,OPRH([PR6HQKRU

 ² (P XPD QRLWH GR PrV GH DEULO SUy[LPR SDVVDGR

YHLR R DOIHUHV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU TXH WLUD GHQWHV
H TXH WRGR R QRPH QmR VHL YHU VH HVWDYD SURQWD ODYUDGD
XPD FULVROLWD GR GLWR H FRPR HVWDYD PLQKD LUPm GRHQWH
VXELX SDUD D FXPSULPHQWDU H HX R DFRPSDQKHL DFKDYDVH
QD PHVPD RFDVLmR R DOIHUHV -HU{QLPR GH &DVWUR H 6RXVD
H HVWDQGR QyV HP FRQYHUVD FKHJRX 0DQXHO &RUUrD 9DVTXHV
TXH PLQKD LUPm R WUDWD GH D¿OKDGR D YLVLWiOD H SHUJXQWDQ
GROKH HOD FRPR SDVVDYD UHVSRQGHXOKH TXH FRPR VROGDGR
H PXLWR GHVHMRVR GH VH YHU HP VXD FDVD OHYDQWRXVH R GLWR
DOIHUHV 7LUDGHQWHV FRPR XP ORXFR H GDQGR SDVVRV SHOD
VDOD D GL]HU TXH RV FDULRFDV HUDP YLV IUDFRV H ULGtFXORV
SRU LVVR VRIULDP WDQWR H TXH HOH HVWLPDULD WRGRV IRVVHP
DoRLWDGRV FRPR YLV QHJURV TXH VH WRGRV IRVVHP GR VHX KXPRU

 1R GHSRLPHQWR SUHVWDGR D  GH MDQHLUR GH  QD IRUWDOH]D GD ,OKD GDV
&REUDV SDUD RQGH WLQKD VLGR FRQGX]LGR QR GLD  GH PDLR GR DQR DQWHULRU
R $OIHUHV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU DR DVVXPLU D UHVSRQVDELOLGDGH
SHOD &RQMXUDomR 0LQHLUD HQXPHURX YiULRV GH VHXV FROHJDV GH IDUGD TXH
KDYLDP WLGR UiSLGR DFHVVR QD FDUUHLUD PLOLWDU HQWUH RV TXDLV FLWRX H[
SUHVVDPHQWH 9DOHULDQR 0DQVR )HUQDQGR GH 9DVFRQFHORV $QW{QLR -RVp GH
$UD~MR H 7RPiV -RDTXLP (VTXHFHXVH FRQWXGR GH DFUHVFHQWDU R QRPH
GH -HU{QLPR GH &DVWUR H 6RXVD TXH HUD VLPSOHV VROGDGR HP  H HP
 Mi SRVVXLD D PHVPD SDWHQWH GH 7LUDGHQWHV TXH LQJUHVVDUD QDTXHOH DQR
GLUHWDPHQWH QR SRVWR GH $OIHUHV PDV GHSRLV GLVVR DSHVDU GDV QXPHURVDV
FRPLVV}HV TXH H[HUFHUD H GH EULOKDQWH IpGHRItFLR QmR WLYHUD XPD ~QLFD
SURPRomR+*0
 ——

H HVIRUoR QmR VRIUHULDP WDQWR H SRGLDP YLYHU LQGHSHQGHQWHV

GR 5HLQR R SRYR GDV PLQDV SRU XPD GHUUDPD TXH VH S{V
GL]LDP TXHULD ID]HU OHYDQWH H KDYLD PXLWDV DOPDV EUDQFRV
SDUGRV H SUHWRV TXH PH QmR OHPEUD D FRQWD D TXH UHVSRQGL
TXH QmR IDODVVH FRP VHPHOKDQWH GHVHQYROWXUD H PLQKD LUPm
GLVVHOKH TXH QD VXD FDVD QmR TXHULD DTXHODV FRQYHUVDV H
WDPEpP DFXGLX -HU{QLPR GH &DVWUR H 6RXVD GL]HQGR TXH
HPVHPHOKDQWHVDVQHLUDVQmRIDODVVH
 ² 0DQXHO &RUUHLD 9DVTXHV ¿FRX SDVPDGR H VHP
UHVSRQGHU VH GHVSHGLX HX GHVFL DERUUHFLGR GH RXYLU VHPH
OKDQWH ORXFR SHOD VXD FRQYHUVD VHU IDVWLGLRVD XPDV YH]HV
GH iJXD GH $QGDUDt &DWHWH DUPD]pP QD SUDLD H EDUFDV GH
SDVVDJHP  H PLQKD LUPm D¿UPD TXH D FRQYHUVD QmR
SDVVRX D PDLV GHSRLV TXH GHVFL H ORJR R GLWR DOIHUHV -RDTXLP
-RVpGD6LOYD;DYLHUVHGHVSHGLX
3 ² 3DVVDGRV GLDV HOH YROWRX D EXVFDU D VXD FULVROLWD
SDUD D OHYDU VHP SROLU SHUJXQWDQGROKH HX VH Mi LD SDUD
DV 0LQDV 5HVSRQGHXPH TXH QmR H TXH D TXHULD PRVWUDU
DR RXULYHV TXH KDYLD GH ID]HU R DQHO 4XH LQGR HOH EXVFDU
R VHX GHVSDFKR 6 ([D OKR GLVVHUD TXH VH GHL[DVVH HVWDU
TXH D WHUUD R TXHULD H 6 ([D WDPEpP R TXHULD H R QmR
WRUQHL D YHU H SRU QmR VDEHU TXH HVWDV FRLVDV VH GHYLDP SRU
QD SUHVHQoD GH 9 ([D QmR R ¿] H DJRUD R IDoR SRU PH
FRQVWDUTXHHVWiRGLWRDOIHUHVSUHVR
'H9RVVD([FHOrQFLDKXPLOGHVV~GLWRV

Valentim Lopes da Cunha

Mônica Antônia do Sacramento

 5HFRQKHoR VHU D OHWUD GHVWD FDUWD GH 9DOHQWLP /RSHV

GD &XQKD H RV VLQDLV GHOD GR PHVPR 9DOHQWLP /RSHV GD

 2 GHQXQFLDQWH UHIHULDVH DRV SURMHWRV GH DSURYHLWDPHQWR GDV iJXDV GRV

5LEHLU}HV $QGDUDt &DWHWH H 0DUDFDQm HODERUDGRV SRU 7LUDGHQWHV H HQWUHJXHV
DR 9LFH5HL /XtV GH 9DVFRQFHORV H 6RXVD H j &kPDUD GR 5LR GH -DQHLUR
SDUDHVWXGRV-66
 — 68 —

&XQKD H GH VXD LUPm 0{QLFD $QW{QLD SRU RV WHU YLVWR
HVFUHYHU QD PLQKD SUHVHQoD H XP H RXWUR UHFRQKHFHUHP
SHUDQWHPLPVHUHPVHXV

5LRGH-DQHLURGHPDLRGH

Marcelino Pereira Cleto

 ² Carta — Rio 6-05-1789 — de Manuel José de Mi-

randa, ao M.C. Inácio de Andrade Soutomaior
Rendón

6U0HVWUHGHFDPSR
0HX FRPSDGUH H 6U GD PLQKD PDLRU YHQHUDomR PXLWR
KHL GH HVWLPDU TXH 96 D PDQD H WRGD D PDLV REULJDomR
HVWHMDP FRP IHOL] GLVSRVLomR (X DWp DJRUD QmR WHQKR QDGD
IHLWR 3RU HVWDU R DQLV GH JUDoD KRMH p TXH DMXVWHL D 
GHL JUDoDV D 'HXV DLQGD XP VXMHLWR FKHJDU D LVVR 2 SRU
WDGRU GHVWD PH SHGH TXH 96 R HQFDPLQKH SRLV HOH PHOKRU
H[SUHVVDUi D VXD WHQomR QD RFDVLmR VH Yr EHP YH[DGR (OH
p PHX SDWUtFLR H FRQKHFLGR D TXHP GHVHMR TXH QmR WHQKD
LQF{PRGR SRLV SRU IDODU D YHUGDGH QHVWH WHPSR Vy DV OL
VRQMDV PHQWLURVDV H YDLGRVDV H DV GHODo}HV p TXH DJUDGDP
DRV PDLRUHV H SRU HVWH PRWLYR RV KRPHQV GH EHP VH YrP
QHVWHWHPSRDEDQGRQDGRV
2 DPLJR )RUWHV WDPEpP HVFUHYH D 96 (OH p EHP
GHVHPEDUDoDGR 'HVHMDQGR D VXD IHOLFLGDGH DTXL ¿FR SURQWR
SDUD WXGR R TXH IRU GR VHUYLoR D 96 D TXHP 'HXV JXDUGH
SRUPXLWRVDQRV

&LGDGHDGHPDLRGH

'H96
&RPSDGUHPXLWRDIWƒFUGž
Manuel José 

0DQXHO-RVpGH0LUDQGD-66
 — 69 —

 ² Carta — Rio, 06-05-1789, do Cap. Manuel Joaquim

de Sá Pinto Rego Fortes (não assinada) ao M.C.
Inácio Andrade Soutomaior Rendón

,OPR6U,QiFLRGH$QGUDGH6RXWRPDLRU5HQGyQ

0HXSUH]DGtVVLPRDPžH6UGRFRUDomR
2 SRUWDGRU GHVWD SRU QmR JRVWDU GH DOJXPDV FRLVDV
TXH WHP YLVWR QHVWD FLGDGH H IDODU FRP DOJXPD SDL[mR H
UD]mR YrVH YHQGLGR H VHJXQGR MXOJDP RV SUXGHQWHV HP
WHUPRV GH DOJXPD SHUGLomR SRUTXH VH OKH WrP WRPDGR DV
SRUWDV
(OH p KRPHP GH EHP H SRU LVVR HX PH FRQG{R GH VHX
LQF{PRGR 96 FRPR WmR KRQUDGR FUHLR TXH OKH DFRQWHFHUi
R PHVPR H QHVWD FHUWH]D HX R HQFDPLQKR SDUD HVVD LOXVWUH
FDVD D ¿P GH TXH 9 6D R SRQKD HP VHJXUDQoD FRPR
HVSHUR

'HXVJXUGHD96DFRPRGHVHMD
6HX¿HODPLJRGRFRUDomR
(VTXHFHXPH GL]HU D 9 6D TXH WDPEpP KHL GH FDUHFHU
GHDUUREDVGHDo~FDUHWF

 ² Carta, Rio, Fortaleza do Castelo, do Cap. Ma-

nuel Joaquim de Sá Pinto Rego Fortes ao Aj.
O. Camilo Maria Tonelet

2 TXH WHQKR GH H[SRU D 6XD ([D p TXH PH DFKR SUHVR
VHP VDEHU TXDO VHMD D PLQKD FXOSD DR PHVPR SDVVR TXH
PH YHMR GH SDUWLGD SDUD D &RUWH FRP FDUWDV GH PHX *HQHUDO
SDUD R 6U 0DUWLQKR 0HOR  FRP UHFRPHQGDomR GH OKH

 2 -XL] GD 'HYDVVD 'HV 7RUUHV HQWHQGHX TXH R &DS GR 5HJLPHQWR GH 9R
OXQWiULRV 5HDLV GH 6 3DXOR 0DQXHO -RDTXLP GH 6i 3LQWR p TXH HVFUHYHX
D FDUWD SDUD IDFLOLWDU D IXJD GH 7LUDGHQWHV GHL[DQGR GH DVVLQiOD SRU
PDOtFLD   $  RXWUD  DVVLQDGD  SRU 0DQXHO  -RVp   GH 0LUDQGD   VHULD  WDPEpP
GH 0DQXHO  -  GH 6i  3LQWR   FRP GHVSLVWH GH DSHQDV 0DQXHO  -RVp   -66

 0DUWLQKR GH 0HOR H &DVWUR 6HFUHWiULR GD 0DULQKD H 8OWUDPDU   -66

 ——

H[SRU YiULDV GH ERFD SDUD EHP GR VHUYLoR GH 6 0DMHVWDGH
TXHUR GL]HU YiULDV SDUWHV FRP TXH VH 6 ([D PH MXOJD
FXOSDGR PDQGHPH UHVSRQGHU D XP FRQVHOKR GH JXHUUD

&DVWHORDGHPDLRGH

Manuel Joaquim de Sá Pinto

Capitão

6REUHVFULWR
$R6U&DPLOR0DULD7RQHOHW
*XDUGH'HXV
7HQ&HO$MXGDQWHGH2UGHQVGR*RYHUQR
&LGDGH

 ² ASSENTADA — Rio, Casa do Des. Torres, 22-05-1789

$RV YLQWH H GRLV GR PrV GH PDLR GH PLO VHWHFHQWRV
H RLWHQWD H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR HP FDVDV
GH UHVLGrQFLD GR 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV
-XL] QRPHDGR SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD DRQGH HX 0DUFHOLQR
3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD (VFULYmR
WDPEpP QRPHDGR SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD IXL YLQGR H Dt
LQTXLULX R GLWR 'HVHPEDUJDGRU DV WHVWHPXQKDV DEDL[R QR
PHDGDV FXMRV QRPHV FRJQRPHV PRUDGDV HVWDGRV RItFLRV
LGDGHV GLWRV H FRVWXPHV WXGR p R TXH DR GLDQWH VH VHJXH
GH TXH SDUD FRQVWDU IDoR HVWD DVVHQWDGD ( HX 0DUFHOLQR
3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (V
FULYmRQRPHDGRSDUDHVWDGHYDVVDRHVFUHYL

²Testemunha 5ª — Domingos Fernandes da Cruz

'RPLQJRV )HUQDQGHV GD &UX] VROWHLUR QDWXUDO GD

9LOD GH 6DQWD $QD GH 0RJL GDV &UX]HV ¿OKR GH 'RPLQJRV
)HUQDQGHV GD &UX] H GH )UDQFLVFD &RUUrD DVVLVWHQWH QHVWD
FLGDGH j 5XD GRV /DWRHLURV TXH YLYH GR VHX RItFLR GH WRU
QHLUR GH LGDGH GH VHVVHQWD H TXDWUR DQRV SRXFR PDLV RX
PHQRV WHVWHPXQKD D TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R
 ——

MXUDPHQWR GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX

GL]HUDYHUGDGHGRTXHVRXEHVVH
 ² ( SHUJXQWDGR HOH WHVWHPXQKD SHOR FRQWH~GR QR
DXWR GLVVH TXH HP VXD FDVD HVWHYH KRPL]LDGR XP DOIHUHV
GH &DYDODULD SDJD GH 0LQDV *HUDLV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD
;DYLHU FRP R TXDO QmR WLQKD DQWHFHGHQWH DPL]DGH H Vy
DOJXP FRQKHFLPHQWR R TXDO IRL SDUD FDVD GHOH WHVWHPXQKD
QD QRLWH GR GLD VHWH GR SUHVHQWH PrV  QmR OHYDQGR RXWURV
PyYHLV PDLV GR TXH XP EDFDPDUWH GR TXDO Vy SDVVDGR
DOJXP WHPSR HOH WHVWHPXQKD GHX Ip H IRL SUHVR SRU RUGHP
GR,OPRH([PR9LFH5HLQDQRLWHGRGLD
3 ² 1D G~YLGD GH TXH YLVWR HOH GLWR DOIHUHV VHULD
FULPLQRVR SRLV TXH VH KRPL]LDYD OKH SHUJXQWRX GLIHUHQWHV
YH]HV VH WLQKD DOJXP FULPH DR TXH UHVSRQGLD TXH QmR Vy
UHFHDYD QmR ¿FDU FULPLQRVR HP XPD GHYDVVD TXH VH HVWDYD
WLUDQGR HP 0LQDV *HUDLV D UHVSHLWR GH XP WLUR TXH Oi VH
GHUD HP XP KRPHP ( HP PDLV QDGD FRQYHUVDYD Vy IDODYD
PXLWDV H UHSHWLGDV YH]HV HP 0DQXHO -RVp GH 0LUDQGD VHX
SDWUtFLR GL]HQGR TXH D HOH GHVHMDYD IDODU SDUD DUUXPDU
RVVHXVQHJyFLRVHSDUDTXHOKHSURFXUDVVHFDYDORV
 ² ( FRP HIHLWR HOH WHVWHPXQKD DOJXPDV YH]HV
SURFXURX D GLIHUHQWHV KRUDV DR GLWR 0DQXHO -RVp GH 0LUDQGD
TXH PRUDYD QHVWD FLGDGH QDV FDVDV GR 0HVWUHGHFDPSR
,QiFLR GH $QGUDGH 6RXWRPDLRU 5HQGyQ H QmR R DFKDQGR
HP QHQKXPD GHODV HQWURX QD VXVSHLWD GH TXH HVWDULD KRPL
]LDGR H D GHVFRQ¿DU PDLV GR FRPSRUWDPHQWR GR GLWR DOIHUHV
5 ² 'HSRLV YHQGR TXH HOH IRUD SUHVR HP FDVD GHOH
WHVWHPXQKD WDPEpP VH RFXOWDUD FRP PHGR GD SULVmR DWp
TXH XOWLPDPHQWH IRL WDPEpP SUHVR ( PDLV QmR GLVVH QHP
GRV FRVWXPHV H DVVLQRX FRP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHSRLV
GHVWH OKH VHU OLGR H R DFKDU QD YHUGDGH ( HX 0DUFHOLQR
3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (V
FULYmRQRPHDGRSDUDHVWDGHYDVVDRHVFUHYL

Torres — Domingos Fernandes da Cruz

PDLRGH-66
 ——

²Testemunha 6.ª — Antônio de Morais

$QW{QLR GH 0RUDLV QDWXUDO GD &LGDGH GH %UDJDQoD

FDVDGR QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR DVVLVWHQWH QD 5XD
GRV 4XDUWpLV TXH SUR[LPDPHQWH YHLR GD &LGDGH GH 6mR
3DXOR H VH DFKD SUHVR HP FXVWyGLD GH LGDGH GH TXDUHQWD
H WUrV DQRV SRXFR PDLV RX PHQRV TXH YLYH GH VXD DJrQFLD
WHVWHPXQKD D TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R MXUDPHQWR
GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU D
YHUGDGHGRTXHVRXEHVVH
 ² ( SHUJXQWDGR HOH WHVWHPXQKD SHOR FRQWH~GR QR
DXWR GLVVH TXH HOH YHLR GD &LGDGH GH 6mR 3DXOR HP FRP
SDQKLD GR &DS 0DQXHO -RDTXLP )RUWHV H VH UHFROKHUD FRP
R GLWR FDSLWmR QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR QDV FDVDV
GR PHVWUH GH FDPSR ,QiFLR $QGUDGH 6RXWRPDLRU 5HQGyQ
TXH VRPHQWH VDELD TXH QD QRLWH GR GLD VHLV SDUD VHWH GR
SUHVHQWH PrV PDLR VHJXQGR D OHPEUDQoD GHOH WHVWHPXQKD
VHQGR Mi PHLDQRLWH RX GHSRLV HVWDQGR UHFROKLGR QmR Vy HP
UD]mR GH VHUHP KRUDV SUySULDV PDV WDPEpP SRU VH DFKDU
GRHQWH EDWHUDP j SRUWD GD UXD FRP IRUoD H YLHUDP GH
GHQWUR DEULOD R TXH HOH WHVWHPXQKD RXYLX H VXELQGR RV
TXH YLHUDP DEULU D SRUWD H R TXH D HOD EDWHX SDUD D VDOD
GDV GLWDV FDVDV RQGH VH IHFKDUDP Dt HVWLYHUDP H FRQYHU
VDUDP WUrV KRUDV SRXFR PDLV RX PHQRV QR ¿P GHODV WRU
QDUDP D GHVFHU D YLU DEULU H IHFKDU D SRUWD GD UXD R TXH
HOH WDPEpP RXYLX H VHQGR SHOD PDQKm GLVVH D HOH WHVWH
PXQKD /XtV 0DQXHO FULDGR GR GLWR &DS 0DQXHO -RDTXLP
)RUWHV TXH FRP HOH YHLR WDPEpP GH 6 3DXOR TXH TXHP
EDWHUD j SRUWD IRUD XP R¿FLDO GD &DYDODULD SDJD GD &DSL
WDQLD GH 0LQDV *HUDLV D TXHP QmR VDEH R QRPH  H
DEULQGRVHOKH D SRUWD VXELUD SDUD D VDOD H HVWLYHUD FRQ
YHUVDQGR FRP R GLWR &DS 0DQXHO -RDTXLP )RUWHV H FRP
0DQXHO -RVp TXH VH DFKDYD QDV FDVDV GR GLWR PHVWUH GH
FDPSR H TXH D DPERV SHGLUD FDUWDV GH IDYRU SDUD R UHIHULGR
PHVWUH GH FDPSR ,QiFLR GH $QGUDGH DV TXDLV HOHV OKH GHUDP

2DOIHUHV-RDTXLP-RVpGD6LOYD;DYLHU-66
 ——

 ² 3RUpP R TXH PDLV VH SDVVRX RX R TXH FRQYHU

VDUDP H SUDWLFDUDP HOH WHVWHPXQKD QmR VDEH QHP VH R
GLWR DOIHUHV HUD FULPLQRVR QHP VH DQGDYD KRPL]LDGR RX
TXHULD IXJLU ( VHQGROKH PRVWUDGDV FDUWDV GH IROKDV WULQ
WD H VHWH DWp TXDUHQWD H XPD SULPHLUR SHORV VREUHVFULWRV H
GHSRLV LQWHULRUPHQWH UHFRQKHFHX VHU D GH IROKDV WULQWD H
QRYH GD OHWUD GR &DS 0DQXHO -RDTXLP )RUWHV WDQWR QR
VREUHVFULWR FRPR LQWHULRUPHQWH H PDLV QmR GLVVH QHP GRV
FRVWXPHV H DVVLQRX FRP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHSRLV GHVWH
OKH VHU OLGR H R DFKDU QD YHUGDGH ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD
&OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QR
PHDGRSDUDHVWDGHYDVVDRHVFUHYL

Torres — Antônio de Morais

 ² ASSENTADA — Rio, Casa do Des. Torres, 25-05-1789

$RV YLQWH H FLQFR GH PDLR GR DQR GH PLO VHWHFHQWRV
H RLWHQWD H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR HP FDVDV
GH UHVLGrQFLD GR 'HVHPEDUJDGRU -RVp 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV
-XL] QRPHDGR SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD DRQGH HX 0DUFHOLQR
3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (V
FULYmR WDPEpP QRPHDGR SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD IXL YLQGR
Dt LQTXLULX R GLWR 'HVHPEDUJDGRU DV WHVWHPXQKDV DEDL[R
QRPHDGDV FXMRV QRPHV FRJQRPHV PRUDGDV HVWDGRV RItFLRV
LGDGHV GLWRV H FRVWXPHV WXGR p R TXH DR GLDQWH VH VHJXH
GH TXH SDUD FRQVWDU IDoR HVWD DVVHQWDGD ( HX 0DUFHOLQR
3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (V
FULYmRQRPHDGRSDUDHVWDGHYDVVDRHVFUHYL

²Testemunha referida (Por T . 3.ª) Mônica Antônia

do Sacramento

0{QLFD $QW{QLD GR 6DFUDPHQWR YL~YD QDWXUDO H DVVLV

WHQWH QHVWD FLGDGH QD 5XD GR 2XYLGRU GH LGDGH GH WULQWD
H VHLV DQRV WHVWHPXQKD D TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX
R MXUDPHQWR GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX
GL]HUDYHUGDGHGRTXHVRXEHVVH
 ——

 ² ( SHUJXQWDGD SHOR UHIHULPHQWR TXH QHOD IH] D

WHVWHPXQKD GR Q~PHUR ž -HU{QLPR GH &DVWUR H 6RXVD
GLVVH VHU HP WXGR H SRU WXGR YHUGDGHLUR TXH D HOH VH UHIHULD
FRPR WDPEpP j FDUWD D IROKDV WULQWD H FLQFR TXH IRL HVFULWD
SRU VHX LUPmR 9DOHQWLP /RSHV GD &XQKD DVVLQDGD SRU HOH
HWDPEpPSRUHODWHVWHPXQKD
3 ² ( PDLV QmR GLVVH QHP GRV FRVWXPHV H DVVLQRX
FRP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHSRLV GHVWH OKH VHU OLGR H R
DFKDU QD YHUGDGH ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU
H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD
GHYDVVDRHVFUHYL

Torres — Mônica Antônio, do Sacramento

 ² ASSENTADA — Rio, Fortaleza do Castelo, 26-05-1789

$RV YLQWH H VHLV GR PrV GH PDLR GH PLO VHWHFHQWRV
H RLWHQWD H QRYH QHVWD )RUWDOH]D GR &DVWHOR RQGH VH DFKD
SUHVR HP FXVWyGLD R &DS 0DQXHO -RDTXLP GH 6i 3LQWR GR
5HJR )RUWHV DRQGH IRL YLQGR R 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR
&RHOKR 7RUUHV 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD (VFUL
YmR WDPEpP QRPHDGR SDUD D GLWD GHYDVVD Dt LQTXLULX DR
GLWR 0DQXHO -RDTXLP GH 6i 3LQWR 5HJR )RUWHV GDQGROKH
R MXUDPHQWR GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV HP XP OLYUR GHOHV FXMR
QRPH FRJQRPH HVWDGR LGDGH GLWRV H FRVWXPH VmR RV TXH
DGLDQWH VH VHJXHP GH TXH SDUD FRQVWDU IDoR HVWD DVVHQWDGD
( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD
FRPDUFDH(VFULYmRQRPHDGRRHVFUHYL

²Testemunha Manuel Joaquim de Sá Pinto

Rego Fortes

0DQXHO -RDTXLP GH 6i 3LQWR GR 5HJR )RUWHV VROWHLUR

QDWXUDO GD &LGDGH GH 6mR 3DXOR ¿OKR GR 'U $QW{QLR )RUWHV
GH %XVWDPDQWH H 6i /HPH H GH ' $QD 0DULD ;DYLHU 3LQWR
GD 6LOYD &DS GR 5HJLPHQWR GH 9ROXQWiULRV 5HDLV GH 6mR
3DXOR TXH YLYH GRV VHXV VROGRV GD LGDGH GH YLQWH H RLWR
 ——

 DQRV WHVWHPXQKD D TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R MXUD

PHQWR GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU
DYHUGDGHGRTXHVRXEHVVH
 ² ( SHUJXQWDGR HOH WHVWHPXQKD SHOR FRQWH~GR QR
DXWR GLVVH TXH QDGD VDELD PDLV GR TXH IDODUVH QD RFDVLmR
HP TXH IRL SUHVR R DOIHUHV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU
XQV TXH HOH HUD SUHVR SRU FRQWUDEDQGR GH GLDPDQWHV RXWURV
SRU RXUR HP Sy RXWURV TXH SRU HOH WHU IDODGR HP VXEOHYDomR
GRV SRYRV GH 0LQDV H RXWURV ¿QDOPHQWH GL]LDP VHU SRUTXH
HOH IDODYD HP OLEHUGDGH D UHVSHLWR GR *RYHUQR GR ,OPR H
([PR 9LFH5HL GR (VWDGR FULWLFDQGR DOJXPDV FRLVDV SRUpP
WXGR LVWR HUD SRU VLPSOHV GLVFXUVR GH SHVVRDV TXH VH MXQ
WDYDP H GH TXH HOH WHVWHPXQKD VH QmR OHPEUD H GH IRUPD
DOJXPDVDEHGDYHUGDGHGRFDVR
3 ² 2 TXH WmR VRPHQWH VDEH p TXH QD QRLWH GR GLD 
RX  GR SUHVHQWH PrV GDV VHWH SDUD DV RLWR KRUDV IRUD R
GLWR DOIHUHV jV FDVDV RQGH HOH WHVWHPXQKD PRUDYD H Dt OKH
H[SXVHUD TXH VH GHVHMDYD UHWLUDU SDUD VXD SUDoD H TXH SDUD
LVVR TXHULD TXH R SURWHJHVVH FRP R PHVWUHGH FDPSR ,QiFLR
GH $QGUDGH 6RXWRPDLRU 5HQGyQ HP UD]mR GH TXH GHVFRQ
¿DYD GR ,OPR H ([PR 9LFH5HL R TXHUHU GH DOJXP PRGR
GHPRUDU UHVSRQGHQGROKH TXDQGR OKH IDORX HP VH UHWLUDU ²
TXH HOH JRVWDYD GR 5LR GH -DQHLUR TXH VH GHL[DVVH HVWDU ²
R TXH OKH SDUHFLD Pi[LPD D ¿P GH VH YLQJDU GHOH SRU
DOJXPD OLEHUGDGH FRP TXH WLQKD IDODGR D UHVSHLWR GR VHX
*RYHUQR SRLV ¿QGDQGRVHOKH D OLFHQoD OKH SHGLD ID]HU GDU
XPD EDL[D SHOR TXH HVWDYD UHVROYLGR D UHFROKHUVH SDUD D
VXD SUDoD SRU TXDOTXHU FDPLQKR TXH SXGHVVH H SDUD LVVR
OKH SHGLX D SURWHomR SDUD FRP R PHVWUHGHFDPSR D TXDO
HOH WHVWHPXQKD OKH GHX HVFUHYHQGR XPD FDUWD GH UHFRPHQ
GDomR SRU OKH SDUHFHU MXVWR R TXH HOH LQWHQWDYD TXH HUD
UHFROKHUVH DR VHX 5HJLPHQWR VHQGR FHUWR TXH HOH WHVWH
PXQKD QmR WLQKD FRP R UHIHULGR DOIHUHV DPL]DGH DOJXPD
SRLV Vy R WLQKD YLVWR D SULPHLUD YH] Ki FRLVD GH VHWH DQRV
QD 5RFLQKD GD 1HJUD  RQGH VH DFKDYD GHVWDFDGR $JRUD

)D]HQGDQR0XQLFtSLRGH6LPmR3HUHLUD0*-66
 ——

GH SUy[LPR LQGR HOH WHVWHPXQKD GD &LGDGH GH 6mR 3DXOR
SDUD VH HPEDUFDU SDUD D &RUWH R HQFRQWURX XPD YH] HP
FDVD GR 7HQ &HO 6LPmR 3LUHV 6DUGLQKD RXWUD HP 3DOiFLR
H D WHUFHLUD H ~OWLPD HP FDVD GHOH WHVWHPXQKD TXDQGR OKH
IRLSHGLUUHFRPHQGDomRGHTXHMiGHS{V
 ² 3RU LVVR QDGD VDEH QHP GRV VHXV SURMHWRV QHP
GRV VHXV FULPHV SRLV TXDQGR HVFUHYHX D FDUWD GH IDYRU
HVWDYD SUHVHQWH 0DQXHO -RVp TXH WDPEpP HVFUHYHX RXWUD
DR PHVPR VXMHLWR H VREUH D PHVPD PDWpULD H QmR KRXYH
PDLV GHPRUD QD HVWDGD GR GLWR DOIHUHV HP FDVD GHOH WHV
WHPXQKD TXH PHLD KRUD ( PDLV QmR GLVVH QHP GRV FRV
WXPHV H DVVLQRX FRP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHSRLV GHVWH
OKH VHU OLGR ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RU
UHJHGRU GD FRPDUFD H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD GHYDVVD
RHVFUHYL

Torres — Manuel Joaquim de Sá Pinto do Rego Fortes

 ² ASSENTADA — Rio, Casa do Des. Torres, 27-05-1789

$RV YLQWH H VHWH GH PDLR GH PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD

H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR HP FDVDV GH UHVL
GrQFLD GR 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV -XL]
QRPHDGR SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD DRQGH HX 0DUFHOLQR 3H
UHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR
WDPEpP QRPHDGR SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD IXL YLQGR H Dt LQ
TXLULX R GLWR 'HVHPEDUJDGRU DV WHVWHPXQKDV DEDL[R QRPHD
GDV FXMRV QRPHV FRJQRPHV PRUDGDV HVWDGRV RItFLRV LGD
GHV GLWRV H FRVWXPHV WXGR p R TXH DR GLDQWH VH VHJXH GH TXH
SDUD FRQVWDU IDoR HVWD DVVHQWDGD ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD
&OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QR
PHDGRSDUDHVWDGHYDVVDRHVFUHYL

²Testemunha Manuel José de Miranda

0DQXHO -RVp GH 0LUDQGD FDVDGR QDWXUDO GD 9LOD GR

&DHWp &RPDUFD GR 6DEDUi DVVLVWHQWH QR (QJHQKR GH 0DWR
 ——

*URVVR GH 0DUDSLF~  GH LGDGH GH  DQRV WHVWHPXQKD

MXUDGD DRV 6DQWRV (YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU
DYHUGDGHGRTXHVRXEHVVH
 ² ( SHUJXQWDGR SHOR FRQWH~GR QR DXWR GLVVH TXH
QmR VDELD FRLVD DOJXPD H TXH VRPHQWH VHQGR QD QRLWH GR GLD 
GR SUHVHQWH PrV SHODV RLWR KRUDV GD QRLWH IRUD R DOIHUHV
-RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU GR 5HJLPHQWR GD &DYDODULD
SDJD GH 0LQDV *HUDLV SURFXURX R &DS 0DQXHO -RDTXLP
)RUWHV QDV FDVDV GR PHVWUHGHFDPSR ,QiFLR GH $QGUDGH
6RWRPDLRU 5HQGyQ RQGH HOH WHVWHPXQKD WDPEpP DVVLV
WLD H SHOR GLWR FDSLWmR OKH IRL GDGD XPD FDUWD GH IDYRU SDUD
R PHVWUHGHFDPSR ,QiFLR $QGUDGH SDUD TXH R WLYHVVH Oi
XQV GLDV SDUD QHVVH WHPSR YHU R TXH VH SDVVDYD QR 5LR
GH -DQHLUR SRUTXH GL]LD VH UHFHDYD GH VHU SUHVR SRU WHU
GLWR PDO GR *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GH 0LQDV H
WDPEpP GR ,OPR H ([PR 9LFH5HL H SDUD D UHWLUDGD TXH
SUHWHQGLD ID]HU WDPEpP HOH WHVWHPXQKD GHX XPD FDUWD GH
IDYRU SDUD R PHVPR PHVWUHGHFDPSR SDUD VDWLVID]HU DR
TXH D HVWH UHVSHLWR OKH SHGLX R &DS 0DQXHO -RDTXLP )RUWHV
H QHP HOH WHVWHPXQKD HQWmR VDELD QHP DJRUD VDEH TXH R
GLWR DOIHUHV WHQKD FXOSDV DOJXPDV GDV FRQWH~GDV QR DXWR
SRUTXH FRP R GLWR DOIHUHV QmR WLQKD DPL]DGH DOJXPD QHP
QXQFD R FRQKHFHX )RL DTXHOD D SULPHLUD YH] TXH OKH IDORX
( PDLV QmR GLVVH H DVVLQRX FRP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU
GHSRLV GHVWH OKH VHU OLGR H R DFKDU QD YHUGDGH ( HX 0DU
FHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD
H(VFULYmRQRPHDGRSDUDHVVDGHYDVVDRHVFUHYL

Torres — Manuel José de Miranda

²Testemunha referida (por T . 6.ª) Luís Manuel

/XtV 0DQXHO VROWHLUR QDWXUDO GD &LGDGH GH /LVERD

¿OKR GH SDLV LQFyJQLWRV DVVLVWHQWH QD &LGDGH GH 6 3DXOR
H GH SUHVHQWH QR 5LR GH -DQHLUR TXH YLYH GH VHU FULDGR GR

1R0XQLFtSLRGH1RYD,JXDo~²5--66
 ——

&DS 0DQXHO -RDTXLP GH 6i 3LQWR GR 5HJR )RUWHV WHVWHPXQKD
D TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R MXUDPHQWR GRV 6DQWRV
(YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU D YHUGDGH GR
TXHVRXEHVVH
 ² ( SHUJXQWDGR SHOR UHIHULPHQWR TXH QHOH IH] D
WHVWHPXQKD GR Q~PHUR ž $QW{QLR GH 0RUDLV GLVVH TXH
Vy HUD YHUGDGHLUR QD SDUWH HP TXH GL]LD TXH HOH WHVWHPXQKD
UHIHULGD GLVVHUD j WHVWHPXQKD UHIHUHQWH TXH Oi j FDVD WLQKD
LGR XP DOWHUHV GR 5HJLPHQWR GH 0LQDV *HUDLV SRUpP TXH
TXDQWR DR PDLV WXGR HUD FRQWUD D YHUGDGH SRUTXH DV KRUDV
D TXH HOH IRL IRUDP GDV RLWR SDUD DV QRYH KRUDV SRXFR
PDLV RX PHQRV H Vy HVWDULD R HVSDoR GH PHLD KRUD HP FXMR
WHPSR HVWLYHUDP MXQWRV HP XPD VDOD R GLWR DOIHUHV R &D
SLWmR 0DQXHO -RDTXLP GH 6i 3LQWR H 0DQXHO -RVp GH 0LUDQGD
VHP TXH HOH WHVWHPXQKD YLVVH RX RXYLVVH R TXH Oi SDVVDUDP
3 ² 6y GHSRLV RXYLX GL]HU D 0DQXHO -RVp GH 0LUDQGD
TXH R &DSLWmR 0DQXHO -RDTXLP GH 6i 3LQWR OKH WLQKD
PDQGDGR HVFUHYHU XPD FDUWD SDUD R PHVWUH GH FDPSR ,QiFLR
GH $QGUDGH 6RWRPDLRU 5HQGyQ VHQGR FHUWR TXH jTXHODV
KRUDV HVWDYD D SRUWD DEHUWD H SRU LVVR QHP D HOD VH EDWHX
( PDLV QmR GLVVH QHP GRV FRVWXPHV H DVVLQRX FRP R GLWR
'HVHPEDUJDGRU GHSRLV GHVWH OKH VHU OLGR H R DFKDU QD
YHUGDGH ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJH
GRUGHVWDFRPDUFDH(VFULYmRQRPHDGRRHVFUHYL

Torres — Luís Manuel

 ² ASSENTADA — Rio, Casa do Des. Torres, 8-06-1789

$RV RLWR GLDV GR PrV GH MXQKR GH PLO VHWHFHQWRV H
RLWHQWD H QRYH QHVWD &LGDGH GR 5LR GH -DQHLUR HP FDVDV
GH UHVLGrQFLD GR 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR 7RUUHV -XL] QR
PHDGR SDUD D SUHVHQWH GHYDVVD DRQGH HX 0DUFHOLQR 3H
UHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR
WDPEpP QRPHDGR SDUD HVWD GHYDVVD IXL YLQGR Dt LQTXLULX
R GLWR 'HVHPEDUJDGRU DV WHVWHPXQKDV DEDL[R QRPHDGDV
FXMRV QRPHV FRJQRPHV PRUDGDV HVWDGRV RItFLRV LGDGHV
 ——

GLWRV H FRVWXPHV WXGR p R TXH DR GLDQWH VH VHJXH GH TXH
SDUD FRQVWDU IDoR HVWD DVVHQWDGD ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD
&OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD H (VFULYmR QR
PHDGRSDUDHVWDGHYDVVDRHVFUHYL

²Testemunha referida — (por T . 3.ª) Manuel

Correia Vasques

1 ² 0DQXHO &RUUHLD 9DVTXHV VROWHLUR QDWXUDO GD &L

GDGH GR 5LR GH -DQHLUR ¿OKR GR &DSLWmR GH *UDQDGHLURV
0DQXHO &RUUHLD 9DVTXHV H GH $SROLQiULD 5RVD DVVLVWHQWH QR
(QJHQKR GD &DFKRHLUD GR WHUPR GHVWD FLGDGH H DJRUD QHOD
DVVLVWHQWH TXH YLYH GH ODYRXUD GH LGDGH GH YLQWH H TXDWUR
DQRV WHVWHPXQKD D TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R MXUD
PHQWR GRV 6DQWRV (YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU
DYHUGDGHGRTXHVRXEHVVH
 ² 3HUJXQWDGR SHOR UHIHULPHQWR TXH QHOH IH] D WHV
WHPXQKD GR Q~PHUR WHUFHLUR -HU{QLPR GH &DVWUR H 6RXVD
GLVVH TXH R UHIHULPHQWR TXH QHOH IH] D GLWD WHVWHPXQKD
H TXH OKH IRL OLGR p HP WXGR YHUGDGHLUR H D HOH HP WXGR
VH UHSRUWD H PDLV QmR GLVVH QHP GRV FRVWXPHV H DVVLQRX
FRP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHSRLV GHVWH OKH VHU OLGR H R
DFKDU QD YHUGDGH ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU
H&RUUHJHGRUGHVWDFRPDUFDH(VFULYmRQRPHDGRRHVFUHYL

Torres — Manuel Correia Vasques

NOTA À MARGEM: 7LURXVHSULPHLUDFySLDGHVWD'HYDVVD

DWp DTXL TXH IRL HQWUHJXH DR ,OPR
H([PR9LFH5HL3HUHLUD&OHWR
 FORMAÇÃO DE CULPA (II)
MINAS GERAIS

5 — CONCLUSÃO PARA DESPACHO

V. Rica, Casa do Escr. Marcelino Pereira Cleto, 24-07-1789

$RV YLQWH H TXDWUR GR PrV GH MXOKR GR DQR GH PLO
VHWHFHQWRV H RLWHQWD H QRYH QHVWD 9LOD 5LFD GH 1RVVD 6HQKRUD
GR 3LODU GR 2XUR 3UHWR HP FDVDV GH PLQKD UHVLGrQFLD ¿]
HVWD GHYDVVD FRQFOXVD DR 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR
7RUUHV -XL] GHOD SRU HOH DVVLP PR KDYHU GHWHUPLQDGR
( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GD
&RPDUFD GR 5LR GH -DQHLUR H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD
GHYDVVDRHVFUHYL

²CONCLUSOS — V.R., Casa do Des. Torres, 27-07-1789

(Desp.)

2 (VFULYmR GHVWD GHYDVVD MXQWH D HOD RV RItFLRV GR

,OPR H ([PR 9LFH5HL H &DSLWmR *HQHUDO GH 0DU H 7HUUD
GR (VWDGR GR %UDVLO GH  GH MXQKR GH  H R GR ,OPR
H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR
*HQHUDO GD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV GH  GH MXOKR GR
PHVPR DQR H MXQWRV HOHV VH FRQWLQXH QHVWD &DSLWDQLD QRV
WHUPRV GD GHYDVVD MXQWDQGR PDLV R PHX RItFLR GH  GH
MXOKRSDUDVHFRQWLQXDUDGHYDVVD

9LOD5LFDGHMXOKRGH
— Torres
 ——

 ²DATA V.R., Casas do Des. Torres, 27-07-1789

$RV YLQWH H VHWH GR PrV GH MXOKR GH PLO VHWHFHQ
WRV H RLWHQWD H QRYH QHVWD 9LOD 5LFD GH 1RVVD 6HQKRUD GR 3LODU
GR 2XUR 3UHWR HP FDVDV GH UHVLGrQFLD GR 'HV -RVp 3HGUR
0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV QDV TXDLV HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD
&OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GD &RPDUFD GR 5LR GH -DQHL
UR H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD GHYDVVD HVWRX WDPEpP DSR
VHQWDGR Dt SHOR GLWR 'HVHPEDUJDGRU PH IRL HQWUHJXH HVWD
GHYDVVD FRP R VHX GHVSDFKR DQWHFHGHQWH SDUD KDYHU GH VH
FXPSULU H JXDUGDU GR TXH SDUD FRQVWDU ¿] HVWH WHUPR (
HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GD &R
PDUFD GR 5LR GH -DQHLUR H (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD
GHYDVVDRHVFUHYL

 ² JUNTADA — Vila Rica, Casas do Des. Torres,

27-07-1789

$RV YLQWH H VHWH GR PrV GH MXOKR GR DQR GH PLO VHWH
FHQWRV H RLWHQWD H QRYH QHVWD 9LOD 5LFD GH 1RVVD 6HQKRUD
GR 3LODU GR 2XUR 3UHWR HP FDVDV GH PLQKD UHVLGrQFLD
MXQWHL D HVWD GHYDVVD HP H[HFXomR GR GHVSDFKR DQWHFHGHQWH
SURIHULGR SHOR 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV
DV FDUWDV GH RItFLR H FHUWLGmR GH TXH R PHVPR GHVSDFKR
ID] PHQomR DV TXDLV SDUD HVVH ¿P PH IRUDP HQWUHJXHV
SHOR GLWR 'HVHPEDUJDGRU GR TXH SDUD FRQVWDU ¿] HVVH
WHUPR ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU
GD &RPDUFD GR 5LR GH -DQHLUR (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD
GHYDVVDRHVFUHYL

²Ofício — Rio, 12-06-1789, do Vice-Rei ao Des.

Torres

&RPR 9 0HUFr HP FRQVHTrQFLD GD PLQKD 3RUWDULD

GH  GH PDLR GR SUHVHQWH DQR WHP SULQFLSLDGR D GHYDVVD
D TXH PDQGHL SURFHGHU VREUH D LPSRUWDQWtVVLPD PDWpULD TXH
GD PHVPD FRQVWD H HP XP QHJyFLR GH WDQWD JUDYLGDGH VH
 — 83 —

GHYHP HPSUHJDU WRGDV DV GLOLJrQFLDV SDUD FRPSOHWD DYHUL

JXDomR GD YHUGDGH R TXH VH QmR SRGHUi FRQVHJXLU DTXL
VHQGR R PDLRU Q~PHUR GH IDWRV VXFHGLGR QD &DSLWDQLD GH
0LQDV *HUDLV SHGH D JUDQGH SRQGHUDomR GHOHV TXH VH QmR
SHUFDWHPSRDOJXPHPVHDFODUDUHP
 ² 3DUD LVVR 2UGHQR D 9RVVD 0HUFr TXH FRP D
PDLRU EUHYLGDGH SRVVtYHO SDVVH j GLWD &DSLWDQLD FRP R
2XYLGRU H &RUUHJHGRU GHVWD FRPDUFD 0DUFHOLQR 3HUHLUD
&OHWR  (VFULYmR QRPHDGR SDUD HVWD GLOLJrQFLD SDUD DOL FRQ
WLQXDU LQGDJDQGR RV IDWRV TXH D HOD GHUDP RFDVLmR H REUDQGR
HP WXGR QD FRQIRUPLGDGH GDV LQVWUXo}HV TXH OKH SDUWLFLSDU
R *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GDTXHOD &DSLWDQLD D TXHP
GHYHFRPXQLFDUWXGR
3 ² ( DQWHV GH VXD SDUWLGD YLUi UHFHEHU DV PDLV
RUGHQV H LQVWUXo}HV QHFHVViULDV GHL[DQGRPH MXQWDPHQWH
XPD FySLD DXWrQWLFD GH WXGR TXH DWp R SUHVHQWH VH WHP
SURFHVVDGR SDUD ¿FDU DVVLP SUHFDYLGR TXDOTXHU IXWXUR
DFRQWHFLPHQWR

'HXVJXDUGHD90HUFr

5LRGHMXQKRGH

Luís de Vasconcelos e Sousa

6U 'HVHPEDUJDGRU -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV

 2 $UTXLYR 1DFLRQDO SRVVXL DOJXQV GRFXPHQWRV UHIHUHQWHV D GHVSHVDV FRP

FDYDORV H IRUUDJHP IHLWD SHORV GRLV HQYLDGRV GR 5LR GH -DQHLUR GXUDQWH DV
GLOLJrQFLDV QD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV SRU RUGHP GR 9LFH5HL /XtV GH
9DVFRQFHORV H 6RXVD 9HU HPHQWD QR OLYUR ³$ &ROHomR GD &DVD GRV &RQWRV
HP 2XUR 3UHWR GH +HUFXODQR *RPHV 0DWKLDV SXEOLFDGD SHOR $UTXLYR
1DFLRQDO 5LR GH -DQHLUR ³3URFHVVR GH SDJDPHQWR GH GHVSHVDV IHLWDV SHOR
$QVSHoDGD 0DQXHO GD 6LOYHLUD /LPD FRP RV FDYDORV H EHVWDV GRV 6HQKRUHV
0LQLVWURV SRU FRQWD GH 6XD 0DMHVWDGH )ROKD DVVLQDGD HP 9LOD 5LFD D ƒ
GH DJRVWR GH  SHORV MXt]HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV H 0DU
FHOLQR 3HUHLUD &OHWR TXH IXQFLRQDYDP QD 'HYDVVD LQVWDXUDGD D  GH PDLR
GHVVHDQRQR5LRGH-DQHLURSRURUGHPGR9LFH5HL9DVFRQFHORV´+*0
 ——

 ² Ofício — V . Rica, 18-07-1789, Do Des. Torres

ao Visc. de Barbacena, por certidão

1 ² 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR FDYDOHLUR SURIHVVR QD

2UGHP GH &ULVWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GD &RPDUFD GR 5LR
GH -DQHLUR H (VFULYmR QRPHDGR SDUD D GHYDVVD D TXH PDQGRX
SURFHGHU R ,OPR H ([PR 9LFH5HL H &DSLWmR *HQHUDO GH
0DU H 7HUUD GR (VWDGR GR %UDVLO GH TXH p -XL] R 'HV -RVp
3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV &(57,),&2 TXH SRU HVWH
IRL HVFULWD XPD FDUWD GH RItFLR HP GDWD GH GH]RLWR GH MXOKR
GR SUHVHQWH DQR GH PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD H QRYH FXMR
WHRUpGDIRUPDVHJXLQWH

 ² ,OPR H ([PR 6HQKRU ² 1D FySLD LQFOXVD YHUi

9 ([D TXH SRU FDUWD GH  GH MXQKR GH PLO VHWHFHQWRV H
RLWHQWD H QRYH PH RUGHQRX R ,OPR H ([PR 9LFH5HL H &D
SLWmR *HQHUDO GH 0DU H 7HUUD GR (VWDGR GR %UDVLO TXH
SDVVDVVH D HVWD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV FRP R 2XYLGRU
0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR QRPHDGR HVFULYmR GD GLOLJrQFLD
SDUD DTXL QD GLWD &DSLWDQLD FRQWLQXDU D GHYDVVD SULQFLSLDGD
SRU YLUWXGH GD SRUWDULD GH VHWH GH PDLR GR PHQFLRQDGR
DQR GR PHVPR ,OPR H ([PR 9LFH5HL R TXDO GH FRPXP
DFRUGR FRP 9 ([D WHP SURFXUDGR H SURFXUD DYHULJXDU
H LPSHGLU R r[LWR GR H[HFUDQGR DWHQWDGR TXH VH IXOPLQDYD
3 ² ( FRPR VH PH GHWHUPLQD TXH HP WXGR REUH QD
FRQIRUPLGDGH GDV LQVWUXo}HV TXH 9 ([D PH SDUWLFLSDU RXVR
SRU LVVR URJDU D 9 ([D D IDFXOGDGH DX[tOLR H LQVWUXo}HV
SDUD FRQWLQXDU D GLOLJrQFLD H TXH 9 ([D PH RUGHQH R TXH
IRU VHUYLGR ¿FDQGR FHUWR HP FRPXQLFDU D 9 ([D WXGR H
HPH[HFXWDUTXDQWR9([DUHVROYHU
 ² 'HXV JXDUGH D 9 ([D PXLWRV DQRV 9LOD 5LFD
 GH MXOKR GH PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD H QRYH ² ,OPR
H ([PR 6U 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD ² 2 'HVHPEDUJDGRU
-RVp3HGUR0DFKDGR&RHOKR7RUUHV
5 ² ( QDGD PDLV VH FRQWLQKD HP D GLWD FDUWD GH
RItFLR TXH ¿HOPHQWH DTXL FRSLHL GD SUySULD TXH IRL UHPH
WLGD DR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU
 — 85 —

H &DSLWmR *HQHUDO GD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV j TXDO

PH UHSRUWR HP Ip GR TXH SDVVHL D SUHVHQWH TXH FRQIHUL
FRP R GLWR 'HV -RVp 3HGUR 0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV -XL]
GHVWD GHYDVVD D TXDO YDL QD YHUGDGH VHP FRLVD TXH IDoD
G~YLGD
9LOD 5LFD GH]RLWR GH MXOKR GH PLO VHWHFHQWRV H RLWHQWD
H QRYH ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU
GD &RPDUFD GR 5LR GH -DQHLUR H (VFULYmR QRPHDGR SDUD
HVWDGHYDVVDDHVFUHYLHDVVLQHL

&RQIHULGD

Torres — Marcelino Pereira Cleto

 ² Ofício — V. Rica, 23,07-1789 — Do Visc. de Bar-

bacena ao Des. José Pedro Machado Coelho Torres

1 ² $LQGD TXH D SULPHLUD UHVROXomR TXH 9 0HUFr

WLQKD WRPDGR GH HVSHUDU D FRQFOXVmR GD GHYDVVD TXH HVWi
WLUDQGR R 'HV *HUDO GHVWD FRPDUFD HP UD]mR GR VHX RItFLR
H SRU PLQKD RUGHP VHQGR 9 0HUFr RXYLGR HP WRGDV DV
GLOLJrQFLDV H GHOLEHUDo}HV TXH VH SUDWLFDVVHP H DWHQGLGR
QDV PDLV TXH OKH SDUHFHVVHP FRQYHQLHQWHV D EHP GD LP
SRUWDQWH DYHULJXDomR TXH p REMHWR GHOD PH SDUHFHX D PDLV
UHJXODU H FRPSHWHQWH TXH SRGLD RFRUUHU YLVWR R DGLDQWDPHQ
WR GD PHVPD GHYDVVD HP TXH WHP VLGR Mi LQTXLULGDV TXDVH
WRGDVDVWHVWHPXQKDVGDUHODomRTXHPHDSUHVHQWRX
 ² &RQWXGR HP FRQVHTrQFLD GDV QRYDV LQVWkQFLDV
GH 9 0HUFr H GR RItFLR GR 6U 9LFH5HL GR (VWDGR LQFOXVR
SRU FHUWLGmR QD VXD FDUWD GH  GR FRUUHQWH WHQKR PDQGDGR
FHVVDU RV SURFHGLPHQWRV RUGLQiULRV GR VREUHGLWR PLQLVWUR H
TXH WRGRV RV DXWRV RULJLQDLV VHMDP HQWUHJXHV D 9 0HUFr
QR HVWDGR HP TXH VH DFKDUHP IHLWDV TXH VHMDP DV FySLDV
TXH PH VmR SUHFLVDV H WLUDGDV VRPHQWH HQWUHWDQWR DOJXPDV
WHVWHPXQKDVTXHMiHVWLYHUHPDYLVDGDVHDVUHIHULGDV
3 ² &RP LVWR FRPHoR D GDU D 9 0HUFr R DX[tOLR TXH
PH UHTXHU H SRGH ¿FDU QD LQWHOLJrQFLD TXH R PHVPR VH
 — 86 —

OKH Ki GH FRQWLQXDU VHPSUH H WRGD D LQVWUXomR TXH OKH IRU
QHFHVViULD DWp TXH 9 0HUFr Gr SRU FRQFOXtGD D VXD LPSRU
WDQWH GLOLJrQFLD FXMD UHOHYkQFLD H SRQGHUDomR FRP RXWURV
PRWLYRV DWHQGtYHLV QDV SUHVHQWHV FLUFXQVWkQFLDV DVVHQWHL TXH
H[FOXtDP QmR Vy D GLVSXWD PDV DWp R H[DPH GD OHJLWLPLGDGH
H FRPSHWrQFLD GD MXULVGLomR H DOoDGD FRP TXH 9 0HUFr
VHMXOJDDXWRUL]DGR
 ² 7DQWR SDUD PLP FRPR SDUD RV PLQLVWURV TXH
HVWDYDP QRPHDGRV ¿FDUi GH WRGD D IRUPD FRPSOHWDPHQWH
VDWLVIHLWR R YHUGDGHLUR H VLQFHUR ]HOR FRP TXH QRV WHPRV
HPSUHJDGR QD PHVPD LQYHVWLJDomR SRUTXH RX D YHUHPRV
DFDEDGD FRP WRGD D FODUH]D LQGLYLGXDomR H FHUWH]D TXH p
FRQYHQLHQWH DR 5HDO 6HUYLoR H GH TXH HOD SRGH VHU DLQGD
VXVFHSWtYHO RX QRV OLVRQMHDUHPRV GH WHU DOFDQoDGR HP SRXFR
WHPSR TXDQWR HUD SRVVtYHO H[DPLQDU SUHVHQWHPHQWH QHVWD
&DSLWDQLD
5 ² 9RVVD 0HUFr DFKDUi HP PLQKD VDOD H QDV SULV}HV
GHVWD 9LOD DV PHVPDV RUGHQV H SURYLGrQFLDV TXH WLQKD GDGR
R 6U 9LFH5HL H D PLP WDPEpP VHPSUH SURQWR SDUD WRGD
DFRRSHUDomRTXHIRUFRQYHQLHQWH

'HXVJXDUGH90HUFr9LOD5LFDGHMXOKRGH

Visconde de Barbacena

6U'HVHPEDUJDGRU-RVp3HGUR0DFKDGR&RHOKR7RUUHV

²ASSENTADA — V . Rica, Casas do Des. Torres,

28-07-1789

$RV YLQWH H RLWR GR PrV GH MXOKR GH PLO VHWHFHQWRV
H RLWHQWD H QRYH QHVWD 9LOD 5LFD GH 1RVVD 6HQKRUD GR 3LODU
GR 2XUR 3UHWR HP FDVDV GH DSRVHQWDGRULD GR 'HV -RVp 3HGUR
0DFKDGR &RHOKR 7RUUHV -XL] GHVWD GHYDVVD QDV TXDLV HX
0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RUUHJHGRU GD &RPDUFD
GR 5LR GH -DQHLUR H (VFULYmR QRPHDGR SDUD D SUHVHQWH
GHYDVVD HVWRX WDPEpP DSRVHQWDGR Dt LQTXLULX R GLWR 'H
 ——

VHPEDUJDGRU DV WHVWHPXQKDV DEDL[R QRPHDGDV FXMRV QRPHV

FRJQRPHV PRUDGDV HVWDGRV RItFLRV LGDGHV GLWRV H FRVWXPHV
WXGR p R TXH DR GLDQWH VH VHJXH GH TXH SDUD FRQVWDU IDoR
HVWD DVVHQWDGD ( HX 0DUFHOLQR 3HUHLUD &OHWR 2XYLGRU H &RU
UHJHGRU GD &RPDUFD GR 5LR GH -DQHLUR H (VFULYmR SDUD
HVWDGHYDVVDRHVFUHYL

²Testemunha 9.ª — Basílio de Brito Malheiro do Lago

2 7HQ &HO %DVtOLR GH %ULWR 0DOKHLUR GR /DJR 

FDVDGR QDWXUDO GD 9LOD GH 3RQWH GH /LPD &RPDUFD GH
9LDQD DUFHELVSDGR GH %UDJD DVVLVWHQWH QD &RPDUFD GR 6HUUR
GR )ULR GH LGDGH GH TXDUHQWD H VHLV DQRV WHVWHPXQKD D
TXHP R GLWR 'HVHPEDUJDGRU GHX R MXUDPHQWR GRV 6DQWRV
(YDQJHOKRV H GHEDL[R GHOH SURPHWHX GL]HU D YHUGDGH GR
q u e VRXEHVVH

 ² ( SHUJXQWDGR HOH WHVWHPXQKD SHOR FRQWH~GR QR

DXWR GLVVH TXH ORJR TXH WLYHUD QRWtFLD GH TXH QHVWD &DSL
WDQLD VH SUHPHGLWDYD DOJXPD VHGLomR H PRWLP GHX SDUWH
GR TXH VDELD D HVWH UHVSHLWR DR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH
%DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD &DSLWDQLD
GH 0LQDV *HUDLV QmR Vy YRFDOPHQWH PDV SRU HVFULWR HP
FDUWD GH  GH DEULO GR SUHVHQWH DQR D TXDO VH DFKD MXQWDGD
SRU FySLD D HVWD GHYDVVD GH IROKDV YLQWH H VHWH DWp IROKDV
WULQWD D TXDO HOH WHVWHPXQKD UHFRQKHFH VHU YHUGDGHLUD H
D HOD VH UHIHUH H VHJXQGR D TXDO LUi GHSRQGR FRP VHSDUDomR
DRVVHXVGLIHUHQWHVDUWLJRVSHORVTXDLVpSHUJXQWDGR
 ² ( SRUTXH HOH WHVWHPXQKD Mi MXURX WDPEpP D
HVWH UHVSHLWR QD GHYDVVD TXH VREUH HVWD PHVPD VXEOHYDomR
H PRWLP VH WLURX QHVWD 9LOD SHOR 'HVHPEDUJDGRU GHVWD FR

    e  R VHJXQGR GHQXQFLDQWH GD &RQMXUDomR SRU FDUWD GLULJLGD DR 9LVFRQGH

GH %DUEDFHQD HP  GH DEULO GH  $R FRQWUiULR GH -RDTXLP 6LOYpULR
GRV 5HLV HPERUD GHWHVWDVVH RV EUDVLOHLURV FRQIRUPH GHFODUDULD HP VHX
WHVWDPHQWR FRQWLQXRX D UHVLGLU WUDQTLODPHQWH QD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV
1R 5HFHQVHDPHQWR GH  Mi FRP  DQRV GH LGDGH PRUDYD %DVtOLR
GH %ULWR QR 'LVWULWR GH 2XUR 3UHWR HP 9LOD 5LFD QD FRPSDQKLD GH GRLV
HVFUDYRV+*0
 — 88 —

PDUFD D HVWH MXUDPHQWR VH UHIHUH HOH WHVWHPXQKD WDPEpP

QHVWH DJRUD GHFODUDUi RV IDWRV GH TXH WHYH QRWtFLD DWp DR
WHPSR HP TXH GHX D VXD SDUWH SRU HVFULWR DR ,OPR H ([PR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD
&DSLWDQLD RV TXH GHPDLV OKH FRQVWRX GHVGH HVWH WHPSR
DWp TXH SUHVWRX QD GLWD GHYDVVD R VHX MXUDPHQWR FRPR
WDPEpP RV TXH GHPDLV VRXEH GHVGH R WHPSR GDTXHOH GLWR
MXUDPHQWRDWpTXHDJRUDGiGHQRYRHVWH
 ² 4XH FRP HIHLWR p YHUGDGH SRU VHU IDWR TXH SDVVRX
FRP HOH WHVWHPXQKD YLQGR GR 6HUUR GR )ULR RQGH p R VHX
HVWDEHOHFLPHQWR D HVWD &DSLWDO GH 9LOD 5LFD D WUDWDU GDV
GHSHQGrQFLDV TXH WLQKD SHUDQWH R ,OPR H ([PR 9LVFRQGH
GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD &DSL
WDQLD YHLR WDPEpP D HVWD 9LOD 0DQXHO $QW{QLR GH 0RUDLV
PRUDGRU QR GLWR 6HUUR GR )ULR H IRL KyVSHGH QHVWD &DSLWDO
GH9LOD5LFDGR60-RVp-RDTXLPGD5RFKD

5 ² ,QGR HOH WHVWHPXQKD SRU HVWD UD]mR LQGLIHUHQWHV

YH]HV j FDVD GR GLWR 6 0 -RVp -RDTXLP GD 5RFKD SDUD
VDEHU DV QRWtFLDV TXH WLQKD GR 6HUUR GR )ULR R GLWR 0DQXHO
$QW{QLR GH 0RUDLV YLX UHSHWLGDV YH]HV QD FDVD GR UHIHULGR
S. 0 DR DOIHUHV GH &DYDODULD SDJD GHVWD &DSLWDQLD -RD
TXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU SRU DOFXQKD R 7LUDGHQWHV ² H
FRPR HUD SULQFtSLR GR JRYHUQR GR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH
GH %DUEDFHQD HP GLIHUHQWHV RFDVL}HV PRYHUDP FRQYHUVDomR
D UHVSHLWR GR VHX JRYHUQR H VHPSUH R GLWR DOIHUHV -RDTXLP
-RVp GD 6LOYD ;DYLHU PRVWUDYD JUDQGH GHVFRQWHQWDPHQWR GR
JRYHUQR GR VREUHGLWR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFH
QD UHSHWLGDV YH]HV OKH RXYLX HOH WHVWHPXQKD HVWDV IRU
PDLV SDODYUDV ² 6H WRGRV IRVVHP GR PHX kQLPR PDV Oi
HVWiDPmRGH'HXV²HVH¿FDYD´

6 ² 'HSRLV GR TXH GLVVH D HOH WHVWHPXQKD HP RFD

VLmR TXH SDVVDYD SHOD SRUWD GR 6 0 -RVp -RDTXLP GD 5R
FKD R GLWR 0DQXHO $QW{QLR GH 0RUDLV DV VHJXLQWHV SDODYUDV
² 2 7LUDGHQWHV DQGD PRUWR SRU ID]HU XP OHYDQWH ² DR
TXH HOH WHVWHPXQKD OKH UHVSRQGHX TXH VHPHOKDQWHV SDOD
YUDVQLQJXpPDVSURIHULD
 — 89 —

 ² 3RVWHULRUPHQWH LQGR HOH j IUHJXHVLD GRV &DULMyV

SRU RUGHP GR GLWR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH SRU OKH WHU Mi
GDGR SDUWH YRFDOPHQWH H SRU HVFULWR GR TXH VDELD D UHVSHLWR
GHVWD VHGLomR H PRWLP LQWHQWDGR D H[DPLQDU QD HVWDODJHP
GD 9DUJLQKD  FHUWDV FRQYHUVDo}HV TXH QHOD WLQKD KDYLGR
H GH TXH R GLWR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *R
YHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO WLQKD DOJXPD QRWtFLD H GH TXH
TXHULDVHUPHOKRULQVWUXtGRFKHJRXjGLWDHVWDODJHP
8 ² &RP FDXWHOD HQWURX D H[DPLQDU R HVWDODMDGHLUR
GRQR GHOD FKDPDGR -RmR GD &RVWD 5RGULJXHV R TXDO SHU
JXQWRX D HOH WHVWHPXQKD SHOD GHUUDPD TXH VH HVSHUDYD
QHVWD &DSLWDQLD SDUD VH FRPSOHWDU R SDJDPHQWR GDV FHP
DUUREDV GH RXUR DQXDLV D TXH RV SRYRV VH REULJDUDP SRU
HTXLYDOHQWH GR TXLQWR GR RXUR RV TXDLV GHYHP FRPSOHWDU D
6XD 0DMHVWDGH DR TXH OKH UHVSRQGHX TXH D GHUUDPD VH
QmR ODQoDYD SRU RUD SRUTXH R GLWR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH
GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD &DSLWD
QLD WLQKD FRQKHFLGR R HVWDGR GHFDGHQWH GHOD H GDYD SDUWH
SDUD D &{UWH SDUD GH Oi VH GHWHUPLQDU R TXH VH GHYLD SUDWL
FDUHREVHUYDU
9 ² 4XH RV SRYRV GHVWD &DSLWDQLD D HVWH UHVSHLWR
GHYLDP PXLWR DR GLWR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUED
FHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHOD DR TXH R GLWR
HVWDODMDGHLUR -RmR GD &RVWD 5RGULJXHV UHVSRQGHX D HOH
WHVWHPXQKD SRLV QmR GLVVH DVVLP XP R¿FLDO SDJR TXH LD
SDUD R 5LR GH -DQHLUR PDV DVVLP TXH R GLWR ,OPR H ([PR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO D
QmR ODQoDYD SRUTXH WLYHUD PHGR TXH R SRYR VH OHYDQWDVVH
10 ² 3RUpP QXQFD R GLWR HVWDODMDGHLUR TXLV GL]HU D HOH
WHVWHPXQKD R QRPH GR GLWR R¿FLDO Vy GL]LD TXH IDODYD FRP
PXLWD OLEHUGDGH PDV SHOR WHPSR TXH GLVVH D HOH WHVWHPXQKD
TXH R GLWR R¿FLDO WLQKD SDVVDGR SDUD R 5LR GH -DQHLUR TXH
VHULD VHJXQGR GLVVH HOH SHOR PHLR GD 4XDUHVPD SHORV VL
QDLV TXH HOH WHVWHPXQKD OKH SHUJXQWRX GH TXH QmR HUD

 9DUJLQKD GR /RXUHQoR QR DWXDO PXQLFtSLR GH &RQVHOKHLUR /DIDLHWH0* -66
 — 90 —

PRoR H Mi WLQKD FDEHORV EUDQFRV  RV TXDLV R GLWR HVWDOD

MDGHLUR OKH FRQIHVVRX ¿FRX HOH WHVWHPXQKD QD LQWHOLJrQFLD
GH TXH R GLWR R¿FLDO HUD R $OIHUHV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD
;DYLHU
11 ² 3DVVDGD HVWD SULPHLUD FRQYHUVD FRP R GLWR HV
WDODMDGHLUR HP TXH HVWH VH KRXYH FRP WRGD D UHVHUYD FKH
JDUDP DV KRUDV GHOH WHVWHPXQKD LU FHDU SDUD R VHX TXDUWR
H FRQYLGDQGR HOH WHVWHPXQKD DR GLWR HVWDODMDGHLUR SDUD
LU SDUD R VHX TXDUWR H OKH ID]HU FRPSDQKLD QD FHLD FRQYLWH
TXH HOH DFHLWRX GHSRLV GHOD VH KRXYH HOH WHVWHPXQKD FRP
PDLV ODUJXH]D OHYDQGR HOH WHVWHPXQKD VHPSUH D FRQYHU
VDomR DR PHVPR ¿P GH H[DPLQDU R TXH HOH VDELD D UHVSHLWR
GD VHGLomR H PRWLP TXH VH LQWHQWDYD DR TXH R GLWR HVWDODMD
GHLUR IHFKDQGR D SRUWD GR TXDUWR GLVVH D HOH WHVWHPXQKD
RUD SRLV FRPR HVWDPRV VyV DLQGD TXH 9 0HUFr GLJD DOJX
PD FRLVD GR TXH HX OKH FRPXQLFDU FRPR QmR WHP FRP TXH
MXVWL¿TXHGHQDGDYDOHRTXHGLVVHU
 ² 3ULQFLSLRX R GLWR HVWDODMDGHLUR D GL]HU D HOH WHV
WHPXQKD ² VH 9RVVD 0HUFr YLVVH R TXH VH SDVVRX QHVWH
TXDUWR TXDQGR DTXL HVWHYH R Mi GLWR R¿FLDO GD WURSD SDJD
GH SDVVDJHP SDUD R 5LR GH -DQHLUR KDYLD GH SDVPDU (V
WDYD QHVWD HVWDODJHP XP FOpULJR  D TXH FKDPDYDP GRXWRU
H PDLV XQV SRXFRV GR 5LR GDV 0RUWHV  H XP PXODWR 
DRV TXDLV R GLWR HVWDODMDGHLUR QmR GHFODURX RV QRPHV H HQ
WURX R GLWR R¿FLDO D GL]HU TXH DV 0LQDV HVWDYDP SHUGLGDV
TXH RV *RYHUQDGRUHV H &DSLWmHV *HQHUDLV YLQKDP LQVLQXDGRV
GH 3RUWXJDO SDUD DFDEUXQKDUHP RV KRPHQV H QmR RV GHL[DU
OHYDQWDU D FDEHoD TXH FDGD WUHV DQRV YLQKD XP *RYHUQD
GRU H &DSLWmR *HQHUDO H WRGRV LDP FKHLRV GH GLQKHLUR TXH
WUD]LDP XPD PiTXLQD GH FULDGRV H TXH FDGD XP GHOHV LD
j SURSRUomR FKHLR H GD PHVPD IRUPD RV PLQLVWURV TXH RV

0DLVXPDUHIHUrQFLDDRDVSHFWRItVLFRGR7LUDGHQWHV+*0
  H  1mR VH WLURX SRU WHVWHPXQKDV QD GHYDVVD GR 5LR GH -DQHLUR QHP DR
FOpULJR D TXH FKDPDYDP GRXWRU QHP DR PXODWR H D ³XQV SRXFRV GR
5LR GDV 0RUWHV´ FLWDGRV DTXL SRU %DVtOLR GH %ULWR 0DOKHLUR GR /DJR
SRU VH QmR VDEHU RQGH ORFDOL]iORV 6REUH HVVH IDWR R HVFULYmR 0DU
FHOLQR 3 &OHWR UHSUHVHQWRX DR -XL] GD GHYDVVD TXH DQWHV VROLFLWDUD
HVFODUHFLPHQWRV-66
 — 91 —

¿OKRV GH 3RUWXJDO HUDP VHQKRUHV GR RXUR TXH VH WLUDYD QHVWD
WHUUD H TXH GHSRLV GH FKHLRV WDPEpP YROWDYDP SDUD 3RUWX
JDO TXH GHVWD IRUPD VHPSUH HVWD WHUUD HVWDYD PLVHUiYHO
SRUTXH WXGR VDtD GHOD D WHPSR TXH QmR VHQGR DVVLP VH SR
GLDP DWp FDOoDU GH RXUR DV UXDV 2 GLWR R¿FLDO DFUHVFHQWD
UD ² ( QyV KDYHPRV GH HVWDU DWXUDQGR LVWR" -i QmR SRGH
VHU $R TXH GLVVH R GLWR HVWDODMDGHLUR D HOH WHVWHPXQKD TXH
UHVSRQGHUD R FOpULJR TXH WUDWDYDP GH GRXWRU TXH QmR IDODV
VH DVVLP TXH R 5HL HUD R VHQKRU GH WXGR R TXH WLQKDP RV
YDVVDORV H OKH GLVVHUD RXWUDV FRLVDV PDLV TXH HUD XP JUDQ
GH FULPH IDODU HP OHYDQWH GHSRLV GHVVD UHVSRVWD R GLWR
FOpULJR GLVVH R UHIHULGR HVWDODMDGHLUR D HOH WHVWHPXQKD TXH
R VREUHGLWR R¿FLDO VH GHLWDUD DR GLWR FOpULJR TXH SDUHFLD R
TXHULD FRPHU H OKH GLVVHUD VDEH R TXH GL] VU GRXWRU LVWR
QmR p OHYDQWDU p UHVWDXUDUPRV D QRVVD WHUUD TXH ID]HP GH
QyVQHJURV
13 ² (VWH *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO TXH DJRUD
YHLR WURX[H RUGHP SDUD QmR GHL[DU WHU D KRPHP DOJXP QDV
0LQDV PDLV GH GH] PLO FUX]DGRV TXH RV WURX[HVVH VHPSUH
VRSHDGRV H TXH RV SUHQGHVVH H PDQGDVVH SDUD Oi D QmR WH
UHP FXOSD SRU LQFRQ¿GHQWHV DR TXH R VREUHGLWR FOpULJR HQ
WmR UHVSRQGHUD FRP PHGR VH DVVLP p SRGHPVH S{U IRUD GD
REHGLrQFLD GH XP 5HL WLUDQR ² GHSRLV GR TXH ¿FDUD R GLWR
R¿FLDO PXLWR VDWLVIHLWR FRP R UHIHULGR FOpULJR H OKH GLVVHUD
² GHL[H VU GRXWRU TXH WRGRV KDYHPRV GH WHU PXLWR RXUR
H FRP 9RVVD 0HUFr Mi WHPRV GH]HVVHLV RX GH]RLWR SHVVRDV
JUDQGHV H R SRYR WRGR HVWi UHVROYLGR 7HPRV XP JUDQGH
KRPHP GH PXLWD FLrQFLD TXH QRV Ki GH HQFDPLQKDU p GH
FDUiWHUFRPR90HUFr
 ² 'HSRLV GR TXH GLVVH R GLWR HVWDODMDGHLUR D HOH
WHVWHPXQKD WRGRV ¿FDUDP PXLWR DPLJRV 6REUH HVWHV IDWRV
GHS{V HOH WHVWHPXQKD SULPHLUD H VHJXQGD YH] QD GHYDVVD
TXH QHVWD YLOD WLURX R 'HVHPEDUJDGRU 2XYLGRU GHVWD FRPDU
FD  GHFODUDQGR QR SULPHLUR MXUDPHQWR TXH SUHVWRX H D¿U

   6HX SULPHLUR GHSRLPHQWR WHYH OXJDU HP 9LOD 5LFD DRV   H R VHJXQGR
HP-66
 ——

PDQGR RV IDWRV GH TXH WLQKD GDGR SDUWH DR ,OPR H ([PR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO SRU
HVFULWR SRUTXH Vy GHVWHV VDELD D HVVH WHPSR H MXUDQGR QR
VHX VHJXQGR GHSRLPHQWR DTXHOHV IDWRV GH TXH WHYH QRWtFLD
IRL H[DPLQDU SHOD RUGHP TXH Mi GLVVH WHYH R ,OPR H ([PR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO j
GLWD HVWDODJHP SRUTXH GHOH Vy WHYH QRWtFLD GHSRLV GR GLWR
H[DPH H GHSRLV GH WHU SUHVWDGR R SULPHLUR MXUDPHQWR R TXH
WXGRVDEHSHODVUD]}HVTXHMiWHPH[SRVWR

15 ² 4XH LJXDOPHQWH GLVVH D HOH WHVWHPXQKD HVWDQGR

QHVWD FDSLWDO GH 9LOD 5LFD R 'U -RmR GH $UD~MR H 2OLYHLUD
PRUDGRU QR 5LR GDV 0RUWHV R TXDO VH PRVWUDYD PDO DIHL
oRDGR H GHVFRQWHQWH FRP R JRYHUQR GR ,OPR H ([PR 9LV
FRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD
&DSLWDQLD H SRU HVWD UD]mR HOH WHVWHPXQKD OKH GL]LD TXH
QXQFD HUD ERP TXHL[DUVH GR *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQH
UDO TXH QHVWDV FRQTXLVWDV WLQKD DPSORV SRGHUHV GH 6XD 0D
MHVWDGH TXH R GLWR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFH
QD KDYLD GH VHU R *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO PDLV GHV
JUDoDGR TXH WLQKD YLQGR D HVWD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV
R TXH UHSHWLX GXDV RX WUrV YH]HV TXH WDPEpP R 'U $QW{
QLR -RVp 6RDUHV GH &DVWUR TXH DWXDOPHQWH VH DFKD HP 9LOD
5LFD FXMR GLWR GLVIDUoRX HOH WHVWHPXQKD FRP XPD UHVSRVWD
LQGLIHUHQWH H DWp DGPLUDQGRVH GH TXH XPD SHVVRD LQVWUXt
GD WDO SURIHULVVH SRUpP ¿FRX SHUVXDGLGR SHOR TXH RXYLX
DR GLWR 'U -RmR GH $UD~MR H 2OLYHLUD TXH HOH WDPEpP
WLQKD QRWtFLD GD GLWD SUHWHQGLGD VXEOHYDomR H PRWLP H TXH
DQRWtFLDGHODMiJUDVVDYDSRUPXLWDVSHVVRDV
16 ² 4XH HOH WHVWHPXQKD VH ¿UPDUD PDLV QHVWH FRQ
FHLWR SHOD UD]mR GH RXYLU Mi D QHJURV H D PXODWRV TXH HVWD
YD SDUD KDYHU XP OHYDQWH QDV 0LQDV H HQWUDQGR XPD QRLWH
SHODV GH] KRUDV SRXFR PDLV RX PHQRV SHOD HVWDODJHP GDV
&DEHoDV RQGH HOH WHVWHPXQKD DJRUD HVWi UHVLGLQGR QHVWD
9LOD ORJR DSHQDV HQWURX OKH GLVVH -RVp -RDTXLP GH 2OLYHLUD
TXH WLQKD YLQGR GR 5LR GDV 0RUWHV SDUD DVVHQWDU SUDoD GH
 — 93 —

VROGDGR GH FDYDOR  HVWDQGR D VDOD GD HVWDODJHP FKHLD GH

JHQWH ² VDEH PDLV TXH R 6U 7HQ &HO GLVVH DTXL KRMH HVWi
SDUD KDYHU XP OHYDQWH QDV 0LQDV DR TXH HOH WHVWHPXQKD
SDUD HYLWDU FRQYHUVDomR D UHVSHLWR GH TXH IXJLD UHVSRQGHX
GHVWHPSHUDGDPHQWH TXH ² Vy VH IRVVH XP OHYDQWH GH
SXWDV
 ² 4XH QD PHVPD HVWDODJHP DQGDQGR HOH WHVWH
PXQKD D SDVVHDU QD YDUDQGD GHOD RXYLX GL]HU D XP PXOD
WR GR 6HUUR GR )ULR SRU QRPH &ULVSLQLDQR GD /X] 6RDUHV
TXH HVWDYD FRQYHUVDQGR FRP RXWUR PXODWR SRU QRPH 5DL
PXQGR &RUUHLD  0DMRU GR 5HJLPHQWR GRV 3DUGRV GR 7H
MXFR TXH GHVWD YLOD VH WLQKD HVFULWR SDUD D &DSLWDQLD GH
6mR 3DXOR SDUD TXH OD VH OHYDQWDVVHP H QmR SDJDVVHP RV
Gt]LPRV
18 ² 4XH HOH WHVWHPXQKD RXYLX GL]HU PDLV GH XPD
YH] DR &HO ,QiFLR -RVp GH $OYDUHQJD HP FDVD GR 7HQ &HO
-RVp 3HUHLUD 0DUTXHV  IDODQGRVH QD GHFDGrQFLD GHVWD
&DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV TXH HVWDYD SUy[LPR R WHPSR GH
FRUUHUHPQHODULRVGHVDQJXH
19 ² 4XH R &DS 9LFHQWH 9LHLUD GD 0RWD GLVVH HP RX
WUD RFDVLmR D HOH WHVWHPXQKD TXH YLD HVWD &DSLWDQLD GH 0L
QDV *HUDLV HP PXLWD GHVRUGHP TXH WRGRV RV QDFLRQDLV VH
TXHULDP YHU OLYUHV GD VXMHLomR GR 5HLQR GH 3RUWXJDO H TXH
VXSRVWR HUD DPLJR GR F{QHJR GD 6p GD &LGDGH GH 0DULDQD
/XtV 9LHLUD GD 6LOYD OKH RXYLD GL]HU XPDV WDLV FRLVDV TXH
VHIRVVH5HLOKHPDQGDYDFRUWDUDFDEHoD
 ² 4XH YHQGR HOH WHVWHPXQKD H RXYLQGR WRGRV HVWHV
IDWRV TXH ¿FDP GHGX]LGRV GLIHUHQWHV YH]HV VH FKHJRX DR

 -RVp -RDTXLP GH 2OLYHLUD QmR MXURX QD GHYDVVD 5- SRU QmR WHU VLGR ORFDOL
]DGR VHJXQGR LQIRUPRX DR 'HV 7RUUHV R HVFULYmR 0DUFHOLQR 3 &OHWR HP
R¿FLRGDWDGRGR5LR-66
 1mR MXURX QD GHYDVVD 5- SRU VH DFKDU GLVWDQWH GH 9 5LFD H SRUTXH FRQYHU
VDQGR VREUH R OHYDQWH FRP &ULVSLQLDQR GD /X] 6RDUHV HVWH ³FRQIHVVRX QR
VHX MXUDPHQWR D FRQYHUVD TXH WHYH FRP 5DLPXQGR &RUUHLD D UHVSHLWR
&RQIHVVDQGRD WRUQDYD GHVQHFHVViULR R MXUDPHQWR GH 5 &RUUHLD 2ItFLR GH
HVFULYmR3HUHLUD&OHWRDR'HV7RUUHVGDWDGRGR5LR-66
 -RVp 3HUHLUD 0DUTXHV &RQWUDWDGRU GDV (QWUDGDV R FRQKHFLGR 0DUTXpVLR GDV
&DUWDV&KLOHQDV-66
 ——

$M GH 2UGHP )UDQFLVFR $QW{QLR 5HEHOR D GL]HUOKH TXH HUD

SUHFLVR OHPEUDU DR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD
*RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD &DSLWDQLD TXH RV SRYRV
GHOD HVWDYDP HP GHVRUGHP H TXH HVWHV VH QmR JRYHUQDYDP
Vy FRP ERP PRGR FXMDV FRQYHUVDV SURFXUDYDP VHPSUH GL
YHUWLU SDUD RXWUD SDUWH R GLWR $M GH 2UGHQV DWp TXH XOWL
PDPHQWH HOH WHVWHPXQKD YHQGR TXH D GLWD VHGLomR H PRWLP
WRPDYD PDLRU FRUSR OKH IDORX PDLV FODUR D HVWH UHVSHLWR
QD IRUPD TXH H[S{V QD SDUWH TXH GHX DR ,OPR H ([PR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHV
WD &DSLWDQLD GH 0LQDV *HUDLV D TXDO VH DFKD QHVWD GHYDVVD
D IROKDV YLQWH H VHWH SHOR TXH R GLWR $MGH 2UGHQV SULPHLUD
YH] TXH HOH WHVWHPXQKD SURFXURX DR GLWR ,OPR H ([PR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD OKH GLVVH TXH DQWHV GHOH WHVWH
PXQKD OKH IDODU QRV VHXV SDUWLFXODUHV H[SXVHVVH WXGR R
TXH VDELD D UHVSHLWR GD UHEHOLmR R TXH FRP HIHLWR SUDWLFRX
LQIRUPDQGRR YRFDOPHQWH GH WXGR H SRVWHULRUPHQWH R IH]
SRU HVFULWR QD FDUWD TXH VH DFKD SRU FHUWLGmR QHVWD GHYDV
VDGHVGHIROKDVYLQWHHVHWH

 ² 4XH SHUJXQWDQGR D HOH WHVWHPXQKD R GLWR ,OPR

H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR
*HQHUDO GHVWD &DSLWDQLD VH HOH WHVWHPXQKD VDELD RV TXH
SULQFLSDOPHQWH ¿JXUDYDP QD GLWD VHGLomR H PRWLP H RQGH
VH DMXQWDYDP D ID]HUHP RV VHXV FRQJUHVVRV H FRQYHQWtFXORV
GLVVH HOH WHVWHPXQKD TXH SUHVXPLD VHUHP RV SULQFLSDLV R
'U 7RPiV $QW{QLR *RQ]DJD R 'U &OiXGLR 0DQXHO GD
&RVWD R &HO ,QiFLR -RVp GH $OYDUHQJD R YLJiULR GD YLOD GH
6 -RVp &DUORV &RUUHLD GH 7ROHGR R 3H -RVp GD 6LOYD H 2OL
YHLUD 5ROLP R &{QHJR /XtV 9LHLUD GD 6LOYD H R DOIHUHV GD
&DYDODULD -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU TXH HVWHV VH D MXQ
WDYDP XPDV YH]HV HP FDVD GH 'U 7RPiV $QW{QLR *RQ]D
JD H RXWUDV HP FDVD GR 'U &OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD H R
TXH D SULQFtSLR UHVSRQGHX HOH WHVWHPXQKD QHVWD SDUWH SRU
SUHVXQomR VXD DR GLWR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFH
QD GHSRLV VH FHUWL¿FRX HOH WHVWHPXQKD SRU GLOLJrQFLD VXD
REVHUYDQGR RQGH VH DMXQWDYDP H FRP HIHLWR YLX TXH RV UHIH
ULGRV VH DMXQWDYDP QDV UHIHULGDV FDVDV D ID]HUHP RV VHXV
 — 95 —

FRQJUHVVRV H FRQYHQWtFXORV FRQFRUUHQGR D HOHV R GLWR YLJi

ULR GH 6 -RVp &DUORV &RUUHLD GH 7ROHGR &{Q /XtV 9LHLUD
GD 6LOYD &HO ,QiFLR -RVp GH $OYDUHQJD R 3H -RVp GD
6LOYD H 2OLYHLUD 5ROLP TXDQGR VH DFKDYDP QHVWD YLOD SRV
WHULRUPHQWH WDPEpP RXYLX GL]HU S~EOLFD H JHUDOPHQWH TXH
HVWDQGR QHVWD YLOD R 3H -RVp GD 6LOYD H 2OLYHLUD 5ROLP WDP
EpP VH DMXQWDYDP RV VREUHGLWRV HP FDVD GR 7HQ &HO 'R
PLQJRV GH $EUHX 9LHLUD GH TXHP R GLWR SDGUH HUD KyVSHGH
QHVWDYLOD
 ² 4XH WHQGR GDGR HOH WHVWHPXQKD HVWD LQIRUPD
omR H GHQ~QFLD DR GLWR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFH
QD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD &DSLWDQLD QD IRU
PD TXH WHP GHSRVWR OKH RUGHQRX R GLWR ,OPR H ([PR 9LV
FRQGH GH %DUEDFHQD TXH GLVIDUoDGDPHQWH SURFXUDVVH R 'U
&OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD H GHSRLV GLVWR SDVVDVVH j FLGDGH
GH 0DULDQD H ¿]HVVH SRU VH HQFRQWUDU FRP R &{Q /XtV
9LHLUD GD 6LOYD SDUD YHU VH GHOHV H[WRUTXLD FRP PRGR DO
JXPD QRWtFLD D UHVSHLWR GHVWD SUHWHQGLGD VHGLomR H PRWLP
R TXH HOH WHVWHPXQKD SUDWLFRX GH ERD YRQWDGH HP H[HFXomR
GD RUGHP TXH VH OKH GHX YHQGR TXH Mi QmR SRGLD HQWUDU
HP G~YLGD D VXD ¿GHOLGDGH SHOD SDUWH TXH GH WXGR WLQKD
GDGR
 ² 4XH SURFXUDQGR HOH WHVWHPXQKD SHOD VREUHGLWD
UD]mR GR 'U &OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD R TXH DWp DTXHOH WHP
SR QmR WLQKD IHLWR VHP HPEDUJR GH WHU FRP HOH DOJXPD DPL
]DGH HVWH SHUJXQWRX D HOH WHVWHPXQKD SHORV VHXV SDUWLFXOD
UHV DR TXH OKH UHVSRQGHX TXHL[DQGRVH GR ,OPR H ([PR
9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU H &DSLWmR *HQHUDO SD
UD IDFLOLWDU D TXH VH SXGHVVH DEULU FRP HOH VREUH FXMD UHVSRV
WD GLVVH R GLWR 'U &OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD D HOH WHVWH
PXQKD TXH QDV 0LQDV QmR KDYLD JHQWH TXH RV DPHULFDQRV
LQJOHVHV IRUDP EHP VXFHGLGRV SRUTXH DFKDUDP Oi Vy WUrV
KRPHQV FDSD]HV SDUD D FDPSDQKD H TXH QHVWD &DSLWDQLD
GH 0LQDV QmR KDYLD XP Vy H TXH XQLFDPHQWH R DOIHUHV -RD
TXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU SRU DOFXQKD R 7LUDGHQWHV DQGD
YD IHLWR FRUWDYHQWR PDV TXH DLQGD OKH KDYLDP GH FRUWDU D
 — 96 —

FDEHoD D HOH 4XH D HOH WHVWHPXQKD GLVVHUD WDPEpP R GLWR

'U &OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD HP FHUWD RFDVLmR IDODQGR D
UHVSHLWR GR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHU
QDGRU H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD &DSLWDQLD TXH ¿]HUD EHP
HP WUD]HU D 8PD H ([PD 9LVFRQGHVVD H VHXV ¿OKRV TXH
VHRVQmRWURX[HVVHH¿FRXVH
 ² 4XH SURFXUDQGR HOH WHVWHPXQKD SHOD PHVPD
UD]mR SRVWHULRUPHQWH DR &{Q /XtV 9LHLUD GD 6LOYD IDODQ
GR FRP HOH QHVWD YLOD QD ORMD GDV FDVDV GH -RmR 5RGULJXHV
GH 0DFHGR H Dt DQGDQGR HOH WHVWHPXQKD D SDVVHDU FRP R
GLWR F{QHJR OKH GLVVH HVWH TXH R DOIHUHV -RDTXLP -RVp GD
6LOYD ;DYLHU SRU DOFXQKD R 7LUDGHQWHV HUD XP KRPHP DQL
PRVR H R DEDQGRQRX H TXH VH KRXYHVVH PXLWRV FRPR HOH
VHULD R %UDVLO XPD 5HS~EOLFD ÀRUHQWH TXH R SUtQFLSH HXUR
SHX QmR SRGLD WHU FRLVD DOJXPD FRP D $PpULFD TXH HUD XP
SDtV OLYUH TXH (O5HL GH 3RUWXJDO QDGD JDVWDYD QHVWD FRQ
TXLVWD TXH RV QDFLRQDLV Mi D WLUDUDP DRV KRODQGHVHV ID]HQ
GR D JXHUUD j VXD FXVWD VHP (O5HL FRQWULEXLU SDUD HOD TXH
RV IUDQFHVHV WRPDUDP R 5LR GH -DQHLUR H TXH RV KDELWDQWHV
GD FLGDGH D UHVJDWDUDP FRP VHX GLQKHLUR H XOWLPDPHQWH
FRQFOXLX TXH HVWD WHUUD QmR SRGLD HVWDU PXLWR WHPSR VXMHL
WD D (O5HL GH 3RUWXJDO SRUTXH RV QDFLRQDLV TXHULDP ID]HU
XPD 5HS~EOLFD H PDLV GLVVH D HOH WHVWHPXQKD RXWUDV FRLVDV
VHPHOKDQWHV TXH WRGDV VH HQFDPLQKDYDP DR ¿P GD OLEHU
GDGHTXHSUHWHQGLDP
 ² 4XH HOH WHVWHPXQKD WDPEpP RXYLUD GL]HU DR
&{QHJR /XtV 9LHLUD GD 6LOYD TXH Mi VH DSDQKDUD XPD SD
UDGD GR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH GH %DUEDFHQD *RYHUQDGRU
H &DSLWmR *HQHUDO GHVWD &DSLWDQLD TXH LD SDUD R 5LR GH -D
QHLUR H TXH R PHVPR ,OPR H ([PR 9LVFRQGH WLUDUD GRV FRIUHV
TXDUHQWD PLO FUX]DGRV TXH p R VROGR GH WUrV DQRV H RV PDQGDUD
SDUD 3RUWXJDO H TXH WURX[HUD LQVWUXomR GR ,OPR H ([PR 0DU
WLQKR GH 0HOR H &DVWUR 6HFUHWiULR GH (VWDGR GD 5HSDUWL
omR GR 8OWUDPDU TXH ¿]HVVH R *RYHUQR GH IRUPD TXH QmR
GHL[DVVH WHU D KRPHP DOJXP PDLV GH GH] PLO FUX]DGRV H
TXH VH QmR WLYHVVH SRU RQGH OKHV SHJDVVH RV SUHQGHVVH SRU
LQFRQ¿GHQWHVHRVPDQGDVVHSDUD3RUWXJDO
 ——

 ² 4XH HOH WHVWHPXQKD RXYLUD WDPEpP GL]HU D XP

PRoR GDV &RQJRQKDV GR &DPSR FXMR QRPH LJQRUD ¿OKR GH
0DQXHO -RVp GH WDO JXDUGDPRU GDV &RQJRQKDV GR &DPSR R
TXDO LD SDUD 3RUWXJDO D OHU QR 'HVHPEDUJR GR 3DoR  TXH
HOH RXYLUD GL]HU D &ODUR GH WDO RX D IXODQR FODUR VREULQKR
GR 3H &DUORV &RUUHLD GH 7ROHGR YLJiULR GD 9LOD GH 6mR
-RVp  R TXDO PRUD QD 9LOD GH 7DXEDWp &DSLWDQLD GH 6mR
3DXOR TXH HOH GLWR &ODUR DSDQKDUD R &{Q /XtV 9LHLUD GD
6LOYD R &HO ,QiFLR -RVp GH $OYDUHQJD 3HL[RWR R 'U
&OiXGLR 0DQXHO GD &RVWD R 'U 7RPiV $QW{QLR *RQ]DJD
R DOIHUHV -RDTXLP -RVp GD 6LOYD ;DYLHU H RXWURV D IDODUHP
HP XP OHYDQWH TXH HVWDYD SDUD VH ID]HU QDV 0LQDV TXH R
GLWR &ODUR Mi IRUD SDUD D 9LOD GH 7DXEDWp H VH SHUVXDGH HOH
WHVWHPXQKD TXH RV UHIHULGRV R PDQGDULDP Vy SDUD TXH QmR
IDODVVHFRLVDDOJXPD