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ESTUDO DE IMPACTO DE

VIZINHANÇA – EIV
Prefeitura Municipal de Lages

Pierre Wachsmann dos Anjos


Setembro de 2021
ESTATUTO DA CIDADE

O Estatuto da Cidade, lei federal que institui a política urbana de


que tratam os artigos 182 e 183 da C.F. criou um sistema de
normas e institutos que têm em seu cerne a ordem
urbanística.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo


poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em
lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.
 § 1º - O Plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório
para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento
básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

 § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende


às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no
Plano Diretor.
 § 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e
justa indenização em dinheiro.

 § 4º - É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica


para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo


no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública


de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais
Geralmente o EIA/RIMA deverá ter audiência publica

O EIV será analisado por técnico(s) municipal(is), não


necessariamente com audiência publica.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 m2,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio,
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

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§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de


uma vez.

§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.


O Estatuto da Cidade

- É a expressão legal da política pública urbano-ambiental, norma


originadora de um sistema que interage com os diversos agentes que
constroem a cidade, e a reconhece em movimento, em um processo
que precisa, de um lado, avaliar e dar conta das necessidades urbanas
e de outro estabelecer os limites para a vida em sociedade,
considerando que esta sociedade está cada vez mais dinâmica,
exigente e com escassez de recursos naturais.
- A partir da análise dos impactos é possível avaliar a pertinência
da implantação do empreendimento ou atividade no local
indicado, ou seja, avaliar se o proposto está adequado ao local,
estabelecendo uma relação da cidade com o empreendimento e
do empreendimento com a cidade, considerando o meio no qual
está inserido.

- Além disso, a partir da avaliação de impactos é possível apontar


formas de mitigação do impacto gerado, ou seja, minoração dos
efeitos do empreendimento ou atividade no meio urbano, além
de medidas compensatórias para o mesmo meio no qual a
atividade ou empreendimento se instalará.

- O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) está dentre os


instrumentos de gestão que dependem da regulamentação
municipal. Nosso caso em Lages lei 306/2007.
Dano Ambiental

 Mais recentemente o direito incorporou instrumentos que buscam a


prevenção do dano ambiental.... PRAD, PPRA, ECA, EAS, RAP, RAS,
EIV, EIA/RIMA e outros.

 Deste movimento é que começaram a aparecer Estudos de Impacto


Ambiental para implantação de condomínios, grandes loteamentos,
shopping centers, hipermercados, vias publicas, colégios, bares e
boates, restaurantes, todas atividades urbanas impactantes ao meio
ambiente construído, e que precisam ser avaliadas.
- A avaliação dos impactos é uma exigência contemporânea, de uma
sociedade que está assistindo ao escassamente dos recursos
naturais, ao esgotamento dos grandes aglomerados urbanos e a
degradação das relações de vizinhança e que não tem mais como
viver em sociedade, buscando padrões de qualidade de vida, sem
analisar e incidir sobre os empreendimentos, as atividade e o seu
próprio universo, a partir da relação estabelecida do projeto com a
possibilidade de absorção pelo meio no qual irá se inserir.

- O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) é mais um instrumento de


gestão previsto para avaliação de impactos urbanos. Entendemos
que é similar ao EIA, porém como estabelece a própria lei, não o
substitui (art. 38, Estatuto da Cidade)., que diz que o EIV não
substitui o EIA.
LICENÇAS URBANÍSTICAS

- O EIV precisa integrar o processo de aprovação urbanística e


ambiental, sendo exigido como pré-requisito deste e
necessariamente integrado ao Plano Diretor, justamente porque é
instrumento desta inovação trazida a partir das avaliações dos
impactos.

- O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) está previsto no arts.


36 a 38 do Estatuto da Cidade. A teor do que dispõe o art. 36,
cabe a Lei Municipal definir os empreendimentos e atividades,
públicos ou privados em área urbana, que dependerão de estudo
prévio de impacto de vizinhança para obter as licenças ou
autorizações de construção, ampliação ou funcionamento a
cargo do Poder Público Municipal.
- O EIV consiste em um estudo a ser elaborado pelo empreendedor,
enfrentando as questões apontadas pelo Poder Público a serem
analisadas .
Analisando o EIV

- O EIV serve para a análise da viabilidade da construção, implantação


e funcionamento de um empreendimento (ou atividade) em
determinada área urbana.

Surgem vários elementos para análise.


-O primeiro é que trata-se de definir empreendimentos e atividades
urbanas sujeitas ao EIV. Avaliar uma atividade não implica tão somente
em saber se é do gênero alimentício, é de entretenimento ou se é
comercial, residencial ou industrial. A avaliação da atividade deve estar
vinculada ao impacto que gerará ao entorno e à própria cidade. A análise
precisa considerar a atividade específica que será desenvolvida ou que
passará a ser exercida na hipótese de ampliação . A avaliação da
quantidade de vagas de estacionamento, a largura das vias de acesso, os
gargalos do fluxo do trânsito que confluem para um mesmo local, o
barulho são extremamente importantes merecendo análise tópica, ou
seja, dependendo da atividade específica
- OBS: Argumentar problematizando cada tópico
- O segundo elemento refere-se a atividades/empreendimentos públicos
ou privados. Quantos prédios públicos, Fóruns, Tribunais não são
dotados de estacionamento para baratear o projeto? Todavia, é evidente
que nestes locais circulam uma enorme quantidade de veículos e que
precisam de estacionamento, sendo que na inexistência deste as ruas do
entorno sofrem fortemente os efeitos. O mesmo raciocínio se aplica a
hospitais, grandes casas de espetáculos, a eventos que ocorrem
sazonalmente.
- O terceiro elemento refere-se a dicção construção, ampliação ou
funcionamento. Ou seja, mesmo a atividade/empreendimento já
estando em funcionamento para sua ampliação, se estiver sujeita ao
EIV, deve ser analisada.

- EIV para hipóteses de mudança de uso prevista no Plano Diretor,


especialmente do rural para o urbano. Isto porque esta mudança
implica em destinação diversa da usualmente praticada, afetando
diretamente os vizinhos.
Elaboração do EIV

- Cabe ainda analisar a quem compete a elaboração do EIV. Diferente


da legislação ambiental, não há previsão legal expressa.
..............Entendemos que a legislação municipal quando
regulamentar o EIV pode prever que compete ao empreendedor a
elaboração do estudo, porque ele somente será um elemento para a
análise municipal. Na hipótese de empreendimento público também
cabe ao empreendedor, por intermédio de seus órgãos, apresentar o
estudo.
“O E.I.V. deverá avaliar, no mínimo, os itens referidos
no art. 37 do Estatuto da Cidade, podendo o órgão
municipal acrescentar outras questões a serem
examinadas, que sejam pertinentes ao
empreendimento ou atividade”.
Artigo 37 – Estatuto da Cidade: EIV será executado de forma a
contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento
ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente
na área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo,
das seguintes questões:
✓I - adensamento populacional;
✓II - equipamentos urbanos e comunitários;
✓III - uso e ocupação do solo;
✓IV - valorização imobiliária;
✓V - geração de tráfego e demanda por transporte público;
✓VI – ventilação, ruídos e iluminação;
✓VII - paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
✓Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos documentos
integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no
órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer
interessado.
ADENSAMENTO POPULACIONAL
EQUIPAMENTOS URBANOS E COMUNITÁRIOS
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA
GERAÇÃO DE TRÁFEGO E DEMANDA POR TRANSPORTE PÚBLICO
VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO
PAISAGEM URBANA E PATRIMÔNIO NATURAL E CULTURAL
SUGESTÕES DE EMPREENDIMENTOS QUE
CAUSAM IMPACTOS

- (a) poluição visual,


- (b) poluição sonora,
- (c) as estações de rádio base de celulares, bem como
empreendimentos no urbanos;
- (d) loteamentos com um número de hectares compatível com o
impacto gerado à cidade respectiva,
- (e) condomínios, contendo um número de economias que geram
impacto, dependendo da cidade e
- (f) hipermercados, shopping centers, Igrejas, boates, bares..... .
 As exigências do SEMMASP/SEPLAN/VISA podem evitar transtornos.

 A Legislação municipal deve prever a possibilidade de exigir os


seguintes estudos:
(a) impactos de volumetria de trânsito, pessoas e edificações,
(b) levantamento de vegetação,
(c) impactos socioeconômicos,
(d) impactos no patrimônio histórico-cultural,
(e) impacto nos recursos hídricos – Água - Esgoto,
(f) Impactos de ruídos,
(g) Impactos de iluminação,
(h) Impactos na geração de resíduos e material particulado e
(i) Impactos em ambientes insalubres......etc
Poluição Sonora

- A Poluição sonora é certamente um dos grandes problemas do


mundo contemporâneo, sendo que nas cidades é o local onde
mais se intensifica, porque ocorre a incidência de várias fontes
poluidoras. Ruído de indústrias, veículos automotores, som de
bares, danceterias, oficinas, construtoras, alto falantes, alguns
cultos religiosos, estão presentes no cotidiano das cidades,
sendo necessário um regramento para o exercício das atividades,
para que a vida em sociedade seja tolerável.
- A Resolução Conama 001/90, de 02.04.90, dispõe sobre padrões de
emissão de ruídos. Por sua vez, NBR 10.152 fornece os níveis de ruído
para conforto acústico, sendo estas as legislações federais existentes
sobre o assunto.

- É atribuição dos municípios o estabelecimento de horário para o


exercício das atividades (ex. funcionamento bares e danceterias, carga
e descarga, horário para realização de obras de construção civil,
realização de eventos públicos, etc.).
- O Fiscal/analista/Diretor do Meio Ambiente pode ser um
importante instrumento para identificação dos impactos,
apontamento conforme o conhecimento as medidas mitigadoras.
Ou solicitar procedimentos comprobátorios......... Além disso,
pode ser útil na definição entre as partes envolvidas -
comunidade reclamante e atividade propagadora de um conflito,
inclusive apontando horários proibidos e permitidos, visando
equalizar as necessidades que não implica tão somente em evitar
o ruído, mas também em possibilitar ou não que as atividades se
desenvolvam, com medidas de prevenção, atenuação,
potencialização ou compensação desses impactos.
Poluição Visual

- O mercado existente nas grandes cidades, aliado a livre concorrência


e a sociedade consumista em que vivemos, faz com que enfrentemos
uma avalanche de publicidade nos espaços urbanos. Todos querem
divulgar e propagandear suas marcas, logotipos, produtos e
mensagens, utilizando formas, luminosos, cartazes, “outdoors”, etc..
Os espaços urbanos sofrem os efeitos desta saturação, ocasionando
o que é denominado poluição visual.
 Significativa parcela da publicidade nas cidades se utiliza de espaços
públicos.

 São exemplos os postes toponímicos (colocados em esquinas de


logradouros contendo anúncios), as grades de proteção nas esquinas
que expõem anúncios, os painéis colocados em parques e área
verdes, os anúncios afixados em paradas de ônibus, entre outros.
- Os luminosos irregularmente distribuídos, os anúncios em telão e
rotativos nas vias públicas, o excessivo número de “outdoors” são
matérias eminentemente municipais que precisam ser regradas,
coibidas e enfrentadas no âmbito municipal. O direito à paisagem
urbana está inserido no ambiente ecologicamente equilibrado no
espaço urbano.
- O Estudo de Impacto de Vizinhança tem como objetivo a verificação
de questões múltiplas. Por isso, deve ser elaborado por uma equipe
multidisciplinar, tal como a Resolução CONAMA 001/86 estabelece
para o Estudo de Impacto Ambiental. Considerando que diferentes
secretarias técnicas deverão analisá-lo (EIV), técnicos especializados
nas diversas áreas envolvidas deverão também elaborá-lo.

- Cabe a cada município estabelecer na legislação específica quais as


secretarias e comissões que serão responsáveis pelo exame do EIV,
bem como quais os responsáveis técnicos por sua elaboração.
Etapas de Elaboração de um EIV

1 - Descrição do projeto

- A descrição do projeto diz respeito não só ao empreendimento em


funcionamento, mas também a toda a fase de construção e
implantação do mesmo, uma vez que, desde a construção até o
funcionamento, o empreendimento em análise poderá gerar impactos.

- Essa descrição deverá ser fundamentada em dados conferidos pelo


empreendedor, primeiramente, com relação às informações técnicas e,
em seguida, com relação à área da vizinhança.
Na parte relativa à descrição da fase de construção e implantação do
empreendimento, deve constar a :
- localização detalhada do projeto;
- sua configuração e concepção física;
- métodos e cronograma de construção;
- procedimentos de funcionamento;
- requerimentos de energia e de água;
- vias de acesso; quantidade de tráfego gerada;
- forma dos transportes de materiais;
- tipos de obras e serviços de apoio, matérias-primas e insumos nas
diversas fases do processo, natureza e quantidade de todas as
emissões (sólidas, líquidas, gasosas, níveis de ruído e vibrações etc.);
- formas de controle de emissões;
- formas de deposição de resíduos;
- planos e programas de controle ambiente;
- Possíveis acidentes e planos de emergência;
- Custos do empreendimento;
- Número de pessoas que trabalhará na implantação;
- Empregos diretos e indiretos a serem criados nas mais diversas
fases;
- Rendas e impostos a serem gerados pela implantação do projeto;
- estimativa de vida útil do empreendimento;
- Destino programado para o local após desativação de atividades e
programas de recomposição da área.
- Destino de resíduos
2. Descrição do ambiente na área de influência do projeto

Será delimitada de acordo com a intersecção das localidades afetadas


pelos aspectos impactantes. Dessa forma, considerando os requisitos
mínimos do EIV, a área de influência do empreendimento como um
todo, será definida quando a área de influência de cada um desses
requisitos for delimitada.

- Diferentes direções de impacto, assim como locais diferentes


(tráfego, infraestrutura).

- Distância que o impacto ainda é significativo.

- Capacidade de absorção de impactos varia conforme os grupos ou


classes sociais atingidas.
Classificação das áreas:
...... Área de influência direta e área de influência indireta.
- área de influência direta é aquela que sofre os impactos diretos da
implantação do empreendimento. Normalmente, esta área é a mais
próxima do empreendimento.
- Já área de influência indireta, é aquela que sofre as consequências
indiretas da instalação do empreendimento.

OBS: Na área de influência direta devemos detalhar no máximo. Já com


relação à área de influência indireta, poderá ser menos aprofundada.
Contudo, ambas devem ser demonstradas em plantas topográficas
relativamente a cada um dos aspectos em análise. De qualquer forma, as
razões da escolha dos limites da área de influência devem ser explicitadas de
forma clara no EIV.
3 - Determinação e avaliação dos impactos

O Estatuto da Cidade se refere aos Impactos como positivos e negativos.

- Impactos positivos são aqueles que trazem benefícios à população


vizinha ao empreendimento ou atividade.
- Impactos negativos, são aqueles que trarão malefícios, prejudicando a
vizinhança do empreendimento.

OBS: Os impactos positivos, sem dúvida, servirão de argumentos a favor


da aprovação do projeto, enquanto, os negativos, deverão ser
minimizados ou compensados para que não resultem no indeferimento do
empreendimento ou atividade.
- é de extrema importância que se considere os potenciais impactos do
empreendimento em funcionamento, juntamente com as demais
instalações existentes no local planejado. Não se pode verificar o real
impacto de um empreendimento ou atividade por si só, sem considerar
as demais variantes parte do cenário do futuro empreendimento.

- Assim, desde seu projeto, passando pela preparação do terreno e


instalação do canteiro de obras, por sua implementação ou construção,
até seu funcionamento, os impactos deverão ser verificados. “Isso é
necessário, pois os efeitos são totalmente diferentes em estágios
variados”.
4. Proposição de medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias

- As medidas de prevenção e mitigação são aquelas que de algum modo


tentam prevenir, reduzir ou eliminar os efeitos negativos do
empreendimento.
- A mitigação ou atenuação tem o objetivo de alterar algum ponto do
projeto para a redução ou eliminação das más consequências ao meio
ambiente urbano.

- Normalmente, essas medidas, sejam preventiva, mitigadora ou de


potencialização, estão ligadas a investimentos no sistema viário.
Esses investimentos, em última instância, beneficiam e valorizam – ou
até mesmo viabilizam – os próprios empreendimentos.

- Já as medidas compensatórias são utilizadas quando, mesmo com a


aplicação de medidas preventivas e mitigadoras, os efeitos negativos
do empreendimento ou atividade permaneçam.
- Quanto às medidas de potencialização, referem-se exatamente à
hipótese de existência de efeitos positivos que devem ser
potencializados.
Ex: mais emprego e renda entre outros..... ambiental

- As formas de todas essas medidas deverão ser decididas pelos técnicos


envolvidos na elaboração do EIV, bem como pelo Poder Público ou até
mesmo pela população quando do RIV nas audiências públicas.
5. Tramitação perante os órgãos municipais

- Com a finalidade de proporcionar segurança jurídica, é importante


que apenas uma secretaria municipal seja a responsável pelo
recebimento do EIV e emissão do parecer final quanto à emissão ou
não de licença.
- Considerando que o EIV tem como finalidade obter uma licença
urbanística para construção e funcionamento de empreendimentos e
atividades específicas, entendemos que o trâmite do EIV deverá
seguir, similarmente, o processo de pedido de uma licença
urbanística.
- A lei municipal deverá indicar quais os empreendimentos e
atividades que dependerão do Estudo de Impacto de Vizinhança
para aprovação.
A Lei complementar Nº 306, De 21 de dezembro de 2007, do Município de
Lages, que institui o plano diretor de desenvolvimento territorial de Lages –
PDDT Lages, regulamenta o estudo de impacto de vizinhança (EIV) e o
relatório de impacto de vizinhança (RIV) no município de Lages e dá outras
providências, o artigo 2º diz em seu:
Neste PDDT - LAGES adota - se como conceito de território o espaço físico
de domínio do Município constituído pelos elementos de estruturação que o
compõem, detalhados no Capítulo I, do Título IV, desta Lei Complementar e
descritos a seguir:
I - patrimônio natural;
II - sistema de circulação;
III - atividades de produção econômica;
IV - sistema de relações socioculturais;
V - elementos físico - espaciais..
Art 5° - O PDDT - LAGES abrange a totalidade do território do Município,
definindo:
I - a política e as estratégias de desenvolvimento territorial do município;
II - a função social da propriedade urbana e rural;
III - o plano regulador territorial;
IV - o planejamento e a gestão democrática do desenvolvimento territorial.
6. Participação da população na tomada de decisões – audiências
públicas

Uma das diretrizes constantes do Estatuto da Cidade é a realização de


audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos
processos de implantação de empreendimentos ou atividades com
efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural,
construído, o conforto ou a segurança da população (art. 2º, XIII).
 O art. 43 do Estatuto da Cidade estabelece que “para garantir a gestão
democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os
seguintes instrumentos:

I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e


municipal;

II – debates, audiências e consultas públicas;

III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional,


estadual e municipal;

IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos


de desenvolvimento urbano”.
7. Considerações finais relativas ao Estudo de Impacto de Vizinhança

- O Estudo de Impacto de Vizinhança foi normatizado na tentativa de


conciliar os interesses desenvolvimentistas do cenário civilizado e os
interesses relativos à preservação do meio ambiente urbano para
garantia da qualidade de vida dos cidadãos.

- Os empreendedores deverão agir com comprometimento para que os


resultados do EIV sejam os mais próximos da realidade. A equipe
multidisciplinar contratada deverá ser formada por técnicos
competentes. Os impactos identificados deverão ser devidamente
informados e as medidas preventivas mitigadoras, potencializadoras e
compensatórias, uma vez estabelecidas, deverão ser efetivamente
realizadas.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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