Você está na página 1de 16

Fabiane Kopper

A EMPATIA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO
INFANTIL

ITU
2016
Fabiane Kopper

A EMPATIA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO
INFANTIL

Artigo científico apresentado como


requisito final para obtenção do título
de Especialista no Programa de
“Latu Sensu” em Ciência Corpo e
Mente, pela Faculdade de Direito de
Itu.

Orientador: Fernanda Catarucci

ITU
2016
Fabiane Kopper

A EMPATIA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO
INFANTIL

Artigo científico apresentado como


requisito final para obtenção do título
de Especialista no Programa de
“Latu Sensu” em Ciência Corpo e
Mente, pela Faculdade de Direito de
Itu.

Aprovada pela Banca Examinadora em de de 2016.


BANCA EXAMINADORA:

Profa. MSc. Fernanda Catarucci – UNESP/SP

___________________________________________________
Profa. MSc. Henriqueta Lucila da Silva – UFSC/SC

Prof. MSc. Rodrigo Brezolin Buquera – UFSCAR/SP


1

RESUMO

O presente artigo tem como intenção propor uma reflexão acerca da empatia no
processo de aprendizagem e na construção da relação aluno/professor no ensino de
educação infantil e na a aplicação de técnicas de Biopsicologia.
Pretende analisar a aplicação de técnicas de Biopsicologia voltadas para o
desenvolvimento da empatia nas práticas de “Abrir o coração”, e preservação da
sensação de conexão, tanto no processo de ensino e aprendizagem como na
construção das relações aluno/professor. Neste contexto, a empatia assume um
papel de suma importância para uma educação de qualidade na educação infantil,
desenvolvendo desta forma a identidade profissional por parte dos professores e no
preparo dos alunos para a vida.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Biopsicologia. Ensino. Empatia.


2

ABSTRACT

This article is intended to propose a reflection on the empathy in the process of


learning and building the relationship student/teacher in the teaching of early
childhood education in the application of techniques Biopsychology and Tantra Yoga.
Intends to analyze the application of Biopsychology techniques geared to the
development of empathy in the practices of "Open Heart", and preservation of the
sense of connection, both in the teaching and learning as the construction of the
relationship student/teacher. In this context, empathy plays a role of paramount
importance to quality education in early childhood education, developing professional
identity by teachers and preparing students for life.

Key-words: Learning. Biopsicologia. Teaching. Empathy.


3

INTRODUÇÃO

A intenção do presente artigo é propor uma reflexão sobre empatia


fundamentada na Biopsicologia e na filosofia do Tantra Yoga, com intuito de
compreender o processo de aprendizagem focado na construção da relação
aluno/professor na prática da docência na educação infantil.
Compreender como a ciência pode explicar as razões pelas quais a
empatia age, de modo a promover o processo de ensino e aprendizagem voltado
para construção de uma postura autônoma e criativa das crianças.
De forma a valorizar o papel de suma importância para uma educação
de qualidade que a empatia assume no desenvolvimento de crianças preparadas e
adaptadas à realidade atual. Para tanto se faz necessário pesquisar sobre a
construção das relações aluno/professor e a sua conexão com a ética da empatia,
postura esta essencial para uma sociedade mais cooperativa.
Para melhor compreender o papel da empatia na educação e entender a
sua essência apesar da recorrência massiva a biologia para justificar uma
sociedade baseada em princípios egoístas. O desenvolvimento deste instrumento
enriquecedor do nosso modo de pensar foi selecionado ao longo de milhões de
anos e testado incansavelmente, resultando nesta capacidade de fazer laços com
outras pessoas, de compreendê-las e de nos colocar no lugar delas.
Recorrer a essa capacidade inata só pode trazer benefícios, como
explica Krznaric (2013 p. 46): “A empatia importa não apenas por nos tornar bons,
mas por ser boa para nós”.

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

De acordo com Moreira (1986 p.151), o processo de ensino-


aprendizagem é composto de quatro elementos: o professor, o aluno, o conteúdo e
as variáveis ambientais (características da escola), cada um exercendo maior ou
menor influência no processo, dependendo da forma pela qual se relacionam num
determinado contexto. Assim a aprendizagem significativa acontece, de forma que
o conhecimento prévio do aluno interage com o conhecimento novo que lhe é
apresentado provocando mudança na estrutura cognitiva complementando o
aprendizado.
4

Prender a atenção do estudante é um dos fatores mais relevantes no


processo de aprendizagem, para isto o princípio básico é “o assunto ser
significativo para o estudante”, estar relacionado com as vivências e a questões de
interesse além de instigá-lo a entrar no processo de confronto experimental e por
fim ser aplicável em situações práticas de seu dia-a-dia. Mas tudo isto não é o
suficiente se o professor não tiver empatia com os estudantes, isto é, imaginar o
modo como o mundo se parece do ponto de vista do outro.
Os alunos não estão “naturalmente” dispostos a fazer o papel
de aluno. Dito de outra forma, para começar, a situação escolar é
definida pelos alunos como uma situação não de hostilidade, mas de
resistência ao professor. Isto significa que eles não escutam e nem
trabalham espontaneamente, eles se aborrecem ou fazem outra
coisa. (PERALVA; SPOSITO, 1997, p. 223)
Com base nas dificuldades encontradas pelos professores na construção
da relação aluno/professor no ensino superior e às mudanças que ocorreram na
última década no que se refere à tecnologia e a facilidade de informação que chega
ao aluno, com a o advento da internet e dos equipamentos tecnológicos, os
professores estão despreparados para competir com este novo panorama.
Os professores em sua maioria detém um conhecimento gerado e
aprendido anteriormente em outra realidade e em outra velocidade que não mais se
adapta a realidade atual do ambiente escolar. Sendo assim, a grande dificuldade
atualmente para o professor é prender a atenção e passar o aprendizado aos
estudantes que vivem mergulhados em um mundo repleto de novidades, novas
tecnologias, programas e atrações e muito estresse.
Não há como regredir, a tecnologia e a velocidade das informações estão
a nossa volta e os estudantes precisam estar preparados para esta nova realidade
do mundo, não para o passado e sim para viverem o agora e encarar o amanhã
como desafio.
Um estudante criativo, que tenha autonomia de modo a reconhecer
referências conceituais e formar sua própria identidade, e principalmente estar
conectado com a ética da empatia para compreender-se como o indivíduo e melhor
se relacionar com a sociedade em que está inserido.
Através da análise e reflexão sobre o panorama atual na educação infantil
no Brasil, é possível perceber que há uma necessidade de mudança no que diz
respeito das praticas pedagógicas e ao perfil e formação do educador, pois o perfil
5

tradicional ainda prevalece refletindo em profissionais incapazes de gerenciar seus


conhecimentos, seus conceitos, além de despreparados para o contato social e
empático.

EMPATIA

Segundo Krznaric (2013 p.45):


A empatia é a arte de se pôr no lugar do outro e ver o mundo
de sua perspectiva. Ela requer um salto da imaginação, de modo que
sejamos capazes de olhar pelos olhos dos outros e compreender as
crenças, experiências, esperanças e os medos que moldam suas
visões do mundo. Tecnicamente conhecida pelos psicólogos como
“empatia cognitiva”, não é uma questão de sentir pena de alguém –
isso é comiseração ou piedade –, mas de tentar nos transportar para
o personagem e a realidade vivida de outrem.
A interligação entre semelhantes pode acontecer tanto em nível corporal
quanto ao nível emocional, pode parecer um pouco estranha em função da tradição
de liberdade e independência, mas a rapidez com que o ser humano é impelido
numa ou noutra direção emocional acionada pelos companheiros é incrível.
Segundo Waal (2010, p.75) “... a empatia começou de uma forma muito
simples, com a sincronização dos corpos-correndo quando os outros correm, rindo
quando os outros riem, chorando quando os outros choram e bocejando quando os
outros bocejam”.
Em um nível mais complexo a sincronia e imitação são resultado de
conexões e vínculos entre seres, sejam humanos ou animais, fazendo com que os
indivíduos prestem mais atenção as ações dos outros e absorvam a forma que são
executados. As pesquisas sobre esta ação pode ser chamada de empatia
involuntária, isto é, a empatia em sua base não depende da nossa decisão, nós
simplesmente sentimos.
A empatia é automaticamente despertada na maioria das vezes em
relação as pessoas que foram somente vistas, seja com base na semelhança ou na
proximidade. Não é possível evitar a ressonância, geralmente prestamos atenção no
rosto, e na expressão corporal e em resposta tem-se e reação emocional que leva a
experimentação dos sentimentos condizentes com a do outro indivíduo.
6

MÉTODO DE PESQUISA- REVISÃO

Os estudos se iniciaram com uma ampla pesquisa sobre empatia e


educação infantil nas literaturas e artigos. Foram analisados diversos autores,
professores e cientistas com foco na abordagem das principais influências teóricas,
as suas origens, para então estabelecer uma relação com a prática do ensino atual.
No intuito de melhor compreender aplicabilidade prática dos estudos
sobre empatia e meditação foram selecionados dois artigos originais e de pesquisa
para análise dos resultados.
Complementarmente far-se-á então a discussão da aplicabilidade das
técnicas propostos pelo instituto Visão Futuro em especifico na conexão entre a
Biopsicologia e o tantra yoga e na prática do “Educoração”. Técnicas estas voltadas
para o desenvolvimento da saúde integral das crianças na educação infantil.
Para melhor entendermos a aplicabilidade das práticas educativas e a
relação dos níveis de empatia, tomaremos como base o estudo de Motta, Falcone,
Clark e Manhaes. O estudo foi realizado com 77 crianças moradoras ou não de
abrigos, e complementarmente avaliadas com base na escala de empatia para
crianças e adolescentes mediante aplicação de práticas educativas e entrevistas
baseadas em cenas de vídeo, com foco na raiva, tristeza, alegria e medo.
Os resultados mostram que as crianças do Abrigo Pq tiveram
um desempenho mais próximo ao desempenho das crianças do Lar,
recomenda-se então, em consonância com princípios do Estatuto da
Criança e do Adolescente (Brasil, 1990), que os abrigos procurem
prestar um cuidado personalizado e em pequenos grupos,
promovendo um ambiente próximo de uma família, tanto no que
tange à qualidade personalizada do atendimento quanto à sua
estrutura física. (MOTTA, FALCONE, CLARK E MANHAES 2006,
p.531).
Podemos afirmar que professores empáticos tendem a ser mais
conectados com aos sentimentos das crianças, o que sugere a existência de uma
relação entre as práticas educativas adotadas pelos pais ou responsáveis e o
desenvolvimento da empatia da criança.
No que se refere ao tema da meditação, o estudo selecionado está
voltado para as práticas da meditação infantil. Rocha realizou a pesquisa com um
grupo de 26 crianças de 5 a 6 anos, na cidade de Olhão-Portugal no ano letivo de
7

2014/2015 com objetivo de compreender a influencia da meditação nas relações de


amizade entre as crianças.
A pesquisa tem base nas características de uma investigação qualitativa,
e na investigação descritiva na qual os dados recolhidos são palavras ou imagens
e não números. A duração da pesquisa foi de oito semanas, as sessões de
meditação foram divididas em quatro fases: relaxamento, respiração, meditação e
desenho.
Após terem sido desenvolvidas 14 sessões de meditação, com
todo o grupo, e, tal como podemos observar nos gráficos, resultantes
da aplicação do segundo teste sociométrico (Anexo V), verifica-se
uma significativa diferença do número de vezes em que 3 crianças
foram escolhidas. A diferença mais significativa acentua-se no José,
pois apesar de não ter sido escolhido como preferido, apenas uma
das outras crianças referiu que era com quem menos gostava de
brincar, sendo que numa fase anterior, 4 crianças deram essa
resposta. (ROCHA, 2015 p. 37).
Os resultados obtidos por Rocha foram:
 A atividade contribuiu para melhora as relações de amizade.
 A compreensão do significado da meditação pelas crianças;
 Melhora na postura e no tempo de concentração;
A pesquisa não objetiva apresentar um modelo ideal de ensino, mas
levantar quais os aspectos positivos e negativos do modelo atual com sugestões que
possam levar a um ensino mais próximo da realidade e necessidade mais
condizente com o perfil desejado do profissional voltado para o ensino.
Para melhor entendermos o processo de desenvolvimento da empatia
vamos analisar a aplicação das técnicas da Biopsicologia e “Educoração” que fazem
parte do “Circulo de amor” material desenvolvido para educação infantil pela Drª
Susan Andrews, voltada para uma saúde integral.
Trata-se de uma abordagem que não apenas preenche a
necessidade da criança pela regularidade e ritmo, mas também cria a
unidade da turma, na medida em que as crianças cantam, brincam,
movimentam-se e recitam em conjunto. (ANDREWS, 2006, P.9)
8

BIOPSICOLOGIA - UMA EDUCAÇÃO PARA EMPATIA

A Biopsicologia segundo Pinel (2005, p.34) “... é uma disciplina


integradora que reúne conhecimento de outras disciplinas neurocientíficas e sua
aplicação ao estudo do comportamento”.
A Biopsicologia está embasada no autocontrole das emoções negativas e
seus reflexos na saúde e na vida. Reúne um conjunto de técnicas que visam à
harmonização psíquica, física e energética e como resultado gera a saúde integral.
Segundo a Biopsicologia as possíveis causas da falta de empatia na
relação entre indivíduos e que se aplica a situação aluno/professor são reflexo da
urbanização, do estresse e da mídia.
 Urbanização: pode ser entendida como uma escola para a
insensibilidade, a exemplo da exposição continua do cidadão comum a uma
desgraça muito além do seu alcance para remedia-la, torna a insensibilidade moral
um requisito para viver o dia a dia, pois é fato que estes instintos precisam ser
suprimidos se tivermos que funcionar.
 Estresse: reação biológica em todos os animais, desenvolvida através
de milhões de anos de evolução, para salvar suas vidas numa emergência.
(ANDREWS, 2003, p.24).
Os alunos sob pressão seja em relação ao aprendizado escolar,
desentendimentos com colegas ou problemas familiares, são exemplos típicos de
quadros de intensa mobilização energia (estresse) que torna os músculos tensos, as
respirações irregulares e os corações acelerados em processos contínuos. Embora
estejam preparados para uma explosão de atividade, não é possível liberar a
energia, pois não há como lutar contra os eventos estressores diários.
Goleman (1997, p. 288) explica que o estresse crônico suprime a função
imunológica e afeta inclusive a capacidade de cura do organismo. “Como a doença
em si é estressante, pode provocar o ciclo de Feedback prejudicial, no qual a
doença em seus altos níveis de hormônios de estresse desencadeados por ela
reforçam-se continuamente.”
 Mídia: tem como tendência cultivar a sensação de perigo, desconfiança
e alienação.
Pesquisas recentes mostram que pequenas tensões diárias do quotidiano
escolar causam mais distúrbios do que a perda de um familiar. Descobriu-se que
9

aborrecimentos diários como pais doentes, colegas irritantes e longos trajetos de


ônibus são mais estressantes do que eventos grandes e dramáticos.
O cortisol é produzido pelo eixo hipotálamo-pituitária no cérebro, quando
o individuo é exposto ao evento estressor estas glândulas mobilizam a secreção do
cortisol nas suprarrenais.
A secreção de cortisol a longo prazo é tão tóxica que mata milhões de
neurônios de uma parte do cérebro chamada hipocampo, responsável pela memória
e pelo aprendizado. (SAPOLSKI, apud ANDREWS, 2003).
Para que o ser humano desenvolva uma personalidade resistente ao
estresse, se faz necessário desenvolver três características chamadas de “3Ds”.
 Desafio: ver a mudança como desafio e não como ameaça. Problemas
são nossos trunfos, nossas armas para ajudar-nos na luta pela vida. Desenvolvem
nossa mente para níveis mais elevados de energia e integração. (ANDREWS, 2003,
p.52)
 Direção dos pensamentos no aspecto positivo-otimismo: Ser sempre
positivo e transmutar mesmo a energia amarga e negativa á sua volta, resulta em
uma harmonia prazerosa. A exemplo dos fracassos eles produzem mais
aprendizado, onde cada tombo expande as nossas mentes. Se tivermos força para
persistir, e continuar tentando novas estratégias, certamente teremos êxito, nas
lições que expandem o crescimento (ANDREWS, 2003, p.54)
 Dedicação a uma meta maior: Ter este atributo traz um senso de
proposito na vida, dando sentido ao caminho que se move em direção a uma meta
mais elevada. (ANDREWS, 2003, p 57)
Quando se trata de saúde a atitude é de grande importância, estudos
relacionam que características psicológicas que controlam e aumentam o bem estar
físico. São os fatores interpessoais com apoio social, mudança de comportamento, a
boa alimentação e a prática de exercícios que complementam a saúde de forma
integral.

EDUCORAÇÃO

Se a fundamentação da ética é a empatia, uma nova educação


fundamentada na empatia é essencial para uma sociedade mais cooperativa,
segundo Andrews o modelo de “educação para empatia e ética” desenvolvida pelo
10

Instituto visão futuro, e a chave está em abrir o coração e conectar-se com os outros
com compaixão e empatia, com o uso de uma técnica chamada “Educoração” que
inclui respiração diafragmática, posturas de biopsicologia, automassagem e
relaxamento para liberar o estresse, além de técnicas de meditação e escuta
empática.
As práticas e modelos descritos no “Educoração” são a base para
impulsionar a mudança buscando um melhor desenvolvimento e formação dos
alunos, na hipótese da formação de uma nova geração educadores e estudantes
voltados para empatia e ética.
Para uma saúde integral, são utilizadas três técnicas:
 Exercícios de Biopsicologia: “... mantém a saúde física, estimulando à
circulação, o tônus muscular, a flexibilidade das articulações e massageando os
órgãos internos, como também ajudam a acalmar e controlar a mente”. (ÁCARYÁ,
2008, p. 47)
Em conjunto com a respiração diafragmática e pausas respiratórias,
essas práticas estimulam o sistema nervoso parassimpático, reduzem a produção de
cortisol, hormônio do estresse e da agressividade.
 Meditação: Acalma as ondas agitadas da mente aumentando a
concentração, trazendo calma e paz. A prática regular desenvolve a capacidade de
prestar atenção e ignorar distrações, facilitando assim no aprendizado diário.
Segundo Chopra “trata-se de uma técnica simples de desencadear um
estado de relaxamento profundo de corpo e mente. À Medida que a mente se
aquieta -e permanece desperta- você vai se beneficiar de um estado de consciência
mais profundo e tranquilo” (CHOPRA, 1987 p.199).
 Abrindo o coração e a coerência cardíaca: Auxilia na preservação da
sensação de conexão. As pesquisas revelam o poderoso papel do amor e da
empatia na saúde e na doença. (ANDREWS, 2006, p. 11)
Estados emocionais negativos, como raiva ou frustação, geram
ondas eletromagnéticas caóticas no coração, este estado
desordenado é chamado “incoerência cardíaca”. Ligada às doenças
cardíacas, envelhecimento precoce, ao câncer e à morte prematura.
Já os sentimentos de amor e gratidão tornam o batimento
cardíaco coerente reduz a secreção de cortisol (hormônio do
estresse) e diminui a depressão, hipertensão e a insônia e em
contrapartida fortalece o sistema imunológico e a clareza mental
aumenta. (ANDREWS, 2006, p. 11)
11

As escolas são voltadas em sua base para o desenvolvimento de uma


série de aptidões incluindo as pessoais. Ensinar a pensar, observar e escutar,
estimular a curiosidade, a criatividade, a imaginação, e o aprimoramento dos
sentidos, não somente na teoria, mas sim nas vivências que irão contribuir no
desenvolvimento de habilidades para vida.
Cardoso (2011 p. 225) afirma que “a preocupação com a transmissão de
conteúdos cognitivos e as habilidades como: ler, escrever, tocar um instrumento,
desenhar, usar computador... São muito importantes, mas a habilidade de se colocar
no lugar do outro respeitando as diferenças, identificando e lidando positivamente
com as próprias emoções também o são”.

COMENTÁRIOS FINAIS

Com o intuito de reunir literatura que versasse sobre a influência de


práticas educacionais empáticas na educação infantil, os aprendizados práticos
sobre a conexão ocorreram no contato aluno/professor assim como resultou no
fortalecimento da relação entre aluno/aluno.
A reflexão sobre estudos de casos aplicados ao dia-a-dia em sala das
práticas educacionais que desenvolvem a empatia, complementada pelas técnicas
de meditação aplicadas às crianças de 5 a 6 anos, teve como resultado a inserção
de práticas voltadas para o desenvolvimento integral da criança nas escolas.
Com os estudos voltados ao tema da empatia e sua relação com a
educação infantil foi possível concluir que a Biopsicologia aliada a filosofia do Tantra
Yoga são ferramentas muito preciosas para o desenvolvimento de outra dimensão
no que se refere a educação, voltada para solidariedade, respeito e empatia.
Por fim, há muito que se explorar no entendimento da nossa visão
ocidental sobre educação para uma saúde integral e a relação entre Biopsicologia e
o Tantra Yoga voltadas às práticas educacionais empáticas na educação infantil.
Para isto deixa-se o incentivo a novos estudos que podem levar a compreensão
ocidental desta ciência deixada há mais de 4000 anos e seu valor na integração
corpo-mente-espírito.
12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÁCARYÁ, A.A. Meditação e os segredos da mente. Ananda Marga Yoga e


Meditação: Brasília, 2008.

ANDREWS, S. O circulo de amor, para abrir o coração. Porangaba: São Paulo


2006.

ANDREWS, S. Stress a sue favor: Como gerenciar sua vida em tempos de


crise. São Paulo: Ágora, 2003.

CAMPBELL, D. Efeito Mozart: explorando o poder da música para curar o


corpo, fortalecer a mente e liberar a criatividade. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.

CARDOSO, S.M. Um olhar para dentro: Examinando nossas relações. 1ª ed.


Caxias do Sul: Lorigraf, 2011.

CHOPRA, D. Conexão Saúde. São Paulo: Best Seller, 1987.

DE WAAL, F. A era da empatia: Lições da natureza para uma sociedade mais


gentil. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

GOLEMAN, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o


que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

GOLEMAN, D; DECLAIRE, J. Inteligência emocional e a arte de educar nossos


filhos: como aplicar os conceitos revolucionários da inteligência emocional
para uma compreensão da relação entre pais e filhos. Rio de Janeiro: Campus,
1997.

KRZNARIK, R. Sobre a arte de viver. São Paulo: Zahar, 2013.

LAD, V. Ayurveda; a ciência da auto cura: um guia prático. São Paulo: Ground,
2012.
13

MOREIRA, M.A, A teoria da aprendizagem significativa. Porto Alegre: UFRGS,


2009.

MOTTA, D.C.; FALCONE, E.M.O.; CLARK, C; MANHAES, AC. Práticas educativas


positivas favorecem o desenvolvimento da empatia em crianças. Psicologia em
Estudo, Maringá, v. 11, n. 3, p. 523-532, set./dez. 2006.

PERALVA, A; SPOSITO, M. Quando o sociólogo quer saber o que é ser


professor: entrevista com François Dubet. São Paulo: Revista Brasileira de
Educação, nº. 5. P. 22-231. Mai/Jun/Jul/Ago. 1997.

PINEL, J. Biopsicologia. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

ROCHA, M.D. Meditando e brincando: Práticas da meditação na educação


infantil. Porto Alegre: 2014. 41f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação)-
Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

Você também pode gostar