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A evolução histórica da drenagem urbana: da drenagem

tradicional à sintonia com a natureza

No período entre 1850 e 1990 foi se concretizando no Brasil a


drenagem urbana, caracterizada como o manejo das águas pluviais que
considera o ciclo das águas na porção terrestre do planeta e os avanços
técnicos em torno dos estudos desta área. Em decorrência, foram ponderadas
três dimensões vinculadas às águas pluviais, a primeira fase denominada de
drenagem urbana tradicional, teve como propósito o controle das águas para
reduzir o impacto das cheias. A segunda fase é a drenagem urbana
sustentável, em que ocorreu a evolução quanto aos modos de gestão e manejo
das águas pluviais urbanas. E por fim, a terceira fase representa o início da
existência da consciência humana em torno do cuidado com as águas.

Para que essas fases possam ser mais bem compreendidas, é


preciso passar pelo conhecimento do processo de sensibilização quanto às
gestões das águas. O planeta entrega anualmente uma oferta de água
renovável devido à precipitação dos oceanos e de outra porção sobre a
superfície terrestre. Os pesquisadores desta área descrevem que existem duas
parcelas diferentes da precipitação: a primeira, chamada de água azul,
constituída pelo escoamento superficial e subsuperficial, que juntos resultam na
recarga dos aquíferos e suprem os mananciais. A segunda parcela é
denominada como água verde, e diz respeito à precipitação da vegetação e
camadas superiores do solo.

Após este entendimento, é possível compreender que na primeira


dimensão aconteceu uma abordagem denominada Higienista, onde ocorria a
coleta e o afastamento das águas pluviais para jusante, ocasionando a
elevação do pico das cheias nos cursos de água e a diminuição do tempo de
concentração, causando prejuízos às cidades, aos cidadãos e à água. Devido à
intensa urbanização do Brasil, áreas pantanosas e de baixada, foram
ocupadas, o que desencadeou o dessecamento de terras alagadiças e aos
aterros de áreas inundáveis. Foi durante essa fase que os rios se
transformaram em canalizações e cederam espaço para a construção das ruas,
e até hoje existem construções que apresentam possibilidade de otimizações e
aprimoramentos.

Na sequência, durante a segunda fase, muitos países começaram a


avançar no modo de manejo das águas pluviais. Foram construídas medidas
de controle na ponte, de indução à infiltração e à retenção, que ampliaram o
modo de pensar a integração das águas urbanas com uma interferência menor
no ciclo natural das águas. As vantagens e as vulnerabilidades observadas
durante o período de evolução tornaram viáveis o direcionamento de novas
concepções que buscavam a otimização da gestão das águas pluviais. As
soluções demonstraram a possibilidade de abandonar o método até então
utilizado, e se dedicar à implementação da valorização às características
socioambientais de cada espaço.

Quando o desenvolvimento do manejo das águas pluviais das áreas


urbanas está em sintonia com os ecossistemas, o ser humano é elevado ao
despertar de valores que o levam a atuar em favor da coletividade. E foi por
meio desta linha de raciocínio que a terceira e última etapa buscou a expansão
da consciência hídrica e conseguiu a evolução da ética com a água,
denominada de hidroética, que é um “portal” de acesso a três tributos: a
hidroSSuperação, a hidroLucidez e a hidroMaturidade.

No entanto, quando o ciclo da água é afetado, os danos não


ocorrem apenas no ecossistema, mas também na vida social das pessoas. As
decorrentes inundações afetam com frequência algumas parcelas da
população, sendo que o Brasil ocupa a 11ª colocação no ranking da pesquisa
sobre as áreas afetadas por enchentes, realizado por cinco instituições
ambientais. Os fatores que mais influenciam essas situações são: mudanças
climáticas, acúmulo de lixo, impermeabilização do solo, ocupação dos solos à
beira dos rios e os sistemas de drenagem precários ou inexistentes. As
consequências das enchentes causam danos materiais, traumas físicos,
psicológicos e impactos diretos na saúde da sociedade.

Após a leitura do texto, conclui-se que as mudanças climáticas


intensificam as chuvas, e juntamente com o processo de urbanização sem o
devido planejamento, tornam-se os maiores causadores das enchentes e
desastres que acontecem no país. É preciso um novo olhar sobre o ambiente,
e em especial sobre as águas pluviais, possibilitando o avanço dos sistemas de
drenagem urbana, que na atualidade ainda se mostram insuficientes para
transportar o volume de água. Se medidas não forem tomadas, os desastres
ambientais serão cada vez mais comuns, e por isso, é de extrema importância
que os seres humanos compreendam que o respeito, a ética e a maturidade
para com o ciclo da água, fará a diferença para saúde e sobrevivência.

WERLEN ROBSON BRANDÃO – MATRÍCULA: 200511277

Curso: Tecnologia em Gestão Ambiental - Unigoias

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