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Comentário: Então aqui tem uma nota minha de glossário: anfibologia: ocorre

quando a construção de uma frase permite ter dois significados diferentes. Uma ambiguidade.
O que ele quis dizer então: a parte toda da introdução que não é diferente, não deveria se
esperar outra coisa de Kardec por ser um indivíduo metódico com grande conceituação no
campo científico é voltado para nos explicar o que eles estão fazendo ali. Então não dá para
pular a introdução e começar direto nos livros porque a introdução é parte importante da
compreensão de tudo isso aqui. Esta introdução eles vão designar quais são os pontos que eles
estão trabalhando em cima. Portanto, o que ele diz aqui: não dá para pegar essa mesma
palavra... Nós temos que pensar o seguinte: não existia o livro dos Espíritos. Não existia essa
comunicação dos Espíritos desta maneira catalogada, documentada, codificada. Então ele
criou isso. Para criar isso ele precisou encontrar um vocabulário novo. Tendo que encontrar
um vocabulário novo como é que ele poderia utilizar as palavras que já existiam para expressar
o que ele quer dizer no vocabulário novo? Então é isso que está sendo trabalhando aqui.

As palavras espiritual, espiritualista e espiritualismo já têm uma acepção definida. Dar-lhes


outra, para que elas pudessem se encaixar na doutrina que os Espíritos viriam trazer através
desse livro seria multiplicar as causas já numerosas de anfibologia, ou seja, causar
ambiguidade. Nós teríamos que explicar: mas de qual espiritualismo você está falando? O de
Kardec ou de não sei o quê? E hoje nós temos isso já em alguns pontos. Muitas pessoas se
dizem assim: eu sou espírita. Mas é Kardecista ou é da umbanda? Porque não basta você dizer
que é espírita. E você está andando na rua e vê lá: médium espírita: trago a pessoa amada em
dois... E aí a pessoa pensa... Quem não é da área imagina que todo espírita faz isso. Então você
vai convidar uma pessoa para o centro Kardecista e ela fala: eu não. Chega lá vai ter aquele
povo com aquelas roupas, vai ter aquele barulho... Aí a pessoa vai, assiste uma palestra todo
mundo sentado, ninguém faz nada lá: ué? Mas não era uma palestra espírita? Então imagina
se dentro da construção do Espiritismo eles ainda tivessem empregado palavras que são do
uso comum. Geraria uma confusão muito grande e nós teríamos que ficar toda hora
explicando que tipo de diálogo nós estamos tentando construir.
Qual é a definição final que ele coloca aqui: com efeito, o espiritualismo é o oposto do
materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é
espiritualista, porém “não se segue daí que creia na existência dos Espíritos ou em suas
comunicações com o mundo visível." Então eu posso ser espiritualista porque eu acredito que
existe algo além da matéria, além do corpo físico, além deste planeta, mas isso não faz de mim
um espírita. O espírita além de espiritualista ele acredita em reencarnacionismo porque eu
posso, por exemplo, acreditar que existe algo depois, mas que ninguém reencarna. Então eu
sou um espiritualista, mas eu não sou reencarnacionista. Então o espírita é espiritualista,
reencarnacionista e ainda acredita que pode haver comunicação entre os que estão na carne e
os que não mais estão. Então você pode se dizer: você é espiritualista? Sou. Mas quando
alguém te dizer: você é espiritualista e ela dizer que sim não necessariamente ela é espírita.

Comentário: Então só faltou desenhar. Fica muito claro a questão como nós colocamos
assim de codificação. Como é difícil. Tem pessoas que encontram dificuldades assim para colocar
o nome de um personagem em um joguinho de RPG na internet e eles tinham que criar uma
doutrina e dentro dessa doutrina cunhar novos termos que não ficassem totalmente alheios ao
que já existia então pegaram o mesmo radical o esp - e disso aí transformaram: em vez de
espiritualismo - espiritismo/ e ao invés de espiritualista - espíritas ou espiritistas. Então a
doutrina espírita ela é espiritualista porque crê em algo além da matéria, mas ela vai mais
profundo ainda porque ela tem uma doutrina que é uma codificação que é algo no sentido moral
que a transforma diferenciada das outras.

Então quando você fala espírita você está indo especificamente para um espiritualista que
acredita o que está escrito no livro dos espíritos

Como esse é o objetivo primário do estudo: estudar o espiritismo como uma filosofia e não
como uma religião dogmática. Nosso objetivo aqui é justamente identificar possíveis dogmas
que estejam surgindo no movimento espírita e contestá-los aqui pela razão. Contestá-los com
fontes externas e pela interpretação correta do texto para que se algum dia alguém chegar,
pegar uma frase solta e jogar aquilo como um dogma alguém lá no meio levantar e falar não! Se
formos olhar todo o contexto não é isso que quer dizer. Para que nós não transformemos o
Espiritismo em uma espécie de inquisição. Que tudo que é dos outros não serve, pode queimar
o livro dos protestantes, pode queimar as outras coisas, a opinião dos outros não interessa... É
uma inquisição moral e uma inquisição simbólica onde nós vamos chegamos em um ponto em
o que vem de fora não interessa mais: o budismo, o zen budismo, o hinduísmo, o islamismo...
Tem coisa boa em todo lugar assim como tem coisa boa no Espiritismo. O mais importante que
nós nos referirimos aqui é: há o espírito que habita o corpo não necessariamente a fé que ele
prega ou raciocina ou que faz sentido para ele.

Comentário: Aqui está grifado. O grifo é meu. Eu grifei de propósito porque os


próximos slides são voltados a entender qual o sentido que eles dão da palavra alma. Então
uma das coisas que eu identifiquei nos estudos que eu fiz de Kardec é que como é uma leitura
muito densa e de cada parágrafo dá para tirar uma palestra, dá para tirar uma reflexão muito
grande tanto do Evangelho quanto do livro dos Espíritos algumas pessoas se perdem.
Principalmente aquelas que têm algum déficit de atenção. Não estou falando de transtorno só
aquelas que vão se perdendo e tal... Então a palavra alma é para lembrar: do que nós estamos
falando mesmo? Alma. Toda vez que a palavra alma estiver ali do que eu estou falando
mesmo? Alma. Qual é o objetivo aqui então? Qual a acepção que eles darão a palavra alma
para que nós possamos compreender. Então quando a leitura do livro começar lá na frente lá
em setembro, sei lá... Nós vamos entender: quando fala alma: ah! É isso. Quando falar
espiritualista: é isso. Quando falar espírita: é isso. Então eles estão nos introduzindo para que
nós não cheguemos lá com essas dúvidas. Então se lá na frente alguém chegar com essa
dúvida vai ser convidado a voltar aqui e assistir a introdução.

Então eu tenho um corpo físico e deste corpo físico passa a habitar uma alma e a partir do
momento em que o corpo não existe mais - não existe mais alma também segundo uns. Então
para que eles possam nos apresentar os conceitos que eles vão ter de alma eles estão
apresentando alguns dos que existem. Claro que existem muito mais. Nós não podemos
pensar que nós detemos o conhecimento. O número de religiões que existem no mundo é
imenso. As principais nós conhecemos algumas. Mas você tem sub-religiões nórdicas, por
exemplo, na Escandinávia, na Rússia, você tem na Ásia... Então não adianta chegar aqui e falar:
nós temos o conhecimento de tudo que é alma, de tudo que é espírito... São vários pontos de
vista.

Então uma das opiniões é que a alma é o princípio da vida material orgânica, não tem
existência própria e quando o corpo morre ela também desaparece. Isso seria o materialismo
puro.

Comentário: Isso seria a noção de panteísmo que se coloca aqui. Então a primeira
visão é uma visão orgânica, uma visão materialista: o corpo morreu, não tem mais alma. Esta
outra visão apresentada diz que Deus funciona como centralizador de toda a vida e ele
empresta estas centelhas suas para dar vida a outros seres. Então quando nós deixamos de
existir, morremos, o corpo físico morre, esta centelha volta para Deus. Qual será a contestação
aqui: a contestação é: se isso realmente acontesse na medida em que nós voltamos para Deus
que é esse todo nós perderíamos a nossa individualidade. Então toda vez que eu morro eu
reseto. Seria impossível haver uma progressão individual e o espiritismo crê na progressão
individual.

Eu faço parte do todo, eu estou inserido neste todo, mas eu tenho um componente que é meu
e este componente é eterno e este componente não pode ser destruído. Pode ser aprisionado,
pode ser hipnotizado, pode ser transformado em ovóide, pode ser um monte de coisa. Isso
tudo veremos lá na frente, mas ele não pode ser destruído.

Então a evolução é individual. Para que a evolução seja individual tem que haver
necessariamente o indivíduo. Se nós retornássemos para uma fonte comum e nos
dissipássemos como uma gota que cai no oceano não existiria indivíduo. Não havendo
indivíduo não pode haver progressão individual. Seriam apenas dados jogados ao acaso. Isso
seria uma variante do panteísmo.

Comentário: Então três ideias generalizadas que destas ideias generalizadas surgem
outras subgeneralizações. Eles estão dizendo: quando nós falamos alma as pessoas tem
abertura para entender qualquer uma dessas situações. Como já foi apresentado
anteriormente a doutrina espírita é espiritualista e eles colocaram que esta terceira opção é a
espiritualista, portanto essa é a opção que mais se agrada ao termo alma que nós estudaremos
neste livro. Se você for pegar um outro livro e lá estiver escrito alma você não pode aplicar isso
diretamente você tem que ter certeza se o autor está falando dessa alma ou se ele está
falando dessa que morre com o corpo ou se ele está falando dessa que retorna para Deus sem
individualidade. Então qual é a concepção que mais nos importa neste trabalho? Alma é um
ser moral, distinto, independente da matéria e que consercva sua individualidade após a
morte. Esta acepção é, sem contradita, a mais geral, porque, debaixo de um nome ou de outro,
a ideia desse ser que sobrevive ao corpo se encontra, no estado de crença instintiva, não
derivada de ensino, entre todos os povos, qualquer que seja o grau de civilização de cada um.

Ou seja, não importa se eu fui Pedro, Rita, Eliza, Ocimar Costa. Não importa se eu nasci no
Zimbaube ou na Suíça porque instintivamente como eu existo apesar da morte e após a morte
do corpo físico a minha crença ela é instintivamente então eu vou ser questionador. Então
você pode ter uma criança que nasce em uma família fechadamente católica, mas ela assiste a
missa e fala: uhum... Não é isso não. Tem alguma coisa errada... Ou a pessoa que nasce no
meio espírita, mas ela: ai... Isso está errado! E isso vai se aplicando a tudo: crianças que já
nascem veganas, essa coisa de gostar dos animaizinhos, criança que já nasce falando para o pai
parar de fumar. Quer dizer não pode ser aleatório. Ah: uma modificação cromossômica, uma
modificação genética faz o meu filho nascer vegano? Não tem como. São coisas que elas já são
aprendidas anteriormente então é isso que nós estamos dizendo aqui. Esta é a visão do
espiritismo. Que não importa o nome que eu esteja hoje. Vocês estão ouvindo falar o Vitor de
32 anos de idade, mas eu posso ter 3000. Então a partir disso a minha crença fica instintiva. O
que é colocado aqui: não foi ensinado na escola, não foi ensinado pela cultura... Eu
simplesmente fui me identificando, não identificando até que chegou um ponto e eu falei:
não! Tem algo a mais disso aqui. Eu falei da questão do catolicismo porque meus pais não
eram praticantes, mas eu fui batizado na igreja católica toda aquela coisa normal de crescer
católico e fui para catequese e na segunda ou terceira aula eu fui expulso porque eu
questionei... Eu tinha sete anos eu questionei a professora de uma forma que ela não tolerou,
quis me castigar, gritar comigo. Fui expulso, não pude contar para os meus pais se não eu ia
tomar bronca, imagino eu então eu ficava indo para catequese, mas não entrava, ficava só lá
na igreja, na praça, lá... Fiquei uns seis meses fazendo isso que me lembro. Quer dizer, não
adianta e eu tinha sete anos de idade, seis anos nem me lembro com que idade entra nisso.
Então de onde surgiu isso tudo? Eu não sabia o que eu era, eu não sabia o que eu estava
buscando, mas eu sabia que aquilo não fazia sentido para mim. Então essa é a noção que nós
temos aqui.

Nós estamos trabalhando com o conceito de alma a tudo isso que foi descrito neste primeiro
parágrafo: ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva sua individualidade
após a morte. Sendo assim existe alma gêmea? Não. Existe amor homem-mulher eterno? Não.
O que existe é um amor que é eterno porque se manifesta no Deus que é eterno. Mas não
existe essa coisa de que eu nasci de você, eu preciso de você para viver. Nós somos individuais
e distintos segundo essa concepção.

Essa doutrina, segundo a qual a alma é causa e não efeito, é a dos espiritualistas , portanto a
dos espíritas também. Alma é causa e não efeito. Lá na primeira a alma era efeito da causa.
Qual era a causa? O corpo. Tenho um corpo e o efeito é ter uma alma. O espiritualista acredita
no que? Tenho uma alma e o efeito é agregar ao redor dela um corpo. Essa é a diferença.
Então alma é a causa. Sendo a alma a causa tudo que atinge teu corpo físico começa na tua
alma.

Comentário: Então aqui eles fecham a temática: qual alma nós escolheremos para
trabalhar aqui? Olha a questão: cada um pode chamar alma como que quiser. O que eles estão
dizendo: não existe um termo que está certo. Está certo para quem acredita naquilo e que
cada um use como deveria, ou seja, a escolha é indiferente. O que é necessário é o
entendimento entre todos. Porque que reduz a um problema de convenção? Contanto que
todos nós concordemos a concordar que estamos falando do mesmo tipo de alma: acabou.
Não tem problema. Então a nossa alma é certa e a dos materialistas é errada? Não! Porque é
como eles entendem e é assim como nós entendemos. É isso que é colocado aqui. Então eles
chegaram à conclusão que alma referida no livro dos espíritos e nas obras seguintes refere-se
ao ser imaterial (portanto, que não é matéria) e individual (portanto, que não retorna a um
lugar comum que mantém esse indivíduo) que em nós reside e sobrevive ao corpo.

Como nós falaremos assim: ah, é um fantasma! Uma alucinação! Tem que ter um nome para
denominar aquilo porque mesmo que seja uma alucinação a pessoa está alucinando então
para ela aquilo existe então ela precisa ter uma referência daquilo.

Comentário: Que diferença aqui, né? Como não tem uma palavra especial para
traduzir de cada uma das outras duas ideias - a que corresponde a palavra alma denominamos
princípio vital. Então nós não ouviremos falar aqui ao longo do texto de alma. Se chegar a falar
alma é daquela alma. Quando ouvir princípio vital também estou falando disso. Princípio da vida
material segundo outros, e esta é a ideia mais comum, ele reside em um fluido especial,
universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida,
tal como os corpos inertes absorvem a luz.

Então isso seria diferente daquela visão panteísta que foi colocado anteriormente. Como se
existisse um princípio no universo e nós tiramos dele isso que seria a vitalidade, mas não
retornamos a isso. Eu não perco o que eu sou. É um princípio que não ocupa todo um espaço
de onde tudo sai. Ele está contido no universo. Então tem algo anterior a ele, algo que o coloca
em dominação que seria o sagrado que seria Deus. Então imagina que tem uma fonte aí na tua
cidade: você está com sede e você vaí lá e toma água. Então existe essa energia, esse princípio,
esse fluído espalhado no universo e dele o espírito vai tirando a sua vitalidade. Isso é comum a
nós, mas nos mantém individual. Eu posso tomar da mesma fonte que você, mas eu não posso
me fundir a você a ponto de me perder de não saber mais quem sou eu e quem é você.
Psicologicamente, pode? Pode. Chama-se simbiose, mas espiritualmente falando eu nunca vou
deixar de ser quem eu sou a ponto de desaparecer.

Comentário: Lembrando: não confunda superioridade com ditatorial. Não é porque


eu sou superior que eu posso massacrar e que eu posso humilhar que eu posso fazer todas as
coisas. Eu vou arrancar metade da floresta amazônica e que queimem aos pássaros, a vida
nativa que tem lá porque eu quero construir um pasto. Essa superioridade não é colocada
como um sentido de que pode fazer tudo o que você quiser porque você está no topo da
cadeia. Não é nesse sentido. É superior porque nós temos uma responsabilidade muito grande
de cuidar de todas as outras espécies.

Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico
animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc. Ou
seja, não importa essa nomenclatura toda. O que importa para esse estudo é a observação que
segundo ele é incontestável, pois resulta da observação, não é hipotético. Esta observação traz
as informações: os seres orgânicos têm em si uma força íntima que determina o fenômeno da
vida, enquanto essa força existe. Tudo que é orgânico, tudo que tem órgãos, tudo que tem
vida, tudo que é matéria sobrevive enquanto esta força íntima está lá. Que a vida material é
comum a todos os seres orgânicos e independe da inteligência e do pensamento. Eu não
preciso ter um cérebro para ter uma vida material. Eu não preciso ter inteligência para ter uma
vida material e nem pensamento. Você pode ter uma vida material na árvore, você tem uma
vida material nos animais. Você tem uma vida que não é orgânico ali, mas o que é material
também a pedra também é material. Existe uma pedra. Você consegue pegar aquela pedra. As
pessoas acreditam em energia de pedra. Você coloca essas pedras aqui nas suas costas
enquanto faz a massagem e tem uma energia ali. Então como é que funciona isso aí? Tem uma
vida ali. Tem uma coisa se manifestando naquilo ali.
Que a inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas espécies orgânicas. Então
é isso que você colocou (mensagem enviada para o Vítor). Nem toda a espécie orgânica têm
essas faculdades que são inteligência e o pensamento. Algumas têm. Nós temos. Finalmente,
que entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e de pensamento há uma dotada
também de senso moral especial, que lhe dá incontestável superioridade sobre as outras: a
espécie humana. Uma está sendo colocada aqui: há uma dotada de senso moral, portanto nem
todo ser orgânico tem inteligência e pensamento e entre os seres orgânicos que têm
inteligência e pensamento apenas uma espécie tem senso moral que é a raça humana. Esse é o
posicionamento que eles estão colocando aqui. Não adianta esperar moralidade do seu
cachorro, do seu gato. O seu gato vai roubar o salmão em cima da pia. Vai pegar. Se ele não
pegar é por medo, é por condicionamento, mas não é por moralidade. Então não adianta
cobrar esse senso de moralidade e não confundir isso com lealdade, com amizade, com
carinho... Não estou dizendo que o bicho não tem sentimento, mas moralidade não vai
encontrar. Só na raça humana. E mesmo na raça humana sendo moral existem muitos que são
imorais, amorais e usam dessa superioridade para massacrar os inferiores.

Comentário: Aquela palavra não representa uma opinião. Qual? Alma! Porque ela
tem uma acepção múltipla: pode ser materialismo, pode ser o panteísmo e pode ser o
espiritualismo. Você entende como quiser, mas se você quiser falar alma específica nós
teríamos que ter essa especificidade que é isso aqui: qualificativo - alma espírita, alma
panteísta, alma orgânica, alma material. Se nós não pudéssemos colocar um adjetivo após, não
seria possível identificar de qual alma estamos falando. Por isso a evitação de usar a palavra
alma.
Comentário: Qual o sentido da utilização de Proteu aqui por Kardec? Assim, aquela
palavra não representa uma opinião: é um Proteu, portanto, ela pode se mertamofosear e
tomar outras formas de acordo com o contexto. Cada um ajeita a seu bel-prazer. Daí tantas
disputas intermináveis. Então esse é o motivo de se rejeitar o termo alma.

Comentário: Então quais são as diferenciações de alma que eles colocaram para
que não houvesse essa confusão: porque se eu falasse alma eu poderia entender que é o
princípio da vida material, o da inteligência e o do senso moral e nós já vimos que são
distintos, então eles propõem que seria melhor dizer já que é assim: alma vital ao que se
refere ao princípio da vida material, alma intelectual - o princípio da inteligência, e a alma
espírita - o da nossa individualidade após a morte. Desenhando para nós como será construído
o livro.
Alma que enxergaremos lá na frente são essas.
Comentário: Constituição da doutrina espírita. Como disse Kardec: algumas pessoas
gostam outras pessoas não gostam e ele então diz que a partir de agora nesess próximos
slides, nessas próximas leituras ele irá pegar as temáticas mais abordadas pelos que discordam
e tentar explicar de uma forma que seja compreensível já deixando claro que quem não quer
entender não irá entender de forma nenhuma. Ele está aberto aos que são de boa fé. Aos que
são de má fé sempre vão ficar encontrando defeitos, sempre vão achar uma falha porque não
tem abertura. Então é mais ou menos isso que ele está dizendo aqui.

Como tudo que constitui novidade... Ah, mas a doutrina espírita não é mais novidade...
Quando foi escrita era novidade... Vejam: ela é novidade ainda para quem não a conhece. Para
algumas pessoas doutrina espírita é ainda fora do padrão. Não fazem ideia do que é, elas
associam só com Espírito, fantasma, trabalho, trabalho espiritual... Essas coisas. Por que/ que
isso é importante? Porque nós fazemos um trabalho de levar adiante a palavra. Levar adiante a
palavra, não é impor a palavra, não é bater domingo de manhã na cada do indivíduo falando:
vim aqui te ensinar do meu Deus... Não é disso que estamos falando aqui, mas pelo nosso
comportamento. Então o que nós temos que ter em mente? Se Kardec com todo respaldo que
ele tinha, com toda orientação espiritual, com todo conhecimento que lhe seria dado ainda
assim soube entender que para algumas pessoas esse conhecimento não vale nada também
cabe a nós fazermos o mesmo. Então quer dizer: se uma pessoa não está disposta a ouvir não
vá lá degladear à toa. Não tente impor isso para ela... Tem gente que faz coisas até de tentar
demonstrar pela mediunidade... Não, então espera aí que eu vou encorporar um espírito aqui
para você ver. Não faça isso! E quem não quer enxergar não irá enxergar. Vai achar que você
está fingindo, vai achar que enlouqueceu... Vai tentar te internar em um hospício, mas não vai
te dar ouvido e ainda vai sair falando mal de você. Então o que fique essa lição que cada um a
seu tempo. A função é jogar sementes em solos férteis. Nos que não são férteis não é
problema teu se não vingar. É isso que eu quero chegar. Que você não fique com a frustação
de não ter dado conta. Porque mesmo Jesus como semeador por várias vezes ele encontrou
solos inférteis. Então não se preocupe nesse ponto. Tenha essa maturidade, essa humildade de
saber que muita gente não está nem aí.
Dirigimo-nos aos de boa fé... São com essas pessoas que nós temos que tentar dialogar se
quisermos fazer algum progresso na semeadura, no levar à palavra. Então preconceito, ideia
pré-concebida... Tudo isso aí ele diz que se refere a juízo leviano, precipitadamente formado
nós também temos que abrir mão disso. Nós não podemos ser essa pessoa. Qual é o convite
que eu faço aqui? Esse é um estudo de o Livro dos Espíritos vírgula por vírgula. Não adianta
sentar aqui nesse estudo já tendo o Livro dos Espíritos como se fosse uma pessoa que está
reciclando ou como se fosse um repetente, sabe aquele aluno que é mais velho que todo
mundo? Não adianta. Então eu reparei isso nesse estudo e no estudo do Evangelho que às
vezes eu estou falando um tópico aqui aí a pessoa pega uma passagem lá da frente do próprio
livro para explicar isso aqui. Não adianta pegar a página 120 do LE para explicar a introdução
do LE. Nós chegaremos lá. É trabalhar com o que nós temos agora. Então essa imagem já
fechada, estabelecida, esses estudos que vocês já fizeram... Se eles são suficientes fiquem com
eles.

Se você está buscando uma coisa a mais então tenha a mente aberta, tenha boa fé de
interpretar o que está sendo falado aqui para que possa haver essa expansão. Então eu não
colocarei nenhuma das mensagens que vierem aqui que explicam o estudo com materiais que
nós veremos lá na frente. Nós vamos trabalhar sempre no aqui agora. O que nós temos agora
é o terceiro tópico da introdução parte dois do LE. Faz de conta que é tudo isso que nós
conhecemos do LE. O resto não é útil nesse momento. É imagem pré-concebida, é um
conhecimento já fechado. Vai ajudar bastante ter essa mente aberta.

Comentári o: Então imagina um grupo de pessoas que começa a escutar um barulho


nos móveis, uma mesa que se mexe, faz barulho... Como se alguém estivesse dando umas
cutucadas na messa assim: pa!Pa!Pa! Ou a mesa balança, ou o guarda roupa dá uma sacudida
então o que é isso? Começa a aparecer com uma pessoa, começa a aparecer com outra
pessoa, os grupos vão se reunido para tentar produzir, aquele efeito não tem um controle
total sobre aquilo, mas tem lá diante de todo mundo mesas que estão fazendo barulho. Então
um dá aquela olhada por baixo: deve ter alguém batendo aqui, deve ter um aparelho colocado
ali, deve ser alguma coisa que nós não conhecemos ainda, mágica, prestidigitação... Só que
como a coisa começa a acontecer em vários locais e ela começa a acontecer com certa
frequência. Então alguns começam a pensar: não! Deve ter alguma coisa a mais nisso aí. É esse
o ponto. Começa por aí então: um fenômeno que não pode ser explicado, que é um fenômeno
físico porque produz informações que são possíveis de serem captadas pelo sentido: a mesa
mexendo eu vejo com os olhos e o barulho dela eu ouço pelos meus ouvidos então isso
provavelmente também devia estar associdado com alguma vibração tátel: algum arrepio,
algum calafrio, alguma sensação que só quem estava lá para poder nos dizer. Então algum
odor, por exemplo, poderia ter também... Tudo isso aí. Então são sensações físicas.

Comentário: Aí ele traz o quê? O ponto: as mesas estão batendo. E dentro deste ponto
que é o primeiro fato norteador disso tudo as hipóteses que começavam a surgir. Por isso que é
bom. A [fulana] pergunta se hoje não existem esses fenômenos. O que dizem [fulana] é o
seguinte: estes fenômenos foram necessários para chamar atenção, tá? Fenômenos físicos,
fenômenos brutos. São fenômenos que você não necessariamente precisa de um Espírito
superior para produzir, tá? Qualquer um, um Espírito grosseiro pode fazer... Um zombeteiro.
Então está bom. O fenômeno está lá. A partir do momento que tem o fenômeno começam-se os
estudos e aí você tem todo o desenvolvimento da doutrina, tá? Com o desenvolvimento da
doutrina então fica colocado de uma forma mais científica, de uma forma mais filosófica, de uma
forma mais doutrinária então passa a ter uma explicação. Se o indivíduo acredita nisso ou não é
outros quinhentos, mas tem uma explicação, tá? Então o que é colocado? Não há mais a
necessidade desse tipo de manifestação porque o que tinha que ser visto, já foi visto. Agora as
manifestações são as psicografias, são as psicofonias, etc. São essas manifestações que são mais
sutis que podem ser dadas apenas as de elevação, por Espíritos superiores. Então isso significa:
para quê um Espírito vai ficar aqui batendo na madeira se ele pode comunicar com você pela
intuição? Então é nesse sentido. Ainda existem esses fenômenos? Existem. Seriam os médiuns
de efeitos físicos. A pessoa ainda pode ouvir barulho em casa quando ela está lá... Mas o
médium tem que estar presente. Então ele é utilizado para produzir esses efeitos físicos no
ambiente. É um tipo de mediunidade. Não é qualquer pessoa, tá? Em casos mais graves pode
até, por exemplo, começar a incendiar cortina sem motivo aparente então seria um caso
avançado de mediunidade de efeito físico, tá? Então por isso
que esses fenômenos não acontecem mais. Porque não é necessário. Eles não vão levar
nenhum lugar que eles já não tenham levado até aqui.

Se o Espiritismo viesse pela intuição ia ser muito difícil de acreditar porque só uma pessoa ia
estar sendo intuída. Então precisava ser um fenômeno que todos vissem, que todos ouvissem,
que todos pudessem presenciar, que gerasse no mínimo curiosidade em todas as pessoas. Se
não poderia simplesmente eu falar que estou tendo uma intuição aí eu seria como Moisés foi:
ah, Deus está falando comigo. Mas como você prova isso? Não tem como. Então fica difícil.
Algumas pessoas irão seguir, mas outras dirão: não! Preciso de mais provas.

Se tal fenômeno se houvesse limitado ao movimento de objetos materiais, poderia explicar-se


por uma causa puramente física. Ele vai pela lógica direto sem ficar elocubrando. Estamos
longe de conhecer todos os agentes ocultos da Natureza, ou todas as propriedades dos que
conhecemos, aí ele dá o exemplo da eletricidade principalmente nessa época. Então quer
dizer: se a eletricidade que é algo conhecido por nós cada dia mostra uma nova vertente então
quer dizer o que nós conhecemos de eletricidade ainda não é tudo às vezes aparecem coisas
novas então o que poderíamos fazer para pensar que outras forças naturais também não
possam estar atuando cujo funcionamento nós ainda não conhecemos? Essa é a lucidez desse
indivíduo. Antes de chegar em um ponto de falar: são Espíritos! Ele vai pela eliminação do
método científico. Então ele vai para o método científico. Indo pelo método científico ele vai
trazendo essa conclusão. Então quer dizer: se eu fosse um materialista e eu quisesse falar:
não! Mas isso aí é alguma propriedade da energia, da eletricidade que nós não conhecemos. E
teria que ser aceito porque pode ser.

Nada de impossível haveria, portanto, em que a eletricidade modificada por certas


circunstâncias, ou qualquer outro agente desconhecido, fosse a causa dos movimentos
observados... Nas mesas. O fato que a reunião de muitas pessoas aumenta a pontecialidade de
ação parecia vir em apoio dessa teoria, visto poder-se considerar o conjunto dos assistentes
como uma pilha múltipla, com seu potencial na razão direta do número dos elementos , ou seja,
a mesa começa a girar: pode ser uma alternativa da eletricidade aí um monte de gente vem
aqui para ver. Nós temos a nossa energia, nós temos uma eletricidade então o que poderia ser
esse grupo de pessoas que se harmoniza neste local, gera um campo eletromagnético com o
campo elétrico que produz esses sons, então as pessoas funcionariam com pilhas, como se
fosse uma bateria que potencializa para que esses barulhos ocorram. Então esse é o ponto de
vista materialista. Isso poderia explicar o fenômeno se fosse apenas a causa física. Então essa
seria a refutação caso fosse apenas materialista: Ah, é um monte de pessoas aglomeradas que
gera esse barulho, vamos embora para casa e acabou.
Comentário: Eu sou admirador do senhor Allan Kardec. Porque eu gosto de colocá-los
aqui ó: nós estamos ali no século dezenove com o conhecimento que se tinha no século
dezenove. Pensa no conhecimento de hoje. O indivíduo está diante de uma mesa que gira
sozinha e que depois para de girar, começa a bater e fica suspensa no ar e ainda assim ele
consegue pensar calmamente que pode ter uma lei natural que explica isso. É muito grande ser
formos parar para pensar. Tem gente que cria seita e religião por menos coisa: ah, uma imagem
de Jesus no pão francês... Ah, a imagem de Jesus no pão francês e já vai criar toda uma coisa
em volta daquilo. Então essa é a seriedade do indivíduo. Não é por acaso ele não falou: eu vou
fazer isso aqui porque eu sou bomzão. Ele tinha que ter esse metodismo, essa coisa metódica
dentro dele. Ele tinha que ser. Devia ser um indivíduo bem chato de conversar assim... Aquele
que para você convencer ele: não! Mas eu preciso de mais provas. Mas é isso que torna o
espiritismo tão crível, tão fácil de ser compreendido. Como é lúcida a descrição dele. Ah, a mesa
gira. Tudo bem. Tudo no universo gira então como nós temos um macrocosmo e um
microcosmo pode estar acontecendo o mesmo processo que acontece no universo está fazendo
essa mesa girar. Ah, mas essa mesa não só gira, ela bate, ela voa, ela fica suspensa no ar. Ela
contraria as leis da estática. Então o que ele coloca: ainda aqui nada havia que se não pudesse
explicar pela ação de um agente físico invisível. Não vemos a eletricidade deitar por terra
edifício, desarraigar árvores, atirar longe os mais pesados corpos, atraí-los ou repeli-los?

Por que não pode ter uma outra força atuando aqui que faz essa mesa ficar parada? O que é
isso? Esse é o ponto de vista de um real cientista. Porque o real cientista ele não pode em
hipótese alguma acreditar em milagre. Tudo para ele tem que ter uma lei, tem que ser natural,
tem que ser possível de ser repetido futuramente ou com os objetos certos. Então quando ele
vê uma lei que é a lei da estática sendo contrariada ele não pensa que o caos se instaurou. Ele
pensa que deve existir uma outra lei acima dessa que está atuando ali não anulando esta como
se esta fosse errada, mas agindo de uma outra maneira que ele não compreende. Agora, essa
é a visão que ele coloca. Porque estes eram os adversários que o Espiritismo teria. Essas
seriam as perguntas que os indivíduos que não concordavam fariam. E ele está nos
apresentando assim. Em outras palavras: vá se preparando porque é isso que as pessoas vão
perguntar para você. São essas as resistências que você terá que enfrentar caso queira um dia
conversar sobre Epiritismo com alguma pessoa que não é da área. Ela vai sempre: não, mas
não é verdade! Não! Mas pode ser... E é certo que faça isso mesmo.

Comentário: Aqui tem muita informação. Os ruídos insólitos, as pancadas, ainda que
não fossem um dos efeitos ordinários da dilatação da madeira, ou de qualquer outra causa
acidental, podiam muito bem ser produzidos pela acumulação de um fluído oculto: a
eletricidade não produz formidáveis ruídos? Então quando tem aqueles cabo de alta tensão
você não ouve um barulho? Então quer dizer por que não pode haver um outro fluído que
também produz barulho?

Até aí, como se vê, tudo pode caber no domínio dos fatos puramente físicos e fisiológicos. Sem
sair desse âmbito de ideias, já ali havia, no entanto, matéria para estudos sérios e dignos de
prender a atenção dos sábios. Por que assim não aconteceu? Então a pergunta. Então o que ele
disse: tudo o que nós estamos falando até agora poderia ser sim explicado pela ciência. Nada
de mais até aqui. Mas ao mesmo tempo mesmo que pudesse ser explicado pela ciência por
que muitos cientistas não quiseram aprofundar nisso? Essa é a pergunta que ele está fazendo.
Compreende? Porque mesmo que fosse só pelo campo científico são coisas que nunca tinha
acontecido então poderia abrir uma expansão de campo para tantas áreas que geraria um
interesse do campo científico então ele questiona por que não aconteceu? O que impediu
essas pessoas de quererem realmente entrar em contato e aprofundar essas causas? E aqui a
resposta: É penoso dizê-lo, mas o fato deriva de causas que provam, entre mil outros
semelhantes, a leviandade do espírito humano. A vulgaridade do objeto principal que serviu de
base às primeiras experiências não foi alheia à indiferença dos sábios. Que influência não tem
tido muitas vezes uma palavra sobre as coisas mais graves! Quer dizer: acharam que era
pequeno demais estudar aquilo. Os grandes sábios da época: vou ficar aqui vendo mesa
girando aqui... Então ele compreendeu que isso foi uma leviandade porque eles estavam
preocupados com coisas que fossem levianas. Desenvolver campos científicos que fossem não
tão importantes quanto esse no momento em que estava se apresentando. Então é por isso
que ele diz: estava ali diante de um monte de gente... A comunidade científica se reuniu, olhou
para aquilo, um olhou para o outro e falou: éh! Está bom! Já perdeu a graça, vamos embora. É
isso que ele quis dizer. Só alguns resolveram seguir em frente.
Comentário: Mas que é isso tem uma rã aqui no negócio? A fulana gostou do
WhatsApp psicográfico. É isso aí, já pensou? São raras as psicografias que trazem elementos
específicos que permitam reconhecer o espírito que se comunica diz a Vânia. E eu concordo. O
que acontece é que a pessoa no desespero ela quer ver então acaba que vai criando sim. Um
monte de médium que psicografa em qualquer lugar. Eu tenho como saber quem é e quem
não é? Não tenho, mas por uma análise da doutrina, por uma análise do que é colocado eu
não imagino que seja tão fácil de acontecer assim não. Eu imagino que tem muito engodo aí,
mas como eu disse: funciona como um placebo: põe a carta do seu filho falando que ele está
bem. A mãe ouve que o filho está bem, fica bem. Ficando bem para de ficar vibrando,
pensando no filho então o filho fica um pouco mais livre para caminhar também lá na
erraticidade. Funciona. Se a espiritualidade permite que aconteça é porque tem uma função
de ser também. Para o aprendizado do médium, para o aprendizado de quem quer que seja
nós não temos como julgar este aspecto, sair fechando portas por aí o que seria arbitrário e
uma visão pequena de um todo que nós ainda não compreendemos. Chico dizia que o telefone
toca de lá para cá e não as nossas solicitações. É isso aí! Quando a mensagem tiver que chegar
ela chegará. Vai chegar por sonho, vai chegar pela pessoa sentada ao seu lado no ônibus, mas
não é você que fica lá, ó: vem cá! Não é. Você evoca e você recebe, mas o que você recebe não
dá para ter certeza. Você acha que está vendo seu filho e está vindo um cara... Vou lá enganar
essa senhora aí. Se passar pelo filho dela vamos lá! Só para se divertir. Acontece.

Há controvérsias: minha tia psicografava e recebia muita mensagem de irmãos que faleceram.
Que controvérsia? Eu não entendi a questão da controvérsia. A Sandra colocou: eu não
entendi aonde gerou uma controvérsia porque eu também... Não sei se está falando com
alguém daqui... Porque em nenhum momento eu coloquei que a psicografia não acontece, né?
Eu quis dizer apenas que não é assim. Se ela psicografava e ela recebia, ela psicografada e ela
recebia, mas se eu preciso de alguém que psicografe para mim eu não posso ficar indo lá: o
Bruno é o médium de psicografia. Eu não posso falar: oh, Brunão, fala com a minha mãe, lá!
Vê o que minha mão está precisando. Oh, brunão, fala com minha mão lá. Uma hora ele vai
falar: não dá cara! Tua mãe não é vizinha minha, sua mãe desencarnou... Não é desse jeito.
O Bruno coloca aqui: quando se anuncia médiuns psicógrafos em cidade pequena a pracinha
da Matriz fica lotada. Não é só pracinha de cidade pequena não. Qualquer lugar assim.
Sempre tem alguém no luto. Sempre tem alguém que perdeu uma outra pessoa e gostaria
muito de ter uma resposta então isso é algo que sempre vai render, não estou falando
comercialmente, mas sempre vai ter procura. E tendo procura tem oferta.

Então vamos entrar com mais afinco aqui nesse slide? Porque ele está falando desses sábios
que segundo ele colocaram o nome o seguinte: por que/ que virou a dança das mesas? Porque
outros móveis e outros objetos também faziam barulho e também se mexiam, mas olha aqui:
a ideia das mesas prevaleceu por ser o objeto mais cômodo e por que a roda de uma mesa
muito mais naturalmente do que em torno de qualquer outro móvel se sentam diversas
pessoas. Então ao redor de uma mesa tem cinco pessoas. Ao redor de uma cama não. Ficou
mais fácil para eles que se juntavam para estudar o movimento, para entender o que estava
acontecendo acabou que a mesa era mais confortável para todos porque todo mundo sentava
em volta e ficava olhando a mesa girar. Então isso foi chamado de dança das mesas o que
segundo ele ficou pequeno demais para certos Espíritos.

Homens superiores são com frequência tão pueris que não há ter como impossível que certos
espíritos de escol hajam considerado deprimente ocuparem-se com o que se convencionara
chamar a dança das mesas. Como ele era um intelectual ele vivia ser cercado de intelectual.
Então isso de dizer que os homens superiores costumam ser pureris é porque eu imagino que
ele já estava meio com a paciência cheia dessa coisa de vaidade, de ego né? Devia ser muito
forte isso aí porque é só imaginar contexto. Então ele diz assim: quem sou eu, né? O indivíduo
chega: imagina que eu vou colocar no meu currículo que eu estou fazendo mestrado em dança
das mesas, que isso rapaz? Olha com quem você está falando. É nesse sentido. Então isso se
projeta em tudo. Você pode ter, por exemplo, expositor espírita: imagina que eu vou fazer
palestra só para 15 pessoas lá na periferia? Pode ser. É a mesma coisa. É a noção de que aquilo
é pequeno demais para mim. Não vai produzir uma mudança tão significativa quanto à
potência que eu tenho. Então esse foi o motivo pelo qual outros estudiosos ou grandes
estudiosos da época não se ateram a dar continuidade aos fenômenos físicos e fisiológicos que
ali estavam se manifestarndo. E aí o último: é mesmo provável que se o fenômeno observado
por Galvani o fora por homens vulgares e ficasse caracterizado por um nome burlesco ainda
estaria relegado a fazer companhia a varinha mágica (é o místico). Qual, com efeito, o sábio
que não houvera julgado uma indignidade ocupar-se com a dança das rãs? Então essa dança
das rãs é relacionada ao Galvani e aqui tem uma nota do expositor:
Comentário: Então é isso que Kardec coloca no slide anterior. Galvani ficou estudando
com rãs então ele fez uma comparação que se na época do galvanizou isso fosse chamado de
dança das rãs porque a perninha mexia quando tomava um choque ia ter um monte de gente
que ia achar isso ridículo, mas por insistir no que era considerado ridículo Galvani descobriu a
bioeletricidade, quer dizer: devem existir compostos magnéticos, compostos elétricos que
movimentam também o nosso corpo físico e isso é muito grande, tá? Então essa é a vinculação
que o Kardec faz aqui. Vou só voltar para deixar isso bem claro. É mesmo provável que se o
fenômeno observado por Galvâni o fora por homens vulgares e ficasse caracterizado por um
nome burlesco, ainda estaria relegado a fazer companhia à varinha mágica. Qual, com efeito,
o sábio que não houvera julgado uma indignidade ocupar-se com a dança das rãs? Então ele
associou isso: assim como ninguém queria ficar estudando rã, mas Galvani foi lá e descobriu a
bioeletricidade, ninguém queria ficar estudando mesas girantes. Kardec foi lá e instaurou a
doutrinação espírita por estudos muito mais avançados que vieram à frente um destes aqui
que estamos estudando.
Comentário: Então passado esse primeiro estágio onde alguns refutaram a ideia: não
quero saber disso aqui, é pequeno demais para mim, outros quiseram continuar. Estes que
quiseram continuar porque eles entenderam que talvez alguma lei natural estivesse ali
desconhecida e eles queriam compreendê-la. Só que eles esbarraram na personalidade do
evento. Eles não tinham controle sobre isso. Não era como se: agora nós vamos nos sentar
aqui, vamos dar as mãos e as mesas vão virar! A mesa não girava, não acontecia nada. E às
vezes quando eles não queriam nada acontecia. Aí eles mandavam parar, não parava, eles
mandavam fazer, não fazia. Então eles não conseguiram criar uma lógica que explicasse
porque eles não detinham poder nenhum sobre o fato. Não detendo o poder sobre o fato
alguns compreenderam que na verdade isso tudo devia ser algo sem explicação e que não
haveria necessidade de aprofundar.
Ok? Mas aconteceu que o fenômeno nem sempre lhes correspondeu à expectativa e, do fato
de não se haver produzido constantemente à vontade deles e segundo a maneira de se
comportarem na experimentação, concluíram pela negativa.
Malgrado, porém o que decretaram, as mesas – pois que há mesas – continuam a girar. Então
quer dizer independente deles falarem que aquilo não tinha sentido e que não ia mais
acontecer às mesas continuaram girando e continuaram girando tanto que desfrutam hoje do
direito de cidadania. Que não se trata mais sinal de encontrarmos uma explicação racional.
Quer dizer: a mesa tem CPF. O evento da mesa de girante já tem cidadania, já é uma coisa que
você não pode mais não reconhecer. Ela aconteceu em todos os lugares. O que pode se fazer
então a partir daquele momento? Achar uma explicação racional. Porque ela acontece, ela
existe. Ela tem cidadania, tem CEP, tem endereço. Então ficou um ponto em que sobraram
apenas aqueles que chegaram a essa conclusão. Isso está acontecendo. É um fenômeno. Está
diante de nós. Nós não sabemos o que acontece, mas precisamos buscar uma explicação
racional para isso. Foi feito esse natural processo seletivo.
Comentário: Esse é o método científico. Quais as perguntas que surgiram na cabeça
desses indivíduos que ficaram aqui incluindo Kardec. Contra a realidade do fenômeno poder se-
ia induzir alguma coisa de circunstância de ele não se produzir de modo sempre idêntico
conformemente a vontade e as exigências do Observador? O que isso significa?

Por que/que ele não se repete sempre igual e por que ele não se repete sempre quando o
observador quer que aquilo aconteça? Se fosse um fenômeno de eletricidade. Os de
eletricidade, de química não estão subordinados a certas condições? Será lícito negá-los
porque não se produzem fora dessas condições? Então se não é um fenômeno químico, se não
é um fenômeno elétrico porque as condições não se adaptam ao que eles conheciam? É lícito
negar que isso não é um fenômeno elétrico ou é lícito aceitar que talvez nós não conhecemos
este tipo de ambiente onde ele se produz? Então são questionamentos que vão deixando
sempre aberto. É uma coisa que dizem muito isso né? O sábio ele é a pessoa que tem as
perguntas certas, não as respostas. A resposta é o fim da linha. Quando você tem uma
resposta você não tem mais o que crescer. O sábio é aquele que quando recebe uma resposta
e faz disso uma pergunta. Não é devolver a pergunta é fazer disso uma pergunta. Então é
natural que o indivíduo vá se levando a isso, vá se elevando e é natural que o Livro dos
Espíritos tenha sido escrito em um indivíduo que já tem essa capacidade de uma afirmação
gerar uma dúvida e dessa dúvida gerar outras dúvidas e nós ficamos aqui: ué! Eu vim aqui
estudar esse livro para ter certeza e o cara está me enchendo de dúvida, pois é! Sejam bem-
vindos a sabedoria.

Maravilha. Que há, pois, de supreendente em que o fenômeno do movimento dos objetos pelo
fluído humano também se ache sujeito a determinadas condições e deixe de se produzir
quando o observador, colocando-se no seu ponto de vista, pretende fazê-lo seguir a marcha
que caprichosamente lhe imponha, ou queira sujeitá-lo às leis dos fenômenos conhecidos, sem
considerar que para fatos novos pode e deve haver novas leis? Então ele diz assim: qual que é a
surpresa de nós cientistas não termos o controle sobre o evento? Não basta compreender que
se tem um evento novo, leis normas se aplicam a ele? Só isso. As perguntas dele emergem e
depois elas convergem para uma resposta e a partir dessa resposta ele tem uma tese. É o
desenvolvimento de toda filosofia. Alguém lança uma tese para responder uma dúvida.
Quando essa tese é lançada alguém discorda dela e lança uma antítese, uma antitese. Então
você está errado e eu vou provar por que. Aí alguém que olha os dois brigando ou
conversando entre si pega a tese, pega a antítese, pega o que tem de bom nas duas e faz uma
síntese. Esta síntese é uma nova tese que gera uma nova antítese e este ciclo nunca acaba.
Então isso acabou de ser feito aqui nesse slide. Kardec gera o processo, cria as dúvidas que
poderiam combatê-lo, chega a conclusões pelo método analítico e, pronto! Tem resoluto.
Estamos diante de uma situação que diz respeito a uma nova lei. Agora o que nós vamos fazer
com isso? Quebrar a cabeça para descobrir como ela funciona, qual seu padrão e de que
maneira ela pode ser manipulada ou não.

Ora, para se conhecerem essas leis, preciso é que se estudem as circunstâncias em que os fatos
se produzem e esse estudo não pode deixar de ser fruto de observação perseverante, atenta e
às vezes muito longa. Então como que eu faço para conhecer uma lei nova? Assim: estudar as
circunstâncias e os fatos em que se produzem. E isso não vai ser feito em 5 minutos, é
perseverante atenta e muito longa, tá? Quem trabalha como biólogo de campo sabe bem o
que eu estou falando aqui. Ah, eu quero ver espécie tal do passarinho tal... Tem que ficar uma
semana sentado lá olhando para árvore. Pode ser que o passarinho apareça, pode ser que não.
Vou lá mergulhar com o boto-cor-de-rosa. Pode ser que não apareça o boto, pode ser que
tenha dez. Então o que é? Como é que eu entendo o padrão de movimentação? Como é que
eu sei em que época do ano os animais se reproduzem? Eu tenho que ficar lá quando eles não
estão se reproduzindo para ver quando eles começam a chegar, compreende? Então essas
câmeras que você vê de National Geographic que é time-lapse que fica aquele tempo
passando correndo e os pinguins andando igual um louco de um lado para o outro assim? É
que os caras ficaram filmando aquilo ali. Largou a câmera lá e deixou o mês inteiro, dois
meses, três meses só coletando imagem para entender como funciona. Então se eles querem
entender uma nova lei tem que ficar olhando para aquela mesa girando e perceber: ela gira
seis ds tarde, ela gira às sete? Tanto faz. Ela gira para esquerda, ela gira para direita, ela sobe
30 cm ou 45... E aí que ele vai criando um padrão e dentro desse padrão ele começa a ter um
controle pelo menos analítico do dado.

Então podemos dizer que tudo começou lá por causa do adiantamento intelectual dos
participantes? Não começou lá porque (a Shirley pergunta isso) ele mesmo diz isso no slide:
isso já acontecia muito anos, mas esse adiantamento intelectual é o que permitiu que pela
primeira vez fosse interpretado. Antes isso já devia acontecer, mas devia ser visto como
místico, esotérico, né? Satânico, sei lá o que. Ninguém entrava a fundo naquilo. Pessoa via
uma mesa se mexendo ela saia correndo, gritando desesperada. Então como eles estavam em
uma sociedade com muito potencial científico então é natural que enquanto alguns devem ter
saído correndo eles foram que coçaram a barba e ficaram assim: não! Pera aí! Deve ter alguma
coisa que explica isso. Como é que é uma mesa mexe sozinho? Então não é que começou por
causa disso - já existia, mas enquanto não houvesse pessoas com intelecto suficiente com um
método científico no seu modus operandi não seria possível que isso se tornasse um objeto de
estudo. Ficava apenas como um objeto místico.
Comentário: Isso aqui é uma aula. É uma aula isso aqui. Qual o ponto que ele coloca?
Tudo bem! Chegou nesse ponto final, está claro que é tudo isso, mas alguém virá ele vai falar
assim: é mentira, é fraude, vocês estão enganando. E aí ele coloca: eu estou enganando ou
você não conhece o que está acontecendo aqui? E ele faz essa comparação que pega um
camponês que seria um indivíduo sem estudo, um indivíduo que mora lá no campo, mas que
não tem estudo nenhum. Aí vem um professor de física avançada Breaking Bad, sabe? Um cara
produzindo metanfetamina ou um cara produzindo uns fenômenos assim daqueles que você
joga uma gotinha e sai aquele monte de espuma, o cara vai achar que isso aí é magia. É isso
que ele está dizendo. Então quer dizer: porque você não conhece precisa ser mentira? Pode
ser verdade. Talvez é você que não tem o dado. E ele vai mais adiante seguindo nessa
observação: admitindo-se que tal coisa tenha podido verificar se algumas vezes constituiria
isso razão para negar-se o fato? Ou seja, se realmente alguém fez disso uma fraude uma outra
vez é o suficiente para negar o fato todo? Dever-se-ia negar a física porque há
prestidigitadores que se exornam com os título de físicos? Sabe o Mister M? Então você tem o
Mister M lá que ele está dentro de uma caixa amarrado nas correntes e de repente a tenda
sobe, a tenda desce, ele tá do lado de fora dando tchau. Nenhuma lei da física pode explicar
um fenômeno desses. Não teria como ele sair dali. Aí ele mostra que na verdade tem um
truque que na parte de baixo tem um alçapão por onde ele sai e etc e tal. Então o que ele diz
aqui. Por causa do Mister M explicando que aquilo é mágica eu vou falar que a Física não
existe? São lógicas que ele vai colocando. Assim: o pensamento lógico. Isso aqui também para
quem não sabe essas perguntas que vão sendo levadas até que chega um ponto em que o
indivíduo que está em dúvida se estrangula na própria dúvida entra em contradição isso é
chamado o método socrático, está bom? Ele utiliza também do método socrático e aplica isso
em seu método científico. É isso que faz o Kardec um cara sensacional.

Cumpre aos demais, se leva em conta o caráter das pessoas e o interesse que possam ter em
iludir. Seria tudo, então, mero gracejo? Quer dizer: será que todo mundo só tem pessoa
querendo sacanear, só tem gente querendo enganar, só tem gente mentindo? Admite-se que
uma pessoa se divirta por algum tempo, que realmente alguém esteja fraudando e fazendo
aquelas mesas girarem com algum truque. Este truque por tempo prolongado começaria a
ficar chato. Ia ficar chato até para ele. Ia chegar uma hora que ia perder a graça de fazer isso
porque o resultado vai ser sempre o mesmo. Tanto para ele quanto para as pessoas que
assistem: ah que legal você fica fazendo a mesa girar, está bom. E daí? Então ele coloca que
isso com o tempo também acabaria se fosse só mentira e ainda acresce que, numa
mistificação que se propaga de um extremo a outro do mundo e por entre as mais austeras,
veneráveis e esclarecidas, personalidades, qualquer coisa há, com certeza tão extraordinária,
pelo menos, quanto o próprio fenômeno. Em suma ele coloca assim: em último caso isso
realmente fosse mágica, fosse fraude foi feita de uma forma tão maravilhosa que no mundo
inteiro aconteceu ao mesmo tempo: diante do intelectual, diante da pessoa sem o intelecto,
diante do leigo, diante da dona de casa, do dono de casa, da empresária. O que quer que seja
todo mundo viu isso. Todo mundo ficou impressionado. Então mesmo que isso fosse uma
fraude ainda assim seria motivo para chamar atenção, ainda assim seria um objeto de
investigação porque seria interessante entender como é que o indivíduo conseguiu fazer isso.
Então quer dizer: ele é o verdadeiro cientista porque é aquele que estuda tudo: ele estuda o
bagaço da laranja, a semente da laranja, a casca da laranja, a formiga que estava andando na
casca da laranja e o fungo que apareceu na casca da laranja. Nada para ele é lixo. Aqui ele já
começa a deixar isso definido refutando todo o questionamento baseado. Assim sempre vai
haver algo que eu possa estudar aqui porque eu estou afim, porque eu tenho boa fé e tenho a
mente aberta que é uma lição para todos nós, né? De acharmos que: ah, eu já li o livro, eu já
sei o que tem aí. Pode ter certeza que não. Sempre vai ter algo a mais para se observado.
Comentário: Bom aqui vai entrar essa parte de concepção, né? Do que é do mundo
científico, do que é do mundo meramente físico, do que pode ter uma conceituação espiritual.
Então agora ele começa a trazer a temática de que a suspeita de que existe uma inteligência
ou a certeza de que existe uma inteligência por detrás desse movimento começa a emergir, tá?
Para esquecer uma comprovação de isso precisa de um pouco mais de tempo.

Se os fenômenos, com que nos estamos ocupando, houvessem ficado restritos ao movimento
dos objetos, teriam permanecido, como dissemos, no domínio das ciências físicas. Mas já foi
provado aqui nos últimos dois estudos que não é só isso. Por que ele diz aqui: assim,
entretanto, não sucedeu: estava-lhes reservado colocar-nos na pista de fatos de ordem
singular. Aqui ele já responde outro ponto que foi trazido no encontro passado. Lembra
quando alguém disse por que essas coisas não acontecem mais hoje em dia? E é exatamente
por isso porque esse era o objetivo: colocar a pulga atrás da orelha, né? Vamos levar bem para
o vulgar assim. Ó: tem algo acontecendo aqui então foi colocado na pista de algo singular, ou
seja, algo que é único que não se vê todo dia, que não é uma coisa comum, que é algo que
realmente fará alguma diferença no mundo.

Acreditaram haver descoberto, não sabemos pela iniciativa de quem, que a impulsão dada aos
objetos não era apenas o resultado de uma força mecânica cega; que havia nesse movimento
a intervenção de uma causa inteligente.

Uma vez aberto, esse caminho conduziu a um campo totalmente novo de observações. De
sobre muitos mistérios (mistérios inclusive para a ciência deles a época). Por que se é difícil
para nós hoje compreendermos algumas dessas coisas e acreditarmos em algumas dessas
coisas realmente é. Quem não vê, quem não sente é mais difícil, né? Tem gente que quer
acreditar em mediunidade, quer acreditar em Espíritos, mas é tão bloqueado, não sente
nehuma brisa assim, nenhum arrepio e fala: ah, mas será que é tudo isso mesmo?
Normalmente são as pessoas que querem ver as mesas girando. Não sei se com você é assim:
eu quero ver as mesas girando por que eu não vejo nada. O indivíduo que acorda e dorme
vendo Espíritos ele já não precisa disso, ele já fala: saiam do meu quarto, por favor, que eu
preciso me trocar porque já vai para outro nível, tá? Então aqui entra de novo o caráter
científico de Allan Kardec: temos dúvidas. Essas dúvidas nos levam a onde? Há mais dúvidas.
Então aquele aforismo grego que é atribuída a Sócrates, mas não é comprovadamente dito
que foi dito por Sócrates que diz: “só sei que nada sei” é uma implementação muito
importante assim para quem quer se estudar.

Tem gente que vai para terapia faz seis meses de terapia e fala: óh! Super me conheço, sei
todos os meus traumas. Não é assim. É assim: quanto mais você faz terapia mais você se
desconhece. Mas isso não é ruim. Porque você se desconhece? Por que você sai do campo da
consciência que é pequeno e entra para o campo da inconsciência que é grande. Então quanto
mais você desconhece mais possibilidade você tem de crescer. Quanto mais você conhece ou
tem a ilusão de conhecimento menos você pode se expandir. Cito de novo aqui de Chandra
Lacombe: “quem pensa ser grande não pode crescer”, então Kardec não pensava ser grande,
mas ele tinha consciência que estava diante de algo grandioso e aí começaram as suas
indagações e as indagações daqueles que estavam com ele.

Quais seriam então as perguntas: Haverá, com efeito, no caso, uma potência inteligente?
(porque é hipótese) Tal a questão. Se essa potência existe, qual é ela, qual a sua natureza, a
sua origem? Encontra-se acima da Humanidade? Eis outras questões que decorrem da
anterior. Então essa chamada Globo Repórter é uma chamada para dizer: tem muita coisa para
se observar aqui na cabeça desses indivíduos só para descobrir o que causa o movimento.
Consegue perceber qual que é a grandiosidade disso? Nós vamos fazer um estudo então
aprofundado para descobrir que tem um Espírito causando barulho na mesa. E isso é só a
ponta do iceberg. Quem é esse espírito, por que ele está aqui, de onde ele veio, ele é
verdade?... Sabe? Então por isso que a obra não pode ser lida de forma leviana como se fosse
um romance porque ela não é. Ela é um compêndio, ela é um tratado científico e ele está
explicando aqui passo a passo qual foi o método.
Comentário: Legal? Então o ponto principal aqui trazido por Kardec: esse ponto é
importante para todos nós, está bom? É que não é porque a comunidade científica rejeita uma
coisa que essa coisa não pode existir. É esse peso que se dá. Então ele coloca no começo: para
algumas pessoas aquilo que é rejeitado pela comunidade científica não tem valor nenhum.
Então ele está dizendo: não é que nós estamos indo contra ciência. Nós até gostaríamos de
estar incluído nesse grupo, mas nós não podemos ficar refém do que eles pensam. Então aqu i
ele coloca este exemplo: quantas teorias não foram colocadas como verdades absolutas e
depois de um tempo foram refutadas como mentiras e enganos? Então por que a ciência não
pode estar errada com relação ao espiritismo, certo? Então há muito disso assim: de que não
é porque fizeram um estudo lá e não sei aonde... O que importa mais? Os fatos como ele disse
aqui. O campo empírico.
Então o que eu como psicólogo vi em consultório: as técnicas que apliquei, os resultados que
obtive para mim são verdades absolutas. Pode vir o indivíduo de Harvard, da NASA, da USP fala
que isso não é verdade, não me interessa a opinião deste indivíduo porque eu sei o que
aconteceu ali. Então essa contraposta vai acontecer muito quando você tenta firmar o
espiritismo ou qualquer outra filosofia num meio que é fechado : ah, isso é ridículo, isso não
serve pra nada é... Religião é o ópio do povo aí, não sei o quê, não sei o quê.

Então qual que é o ponto aqui: se você transforma o espiritismo em uma religião você tem
uma religião nas suas mãos e a religião já encontra por uma questão de preconceito barreiras
formadas. Quando você transforma o espiritismo em uma filosofia você aumenta um pouco
esse campo porque não é possível que o indivíduo vai falar assim: os Espíritos dizem: fora da
caridade não há salvação e aí você fala isso para o indivíduo e ele diz assim: que absurdo!
Caridade não é científicamente comprovada. Não interessa. Se eu estou vivendo em função de
fazer o bem, ajudar outras pessoas e melhorar o mundo, tanto faz a filosofia e a ideologia por
detrás disso. Então o espiritismo permite uma entrada um pouco mais fácil.

Quando você tenta transformar o espiritismo em uma ciência aí fica mais difícil. É o que nós
vamos ver hoje. Fica mais difícil porque certas coisas não podem ser comprovadas pelos
métodos científicos, não porque não existam, mas porque os métodos científicos ainda não
dão conta de capitar certas nuances, energias, imagens, compreender certas coisas que esse é
o ponto aqui, mas quando nós transformamos o espiritismo em uma ciência nós estamos
lidando com uma ciência que explica os fenômenos espirituais que é o que eu acredito o
espiritismo chegará a ser: apenas uma ciência que explica os fenômenos espirituais quando
não houver mais necessidade de religião no mundo. Só que ainda não é possível comprovar
isso cientificamente então a contraposta de Kardec aqui é justamente essa: se nós fomos ficar
esperando a ciência dar aval para tudo, nós vamos ficar parados porque a ciência por mais que
seja positivista, queira crescer ela também é burocrática e nós sabemos que tem muita raxa no
meio.

A comunidade científica tem muito indivíduo se sabotando, tem muito indivíduo com inveja
como em qualquer outra. Então não fique nessa ilusão disso e daquilo, está bom? Só para
fechar esse pensamento: eu me lembro quando eu fazia pós-graduação uma das minhas
professoras ela era orientadora de doutorado porque ela gera pós-doc ela era orientadora de
doutorado da Unifesp e eu perguntei para ela se daria para entrar na Unifesp etc. Ela falou:
por que você está entrando? Querendo entrar se eu estou desesperadamente tentando sair,
encontrar outras formas? E ela realmente estava porque ela estava dando aula em outra
faculdade. Então ela disse assim: a imagem que as pessoas têm de fora é que aqui dentro nós
somos uma comunidade fechada, mas é muita briga, é muita disputa, é muita briga por
número, é briga por valores, as pessoas encontrando picuinhas por coisas pequenas, eu não
aguento mais, eu estou estressada, eu não durmo direito, eu não faço as coisas direito, tudo o
que você vai fazer tem que passar por isso, por aquilo, por esse aval, por aquele aval e acabou
virando um desabafo dela que durou uns 10 minutos assim é... E intencionado também, né? O
não verbal falava muito.

Então é muito importante ter isso em mente, para quem está de fora às vezes pensa: ah,
falaram isso na USP, na Unifesp, na Unicamp ou na UFRJ, na Urgs e tal. Não necessariamente
essas pessoas que estão falando são os senhores da verdade, está bom? Então é ficar muito
atento com isso. A ciência tem um teto e o que o ultrapassa isso, não pode ser explicado por
eles, não significa que não seja verdade, que não exista.

Para muita gente, a oposição das corporações científicas constitui, senão uma prova, pelo
menos forte presunção contra o que quer que seja. Não somos dos que se insurgem contra os
sábios, pois não queremos dar azo a que de nós digam que escouceamos. Temo-los, ao
contrário, em grande apreço e muito honrado nos julgaríamos se fôssemos contado entre eles.
(então aqui ele coloca: respeitamos a comunidade científica, gostaríamos que o espiritismo
pudesse ser considerado científico.) Suas opiniões, porém, não podem representar, em todas
as circunstâncias, uma sentença irrevogável. Desde que a Ciência sai da observação material
dos fatos, em se tratando de os apreciar e explicar, o campo está aberto às conjeturas. Cada
um arquiteta o seu sistemazinho, disposto a sustentá-lo com fervor, para fazê-lo prevalecer.
Aqui tem uma alfinetadinha, né? Um sistemazinho. Eu imagino que Kardec devia está com a
paciência cheia porque não deviam está enchendo pouco a cabeça dele. Para alguém que tem
todo esse critério, toda a seriedade em construir tudo isso aqui, está explicando nos mínimos
detalhes o porquê cada coisa aconteceu, encontrar um monte de indivíduo falando isso não
serve para nada! Joga no lixo! Até Kardec perde a paciência, né? Então fique tranquilo Kardec
também era ser humano. Não tem problema perder a paciência de vez em quando.

Não vemos todos os dias as mais opostas opiniões serem alternativamente preconizadas e
rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos, para logo depois aparecerem proclamadas
como verdades incontestáveis? Acontece o tempo todo. Os fatos, eis o verdadeiro critério dos
nossos juízos, o argumento sem réplica. O que é um argumento sem réplica? Um fato porque
diante de um fato não há contestação, é um fato, está bom? Este é o critério dos nossos juízos.
Então qual que é a base do Livro dos Espíritos e de todas as obras de Kardec? Fatos. Se não
tem fato ele não se aprofundou e não trouxe a resposta. Na ausência dos fatos a dúvida se
justifica no homem ponderado, mas no caso dele ele não deveria justificar porque eu tenho os
fatos: tinha uma cadeira se mexendo aqui. Não é possível o cara não está vendo que essa
cadeira está se mexendo aqui.

Um exemplo que eu vou dar né? Para que isso ilustre bem claro. Não sei que área da ciência
específica da ciência que vai estudar isso... É um pouco de pedagogia, é um pouco de
pisquiatria, é um pouco de psicopedagogia, psicologia, enfim. Até neurologia, porque não?
Mas até a pouco tempo diziam que se a mãe e o pai pegam o bebê no colo toda hora que ele
chora ele cresce uma criança insegura porque ele não aprende a lidar com as suas angústias. E
aí teve uma geração que foi criada chorando até dormir. Bebê chorava, a mãe deixava chorar
até dormir e dorme de exaustão Por que... Para um bebezinho que não tem nada cara de
nenhuma, não faz flexão, não faz levantamento de peso, é um bebezinho. O máximo que ele
faz é colocar o pé dele na boca e ele solta aquela explosão de choro, a energia dele acaba, a
oxigenação acaba e ele vai ter um desmaio e aí ele teoricamente ele volta a dormir, mas na
verdade ele desmaiava por exaustão. Aí foram estudando, foram estudando, foram vendo as
complicações e aí aparecem assim: não! Na verdade o bebê chora, a mãe tem que pegar
porque ai cresce uma criança confiante. Com o tempo ela vai se desapegando e ela vai se
distraindo com outras coisas e vai ficando menos dependente. Então chorou: atenda, porque aí
criança se sente segura. Então aí é que eu entro a questão: e quem é que vai indenizar essa
geração que chorou até desmaiar? Porque cientificamente era isso que tinha que fazer?

Então assim como isso mudou muita gente ficou na mão, as outras coisas mudam também.
Não se vendia a heroína e cocaína em farmácia e de repente descobriram que não? E aquele
povo todo que já estava viciado: ah não. Agora não pode mais. Então tem que tomar muito
cuidado com esses critérios aí e não acreditar em tudo não. Siga mais a sua intuição de vez em
quando do que ficar seguindo tudo o que os especialistas falam.

Comentário: Então o que ele coloca aqui? Que cada um na sua área. Que não é porque
o indivíduo é especialista em uma área que ele é especialista em todas. E segundo Kardec
quanto mais especialista o individo é em uma área mais dificuldade ele tem de enxergar as
coisas fora daquela área. Esse é o exemplo que ele dá.

Com relação às coisas notórias, a opinião dos sábios é, com toda razão, fidedigna, porquanto
eles sabem mais e melhor do que o vulgo. Ou seja, o comum, a maioria, coisas notórias. Mas,
no tocante a princípios novos, a coisas desconhecidas, essa opinião quase nunca é mais do que
hipotética, por isso que eles não se acham, menos que os outros, sujeitos a preconceitos. Então
em se tratando do espiritismo que era uma coisa nova não interessa se o indivíduo era o PhD
em matemática, em álgebra ou em trigonometria e que ele não conseguisse explicar aquilo
pela matemática. A opinião dele é hipotética da mesma forma que o analfabeto que está lá na
casa dele por que ninguém viu aquilo. Então não tem como ninguém saber sobre algo que
nunca foi visto e é isso que Kardec coloca aqui. E aquele que nunca viu tem mais chance de
estar aberto para entender o fenômeno do que aquele que já sabe tudo e pensa: não! Se a
minha ciência não consegue explicar isso então isso não é verdade , por isso que ele disse que
esses sábios estão mais sujeitos ao preconceito.

Direi mesmo que o sábio tem mais prejuízos que qualquer outro, porque uma propensão
natural o leva a subordinar tudo: ao ponto de vista donde mais aprofundou os seus
conhecimentos: (e aí ele dá exemplo): o matemático não vê prova senão numa demonstração
algébrica. A matemática consegue provar isso aqui? Não, então não existe. O químico refere
tudo à ação dos elementos, etc. Eu consigo conjeturar esses elementos aqui? Não, porque são
invisíveis então não existe. Aquele que se fez especialista prende todas as suas idéias à
especialidade que adotou. E aqui um exemplo que eu sempre uso que ele é muito válido: o
músico. Músico mesmo. O indivíduo que estuda música, que tem noção de música, variação,
juiz de música. Você vai com a sua namorada ou com seu namorado e você não é músico, você
gosta de música, mas não é músico e você senta para ver uma banda tocando você fica: olha!
Está tocando aquela música, puxa que legal, olha essa música, eu lembro quando eu era
criança. Então vai tendo toda essa reflexão. Quando um músico senta para ouvir a banda ele
só escuta: ah, não o cara errou a nota ali! Uhum... Errou aqui!Não era desse jeito! Subiu
demais o tom. Porque ele não consegue. Ele está ouvindo os erros e ao ouvir os erros ele não
consegue ter prazer naquilo. Então este era o ponto aqui. Quando você pega, por exemplo, a
biografia de Beethoven ele tinha muita dificuldade de conseguir uma orquestra que tocasse
para ele porque ele era muito rígido. Se não estivesse perfeito ele não deixava passar e aí os
músicos que tinham que tocar para ele pediam demissão porque não aguentavam.
Consideravam que ele era extremamente perfeccionista e obcecado pela perfeição.

Então quer dizer: aí o indivíduo ouve Ludwig Van Beethoven um dos melhores pianistas e
compositores da história, mas ele próprio não conseguia curtir as coisas que ele fazia porque
ele só estava obcecado com os erros que eram cometidos por mais que estes fossem
imperceptíveis para os leigos. Então é um exemplo que dá para exemplificar bem como o que
Kardec está dizendo aqui: o preconceito se dá por que o indivíduo está tão imerso nesse
mundo intelectual que ele não consegue mais enxergar o mundo fora daquilo, é natural, não é
para culpar a pessoa é muito difícil.

Assim como o psicólogo, né? Vê uma mãe tratando um filho no mercado, um namorado
tratando a namorada e pensa: uhum... Isso não vai dar certo. Olha só! Está traumatizando o
menino. Não tem como não ver: está na sua cara ali. Você está vendo e as pessoas começam a
conversar coisas falando: nossa! Olha a projeção de sombra que ela está jogando e não tem
como. Não é que está analisando a pessoa porque ninguém trabalha de graça, né? Não vai dar
o feedback ali clínico, mas você já percebe com uma outra...

É... Supondo que a Maísa saia com a Daniela Magalhães para conversar e a Daniela vai
reclamar do relacionamento dela. Elas não são da área e aí a Daniela reclama do marido e a
Maísa escuta e dá força para Daniela, mas aí a Daniela vem reclamar com uma amiga dela que
é psicóloga e amiga dela e pensa: uhum... Mas tem coisa tua nisso aí, não é só teu marido que
está errado. Aí é normalmente por isso que psicólogo tem pouco amigo, né? Nínguém aguenta
ficar perto. Acaba acontecendo e isso se dá em todas as áreas.

Tirai-o daí e o vereis quase sempre desarrazoar, por querer submeter tudo ao mesmo cadinho:
conseqüência da fraqueza humana. Assim, pois, consultarei, do melhor grado e com a maior
confiança, um químico sobre uma questão de análise, um físico sobre a potência elétrica, um
mecânico sobre uma força motriz. Hão de eles, porém, permitir-me, sem que isto afete a
estima a que lhes dá direito o seu saber especial, que eu não tenha em melhor conta suas
opiniões negativas acerca do Espiritismo, do que o parecer de um arquiteto sobre uma questão
de música. Então em outras palavras: eu não estou nem aí. O que Kardec falou: o dia que eu
precisar entender uma coisa de motor eu vou chamar um mecânico, mas quando eu precisar
de espiritismo a opinião de vocês para mim não interessa sendo ela negativa porque vocês
sabem tanto de espiritismo quanto um arquiteto sabe de música. Dá para perceber claramente
assim que Kardec está contra atacando muita coisa que deve ter chegado para ele.

Eu gosto de dar essa ênfase porque muita gente chega no Espiritismo e olha que tem que ser
bonzinho... Não é bem assim não. Lembra que Jesus expulsou os vendilhões do templo, que
Jesus às vezes perdia a paciência com os apóstolos e falava: homens de pouca fé. Quer dizer:
ele estava tendo uns... Pelo amor de Deus quantas vezes eu vou ter que falar que é isso que
está acontecendo aqui?

Então não significa que você tem que ser sereno, santo o tempo todo. Pode ter umas
explosões porque isso é do seu lado humano né? A questão é: quanto menos estrago essas
explosões causarem e quanto menos danos a longo prazo, melhor para você porque é o tal do
lance: quando nós nascemos Deus dá um balde para cada um cheio dos nossos valores.
Quando você chuta o balde é você que vai ter que buscar depois. Então quanto mais longe
você chutar mais trabalho você vai ter para achar tudo que estava lá dentro, mas não significa
que porque você chutou o balde: ah, você está obsediado! Você não é uma espírita! Tá? Uma
olhada nessa entrelinha que você percebe que Kardec também está dando alfinetada em
certos indivíduos aqui que nós não temos como saber quem são, mas ele está.

Comentário: As ciências ordinárias (ordinária é comum, tá? Do dia-a-dia porque


ordinária fica uma coisa meio ordinária do compadre Washington lá, mas não. Ordinário é
aquilo que é comum. Qualquer ciência que você tem acesso. Física, química, psicologia é uma
ciência ordinária) assentam nas propriedades da matéria que se pode experimentar e
manipular livremente; Isso é o que é as ciências fazem com matéria. Já os fenômenos espíritas
repousam na ação de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a cada
instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos. Porque a matéria se acha. Eu
colocando a água em determinada temperatura, em determinada altitude ela vai evaporar eu
querendo ou não. Então ela é subordinada a minha vontade, os Espíritos não são. Não adianta
eu falar com o espírito: vem aqui! Ele não vem. Bata na mesa agora! Ele não bate. Então por
isso que a ciência não consegue ter o domínio do espiritismo.

As observações não podem, portanto, ser feitas da mesma forma; requerem condições
especiais e outro ponto de partida. Querer submetê-las aos processos comuns de investigação
é estabelecer analogias que não existem. É a dificuldade nossa? É a dificuldade nossa porque a
visão dos empiristas é essa: tudo que nós construímos é baseado em representações que vem
de conhecimentos anteriores, aí a pessoa fala assim: de coisas que existem. Isso é o que o
impiristas falam: nós não temos condições de criar nada novo, nós apenas repetimos e
juntamos peças daquilo que nos foi apresentado. Aí o indivíduo fala: mas como é que existe
uma sereia então se nunca ninguém viu uma sereia? Aí o empirista fala: mas já viu uma
mulher
e já viu um peixe. Então eu unifico as duas partes. E um unicórnio? Eu já vi um chifre, eu já vi
um cavalo. Eu uno as duas partes, mas é impossível criar algo que não exista. Essa é a visão
empírica. Então a visão que vai para o campo científico que tem que ser empírica: eu tenho
que ver isso acontecer para poder escrever o dado. Para escrever o laudo ela não consegue
conceber. O nosso método aplicado a isso não gera efeito então ao invés de questionar o
nosso método eu questiono isso e abandono. Porque os métodos utilizados para ciências
ordinárias não servem para os métodos espirituais.

A Ciência, propriamente dita, é, pois, como ciência, incompetente para se pronunciar na


questão do Espiritismo: não tem que se ocupar com isso e qualquer que seja o seu julgamento,
favorável ou não, nenhum peso poderá ter. O Espiritismo é o resultado de uma convicção
pessoal, que os sábios, como indivíduos, podem adquirir, abstração feita da qualidade de
sábios. Pretender deferir a questão à Ciência equivaleria a querer que a existência ou não da
alma fosse decidida por uma assembléia de físicos ou de astrônomos. Que hoje você tem aí
física quântica, astronomia evoluída pode até começar a pensar que eles fariam sentido, mas
aquela época não, né? Que ele coloca? Qualquer pessoa pode ter acesso a espiritismo, mas se
você chega eu sou PhD em matemática o PhD em matemática não vai compreender e vai dar
opiniões equivocadas. Se você tirar a toga do PhD em matemática e chega como José que é o
que você é, aí o José pode ter condições de fazer isso. É isso que Kardec fala. Se você se
desfizer do papel de sábio você tem condições de aprender coisas novas. Se você não se
desfizer dele essas coisas novas não faram sentido dentro do panorama que você montou e
para você não vai fazer sentido mesmo.

Com efeito, o Espiritismo está todo na existência da alma e no seu estado depois da morte.
Ora, é soberanamente ilógico imaginar-se que um homem deva ser grande psicologista,
porque é eminente matemático ou notável anatomista. O que ele coloca: não é porque o cara
é o doutor em anatomia que ele manja de psicologia. É como o Bruno colocou aqui ó: não é
porque ele é serralheiro que ele entende de psicologia, mas entende porque faz os estudos de
Joana. Então aí a pessoa confunde: mas você é serralheiro e está falando aqui de projeção de
sombra? Está falando de Jung? Que é isso? Então essa expansão vai acontecendo, mas para
fazer um laudo especialista, se fosse um laudo criminalista, por exemplo, não poderiam
chamar o Bruno, não poderia nem chamar eu que não sou especialista em psicologia forense. É
isso que está sendo colocado aqui. Então Kardec não está desprezando o conhecimento do
outro indivíduo, ele está dizendo: este conhecimento é maravilhoso, mas aqui não vale nada
que nós estamos falando de coisas que estão além da sua área.

Segue-se que tenha razão contra a opinião universal? Não. Vedes, portanto, que o Espiritismo
não é da alçada da Ciência, está bom?
Comentário: Então Kardec coloca aqui: Quando essas crenças se vulgarizarem. A gente
tem essas noções porque o termo vulgarizado - vulgarizou. Hoje você fala: um homem vulgar,
uma mulher vulgar então parece que é uma coisa promíscua, mas o vulgar é aquilo comum
então por que essa pessoa seria promíscua? Porque é comum. Todo mundo sai com essa
pessoa, qualquer pessoa fica com essa pessoa. Também não entendo por que alguém teria
algo a ver com isso, né? Mas assim: é só para esclarecer que o termo vulgar diz respeito a aquilo
que é comum.

Quando as crenças espíritas se houverem vulgarizado, (não for mais só da elite, dos
intelectuais, nem dos estudiosos, qualquer pessoa poderá ter acesso a ele que é o momento
que nós estamos vivendo hoje, tá? Que com R$ 5, com R$ 10 você compra o Evangelho
segundo o espiritismo e dependendo da casa você ganha até gratuitamente). Quando
estiverem aceitas pelas massas humanas (nós somos essa massa do agora) (e, a julgar pela
rapidez com que se propagam, esse tempo não vem longe), com elas se dará o que tem
acontecido a todas as idéias novas que hão encontrado oposição. Os sábios se renderão à
evidência. Porque todo mundo está falando disso. Mesmo que eles não acreditem eles vão
começar a estudar a área e outra: muitos espíritas entram no meio acadêmico. O espírita por
natureza costuma ser pessoa que gosta de leitura porque tem mais paciência com leitura. Não
vi ninguém que gosta mais de livro do que espírita. Espírita adora um livro, tem uma biblioteca
lá maravilhosa.

Então por natureza tem mais chance de um espírita se desenvolver também no meio
acadêmico. Então aos poucos você vai tendo ali um médico espírita, você vai tendo um filósofo
espírita, você vai tendo um enfermeiro espírita. E aí essas pessoas vão entrando no meio
acadêmico, vão fazer o seu mestrado, vão fazer o seu doutorado e eles vão começando a
trazer essas temáticas mesmo que seja para provar que é verdade ou não. Então isso aos
poucos entra no meio acadêmico, aí vai para um congresso, apresenta um trabalho. Então é
questão de tempo até que a ciência esteja envolvida. A USP fez estudos que comprovam que o
passe magnético, o passe energético produz efeito. Então quer dizer: o passe já é
cientificamente comprovado, mas precisava da comprovação da USP para isso? Não. Se a USP
não tivesse comprovado isso a pessoa ia parar de fazer Reiki? Ia parar de dar passe? De
maneira nenhuma porque nós sabíamos que funcionava porque eu vou lá, tomo um passe,
saio me sentindo melhor. Só porque o cientista falou que isso não tem verdade, não tem
verdade? Não estou nem aí. Mesmo que seja placebo. Eu sento, dá o passe que eu saio melhor
e pronto, acabou. O que interessa é o que eu estou sentindo não a opinião de uma pessoa que
está de fora, mas o importante para ele aqui: se o espiritismo entrar no campo da ciência
então ele também ganha uma propagação no sentido de propaganda mesmo muito maior e
mais pessoas vão ter condições de se libertar esses dogmas ancestrais aí de diabo, céu,
inferno, maçã, Adão e Eva e etc.

Aqui ele diz: os sábios se chegaram individualmente pela força das coisas. Eles tropeçaram
nisso, não terá como desviar. Até então será intempestivo desviá-los, ou seja, não adianta tirá-
los agora da programação que eles têm porque eles não têm cabeça para isso e ainda não tem
aceitação para isso.

Enquanto isso não se verifica, os que, sem estudo prévio e aprofundado da matéria, se
pronunciam pela negativa e escarnecem, ou seja, quem fica falando que o espiritismo não
serve para nada e fazendo piada e chacota esquecem que o mesmo se deu com grandes
descobertas da história e aí ele cita 1752 por Benjamin Franklin e depois ele cita Fulton.

E qual é o ponto? Estes dois foram refutados em suas teorias entre os cientistas e eles estavam
apresentando teorias científicas. É isso que Kardec coloca aqui: se eles foram humilhados ou
ridicularizados em questões que eram da alçada daquelas corporações como vai ser o
espiritismo que não é da alçada deles? Então é natural que não há como se esperar mais do
que isso.
Comentário: Tem alguma controvérsia nisso e naquilo. A proposta dele era que o raio
era uma descarga elétrica porque não sabiam exatamente do que era feito o raio, que tipo de
energia era aquela. Então sendo uma descarga elétrica ele supunha que seria possível canalizar
essa descarga em algum ponto e aí você teria inventado o para-raios. Então o que dizem
algumas pessoas é que ele soltou a pipa e ficou esperando essa pipa tomar um raio e aí o
raio... Ele percebeu que era uma energia elétrica, mas o que sugerem ter acontecido na verdade
é que quando ele solta essa pipa e essa pipa estava no alto pela proximidade com as nuvens e
com a descarga elétrica esta proximidade já gerou material suficiente para que ele percebesse
que tinha energia correndo ali e energia elétrica, tá? Então a partir disso ele vai fazer essa
proposta. Então esse movimento que ele faz até pelas brigas e rixas à época é ridicularizado em
alguns pontos e esse é um dos exemplos que Kardec cita: esse indivíduo é louco, isso não vai dar
certo, esse experimento não tem sentido porque ele não era um cientista. Ele era tudo isso que
vocês viram aí e mais um pouco e ainda teve papel importante na história política dos Estados
Unidos.

Então Kardec cita esse exemplo: como ridicularizaram ele, como disseram que isso não seria
possível de acontecer e foi e hoje você tem um para-raios em cada prédio então ele acredita que
com o espiritismo será a mesma coisa. Esses que ridicularizam agora um dia vão perceber a
importância disso.
Comentário: Também foi ridicularizado, teve contato até com Napoleão. Então diziam
Napoleão em dado momento quis conhecê-lo porque ouviu falar dos submarinos e seria uma
arma importantíssima para as guerras, ele tinha conseguido naufragar uma embarcação. Então
além de tudo ele também cria o torpedo como uma nova palavra na linguagem naval e a partir
do momento que ele vai tendo essas rejeições, as pessoas vão duvidando: isso não faz sentido,
não vai ser possível, não vai acontecer, não vai rolar. Tanto do barco quanto do submarino. Ele
acaba desistindo, desmancha tudo e tal e quando Napoleão vem conversar com ele para
conhecer o projeto dele e vê que não existe projeto Napoleão o chama de charlatão, diz que ele
estava tentando enganar e aí cortam possível financiamento. É isso que Kardec diz aqui: que
a França perdeu uma grande chance porque duvidou dele na figura de Napoleão Bonaparte.

Tá? Então foram indivíduos que foram ridicularizados, foram indivíduos que não deram
crédito, um cara falava: ah, tudo bem. Você faz um submarino aí, mas embarcação que está
sob a água é muito mais rápida que ele então não adianta nada. Os tripulantes conseguiam
ficar até 6 horas submersos no começo, fez vários experimentos, colocou uma vela acesa e
afundou para ver quanto tempo o oxigênio durava. Então quer dizer: o cara tinha uma noção,
mas não quiseram investir nele e aí depois quando perceberam que a ideia dele era possível aí
se não me engano foram os britânicos que fizeram um contrato com ele para que ele ficasse ali
ó: vamos fazer um contrato com você, você vai desenvolver projetos para nós, mas na verdade
só queriam tirá-lo do mercado para que a França não pudesse ter essa arma nas mãos. Então
são os dois exemplos que Kardec cita aqui: de dois indivíduos que foram ridicularizados, que
foram desacreditados e que hoje as invenções deles estão por aí em todo lugar e ele acredita
que com o espiritismo será igual.

Comentário: Esses erros de alguns homens eminentes, se bem que deploráveis, atenta a
memória deles, de nenhum modo poderiam privá-los dos títulos que a outros respeitos
conquistaram à nossa estima; mas, será precisa a posse de um diploma oficial para se ter bom-
senso? Dar-se-á que fora das cátedras acadêmicas só se encontrem tolos e imbecis? Dignem-se
de lançar os olhos para os adeptos da Doutrina Espírita e digam se só com ignorantes deparam e
se a imensa legião de homens de mérito que a têm abraçado autoriza seja ela atirada ao rol das
crendices de simplórios. Então aqui o que ele está dizendo? Os indivíduos que criticaram o
espiritismo e todas essas outras coisas não perdem o mérito daquilo que conquistaram. Eles
continuam sendo bons matemáticos, bons astrofísicos, ou o que quer que seja, mas ele levanta
um outro questionamento: quer dizer que se eu não tiver um diploma não posso ter bom senso?
Quer dizer que se eu não faço parte do meio acadêmico eu sou um imbecil? E ele pede olhem
para os adeptos da doutrina espírita e me digam se vocês só estão vendo pessoas ignorantes
aqui? Se só tem gente tonta, né? Então nesse sentido que ele coloca esse pensamento. Isso
serve para nós? Serve para nós. Não adianta ir falar: Kardec é verdade, mostra para esses caras
quem manda! Mas aí eu não escutar aquela senhora que é analfabeta porque ela não estudou.
Não vou deixar uma pessoa que só tem história de vida vir fazer palestra aqui. Não vou dar
ouvido para um cara que não consegue controlar a própria coisa.

Então assim é uma lição para nós termos essa noção porque tem muita gente que só aceita
orientações de pessoas de igual para maior escalão hierárquico no que se refere acadêmico:
Quem é você? Você não tem nem colegial você vai querer me ensinar alguma coisa? É! O cara
não tem colegial, mas enquanto ele faltou à escola ele não ficou parado de braços cruzados
olhando para uma parede branca, ele estava vivendo a vida e a vida também ensina certas
coisas, tá? Então Kardec traz essa reflexão: não feche a porta para pessoas que não têm títulos
acadêmicos porque não significa que elas sejam tolas também. E também não significa que
alguém que tem título acadêmico não possa ser tolo, ou não é?

O caráter e o saber desses homens dão peso a esta proposição: pois que eles afirmam, forçoso
é reconhecer que alguma coisa há. Repetimos mais uma vez que, se os fatos a que aludimos se
houvessem reduzido ao movimento mecânico dos corpos, a indagação da causa física desse
fenômeno caberia no domínio da Ciência; porém, desde que se trata de uma manifestação que
se produz com exclusão das leis da Humanidade, ela escapa à competência da ciência material,
visto não poder explicar-se por algarismos, nem por uma força mecânica. Então lembra que no
começo ele disse: nós só estamos seguindo porque isso aqui tem algo além de mecânico
porque se fosse só mecânico a ciência explicaria e teria morrido por ali.

Quando surge um fato novo, que não guarda relação com alguma ciência conhecida, o sábio,
para estudá-lo, tem que abstrair da sua ciência e dizer a si mesmo que o que se lhe oferece
constitui um estudo novo, impossível de ser feito com idéias preconcebidas. E a isso se dá a
tudo: na sabedoria que você tem. Ah, eu sou mãe do meu filho há cinco anos eu sei tudo! Aí
vem alguém e fala: tenta fazer diferente! Você está machucando o menino! Não! Não vou fazer
diferente! Do meu jeito funciona, na minha idade era assim com ele vai ser também! Então
funciona para tudo. Saí desse campo do sábio acadêmico: doutorado, mestrado e vai para
sabedoria que você tem. Tem gente que esta lá cozinhando e alguém fala: e se colocar um
pouquinho de sal? Não! No bote a mão na minha panela. Na minha cozinha eu quero cozinhar
sozinho! Não vem aqui! Nunca mais mexe na receita porque acredita que não pode modificar.
Então o que Kardec diz: se é um fato novo que a ciência não explica então nós vamos precisar
de uma ciência nova. Esta ciência nova não pode ser construída com os conhecimentos atuais.
Nós teremos que buscar novos conhecimentos e é natural que isso dá um cansaço, dá uma
preguiça e é muito mais gostoso ficar na zona de conforto principalmente porque existem
certas prioridades, você não vai pegar o indivíduo que está lá 10 anos quebrando a cabeça
para desenvolver um antivírus para o HIV e falar para ele: não! Para isso aí um pouquinho,
vamos estudar mediunidade! Ele não vai parar porque nós também precisamos de uma vacina
para o HIV, nós precisamos de uma vacina para dengue, nós precisamos de uma cura para o
câncer. Então é necessário que essas pessoas estejam estudando o mundo material porque
isso vai facilitar com que nós vivamos mais tempo na matéria e por consequência tenhamos
maiores experiências e menos encarnações curtas - o que é positivo e gera menos choque.
Comentário: O que se chama razão não é muitas vezes senão orgulho disfarçado e
quem quer que se considere infalível apresenta-se como igual a Deus. O que isso me ensina?
Ensina-me que toda vez, toda vez que eu reclamo de ter cometido um erro é o meu orgulho
falando porque se eu não aceito errar eu considero que eu sou infalível e se eu considero que eu
sou infalível eu estou me igualando a Deus. Se eu sou igual a Deus por que/que eu ainda estou
encarnado na terra? Não sou. O que isso nos dá então? Liberdade para errar sem ficar dando
soco na cabeça: eu sou uma anta, eu sou burro, eu não sirvo para nada... Serve. Serve para um
monte de coisas. Para isso você não serve agora porque não tem experiência suficiente, mas
servirá um dia. Talvez o seu método esteja errado, mas é só isso.

Então ficar chateado porque cometeu um erro, se sentir humilhado porque não deu conta é
orgulho, é aceitar que somos falhos, que estamos em processo de crescimento, que não somos
ainda a manifestação de Deus plena e que errar é parte do nosso processo. Se você conhece
uma pessoa que nunca erra desconfie. Ela pode estar se maquiando muito bem porque o
normal, o natural é errar. Acertar é uma consequência que vem dos erros que são estudados,
ok? Então isso serve para nós também não ficar aí se dando soco na cabeça porque deixou o
arroz queimar. Normal.

Então aqui ó: Dirigimo-nos, pois... Para quem que é escrita esta obra? Aos ponderados, que
duvidam do que não viram, mas que, julgando do futuro pelo passado, não crêem que o homem
haja chegado ao apogeu, nem que a Natureza lhe tenha facultado ler a última página do seu
livro. Então quem que Kardec está chamando aqui? Eu não quero fanáticos que acreditam nisso
sem questionar eu estou escrevendo este livro para pessoas que entendam que nós ainda não
sabemos tudo, mas que exijam provas para aquilo que está sendo apresentado. Este é o público
para o qual o Livro dos Espíritos foi escrito.
Comentário: Kardec está dizendo aqui: para vocês, para nós, para quem quer estudar
esse livro ou se compromete ou fica pelo caminho. Se está aqui para ficar achando falha é
melhor não estar. É uma abertura de mente sem julgamentos a priori, ou seja, sem
preconceitos. E aqui no fim ele coloca assim: Será de admirar que muitas vezes não se obtenha
nenhuma resposta sensata a questões de si mesmas graves, quando propostas ao acaso e à
queima-roupa, em meio de uma aluvião de outras extravagantes? Ou seja, é natural que o
indivíduo não tenha a resposta quando você chega com a pergunta assim ó: mas e tal coisa? Está
dentro de um monte de outras coisas grandiosas, aí o individuo vem e fala: mais e tal coisa? Que
é o que às vezes eu falo nos estudos aqui: está lá falando de Jesus lá em Nazaré e aí o indivíduo
pergunta: mas e Judas? Não dá para saber. Ninguém tem o conhecimento todo de todas as
coisas no momento.
Tem sempre aquele aluno na faculdade... Quem é professor aqui sabe. Professor prepara aula
certinho aí o aluno puxa um link de outra coisa que está totalmente fora porque ele quer que o
professor saiba tudo de todas as coisas e não é assim. O professor estudou aquela aula, tem uma
noção do geral, mas nem tudo fica fresco na mente, tá? Então não seja esse aluno nem lá nem
cá, por favor! Certo? Abstenham-se, portanto, os que entendem não serem dignos de sua
atenção os fatos. Ninguém pensa em lhes violentar a crença; concordem, pois, em respeitar a
dos outros. O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se dá. Então se você não
acredita nas coisas que estão sendo ditas aqui não precisa continuar e também não precisa
atacar os que acreditam é isso que ele está dizendo. O estudo se dará como uma continuidade.
Então muitos ficarão pelo caminho, muitos irão até o fim.

Comentário: No slide anterior ele fala isso no finzinho aqui ó: sucede frequentemente
que por complexa uma questão para ser elucidada exige a solução de outras preliminares ou
complementares. Em outras palavras: eu não vou conseguir entender equações de segundo grau
se eu não aprendi números. Então o indivíduo chega: o que acontece quando eu durmo e o meu
Espírito sai? Ah, aí você tem o fio pratiado porque o seu perispírito. Ele vai falar: frio prateado?
Perispírito? Não tem como.

Então eu tenho que saber o que são as coisas para depois compreendê-las mais avançadas, por
isso que esses estudos de Kardec começaram na introdução porque se nós não pegarmos a
introdução que é o Kardec dando aquela acelerada: ó, eu vou te adiantar alguns pontos que
você verá lá na frente, nós íamos ficar fazendo essas perguntas sem sentido sendo que a
resposta já está aqui, está bom? Então serve para nós que estamos fazendo qualquer que
sejam os estudos. Escolha seus professores e trabalhe com assiduidade.

Qual é minha orientação aqui? Eu quero trabalhar reforma íntima aí tem a Cristina Assunção e
a Ellen Figueiredo fazendo estudo de reforma íntima. É melhor eu assistir um pouco das duas e
ver qual me atrai mais e seguindo aquela. Que se eu tentar fazer o estudo das duas em um
dado momento vai divergir e divergindo eu fico confuso e ficando confuso eu começo a me
aliançar: ah, não! Gostei mais da Ellen! Não! Gostei mais da Cristina. E chegará uma hora que
eu acabarei fazendo nenhum.

Então você pode fazer vários estudos, mas a sugestão é que você escolha o professor e estude
metodicamente, né? Faça aquilo como um hábito. Fica muito mais fácil porque senão: a
resposta isolada, que der, será forçosamente incompleta e quase sempre, por isso mesmo,
ininteligível, ou parecerá absurda e contraditória. Ou seja, se eu falo de uma coisa avançada
para o indivíduo que não tem o básico ele vai falar que eu sou maluco. Então é melhor não
falar. Seria o tal do pérolas aos porcos: eu estou dando conhecimento valioso só que a pessoa
não tem alicerce para acompanhar aquilo, ou seja eu te dou telhas maravilhosas, mas tua casa
não tem parede você vai fazer o quê com elas? Nada.

Comentário: Que é o que se dará com uma questão grave em reuniões de tal ordem?
Será respondida; mas, por quem? Ou seja, quem vai responder uma questão grave e uma
reunião de tal ordem, em qual ordem? Ele coloca o seguinte: se eu faço as coisas direitinho
com critério, não robozinho, não com chicote nas costas, mas com o método, respeito e
assiduidade eu ganho respeito dos Espíritos superiores. Se eu não ganho eu fico a mão dos
Espíritos levianos e aí ele pergunta: em uma sessão com Espíritos levianos uma pergunta séria
que foi feita terá resposta? E aí ele diz que sim. Será respondida, mas por quem? Acontece
como se a um bando de levianos, que estejam a divertir-se, propusésseis estas questões: que é
a alma? Que é a morte? E outras tão recreativas quanto essas. Se quereis respostas sisudas,
haveis de comportar-vos com toda a sisudeza, na mais ampla acepção do termo, e de
preencher todas as condições reclamadas. Comprometidas a vez de comportarmos com todas
isodensa na mais Ampla acepção do termo e de preencher todas as condições reclamadas. Só
assim obtereis grandes coisas. Sede, além do mais, laboriosos e perseverantes nos vossos
estudos, sem o que os Espíritos superiores vos abandonarão, como faz um professor com os
discípulos negligentes. O professor tem que pegar qualquer aluno que chega na faculdade, mas
o professor, por exemplo quando ele vai fazer uma iniciação científica ele já sabe que tem
aluno que não vai dar em nada ele fala: não tenho carga horária para te pegar! Tenta procurar
outro. E daqui a pouco ele aparece com um aluno mais aplicado. Os Espíritos superiores não
são diferentes. Não para nos punir, mas porque eles não têm tempo para ficar perdendo.
Existem Espíritos responsáveis por nos ajudar em todas as áreas: afetiva, emocional e
intelectual. Aqueles da área intelectual não vão ficar entrando em campo afetivo. Eles vão
seguir em frente e eu vou ficar aqui no meu campo afetivo pertubado. Então é
comprometimento. É essa sisudez, né? Essa responsabilidade porque aí os Espíritos superiores
te acolhem. Caso contrário, fica na mão dos levianos.
Comentário: Uma bela apresentação aqui, mais uma vez explicando e tendo a
humildade de reconhecer que nem tudo tem que ser aceito como verdade absoluta por todos.
O movimento dos objetos é um fato incontestável. Então Aqui Kardec ele está trazendo as
informações que foram necessárias para esse embasamento.

A questão está em saber se, nesse movimento, há ou não uma manifestação inteligente e, em
caso de afirmativa, qual a origem dessa manifestação. Não falamos do movimento inteligente
de certos objetos, nem das comunicações verbais, nem das que o médium escreve diretamente.
Este gênero de manifestações, evidente para os que viram e aprofundaram o assunto, não se
mostra, à primeira vista, bastante independente da vontade, para firmar a convicção de um
observador novato. As coisas se mexiam. Tem um princípio inteligente por trás disso, mas de
onde ele vem se ele existe? Então o posicionamento que ele diz é o seguinte: nós não vamos
falar aqui das psicofonias, dos médiuns que estavam dando passividade para Espíritos. Por que
qual que é o foco? E nem da... Porque isso não seria uma psicografia, mas uma psicografia
intuitiva. Então também o médium recebia a informação e escrevia. Ele está dizendo que essas
três serão excluídas desse processo porque essas três poderiam ser manipuladas mesmo que
em um nível assim de extrema exigência, mas elas poderiam e alguém que vem de fora para
observar pode imagina que isso aí é ilusionismo, pode imaginar que é uma prestidigitação,
uma mágica. Então onde ele coloca que será norteada esta convicção de apresentação da
doutrina? Aqui ó: Não trataremos, portanto, senão da escrita obtida com o auxílio de um
objeto qualquer munido de um lápis, como cesta, prancheta, etc. Aquela imagem que nós
vimos anteriormente lá nos estudos das cestas com lápis colocado ou das pranchetas. Então
isso aqui segundo Kardec é o que serve para embasar a teoria. O resto é suficiente para ele,
mas não pode ser suficiente como teórico.

A maneira pela qual os dedos do médium repousam sobre os objetos desafia, como atrás
dissemos, a mais consumada destreza de sua parte no intervir, de qualquer modo, em o traçar
das letras. Mas, admitamos que a alguém, dotado de maravilhosa habilidade, seja isso
possível. Isso o quê? Enganar, ludibriar mesmo com a cestinha que tá. Por isso que eu disse:
nós já falamos sobre isso? Falamos. Ele falou. Aquela cesta para ser movimentada por
alguém... Então imagina que você tem que controlar um lápis só com a sua mão e aí você tem
que escrever. Agora calcula que você ponha esse lápis dentro de uma cesta e você só coloca
sua mão na cesta e aí três pessoas colocam a mão na cesta. Como é que você faz uma
caligrafia sem ter o lápis na sua mão? E como é que você faz duas, três caligrafias distintas?
Então ele coloca: ainda que fosse possível um indivíduo que desenvolvesse essa habilidade,
conseguisse manipular ainda existem formas de entender que não é só isso. Mas, admitamos
que a alguém, dotado de maravilhosa habilidade, seja isso possível e que esse alguém consiga
iludir o olhar do observador; como explicar a natureza das respostas, quando se apresentam
fora do quadro das idéias e conhecimentos do médium? Porque aí ultrapassa, né? Aí ultrpassa.
Eu posso até em último caso desenvolver a habilidade de controlar o lápis segurando a cesta,
mas eu não tenho como conhecer sobre física aplicada porque eu sou um psicólogo. Eu não
tenho especialização nem aprofundamento nessa área. Eu não tenho como escrever como se
opera uma máquina de ressonância magnética, um aparelho de ressonância magnética. Então
o que acontecia? As mensagens que eram trazidas elas eram trazidas sobre temáticas que o
médium não dominava e não numa forma superficial, mas numa forma complexa. Então para
Kardec aí esta a validação: então mesmo que um indivíduo seja capaz de manipular a situação
ele não seria capaz de escrever sobre um tema sobre o qual ele não domina e que muitas
vezes foi perguntado de improviso ele não tendo condições de se preparar anteriormente.
Esse é o argumento caso a pessoa fale: ah, não sei o quê, não sei o quê, não sei o quê, você vai
indo por esse caminho porque este é o caminho que Kardec fez. Na verdade está fazendo bem
à nossa frente agora.

Comentário: Aí ele sempre colocando o método científico, né? Isso aqui é o método
científico: observar repetidamente por longo tempo e de acordo com as condições exigidas.
Quando nós aprendíamos lá na escola: Ah, as cntp: condições normais de temperatura e
pressão: a água evapora em tal temperatura em graus celsius em cntp, mas aí você descobre
que a cntp não existe no mundo, sempre vai haver uma variação climática, uma variação de
altura, uma variação de pressão atmosférica, uma variação do fogão que não está funcionando
direito, da panela, enfim... Sempre vai ter em questão de tempo, mas esse é o método para
que você crie um padrão, para que você desenvolva uma ciência. Isso tem que ser feito de
uma forma estérea que como eu disse: é diferente da realidade.

Onde eu enchergo isso na prática se eu não sou cientista? Se alguma vez você foi à academia e
ficou fazendo esteira você descobre que na esteira você anda 6 km por hora e anda de boa. Aí
você fala: bom já que eu ando 6 km em uma hora eu vou andar 6 km aqui no bairro. Aí você
descobre que você não consegue andar 6 km em uma hora porque tem buraco, porque tem
semáforo, porque tem esquina, porque você se despersa enquanto está conversando e
diminui a velocidade, porque a esteira te obriga a 6 por hora.

É isso que eu quero dizer: a coisa em laboratório ela não necessariamente é a mesma coisa do
dia-a-dia. Então as condições que são colocadas aqui por Kardec são importantes por quê? Se
eu não observo isso por determinado tempo eu me deixo basear por um evento e este evento
pode estar influenciado por outras coisas. Em outras palavras: E se foi uma alucinação minha?
E se eu bebi demais e tive essa alucinação? E se é efeito de alguma droga que eu usei? E se é o
stress que está me fazendo ver isso? Ah, uma vez eu vi um espírito, nunca mais viu. Então será
que você viu? É essa a questão aqui, tá? Serve para onde isso? Para tudo na sua vida.

Seria para tudo na sua vida fazer isso aqui ó: vede e observai. Ah, Vitor, mas eu estou com uma
doença aparecendo: vede e observai. Ah, os últimos cinco empregos que eu estava eu fui
demitido. Vede e observai. Não vos faltarão ocasiões de fazê-lo; mas, sobretudo, observai
repetidamente, por longo tempo e de acordo com as condições exigidas. É o que nós psicólogos
temos que fazer no trabalho. Não adianta a pessoa chegar, falar: ah, eu uso drogas, ah, eu sou
ansioso, ah, eu sou neurótico. Vede e observai. Serve para qualquer profissional da saúde. Um
médico que vai dar um diagnóstico com cinco minutos de consulta se não for uma coisa
dermatológica que ele dá para ver. Se for, por exemplo, um psiquiatra: ah, cinco minutos com
você, você tem transtorno de ansiedade generalizada. Vede e observai por longo período.
Então foi isso que Kardec fez, tá? Para embasar. Tinha que se repetir várias vezes, tinha que
ser compreendido. Ah, acontece mais à noite, acontece mais durante o dia, o médium
quando é mulher é melhor do que quando o médium é homem? Não tem nada a ver uma coisa
com a outra? Então ele foi percebendo para estruturar um padrão e nesta ele percebeu que
não existia um padrão. Você poderia ter médium novo, médium mais idoso, você poderia ter
homem e mulher que a coisa simplesmente acontecia.

Então como ele disse: se essas pessoas estão enganando como é que pode ter um monte de
gente enganando ao mesmo tempo em vários locais do mundo do mesmo jeito dominando
temas que nunca dominaram? Fica impossível de conceber isso como uma realidade, a
enganação e é óbvio que só sobra um fenômeno científico que está diante dos olhos dessa
população, mas que ainda não dispõe de recursos técnicos para compreendê-los. Apenas isso.

O que ainda torna mais estranhos esses fatos é que ocorrem por toda parte e que os médiuns
se multiplicam ao infinito. São eles reais ou não? Então aqui a Evelaine pergunta: as
entrevistas eram sempre realizadas pessoalmente por Kardec? Impossível porque eram muitos
médiuns. O que Kardec fazia era analisar os resultados que estavam pipocando em todo o
mundo. Claro que ele fazia algumas coisas pessoalmente, mas de forma geral ele não teria
como acompanhar todo o fenômeno até porque nós estamos no meio do século 19, não era
tão fácil viajar de um lado para o outro. Não se tratavam de respostas monossilábicas. Não era
ah, assim, não. Eram numerosas páginas escritas com admirável rapidez quer
expontâneamente quer sobre determinado assunto. E note-se que não se trata de respostas
monossilábicas, porém, muitas vezes, de numerosas páginas escritas com admirável rapidez,
quer espontaneamente, quer sobre determinado assunto. De sob os dedos do médium menos
versado em literatura, surgem de quando em quando poesias de impecáveis sublimidade e
pureza. Isso é uma coisa que você não tem como escapar a essa realidade. É perceber, não
tem como.

É interessante essa questão da poesia porque quando eu comecei a ter problemas com a
mediunidade que foi o que me acabou levando a buscar ajuda e a chegar ao espiritismo alguns
anos depois foi quando tinha 19 anos aproximadamente eu comecei a escrever poesias muito
boas assim: com métrica, com um domínio que eu não tinha. Tá? Versos alexandrinos e não sei
o quê. E depois eu fui estudando para entender o que eu estava fazendo porque eu mostrava
para pessoas que eram letrados e elas falavam: não, mas isso aqui tem uma métrica perfeita, e
tal. Falava até a época que era. E eu não tenho noção de literatura. E eu fiquei achando que
aquilo ali era meu, comecei a fazer poesias e achando que eu era poeta e aí foram descobrir
que na verdade tinha um eEspírito boêmio poeta que se aproximou de mim porque eu era
isolado, não tinha amigos, ficava só no quarto ouvindo música, não gostava nem de abrir a
janela em razão da depressão, tal. E então ele gostou de mim porque ele também era assim
melancólico e passou a conviver comigo não como um obsessor, mais pura e simplesmente
porque gostava da minha solidão e a partir desse momento levaram ele para conversar numa
sessão mediúnica. Eu nunca mais consegui escrever poesia. Então assim: eu vi isso acontecer
comigo, né? Realmente assim: eu perdi a habilidade de escrever poesia porque ela nunca foi
minha, né? Ela era dele. Então isso acontece, acontece sim. É mais ou menos isso.
Comentário: Fica claro aqui? Então quem concorda, quem não concordava com isso a
época e hoje também, né? A pessoa não vai dizer ah, vocês são vítimas de charlatanismo,
estão sendo enganados. Fala: isso é o diabo entrando na sua casa, é o diabo tentando te
enganar com essa coisa de espiritismo. Né? Esses indivíduos que se dizem cristãos, mas são
mais adoradores do diabo porque só falam do diabo - de Cristo quase não falam. Então não é
diferente da época de Kardec que tinha esses indivíduos que: não! Isso não existe porque nada
pode sair do meu controle! Se eu não sei explicar, não existe.

Então Kardec explica: a palavra charlatanismo não cabe onde não há proveito. É simples assim,
olha é simples: vá pela razão porque contra fatos não há argumentos. Os charlatães não fazem
grátis o seu ofício. Seria, quando muito, uma mistificação. Então ele corrige até o antagonista.
Então qual que é o lado perfeito? Quem que é o indivíduo que consegue entrar bem no
debate? O indivíduo que estuda aquilo que odeia, o indivíduo que estudo tudo aquilo que é
contraposto a ele. Então Kardec ele consegue defender o espiritismo desta forma que ele faz,
mas se ele quisesse atacar ele também conseguiria não que fosse possível destruir os seus
próprios argumentos, mas ele acharia dentro das noções de palavreado uma forma de
defender o posicionamento dele mesmo que não fizesse tanto sentido. Então ele explica o que
não: é charlatanismo. Se você quer acusar isso de alguma coisa acuse de mistificação porque o
charlatanismo implica o cara que faz as coisas para ganhar atenção e dinheiro então porque
que alguém estaria se dando a esse trabalho de ficar psicografando tanta coisa gratuitamente?
Se ninguém faz nada de graça? Assim, né? Vocês entenderam o que eu quis dizer. Ninguém faz
nada de graça daquilo que é profissional. Se eu for te enganar... Na época não tinha... Hoje a
pessoa faz porque assim: eu faço charlatanismo e aí eu ganho seguidores no Instagram, eu
ganho seguidores no Facebook, mas nessa época não tinha rede social. O cara não ia ficar
famoso assim: ah, olha...

Então é colocar esse posicionamento. Bom supondo que isso fosse de uma mistificação que
segundo Kardec é o único antagonismo, ou seja, a única contrariedade que seria válida nesse
contexto ele explica porque também não pode ser mistificação. Por que singular coincidência
esses mistificadores se achariam acordes, ou seja, de acordo um com o outro de um extremo a
outro do mundo, para proceder do mesmo modo, produzir os mesmos efeitos e dar, sobre os
mesmos assuntos e em línguas diversas, respostas idênticas, senão quanto à forma, pelo
menos quanto ao sentido? Como é possível que todas essas pessoas têm encontrado tempo
para se juntar para fazer uma enganação coletiva dessa e elas ainda tivessem tempo de
explicar: olha, quando for falar de tal tema fala disso e tal. É humanamente impossível. Hoje
nem tanto porque eu disse: tem a rede social, mas naquele contexto não tinha como até
porque hoje você tem pessoas que falam 4, 5 idiomas, naquela época isso não era tão comum.
Então como é que o indivíduo que nasceu na França vai conseguir se comunicar com um que
nasceu nos Estados Unidos. Imagina isso de uma forma global. Fica impossível conceber que
houvesse essa manipulação.

Como compreender-se que pessoas austeras, honradas, instruídas se prestassem a tais


manejos? Por quê? Porque os médiuns que eram utilizados eram pessoas já renomadas, eram
pessoas conhecidas pela sua idoneidade, eram conhecidas pelo seu caráter. Porque elas iam
começar a fazer isso do nada e com que fim? Como achar em crianças a paciência e a
habilidade necessárias a tais resultados? Porque tinham crianças também participando,
trazendo essas mensagens então como é que você consegue transformar uma criança nisso?
Lembra sempre disso. As crianças de hoje elas já nascem assim: sabendo cozinhar e falando de
física quântica com 13 anos de idade. A criança já chega ensinando o pai a mãe, mas nós
estamos no meio do século 19. Da minha geração assim tinha menina que com 13, 14 anos de
idade ainda brincava de boneca e menino que em 15, 16 ainda estava lá empinando pipa. Tem
adulto que ainda empina pipa, não é isso que eu quero dizer, mas, vocês entenderam. Então
imagina como que era a infância naquela época. Quanto tempo levava para o indivíduo se
sentir realmente, né? Entrar na puberdade, tudo mais. Então para que você conseguisse que
uma criança tivesse uma postura adulta dessa, disciplinada e concentrada seria muito difícil,
mas as crianças também conseguiam trazer essas temáticas.

Porque, se os médiuns não são instrumentos passivos, indispensáveis se lhes fazem habilidade
e conhecimentos incompatíveis com a idade infantil e com certas posições sociais. O que ele diz
aqui? Que os médiuns são instrumentos passivos, ou seja, a mediunidade, o chamado do
espírito passa através do médium. Então o médium é um instrumento passivo. Sendo um
instrumento passivo qualquer coisa pode passar através dele e aí Kardec então ele coloca: é
esse o questionamento: se os médiuns não são passivos, ou seja, se eles são ativos e tudo o
que está sendo escrito parte deles seria indispensável que eles tivessem habilidade e
conhecimento incompatíveis com a idade infantil e com certas posições sociais. Porque como é
que uma criança pobre vai conseguir falar sobre um adulto rico? Ou um adulto rico vai
conseguir falar sobre uma infância pobre se ele não a teve? Então baseado no que era escrito
não tinha como, não tinha tempo hábil de uma criança ter aprendido as coisas que ela
escreveu quando estava mediunizada. Baseado nessas observações e nesses fatos é que ele vai
solidificando o seu pensamento.

Comentário: Kardec aqui fala de si. É óbvio. Como nós falamos: ele é enérgico, ele é
sisudo como ele mesmo coloca então ele está falando de si. Está falando de todos que estão
envolvidos então é como se ele estivesse abraçando a causa de todos aqueles que
participaram e ao mesmo tempo falando de si. Onde ele está falando de si? Aqui no finalzinho
como nós veremos de novo daqui a pouco. Dizem então que, se não há fraude, pode haver
ilusão de ambos os lados. Ele esmiuça o antagonista assim: até esgotar as possibilidades de um
indivíduo refutá-lo porque ele é um refutador. Ele está refutando os refutadores. E como ele
faz isso? Ele entra na mente de alguém que poderia encontrar um problema ou entra em
contato com os problemas que lhe foram trazidos no dia- a- dia e aí ele fala: então eu vou
responder a isso. Ele não fala: eu vou bloquear você do Facebook porque eu só quero ficar
com pessoas com quem eu concordo. Ele entra no debate. Pode trazer. Porque ele confia
naquilo que ele está fazendo. Então ele está dizendo: traga as suas argumentações que eu
refutá-la-eis todas. Porque ele tem essa noção. Isso é importante para nós termos aqui. Ele
está nos dando argumentos por que é o teu marido que vai falar isso para você, é a sua
esposa, seu vizinho, é o cara com quem se joga basquete. São esses argumentos que eles vão
falar: isso é ilusão, isso é não sei o quê, tal e ele está te dando a resposta de como responder a
isso.
Bom então tudo bem não é charlatanismo, mas então vocês estão iludidos. Aí ele diz: ok. Pode
haver ilusão de ambos os lados. Em boa lógica, a qualidade das testemunhas é de alguma
importância. Ora, é aqui o caso de perguntarmos se a doutrina espírita, que já conta milhões
de adeptos, só os recruta entre os ignorantes? Então quer dizer: então você está dizendo que
todas as pessoas que estão ali observando isso tudo, milhões de pessoas são ignorantes, estão
sendo iludidas e dentre estas pessoas você acha que não tem nenhum doutor, que não tem
nenhum mestre, que não tem nenhum capacitado, que não tem alguém com uma inteligência
acima da média? Essa é a refutação. Então você está dizendo que todos são iludidos e você
está certo? Então a pessoa vai falar... Ela entrou aqui você já ganhou a conversa. Gaguejou,
perdeu. Essa é a lei da rua: gaguejou, perdeu.

Os fenômenos em que ela se baseia são tão extraordinários que concebemos a existência da
dúvida. Olha o que Kardec fala: eu entendo que é fácil de duvidar disso porque nós estamos
diante de uma coisa que é muito difícil de ser crível. É muito difícil de acreditar porque é
extraordinário. O que é ordinário? Ordinário é aquilo que é comum. Extraordinário, portanto, é
aquilo totalmente fora do comum. É tão fora do comum que é difícil acreditar. Então ele
reconhece: eu entendo que você não acredite porque é muito fácil não acreditar nisso.

O que, porém, não podemos admitir é a pretensão de alguns incrédulos, a de terem o


monopólio do bom-senso e que, sem guardarem as conveniências e respeitarem o valor moral
de seus adversários, tachem, com desplante, de ineptos os que lhes não seguem o parecer.
Então o que ele diz: você pode duvidar, mas você não pode me acusar porque eu não duvido.
Você não pode dizer que: ah, então você é um tonto, você é um imbecil, você não sabe o que
está fazendo. Eu estou falando palavras leves aqui se for comparado ao que um indivíduo fala
quando o outro não concorda com ele. Então ele coloca o seguinte: você não é o dono do bom
senso e nem eu. Eu não vou aí dizer que o que você está fazendo na sua área é errado então
não vem aqui dizer que o que eu estou acreditando é errado porque eu estou me baseando
em várias situações que aconteceram por determinado tempo em certas circunstâncias como
ele colocou.

Então não venha dizer que eu estou maluco. Não! Não estou maluco, tá? Porque se eu estou
maluco todos estamos. E se eu não estou maluco ninguém está. Esta é uma argumentação para
se defender porque ao mesmo tempo ele joga para o indivíduo um posicionamento de
arrogância, né?

Aos olhos de qualquer pessoa judiciosa (e pode ser qualquer pessoa), a opinião das que,
esclarecidas, observaram durante muito tempo, estudaram e meditaram uma coisa, constituirá
sempre, quando não uma prova, uma presunção, no mínimo, a seu favor, visto ter logrado
prender a atenção de homens respeitáveis, que não tinham interesse algum em propagar erros
nem tempo a perder com futilidades. É aqui que ele fala de si. Kardec está se posicionando, né?
Como este indivíduo: como um homem respeitável que não tem interesse em propagar erro e
nem tempo a perder com futilidades. E ele está trazendo para baixo dessa asa todos que
participaram disso aos quais ele confiou. Mostrando também liderança e unicidade com a sua
equipe e com trabalho.

Então qualquer pessoa judiciosa vai dizer o seguinte: tudo bem. Eu não acredito nisso, mas
existem pessoas estudiosas que estão com a cabeça enfiada nesse projeto me dizendo que tem
uma verdade nisso. Então no mínimo eu vou dar o direito à presunção de que isso possa ser
verdade. É isso que Kardec diz aqui. Quem não tem critério judicioso e está preso na sua zona
de conforto tudo que vem novo é porcaria, não serve para nada. Quem tem a mente aberta
demais tudo que vem novo acredita e começa a fazer.

Lembra quando lançaram aquele livro o segredo lá. Ficou uma coisa assim: parecia quando
lançaram o valium, né? Que as pessoas queriam colocar valium na caixa d'água das cidades
assim: vamos colocar valium no sistema de água das pessoas, todo mundo tomando valium,
todo mundo vai ser feliz e aí descobriram que não era bem assim. Quando lançaram aquele
livro o vídeo o segredo todo mundo falou: basta eu mentalizar que eu serei rico e aí virão que
também não é bem assim, que existem outras variáveis aí que atrapalham.

Então é isso que Kardec está falando: ponderação e equilíbrio. Duvide, mas não se feche.
Acredite, mas conteste e observe com seus próprios olhos, não apenas porque disseram. Faça
valer a sua inteligência para que isso se transforme em uma convicção em você. Isso se
transformando em uma convicção em você ninguém conseguirá te deixar na dúvida de novo.
Você só terá dúvidas sobre como ir mais fundo nisso e não duvidar acerca disso, contanto que
será construída empiricamente, racionalmente falando.

Então é por isso que eu falo: a pessoa: ah, mas isso não existe. Como é que não existe se
aconteceu comigo? Então eu não estou nem aí se não existe para o resto da população
mundial. Para mim existiu e para mim é o suficiente ter tido contato com isso. Não vou fazer
disso uma doutrina para ensinar aos outros. O que eu estou dizendo é: eu vi com os meus
próprios olhos, eu senti que o meu próprio corpo, eu estava lá quando a coisa aconteceu então
para mim é verdade. Eu não preciso provar isso para ninguém, certo? Por isso dá solidez de
falar: não! Vamos seguir em frente, colocar a cara aqui no YouTube publicamente para falar de
um tema que muita gente odeia que é o espiritismo, mas eu tenho segurança que o que eu
estou falando tem um embasamento porque eu vivo isso no meu dia a dia.

Comentário: Então aqui. Além disso, tudo que já foi apresentado como contestação
existem aqueles que são observadores, que ficaram ao lado, mas que dizem que os espíritos
são ruins, são brincalhões, só trazem mentiras e etc,né? A Evelani riu aqui do valium na caixa
d'água, mas isso é verdade, tá? Não estou inventando não. Houve propostas de que se fosse
colocado valium na caixa d'água como uma droga para resolver o problema da infelicidade do
mundo: as pessoas serão felizes na irrigação. Assim como há uma suposta ideia de que
colocaram em uma cidade francesa quando estavam testando o LSD, colocaram LSD escondido
na massa onde seria feito o pão e as pessoas da cidade saíram no outro dia para comprar pão
e a cidade inteira ficou sob efeito de LSD sem saber que estaria para eles observarem o LSD
como arma química. O que aconteceria se nós colocássemos LSD na água dos nossos inimigos
ou na comida deles? Se eles teriam condições é... De reagir diante de uma investida bélica,
uma investida de guerra ou se eles ficariam todos loucos, andando para lá e para cá falando
sozinhos. Então acontece muito mais coisas do que nós imaginamos nesse sentido. E o valium
na caixa d'água foi uma proposta da época.

Quem se reportar ao resumo da doutrina acima apresentado, verá que os próprios Espíritos
nos ensinam não haver entre eles igualdade de conhecimentos nem de qualidades morais, e
que não se deve tomar ao pé da letra tudo quanto dizem. Ou seja, não é porque é espírito que
é bonzinho e não é porque é espírito que é demônio que é mal assombrado.

Às pessoas sensatas incumbe separar o bom do mau. Indubitavelmente, os que desse fato
deduzem que só se comunicam conosco seres malfazejos, cuja única ocupação consista em nos
mistificar, não conhecem as comunicações que se recebem nas reuniões onde só se
manifestam Espíritos superiores; do contrário, assim não pensariam. E a recíproca aqui (um
aberto meu) é verdadeira. Quem imagina que tudo que é psicografado é bom também está na
ilusão. Ah, foi psicografado. Não é por isso que é bom não. Tem muita psicografia que não
serve não. Tem muita psicografia que são ideologias, são temáticas soltas, são falácias, são
elocubrações muito bonitas, que na prática não tem tanta apresentação.

Então espírito é aquilo que habita um corpo físico. Então se tem pessoas que são mau caráter
e outra pessoa que é bom caráter, também existe espírito mau caráter e espírito bom caráter,
é simples assim. Nem tudo que vem de lá é bom e nem tudo que vem de lá é ruim como nem
tudo que vem daqui também não é. Aqui ele está indo para o lado do... Nesse sentido.

É de lamentar que o acaso os tenha servido tão mal. Aqui ele entra numa de falar assim: que
pena que a vida para vocês foi tão difícil para que vocês não acreditem que existem coisas
boas, né? Que pena que vocês só acreditem que as coisas ruins sejam atraídas, mas aí ele
deduz que: deduzir daí que a solidez dos princípios dessas pessoas não é bastante forte para
preservá-las do mal e que; achando certo prazer em lhes satisfazerem a curiosidade, os maus
Espíritos disso se aproveitam para se aproximar delas, enquanto os bons se afastam. Por que
dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo. E dois ideais
Espíritas também não. É amar a Deus ou a Mamom. A simbiologia disto é: se os Espíritos bons
estão ao seu redor, os ruins não têm nem coragem de chegar pela rebaixeza moral ao qual se
encontram. Se você está cercado de Espíritos ruins pelo seu livre arbítrio, os Espíritos bons não
se aproximam porque não querem interferir no seu direito de fazer escolhas.

Mas qual que é o ensinamento principal para nós aqui? A ignorância nos coloca em contato
com este sofrimento, tá? Aonde ele coloca isso nessas palavras aqui ó: [...] deduzir daí que a
solidez dos princípios dessas pessoas não é bastante forte para preservá-las do mal [...]. Se
você não tem um princípio sólido você não está preservado de ser seduzido por outros
caminhos.

Então a maioria dessas pessoas que são guiadas, por exemplo, por líderes religiosos e deixam
todo o seu dinherio na igreja, no templo, onde quer que seja não estudaram a Bíblia. Porque
se estivessem estudado a bíblia entenderiam que aquilo não pode ser feito. O que elas fazem é
se sentar lá na igreja ou se sentar na casa espírita ou se sentar aonde for, assistir o culto, a
palestra, a pregação e onde o pastor abre, pega uma frase solta e encaixa aquilo num
contexto, ela acredita que aquele contexto é verdadeiro. Quem estuda de verdade fala: não
senhor! O contexto não era este. O contexto envolvia os fariseus, os escribas, isso aconteceu
em tal época. A pessoa não se perde. Quanto mais você estuda colocando a tua razão sem esse
lado passional, fanático, menos chance de Espíritos enganadores conseguirem entrar na sua
mente ou ao menos seduzi-lo, seduzi-la para defender os ideais deles.

Comentário: Vamos lá então agora com calma. Julgar a questão dos Espíritos por
esses fatos seria tão pouco lógico, quanto julgar do caráter de um povo pelo que se diz e faz
numa reunião de desatinados ou de gente de má nota, ou seja, porque eu recebi uma
comunicação ruim significa que todos os Espíritos são ruins? Então ele diz aqui: se eu entrar
em contato com uma população de pessoas desatinadas ou pessoas de má nota eu vou achar
que todo mundo é assim?

Os que assim julgam se colocam na situação do estrangeiro que, chegando a uma grande
capital pelo mais abjeto dos seus arrabaldes, julgasse de todos os habitantes pelos costumes e
linguagem desse bairro ínfimo. Então imagina um indivíduo que não conhece o Rio de Janeiro,
nunca nem ouviu falar e você o coloca entrando lá pela zona norte. Vai ser difícil conceber que
existe uma zona sul. Ou se você já pega o indivíduo, desce ele no Santos Dumond e depois leva
ele para zona norte? Ele vai falar: o que é isso? Ou fazer uma pessoa entrar em São Paulo por
Paraisópolis, por exemplo, ou entrar em São Paulo pelos Jardins e depois ir para Paraisópolis.
Então você vai tendo essa noção. Assim como uma cidade tem a periferia, tem o bairro central
e dentro da periferia tem pessoas ruins e pessoas boas e na área central tem pessoas ruins e
pessoas boas, assim também se dá com o mundo espiritual. É isso que Kardec coloca aqui:
julgar o todo baseado em uma única parte é de profunda ignorância. Não é assim.

Então se eu aprendo a falar com pessoas analfabetas quando uma pessoa fala a norma culta
eu acho que ela está falando errado. Às vezes... Vou pegar um exemplo aqui: na língua
portuguesa tem a palavra história com H que se refere àquilo que aconteceu anteriormente,
que pode ser estudado e a palavra estória sem h e com a letra e que se refere a um conto, um
causo, uma situação, uma estória. Aí você às vezes escreve assim: ah, eu sou uma pessoa de
muitas estórias, aí vem alguém e corrige: é história! Você é isso, você é aquilo. Porque é o que
eu estou dizendo: quando você lê Kardec parece que ele está falando uma linguagem
desnecessária por quê? Porque eu conheço menos do que ele conhece de língua portuguesa
então é isso o que ele está dizendo aqui: não é porque eu caí na casa de pessoas analfabetas
que aquele português que elas falam é o correto. Existe um outro. Mas no fim o importante é
ser compreendido também. Eu só estou citando um exemplo para ficar didático.

No mundo dos Espíritos também há uma sociedade boa e uma sociedade má; dignem-se, os
que daquele modo se pronunciam, de estudar o que se passa entre os Espíritos de escol e se
convencerão de que a cidade celeste não contém apenas a escória popular. Tem espírito bom,
tem espírito ruim. Ruim pelo grau de evolução é... Ruim pelas escolhas que fez.

Perguntam eles: os Espíritos de escol descem até nós? Responderemos: Não fiqueis no
subúrbio; vede, observai e julgareis; os fatos aí estão para todo o mundo. A menos que lhes
sejam aplicáveis estas palavras de Jesus: Têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem.
Porque isso é uma lei da atração. Não é? Lei de atração. Então imagina que eu estou com... Ah,
eu estou lá com 19 anos, estou solteiro e eu falo: não! Cansei. Eu quero arrumar uma
namorada rica, eu quero arrumar uma esposa rica e eu vou dar o golpe do baú nela mesmo,
não estou nem aí, tá? Aí onde é que eu vou encontrar essa pessoa rica? Veja bem: onde eu vou
encontrar essa pessoa rica? Rica por meios não ilícitos, né? Eu não vou encontrar essa pessoa
rica lá num pancadão. Fica claro isso? Porque ela não vai estar ali esta pessoa rica. Mas
significa o quê? Significa se eu for procurar espírito superior na curiosidade, na gracinha, na
mesa ouija para assustar os outros, fazendo barulho de mister bin, aí é lógico que eles não vão
vir. Então para que eu encontre Espíritos de escol, Espíritos superiores eu tenho que agir de
maneira superior para merecer que eles olham para mim e me vejam. Porque espírito
superior não vai me ver se eu estou lá na biqueira comprando o craque, se eu estou lá
estuprando, se eu estou lá matando, se eu fico o dia inteiro fofocando. Ele não tem como me
ver porque energeticamente falando eu estou vibrando e uma coisa assim: totalmente
diferente. O pensamento dele vai me ver como um sermão. Sabe quando a mãe Fala: filho!
Você está dormindo muito tarde! Ah, minha mãe não sabe de nada e tal. É isso que o espírito
inferior faz com um superior. Ah, fica falando de Jesus, fica falando de bondade... Ah, isso aí
deve ser falta de cerveja, rapaz. Tem que tomar uma. É esse o discurso, percebe? Então não é
que o espírito superior não se aproxima porque ele é esnobe. É porque ele não será ouvido.
Ele será ignorado. O indivíduo está em outra faixa de sintonia como disse a ? Atílio aqui no
chat. Se ficar no subúrbio não vão encontrar os Espíritos de escol. Veja que o subúrbio aqui
está sendo utilizado como local de marginalização. Não tem nada a ver com pobreza, está
bom? Não tem nada a ver com: ah, a pessoa que é pobre ela é inferior o rico é superior. É o
subúrbio do espiritual. O centro do espiritual é quando você está conectado com aquilo que é
superior. No subúrbio é porque você está na sombra. Eu ainda não estou pronto para fazer
isso. Então não espere que os Espíritos superiores apareçam em uma evocação baseada em
cantina da Serra feita à 01h30min da manhã no cemitério. Não vai acontecer. Tem que ter uma
lógica para que eles entendam que tem seriedade.

Comentário: É disso que Kardec está falando quando ele fala de Jesus: Não fiqueis no
subúrbio; vede, observai e julgareis; os fatos aí estão para todo o mundo. A menos que lhes
sejam aplicáveis estas palavras de Jesus: Têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem. Por
quê? Quem não quer acreditar, não vai acreditar nem com os fatos. É a pessoa que fala assim:
Senhor Jesus! Ajuda-me. Aí se Jesus se materializasse na frente dela ela ia falar: socorro! Um
fantasma! Não acredita e não vai acreditar. Ela não quer ouvir o seu discurso, ela só quer te
fazer de ridículo, de ridícula. Ela não está preparada e o que Jesus faz? Ele deixa de falar para
essas pessoas? Não. Ele fala através de parábolas porque as parábolas são compreendidas pelo
inconsciente em uma linguagem diferente da linguagem racional. Elas ficam como historinhas
com fundo moral. Em dado momento isso brotará e o indivíduo vai falar assim: ah, rapaz, será
que era isso que Jesus queria dizer? Quando ele diz o que é ou o indivíduo aceita ou não aceita.
Não tem espaço para elaboração. Quando ele conta uma palavra o indivíduo é capaz de aceitar
aquilo dentro da sua limitação e fica confortável para ele. Então Jesus dá uma chance para
aqueles e ele coloca para os seus discípulos: vocês têm a chance que eles não tiveram. Isso
aqui é o que nós estamos fazendo. Nós estamos tendo uma chance que muita gente vai
morrer sem ter. Porque o espiritismo nem entra em alguns países. Eles não vão ter nem a
chance de ler esse livro aqui para saber do que se trata e você está tendo a oportunidade, nós
estamos tendo a oportunidade de estudar isso aqui nas nossas casas, olhando para uma tela
de televisão, chegando a mensagem até você, pelo todo o trabalho que Kardec fez. Então se
nós não tomarmos cuidado, ao invés de funcionarmos como os apóstolos, nós vamos
funcionar como as pessoas que estavam lá olhando Jesus falar dentro do barquinho. A pessoa
assiste à palestra e fala: puxa que palestra bonita! Gostei! Muito bom mesmo, né? Que nós
vamos comer hoje mãe? Acabou. Tá? É a mudança que importa aqui. É você refletir e falar
onde: eu posso aplicar isso na minha vida? Não adianta ser bonito, pegar autógrafo com
expositor. Se o expositor não conseguiu modificar sua a vida então alguma coisa ficou
faltando. Por isso eu acho legal também quando termina a palestra e a pessoa fala: muito
obrigado, sua palestra mudou minha vida. Ou chega alguém com o olho todo cheio de lágrimas
não consegue nem falar nada, só quer dar um abraço. Ou então chega aquela pessoa: nossa!
Essa tua palestra me fez até mal, hein? Rapaz que palestra incômoda, sei não. Não sei não se
eu gostei. Ótimo. Porque seria melhor do que todo mundo falar: maravilha! Que bonito que
ele fala e tal. Então Jesus tem esse processo, é disso que Kardec está falando. Se você quiser
enxergar o espiritismo vai fazer sentido. Se você não quiser, nada te fará mudar de ideia, mas
tenha noção da oportunidade que está te sendo dada agora porque é para poucos.

Comentário: Como variante dessa opinião. Aquela opinião que só existem Espíritos
ruins. Ele diz assim: temos a dos que não vêem, nas comunicações espíritas e em todos os fatos
materiais a que elas dão lugar, mais do que a intervenção de uma potência diabólica. Lembra-
se do Proteu? Lá da mitologia que tinha conhecimento, mas que se mostrava em formas
aterroradoras? Só quem sobrevivesse ao confronto com ele receberia uma profecia? Então é
esse Proteu que ele cita aqui ó: novo Proteu que revestiria todas as formas, para melhor nos
enganar. Ou seja: tudo é o Diabo: não, é o Diabo se passando por bonzinho para te enganar.
Não, é o Diabo fazendo isso para te enganar. Então ele diz: com esse pessoal não vamos
conversar muito porque já está refutado antes mesmo de nascer o argumento.

Acrescentaremos, tão-somente, que, se assim fosse, forçoso seria convir em que o diabo é às
vezes bastante criterioso e ponderado, sobretudo muito moral; ou, então, em que também há
bons diabos. Efetivamente, como acreditar que Deus só ao Espírito do mal permita que se
manifeste, para perder-nos, sem nos dar por contrapeso os conselhos dos bons Espíritos? Se ele
não o pode fazer, não é onipotente; se pode e não o faz, desmente a sua bondade. Ambas as
suposições seriam blasfemas. Note-se que admitir a comunicação dos maus Espíritos é
reconhecer o princípio das manifestações. Ora, se elas se dão, não pode deixar de ser com a
permissão de Deus. Como, então, se há de acreditar, sem impiedade, que Ele só permita o mal,
com exclusão do bem? Semelhante doutrina é contrária às mais simples noções do bom-senso
e da Religião. Então veja que Kardec já escreve diabo com letra minúscula e Deus com letra
maiúscula. Isso também é uma forma de entender que a representação do diabo para ele não
é reconhecida como uma entidade. Bom então realmente se tudo fosse do diabo ele coloca
aqui: nós teríamos que acreditar que às vezes o diabo é bom porque estão vindo
comunicações boas. Não é possível que o Diabo seja bom. E se o Diabo ainda assim está
fingindo essas comunicações boas para nos enganar então porque que Deus deixa isso
acontecer? Como é que Deus deixa os Espíritos ruins se comunicarem e não deixe nenhum
bom se comunicar. Se ele não pode fazer nada a respeito então ele não é onipotente. Não
sendo onipotente não é Deus. Se ele pode fazer algo a respeito, mas não faz então ele não é
bom e não sendo bom também não é Deus. Ambas suposições seriam blasfêmas. Eu estaria
dizendo que Deus não é onipotente e que Deus não é bom, portanto estaria admitindo que
Deus não existe.

Note-se que admitir a comunicação dos maus Espíritos é reconhecer o princípio das
manifestações. E aqui é que esse cara é genial. Kardec é genial porque ele faz o seguinte: se
você reconhece que o demônio pode falar através de um médium então você está dizendo
com as suas palavras que existe comunicação mediúnica. Acabou. Ó o cara gaguejando. Isso
aqui é método Socrático. Sócrates ensinava isso, tá? É o diálogo Socrático. Você não
desconstrói o indivíduo com seus argumentos. Você dá corda para o indivíduo e vai colocando
perguntas às quais levarão ele a uma contradição até chegar um ponto que ele não consiga
mais manter o seu argumento. Isso Kardec faz com extrema facilidade. Isso ele faz com
extrema destreza. Isso aqui que ele fez é método Socrático. Método de maiêutica.

Ora, se elas se dão, não pode deixar de ser com a permissão de Deus. Então tudo bem. Então
você está me dizendo com as suas palavras que existem manifestações porque se existe o
diabo ele é inferior a Deus porque é um anjo caído. Então se o diabo está falando e na palavra
está escrito que nenhuma folha do céu cai sem que Deus dê permissão então Deus está
permitindo que o diabo fale. E aí ele coloca: Como, então, se há de acreditar, sem impiedade,
que Ele só permita o mal, com exclusão do bem? Semelhante doutrina é contrária às mais
simples noções do bom-senso e da Religião. Acabou. É isso aí. Kardec simplesmente incinerou
o argumento. Só utilizando a razão, só utilizando as palavras do adversário.

Comentário: O ponto colocado aqui: Ah tudo bem, mas todas as comunicações que
acontecem são de Espíritos de ilustres, pessoas que já que foram importantes em alguma
época então como é possível que só essas pessoas estejam falando? Então Kardec coloca o
seguinte: não é isso que está acontecendo. Dentre os Espíritos que vêm espontaneamente,
muito maior é, para nós, o número dos desconhecidos do que o dos ilustres, Quanto aos que se
evocam, desde que não se trate de parente ou amigo, é muito natural nos dirijamos aos que
conhecemos. Então é o seguinte: veêm muito mais Espírito desconhecido, mas em outras
palavras: ninguém quer saber o que o desconhecido tem para dizer. A verdade é essa. Então
vamos pensar assim: olha, acabei de psicografar um texto do espírito Jorge. Está bom, cem
pessoas vão ler. Olha, acabei de psicografar uma mensagem do Doutor Adolfo Bezerra de
Menezes, aí viraliza, Entende? Então não é que os Espíritos mais conhecidos eram os únicos
que se comunicavam. Eles eram os únicos que eram evocados porque se você vai fazer uma
sessão mediúnica e pode chamar alguém do além você vai chamar Raul Seixas ou o Zé da
esquina? Você vai chamar Jesus Cristo, você vai chamar João Batista ou você vai chamar a
Sônia que trabalha lá no café onde você vai tomar o seu café? Então é natural que diante das
comunicações os Espíritos de maior nome fossem mais comuns, mas não porque eles
chegavam mais, mas por que os outros acabavam passando despercebidos para aqueles que
não eram estudiosos, que só estavam dedicados à curiosidade, mas para os que eram
estudiosos como caso de Kardec ele coloca: nós recebemos muito mais comunicações de
desconhecidos do que de conhecidos.

Comentário: Acham também singular que os Espíritos dos homens eminentes acudam
familiarmente ao nosso chamado e se ocupem, às vezes, com coisas insignificantes,
comparadas com as de que cogitavam durante a vida. Então qual que era a argumentação dos
que contrapunham? Vamos pegar alguém então... Platão vai. Platão desencarna, eles falam:
Platão! Estamos chamando um senhor aqui para uma comunicação e nós gostaríamos que o
senhor conversasse sobre nós a respeito de crianças que têm medo do escuro. Ele fala: você
está chamando Platão para falar disso? Você acha mesmo que Platão viria para falar disso? Aí
Kardec coloca o seguinte: o que o indivíduo era em vida não significa o que ele será em
espírito. Então o indivíduo que tinha uma posição grandiosa aqui na terra não
necessariamente é um Espírito grandioso. Ele pode simplesmente ser mais um. O livro Nosso
Lar mostra muito isso, né? André Luiz desencarna como médico. Um médico renomado. Ele se
vê lá no hospital recebendo tratamento e fala: ah, eu estou no hospital eu também sou médico
posso trabalhar aqui? E aí ele descobre que não pode porque ele não é médico no mundo
espiritual. No mundo espiritual ele estaria hierarquicamente abaixo da enfermagem com os
conhecimentos que ele tinha necessários para aquilo. Qual foi o trabalho então que André Luiz
arruma? Um esfregão com balde para limpar vômito e excressões ectoplásmicas dos Espíritos
que acabaram de chegar do umbral.

Isso é maravilhoso, tá? Para que nós tenhamos assim: quem eu sou? O que importa é: quanto
você serve? O quanto você está disponível para que a mensagem de Deus passe através de
você sem cobrar preço por isso, sem cobrar gratidão por isso e sem cobrar honrarias. E isso faz
de você grande. Agora se você tem um poder muito grande, mas faz disso um palco para sua
validade ou um palco para submeter às pessoas então lá no desencarne você provavelmente
vai ser bem pequeno. E aí para fechar esse pensamento trago aquela passagem de Joana de
Ângelis e Divaldo. Quando Divaldo chegando a um local de um evento que tinha um monte de
gente querendo falar com ele depois de ter vindo de um local onde um monte de gente falou
com ele - ele dá uma reclamada para Joana: vou ter que conversar com esse povo todo? Todo
esse pessoal aqui quer falar comigo? E aí Joana diz para ele: se você não está satisfeito com a
sua posição nós podemos te colocar do outro lado da fila. Aí ele entendeu que aquelas pessoas
estão lá desde as 4 horas da manhã, viajaram para estar ali só para estar na presença dele e
que se ele não quer ser o cara que recebe tudo isso então ele pode ser a pessoa que está lá
esperando o cara que vai receber tudo isso. Então esse posicionamento é muito válido para
nós em todos os aspectos e é colocado aqui por Kardec com muita maestria também, legal?
Comentário: Um fato demonstrado pela observação e confirmado pelos próprios
Espíritos é o de que os Espíritos inferiores muitas vezes usurpam nomes conhecidos e
respeitados. Isso é importante para nós por quê? Porque está dito isso aqui para nós:
acontece. Está bom? Se os Espíritos disseram que isso acontece, se Kardec está confirmando
que isso acontece isso acontece. Então se acontece pode acontecer com você, pode acontecer
comigo, pode acontecer com qualquer pessoa que se norteie nesse aspecto. Ah, eu faço
psicografia ou então eu tenho comunicações, eu tenho passividade, etc. tomar muito cuidado
com isso porque pode levar a uma fascinação, né? Tem que levar a uma fascinação de eu ficar
pensando olha só: estou dando comunicações de espírito tal e etc.

Então não é porque na sua consciência ou na sua escrita veio assinatura deste espírito que
necessariamente seja ele, tá? Tem vários critérios que tem que ser colocados aí para que isso
fique mais claro. Não é algo que se necessite aprofundar muito agora porque não é o tema de
hoje, né? Isso seria mais para o Livro dos Médiuns que futuramente faremos também com
certeza.

Quem pode, pois, afirmar que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César, Carlos
Magno, Fénelon, Napoleão, Washington, etc., tenham realmente animado essas personagens?
Apenas uma nota a mais aqui: “essas personagens” está no feminino porque personagem é
palavra no feminino, está bom? Não existe assim na língua portuguesa falar “o personagem”, é
sempre “a personagem” mesmo que seja interpretado por um homem. Esta dúvida existe
mesmo entre alguns adeptos fervorosos da Doutrina Espírita, os quais admitem a intervenção
e a manifestação dos Espíritos, mas inquirem como se lhes pode comprovar a identidade.
Semelhante prova é, de fato, bem difícil de produzir-se. Conquanto, porém, não o possa ser de
modo tão autêntico como por uma certidão de registro civil, pode-o ao menos por presunção,
segundo certos indícios. Então ele está trazendo até um contexto de humildade aqui. Nós não
temos como comprovar a identidade de um espírito como se faz com a certidão de um registro
civil. Também é... Assim... Tem que levar em conta que Kardec não conhece o Brasil, né?
Porque hoje as pessoas falsificam até certidão de nascimento, mas vamos em frente. Mas
segundo ele baseado em alguns indícios é possível presumir a autenticidade da comunicação
porque era uma dúvida de estudiosos também.

Comentário: Qual um dos indícios que ele coloca? Então antes de falar dos Espíritos
que são famosos que animaram personagens famosas ele está falando de uma outra situação
específica: quando se refere a um espírito familiarmente conhecido: a mãe que vai buscar uma
mensagem do filho, o filho que vai buscar uma mensagem do pai, alguém que está no círculo.
Então a conotação que ele diz é: baseado em características específicas de um indivíduo, as
chamadas idiossincrasias é possível identificar que este é aquele, certo? Então, ou seja, se eu
desencarno... Senão não, né? Porque desencarnarei, mas se eu desencarno antes da minha
mãe e aí a minha mãe vai buscar uma psicografia e aí chegou uma carta lá porque tem gente
que chama a mãe de velha, né? De véia, mas de um modo carinhoso: e aí véia? E aí véio? Fala
para o pai, para a mãe. Aí aparece uma carta lá: e aí véia? Estou com saudade de você. Eu
nunca chamei minha mãe disso ela vai saber que não é ela. Então são coisas assim que se
referem no linguajar. Vai chegar uma carta cheia de gíria vai saber que não sou eu porque eu
não tenho hábito de falar gírias, da mesma forma se eu fosse uma pessoa que fala muita gíria e
chega uma carta querida mãe do meu coração gostaria muito de dizer, a senhora vai falar: isso
aí não é meu filho não. Então é isso que Kardec está dizendo aqui: com estas situações
específicas é mais fácil de acreditar. Tanto que ele coloca no fim: até mesmo o maior dos
incrédulos poderá ficar surpreso com o resultado daquilo. É... Noções específicas. Eu posso
colocar, por exemplo, o nome de uma cachorra que eu tive quando era criança que só eu vou
saber. Uma situação específica que aconteceu só entre nós dois, né? Positivo ou negativo, aí a
mãe vai ter uma certa credibilidade daquela carta. A mãe ou o familiar, quem quer que esteja
buscando resposta.

Quando se manifesta o Espírito de alguém que conhecemos pessoalmente, de um parente ou


de um amigo, por exemplo, mormente se há pouco tempo que morreu, sucede geralmente que
sua linguagem se revela de perfeito acordo com o caráter que tinha aos nossos olhos, quando
vivo. Já isso constitui indício de identidade. Indício, tá? Principalmente quando já morreu mais
cedo? Porque nós não podemos nos esquecer do seguinte: o espírito ele é imortal. Então eu
tenho várias vivências antes de ser Vitor que me capacitam a ser Vitor. Eu não posso conceber
que eu estou aqui ofertando esses estudos, participando desses estudos como linha de frente
baseado: ah, eu tenho 32 anos e isso é tudo que eu sei. Eu tenho que ter um conhecimento
prévio. Então da mesma forma que eu tenho conhecimento prévio: eu sou Vitor há 32 anos.
Antes disso eu era outras coisas, outras pessoas: homem, mulher, o que quer que seja. Então
quanto mais tempo eu fico desencarnado mais tempo eu vou me desligando da última
encarnação e retornando ao que eu sou no todo. Fica claro isso?

Existem tais noções que nós temos de encarnações que foram muito especiais para nós. Pode
ter um espírito, por exemplo, que pela primeira vez teve uma gestação legal e teve um filho
que amou muito então e é uma mulher então ela se identifica que aquela encarnação dela foi
uma encarnação muito feliz porque ela teve uma maternidade legal, ela teve uma família legal
e aí vamos supor que ela chama lá... E aí vamos ver alguém aqui... Maria Emília. Ela chamava
Maria Emília. Aí ela desencarna e volta como Bruno. Aí a encarnação como Bruno já é uma
encarnação mais ou menos assim. Uma encarnação que ela fez coisas, mas que não teve nada
muito grandioso. Aí desencarna como Bruno esse espírito. Depois de um tempo ele pode
escolher voltar a se manifestar como Maria Emília. Fica claro isso? Então não é que um espírito
se manifesta sempre como a última encarnação do que ele foi. Ele costuma se manifestar com
aquela que foi mais importante para ele.

Por isso você tem Espíritos que são iluminados, mas eles se manifestam, por exemplo, como
escravos, como negro vestido de escravo ou como uma postura de um preto velho e aqui eu
não estou entrando na questão da religião de umbanda, etc. certo? Eu estou falando da
aparência. Uma coisa de humildade. Passa uma impressão de umas roupas ali bem simples e
etc, mas na verdade é um espírito de extrema luz porque aquela encarnação para ele foi um
importante, tá?

Então quanto mais tempo um espírito fica na erraticidade, ou seja, no mundo espiritual, maior
a chance dele se desligar da última encarnação. Então as idiossincrasias dele irem se diluindo e
ele se conectando com o todo que ele é. Então aqueles aspectos específicos talvez se percam
porque é muito difícil você imaginar que você tenha tido cem vidas, por exemplo, e aí você se
lembra de um dia: ah, lembra aquele dia mãe? Que eu fui empinar pipa, a pipa caiu do
telhado, eu fui pegar, cai lá de cima e nós tivemos que ir para o hospital, eu quebrei a bacia e
etc. e tal. É uma imagem chocante. Todo mundo vai lembrar disso, mas cem encarnações, eu
devo ter quebrado a bacia várias vezes, eu devo não ter quebrado, devo ter feito um monte de
coisa certa, errada. Então é muito difícil que a mente de um espírito que ainda não é superior
em nível máximo de agelitude consiga ter essa memória toda fácil. Não é assim: eu
desencarno, eu lembro tudo que eu fui. Está bom?

Então depois de muito tempo de encarnação existe uma chance de certas memórias irem
apagando e assim como eu falei dos estudos irem se confundindo, as encarnações também se
confundem porque eu volto a ser um ser integral. Aí eu lembro: teve uma que eu caí, mas a
minha mãe era Celeste ou era minha mãe Sônia? Eu era homem ou era uma mulher? Quando
foi que eu caí do telhado? Então por isso que quanto mais cedo se buscar uma mensagem
maior a chance de que ela venha com maior credulidade. Então é por isso que Kardec coloca
esse ponto aqui.

Não mais, entretanto, há lugar para dúvidas, desde que o Espírito fala de coisas particulares,
lembra acontecimentos de família, sabidos unicamente do seu interlocutor. Um filho não se
enganará, decerto, com a linguagem de seu pai ou de sua mãe, nem pais haverá que se
equivoquem quanto à de um filho. Neste gênero de evocações, passam-se às vezes coisas
íntimas verdadeiramente empolgantes, de natureza a convencerem o maior incrédulo. O mais
obstinado céptico fica, não raro, aterrado com as inesperadas revelações que lhe são feitas. E
aí entra, por exemplo, aquele caso, né? Daquela pessoa que foi assassinada, ninguém achava o
corpo e aí por uma comunicação mediúnica de psicografia apareceu uma carta dizendo onde
os ossos estavam enterrados e foram cavar, os ossos estavam lá. Quer dizer, como que o
indivíduo não vai crer nisso, né? Ninguém está achando o corpo, chega um médium que nem
sabe o que está acontecendo, psicografa lá, falando: óh, o osso está enterrado embaixo do
porão da casa tal. Eles vão, cavam lá e o osso está lá. Então são essas noções que Kardec fala
aqui: se o indivíduo não quiser crer, ele não vai crer em nada, mas dá um susto na pessoa sim
quando a mensagem vem desse jeito. Muita gente chega ao espiritismo através disso: alguém
fala: olha, tem uma casa espírita lá que eles fazem psicografia e a mãe perdeu o filho, está
desolada porque a crença dela era: depois que nós morremos, acabou ou então é: só quando
Jesus voltar o filho vai se levantar, mas ela não quer esperar Jesus, ela está com saudade do
filho e aí ela fala: não tenho nada a perder. Vou lá, né? Igual quando a pessoa está
desempregada muito tempo e fala: ah, eu vou ler a sorte aqui, vai que aparece alguma coisa,
né? Não vai me custar nada mesmo. E mais a pessoa vai nessa. Vamos ver o que acontece. Aí
chega lá, recebe uma psicografia com a caligrafia do filho, com ele falando coisas específicas
dela, da morte dele, tudo mais, aí ela entende que tem uma verdade naquilo. Ela continua
indo querendo mais cartas, mas ao querer mais cartas ela acaba assistindo uma palestra, ela
acaba vendo um seminário, ela acaba aprendendo uma oração e aí vai ficando e resolve
estudar. Então muita gente chegou ao espiritismo buscando meramente comunicações sem
acreditar muito, mas mais pela dor e ao perceber que aquilo realmente acontecia, ficou.
Algumas não. Algumas vão embora e só voltam quando dói de novo, mas é parte do processo.

Comentário: Beleza? Então isso aqui é importante para nós. Outra circunstância muito
característica acode em apoio da identidade. Dissemos que a caligrafia do médium muda, em
geral, quando outro passa a ser o Espírito evocado e que a caligrafia é sempre a mesma
quando o mesmo Espírito se apresenta. Então não se trata da questão específica, mas da
assinatura também. Então imaginem que eu sou um médium de psicografia bem evoluído, tá?
Evoluído no sentido de trabalhado como médium e a Cristina Assunção também é. E aí eu vou
receber uma mensagem lá do Doutor Adolfo Bezerra. Vai ter uma caligrafia. Quando a Cristina
receber a mesma mensagem do mesmo espírito a caligrafia vai ser a mesma e quando eu sou
um médium que recebo vários aí eu vou receber um, vou receber o outro a caligrafia vai
mudando de acordo com o espírito e se mantém para o mesmo espírito. Então isso é um sinal
de que há pelo menos a mesma energia tem que estar atuando ali, né? Porque é muito difícil
imitar caligrafia, certo?

Assinaturas se hão obtido de exatidão perfeita. Longe estamos, todavia, de querer apontar
esse fato como regra e menos ainda como regra constante. Mencionamo-lo apenas como
digno de nota. Então quando eu falo que tenha a... Tanto a humildade de Kardec isso é um fato
assim... Você está vendo, né? A caligrafia mudou, é a mesma caligrafia de espírito diferente,
mas mesmo assim ele não diz: olha é desse jeito e ponto final. Ele fala: é um indício. O que ele
está apresentando o que são indícios que somados confirmam e trazem alguma veracidade,
mas ele não está colocando isso como uma regra porque como eu disse: o médium pode não
ser tão treinando em sua passividade porque isso aqui não se trata só de dar passividade. Tem
uma parte de musculatura, tem uma parte de soltura de tônus, de tudo que o indivíduo
precisa ser destravado. Quando o médium está em processo de começo e ele ainda meio
travado, as letras não saem muito diferentes. Costuma ser uma caligrafia meio parecida. O
médium experiente não. Ele consegue esse destravamento e vai mais fácil para identificar isso
aí.

Então para quem que interessa a veracidade do que está ali? Para quem precisa da mensagem.
O resto não precisa acreditar. Se o pai foi buscar uma mensagem do filho e para ele é a
mensagem do filho ele não está nem aí se isso é comprovado cientificamente. O que ele quer é
a confirmação emocional daquele fato, mas Kardec ele tem que entrar no momento de
explicar para os cientistas, para a comunidade científica que esteja aberta. Isso e dá um
embasamento para que nós não fiquemos assim: por que/ que é assim? Ah, porque Deus quis.
Ah, porque Kardec falou. Então ele dá ó: tem esses indícios aqui. Não faça disso uma regra,
mas somando todos eles você terá uma chance muito maior de evitar erros.

Comentário: Não é? Então quando ele coloca aqui ó: Só os Espíritos que atingiram
certo grau de purificação se acham libertos de toda influência corporal. Estes aqui tem uma
facilidade maior de tomar formas específicas. Formas que facilitem o seu reconhecimento.
Então quando você enxerga esses filmes espíritas ou estes livros espíritas. Os seres que estão
ali na governância eles são sempre seres relativamente neutros. Com uma aparência neutra,
umas vestes brancas, ali de tecido e tal, um, semblante bonito, tudo certinho, né? O que eu
quero dizer: dificilmente você tem um relato de alguém com o moicano roxo, de alguém cheio
de piercing no rosto e tal. Não porque isso seja condenável, mas por que o objetivo é
justamente assim: eu quero que você se comunique com o meu pensamento e não com a
minha imagem.

Então costuma ser uma coisa meio baunilha quando se pensa em Espíritos superiores porque
eles não têm o apego à vaidade dessa coisa de precisar ser mais bonito que o outro ou de
chamar mais atenção do que o outro ou se destacar porque eles compreendem que eles se
destacam pela moralidade que eles possuem. Os Espíritos que ainda não chegaram nesse grau
de purificação eles ficam preso a essa forma do corpo físico. Eles ficam presos a isso: ah, se eu
tenho um músculo, se eu tenho um peito, se eu tenho coxa, se eu tenho um braço, se eu tenho
isso e aquilo, se eu sou bonito, etc. É difícil para eles desapegarem disso. Ah, eu vim de um
mundo onde era extremamente bonito, era modelo, miss, mister e agora para que eu vou
assumir uma forma meio neutra assim? Então os Espíritos superiores conseguem fazer isso
com maior facilidade porque não tem esse apego e por consequência se desligam mais dessas
idiossincrasias, desses maneirismos, nesses cacoetes. Estas coisas assim que denotam muito
que se refere à pessoa.

Quando ainda não estão completamente desmaterializados (é a expressão de que usam)


porque isso aqui era novidade então Kardec está apresentando que os Espíritos utilizam a
palavra “desmaterializados” quando querem se referir a desligamento da matéria. Isso aqui é a
introdução de um conceito que ele estava apresentando. Então ninguém fica falando “Espíritos
desmaterializados” até então. Então ele cunha esse termo baseado no que os Espíritos estão
trazendo e explica ó: eles dizem materializados quando se refere a estar livre da influência
corporal. Então quando ainda não estão completamente desmaterializados conservam a maior
parte das ideias dos pendores e até das manias que tinham na terra. O que também constitui
um meio de reconhecimento ao qual igualmente se chega por uma imensidade de fatos
minuciosos que só uma observação acurada e detida pode revelar. Aqui entram esses Espíritos
que eu falei no começo, tá? Espíritos que ainda fumam cigarro, Espíritos que ainda tomam
cerveja, Espíritos que ainda tomam pinga, Espíritos que ainda precisam de coisas físicas: ah,
traz um frango para mim, uma vela e não sei o quê. Eles são Espíritos não desmaterializados.

Então eles ainda precisam dessas coisas que são carnais, essas coisas que são terrenas porque
eles estão em estágio menos avançado de evolução muito mais próximo do que nós somos.
Então esses Espíritos que precisam dessas coisas para se manifestarem eles são na verdade
pessoas da mesma hierarquia que nós, Espíritos da mesma hierarquia que nós que estão
desencarnados. Tanto que a maioria inclusive barganha, né? Eu te ajudo lá com o concurso se
você fizer tal coisa, eu te ajudo a conquistar aquela pessoa se você fizer tal coisa.

Então espírito superior não faria isso, tá? Um espírito superior não interferiria baseado em
presentes que recebe. Você não vai ver um espírito que trabalha para que a lei de Deus se
cumpra na sua meritocracia plena na lei de causa e efeito convencendo uma pessoa se
apaixonar pela outra só porque a outra deu a ele dinheiro ou fez um trabalho porque existe
aquilo. Então nesse aspecto não se refere que não funcione por que nós podemos fazer isso
até com pessoas encarnadas, não é? Provavelmente em algum momento da sua vida você
chegou para uma amiga sua ou para um amigo seu e falou assim: olha, eu estou afim de tal
pessoa. Você não vai lá e conversa com ela para mim? É isso. Aí a pessoa foi, conversou e
falou: nada a ver! Ele não quer você ou então: olha, eu fui conversar de você na verdade ele
quer ficar comigo, tá? Acontecem essas coisas, né? Então da mesma forma que nós fazemos
isso com os encarnados, estes desencarnados continuam do outro lado: ó, você me trouxe
uma pinga eu te ajudo a passar naquele emprego, eu te ajudo a conseguir um carro e tal, mas
o que eles estão movimentando são barganhas energéticas e isso não é movimento de espírito
superior, tá? Ainda é movimento de espírito preso a matéria. Você não vai ver espírito de
extirpe superior fumando um charuto. Não pelo vício em si, mas porque o charuto é material e
o espírito não tem pulmão, então não há necessidade de um espírito fumar um charuto. Ele
poderia estar, por exemplo, com um cachimbo na mão porque foi conhecido como tal, mas
não pelo vício em si.

Vêem-se escritores a discutir suas próprias obras ou doutrinas, a aprovar ou condenar certas
partes delas. Então o indivíduo que escreveu uma coisa, desencarna e chega do outro lado e vê
que é muito mais do que era ele volta, fala: ó, apaga o capítulo daquele livro por que não tinha
nada a ver, eu viajei! Ou então ó: acrescenta tal coisa porque estava certo mesmo! É desse
jeito e tal. Então é possível dialogar com esses escritores.

Outros a lembrar circunstâncias ignoradas, ou quase desconhecidas de suas vidas ou de suas


mortes, toda sorte de particularidades, enfim, que são, quando nada, provas morais de
identidade, únicas invocáveis, tratando-se de coisas abstratas.Então como a comunicação é
abstrata eu não tem como pegá-la, tateá- la dentro dos nossos sentidos a invocação que eu
posso fazer é moral. Quem era esse indivíduo, como esse indivíduo pensava, qual era a forma
que ele agiu, o que aconteceu de verdade? Se nós recebemos uma carta, por exemplo, do
Michael Jackson, do Robin Williams esses indivíduos vão dizer o seguinte: olha, realmente eu
cometi suicídio com os remédios para dor ou então: não! Não era a minha intenção eu só
estava com muita dor e quis tomar o remédio, mas na verdade não foi um suicídio. Então
poderia acontecer essas comunicações que inclusive desconstruiriam vários mitos assim e
várias situações que pareceram em situações adversas, assim: a pessoa caiu do prédio, foi
empurrada ou não foi empurrada? Ela vem e fala: não, eu estava lá na beirada, fui tirar uma
selfie, desequilibrei, cai! Ninguém me empurrou e tal. Então vai chegar um dia que quando isso
for realmente considerado uma ciência essas informações vão auxiliar até no judiciário. E aí é
grande chance de diminuir a criminalidade porque você não tem mais como queimar arquivo,
né? Matar a pessoa, já não vai funcionar mais. Então isso com certeza vai ajudar na evolução
moral do planeta. No início pela condição do indivíduo, mas depois de um tempo, pelo hábito:
eu não vou cometer um crime porque o cara vai voltar contando os detalhes.

Comentário: Ora, se a identidade de um Espírito evocado pode, até certo ponto, ser
estabelecida em alguns casos, razão não há para que não o seja em outros; e se, com relação a
pessoas, cuja morte data de muito tempo, não se têm os mesmos meios de verificação, resta
sempre o da linguagem e do caráter, porquanto, inquestionavelmente, o Espírito de um
homem de bem não falará como o de um perverso ou de um devasso. Está claro isso aí? Então
ele também não vai ter raiva, ele também não vai punir se você abandonar. Como eu disse
desses Espíritos que barganham se você em algum momento falar: olha, eu não quero mais a
sua ajuda! Eu vou seguir sozinho! Eles te punem. Um espírito esperando vai fazer isso. Porque
isso é inveja, isso é posse, isso é tomar crédito por coisas. Um espírito superior não faz isso. Da
mesma forma que ele não dá nada pronto ele não tira nada que foi conquistado. Ele apenas
orienta. Uma orientação é o seguinte: olha, Vitor tem uma estrada para lá e uma estrada para
cá qual você quer seguir? Ah, eu quero seguir a estrada da esquerda que está ali cheia de caco
de vidro! Cheio de espinhos! Ele fala: tem certeza? A outra pode ser um pouco menos dolorosa!
Não, eu quero! Então pode ir. E ele vem junto, né? O mentor, o guia.

Agora se eu estou falando de um momento científico, por exemplo, esses estudos, tem um
comprometimento com esses estudos. Aí eu venho aqui, começo a fazer esses estudos, ele vai
ficando pontual, as pessoas vão se aproximando, vão fazendo as orações, os Espíritos
superiores ouvem falar desses estudos, começam a se aproximar, vão ver o que está
acontecendo ali, aí vêem: não, é seriedade. Aí funciona, mas não adianta nada desligar a
câmera aqui, sair daqui, ir lá para cracolândia e me prostituir à noite inteira e depois voltar
fazer o estudo. Não vai ter como. E brigar na rua de soco e xingar idoso no ônibus e depois vir
aqui fazer isso. Chegará o momento que isso aqui vai ruir. Então é nesse sentido que eu falo
que existe um amparo. Não há pressão, mas também não há punição. Você está fazendo o
bem te acompanharemos. Você escolheu fazer o mal, iremos procurar alguém que está
fazendo o bem e se você retornar ao bem, retornaremos também. É só isso. Não tem essa coisa
de: ah, se você me deixar você vai ser punido. Eu te dei um carro e agora como é que você vai
me pagar por isso? Eu te trouxe a pessoa amada em três dias e agora como é que vai ser? Quer
dizer... Como é que você traz a pessoa amada em três dias se não for por rapto? Um espírito
superior nunca fará um sequestro. É só colocar o mínimo de racionalismo na situação.

Então Espíritos que morreram há muito tempo são esses que ele cita: como é que eu vou ter
certeza que é Napoleão Bonaparte falando se eu não tenho ninguém que andava com ele?
Não sei como esse cara fala, se ele falava gritando, se ele falava calmo. Eu tenho registros que
foram feitos, mas as idiossincrasias, os maneirismos, as manias eu não tenho como saber.
Então Kardec trouxe o primeiro ponto: os Espíritos familiares se reconhecem por isso, por isso,
por isso. Aí naturalmente alguém vai perguntar: tá, mas e os que morreram há muito tempo
como é que faz? E aí ele explica: Quanto aos Espíritos que se apropriam de nomes respeitáveis,
esses se traem logo pela linguagem que empregam e pelas máximas que formulam. Um que se
dissesse Fénelon, por exemplo, e que, ainda quando apenas acidentalmente ofendesse o bom-
senso e a moral, mostraria, por esse simples fato, o embuste. O embuste é mentira, é a
emboscada, é a enganação. Então se eu sou reconhecidamente uma pessoa superior em
qualquer área que seja, sei lá. É como se você estivesse assistindo uma aula do professor
Pasquale Cipro Neto e de repente ouvisse ele falando: nós vai, nós foi. Não! Espera aí. Esse
cara não falaria: nós vai, nós foi. A não ser que ele estivesse citando alguma gíria. Então o que
Kardec coloca é o seguinte: mesmo que seja um deslize mínimo já é o suficiente para
caracterizar o indivíduo.

Vou pegar outro exemplo aqui para ficar mais fácil. Em se tratando de termodinâmica. Nós
sabemos pelas leis da termodinâmica que o mais concentrado e o menos concentrado se
equilibram, ou seja, quando o dia está frio e uma pessoa abre a janela, a outra fala assim:
fecha a janela senão o frio vai entrar. Isso é errado porque na verdade é o calor que sai e na
ausência de calor tem-se a sensação de frio. Então como tem calor só dentro da minha casa e
está frio lá fora, quando eu abro a janela o calor que sai e ao sair eu sinto frio. Isso é
termodinâmica. Aí vem um indivíduo especialista em termodinâmica e ele fala: olha, fecha a
janela senão o frio vai entrar. Na hora você já sabe que ele está mentindo. Não pode ser ele
porque isso é uma lei básica. Então são nesses pontos que nós vamos identificar. Agora se eu
já estou fascinado por isso: olha! Joanna De Ângelis chegando aqui, escrevendo para mim eu
não vou nem questionar a coisa. Eu vou falar: é ela e pronto! Ninguém vai negar que é. Qual
que é o conceito aqui? Eu tenho menos chance de ser enganado por Espíritos quanto mais eu
estudo, quanto mais eu conheço as leis naturais e quanto mais eu conheço de todas as ciências
menos chance eu tenho de ser enganado.

Então se você coloca isso tudo em todas as questões da vida fica mais difícil de você ser
enganado. Não estou falando de nós, assim: pessoas do dia-a-dia. Estou falando do indivíduo
que vai trabalhar com a psicografia, que tem uma responsabilidade muito grande de escrever
livros que vão ser colocado à venda para as pessoas por psicografia. Que vão escrever cartas
de filhos para as mães. É uma responsabilidade muito grande você está ali sendo enganado
porque não detém o conhecimento básico de certas ciências, principalmente das leis naturais.

De outra forma, havíamos de supor que um Espírito que só prega o bem é capaz de mentir
conscientemente e, ainda mais, sem utilidade alguma. Ou seja, o espírito superior que ele cita
aqui Fénelon deu uma deslizada porque não é ele porque ele não deslizaria nisto ou então ele
está mentindo conscientemente sem utilidade alguma só para dar risada. O que também não
seria ele. Então por exclusão não é o espírito ou é o espírito.

Comentário: Então é lógico que eu já gosto desse cara desde já. Atacou absolutismo,
humanizou e lutou pela liberdade, já sou fã. Então Kardec está citando este indivíduo aqui. É
muito difícil acreditar que este indivíduo conhecendo o histórico que ele fez, né? A dor de
cabeça que ele arrumou contra os ortodoxos da igreja na época (que porque à época a igreja
era o estado, né?. Não é que: ah, tem a igreja e o estado. A igreja era o estado. Não se fazia
quase nada sem que a igreja intervisse na função). Então ele vai de dentro da igreja com o
conhecimento que ele tem buscar evangelizar pessoas de uma forma menos absolutista, ou
seja, você vai morrer se não fizer o que eu estou falando , mas num movimento mais de amor,
como é que este indivíduo vai vir aqui e escrever um texto absolutista?

Façam o que estou dizendo se não vocês morrerão.

Não poderia ser ele. Então só para ficar mais claro é desse indivíduo que Kardec está falando.

Comentário: Está legal? Então Espíritos de mesma categoria. Como eu vou dizer?
Então suponha que você está casada e aí você está casada e a pessoa com quem você está
casada está junta há 10 anos e são parceiros, parceiras e etc. E aí eu ligo para você. Eu ligo lá
para Maria Emília para falar com ela porque eu quero saber se ela e o marido dela ou esposa
dela, o que quer que seja vão sair comigo para jantar, mas ela não está. E aí o marido dela
atende ao telefone e aí ele fala: não, nós vamos sim. Vamos às 19 horas, ou seja, eu não
preciso que ela me dê a resposta porque ele pode responder por ela. Então o que Kardec
coloca aqui é que em algumas vezes o espírito que se manifesta com o nome conhecido não é
o nome conhecido, mas tem uma procuração para falar por ele. Está claro, isso? Porque o
objetivo que vai falar... Ó, eu tenho que falar sobre amor. Tanto faz quem vai lá falar. Vai lá,
fala sobre amor, você entende também. Aí esse espírito vem. Como ele não é conhecido e não
vai ser relacionado a nada então ele pega o nome de alguém que é conhecido que teria crédito
naquela temática que será trabalhada e assina aquele nome claro com autorização e
permissão desse espírito que pode estar ocupado com outras tarefas. E Kardec coloca o que
no final? Tanto faz quem é, contanto que a mensagem seja boa, isso é o que importa.
Confirmando isso: vale mais a mensagem do que o mensageiro. Ou seria assim: vale mais a
refeição do que o garçom que a trás. Se a refeição for boa, tanto faz o garçom que vai trazer.
Você pode não ir com a cara do garçom, você pode achar o garcom chato, você pode achar o
garcom o que for, mas ele vai te trazer a refeição. Se a refeição for ruim, infelizmente as
pessoas xingam o garçom, não xingam o cozinheiro. Então da mesma forma como a mensagem
às vezes é ruim a pessoa xinga o médium e não o Espírito?

Apresenta-se então com o seu nome, porque lhe é idêntico e pode substituí-lo e ainda porque
precisamos de um nome para fixar as nossas idéias. Ou seja, é mera formalidade. É puramente
burocracia: nós precisamos de um nome, você dá um nome, mas o que importa é a
mensagem. Esta mensagem ela não interessa necessariamente de quem venha contanto que
ela venha boa. O mesmo, entretanto, não é admissível nas evocações íntimas; essas de mãe
para filho porque não adianta alguém vir falar pelo indivíduo. Mas muitas veszes isso acontece.
Ok?

Eu já desencanei demais hoje, né? Deixa eu desencarnar alguém aqui. O Roberto desencarna
né? Se não fica só eu desencarnando aqui. Aí o Roberto desencarna lá no Japão e algum
familiar dele fala: eu preciso de uma mensagem do Roberto e tal. Faz uma semana que ele
desencarnou, quero falar com ele. Só que ele desencarnou uma semana, às vezes ele ainda
nem despertou na erraticidade. Ele ainda está naquele processo de: onde eu estou? Que eu
estou fazendo aqui? Estou num hospital e tal. E alguém fala para ele lá na cama do hospital: ó,
Roberto, sua família está querendo uma mensagem sua, mas você não tem condições de ir.
Então é como se ele falasse assim ó, fala que eu estou bem, fala que eu etou sendo cuidado,
peça para eles cuidarem dos cachorros e que vai ficar tudo bem por aqui. Aí a mãe recebe uma
carta: ó, estou bem, estou sendo cuidado, cuidem dos cachorros, vai ficar tudo bem por aqui.
Entende? Então assim: alguém veio transmitir a mensagem. Não era ele porque ele não tinha
condições de vir, mas a família tinha mérito para receber uma mensagem então recebeu. O
que importa para família: ah, é ele mesmo, ele sabe que eu tenho cachorro, então acabou, mas
não é ele que está ali. Então isso pode acontecer também. Como um médico... A família
interna alguém no hospital psiquiátrico e o psiquiatra vêm dar a notícia: ó, ele está bem,
tomou remédio e tal porque a pessoa está esquizofrênica não pode falar por si. Então o médico
vem e traz o relato. No mundo espiritual não seria diferente: o Roberto está bem, ele está se
recuperando, só que como a pessoa quer ouvir dele então ele traz a mensagem que o Roberto
trouxe como se fosse um bilhetinho e ele lê esse bilhetinho para o médium e o médium
psicografa isso, está bom?

Comentário: Então aqui Kardec volta a falar da seriedade, tá? E eu acho isso muito
positivo. Eu não lembro quem foi que me falou isso porque eu recebi muita mensagem, mas
uma pessoa escreveu uma mensagem: Vitor, eu estou acompanhando os estudos, eu indico ele
para algumas pessoas que frequentam a casa comigo, mas elas querem coisas mais fáceis,
mais diretas e que não sejam tão complexas. Então é aí que eu falo isso, né? Se você quer
coisas fáceis e complexas então não sou eu Vitor dizendo isso para você, é Kardec: Jamais
teremos repetido bastante que ela demanda estudo assíduo e por vezes muito prolongado.
Não sendo lícito provocarem-se os fatos, tem-se que esperar que eles se apresentem por si
mesmos. E aqui no começo: Essa é uma das dificuldades do Espiritismo prático. Nunca, porém,
dissemos que esta ciência fosse fácil, nem que se pudesse aprendê-la brincando, o que, aliás,
não é possível, qualquer que seja a ciência. Então se você quer estudar kardecismo por cima
você está estudando isso como uma religião. Se você quer estudar isso como uma ciência é
vírgula por vírgula. Não tem outro jeito: são horas e horas construídas e este é o trabalho que
faremos aqui: vírgula por vírgula. Às vezes vai ficar pesado, às vezes vai ficar incômodo, às
vezes pode ficar maçante, aí você tem uma gripe, fica uma semana sem assistir estudos, sabe
que tem dois ou quatro para tomar de novo, mas é nesse processo, não tem como parar.
Teremos férias de vez em quando para dar essa pausa, mas o objetivo aqui é esse: sem pressa,
sem resumir a coisa. Vírgula por vírgula porque essa sinceridade que Kardec pede a nós porque
essa é a seriedade que ele teve para conosco de explicar detalhe por detalhe o que ele está
fazendo, onde ele poderia estar acertando, onde erros poderiam ser apontados e como refutá-
los. Então da nossa parte cabe corresponder à altura com o mesmo valor e o mesmo respeito
que ele teve para conosco.
Ao passo que o homem superficial não vê numa flor mais do que uma forma elegante, o sábio
descobre nela tesouros para o pensamento. Então nós estamos aqui para descobrir os tesouros
não para achar bonito.

Comentário: As observações que aí ficam nos levam a dizer alguma coisa acerca de
outra dificuldade, a da divergência que se nota na linguagem dos Espíritos. Diferindo estes
muito uns dos outros, do ponto de vista dos conhecimentos e da moralidade, é evidente que
uma questão pode ser por eles resolvida em sentidos opostos, E aí ele fala: O ponto essencial,
temo-lo dito, é sabermos a quem nos dirigimo. Então a questão não é: farei perguntas para os
Espíritos. É: para qual espírito farei tal pergunta? Então eu vou perguntar de termodinâmica
para um Botânico? Não, tá? Eu vou perguntar de Psicologia para um magarefe? Não, tá? É
entender exatamente em que ponto eu estou fazendo a pergunta. Bom então quer dizer que
eu preciso ter um Espírito sábio naquela ciência para fazer a pergunta? Preciso. E o que eu
preciso ter para conseguir evocá-lo? Moral suficiente para que ele venha. Essa é a dificuldade.
Então primeiro eu tenho que ter uma moral suficiente para evocar um Espírito “x” e eu tenho
que saber qual tipo de Espírito conseguirá responder a pergunta que eu tenho, por isso não é
uma ciência assim mesa ouija, né? Não é só ficar lá com a mãozinha rodando para lá e para cá:
sim, não e etc. Espírito superior não se dará a essa situação.

Comentário: Bom quem não acreditou em mim agora tem que acreditar em Kardec.
Se é este cara que nós estamos estudando e se esse é o posicionamento dele sobre a doutrina
que ele codificou então não tem como fazer diferente disso, por isso eu acredito que
principalmente esse grupo que já me acompanha desde 2015 até 2012 nos estudos de Joana
está preparado. Sabe o que vai acontecer aqui e as pessoas que estão chegando agora podem
ter certeza que mudança significativas e positivas ocorrerão nas suas vidas porque o estudo de
Kardec é o estudo da lei de Deus e a lei de Deus é amor. Nós não destilaremos ódio aqui, nós
não traremos contravenções. Nosso objetivo aqui é libertar as pessoas daquelas imagens
arquetípicas monstruosas de culpa, de medo, de insegurança para que nós possamos nos
conectar ao sagrado, a Deus de uma forma mais limpa e sem tantas interrupções do nosso ego
machucado em vivências contínuas. Então isso é ele dizendo.

Diremos, em primeiro lugar, que, independentemente da causa que vimos de assinalar, outras
há de molde a exercerem certa influência sobre a natureza das respostas, abstração feita da
probidade dos Espíritos. Este é um ponto capital, cuja explicação alcançaremos pelo estudo.
Por isso é que dizemos que estes estudos requerem atenção demorada, observação profunda e,
sobretudo, como, aliás, o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança. É
isso o que precisa para estar aqui. Então se você identifica que isso aqui vai ficar muito pesado
acompanhe por um tempo até onde você aguentar. Isso aqui é... Nós estamos ainda
trabalhando a introdução, nos conhecendo, acertando a métrica aqui dos slides com o tempo
de estudo, mas já, já a coisa fica afinada e vai ficar bem mais legal também. Não que não
esteja.

Só vou voltar aqui porque eu acho essa frase maravilhosa, né? Isso é frase de cabeceira: Como
pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito? Ninguém, pois, se iluda: o estudo
do Espiritismo é imenso. E por imenso também não está apenas em Kardec. Kardec é obra
básica. É o alicerce. Enquanto estivermos vivos estaremos estudando. Enquanto tiver internet,
Youtube estaremos estudando.

Comentário: Então ao mesmo tempo em que isso se dá para a parte teórica se dá para
a parte física. Um Espírito superior não está preocupado se eu sou bonito, se sou feio, se sou
rico ou se eu sou isso e aquilo. Ele está preocupado com que está aqui dentro. Se o que está
aqui dentro for honesto então eu vou receber apoio. Se não for eu vou fazer sozinho, vou ter
meu mérito, mas eu com certeza não vou contar com uma equipe, certo? Então o que ele
coloca aqui é o seguinte: é que ele como estudioso não está preocupado em ficar
encontrando: ah não, mas aquele ali usou a vírgula de outro jeito! Olha esse aqui usou aquela
palavra! Ele está preocupado com que a mensagem transmite. Qual é o fundo dessa
mensagem. Ah, essa mensagem está falando de perdoar as pessoas! Então não interessa como
ela foi escrita. Interessa o que ela passa. É isto que Kardec está dizendo. E também já nos
orientando: não fiquem apegados à escrita: ah, Kardec escreve difícil, Kardec escreve fácil ou
então: eu não entendi isso aqui! Absorva o conceito. Porque o conceito um analfabeto pode
absorver e um PhD pode absorver. Quando você se adequa à forma, aí só certas pessoas
podem absorver.

Então por isso que a doutrina espírita pode chegar a qualquer pessoa. A leitura do Evangelho
não. Ela é limitada a pessoas que tenham uma alfabetização de intermediária para avançado,
mas o conteúdo pode chegar a qualquer pessoa. E nós que sabemos fazer a leitura é que
temos essa função de levar para as pessoas que não têm essa habilidade de forma humilde,
né? Com um linguajar que elas consigam entender porque o que interessa é o fundo e não a
forma.

Comentário: Então ele confirma essa questão do fundo ser mais importante que a
forma e dá um exemplo dos Espíritos, tá? Então quando eu falo aqui: espírito superior algumas
pessoas ainda ouvem: então tem um inferior e um superior. O que ele coloca aqui: existe uma
infinidade: desde o mais inferior até o mais superior existem todos os tipos de Espíritos. Não
existe um vácuo, um espaço, um GAP aqui onde não se possa alcançar. Existe todo tipo de
espírito. O que é bom moralmente, mas é ruim intelectualmente, o que tem inteligência
analítica, mas não tem emocional, o que é primitivo, o que é terrorista (como nós vimos no
estudo ontem), o que é puro amor. Então quando se fala superior de angelitude é o grau
máximo que se pode alcançar o qual ainda não temos condições de conceber pela nossa
pequenez, mas nós temos condições de conceber o que é primitivo e isso para nós já é
importante. Antes de pensarmos em sermos superiores temos que pensarmos em lutar contra
o primitivismo que existe em nós. Então eu não matar, não vou roubar, não vou estuprar, não
vou falar mal, não vou fazer fofoca, eu vou tentar me alimentar cada vez menos materialismo,
vou tentar produzir cada vez menos materialismo na minha vida, ficar menos preocupado com
a roupa que eu estou usando e mais preocupado com o conforto que ela me traz. É nesses
pontos que nós vamos deixando o primitivisto em direção à sublimação. Então o que ele
coloca é: tanto faz se vai dividir em 3, 5, 20 ou cem os graus de evolução dos Espíritos. Todos
estão certos porque depende só das escalas que você divide tá? É só uma confirmação desse
aspecto dele.

Comentário: Então ele cita esses indivíduos. Eu não coloquei nota do expositor porque
ele está apenas citando os indivíduos importantes para a história da ciência dizendo que cada
um fala de uma coisa, mas não significa que eles estejam errados porque a botânica e o
naturalismo em si são uma ciência que não vão modificar não importa a forma que se dê a ela.
Então ele pede: Deixemos, conseguintemente, de emprestar a coisas de pura convenção.
Convenção é tudo aquilo que foi convencionado que cinco ou dez pessoas se juntaram e
falaram: vamos chamar desse jeito e ele está preocupado: não importa. O que importa é nos
atermos ao que é verdadeiramente importante e, não raro, a reflexão fará se descubra, no que
pareça disparate, uma similitude que escapara a um primeiro exame. Então ele diz: se nos
atentarmos ao fundo perceberemos em coisas que parecem não fazer sentido um sentido que
escapara a um primeiro exame. Por isso a leitura rápida não adianta nada. Você pegar para ler
o Evangelho, você pegar para ler o Livro dos Espíritos em 3,4 dias você termina, mas o que isso
significou tá? Então é isso que ele está dizendo. Quando você estuda com calma e se atenta ao
fundo e não a forma você consegue absorver coisas que para algumas pessoas não fazem
sentido, mas que para você vai fazer e isso é uma diferença imensa naquilo que estamos
fazendo aqui.
Comentário: Passaríamos de longe pela objeção que fazem alguns cépticos, a
propósito das faltas ortográficas que certos Espíritos cometem, se ela não oferecesse margem
a uma observação essencial, ou seja, nós ainda estamos na apresentação, nós ainda estamos
na introdução e Kardec ainda está colocando quais são os pontos importantes para nós e uma
das coisas que questionavam ele era que algumas psicografias vinham com erros ortográficos.
Então o indivíduo falava: como é que pode ser um Espírito superior escrevendo isso se tem um
erro francês aqui? (nós vamos trazer para nossa realidade) como é que pode ser um doutor
Adolfo Bezerra se isso aqui está escrito nós vai? Ou um erro ortográfico de outro tipo: psicina
com ç, certo? Então Kardec explica: isso poderia ser totalmente ignorado, mas não será
ignorado porque isso nos oferece uma observação essencial e aí explica: sempre é
irreprochável; mas, grande escassez de razões seria mister para se fazer disso objeto de crítica
séria, dizendo que, visto saberem tudo, os Espíritos devem saber ortografia. Então quer dizer
nem sempre é impecável a escrita dos Espíritos, mas já seria o suficiente para alguém dizer:
mas se eles sabem tudo, eles têm que saber escrever.

Poderíamos opor-lhes os múltiplos pecados desse gênero cometidos por mais de um sábio da
Terra, o que, entretanto, em nada lhes diminui o mérito, ou seja, várias pessoas podem
cometer esse erro mesmo aqueles que são geniais. Em dado momento você comete esse erro,
às vezes você esquece a palavra, esquece a grafia. Quem fala, por exemplo, mais de uma
língua, pessoas poliglotas ou bilingues às vezes costumam se confundir, escrevem errado, etc,
mas isso não caracteriza a ausência de conteúdo na mensagem que a pessoa está passando.
Então Kardec começa a explicar por esse ponto. Outras pessoas também passam por isso. Mais
de um sábio.

Há, porém, no fato, uma questão mais grave. Para os Espíritos, principalmente para os
Espíritos superiores, a idéia é tudo, a forma nada vale. Livres da matéria, a linguagem de que
usam entre si é rápida como o pensamento, porquanto são os próprios pensamentos que se
comunicam sem intermediário. Aqui tem um ponto chave, tá? A Denise pergunta: o médium
influencia? O médium influencia na comunicação que não é mecânica que é a mediunidade
que não é inconsciente, tá? Denise? Você pode ter o médium que é inconsciente, ou seja, ele
está desligado conscientemente de tudo que está acontecendo, ele não lembra o que ele fez e
você pode ter o médium que é consciente, portanto ele é mais intuitivo do que mecânico. No
que se refere ao médium mecânico que a consciência está desligada tanto a psicofonia quanto
a psicografia são muito mais verossímeis: ele assume outra forma, a voz dele muda, a grafia
dele muda. Quando é um médium consciente, portanto mais intuitivo ele pode manter o tom
de voz dele, ele pode manter a postura dele, ser menos influenciado por esses maneirismos,
menos influenciado pelo conteúdo anímico trazido pelo Espírito. Então nesse caso aqui quando
Kardec fala ele está falando das comunicações que são inconscientes principalmente... Que a
grafia mudou e que a assinatura do espírito é dele mesmo, e tal, ou seja, como se o espírito
tivesse escrevido. Então tem o erro de ortografia ali. Que é a mensagem importante para ele?
Então como é que pode, por exemplo, um espírito que desencarnou lá na Alemanha falando
alemão a vida inteira vir se comunicar em português aqui no Brasil? É pelo seguinte: isso às
vezes parece uma coisa simples, mas ela vai para o outro nível e é algo a se treinar também. A
comunicação que nós temos é uma comunicação é... Praticamente verbal. Na verdade ela é
uma comunicação sensorial: eu falo com vocês enquanto eu movimento as minhas mãos,
enquanto eu faço expressões e tal. Então assim: os teus sentidos vão capitando o que eu estou
falando: o tom da minha voz, a altura, o timbre, a expressão que eu estou fazendo, o quanto
estou me movimentando. Então eu consigo comunicar mais do que eu estou falando. Eu posso
estar falando uma coisa e ao mesmo tempo com a minha movimentação dizer: estou ansioso,
estou com raiva, tá? Então a nossa comunicação ela é sensorial. Sendo sensorial que é tudo
aquilo que é captado pelos sentidos ela é primitiva se comparada a uma comunicação de um
espírito superior porque o corpo ele é sempre inferior ao espírito. Se um espírito precisa se
comunicar com outro então eles não possuem o corpo físico. Não possuindo corpo físico não
possuem cordas vocais. Não tendo cordas vocais eles não serão capazes de emitir o som da
mesma forma que nós emitimos porque isso aqui é do corpo físico. Então como que uma
pessoa que não tem essa habilidade consegue se comunicar no mundo? Você tem, por
exemplo, a linguagem Brasileira de sinais conhecida como libras que é a comunicação das
pessoas com deficiência auditiva e deficiência de fala. É mutismo. Então eles vão criando sinais
e quando o indivíduo que não entende libras tenta compreender aquilo ele vai tentando
formar palavras com o que é dito e na verdade não é este o objetivo. São sinais, são imagens
que são colocadas para o indivíduo e que aquilo significa algo no mundo deles.

Compreendido isso nós vamos para o campo da espiritualidade. Vamos lá: eu quero falar para
Hellen Figueiredo ou para Maria Araújo: olha, eu gostaria que vocês pensassem em um vaso
quebrado. Aí elas vão pensar. E todos vocês neste momento então pense num vaso quebrado.
Essa comunicação ela é muito clara, tá? Só que ao mesmo tempo em que ela é clara ela fica
totalmente obscura porque a quantidade de vasos e as possibilidades que se tem impedem
que a minha comunicação... Isso é chamado ruído na comunicação: a minha comunicação não
chega nítida para vocês. Então a pessoa pode imaginar um vaso sanitário. A pessoa pode
imaginar um vaso de cerâmica, a pessoa pode imaginar um vaso de vidro, a pessoa pode
imaginar um vaso de barro, mas é um vaso quebrado. Esse vaso quebrado está com uma
pontinha quebrada ou está esfarelado no chão? Percebe? Então quando eu falo: imagine um
vaso quebrado eu estou comunicando muito pouco com vocês. É bem rudimentar mesmo.
Quando um Espírito vai se comunicar com outro ele não joga essa imagem: pense em um vaso
quebrado. Ele visualiza no seu campo mental o vaso quebrado exatamente como ele quer que
o outro imagine e projeta esta imagem na mente do outro telepaticamente. Então ele sabe
exatamente o que o outro está dizendo. Então ele não precisa dizer, por exemplo, para o
médium eu estou com raiva. Ele joga na mente do médium a imagem de uma pessoa com raiva
e o médium traduz isso: estou com raiva. Pela imagem, está claro? Então por isso é uma
imagem mais rápido porque eu vou bombardeando com imagens então eu consigo em um
segundo te passar uma conexão inteira. Eu posso, por exemplo, jogar... Eu posso jogar uma
imagem que eu vi: ah, estava andando na rua e vi uma pessoa sendo assaltada, aí o indivíduo
saiu do carro, a pessoa correu atrás dela e acabou atirando nela e a pessoa veio a desencarnar
ali no meio da rua. Ó, o tempo que eu gastei para contar essa história. Agora imagina se eu me
conecto com a sua mente e te mostro isso. Você sabe até que carro era e você sabe a altura da
pessoa porque pode ser um Passat, pode ser um ômega, pode ser uma pessoa negra, branca,
asiática, pode ser tanta coisa, está claro? Então nós às vezes nos acostumamos. Às vezes não.
Nós nos acostumamos a nos comunicar dessa forma rudimentar e achamos que estamos
sendo claro e o espírito superior ele não precisa disso então vem telepaticamente. Quando
você começa a receber intuições do seu mentor ele não está necessariamente sussurrando
tudo aquilo na sua cabeça. Ele está jogando ideia: ah, estou triste, não estou conseguindo
andar direito. Aí vem uma ideia: faz uma atividade física! Mas ele não falou assim: faz uma
atividade física. Ele joga a imagem minha fazendo uma caminhada. É... Talvez se eu fizer uma
caminhada vai ser melhor para mim. Fica claro? Então por isso que Kardec diz: havendo essa
comunicação que é telepatica e feita por imagens os Espíritos se importam muito mais com
isso ó: a ideia é tudo, a forma nada vale. Então aqui ó: Livres da matéria, a linguagem de que
usam entre si é rápida como o pensamento, porquanto são os próprios pensamentos que se
comunicam sem intermediário.

Comentário: Muito pouco à vontade hão de eles se sentirem (eles os espíritos que se
comunicam) quando obrigados, para se comunicarem conosco, a utilizarem-se das formas
longas e embaraçosas da linguagem humana e a lutarem com a insuficiência e a imperfeição
dessa linguagem, para exprimirem todas as idéias.

Ah, mas como que isso é insuficiente?

É insuficiente porque se eu falo, por exemplo,

Cone!

De novo:

Que cone o Vítor está

falando? Um cone de rua?

Um cone daqueles que vem linha

enrolada? Um cone de sorvete?

Que cone o Vitor está falando?

Então a nossa linguagem ela é muito limitada. A mesma palavra às vezes serve para várias
coisas. Então o espírito que está acostumado a se comunicar pelo pensamento de repente ele
tem que lembrar: não, mas espera aí. Eu tenho que especificar isso nessa linguagem que tem
essa gramática. Então é natural que ele não se atém a isso e os erros ortográficos venham
acontecer. Não diz respeito à ignorância ou a sua limitação intelectual, diz respeito apenas a
não estar treinando, não estar mais se comunicando dessa maneira e, portanto, é mais difícil
para ele ter que regredir para essa linguagem extensa nossa, tem que ficar falando 150 frases
para passar uma imagem.

Quantas palestras espíritas você não viu ou não espíritas que o indivíduo ficou lá 50 minutos
fazendo a palestra para passar uma imagem assim? Ou contando uma história... Que a
historinha durou 20 minutos na palestra para uma lição de moral do tipo você tem que gostar
da sua vida e ele poderia ter falado: você tem que gostar da sua vida. Às vezes acontece. Então
você fica: que essa históra está falando mesmo? Eu já nem lembro o começo da história. Qual
o objetivo disso aqui? Aí quando ele termina, vem aquele fundo moral e fica por isso mesmo.
Por
quê? Porque nós estamos acostumados a essa prolixidade, né? Essa coisa de falar, falar e não
chega a lugar nenhum e muitas pessoas inclusive cultuam essa prolixidade: olha, como ele fala
bonito (não tem conteúdo nenhum), mas olha, como fala bonito e etc e tal. É como chamava
um amigo meu. Ele falava desse jeito: são elocubrações meu amigo! Apenas elocubrações. Era
um alcoolista de 70 anos que primeiro eu atendi, depois fiz amizade. Ele sempre falava isso
quando alguém começava a falar demais. Nunca esqueci.

É o que eles próprios declaram. Por isso mesmo, bastante curiosos são os meios de que se
servem com freqüência para obviarem a esse inconveniente. Aí ele compara como se fosse
conosco: O mesmo se daria conosco, se houvéssemos de exprimir-nos num idioma de
vocábulos e fraseados mais longos e de maior pobreza de expressões do que o de que usamos.
É o embaraço que experimenta o homem de gênio, para quem constitui motivo de impaciência
a lentidão da sua pena sempre muito atrasada no lhe acompanhar o pensamento. Que pena
ele está falando? A pena de escrever. Então o que Kardec fala: é o homem de gênio sofre com
isso por quê? Porque na cabeça dele a ideia está correndo, mas ele tem que ficar molhando a
pena no tinteiro e a pena não vai mais rápido. E tem gente que escreve tudo errado porque
pensa mais rápido do que escreve ou vai digitar: está lá super empolgado, começa a digitar e
tem um erro, volta, apaga, tem um erro, volta, apaga... Quer dizer: a nossa linguagem ela
nunca consegue acompanhar o nosso pensamento. Pessoas às vezes até fala: eu sei o que eu
quero falar, mas eu não consigo. Como? É um negócio aqui que eu não sei expressar com
palavras. E é aí é normalmente onde eu atuo: em clínica terapêutica. Então me fale por
imagens: que é que você está sentindo? Porque a pessoa falar aquilo em terapia, por exemplo,
às vezes é difícil. É... Por que... Sente o quê? Ah, eu vou explodir por dentro. Ah! Agora entendi.
Quando você fala: eu vou explodir por dentro aí eu entendo. Quando você fala: tô com um
negócio aqui que eu não sei explicar pode ser gastrite, pode ser azia, pode ser qualquer coisa,
pode ser micose... Quando você fala: eu vou explodir por dentro, ah! Então eu entendi. Está
claro?

Alguém aqui se identifica com isso: de às vezes quer escrever uma coisa o pensamento já está
lá na frente e aí começa a escrever, vai travando e etc. É isso que Kardec diz aqui ó: É o
embaraço que experimenta o homem de gênio, para quem constitui motivo de impaciência a
lentidão da sua pena sempre muito atrasada no lhe acompanhar o pensamento. Então é essa
analogia que ele faz com os Espíritos que já querem passar uma imagem pronta. E aí você
imagina um espírito então inferior quando ele quer comunicar: essa pessoa me traiu e me
enganou, eu quero matar ela, eu vou destruir ela, esse cara está casado com a minha esposa,
onde já se viu? Imagina como ele fica ali inquieto tentando passar toda essa imagem de uma
vez só, mas não pode porque o médium precisa de tempo para transformar isso tudo em
palavra. É parte do processo ainda essa limitação.

Comentário: Compreende-se, diante disto, que os Espíritos liguem pouca importância


à puerilidade (ou seja, é pueril é banal) da ortografia da ortografia, mormente quando se trata
de ensino profundo e grave (temáticas mais delicadas), né? É o mormente quando se trata. Já
não é maravilhoso que se exprimam indiferentemente em todas as línguas e que as entendam
todas? Aí ele entra numa coisa que é assim: essa é a comunicação que ele está deixando para
nós, tá? Assim: Kardec tem essa noção de que existem pessoas que estão lendo o livro porque
querem ler, estão abertas aouvir e que tem aquelas que não querem. Então aqui é como se ele
desce aquela olhadinha para nós, né? O quê no cinema chama quebra da quarta parede que o
Kevin Spacey faz muito na série House of Cards: quando o ator ele olha pra câmera e conversa
com você. Então o Kardec está dizendo assim: os Espíritos vêm, conversam em várias línguas,
falam sobre todos os temas e você está aí reclamando por causa de um ç? É como se ele
estivesse olhando para você e falando assim: já não é o suficiente nós que gostamos disso?
Porque para nós ele sabe que é, mas para aqueles indivíduos não. É importante ter essa noção
de que ele vai dando recursos para que nós venhamos também a defender a doutrina quando
colocados contra a parede. Ele não quer que dependamos dele. É claramente a noção dele de
desenvolver em nossos os leitores autonomia para tomar posse disso aqui tudo porque em
nenhum momento ele coloca que isso é dele.

Já não é maravilhoso que se exprimam indiferentemente em todas as línguas e que as


entendam todas? (os Espíritos superiores?) Não se conclua daí, todavia, que desconheçam a
correção convencional da linguagem. Observam-na, quando necessário. E aí ele diz em que
casos, por exemplo? Então não é que eles não saibam escrever, é que eles não estão
preocupados com isso. A preocupação deles é mais passar a mensagem do que escrever
bonitinho, mas quando é necessário eles escrevem bonitinho.

Assim é, por exemplo, que a poesia por eles ditada desafiaria quase sempre a crítica do mais
meticuloso purista, a despeito da ignorância do médium. Ou seja, mesmo um indivíduo muito
crítico com relação à avaliação de uma poesia vai achar a poesia maravilhosa. E por que está
escrito a despeito da ignorância do médium? Porque um médium que não tem conhecimento
nenhum em poesia e talvez nem de ortografia vai ser capaz de psicografar uma poesia sem
erro nenhum. É isso que ele coloca aqui. Então se o epírito quisesse comunicar pela ortografia
ele fará isso e fará de uma forma perfeita. É que esta não é a preocupação. Importante é que a
mensagem seja transmitida.

Comentário: Agora ele está falando dos outros críticos. Acabou o pessoal que fala de
ortografia. Agora ele: tem um pessoal aqui falando... Essa parte agora, essa parte que vai daqui
para até o final Kardec está dizendo assim: tem um pessoal aí falando que estudar o
espiritismo está deixando as pessoas loucas. Que desenvolver a mediunidade está deixando as
pessoas loucas, então tem que parar com esse negócio de espiritismo porque o espiritismo
está deixando as pessoas loucas. E aí ele vai contrapor com seus argumentos e explicar porque
isso não é necessariamente uma verdade: Há também pessoas que vêem perigo por toda parte
e em tudo o que não conhecem. Daí a pressa com que, do fato de haverem perdido a razão
alguns dos que se entregaram a estes estudos, tiram conclusões desfavoráveis ao Espiritismo.

Então ele assume que algumas pessoas que se entregaram a estes estudos perderam a razão,
portanto elouqueceram. E aí ele entra em questionamentos é... Retóricos: Como é que homens
sensatos enxergam nisto uma objeção valiosa? Não se dá o mesmo com todas as
preocupações
de ordem intelectual que empolguem um cérebro fraco? Quem será capaz de precisar quantos
loucos e maníacos os estudos da matemática, da medicina, da música, da filosofia e outros têm
produzido? Dever-se-ia, em conseqüência, banir esses estudos? Que prova isso? Ele trás: não é
que o Espiritismo deixa essas pessoas loucas porque existem pessoas que ficam loucas
estudando matemática, medicina, música e filosofia e nem por isso os estudos foram banidos.
Então banir o espiritismo porque algumas pessoas enlouqueceram é um contrassenso. Ou
bane tudo ou banenada. Aí ele dá mais exemplos : Nos trabalhos corporais, estropiam-se os
braços e as pernas, que são os instrumentos da ação material; nos trabalhos da inteligência,
estropia-se o cérebro, que é o do pensamento. Então da mesma forma que o indivíduo que
trabalha como lombador ou carregando saco de cimento vai arrebentar a coluna um indivíduo
que trabalha com o intelecto se algo for arrebentar vai ser a mente, mas não necessariamente
isto aconteceu pelo espiritismo, fica claro? Então o que arrebentou as costas do cara não é o
saco de cimento que ele carregou. Ah, tem que banir e carregar saco de cimento porque isso
está... É a falta de postura para carregar o saco de cimento, é a pressa de carregar o saco de
cimento, são a toneladas que se somam aos sacos de cimento que ele carrega o dia inteiro,
né? É ele não fazer um preparo muscular para carregar aquilo. Então Kardec vai entrando
neste ponto: o indivíduo que trabalha com corpo vai arrebentar o corpo e o indivíduo que
trabalha com a mente vai arrebentar a mente se não souber o que está fazendo esse for para o
lado de acesso naturalmente quando já não há uma predisposição). Mas, por se haver
quebrado o instrumento, não se segue que o mesmo tenha acontecido ao Espírito. Ou seja, não
é porque arrebentou o corpo e não é porque arrebentou a mente que o espírito também
arrebentou, é a comunicação que foi cortada: Este permanece intacto e, desde que se liberte
da matéria, gozará, tanto quanto qualquer outro, da plenitude das suas faculdades. Ou seja,
depois que desencarnar ele volta ao que ele era. Ele não desencarna louco. No seu gênero, ele
é, como homem, um mártir do trabalho. Então se o indivíduo colocou o coração naquilo e fez...
Vamos supor aqui que nós estejamos fazendo esses estudos e que eu enlouqueça em razão de:
ah, é muito material, estou estudando e etc, faz palestra... Enlouqueci. Realmente perdi a
cabeça, já não tenho mais condições. Se o meu movimento não for um movimento assim
autocida, suicida de: ah, eu vou me destruir, me exagerar eu viro um mártir neste sentido: no
sentido de ser reconhecido. Ó: aquele cara ali ele enlouqueceu em vida, mas ele enlouqueceu
fazendo uma coisa boa. Assim como o indivíduo que... Então imagina se: ah, o indivíduo entrou
num lugar lá que estava tendo uma guerra, um monte de gente caída para lá, gente caída para
cá e ele foi colocando as crianças nas costas e levando elas para um lugar seguro e nisso ele
arrebentou as articulações do joelho dele porque carregou muito peso. Ele é um mártir.

Então Kardec coloca isso aqui: se eu enlouqueço fazendo alguma coisa que é positiva e que
não foi por um excesso foi por uma predisposição, mas eu estava num caminho bom depois
que desencarnar eu volto até a minha consciência normal, eu não estou mais louco, minhas
articulações não estão mais doendo porque o espírito não tem articulação. Então por natureza
vão falar: ó: o esforço que você fez compensou. Infelizmente teu cérebro não aguentou e
infelizmente suas costas não aguentaram, mas não foi de má fé, não foi por compulsão. Foi
realmente uma fatalidade, está legal? Então eu tenho mérito nesse sentido.

É assim... É como eu disse: Kardec desenha. Não entende quem não quer, tá? Então aqui já
tem uma informação importante para nós. Não significa que... É importante ter isso aqui: eu
vou esclarecer isso essa vez: se o indivíduo tem uma impressão materialista muito pesada ele
está muito ligado à carne e ele desencarna na loucura o espírito dele terá a sensação de
loucura, mas não a loucura, fica claro isso? Porque ele ainda não sabe se ele encarnou, se ele
desencarnou. É a mesma coisa quando você vê, lê o “nosso lar” e descobre que às vezes o
espírito chega do outro lado e está com fome. O espírito não tem fome. Porque o espírito não
precisa de comida. Ah, eu quero comer um frango assado. Não existe isso para o espírito, mas
o indivíduo ficou tanto tempo ligado à matéria que ele ainda tem essa sensação: ele tem fome,
ele tem sono, ele quer tomar banho, ele acha que está sujo. São impressões. Então o que pode
acontecer? Pode acontecer de eu desencarnar numa loucura num desencarne pesado, por
exemplo, cometi suicídio em razão da loucura e continuar agindo como um louco no mundo
espiritual, mas o espírito não tem cérebro, portanto o espírito não entra nesta loucura
cerebral, nesta loucura esquizofrênica. Ele entra em um estado de confusão mental que é
diferenciado.

A pessoa pode falar: então quer dizer que se eu morri os meus pecados estão todos limpos? Se
eu fui cadeirante a vida inteira, eu morri, eu já me levanto? Não necessariamente porque é
uma vida inteira de sensações materiais. Quanto mais materializado, quanto mais preso às
questões da matéria o espírito for mais tempo ele leva para se perceber em outro estágio.
Quanto mais avançado ele é pode acontecer sim de está na cadeira de rodas, desencarna e o
espírito já se levanta e sai andando. Volitando no caso. Fica claro isso?

Comentário: Todas as grandes preocupações do espírito podem ocasionar a loucura:


vejam bem: hoje... É até em algum nível pejorativo chamar uma pessoa de louca, né? Você
pode falar: ah, você está dissociado, você é esquizofrênico, você é psicótico e tal, mas no
momento em que Kardec escreve a obra você ainda não tem a psiquiatria desenvolvida em um
nível para separar exatamente uma coisa da outra: o que é loucura, as terminologias, etc.
Então nessa época era chamado de loucura quem perdia o contato com a realidade. Então ele
não está usando uma gíria ou ele não está usando pejorativo ele está usando a terminologia
que a época era utilizada para definir esse tipo de população. Então para não ficar falando
muita coisa eu sigo falando loucura também. As ciências, as artes e até a religião lhe fornecem
contingentes. E hoje nós temos uma espécie de psicose que é a psicose religiosa. Ou seja, uma
esquizofrenia religiosa com foco na religião: ah, Deus porque o diabo... Tem que matar você
porque o Diabo... Deus me mandou... Jesus me mandou fazer isso... É uma psicose totalmente
focada em questões religiosas, tá? O indivíduo se desconecta só pela religião. Tem a Psicose
paranoica de achar que tem chip implantado no cérebro, de achar que tem um monstro
entrando na janela e tal, mas tem essa que é canalizada só para religião. A loucura tem como
causa primária uma pré-disposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a
certas impressões. Dada a pré-disposição para a loucura, esta tomará o caráter de
preocupação principal que então se muda em idéia fixa, podendo tanto ser a dos Espíritos, e aí
ele vai falar outra, mas, aqui é o ponto. Eu vou voltar nisso. Então eu tenho uma pré-disposição
genética para a loucura que hoje nós chamaríamos de esquizofrenia. Eu tenho uma pré-
disposição genética. Se eu tenho a preposição genética então imagina que você tem uma
ponte que ela está prestes a ruir. Se você passar um caminhão por ela, ela desmorona. Aí vão
falar: ah, não pode passar caminhão na ponte. Só que se passar um grupo de pessoas fazendo
um protesto, por exemplo, ela desmorona também. Vão falar: ah, não pode passar pessoas
também. Então o que Kardec está dizendo: se eu tenho uma pré-disposição eu vou estudar
matemática, a matemática vai me enlouquecer. Se eu for estudar culinária, a culinária vai me
enlouquecer. Então ele pontua que não é que o espiritismo enlouqueceu essas pessoas. Essas
pessoas já tinham uma pré-disposição, mas como estavam estudando o espiritismo e com o
foco em tentar compreender aquilo é natural que a sua loucura tome essas ferramentas para
se manifestar. Ah vão falar: obsessor, espírito, porque é a mesa girando e tal, mas se ele
tivesse na matemática aí vão falar: ah, são os cossenos, são as variáveis, são as integrais e se
ele tivesse na culinária: ah, é o banho Maria. Então quais os exemplos que ele coloca aqui: que
o indivíduo pode entrar na loucura com aquilo que ele se ocupar. Pode ser Deus, pode ser os
anjos, pode ser diabo, pode ser fortuna, poder, arte, ciência, maternidade, sistema político ou
social está bom?

Provavelmente, o louco religioso se houvera tornado um louco espírita, se o Espiritismo fora a


sua preocupação dominante, do mesmo modo que o louco espírita o seria sob outra forma, de
acordo com as circunstâncias. Então esse indivíduo que ficou louco estudando o espiritismo
teria ficado estudando qualquer coisa que exige isso da sua mente um pouco mais de esforço.

Comentário: Então eu vou continuando suportando aqui as minhas atribulações que é


esse bullying que eu tô sofrendo no chat em razão da minha inabilidade culinária, mas tudo
bem. Suportarei isso com muita força e o bullying que vocês estão cometendo comigo. Digo,
pois, que o Espiritismo não tem privilégio algum a esse respeito e aí ele coloca: Vou mais longe:
digo que, bem compreendido, ele é um preservativo contra a loucura. E aqui ele fecha. O que
Kardec mostra com isso? Que ele tem conhecimento também de outras áreas. Ele não é um
leigo falando. Ele compreendeu. Ele no mínimo estudou alguma coisa sobre a loucura da
época, ele conversou com pessoas, ele foi entender. Conversou com médicos, conversou com
quem trabalhava com isso porque ele está apresentando uma coisa muito embasada. Que não
é necessariamente da área dele, tá? Então isso mostra a responsabilidade com que ele veio
defender o tema, tá bom? Entre as causas mais comuns de sobreexcitação cerebral, devem
contar-se as decepções, os infortúnios, as afeições contrariadas, que, ao mesmo tempo, são as
causas mais freqüentes de suicídio. Então as causas mais frequentes de suicídio Kardec está
colocando assim: eu também posso entrar em loucura porque eu não dei conta de lidar com
uma decepção, por que algum infortúnio aconteceu, porque uma feição contrariada: alguém
que eu amava falou não para mim e eu não sei o que fazer com isso, tá? Que também levam
ao suicídio que é uma forma de loucura.

Ora, o verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhe
parecem tão pequenas, tão mesquinhas, a par do futuro que o aguarda; a vida se lhe mostra
tão curta, tão fugaz, que, aos seus olhos, as tribulações não passam de incidentes
desagradáveis, no curso de uma viagem. Aqui ele também já dá uma orientação para nós. Se
eu não enxergo o mundo desse jeito eu não sou um verdadeiro espírita eu sou um espírita em
formação. Ah, eu frequentei uma casa espírita eu sou espírita. Não! Kardec deixa isso claro: o
espiritismo é uma ciência segundo ele que exige estudo e comprometimento. Então se eu
ainda não alcancei o que o espiritismo prega que eu alcance, ensina que eu alcance então eu
não sou um verdadeiro espírita, mas não significa que eu estou excluído do clubinho. Ele só
está dizendo assim: você frequenta uma casa espírita, você está estudando, é isso que estamos
fazendo aqui, mas ele já define.

Então isso é muito importante para nós porque nos ajuda ter norte de saber o quanto eu estou
indo no caminho certo e o quanto eu estou indo no caminho do meu ego. Se eu vejo as coisas
deste mundo de um ponto de vista elevado, se elas não parecem pequenas, mesquinhas em
relação ao futuro que eu tenho como espírito, se eu não sinto que isso aqui é corpo e fugaz, e
que as tribulações não passam de incidentes desagradáveis então eu não sou um verdadeiro
espírita ainda. Eu estou indo em direção a isso. A sugestão é buscar alcançar essa sabedoria.

O que, em outro, produziria violenta emoção, mediocremente o afeta. Demais, ele sabe que as
amarguras da vida são provas úteis ao seu adiantamento, se as sofrer sem murmurar. Então se
eu reclamo das provas e fico murmurando também ainda não estou consciente do que é
espiritismo. Porque será recompensado na medida da coragem com que as houver suportado.
E se eu não acredito nisso então eu não acredito na lei de causa e efeito, portanto não sou um
verdadeiro espírita.

Comentário: Suas convicções lhe dão (a do verdadeiro espírita), uma resignação que o
preserva do desespero. Resignação é resignar-se. Resignação não é abaixar a cabeça, não é
deixar o rolo compressor passa por cima. Resignar é parar e pensar: é o que tenho diante de
mim. Eu terei que passar por essa situação. Isso é resignação. É se colocar ativamente na
superação de obstáculos, não ficar lá e falando: é porque Deus quis. Você não tem como saber
o que Deus quer. Você tem como saber que existe uma justiça e se aconteceu algo para você
não é porque Deus quis é porque você fez por merecer, é porque aquilo vai te ajudar, é porque
aquilo é o necessário para você naquele momento. Então resignação não é ficar passivo diante
da situação é colocar-se ativamente para superá-la, contorná-la, resolvê-la sem ficar
reclamando, sem ficar despendendo energia, se fazendo de vítima: ó, você viu o que aconteceu
comigo? Ó, você viu que situação difícil a min’ha? Ó, coitado de mim... Não! É resignar-se. É
uma postura muito mais sólida do que algumas pessoas pregam que resignação é: aceita e
agradeça por tudo que é dado. Questione, estude, compreenda, raciocine sobre aquilo e aí
você desenvolverá um método para lidar. Quando vier outra coisa parecida como você já tem
um método desenvolvido você vai fazer aquilo muito mais fácil. Suas convicções então dão
essa resignação que o preserva do desespero e, por conseguinte de uma causa permanente de
loucura e suicídio porque a minha mente não fica tão sobre excitada quando acontece alguma
coisa. Eu tenho fé nisso tudo eu não me abalo com umas pessoas que pensam: eu só tenho
uma vida, se eu perder essa vida o que vai ser de mim? Se essa garota não me quiser eu vou
morrer então eu tenho que matar ela, vou cometer suicídio. Quando eu compreendo eu falo:
não! Calma. O meu objetivo... Não existe alma gêmea, não estou aqui para casar com uma
pessoa, espírito não tem gênero, epírito não tem relação sexual, espírito não tem matrimônio,
né? Eu vou alcançar um grau de evolução onde eu não tenho gênero, eu sou assexuado e eu
consigo amar todas as pessoas... Todos os outros Espíritos como irmãos. Então não tem dessa
que eu vou amar mais a minha esposa do que os outros, eu vou amar a todos igualmente
assim como Jesus amou a humanidade toda mesmo quem lhe feriu. Na compreensão de que
se você não for minha você não vai ser de mais ninguém isso é muito mais brutalizado e
primitivismo do que realmente em crença de amor eterno e etc. Porque o único amor eterno
que existe é o amor de Deus e o amor que iremos sentir por ele e pela humanidade. Todo o
resto são amores seculares, paixões são coisas momentâneas ainda no sentido de macho e
fêmea, homem e mulher. Coisa que não existe em planetas superiores mais de degrau
angelical. Conhece também, pelo espetáculo que as comunicações com os Espíritos lhe
proporcionam, qual a sorte dos que voluntariamente abreviam seus dias e esse quadro é bem
de molde a fazê-lo refletir, então quem é o espírita verdadeiro e acredita nisso tudo quando
ouve as comunicações dos Espíritos aprende com elas ao invés de ficar julgando e saindo
fofocando. Tem gente que fofoca o que acontece em mesa mediúnica. Que eu já coloquei
aqui: quando eu trabalhava com um médium o que me foi instruído era: toda a comunicação
que você der anota porque ela serve para você. Todo espírito que fala através de você tem
alguma conexão com você. Pega isso e leva para sua terapia e foi a coisa mais importante que
eu fiz na vida, mas parecia que algumas pessoas estavam mais concentrada em (algumas, tá?
Só algumas): aí! Viu a comunicação que eu dei? O cara foi faraó e não sei o quê. Não estava
nem conectado com a mensagem, estava só conectado com a forma. Então se você começa se
pegar ainda por esse campo de validade dá uma freada, né? A mediunidade ela nos é dada
para que nós saibamos o que acontece com o suicida, para que nós saibamos o que acontece
com um homicida, com alguém que abusou do tabaco, com alguém que abusou de droga, um
estuprador, para pessoa que foi estrupada, para que nós possamos refletir sobre isso e falar:
não! Não quero causar isso para ninguém, não quero isso para mim, então eu começo: talvez
eu vou parar de fumar, olha o que o cara contou para mim, eu vou parar de agredir minha
esposa, olha o trauma que essa pessoa ficou. Então é isso que Kardec está dizendo aqui: o
verdadeiro espírita aprende com a experiência do outro. Tanto que a cifra muito considerável
já ascende o número dos que foram detidos em meio desse declive funesto. Quer dizer: tem
mais gente indo para o lado positivo do que para esse lado negativo. Este é um dos resultados
do Espiritismo. Riam quanto queiram os incrédulos. Que deseja Kardec para quem ri do
espiritismo? Desejo-lhes as consolações que ele prodigaliza a todos os que se hão dado ao
trabalho de lhe sondar as misteriosas profundezas. Inclusive a pessoa que está aqui lendo ou
está acompanhando o estudo ou lendo o livro para tirar chacota, Kardec está dizendo: pode ri
à vontade, mas isso aqui é uma verdade.

Comentário: aqui ele entra na comparação com as outras religiões que colocam o
Diabo, Deus, o Deus violento. O Diabo vai fazer e tal. Então ele diz assim: se o espiritismo
enlouquece pessoas e estas religiões que estão colocando o Diabo na mente do mundo há
tanto tempo? Colocando culpa, colocando medo, colocando insegurança? Desde criança o
menininho fica com medo: ó: Deus está vendo einh? Papai do céu não gosta. Não faça isso.
Nunca faça isto. Você não pode colocar... Eu vou usar Deus aqui momentaneamente para
causar medo no meu filho para ele me obedecer. Desenvolva recursos para que seu filho te
respeite, mas não coloque a imagem de Deus que é puro amor como alguém que está lá com
um trovão de Zeus na mão pronto para punir seu filho porque ele não quis comer os vegetais.
Isso lá na frente vai ficar muito mais pesado do que você imagina. Então é isso que Kardec
coloca. Ele diz o seguinte: as religiões não precisam convencer as pessoas pelo medo e é isso
que o espiritismo fará. É nesse momento que ele coloca assim ó : Bem frágil seria a religião se,
por não infundir terror, sua força pudesse ficar comprometida. Então se a religião não pudesse
causar terror nas pessoas e isso fizesse dela fraca então ela já seria frágil na sua estrutura e aí
ele diz: Felizmente, assim não é. De outros meios dispõe ela para atuar sobre as almas. Mais
eficazes e mais sérios são os que o Espiritismo lhe faculta, desde que ela os saiba utilizar. Então
ele até separa um pouco o espiritismo como de uma ciência como uma religião. A religião
espírita pode se aproveitar do espiritismo para convencer as pessoas pelo amor não pelo
medo. Ele mostra a realidade das coisas e só com isso neutraliza os funestos efeitos de um
temor exagerado. Então esquece esse negócio de fantasmas, de inferno, esquece esse negócio
de diabo. Nós vamos mostrar como é de verdade. Ó, tem espírito sim do teu lado , tem uns que
são ignorantes, tem uns que não são, tem gente boa, tem gente ruim e é isso que está
acontecendo, tá? É natural quando você morrer você não vai desaparecer, quando seu filho
morrer ele não vai desaparecer, tudo isso vai sendo levado e aos poucos a pessoa perde o
medo. O medo da morte, o medo da posse, o medo do desamor e compreende que o espírito
não morrendo ela será o tempo todo é... Permitido encontrar essa conexão de volta pra sentir
o amor de Deus, pulsando em si e por consequência encontrá-lo refletido em todos os outros
seres.

Comentário: Então entre as objeções Kardec diz que resta examinar duas e ele diz que
são as únicas que merecem o nome de objeção porque se baseia em teorias racionais. Quais
teorias racionais? O magnetismo e o sonambulismo. Nós vamos ver isso também. Ambas
admitem a realidade de todos os fenômenos materiais e morais, mas excluem a intervenção
dos Espíritos. Segundo a primeira dessas teorias, todas as manifestações atribuídas aos
Espíritos não seriam mais do que efeitos magnéticos. Então tanto uma quanto a outra os
fenômenos materiais e morais, ou seja, a psicografia, a psicofonia, as mensagens de
moralidade tudo isso é reconhecido. Eles... Essas teorias apenas excluem que um espírito
estaria fazendo isso e colocam que existem outras energias, outras leis atuando neste
processo.

Os médiuns se achariam num estado a que se poderia chamar sonambulismo desperto,


fenômeno de que podem dar testemunho todos os que hão estudado o magnetismo. Nesse
estado, as faculdades intelectuais adquirem um desenvolvimento anormal; Ou seja, durante o
sonambulismo todas as faculdades do indivíduo e principalmente as intelectuais adquiriam
desenvolvimento anormal, ou seja, ele sai das limitações da normalidade e alcança estágios
mais avançados de intelectualidade podendo por consequência ampliar também a sua
consciência sem que isso tenha necessariamente relação com questões espirituais. São apenas
questões energéticas, magnéticas e questões de transes mesmos, né? De aprofundamento
psíquico.

O círculo das operações intuitivas se amplia para além das raias da nossa concepção ordinária.
Então assumesse que pode haver uma intuição, mas novamente essa intuição não vem de
Espíritos é... O indivíduo passa a ter habilidade de captar as informações que estão no
ambiente de forma mais profunda. Assim sendo, o médium tiraria de si mesmo e por efeito da
sua lucidez tudo o que diz e todas as noções que transmite, mesmo sobre os assuntos que mais
estranhos lhe sejam, quando no estado habitual. Então resumindo só para que nós tenhamos
uma noção do que ele está falando aqui, mas isso vai ser mais bem explicado agora, essa
lucidez de tudo o que é transmitido inclusive do que nós já temos trabalhado aqui: como é que
um médium escreve de temas que ele não conhece? Como alguém que não conhece uma
outra língua escreve uma outra língua? Então esses indivíduos tentavam explicar tudo isso
baseado nessas teorias que permitiriam que esses processos ocorressem, está legal?

Comentário: Então esse indivíduo bonitinho aí o Mesmer é entre outras coisas ele era
uma ótima pessoa segundo os relatos, tá? Entre outras coisas como todo indivíduo que tenta
trazer uma novidade foi rechaçado por vários intelectuais da época, foi ridicularizado, né? Foi
até banido de certos movimentos e não teve condições de demonstrar muito suas teorias para
aqueles intelectuais da época, tá? Depois que algumas coisas ao longo da sua vida quando ele
já tinha se retirado para fazer coisas menores, né? Menores no sentido de mídia, menores no
sentido de acadêmico quiseram conversar com ele, quiseram fazer uma entrevista, mas ele
não foi fazer essa entrevista, não foi apresentar seu trabalho e um indivíduo foi até ele para
entrevistá-lo então e quando retornou disse que ele era uma pessoa extremamente atenciosa,
uma pessoa humilde, uma pessoa carinhosa, uma pessoa que estava cuidando muito da
comunidade dele.

Então ele acreditava nisso que nós dependemos de um magnetismo e esse magnetismo se
vincula a um fluído universal, uma energia que está em todos os locais e que eu consigo
manipular essa energia para melhorar o quadro de alguém que possa estar adoecido. Então
como eu tenho essa energia e o outro tem essa energia e essa energia, esse magnetismo está
em todo ambiente manipulando isso eu consigo modificar o estado fisiológico de outra pessoa.

Ele inclusive fazia testes com epilépticos que ficavam em uma outra sala, ele ficava na sala ao
lado e através das paredes ele fazia os movimentos que ele tinha que fazer e ele conseguia
causar ataques epiléticos nesses indivíduos que não sabiam o que estavam acontecendo.
Então ele começou a perceber que era possível manipular essa energia. Então este
magnetismo do qual Kardec cita no slide anterior é o magnetismo de Mesmer. É o
mesmerismo que foi muito estudado por vários indivíduos. Kardec também foi acusado de
várias coisas nessa época de estar utilizando isso e aquilo então Kardec era o estudioso do
mesmerismo.
Comentário: Então para quem é do meio espírita sabe que o passe, a fluidoterapia
leva muito em conta esses estudos de Mesmer. Muita das coisas que Kardec traz para a teoria
espírita como o termo médium, entre outros eram termos que já existiam, eram ideias que já
existiam, ele apenas concunhou novas ideias porque Kardec era estudioso. Bom, então ele
começa em um estudo de astronomia então ele percebia que existia magnetismo mineral:
pode ser em se tratando de astronomia você pode imaginar, por exemplo, força de atração
entre planetas, força de atração entre astros e etc. Então existe um magnetismo entre os
minerais, tá? Não estou pensando aqui na pedrinha que eu chuto na rua, né? Mas em tudo
aquilo que é um composto inorgânico. Então se existe um magnetismo nos minerais, será que
não existe o magnetismo nos animais? Então ele começa a fazer as suas experiências e chega à
conclusão que sim. Que existe um magnetismo e que existe um fluido universalmente
distribuído que se insinuava na substância dos nervos e dava ao corpo humano propriedades
análogas ao do imã. Esse fluido sob controle poderia ser usado como finalidade terapêutica.

Inclusive alguns indivíduos que estavam sendo manipulados na sala ao lado, mas não sabiam
que estavam sendo começavam a referir dores nas costas, dores estranhas que não tinham
sentido de ser. Então essa noção magnética ela é muito importante. Que é esse fluido
universal? Imagine que nós estamos imersos dentro de um oceano, dentro de uma piscina.
Tudo ao nosso redor é um fluido que nós não podemos perceber porque ele escapa aos nossos
sentidos. Ele é material, mas ele é material em um nível muito mais etéreo do que os nossos
sentidos podem captar. Isso não é difícil de compreender porque da mesma forma que você
não vê o wi-fi, mas o seu celular capta informação não é difícil de imaginar isso assim como
você tem, por exemplo, ondas sonoras, aqueles apitos que só os cachorros conseguem ouvir e
o nosso ouvido humano não é capaz de ouvir é natural que existam coisas que os nossos olhos
humanos não sejam capazes de enxergar porque eles dependem unicamente da matéria, ou
seja, da luz para que nós consigamos ver. Então nesse sentido nós estamos imersos nesse
fluido. Então do mesmo jeito que eu estiver dentro de uma piscina e você estiver próximo de
mim e eu empurrar a água você vai sentir a água batendo em você, mas se você estiver lá do
outro lado da piscina você não vai sentir. Então quanto mais distante você estiver de mim
menos você vai sentir que eu estou mexendo dentro da água. Está claro isso? Então o fluído
universal funcionaria de uma forma semelhante: quanto mais perto eu estou de você e quanto
mais eu movimento essas energias na sua direção mais você vai senti-las e quanto mais longe
mais difícil. Fosse indiferente a distância ninguém precisaria ir na casa espírita para tomar
passe. Bastava ficar em casa. Existem trabalhos que são feitos, a pessoa deita em casa na hora
marcada e tal, mas aí aqui está havendo uma conexão energética, podem ter espírito que
estão indo até lá realizar o trabalho. Então em outras palavras de forma geral se nesse
momento eu quiser dar um passe em alguém que está lá em São José dos Campos e essa
pessoa não sabe que eu tô fazendo isso a chance de eu conseguir movimentar algo é muito
pequeno, correto?

Então isso explica também porque que às vezes você está em um lugar e tem a sensação que
alguém está te olhando e aí você olha a pessoa está mesmo te olhando é porque isso está
sendo movimentado, é uma energia que está indo na sua direção. É esse fluido está bom?
Então baseado nisso eu posso causar problemas em você, eu posso causar soluções em você.
Depende de como eu estou movimentando esse fluido. Porque imagine que esse fluido ele é
estéril por si só. Ele não é uma atuação positiva ou negativa, ele é apenas um fluido. Então da
mesma forma eu posso utilizar água para dar banho no meu filho, eu posso utilizar água para
afogá-lo. Então o fluido universal... À medida que o indivíduo se projeta para fazer o mal ele
também consegue trazer problemas.

Então existem espíritos obsessores que são mais intelectualizados e conhecem essas noções
que quando o indivíduo vai dormir, por exemplo, ao invés de ele ficar ali tentando dar murro e
gritando ele simplesmente pára, coloca suas mãos e fica desejando que o indivíduo adoeça.
Então ele coloca, por exemplo, as mãos na altura do fígado e fica canalizando que aquele
fígado irá adoecer. Ele faz isso um dia, dois dias, uma semana, um mês, dois meses chegará
uma hora que o fígado irá adoecer. Se o indivíduo tem respaldo espiritual e moral esse espírito
não conseguirá ficar ao lado dele fazendo isso, mas se ele não tem o espírito vai ficar.

Como o espírito também não é bobo, o obsessor ele vai pegar na parte onde o indivíduo mais
sofre. Então onde eu vou atacar o indivíduo no fígado? É um indivíduo que toma muito
remédio, é um indivíduo que toma muito álcool. Onde eu vou atacar o indivíduo no pulmão? É
um indivíduo fumante. Ó, então tem um fumante com propensões a adoecer eu canaliso uma
energia no pulmão dele e o pulmão dele tem mais chance de adoecer porque estou
movimentando uma energia negativa, tudo bem?

E da mesma forma se eu ficar ali o tempo todo colocando energia positiva eu tenho grande
chance de adoecer. Então se o teu bebezinho está chorando ali no berço, está desconfortável
imponha as mãos em cima dele e fica canalizando energias positivas na região onde ele está
sofrendo. Não vai ser de uma hora para outra que a coisa acontece, mas depois de um tempo
você cria uma conexão sua onde você passa a ter confiança que suas mãos têm poder de
movimentar essa energia e nele porque ele passa energeticamente a aceitar a sua atuação.
Intelectualmente não porque ele é um bebê, mas funciona. Então a mãe que coloca a mão em
cima do bebê, faz uma oração, faz um carinho não só com a mão mais um carinho por cima,
esse carinho energético, esse carinho na aura isso também ajuda muito se você fizer toda
noite antes dele dormir. E se houver alguma região do seu corpo que também está adoecida:
na sua perna, o seu joelho, coloca as tuas mãos ali um pouco por dia e talvez você começa a
sentir uma melhora dependendo de quanto de fé você movimenta nisso aí.

Comentário: Isso aqui além de ser importante como uma informação é importante
para nós como método. Porque uma coisa que eu sempre colocava para os alunos na
faculdade de psicologia: o indivíduo que você enxerga pronto ele não nasceu pronto. Então
dentro da minha área o indivíduo vê uma foto de Freud e a foto de Freud ele está lá com um
charutão, ele está lá grisalho, ele tá lá calvo, ele tá lá com a sua barba e seu óculos redondo e
etc, mas aí o indivíduo pergunta: olha Freud era Freud, mas cadê a foto de Freud com 20 anos
de idade? Cadê um busto de Sócrates com 15 anos de idade? Quer dizer os indivíduos para
chegar no ponto de serem reconhecidos eles passam por tentativa e erro: eles quebram a cara,
eles tentam teorias, eles vão tentando várias coisas até que em um dado momento se eles
acertam e aí eles passam a ser reconhecidos por aquilo.
Então como o Mesmer imaginava que existia um magnetismo e esse magnetismo poderia vir
do mineral ele associou isso a um ímã. Então se eu tivesse um problema no braço, por
exemplo, ele pegava um imã e esfregava, friccionava, criava uma friccção porque achava que
isso magnetizaria. Então aquele imã ajudaria a curar porque canalisaria esse magnetismo e
colocava a bolsinha para as pessoas carregarem o imã, tá? Funcionaria como um fetiche como
hoje tem pessoas que canalisam isso em cristais, em talismãs, em mandalas e etc então ele
canalisava aquilo tudo nos imãs. Depois ele foi percebendo pela experiência que na verdade o
imã era dispensável que ele era capaz de manipular aquela energia, que não havia necessidade
do fetiche. Fetiche é todo objeto que canalisa uma energia, que concentra todo uma
representação. É muito utilizado na área da sexualidade, mas ele não é da área da sexualidade.

Então quando você imagina aqueles filmes de época ou aqueles filmes medievais fantazios que
tinha os magos com cajado ou aqueles cetros utilizados pelos egípcios, né? Com cristais, rubis
ou o que quer que seja na ponta, isso é um fetiche. A varinha do Harry Potter. Quer dizer: não
é a varinha que tem o poder, mas a varinha tem um poder de concentrar toda energia que
existe no Harry Potter, no mago e canalizá-la de uma forma só para que ela fique mais
poderosa. Então a varinha é o fetiche, tá? Então quando estou falando fetiche é: o imã
funcionava como fetiche, o imã foi descartado então ele compreendeu que só com a
imposição das mãos ele conseguia produzir toda essa movimentação. Só para confirmar:
atribuiria às suas próprias mãos o desprendimento de uma força que curaria os males
orgânicos e impregnaria objetos. Tá? Então aí nós estamos falando do magnetismo.

Comentário: Correto? Então sonambulismo. Nós temos a ideia de sonambulismo


dessas pessoas que se levantam e vão fazer coisas. Tem pessoas que saem para rua e tem
pessoas que abre a geladeira e até comem e não sabe que comeram. Estado sonambúlico
dizem: você não pode acordar a pessoa porque ela assusta. Eu tinha um amigo que ele tinha
esse sonambolismo e a mãe dele falava: eu acordo com o barulho e ele está em cima do
guarda-roupa. Ele sempre subia em cima do guarda-roupa e ficava se jogando de lá de cima
para brincar. Não era tipo um suicídio era um guarda-roupa baixinho, né? Então ele ficava
subindo e a mãe dele tinha que ir lá colocá-lo na cama, conversar com ele e ele não se
lembrava de nada disso aí, tá?

Então nós estamos falando aqui do sonambulismo quando Kardec coloca que neste momento
o espírito está com as suas faculdades muito mais desenvolvidas do que quando está
sonhando. Então este sonambulismo pode ser provocado por esse magnetismo, por esse
Mesmerismo. Eu ajudo o indivíduo pela imposição das mãos a alcançar um estado de
sonambulismo, portanto de maior consciência ou ele pode ser espontâneo. Essa é a definição
de Kardec para sonambulismo. Então pode ser magnético ou artificial ou pode ser natural,
tranquilo? Então agora com isso em mente eu volto lá no primeiro slide porque agora vai ficar
bem mais claro.
Comentário: Resta-nos ainda examinar duas objeções, únicas que realmente merecem
este nome, porque se baseiam em teorias racionais. Ambas admitem a realidade de todos os
fenômenos materiais e morais, mas excluem a intervenção dos Espíritos. Então vejam que
tanto no magnetismo quanto no sonambulismo em nenhum momento foi colocado que o
espírito está intervindo na situação. Segundo a primeira dessas teorias, todas as manifestações
atribuídas aos Espíritos não seriam mais do que efeitos magnéticos.

Os médiuns se achariam num estado a que se poderia chamar sonambulismo desperto,


fenômeno de que podem dar testemunho todos os que hão estudado o magnetismo. Então
quem estudava magnetismo na época e já tinha visto os indivíduos serem colocados em
estado de sonambulismo, o sonambulismo magnético ou artificial compreendia que a sua
mente poderia ser expandida. Então esses indivíduos acusavam Kardec de naqueles momentos
estar usando do magnetismo e dos conhecimentos que ele tinha para colocar os médiuns em
estado sonambulico para forjar que fossem Espíritos e dentro do estado sonambulico eles
poderiam alcançar conhecimentos que não lhe pertenciam no estado de vigília, no estado
quando estavam acordados. Por isso que Kardec está refutando isso porque essa acusação
recaia sobre ele, mas ele nem entra em detalhe aqui porque ele não é de mimimi então ele
não está contando os que acusaram ele, ele apenas está se defendendo porque ele não vai
ficar dando moral para o acusador.

Os médiuns se achariam num estado a que se poderia chamar sonambulismo desperto,


fenômeno de que podem dar testemunho todos os que hão estudado o magnetismo. Nesse
estado, as faculdades intelectuais adquirem um desenvolvimento anormal; o círculo das opera-
ções intuitivas se amplia para além das raias da nossa concepção ordinária. Assim sendo, o
médium tiraria de si mesmo e por efeito da sua lucidez tudo o que diz e todas as noções que
transmite, mesmo sobre os assuntos que mais estranhos lhe sejam, quando no estado habitual.
Então como ele coloca no começo: eu vou dar um pouco de atenção para essas porque estas
se baseiam em coisas reais, ou seja, tanto o magnetismo, o Mesmerismo quanto o
sonambudismo eram objetos de estudo da época então os indivíduos tinham razão de estar
fazendo aquelas acusações. Não eram acusações infundadas: ah, isso aí não existe porque eu
não acredito. Então é por isso que ele tem um olhar especial para com essas acusações, mas as
refuta com muita clareza como veremos.

Comentário: Vamos voltar aqui com calma, mas é... De novo: Kardec está fazendo o
quê? Pegando o que é do indivíduo e devolvendo para ele em forma de refutação clara, tá?
Como eu já disse anteriormente Kardec está utilizando claramente o método socrático, uma
espécie de maiêutica. Então ele coloca: Não seremos nós quem conteste o poder do
sonambulismo, porque observaram isso por mais de 35 anos. Não! Sonambulismo existe. A
questão de Kardec é: como explicar para esses indivíduos que isso não é sonambulico.
Concordamos em que, efetivamente, muitas manifestações espíritas são explicáveis por esse
meio. Contudo, uma observação cuidadosa e prolongada mostra grande cópia de fatos em que
a intervenção do médium, a não ser como instrumento passivo, é materialmente impossível.
Ou seja, algumas coisas mesmo que o médium estivesse em um estado sonambulico de maior
consciência ele não teria como produzir aquilo. Ele não é mais do que um objeto passivo da
situação e não objeto ativo dela.

Aos que partilham dessa opinião, como aos outros, diremos: “Vede e observai, porque
certamente ainda não vistes tudo.” O que ele pede? Cautela, compreensão, humildade. Tudo
bem você já viu várias coisas, mas tem coisas aqui que você não viu. Então senta aqui e assisti.

Opor-lhes-emos, em seguida, duas considerações tiradas da própria doutrina deles. Donde veio
a teoria espírita? É um sistema imaginado por alguns homens para explicar os fatos? De modo
algum. Quem então a revelou? Precisamente esses mesmos médiuns cuja lucidez exaltais. Ou
seja, se o indivíduo aceita que no sonambulismo o outro indivíduo pode alcançar um estado
maior de consciência e nesse estado maior de consciência desenvolver sabedorias maiores e
nesse estado o indivíduo está trazendo a doutrina espírita então como eles podem refutar algo
que veio de uma sabedoria maior? Aí é como eu falo: nessa hora o cara gagueja. O Kardec está
dizendo: tudo bem. Supondo que seja sonambulico e que esses indivíduos estejam com a
consciência ampliada. Como é que você pode dizer então que o que eles estão trazendo é
besteira se eles estão fazendo isso sob o efeito de uma consciência ampliada? Como é que
vocês podem dizer que homens criaram a teoria só para explicar as coisas porque eles estão
querendo? Então Kardec já começa a devolver pesado, né? Utilizando o método socrático e
por que não dizer o Kung fu de Bruce Lee? Porque a base do kung fu é utilizar a energia e a
força do adversário contra ele. Então se você tem 1,60 de altura e vai lutar contra um cara de
2m você tem mais chance de bater nele do que em um que tem a mesma altura que você
porque o de 2m tem muito mais força para você deslocar. Então funcionaria como uma
alavanca. O que Kardec faz aqui? Quanto mais forte tentam bater nele mais forte ele devolve a
pancada. Sái ileso enquanto o indivíduo fica lá gaguejando.

Comentário: Bom, então ele vai pela lógica. Quando Kardec coloca: ora você sabe que
vai vir a aula, né? Assim: ora: veja bem, senta aí que eu vou te ensinar. Se essa lucidez é tal
como a supondes, por que teriam eles atribuído aos Espíritos o que em si mesmos hauriam?
Então se o indivíduo estava lúcido, estava num sonambulismo lúcido porque ele colocaria que
foi um espírito que falou isso? Se ele está alcançando o conhecimento que pode ajudar
pessoas e que é fora de toda a realidade por que/ que ele falaria que é um cara que já morreu?
Já é difícil acreditar nisso num ser humano. As pessoas ficam brigando pelo direito das coisas
então imagina se você de repente começa a transmitir uma mensagem que pode modificar a
ciência, que pode modificar o mundo porque você vai assinar um cara que você nem viu na
vida que morreu 300 anos antes de você e dá o crédito para ele, mas independente do ego
Kardec coloca isso: se eles estão lúcidos eles assinariam o próprio nome não o nome de outra
pessoa. Como teriam dado, sobre a natureza dessas inteligências extra-humanas, as
informações precisas, lógicas e tão sublimes, que conhecemos? Uma de duas: ou eles são
lúcidos, ou não o são. Se o são e se se pode confiar na sua veracidade, não haveria meio de
admitir-se, sem contradição, que não estejam com a verdade. Tudo bem. Então se eles estão
lúcidos e nessa lucidez ampliaram a consciência e estão falando a verdade então o que eles
escrevem é verdade. Espera aí. Quer dizer, confunde. Né? Confude o indivíduo porque ele leva
o indivíduo a pensar: não tem como você fugir nesse pensamento onde eu estou te colocando.
Ele enreda de uma forma que não tem como. Então tudo bem. Eu Vítor estou lúcido, sei o que
estou fazendo, ampliei a minha consciência, mas eu vou colocar uma mensagem aqui e vou
assinar Santo Agostinho. Se eu estou fazendo isso de verdade porque eu estou lúcido então o
que eu escrevi é verdade. Se o que eu escrevi não é verdade então eu sou um mentiroso. E se
eu vou mentir porque que eu vou mentir em algo que pode modificar o mundo e explicar
coisas que estavam inexplicadas? Não faz sentido. Seria uma questão muito e ilógica como
Kardec coloca aqui.

Em segundo lugar, se todos os fenômenos promanassem do médium, seriam sempre idênticos


num determinado indivíduo. Ou seja, se não é uma conexão espiritual, se o que está
acontecendo é apenas um indivíduo no estado de sonambulismo lúcido então porque que às
vezes ele fala com uma voz, às vezes ele fala com outra? Porque que às vezes ele escreve com
uma caligrafia e às vezes ele escreve com outra? Jamais se veria a mesma pessoa usar de uma
linguagem disparatada, nem exprimir alternativamente as coisas mais contraditórias. Esta
falta de unidade nas manifestações obtidas pelo mesmo médium prova a diversidade das
fontes. Ou seja, o mesmo médium não produz coisas iguais. Ele produz temas que são
diferentes um do outro. Ora, desde que não as podemos encontrar todas nele, forçoso é que as
procuremos fora dele. Então ele vai desenhando, né? Às vezes nos falamos assim: ah, quer que
eu desenhe? Kardec desenha. O evangelho, o livro dos Espíritos e as obras de Kardec são
desenhadas. É como se Jesus tivesse chegado aqui feito rabiscos na parede, desenhos mesmo
e Kardec vem e explica: ó, esse desenho significa isso e isso e aquilo e tal. Então em nenhum
momento ainda ele apresentou que são Espíritos. Ele apresenta a forma como ele pensa.
Então ele chega a todas essas conclusões e fala: bom, eu concluo que não está no indivíduo a
resposta. Se não está no indivíduo, está fora dele, mas ele ainda não está dizendo que é um
espírito. Ele está dizendo que é alguma coisa que não pode ser explicado para chegar à
conclusão que é um espírito. Outras informações tem que ser apresentadas.

Comentário: Ela trás uma outra crítica que diz assim: tudo parte do médium só que...
Da mesma forma que o Kardec vai explicando os indivíduos vão falando: ah, tudo bem, mas
vamos pensar assim: tudo parte do médium só que ele consegue transmitir coisas que não
estão nele porque ele capta o pensamento dos indivíduos que estão na sala com ele. Mas, em
vez de extraí-las de si mesmo, como o pretendem os partidários da teoria sonambúlica, ele as
toma ao meio ambiente. O médium será então uma espécie de espelho a refletir todas as
idéias, todos os pensamentos e todos os conhecimentos das pessoas que o cercam; nada diria
que não fosse conhecido, pelo menos, de algumas destas. Então ele imagina... Esses trabalhos
não eram feitos com o indivíduo sozinho em casa, né? A coisa estava fervilhando então tinha
um monte de gente ali querendo participar e alguns eram autorizados ou não. Então numa
reunião de psicografia supõe-se que tinha 10 pessoas ali na sala. O que estes indivíduos
diziam? Tudo que essas 10 pessoas sabem está na sala então o médium pode pelo estado em
que ele se encontra capita qualquer uma dessas informações. Então se tem um professor de
geografia ele vai falar de geografia, se tem um de física, ele vai falar de física, mas tudo parte
dele que está captando isso da mente dos outros, ou seja, não existem Espíritos.

Não é lícito negar-se, e isso constitui mesmo um princípio da doutrina, a influência que os
assistentes exercem sobre a natureza das manifestações. Então aqui Kardec coloca: É verdade.
Não é de todo errado. Os indivíduos que estão próximo também possuem uma influência
porque cria uma egrégora, né? Um campo energético onde os pensamentos estão ali
misturados. Então ele não refuta por completo que possa ver. Esta influência, no entanto,
difere muito da que supõem existir, e, dela à que faria do médium um eco dos pensamentos
daqueles que o rodeiam, vai grande distância, porquanto milhares de fatos demonstram o
contrário. Há, pois, nessa maneira de pensar, grave erro, que uma vez mais prova o perigo das
conclusões prematuras. Então compreender que as pessoas ao redor podem influenciar é uma
coisa, mas dizer que tudo o que acontece ali se refere às pessoas ao redor segundo Kardec é
uma distância muito grande entre uma coisa e outra e não dá para você ficar carimbar isso
como verídico pura e simplesmente porque falaram.

Comentário: Então os indivíduos vão insistindo. Então até aqui onde nós estamos? Nós
estamos no momento em que eles diziam: o médium está captando tudo que acontece com
aqueles assistentes que estão na sala. E aí começa a ir mais longe. Kardec refuta. Então eles
vão mais longe: sendo-lhes impossível negar a realidade de um fenômeno que a ciência vulgar
não pode explicar e não querendo admitir a presença dos Espíritos, os que assim opinam o
explicam a seu modo. Então quando foi refutado e mesmo assim os fenômenos estão
acontecendo, mas eles não querem admitir que existam Espíritos então eles vão para um
outro tipo de pensamento que segundo Kardec seria muito sedutora essa teoria se ela pudesse
abranger todos os fatos, mas não é isso que acontece. Quando se lhes demonstra, até à
evidência, que certas comunicações do médium são completamente estranhas aos
pensamentos, aos conhecimentos, às opiniões mesmo de todos os assistentes, que essas
comunicações freqüentemente são espontâneas e contradizem todas as idéias preconcebidas,
ou seja, quando eles dizem para o indivíduo: tudo bem. Vamos supor que vocês estejam certos,
mas aqui na sala tem 3 psiquiatras e esse indivíduo está falando de cardiologia ou esse
indivíduos está falando de nutrição. Aqui tem um mecânico e um funileiro e o indivíduo está
falando de artesanato com barro. Como é que você explica isso? Aí aqui ele coloca: os
indivíduos colocam assim: ah, não! Mas espera aí: é porque tem mais coisa que é o que vai
acontecer no último parágrafo: é que o indivíduo ele pode estar captando coisas que estão
fora da sala também. Que estão na cidade, que estão no país, que estão no globo, que estão lá
em Marte. Então eles preferem acreditar nisso que o médium, né? No caso para eles aquele
indivíduo que estava no sonambulismo desperto, lúcido ou captando as informações do
ambiente. Se tiver muita potência pode saber lá na França o conhecimento de um indivíduo
que está lá na China. É isso que nós veremos aqui.

Respondem que a irradiação vai muito além do círculo imediato que nos envolve; o médium é o
reflexo de toda a Humanidade, de tal sorte que, se as inspirações não lhe vêm dos que se
acham a seu lado (dos assistentes), ele as vai beber fora, na cidade, no país, em todo o globo e
até nas outras esferas.
Comentário: Então aqui Kardec trás essa informação: se eu tiver que acreditar nessas
duas teorias, a teoria de que um indivíduo pode alcançar conhecimento que estão em todo o
universo é muito mais maravilhosa (ou seja, fantasiosa, difícil de acreditar) do que na teoria
que diz que existem outros seres aqui que estão compartilhando seu pensamento conosco. É
isso que Kardec está falando aqui.

Comentário: Então ele fecha o pensamento. Por isso que ele diz: o ponto capital: a
teoria sonambúlica que é esta primeira que nós vimos e essa teoria refletiva que é essa onde o
médium é reflexo nos indivíduos que estão ao redor dele. O que Kardec coloca: tanto a teoria
sonambúlica como a teoria reflexiva foram criadas por pessoas, por indivíduos que queriam
explicar as coisas, mas baseados em conhecimentos que já existiram no mundo. Então
porque eu preferia acreditar em algo que é uma manipulação de conhecimentos já
existentes e não vou acreditar em algo que é uma criação de conhecimentos não existentes?
Então ele diz o seguinte: então vamos lá, um ponto final nessa história: se realmente o
médium está refletindo o conhecimento que existe no mundo pela teoria reflexiva ou ele está
captando o conhecimento que existe no mundo pela sonambúlica como ele pode captar um
conhecimento que não existe em ninguém? Porque ninguém tinha falado de espiritismo ainda
ninguém tinha falado de mediunidade ninguém tinha falado dessas coisas como Kardec está
falando. Talvez uma ideia isolada ou outra, mas nada que explicasse assim: os Espíritos podem
se comunicar, das mesas girantes, da psicografia pelo cesto com o lápis. Então é aí que Kardec
fala: se o indivíduo pode tirar como ele conseguiu tirar isso se isso não existia no mundo? E
se não existia no mundo como que vários médiuns ao mesmo tempo sem se conhecerem
começaram a professar a mesma coisa? De onde veio esse conhecimento então? Então é daí
que ele tira a sua refutação e a sua crença de que é muito mais fácil acreditar na teoria espírita
do que na teoria reflexiva ou na sonambulica.

Criadas para explicar um fato, ao passo que a Doutrina dos Espíritos não é de concepção
humana. Foi ditada pelas próprias inteligências que se manifestam, quando ninguém disso
cogitava, quando até a opinião geral a repelia. Ou seja, não tinha de onde essa informação ter
brotado que não fosse de um local sobrenatural assim no sentido de que está além da
natureza do que nós compreendemos, nada que seja miraculoso ou que é... O espiritismo é
natural, as comunicações são naturais. Eu uso a palavra sobrenatural muito mais no sentido
Para. No parapsicológico assim, quer dizer não tem como inventar algo dessa magnitude. Até
tem se você for pegar, por exemplo, Tolken escrevendo Senhor dos Anéis ele criou um
universo totalmente... Até um idioma. Ele criou vários idiomas, ele criou o idioma mesmo,
sabe? Dá para você aprender aquele idioma e conversar naquela língua, mas ele criou aquilo
num mundo que foi fantasioso, num mundo medieval ali num mundo de RPG de roleplay
game.

Só que como que vários indivíduos dispostos em vários locais do Globo conseguiriam pensar
na mesma coisa tão complexa com tantas nuances e de igual forma ao mesmo tempo? É
inconcebível pensar que algo assim possa ser verdade, né? Claro que alguém sempre vai falar:
não pode ser verdade. Foi uma coincidência uma sincronicidade, mas é aquela coisa, né?
Quem procura acha e quem quer refutar algo vai refutar até o último momento e se Jesus
retornar-se hoje até mesmo os protestantes que aguardam o retorno de Jesus vão falar: mas
será que é ele mesmo? Não, mas o cara está subindo numa nuvem ali. Não, mas pode ser
efeito especial de Hollywood isso aí. Será que é ele mesmo? Então quando o indivíduo não está
disposto a sair das suas crenças ele não vai sair e ponto final. O nosso trabalho aqui é
progressista, né? Sentido de: estamos indo para frente, não ficar andando em círculo.

Comentário: Também ainda há outra circunstância em que não se tem atentado


muito. As primeiras manifestações, na França, como na América, não se verificaram por meio
da escrita nem da palavra, e, sim, por pancadas concordantes com as letras do alfabeto e
formando palavras e frases. Como vimos das mesas girantes, da dança das mesas ali. Então
quer dizer: mesmo que fosse em último caso que toda essa teoria reflexiva ou sonambúlica
fosse verdade como é que é possível magnetizar uma mesa para que ela produza essa
representação? E em vários locais e consiga se comunicar como a gente... Nós tinhamos
trabalhado aqui no estilo código morse, né? Tantas batidas é a, tantas batidas é b e etc.

Ora, dado se pudesse supor a intervenção do pensamento dos médiuns nas comunicações
verbais ou escritas, outro tanto não seria lícito fazer-se com relação às pancadas, cuja
significação não podia ser conhecida de antemão. Então assim: depois que o médium sabe
você pode acusá-lo de saber, mas quando as mesas estão ali dando pancada infelizmente não
tem de onde você tirar um recurso que explique aquilo, tá? Então esse é o ponto onde Kardec
refuta os adeptos do Mesmerismo, os adeptos dessa teoria reflexiva, tá? E começa a explicar
que não. Existem sim Espíritos e nós chegaremos a essa confirmação pela lógica. Em nenhum
momento ele fala: eu acredito nisso porque é assim. Ele está nos levando pela lógica e já são 9
estudos onde pela lógica ele está nos levando a concluir que existem Espíritos para que nós
mesmos cheguemos a essa conclusão, não aceitemos isso apenas como algo explicado.

Comentário: Poderíamos citar inúmeros fatos que demonstram, na inteligência que se


manifesta, uma individualidade evidente e uma absoluta independência de vontade. Ou seja,
Kardec está dizendo: É possível provar que o ser que se manifesta ele possui uma
individualidade e uma independência. Ele pode escolher o que ele vai responder, ele pode
escolher o que ele vai se manifestar. Quando das mesas girantes era possível escolher se teria
som ou se não teria. Então não se trata de um médium e aí Kardec continua : Recomendamoos,
portanto aos dissidentes, ou seja, os que discordam disso, os que acreditam que as
informações vêm espelhada dos membros que estão na sala junto com o médium, ele diz
assim: Recomendamos, portanto, aos dissidentes (a vocês que discordam), observação mais
cuidadosa e, se quiserem estudar bem, sem prevenções, e não formular conclusões antes de
terem visto tudo, reconhecerão a impotência de sua teoria para tudo explicar. Então ele pede
humildade, não é? Humildade no sentido de que se você já vem aqui querendo contrapor a
coisa dizendo: isso aqui não serve para nada, não vai servir para nada e não é só isso: nada vai
servir para você. Se o teu médico falar: olha! Fica em repouso, mas você fala: não consigo ficar
parado. Não vou ficar não, depois não reclama se infartar de novo, depois não reclama se o
ponto da cirurgia arrebentar, depois não reclama se você tiver problemas maiores. Então a
questão que ele coloca é: o nosso objetivo aqui é continuar o diálogo com pessoas que estão
abertas a estudar algo que nunca foi estudado. Não dá para chegar aqui no espiritismo e ficar
tentando encaixar o que eu já conheço das outras ciências é... Forçosamente. Lembra...
Lembra não porque isso não deixou de existir, mas aqueles brinquedos de crianças bem
pequenas que tem várias formas que ela tem que encaixar, tem um quadrado que ela tem que
enfiar no quadrado, um triângulo que ela tem que enfiar no triângulo. É mais ou menos isso.
Tem até um vídeo que roda na internet aí de um menininho tentando encaixar uma estrela no
quadrado, aí ele não consegue, ele abre a caixa e joga lá dentro. Porque assim: não tem
paciência. Então é o que algumas pessoas fazem (né): já que isso aqui não se encaixa no que
eu estou acostumado, eu não acredito nisso então todo mundo é mentiroso? Só porque eu
não tenho clarividência, eu não estou enxergando espírito ou porque eu não tenho
mediunidade em nível mais ostensivo e não consigo ouvir as intuições então quem fala isso é
charlatão? É mentiroso? Tem que parar com essa coisa, né? Algumas pessoas enxergam mais
do que as outras tanto em nível fisiológico mesmo: quem tem catarata, quem tem miopia já
enxerga menor porque aqui no sentido espiritual não poderia ser igual né. Por que/ que
algumas pessoas não podem ter bloqueios e limitações e outras não?

Limitar-nos-emos a propor as questões seguintes: então ele diz: entre todas as perguntas que
são feitas para contrapor não dá para ficar respondendo todas, mas nós vamos pegar algumas
que podem fazer algum sentido para explicar o que nós estamos querendo dizer aqui. Então
seriam essas perguntas: Por que é que a inteligência que se manifesta, qualquer que ela seja,
recusa responder a certas perguntas sobre assuntos perfeitamente conhecidos, como, por
exemplo, sobre o nome ou a idade do interlocutor, sobre o que ele tem na mão, o que fez na
véspera, o que pensa fazer no dia seguinte, etc.? Se o médium fosse o espelho do pensamento
dos assistentes, nada lhe seria mais fácil do que responder. Então são as perguntas que os
indivíduos fazem né? Então você tem a possibilidade de fazer uma comunicação com um
espírito que está em um outro plano e aí a pessoa faz uma pergunta: o que eu estou na mão?
Quantos anos eu tenho? Qual é meu nome? E às vezes eu imagino né? Se você tivesse
oportunidade de fazer uma pergunta para Deus que fosse respondida com certeza, assim: não!
Deus respondeu mesmo. Porque é possível fazer essas perguntas, mas nós sempre ficamos um
pouco confuso. Será que é meu? Será que não é? Mas se você tivesse uma pergunta que Deus
pudesse responder que pergunta você faria? Uma chance na vida de fazer uma pergunta para
Deus e ser respondido, qual pergunta faria? Provavelmente teria alguém que falaria isso (né):
Que cor de roupa eu estou por baixo da blusa? Aí Deus fala: é branca. Ah! É mesmo. Então
agora eu quero fazer outra pergunta. Não! Era só essa. Eu sei que você está com a roupa
branca aí por baixo. Então Kardec diz: se os indivíduos que estivessem na sala fossem os que
estão influenciando ao médium seria muito fácil responder essa pergunta porque as pessoas
provavelmente conheceriam a idade do indivíduo, sabem o nome dele e tudo mais.
Comentário: Quando há algo que não pode ser questionado e todo mundo está vendo
que é aquilo - aquilo se transforma em um axioma. O céu é azul quando não tem nuvens. Isso
é um axioma. Claro se você estiver em outro planeta não vai ser correto? Então é nesse
sentido que nós vamos entendendo. A barba cresce no rosto. É um axioma. Porque se crescer
em outra parte do corpo já não é barba, tá? E aí isso vai se dando para todas as outras coisas
então o axioma que Kardec coloca aqui é: Quem pode o mais pode o menos. Então o seguinte:
esses indivíduos que contestam estão colocando essa afirmativa: se esse espírito pode explicar
sobre os fenômenos do mundo espiritual porque que ele não pode me falar a cor da minha
meia? Se ele pode aquilo ele pode isso. É um axioma. Então se ele não pode isso ele também
não pode aquilo, né? Então se ele não sabe a cor da minha meia, qualquer coisa que ele diga,
além disso, é uma mentira. É algo que ele pode estar inventando. E aí Kardec responde: Se um
ignorante ou um zombador, apresentando-se a uma douta assembléia, ou seja, um grupo de
pessoas realmente intelectualizadas, estudadas ou um grupo de pessoas que estão ali de
maneira séria perguntasse para essas pessoas, por exemplo, por que é dia às doze horas?
Então imagina que o indivíduo entra lá num congresso de astronomia onde os caras estão
discutindo calseigan, os caras estão discutindo teoria das cordas e aí ele pergunta: por que é
dia meio-dia? O que Kardec diz: como que esses indivíduos vão reagir a isso, né? Então ele
coloca assim: se não responderem a ele, se o ignorarem ou se derem risada então significa que
eles são tolos e que o outro é esperto? Então ele contrapõe-se: se os Espíritos escolhem não
responder a isso não significa que eles sejam ignorantes ou que eles sejam tolos significa que
para eles isso é irrelevante e não condiz com o seu precioso tempo ficar desperdiçando com
perguntas pura e simplesmente para se provarem que são ou não são, né? Como se fosse a
porta dos desesperados do Sérgio Mallandro lá nos anos 90: tem a monga ou tem o
videogame? E não é bem assim.

Acreditará alguém que ela se daria o incômodo de responder seriamente e fora lógico que, do
seu silêncio ou das zombarias com que pagasse ao interrogante (que é o ignorante), se
concluísse serem tolos os seus membros? Ora, exatamente porque os Espíritos são superiores,
é que não respondem a questões ociosas ou ridículas e não consentem em ir para a berlinda; é
por isso que se calam ou declaram que só se ocupam com coisas sérias. Como seria ir para
berlinda: ah, o indivíduo está recebendo uma comunicação e o Doutor Adolfo Bezerra de
Menezes está aqui para conversar. Aí ele fala: o Doutor Adolfo está aqui e ele responderá cinco
perguntas feitas. Aí o indivíduo levanta a mão: prova que é o senhor. Em que cidade que o
senhor nasceu? Qual que era o nome da sua mãe? Fala: ó, tenho cinco perguntas para
responder e você vai me perguntar a roupa que eu estava? O dia em que eu desencarnei?
Sabe? É isso que eu quero dizer. Ele vai falar: não! Não vou responder a isso. Ah, então não vai
responder a isso não é você. É esse indivíduo aqui que Kardec está contestando, tá? Esse
indivíduo existe. Todo lugar tem um indivíduo desses.

Comentário: Então lá no começo ele disse que algumas perguntas seriam feitas, uma
pergunta foi essa, né? Porque que os espíritos podem responder todas as coisas, mas não
respondem coisas pequenas e aí a segunda pergunta colocada é esta: por que/ que esse
indivíduo que aparece e passa uma mensagem e assina um nome conhecido ou que passa a
ser conhecido após a sua assinatura por que/ que muitas vezes nós não conseguimos chamá-lo
de novo? Então a Fabiane Ferreira veio na sessão mediúnica, deixou uma mensagem (não
estou te desencarnando não, tá? Fabiane, estou só dando de exemplo). Ela deixa uma
mensagem e assina lá: Fabiane Ferreira. E aí eu gostei da mensagem dela, nós nos reunimos de
novo e falam ó: estamos aqui para chamar Fabiane Ferreira para conversar novamente e ela
não volta. Então Kardec explica nessa passagem: ela não volta por que ela não quer voltar ou
por que ela não precisa voltar? E o fato de ela não voltar demonstra que não se trata do
médium porque se fosse o médium ele sempre poderia evocar aquela mensagem novamente,
ele sempre poderia evocar aquela personalidade ou aquela percepção que está na mente de
outro, mas como não se trata da vontade do médium e sim da vontade de um outro ser
independente que também tem o seu livre-arbítrio então ele escolhe não voltar. Então a
ausência desse espírito em dadas reuniões ou o fato dele não responder às evocações indica
que tem ali uma inteligência, um ser pensante e não apenas uma energia que pode ser
manipulada ao bom grado do médium.

Perguntaremos, finalmente, por que é que os Espíritos vêm e vão-se, muitas vezes, em dado
momento e, passado este, não há pedidos, nem súplicas que os façam voltar? Se o médium
obrasse unicamente por impulsão mental dos assistentes, é claro que, em tal circunstância, o
concurso de todas as vontades reunidas haveria de estimular-lhe a clarividência. Então assim:
se bastasse apenas isso toda vez um médium conseguiria reproduzir.

Desde, portanto, que não cede ao desejo da assembléia, corroborado pela própria vontade
dele, é que o médium obedece a uma influência que lhe é estranha e aos que o cercam,
influência que, por esse simples fato, testifica da sua independência e da sua individualidade.
Ou seja, pode chamar, pode clamar. Pode fazer o que for. Se o espírito não quiser vir, ele não
virá.

Comentário: O cepticismo, no tocante à Doutrina Espírita, então não acreditar naquilo


ou estar sempre com um pé atrás quando não resulta de uma oposição sistemática por
interesse, ou seja, eu vou ser contrário a isso porque isto vai contra ao que eu prego. Então
imagina que eu sou um indivíduo que dependo do dinheiro que as pessoas me dão porque eu
digo que se elas não me deram dinheiro elas vão para o inferno ou se elas me derem dinheiro
elas estão comprando um lote lá no céu. Aí vem um indivíduo e prova que não existe nem o
inferno e que não existe nem loteamento no céu. Eu não quero que essa verdade apareça por
que eu vou falir correto? Então vai ficando isso. Ou então eu estou aqui criando meus filhos
dizendo: ó, se você não fizer isso Deus castiga. Aí ele vai para escolinha de evangelização e fala:
não! Deus não castiga. Aí a mãe fala: ó! Você está tirando o poder que eu tenho. Deixa Deus
castigar o menino, ele me obedece quando eu falo isso, agora como é que vai ficar e tal. Então
o indivíduo que tenha dificuldade de crer nisso Kardec coloca: ou é uma oposição sistemática
por interesse, origina-se quase sempre do conhecimento incompleto dos fatos, o que não obsta
a que alguns cortem a questão como se a conhecessem a fundo. Quem são esses indivíduos?
São aqueles que conhecem alguma coisinha e saem falando: não! Não! Já li! Já li! Isso aí
não
serve. Ó: vou falar para você um negócio de Espiritismo. Não! Não. Já li um texto de Kardec
não serve para. Um texto de Kardec você leu? E acha que sabe falar tudo? E isso serve para nós
também em todas as outras áreas. O que dá segurança, o que dá confiança é você saber o que
está falando. Então eu repito: quer fazer o estudo do Evangelho Segundo espiritismo no tempo
paralelo faça estudo do Evangelho bíblico. Faça o estudo do novo testamento, se puder fazer o
do velho testamento melhor ainda. Então assim: quanto mais você conhecer de uma coisa
mais você tem capacidade de dialogar com os outros, mas tem algumas pessoas que falam:
isso é fundamentalismo, está errado. Mas não sabe que foi tirado de um livro bíblico, não sabe
que isso está lá na primeira reis, não sabe que isso está lá em Rute, não sabe que isto está lá
nos provérbios e fica pensando que o indivíduo tirou aquilo da cabeça dele. Não! São
fundamentalismos que partem de algum ponto que está escrito em algum livro e que a pessoa
toma aquilo como uma verdade. Então quando você for dialogar sobre espiritismo com algum
indivíduo que não conhece o espiritismo ele ficar te atacando não entre no processo de
proselitismo, de catequização porque você não conseguirá. Ele não está aberto a ouvir. Quem
está aberto a ouvir procura. Eu me lembro disso... Uma pessoa muito importante na minha
vida, uma grande amiga que eu tive que passou por uma situação muito difícil. Não era espírita
totalmente de outra religião, mas sabia que eu era espírita, mas nós nunca falávamos de
religião porque eu respeitava a dela, ela a minha, era um grupo grande de pessoas, mas ela em
um momento de muita confusão cometeu um aborto e aquilo para ela pesou muito. Então ela
ficou incomodada com aquele aborto que ela cometeu e ela foi até a minha casa a época ela
falou: preciso conversar com você, ela falou: eu quero saber o que você pensa e o que a
religião que você segue diz sobre o aborto. E aí ela sentou e eu fiquei ali conversando, nós
ficamos conversando por umas duas ou três horas. Eu falava uma coisa, ela fazia outra
pergunta, o debate cresceu tá? Logicamente ela não precisou aceitar tudo que eu falei, mas
ela veio aberta ouvir. Esses indivíduos estão abertos a trocar e aí eles falam o que eles pensam.
Esses que vem debochando nem perca tempo. O cepticismo, no tocante à Doutrina Espírita,
quando não resulta de uma oposição sistemática por interesse, origina-se quase sempre do
conhecimento incompleto dos fatos, o que não obsta a que alguns cortem a questão como se a
conhecessem a fundo.

Pode-se ter muito atilamento, muita instrução mesmo, e carecer-se de bom-senso. Quer dizer:
eu posso ser um ser maravilhoso, eu posso ser intelectual, eu posso ser muito estudado, mas
eu também posso não ter bom senso, não é? Tem gente que tem doutorado, mas não tem
bom senso e tem gente que é analfabeta e tem bom senso. Então isso não tem nada a ver uma
coisa com a outra. Os indivíduos com maior intelectualidade deveriam ter mais bom senso
porque ninguém alcança uma intelectualidade mais alta sozinho. Ele teve que estudar
bastante, ele teve professores, colegas de sala, colega que ajudou ele no trabalho, colega que
passou cola, colega que respondeu a presença para ele quando ele faltou para ir namorar ou
fumar um cigarro escondido. Então o que eu quero dizer: ninguém cresce sozinho. Tem esse
aspecto de sombra, tem aqueles momentos em que nós não estamos afim, nós queremos
matar aula, nós queremos sair escondido ou nós queremos fazer a coisa certa. Então tudo que
nós construímos na nossa vida seja positivo ou negativo não foi construído sozinho. Então o
indivíduo quando ele alcança, por exemplo, um grau de doutorado e ele sente: eu sou doutor
ele está numa ilusão muito grande, né? Porque ele é doutor, mas ele é constituído por todas
as pessoas que auxiliaram em algum momento da vida. Desde a professora no maternal que
limpava a boca dele quando ele estava comendo até a orientadora do doutorado que ficou
falando: não está bom, faz de novo. Não está bom, faz de novo. Dez vezes até ele quase
enlouquecer, mas aí chega no ponto do ápice. Então bom senso não é algo que se aprenda,
não é algo com que se nasce. É algo que você desenvolve, é algo que você pela convivência
com outras pessoas consegue aprender. Então Kardec é muito lúcido quando ele aponta isso,
né? Ora, o primeiro indício da falta de bom-senso está em crer alguém infalível o seu juízo.
Muita gente também há para quem as manifestações espíritas nada mais são do que objeto de
curiosidade. Confiamos em que, lendo este livro, encontrarão nesses extraordinários
fenômenos alguma coisa mais do que simples passatempo. Bom, então além dos indivíduos
que não tem o bom senso, tem a inteligência, mas não tem o bom senso ele coloca: para
algumas pessoas é só curiosidade. Tem gente que vai à casa espírita para ver a mesa sair
voando, para ver as pessoas rodando. Chega lá, vê uma palestra calminha, tranquila, falando
sobre amor até se frusta. Alguns se surpreendem e acabam continuando ir porque falam: ah,
não é tão ruim quanto achava que ia ser não, mas tem alguns que se frustram e não vão mais.
Falam: ah, não aconteceu nada. Só ficou uma mulher falando lá. Nem entendi direito. Então
Kardec diz isso.

E aí ele fecha com uma humildade, né? Eu espero que este livro... Porque ao final da
introdução, né? Eu espero que este livro possa servir para alguma coisa além de um
passatempo. Tem gente que pega o livro dos Espíritos como se estivesse lendo São Cipriano
assim. O livro proibido, né? Lê até escondido porque está com o livro dos Espíritos. Você saí
com o livro dos Espíritos na rua, num metrô assim tem gente que te olha e fala: aí, esse aí deve
ser um magro negro, né? Esse cara faz magia, né? Então tem essa coisa. A pessoa quer dar
uma olhada assim... O pastor não deixa. O padre não deixa, mas eu vou dar uma olhada. Aí ela
abre assim: amor, amor, caridade, ame ao próximo. Jesus, ela vai... Cadê a magia negra nessa
coisa aqui? Não acha, não tem. Não tem nem magia branca, né. Tem só leis naturais se
aplicando.
Comentário: Bom então agora ele está explicando diante do que... O que nós
estávamos observando para chegar a essas conclusões. Então como acontecia na prática as
manifestações foram consideradas inteligentes por que as mesas se levantavam e um dos pés
delas batia no chão. Então como era isso? A mesa está lá voando, né? Assim levitando, aí eu
faço uma pergunta para ela. Olha: se a resposta for sim você bate uma vez, se a resposta for
não você bate duas vezes. Aí eu pergunto: eu tenho barba? Ela bate sim. Eu tenho cabelo
comprido? Ela bate não. Eles começaram a perceber: tem alguma coisa acontecendo aqui.
Porque a mesa respondia coisas que necessitariam inteligência ou olhos para observar ou nariz
para sentir o cheiro, sabe?

Então começaram a levar que ela respondia. Aí Kardec ainda coloca: isso para muita gente já
seria o suficiente para crer. Olha, o cara fez uma palestra maravilhosa ele deve ser
maravilhoso. Não vá por esse caminho. Não é por causa de um evento que você cre e aqui
Kardec ensina por que: até aí nada de convincente havia para os céticos. Uma mesa batendo
sim ou não ainda não era convincente porquanto bem podiam crer que tudo fosse obra do
acaso, ou seja, pode ser uma imensa coincidência que todas as respostas sejam certas. Ainda
não dá para provar que existe uma inteligência. Nós vamos ter que ficar fazendo um milhão de
perguntas e se uma vez ela responder errado então nós não podemos falar que isso é
inteligência. Essa é a dificuldade do método científico.

Obtiveram-se depois respostas mais desenvolvidas com o auxílio das letras do alfabeto: dando
o móvel um número de pancadas correspondente ao número de ordem de cada letra, chegava-
se a formar palavras e frases que respondiam às questões propostas. A precisão das respostas
e a correlação que denotavam com as perguntas causaram espanto. Então agora ia
funcionando como um código Morse, né? A você bate uma vez, b você bate duas. Agora
imagina formular frase assim. Fica difícil, né? Então era possível, demorava um tempão, mas as
respostas já não eram só sim ou não. Que cor é a minha camiseta? É vermelho. Letra por letra.
Ah, o cara está de camiseta vermelha. Então eles foram aprofundando, desenvolvendo a
técnica e conseguiam frases completas mesmo que isso demorasse uma eternidade para
acontecer.

O ser misterioso que assim respondia, interrogado sobre a sua natureza, declarou que era
Espírito ou Gênio, declinou um nome e prestou diversas informações a seu respeito. Há aqui
uma circunstância muito importante, que se deve assinalar. É que ninguém imaginou os
Espíritos como meio de explicar o fenômeno; foi o próprio fenômeno que revelou a palavra.
Muitas vezes, em se tratando das ciências exatas, se formulam hipóteses para dar uma base
ao raciocínio. Não é aqui o caso. Porque ninguém pensou em Espíritos? Porque estavam diante
de cientistas, eram estudiosos da época pelo seguinte: existe uma questão na área médica, né?
Que são chamados... Tipo trote de zebra, né? Quando você escuta um barulho de cascos
batendo no chão na sua rua você sempre vai imaginar que é um cavalo. Você nunca vai
imaginar que é uma zebra. Porque que é muito mais fácil que seja um cavalo do que uma
zebra. Quando a pessoa fala: óh Estou ouvindo um trote! Deve ser uma zebra ou ela está
maluca ou ela tem muita certeza porque ela liberou a zebra. Então se nós estamos diante de
cientistas eles iriam pensar em todas as fórmulas naturais possíveis, mas nunca em Espírito
porque Espírito é a zebra aqui. Para quem é da área da ciência como eles eram não tem como
imaginar: é um espírito, não faz sentido. Vamos tentar entender a física, vamos tentar
entender a eletromagnética, vamos tentar entender a matemática, a energia, mas nós não
vamos pensar espírito. Então foi isso que colocou: ninguém tinha colocado como hipótese
espírito então quando eles perguntaram quem é você? Ele escreveu: espírito ou gênio. Vai
depender da tradução, da grafia, do significado, do sinônimo e muitas outras coisas, né? Então
seria como se nós perguntassemos hoje o indivíduo falasse assim: sou espírito, sou uma alma
penada, sou um fantasma... Dá na mesma para nossa compreensão. Se nós não tivéssemos
informação nenhuma eu quero dizer. Ah entendi! Alguém que morreu e está aqui.

Então esse é um ponto-chave nessa compreensão de que eles fizeram os exames, isso foi
acontecendo, isso não foi feito em uma noite, isso não foi feito em 5 minutos, no trabalho
extensivo, exaustivo e ficar contando pancada para letra, de fazer pergunta, avaliar a resposta
etc. Então ele inverteu-se do método científico porque eles primeiro tinha uma resposta para
depois formular as hipóteses que é ao contrário do que o normal.
Comentário: Aqui tem uma nota de expositor com duas imagens: na primeira imagem
tem a mesa e na segunda imagem tem a prancha que funciona como a cesta. Para que tenha
uma noção depois eu volto para ler porque fica mais claro. Então na primeira imagem aqui na
esquerda veja tem uma mulher com a mão na mesa e a mesa inclinando e batendo os pés para
dar resposta então o pessoal ficava em volta da mesa. E na segunda então eles evoluíram:
depois fizeram essa pranchinha aqui que era uma cesta também. Então imagina uma cestinha
de pão, coloca um lápis dentro dela, colocam as mãos em volta e aí a cesta ia se mexendo com
o lápis colocado e ia escrevendo que ficou muito mais rápido do que ficar naquele código
Morse de mesa batendo. Tá? Então é por isso que não dava para colocar, fazer a caneta se
mover sozinha porque era necessário a energia do encarnado para que essa função
acontecesse. Então vou voltar aqui agora com essa imagem na cabeça fica mais fácil
compreender.
Tal meio de correspondência era, porém, demorado e incômodo. O Espírito (e isto constitui
nova circunstância digna de nota) indicou outro. Olha só: então além de uma causa inteligente
ele era uma causa mais inteligente do que os que estavam ali que já não eram pouco
inteligentes esses caras. Foi um desses seres invisíveis quem aconselhou a adaptação de um
lápis a uma cesta ou a outro objeto (como vimos na imagem). Colocada em cima de uma folha
de papel, a cesta é posta em movimento pela mesma potência oculta que move as mesas; mas,
em vez de um simples movimento regular, o lápis traça por si mesmo caracteres formando
palavras, frases, dissertações de muitas páginas sobre as mais altas questões de filosofia, de
moral, de metafísica, de psicologia, etc., e com tanta rapidez quanta se se escrevesse com a
mão.

O conselho foi dado simultaneamente na América, na França e em diversos outros países


(sempre trazendo que este é a base do fundamento espírita: tem que aparecer em vários
locais ao mesmo tempo, não pode depender de uma única pessoa). Eis em que termos
o deram em Paris, a 10 de junho de 1853, ou seja, foram aconselhados, mas quem fez a coisa
acontecer mesmo foi esse indivíduo aqui que já estudava desde 49, né? Ou seja, já tinha 4
anos já de experiência na evocação dos Espíritos. E aí o Espírito disse a ele: “vai buscar, no
aposento ao lado, a cestinha; amarra-lhe um lápis; coloca sobre o papel; põe-lhe os teus dedos
sobre a borda”. Então por conta do dedo sobre a borda que não poderia se segurar o lápis.

Alguns instantes após, a cesta entrou a mover-se e o lápis escreveu, muito legível, esta frase:
“Proíbo expressamente que transmitas a quem quer que seja o que acabo de dizer. Da primeira
vez que escrever, escreverei melhor.” Provavelmente ele não respeitou isso porque nós
estamos lendo aqui.

Comentário: “É utilizada a energia humana para movimentar a cesta e promover a


escrita” (Sebastião Aparecido). E para que isso aconteça não é todo médium? Como ele
colocou aqui médiuns porque nós estamos no começo do estudo. Eu não vou entrar
profundamente porque esse é o começo do estudo, mas todos nós temos mediunidade algum
nível. Pode ser nível 0,001 pode ser nível 100, Ok?

Mas existem tipos de mediunidade assim como existem inteligências. A pessoa tem
inteligência emocional, mas não tem a inteligência do intelecto, né? Uma inteligência
cognitiva. Pode ser um gênio da matemática, mas não sabe lidar com a namorada.

Então é assim: como tem várias inteligências também tem várias mediunidades e uma delas é
a mediunidade de efeitos físicos que é a mediunidade da psicografia que é mediunidade de
conseguir movimentar objetos. Então se não houver um médium com essa capacidade no local
a mesa não vai balançar. A mesa não vai produzir esse movimento, está bom? Então essa
mediunidade precisa estar associada.

Por isso que o médium é necessário por causa da sua energia animalizada para movimentar a
matéria, certo? O que isso nos ensina? Que não existe Castelo mal-assombrado. Não tem
candelabro voando em Castelo, ou seja, quanto mais vazio de pessoas o lugar é menos
Espíritos vai ter lá. Porque os Espíritos precisam de energia dos encarnados para produzir
muitas das suas coisas: sejam vampirizar, ou seja, instruções não tem como Espírito ficar no
castelo abandonado. Se entrar um médium de efeito físico no castelo abandonado e as
cortinas começarem a mexer elas só estão mexendo porque ele está lá. Se ele sair elas param
por que os Espíritos não podem produzir esse movimento sem a presença desse médium, está
bom?

Então foi toda uma ligação que aconteceu porque as pessoas certas estavam ali, mas porque
as erradas já foram sendo excluídas assim como uma evolução darwinista: pessoas que não
tinha mediunidade tentaram fazer isso não deu em nada, aí o outro chegou e deu, mas esse
saiu não deu mais. Aí falaram: não! Espera aí: eu acho que só funciona quando o Vitor está
aqui. Aí o Vitor aparece: não, mas se só funciona quando o Vítor está aqui o Vitor deve estar
com rolo. Vamos tirar o Vitor e chamar outra pessoa, entende? É todo um processo demorado
que nós temos que ter em mente.

Quem colocou aqui alguma coisa? A Urana colocou de novo aqui ó: fico imaginando o forte
sentido investigativo e autocontrole de Kardec. Sim! E paciência. E essa condição de falar: não
vou me deixar levar pelo entusiasmo. Porque foi muito cansativo. Tenta de novo e tenta de
novo e tenta daquele jeito, vamos fazer isso, agora você sai da sala, agora você entra... Eles
fizeram provavelmente várias questões nesse sentido para estruturar se existe um padrão de
funcionamento, se era uma pessoa - para chegar nisso que nós estamos lendo agora.

Lembrando também que a escrita nessa época aqui ele está falando de 1853 e tal não era uma
escrita com caneta BIC, né? Era uma coisa que levava tempo para você escrever, você podia
ter ali seus tinteiros, você podia ter ali. Então não era uma coisa tão corrida, tão rápida. É
lógico que se fosse hoje digitando no computador talvez muito mais informações estariam
contidas aqui porque seria mais fácil para todo mundo. Tenha isso em mente também: isso
aqui é o trabalho final do método científico que foi aplicado por Kardec, mas com certeza ele
deve ter deixado um monte de rascunho para trás, um monte de folha rabiscada para que nós
tivéssemos isso que temos hoje.
Então se eu não tenho mediunidade necessária o fenômeno não ocorre? Não ocorre. Como ele
disse aqui ó: todavia uma faculdade que se desenvolve pelo exercício. Então não significa que
se você tentar uma vez não vai ocorrer. Talvez ela esteja embotada. Embotada como um botão
de flor: você precisa desabrochá-lá e isso é pelo exercício. Você vai lá segura o lápis e não
acontece nada. Você vai lá segura o lápis e vem um pensamento. Você vai lá segura o lápis e aí
vai chegando. Tem médium que já começa escrevendo, pintando o quarto e etc. Tem outros
que vão mais para o método mecânico: vai tentando, vai tentando, fica alguns meses ali até
conseguir, tá? Então qualquer mediunidade que eu tenho ela pode ser desenvolvida e ela pode
ser paralisada se eu não estiver a fim de levá-la adiante. Pode trazer problemas... Isso
confusão mental e etc. É sempre bom estudar. Se você tem alguma mediunidade: eu vejo
coisas, eu ouço vozes... Você antes de se internar em hospital psiquiátrico vá procurar uma
ajuda. Talvez você tenha só uma mediunidade que se for bem estabilizada você não precisa
mais passar por essas situações.

O objeto a que se adapta o lápis, não passando de mera o instrumento, completamente


indiferente são a natureza e a forma que tem, ou seja, tanto faz. Não precisa ser uma cestinha
de palha tipo tal. Pode ser qualquer coisa que se permita colocar o lápis e que tem uma
facilidade de se movimentar. É que é a base daquelas mesas ouija, né? Que o pessoal põe em
cima do negocinho lá da madeirinha e ela vai indo respondendo letras assim. É a base disso aí.
Daí o haver-se procurado dar-lhe a disposição mais cômoda. Assim é que muita gente se serve
de uma prancheta pequena. A cesta ou a prancheta só podem ser postas em movimento
debaixo da influência de certas pessoas, dotadas, para isso, de um poder especial, as quais se
designam pelo nome de médiuns, isto é — meios ou intermediários entre os Espíritos e os
homens, por isso a palavra médium. Porque eles têm a comunicação no meio do caminho. Eles
estão no meio. Eles conseguem falar com os Espíritos e eles conseguem falar com os
encarnados e os desencarnados. Por isso o termo médium, tá? Só por isso. Não tem nada
demais.

As condições que dão esse poder resultam de causas ao mesmo tempo físicas e morais, ainda
imperfeitamente conhecidas, porquanto há médiuns de todas as idades, de ambos os sexos e
em todos os graus de desenvolvimento intelectual. É, todavia, uma faculdade que se
desenvolve pelo exercício. Então vejam: ele não está... As pessoas são médiuns e pronto, mas
ele coloca aqui: ainda são imperfeitamente conhecidas essas condições. Porque se tem homem
que é e homem que não é, mulher que é e mulher que não é, criança, adulto, então eles não
conseguem fechar um padrão. Percebe que ele coloca isso aqui humildemente falando: não
temos ainda condições de dizer neste momento da escrita do que se trata. Qual é a origem
para isso aí? Tem que ter cor negra, tem que ter cor branca, tem que ser asiático? Não dá para
saber.

Então ao mesmo tempo eles perceberam que pode ser em qualquer pessoa e pode ser
nenhuma. O que é positivo para nós aqui que estamos estudando principalmente você que
está entrando agora no meio espírita ou que já está há muito tempo e não se recicla há
bastante tempo lembra disso: lembra disso antes de começar a fechar as portas da sua casa
espírita para pessoas porque são jovens demais, que são velho demais, que são mulheres
demais, ou porque são homens demais, ou porque são pobres. Lembra-se disso. E se você se
enquadra em alguma dessas coisas: eu sou muito novo, eu não tenho coragem de falar:
quero
ser palestrante. Vença esse medo. Porque a mediunidade ela existe em qualquer pessoa e
pode ser desenvolvida em qualquer um. Então fecha essa coisa de tem que ter 30 anos de
idade para fazer palestra em casa Espírita. Se você tem conhecimento, se você tem um
linguajar bom, se você consegue se comunicar sem transformar aquilo em uma militância
doutrinária de suas causas pessoais e conseguir modificar a vida de pessoas então você está
pronto. Só vai ter que trabalhar a questão realmente da retórica, a questão do
posicionamento... Isso tudo é... Um curso de oratória te dá em alguns meses. Tá? Então
lembre-se disso: não tem esse é mais médium que aquele porque ele é homem, branco, de 60
anos de idade. Isso aí não existe.

Então aqui fica mais claro ainda entender a imagem, tá? Para vocês que estão só no áudio.
Tem a imagem de um grupo de pessoas ao redor de uma mesa e essa mesa balançando e na
outra é a imagem de uma... Como se fosse uma pequena prancheta e ela tem rodinhas
embaixo está colocado em cima de uma folha de papel com um lápis colocado dentro dela
com as pessoas colocando a mão lá na sua base. Então ela vai se movimentando e a caneta vai

Comentário: Então vejam: qual é a lógica que eles vão chegando aqui? Bom, nós
colocamos uma cestinha de pão, mas essa cestinha de pão dá trabalho! Vamos pôr uma mesa
com rodinha. Então eles perceberam que qualquer coisa que se colocasse movimentava o
lápis. Aí alguém provavelmente teve a genial ideia: e se eu segurar lápis? Será que minha mão
se movimenta? E aí eles chegaram à conclusão que sim e aí na psicografia.

Eles começaram a perceber que a coisa era muito maior que isso e que não era possível só
escrever através do lápis era possível também falar: é a psicofonia. O médium psicofônico é
aquele que as pessoas dizem incorpora o Espírito. Não incorpora porque para você incorporar
o espírito teria que entrar no seu corpo. Você não incorpora um espírito. O espírito se
aproxima de você, pode colocar a mão no teu ombro, pode colocar a mão na sua testa, pode
fazer uma imposição de mão, pode ter alguém comunicando o que ele quer te dizer, mas o
espírito não entra no seu corpo. Ele se conecta mentalmente com você e estando conectado
mentalmente ele te passa as informações que ele quer e aí você transmite elas como médium.

Então não tem essa coisa de fui incorporado. Ninguém é incorporado. É por isso que o médium
é considerado o que dá passividade ao Espírito. Passividade não é só passagem. É passividade,
ou seja, eu vou me abster de mim, ser passivo diante desta comunicação para que você possa
falar, para que o meu animismo interfira o mínimo possível.

Em outras palavras: um Espírito se aproxima com muita raiva e ele fala. Aí o mediador da
conversa pergunta: por que/que você está aqui? E ele responde para o médium: eu estou com
raiva das pessoas. Fala isso. O que o animismo do médium faz porque ele não está sendo
passivo, ele está sendo ativo: ele dá um murrão na mesa: porque eu estou com raiva das
pessoas! Esse é o médium. O espírito não está dentro do corpo dele dando esse soco na mesa.
É como ele reage à raiva das pessoas.

Isso é o que nós chamamos de forma bem superficial aqui do animismo do médium. Então o
bom médium é aquele que dá passividade, portanto, se ausenta do seu ego, da sua vaidade, se
ausenta dos seus pontos de vista e simplesmente permite que a mensagem chegue por mais
absurda que ela pareça para ele. Eu não vou falar isso não. O que vão pensar de mim? Vai sim
porque não é você falando. Você só está emprestando. Se o médium faz o papel de colocar
muito freio: eu não vou falar isso, eu não vou falar aquilo porque vai ofender tal pessoa ele
não é um bom médium no sentido que ele não é um médium passivo, ele não tem muita
clareza na sua comunicação. Então por consequência ele acaba sendo escolhido menos.

E os médiuns que se contorcem no chão também é animismo? Não dá para falar só assim: é ou
não é está bom Paulo? Quem sabe no futuro nós não estudamos o livro dos médiuns aqui
também, mas por enquanto é só para ter uma noção de que significa isso aqui. Porque servia
uma cesta, porque que servem o lápis? Porque serve o médium?

Porque é isso: o espírito ele quer se comunicar e só precisa da energia animalizada que é a que
o encarnado tem então todo o resto é fomentação de animismo. Então quando você diz assim:
se contorce no chão é animismo ser for uma obsessão, por exemplo, não. O indivíduo não está
conseguindo controlar aquilo então não dá para aprofundar nesse tema. É importante ficar
mais na superficialidade, né?

E eu não estou dizendo também que todo médum consegue ser centradinho, todo passivo.
Este é o treinamento. O bom médium é aquele que dá a comunicação limpa. Que ele não
precisa ficar se preocupando tanto em fazer vozes diferentes. Isso acontece. Ele simplesmente
empresta o corpo dele, mas não para o espírito entrar, para o espírito se comunicar através
das suas cordas vocais, através da sua expressão verbal, aí é diferenciado. Porque na expressão
verbal também pode ter algo que é interpretado pelo doutrinador e aí isso precisa sair. Se o
cara fica só parado alí, totalmente neutro, também talvez a informação não se faz como
deveria.

Então tem todo um equilíbrio aqui. Não existe um molde. Eu estou falando de coisas que
ultrapassam e que vira uma gritaria, que joga o copo no chão, que joga mesa fora. Isso aí não
precisa acontecer. Se o médium for treinado ele não chega a esse ponto, mas uma olhada para
o lado, uma cara de sarcasmo isso é bom porque dá uma informação para o doutrinador.

A Ludmila: Sou médium e tenho muita dificuldade de saber o que estou pensando e o que é
dos Espíritos, as ideias se confundem. É exatamente. O começo é assim mesmo com todo
mundo: ai! Eu vou falar isso o que vão pensar de mim? Falo por identificação porque também
a minha mediunidade é psicofônica e no começo eu falava: não, gente! Isso aqui é meu, estou
viajando, não vou falar isso não, depois de um tempo eum percebi... Qual é a chave para mim,
Ludmila? E daí que é meu? O meu Espírito também não precisa de cura? Eu também não sou
um sofredor aqui no planeta de provas e expiações? Então eu vou falar porque o que o
doutrinador pensa que está falando para um Espírito que veio de fora ele está falando para
mim e o meu Espírito também precisa de cura. Eu não sou um doutor que vem aqui para curar
todo mundo. Eu sou Espírito também que sofre com as suas mágoas, que sofre com as suas
angústias, que traz as suas traições no passado.

Então se o pensamento que está na minha cabeça chegou numa reunião mediúnica que é meu
eu ponho ele para fora também. Quando eu não tiver mais o que pôr para fora aí vai ficar mais
fácil de eu interpretar as outras comunicações. Fica tranquila. Não se coloque na posição de
super consciente não. Deixa o teu Espírito ser atendido também, por que não? Só porque está
encarnado não tenho direito? Como eu coloco aqui, né? Tem que morrer para ser ouvido?
Não, vamos ouvir quem está acordado, tanto faz. O mais o importante é que alguém seja
tratado, seja o médium ou o Espírito, mas estou falando aqui uma opinião pessoal.

Comentário: Em outras palavras: esse questionamento que você trouxe entrou para
eles. Mas e se for um médium que está escreveno isso? Como é que eu sei que não é o médium
quem está escrevendo isso? Então eles foram entender por uma questão de motricidade pura:
se eu coloco uma caneta numa cestinha e movimento ela só com essa parte da mão - a mão
esticada só colocando na beirada eu não tenho controle para fazer uma caligrafia, escrever
uma frase e mesmo que eu tenho esse controle eu não tenho controle para escrever diferente
se vem um espírito diferente e mesmo que eu tenho controle de escrever assim eu não vou ter
uma memória suficiente para lembrar qual é a caligrafia de cada espírito que chegou, por isso
eles foram por exclusão constatando que não tinha como. Então tem três pessoas colocando a
mão na prancheta, nós fazemos uma pergunta, como é possível que as três queiram responder
exatamente a mesma coisa e escrever exatamente com a mesma caligrafia só segurando na
beirada da cestinha? É humanamente impossível.

Então chegava um Espírito tal, tinha uma letra garrancho, chegava um Espírito tal tinha uma
letra formal, o outro tinha uma letra bonitinha. Então eles foram percebendo que cada Espírito
tinha uma letra e o médium ele teria que se lembrar: ah, esse Espírito tal, tem a letra tal,
ficaria humanamente impossível, muito desgastante.

Então eles perceberam que tinha mais alguém ali além do médium produzidndo essas
respostas porque até a caligrafia era diferente. Assim como na psicofonia a voz vai ser
diferente, né? Às vezes é uma mulher que fica com voz de homem é um homem que fica com
voz de mulher, é um adulto que fica com voz de criança... Tem isso aí. Essas informações são
importantes. Acontece.

Esquecemos que também somos Espíritos diz a Adriana. Exatamente. Eu depois que lembrei
disso nunca mais esqueci. Quando a pessoa tenta me por para baixo porque eu estou
encarnado eu não deixo não. Exatamente isso. Quer dizer: segura o teu choro aí que tem um
Espírito em sofrimento. Tem aqui na sua frente: eu. Estou aqui dentro no sofrimento
precisando de ajuda, mas você não vai me ouvir porque eu estou encarnado? Sacanagem, né?
Então existe isso. Que importante é assim: é muita ilusão. Porque muitas reuniões mediúnicas
são feitas para trabalhar o médium. Quando o indivíduo fala: eu fui chamado para uma
reunião mediúnica ele foi chamado para se trabalhar, às vezes o primeiro ano inteiro é puro
animismo: vidas passadas que ele está se recordando, experiências passadas que ele está se
recordando. Ele está trazendo ele, é o Espírito dele que está sendo tratado, que está sendo
curado para depois ele ter condições de trazer informação de outro aqui porque se você não
estiver equilibrado fica difícil.

Imagina como é que eu vou receber a informação e a presença de um espírito que é um


estuprador se eu não tenho isso resolvido em mim que ele está precisando se curar. Aí vem
uma imagem na minha cabeça de um estupro eu fico com raiva do espírito porque ele é o
estuprador e como é que eu vou bater nele? Não tem que bater nele. O estuprador em algum
momento vai se arrepender, em algum momento vai ter que se curar e esse cara vai chegar,
vai chegar o pedófilo, e vai chegar o assassino, e vai chegar o suicida, e vai chegar um
incendiário. Vai chegar. Então esses caras eles precisam de um acolhimento de falar: ó, meu
amigo! Você se arrependeu? Está disposto a pagar sua pena? Então vamos embora. Eu te
permito falar um pouco, tá? Eu acredito muito nisso.

Na psicografia atual seria regra a caligrafia diferente ou a letra do médium às vezes pode
predominar? Pergunta o Alexandre. Então Alexandre: nos dois lados assim. Existe uma
mediunidade que é a mediunidade chamada mecânica que ela é inconsciente. O médium não
sabe o que está fazendo. Ele desaparece dali e aí ele é tomado, não incorporado, mas ele é
tomado inconscientemente. Então a letra vai ficar exatamente igual a do Espírito. Existe outra
mediunidade que é a intuitiva e aí você pode ter um médium que vai escrever com a própria
letra porque ele está como se o espírito estivesse ditando para ele e aí ele vai escrevendo o
que o espírito está ditando. Não precisa ter a caligrafia. A caligrafia ela funciona como uma
comprovação para quem está buscando veracidade. Ah, o meu filho morreu e eu quero uma
carta dele. Aí se vem com a caligrafia do meu filho com alguns trejeitos que ele tinha na escrita
fica mais fácil de eu acreditar, mas para escrever um livro, por exemplo, que diferença faz a
caligrafia se vai ser colocada no computador depois? Então existe os dois pontos.

A Shirley põe aqui ó: animismo ainda é visto por muitos como errado, que não pode
acontecer, mas o animismo só vai deixar de acontecer acontecendo porque se a faculdade tem
que ser trabalhada como é que eu vou trabalhar ela em casa? Então aí os senhores da Lei
falam o seguinte, ó! Os doutores da lei: você não pode trabalhar sua mediunidade em casa,
tem que ser em casa espírita! Se você trabalha em casa é perigoso, tá? Então eu vou para lá
totalmente destrabalhado, aí eu chego na mesa mediúnica para trabalhar: não! Você está com
animismo, você não pode ter animismo! Aí não tem como amigo! Então se eu tenho que
chegar lá pronto eu vou ficar pronto em casa, se eu não posso ficar pronto em casa, então eu
não vou ficar pronto nunca. O animismo tem que acontecer para que ele seja identificado,
trabalhado e deixe de acontecer. É simples assim.

Tá? Então esse slide diz respeito a isso. Eles foram percebendo que não tinha como fingir
porque tinham muitas variáveis ali que impediam que aquilo fosse um fingimento.

Comentário: Só essa primeira parte antes de ir para segunda aqui. O que ele está
dizendo: é que às vezes a resposta que o médium dava estava fora do alcance dele. É como eu
se fosse psicólogo e estivesse escrevendo resposta para consertar motor de carro. Então não
tinha como. Porque você sabe quem é você. Ah, você é um educador físico aí de repente você
incorpora o Espírito escrevendo sobre física nuclear é óbvio que não é você. Então foi aí que
eles foram percebendo: os conhecimentos eles estavam além da capacidade momentânea do
médium e que inclusive vinham em outra língua: ah, eu só falo a língua portuguesa e de
repente estou escrevendo em francês. Então isso tudo foi usado para dar essa comprovação,
para dar essa credibilidade a todo processo.

E que a cesta, né? Entre aspas aqui tinha vida própria não era uma coisa: ah, vamos fazer a
pergunta e derepente começava esses assuntos como ele colocou lá atrás: psicologia,
metafísica. Eram temas pesados, temas difíceis que os médiuns não dominavam e que eram
trazidos com clareza. Então obviamente alguma coisa de fora estava trazendo essas
informações.

Em certos casos, as respostas revelam tal cunho de sabedoria, de profundeza e de


oportunidade; exprimem pensamentos tão elevados, tão sublimes, que não podem emanar
senão de uma Inteligência superior, impregnada da mais pura moralidade. Doutras vezes, são
tão levianas, tão frívolas, tão triviais, que a razão recusa admitir derivem da mesma fonte.

Tal diversidade de linguagem não se pode explicar senão pela diversidade das inteligências que
se manifestam. E essas inteligências estão na humanidade ou fora da humanidade? Este o
ponto a esclarecer-se e cuja explicação se encontrará completa nesta obra, como a deram os
próprios Espíritos.

Estas inteligências estão na humanidade ou fora da humanidade? Quer dizer, de repente vinha
um cara genial escrever sobre questões morais e aí derepente vinha o outro que parece que
acabou de sair de um bar, do boteco bêbado assim. Vamos levar para esse caminho. Ou seja,
frívolo, falando de coisas nada haver. O outro está lá falando sobre moralidade e aí vem o cara
falar de Corinthians e Palmeiras assim dentro de uma sessão mediúnica. Científicamente não
vai evoluir nada.

O que ele colocou? Este é um ponto importante. Se todas as respostas fossem dadas com
extrema sabedoria: a mesma linguagem do espírito. A mesma linguagem, a mesma escrita e o
mesmo norte filosófico aí você poderia, por exemplo, levantar a suspeita que era Deus.
Compreende a clareza disso aqui? Como tem um que vem falar bonito e o outro que vem falar
besteira então quer dizer nós não estamos nos comunicando com uma força, mas com várias
inteligências e estas várias inteligências são várias inteligências assim como nós humanos
também somos. Tem o gênio e tem o tolo. Então eles começaram a perceber que não se
tratava de uma força invocada que respondia a todas as coisas, mas de várias que escreviam
com letras diferentes, com pensamentos diferentes, com filosofias diferentes e começaram a
perceber então que existiam inteligências e isso levou ao questionamento: essas inteligências
estão na humanidade ou fora da humanidade? É um médium que não está conseguindo
acessar isso? É o médium que tem isso nele ou essa inteligência vem de fora? Este é o ponto a
esclarecer-se e cuja explicação se encontrará completa nesta obra como deram os próprios
Espíritos.
Comentário: Aqui fica um suspense Sherlock Holmes. Então além do cara ser um
cientista ele é um romancista, ele consegue prender assim, mas ele está nos dizendo o quê? Eu
vou explicar tudo isso. Tudo isso que está acontecendo na sua mente agora, todas essas
perguntas que estão borbulhando aí serão explicados nesta obra. É Kardec prometendo. Então
como eu disse: muita calma. Sem pressa nenhuma porque nós chegaremos lá.

Vamos aqui então para fechar essa esse slide. O que é colocado aqui no começo: esses efeitos
todos da psicografia, da psicofonia não eram coisas que aconteciam escondido lá no porão de
alguém, é ao contrário: à luz meridiana e todo mundo podia ver. Não tinha farsa, não tinha um
clubinho fechado. Era uma coisa aberta, então quer dizer: não constitui privilégio de um único
indivíduo e que milhares de pessoas repetem todos os dias, seja na brincadeira do copo, seja
na mesa ouija, seja no que for. Muitas teorias foram engendradas a este respeito. Examiná-las-
emos dentro em pouco e veremos se são capazes de oferecer a explicação de todos os fatos
que se observam.

Admitamos, enquanto não chegamos até lá, a existência de seres distintos dos humanos, pois
que esta é a explicação ministrada pelas Inteligências que se manifestam, e vejamos o que eles
nos dizem. Existência de seres distintos dos humanos. Pois é isso que os Espíritos falavam: qual
era a pergunta anterior? Isso aqui é da humanidade ou não é da humanidade? Já foi
respondida e o que Kardec está dizendo? Nós tentaremos comprovar isso baseado nas teorias
que surgiram disso. E vamos apresentar para vocês o resultado. É isso que ele está dizendo
aqui. Porque é como ele disse lá no começo: só os Espíritos falarem não nos basta. Ah, o
espírito falou que existem Espíritos? E daí? Eu quero ver isso na prática. Então é diante disso
que nós estamos.
Comentário: Não vou aprofundar, mas também dá para pôr umas temáticas que nos
sirvam no dia a dia. O objetivo não é só apresentar o material, mas também é criar alguma
aplicabilidade para isso nas coisas do cotidiano. Daí onde eu aplico isso? Como isso pode me
ser útil se eu não quero ser um teórico? Se eu não quero ser um expositor? Então por que/ que
eu preciso saber essas coisas? E é interessante ter um ponto de vista dessa aplicabilidade.

“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom”. O que
isso aqui nos diz? Isso aqui nos diz que se for alguma coisa fora disso não é Deus. Deus é
vingativo? Não. Deus está me punindo por que eu cheirei cocaína escondido? Não. Não é Deus
que está te punindo. Deus é justo e é bom. Onde está a justiça nesse sentido? A justiça está na
aplicação constante do livre-arbítrio.

Então se Deus pode ser definido por todos esses adjetivos: eterno, portanto, não tem começo
nem fim. Imutável. Sendo imutável e aqui há um ponto chave para compreensão: ele não pode
ter mudado nunca. Nunca. Se Deus mudou em algum ponto não é Deus. Não esse Deus aqui.

O que isso quer dizer na prática? Você vai lá ler o velho testamento, você leu os livros de
Moisés, você lê Reis. 1º reis, 2º reis, você lê Rute, você lê Jó, você lê tudo isso aí e aí você tem
um Deus ali que é vingativo. Ah, vocês não gostam de mim então eu vou destruir vocês, ah,
vocês estão adorando outros Deuses eu vou destruir vocês. Se esse Deus era assim naquela
época porque ele não é assim hoje? Compreendem? Por que não? Porque as religiões que não
são deístas nesse sentido por que os templos não caem? Por que o chão não se abre mais para
engolir essas pessoas? Nós vemos aí líderes religiosos... Estou falando de todas as religiões
extorquindo dinheiro dos fiéis descaradamente. Por que o teto não cai na cabeça desses
indivíduos? Exatamente por isso. Porque Deus nunca fez essas coisas, porque se ele tivesse
feito isso lá e agora ele não faz mais ele mudou. E se ele mudou não é Deus, tá? Portanto,
onde que está a explicação disso tudo? A interpretação dos indivíduos que fizeram a leitura do
momento.
Assim como nós temos no paradigma primitivo aborígines ou índios, indígenas que entendiam
que o raio, o trovão, a ventania eram Deuses que os estavam punindo ou agraciando em razão
de comportamentos errôneos: ah estragou a plantação ou estragou, não tem peixe na água
né? Ou então a oca saiu voando... Esse era um ponto de vista. Hoje nós sabemos que não,
correto?

Então o indivíduo que enxerga aquilo tudo ele enxerga aquilo tudo porque ele pode se dar ao
direito de enxergar. O que eu quero dizer com isso? Todos nós... Eu vou pôr 99,9% porque
pode ser que tem alguém Santo entre nós, mas 99,9% dos que estão encarnados aqui na terra
tem pecado. Pecado que eu estou falando é... Faz coisas escondidas. Então eu quero dizer o
seguinte: se você for se basear em um mecanismo de punição vingativa para explicar coisas
ruins que te aconteçam você sempre terá um motivo para isso. Ah, bateu meu carro deve ser
porque eu gritei com meu filho, ah, eu fui demitido deve ser porque eu fico compartilhando
pornografia no WhatsApp. Então sempre tem um motivo para pessoa se identificar.

Então o que esses indivíduos faziam? Como eles eram tementes a Deus não adoradores e não
afetivamente apaixonados no sentido de amar a Deus eles eram tementes. Então quando
acontecia alguma tragédia eles consideravam que foi por aquilo, está bom?

Então isso tem que ficar muito claro: Deus não te pune. Deus também não te coloca acima dos
outros. Você não é preferido de Deus. Ah, se eu fizer mais orações Deus vai gostar mais de
mim. Não. Se você fizer mais orações você se conecta muito mais com o sagrado e se
conectando com ele as suas intuições, a sua vascularização mental melhora e você tem ideias
melhores e atrai coisas melhores, mas não é porque Deus falou: ah, o Vitor orou mais do que a
Fernanda então ele merece mais. Isso não existe porque se existir não é Deus. Se Deus pode
ser seduzido, corrompido ou conquistado não pode ser Deus porque estas são as
características que o definem esta, bom? Eterno, imutável, imaterial, único, onipotente,
soberanamente justo e bom. Não pode ter maldade.

“Criou o Universo, que abrange todos os seres animados, e inanimados, materiais e imateriais”.

“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo
invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos”. Vejam que tem uma diferença aqui também. Os seres
materiais constituem o mundo e o mundo está minúsculo e os seres imateriais o mundo
invisível também minúsculo. O que está maiúsculo aqui? O universo. Então quando ele está se
referindo ao mundo ele está se referindo a dimensões e não a um local específico. Existe um
mundo material? O mundo material não é um local onde você possa ir. É uma dimensão. Então
ela... Não se chocam porque o material não se choca com a matéria, mas elas podem estar
sobrepostas. Espírito aqui ao meu lado nesse momento e... Mas eu não vejo e talvez ele não
me veja dependendo da sua ignorância, tá? Do seu grau de evolução. Então o que eu quero
dizer com isso? São mundos, mas o universo com letra maiúscula é o que engloba tudo. Tudo
que foi criado por Deus é chamado de universo e dentro deste universo existem várias
dimensões que aqui são chamadas de mundos, mas apenas como uma forma de nos mostrar
que é uma dimensão diferente da outra, está bom? Porque senão a pessoa pode pensar: ele
está falando do planeta terra porque aqui tem vida material e em Marte não tem. Não é disso
que estamos falando aqui. É dimensão. Tudo que for vida material que estiver dentro do
universo, dentro dos trilhões de galáxias que existem é mundo material, não planeta.
Comentário: Então vejam bem: por isso que são dimensões distintas. O mundo
corporal que é este que nós estamos vivenciando neste momento. Ele não é essencial para o
espírito. Ah, se não existisse possibilidades de encarnação material? Ainda existiria o mundo
espiritual, talvez o processo de evolução fosse mais lento. Por que seria mais lento? Porque a
encarnação permite o esquecimento.

Quando nós encarnamos nós nos esquecemos das coisas então isso facilita dar uma nova
oportunidade. Imagine se você nunca desligasse a sua mente desde o momento em que você
foi criado, criada como Espírito. Aí você matou e você morreu. Você foi abusado, você furtou.
Tudo isso aí. Foi fazendo, foi fazendo porque é primitivo. Primitivo é isso aí, a imagem do
homem das cavernas: dou com um tacape na cabeça da menina, a puxo pelos cabelos e
pronto! Ela é minha esposa. Imagina. Imagina essa imagem dentro de mim e imagina essa
imagem dentro da menina, porque nós vamos evoluindo, evoluindo, evoluindo e isso não
conseguiria desapegar.

A marcha ascensional seria muito mais demorada se nós não tivéssemos a oportunidade da
erncarnação porque na encarnação eu posso nascer filho do meu assassino e aprender a amá-
lo de uma forma que eu possivelmente não conseguiria se eu tivesse sempre que olhar para
ele como um assassino. Então imagina: eu fico 70 anos vivendo aqui, aí eu desencarno e
descubro que o meu pai era o assassino da outra vida, mas eu fiquei 70 anos e deste 70, 40, 50
ele esteve vivo e ele foi extremamente bom para mim como é que eu posso continuar odiando
esse cara, entende?

Então é por esse motivo que o mundo espiritual ele existe anteriormente ao mundo material.
Olha aqui: ele chama de mundo espírita. É o mundo normal, primitivo, eterno. Primitivo por
que é o primeiro, tá? Não porque é Nanderthal. É primitivo nesse sentido. Eterno, começou
segundo nós podemos identificar aqui começou com Deus. Se Deus é eterno e o mundo
espiritual também então Deus é o mundo espírita. Pré-existente e sobrevivente a tudo assim
como Deus. O mundo corporal e secundário poderia deixar de existir ou não ter jamais existido
sem que por isso se alterasse a essência do mundo Espírita

“Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela
morte lhes restitui a liberdade”. Corpo físico. O que a morte nos traz? Liberdade. O que a
maioria de nós enxerga? Prisão. Ah, meu pai morreu, ah, eu não vou saber lidar... A dor no
momento ela é cega. Não adianta chegar para uma pessoa tipo espírita. Não! Mas espírita não
pode sofrer pela morte. Complicado, tá? Não precisa se cobrar isso aí. Tem muita dessa
cobrança: ah, mas que tipo de epírita é você que ficou nervoso? Ah, mas que tipo de espírita é
você que está aí chorando no caixão? Eu sei conscientemente que a morte é uma liberdade
porque estar na carne é prisão. Não é prisão no sentido... É uma prisão por que me limita.
Porque eu não sou livre. Eu fico preso a isso aqui. Se o meu cérebro der um probleminha eu já
não consigo mexer minha perna, então é muito complicado, né? No espírito não tem isso aí,
não tem como você cortar a cabeça de um espírito, enfiar um punhal no espírito ou dar uma
flechada nele.

Quando eu olho por esse lado eu penso assim: a pessoa desencarnou então agora ele está
livre. Livre da prova que ela teve aqui, mas não significa que eu não vou sentir falta do abraço
da pessoa, da comida da pessoa, da companhia da pessoa... Então é por isso que o espírita
chora. Agora se agarrar ali no caixão e derrubar e entrar em desespero então é um pouco falta
de fé. Porque a percepção é: a pessoa ainda está viva, ela não deixou de existir, eu vou
reencontrá-la. O que eu não posso ter é a presença física dela agora aqui. Aí algumas pessoas
acabam cometendo suicídio, algumas pessoas entram em depressão profunda, se afunda em
medicações, não conseguem seguir a vida. Porque não é fácil. Cada um há seu tempo.

Então essa palavra é importante por isso: a morte é libertadora. Se o mundo material ele é
inferior hierarquicamente ao mundo espírita então é natural que estar aqui é pior do que estar
lá para o espírito. É bom para o crescimento, é bom para oportunidade, é bom para isso tudo
que eu falei, mas é natural sabendo que eu já experimentei a liberdade que em dados
momentos eu sinto angústia. É! O sentimento de perda como pôs o Sebastião.

Então vem essa coisa que é uma saudade que eu não sei o que é, melancolia, angústia, a
neurose costumam ser essa inquietação, a rebeldia do espírito que fala: eu não aguento ficar
preso aqui! Eu sei que existe um lugar melhor do que esse. Partiu terra: quero voltar para um
lugar melhor do que o planeta terra, não aguento mais o planeta terra! Aí a pessoa fala: não
aguento mais a América do Sul! Não aguento mais o Brasil! Não aguento mais minha cidade!
Aí ela chega: não aguento mais meu corpo e aí é onde o suicídio pode acontecer.

“Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a
encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe
superioridade moral e intelectual sobre as outras”. Então espécies de seres corpóreos a
humana foi a escolhida. Por quê? Não sei. Poderia ser um mundo estilo planeta dos macacos?
Poderia. Poderia ser um mundo de cachorros? Poderia, mas aí entra a parte fisiológica, a parte
fisiológica da espécie humana ela é bem mais evoluída para sobreviver em sociedade. Nós
somos péssimos para subir em árvore, para nadar na água, nós morremos com facilidade, né?
Um ser humano não tem chance nem contra um golfinho na água, né? Ele não tem chance
nenhuma contra um macaco em cima de uma árvore, não tem chance nenhuma contra um
leão na Savana. Então nós realmente somos escolhidos não pela... Para sermos primitivos
eternamente, mas para que nós pudéssemos nos adaptar. Aí vamos criando as ferramentas e
tudo que nós temos hoje para o bem e para o mal.

A certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e intelectual sobre as outras.


Bom eu sempre insisto nisso: dar superioridade moral e intelectual não significa dar poder
absurdo e tirano, certo? Não é porque nós somos superiores que nós podemos fazer o que
bem entendermos. Então é natural que esse conceito o espiritismo vá guiando os Espíritos
para uma oposição ao materialismo. Que isso inclui que as pessoas começam a deixar de ser
carnívoras, por exemplo, que comecem a deixar de usar carros de tração animal, por quê?
Porque é uma imposição, certo? Então qual que é a minha responsabilidade? Quanto mais
inferior é um ser em relação a mim, mais amoroso eu tenho que ser com ele. Ah, é meu filho
eu posso fazer o que eu quiser? Não senhor, não senhora. Então nós estamos caminhando para
esse processo, tá? Porque não tem como imaginar que eu me tornarei um Espírito superior se
eu ainda estou comendo carne? Como diz o ditado: você é aquilo que você come.

Então eu coloquei essa frase outro dia na página lá: enquanto nos alimentarmos de sofrimento
animal seremos animais em sofrimento. É uma coisa para começar a se pensar, não por uma
questão ideológica nem nada, mas se você não quer mais ficar preso a matéria e quer ir talvez
para um mundo mais eterizado, né? Ou vivenciar uma coisa um pouco mais sublime, não dá
para fazer isso sendo carnívoro, porque nós somos responsáveis por esses seres que estão
aqui. Eles não podem se defender, certo?

Então colocar um cavalo para puxar 600 kg ali na carroça, num asfalto quente, num sol quente
e deixá-lo esperando num sol isso não significa que eu posso fazer porque eu tenho
superioridade moral. É uma prova também. Vamos ver o que vocês vão fazer com esses seres
que não podem se defender e que não terão os mesmos direitos que vocês. Para algumas
pessoas animais é só cachorro e gato, mas de forma geral quando eu queimo uma mata,
quando eu desmato e aí o macaquinho morre, o tamanduá morre e isso tudo está caindo na
nossa conta porque nós somos responsáveis por isso aqui.

Tem que ter isso com muita clareza. Ser superior significa ter responsabilidade maior e não ter
poder absoluto.

“A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório”.

O que você é então? A alma. O que é o corpo? Apenas o seu envoltório. Porque é importante
aqui? Eu gosto de pensar assim: imagina que o Sebastião compra um fusca, o fusca dele é azul
e aí eu compro um fusca e o meu fusca é verde e aí eu falo para o Sebastião: ah, Sebastião seu
fusca é pior que o meu porque o seu fusca é azul, o motor é o mesmo, tudo igual. Onde isso vai
nos levar? Racismo, homofobia, sexismo. Então tudo que termina com esses ismos, ah, não
existe não sei o que... São pessoas cultuando o envoltório. Não estão entendendo o que tem
dentro. Tem uma alma aqui dentro. Não interessa se eu habito um corpo feminino, não
interessa se eu habito um corpo masculino, não interessa cor de pele. Isso aqui é só um
envoltório é como se uma blusa que eu escolhi. Hoje eu estou usando uma camisa verde, mas
eu posso estar com a cor-de-rosa amanhã e isso não vai definir nada a meu respeito.
Absolutamente nada. Então por que define a minha etnia? Então por que define a minha
genitália? Esse pensamento é um pensamento pequeno.

Então assim como esse movimento de se alimentar constantemente de coisas pesadas, de


coisas materiais e carnívoras a polarização em direção a algum gênero também ainda é uma
limitação que aprisiona. Se eu fico defendendo macho e fêmea eu sou machista ou eu sou
feminista, ou isso ou aquilo, eu estou defendendo o primitivo, eu não estou defendendo o
espírito. Não tem isso aqui: eu não sou um homem, eu estou no corpo de gênero masculino,
estou no corpo de genital masculino e você está no corpo de genital feminino e a sua
identificação ela é mental, mas de forma geral quando isso acabar eu sou um espírito e na
próxima eu posso vir no corpo de uma mulher negra, eu posso vir no corpo de uma mulher
asiática ou eu posso vir no corpo de um paralítico caucasiano de novo.

Isso aqui é muito importante para nós: essa libertação dos conceitos, tá? Não há idolatria, não
há defesa, não há conexão com o corpo físico. Então essas pessoas que saem falando: eu odeio
negro, eu odeio branco, eu odeio homem, eu odeio mulher, eu odeio isso tudo elas estão no
primitivismo, presas no envoltório e não se conectaram que ali dentro tem um espírito. São as
defesas inversas que eu coloco aqui. Essas feministas de agora que estão querendo colocar
fogo em tudo provavelmente eram os machistas de outrora que impuseram o peso do
machismo sobre essas mulheres e agora querem impôr o peso do feminismo sobre os homens.
Aí eles desencarnam, voltam homens e aí fica esse ciclo que nunca acaba. É aquela coisa:
enquanto alguém não falar: Chega! Vamos em frente! Isso não vai parar.

Então você tem o branco que oprimiu o negro, agora nasce negro. Aí ele quer oprimir o branco
porque está no caráter. Se eu sou opressor porque eu sou branco, se eu nascer negro eu você
ser um opressor negro. Essa é a conexão que tem que ser vista aqui. É uma forma de você
falar: eu vou te colocar do outro lado para você ver como é. Então você passou aí cinco
encarnações oprimido as mulheres, agora eu vou fazer você nascer mulher. Aí ele nasce
mulher e fala: não! Temos que matar os homens. É só pensar. É colocar uma conexão de que é
só o envoltório. Nós somos espíritos e não temos genitálias em Espíritos.

É função nossa também levar essas palavras adiante, acalmar o ânimo das pessoas e falar:
calma! Você não é uma mulher, você não é um homem, você é um espírito. A alma é um
espírito encarnado sendo o corpo apenas seu envoltório. É isso: o ciclo tem que ser quebrado
Maria Emília, eu acredito nisso e vou continuar insistindo e tomo pancada de feminista, e tomo
pancada de machista, não pense que é fácil porque aí o machista fala e aí o machista
normalmente é homofóbico, né? Você está falando isso porque você é um gay, você está
falando isso porque você não sei o quê. Aí a feminista fala: ah, você está falando isso porque
você é homem, você está falando isso porque você é homem e é branco, então nunca acaba
assim, parece que eu não sirvo para nada e a pessoa não serve para nada porque é negra, eu
não sirvo para nada porque eu sou branco, ela não serve para nada porque é mulher, e que
ora nós vamos servir para alguma coisa? Vamos servir. Servir é servir.

“Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo
mesmo princípio vital; 2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º, o laço que
prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito”.
Três coisas no homem. O corpo, o ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo
princípio vital. Então isso aqui que nós defendemos: eu sou melhor que você porque eu sou
homem ou eu sou melhor que você porque eu sou mulher. É um corpo animalizado igual do
cachorro. O corpo por si só é igual do cachorro, igual do porquinho, é igual o do papagaio...
Papagaio. Papagaio é um pouco diferente né, mas é só isso. É um corpo animalizado.

Quando ele fica preenchido pelo espírito é que ele se transforma nisso aqui tudo que aí
consegue fazer essas conexões de ferramenta, vai evoluindo, consegue construir um prédio,
né? Você tem ali o João de Barro construindo a casinha de Barro dele, mas dificilmente ele vai
fazer um arranha-céu e o homem hoje consegue fazer umas coisas que são realmente
impressionantes: engenharia civil principalmente.

2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo. Que é isso é o que importa aqui.

3º, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito”.
Seria o perispírito.

“Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos
instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos”. Então todos nós
estamos nos dois locais ao mesmo tempo- isso é o que nos capacita e isso tem lá no Livro dos
médiuns, não vou aprofundar porque não estamos estudando esse livro, mas que todo ser
humano tem mediunidade. Todo ser humano é medium. O que diferencia é o grau desta
mediunidade por quê? Porque a partir do momento que eu sou um espírito e encarno no
corpo físico eu já estou nos dois mundos ao mesmo tempo. Então eu já sou médium. Fica claro
isso?

Você é médium porque você está nos dois mundos ao mesmo tempo. O teu espírito existe e
está dentro do teu corpo material. Então neste momento você está nos dois mundos e é
médium por si só. Eu gosto de falar essas coisas, mas eu não gostaria que isso soasse como é...
Uma cutucada. Não é uma proposta para amanhã é para promover reflexão a coisa do
carnívorismo, a coisa do machismo, do feminismo, do racismo. Está havendo um movimento
muito grande em direção a isso. Então é esse é o momento de parar e falar: espera aí: que eu
estou fazendo aqui? O que eu estou defendendo aqui? Para quê que eu vou instaurar uma
ditadura se daqui a pouco eu posso estar do lado do oprimido? Basta eu desencarnar e nascer
naquele lado. Então é usar a inteligência e falar: calma! Vamos trabalhar muito mais aceitação
do que essa coisa de ficar trocando poderes, né? Chegará uma hora que isso será possível.
Comentário: De novo: não precisa aprofundar porque isso será visto. Então imagina
você que tem um espírito e aí você tem um corpo físico que pertencem a mundos diferentes.
Para que eles consigam se conectar é necessário uma cola e essa cola seria o perispírito.

Então o perispírito seria um envoltório para o epírito ainda etéreo, mas um pouco mais
próximo da carne do que o espírito por si só que permite que o Espírito e o corpo se liguem,
para que o teu espírito movimente o teu corpo físico porque o teu espírito sendo etéreo e
sendo energia ele não conseguiria sustentar-se por si só, funcionaria como uma marionete.
Então o que nós teríamos que fazer seria um magnetismo do corpo físico, né? Não é o que
acontece.

Nós habitamos este corpo físico e o que nos permite ficar aqui... Como se fosse uma
membrana... Uma membrana plasmática como tem em uma célula seria o teu perispírito.
Então quando acontece a morte o corpo fica, mas o espírito e o perispírito saem e este
perispírito é o que dá forma ao espírito. Então quando indivíduo enxerga o espírito: olha!
Minha mãe aqui. Esta forma mãe que ele enxerga é dada pelo perispírito porque o espírito da
mãe dele não tem forma de mãe dele.

Como eu disse: não tem sexo, não tem gênero, não tem nada disso. Nem cor. Seria apenas
uma energia. Não tem uma forma definida, o perispírito funciona como essa fôrma até para
que consiga haver uma identificação. Se aparecesse sei lá uma bolinha amarela voando e
falando: eu sou sua mãe! Ia ser mais difícil acreditar do que se a mãe aparece aqui
praticamente com as roupas que usava anteriormente. Isto é o perispírito que dá essa
capacidade.

Então a morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. Qual? A carne. O corpo físico. O
espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo. Então o corpo etéreo do
espírito é o perispírito. “Invisível para nós no estado normal que somos encarnados, porém que
pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, ou seja, é possível tocar, como sucede
no fenômeno das aparições”. O que eu preciso ter para isso? Uma conjunção de fatores. Eu
tenho que ter de repente uma mediunidade de clarividência, eu tenho que ser um médium de
efeito físico, o espírito tem que querer que isso aconteça. Então não é uma coisa tão simples
assim de acontecer, por isso que só algumas pessoas enxergam Espíritos.

“O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo


pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista,
pelo ouvido e pelo tato”. É possível ver? A fulana pergunta: então quer dizer que nunca
enxergamos o espírito e sim o perispírito? Nós aqui na terra que temos uma visão limitada
dificilmente vamos enxergar esse espírito aqui, mas como ele disse: ele é circunscrito, mas não
dessa maneira como nós concebemos. Então não é que o espírito não exista: ah, eu só posso
conceber no pensamento. É possível enxergá-lo, mas nós não temos condições de fazer isso
ainda.

Nós estamos pensando aqui que existem os espíritos lá no grau máximo de evolução. São
praticamente quase todos etéreos assim muito próximos de uma invisibilidade total no que se
refere à matéria, mas ainda existem. Então nós que estamos aqui e eu não consigo nem
enxergar de longe se eu tenho hipermetropia imagina se eu tenho condições de enxergar uma
visualização assim. Por quê? Porque o meu corpo físico não detém aparelho suficiente para
isso. Pela mediunidade que seria o terceiro olho, pela visão do espírito eu posso enxergá-los,
mas pelo corpo físico dificilmente eu conseguiria.

“Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em
inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos
superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua
proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou
puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição,
mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados (manchado, maculado,
viciados, corrompidos) das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.
Comprazem-se no mal. Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem
muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos. A malícia e as
inconseqüências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos”.
Vejam bem. O que isso nos diz, né? Se eu sinto ódio com facilidade, ódio, inveja, ciúme e
orgulho eu não sou superior e ponto final. Quanto eu sinto isso define o meu grau de
inferioridade, mas não enxergue aqui o superior ou inferior como essa hierarquia mundana
que nós temos: ah, ficou em segundo lugar não presta, só presta o primeiro. Certo? Eles são
superiores porque talvez eles tiveram mais tempo para fazer o que eles fizeram, eles já
alcançaram, mas todos passaram por todos os estágios para chegar onde chegaram. Ninguém
está à frente de ninguém.

Não se considere inferior: ah, coitado de mim, eu sou inferior. Não! Você é superior ao que
você era ontem. Você é superior ao que você era mil anos atrás, mas você é inferior se
comparado àqueles que já estão 5, 10, 15 mil anos na sua frente. Só isso. Porque eles estão na
sua frente, porque eles tiveram mais tempo aqui, foram criados anteriormente. O universo é
eterno então quantos Espíritos já não foram criados há tanto tempo, milhões, bilhões de anos.
Então eles tiveram mais tempo de passar por isso. Apenas isso. Mas o que me interessa? Eu
quero ser um espírito superior? Eu quero ser um espírito superior. Eu tenho ódio, inveja, ciúme,
orgulho? Tenho. Então eu não sou um espírito superior. Tenho que trabalhar essas questões?
Tenho. Eu me comprazo no mal? Pior ainda, tá? Então o que na maioria somos? Somos estes
aqui ó: os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores,
do que perversos. A malícia e as inconseqüências parecem ser o que neles predomina. São os
Espíritos estúrdios ou levianos. Esses somos nós na maioria: planeta terra, ou pelo menos o
que estamos neste estudo aqui. Não é que somos maldosos, perversos, mas é que ainda falta
malícia ou tem malícia demais ou ingenuidade, ou não pesa nas consequências e aí nós vamos
fazendo coisas e nos arrependemos. Então assim: não somos a rapa do tacho, do indivíduo que
é só sociopata, maníaco, que não está nem aí. Não! Nós somos pessoas que estão no meio do
caminho aí da inferioridade, está bom? Pelo menos eu acredito que a maioria é. Pelo menos
eu espero que seja.

Comentário: Sofrer repetidamente não vá para o caminho do sofrimento. Sofrer é


passar por. Ah, eu estou sofrendo de calor! Não quer dizer que eu estou morrendo de calor, eu
estou sofrendo de calor, eu estou sentindo o calor. Então sofrer a encarnação significa: você
passará por ela até não precisar mais dela. Para que serve a encarnação? Para essa depuração
do espírito como ele colocou aqui, correto? A vida material é uma prova. Para alguns é
imposta pela expiação e para outros como missão , mas o que é expiação? O que é missão?
Veremos mais adiante. Esta melhora se efetua por meio da encarnação.

Então novamente: você está usando a sua encarnação para melhorar? Sim ou não? Se você
está usando a sua encarnação só para melhorar o seu conforto material: ter uma poltrona com
uma almofada mais gostosa para sentar então você provavelmente a está desperdiçando. Se
você está comprando uma poltrona com uma almofada mais confortável para sentar, mas fica
pouco tempo sentado nela porque passa a maior parte do tempo ajudando outras pessoas
então você está usufruindo da sua encarnação.

Se a encarnação é feita para melhorar e eu não melhoro eu continuo onde eu estou.


Continuando onde eu estou eu não posso querer outras coisas. Esse é o ponto aqui. Eu me
lembro de um médico obstetra que falou para mim uma vez... Nós fizemos um curso juntos e
ele me disse: a vida vai te dar o que você precisa que ela te dê. Se você é um cara igual aquele
caipira que gosta de sentar no calcanhar você só precisa ter um calcanhar. Se você quer sentar
em um toco você vai ter um toco e se você quer um trono você vai ter um trono. Então o que
eu preciso para o Espírito?

É viver em função de colocar uma piscina aquecida no quintal de casa? Veja não estou dizendo
que é um problema ter essas coisas, o que eu estou colocando é: se o teu foco vive nisso é um
problema porque o teu espírito não vai usufruir dessa piscina, a tua família vai brigar por essa
piscina depois que você desencarnar e depois acabou. É aproveitar a oportunidade.

Então você construiu essa piscina, mas você está deixando seus primos mais pobres nadarem
nela? Você está trazendo as pessoas para usufruírem também? Essa é a diferença que eu falo
aqui. Tem gente que coloca piscina e nem entra na piscina, só põe a piscina para tomar sol, aí
tira uma selfie, não usufrui da piscina e não deixa ninguém usufruir.

E isso vai se dando em tudo. Mesmo para pessoa que tem pouca coisa. Tem um pouquinho de
inteligência, mas não! Dividir com os outros? Eu não! Vou contar para os outros o que eu sei?
Solta! Entrega! Permita que isso flua porque é teu, é nosso, é de todo mundo. Fica claro isso?
Então é só por isso. É para isso que você está encarnado: para melhorar como espírito e não
precisar mais encarnar. Então se você se apega a encarnação na verdade você está perdendo
tempo. Porque isso aqui não é bom. Parece bom, mas não é bom. É muito melhor não precisar
disso aqui ou é muito melhor estar aqui como missionário totalmente desapegado das coisas.
Então não se apegue as coisas, se apegue ao trabalho, se apegue a servir, se apegue a crescer
e como consequência as outras serão dadas como está na Bíblia.

“Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova
existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece
em estado de Espírito errante”. Então se você ouviu falar em erraticidade é isso: quando o
espírito... Acabou uma encarnação e está esperando pela próxima ele é um espírito errante.
Espírito errante, tá? Seria... Lembra do gibi da Mônica? Que tinha o penadinho? O penadinho é
um espírito errante, era visto como alma penada, por isso que chama penadinho, mas na
verdade é um espírito errante.

Tá? Então o corpo desencarna, volta para o mundo dos espíritos e fica lá um tempo para
encarnar de novo. Não é acabou a encarnação, amanhã já está em outro corpo. Tem um
tempo de preparo, tem um tempo de elaboração. Existem várias nuances: pode ficar 50 anos
ou 5 anos sem encarnar de novo. 100, 150, 200 anos vai depender da tua necessidade. Se você
sai de uma encarnação perturbado e não consiguiu elaborar nada dela porque ficou preso a
essas coisas materiais não adianta te colocar em outra. Eles vão te deixar ali até que você
entenda o que aconteceu com a sua encarnação, elabore, peça perdão ou então perdoe ou
então se ressignifique para que você possa ir para outra.

Porque colocar você em outra com a mesma mentalidade vai ser só dar um replay da anterior
e isso é um desperdício de corpo físico visto que tem um monte de espírito querendo
reencarnar, mas as pessoas estão cada vez tendo menos filhos, né? Então as oportunidades de
encarnação vão ficando menores. Elas não serão desperdiçadas com pessoas que não
souberam aproveitá-las. Então a pessoa fica mais tempo na geladeira nesses casos porque ela
precisa elaborar.

“Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido
muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra,
quer em outros mundos”. Nada de mais aqui. Todos passaremos por várias, é isso que ele está
dizendo inclusive esse espírito superior hoje passou por várias.

“A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a
alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal”. Então isso já vai contra algumas
filosofias e algumas religiões que dizem que eu possa voltar como verme, que eu posso voltar
como cachorro. Segundo o Kardecismo: não! Você só encarna no corpo humano.

“As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas;
mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição”. O
que significa isso? Significa que o espírito não vai regredir, está bom? Ele vai sempre em
direção a progredir.

Então porque uns chegam primeiro que os outros? Imagine que alguns escolhem fazer uma
linha reta e outros fazerem zigue- zague. É natural que esse que faz em zigue- zague que é o
que fica batendo cabeça, que é o que fica tendo recaída nas questões existenciais, que é
aquele que joga a encarnação fora como eu falei, que é aquele que passa a encarnação na
cadeia porque abusou, matou, saí, mata de novo... Este está andando em zigue- zague, mas ele
está evoluindo. Mesmo que ele esteja se tornando um criminoso melhor do que ele era ele
está evoluindo, porque para ser criminoso ele tem que ter inteligência, tem que ter
perspicácia, tem que saber. Então essas ferramentas que agora são usadas para o mal, quando
ele se modificar moralmente estarão lá para ele utilizar para o bem.

Então imagina um Fernandinho beira-mar, um Marcola se eles fossem indíviduos missionários


com a inteligência e a capacidade que eles têm de agregar pessoas e de convencer pessoas a
lutar pela causa deles? Com certeza fariam diferença positiva no mundo. Então eles
escolheram uma relação de tráfico de drogas, de criminalidade, então a partir deste momento
eles são geniosos e eles têm muitas ferramentas, mas eles utilizam isso para fins escusos.

Então quando a modificação moral acontecer eles serão líderes positivos do bem. Então cabe a
você decidir se quer andar em zigue-zague ou se quer seguir em linha reta pelo menos o mais
reto possível.
Comentário: Portanto, novamente: não é o corpo físico que define se eu sou bom ou
ruim. Não interessa se sou negro, asiático, branco, árabe, índio, nórdico o que quer que seja. O
que interessa é o que habita o meu Espírito, o que habita o meu corpo. Então se o meu Espírito
é ruim e é perverso eu serei perverso anão, eu serei perverso gigante, eu serei perverso
homem, mulher... Eu simplesmente serei perverso porque o corpo físico apenas responde a
ele fisiologicamente, não dá as características de caráter e personalidade.

“A alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se haver


separado do corpo”. Tá? Não volta para o todo, não desaparece. Ela continua sendo. Eu
continuo sendo este espírito. Então vamos imaginar: eu não sou Vitor. Vitor é um nome que
este corpo físico tem, tá? Já posso ter sido Pedro, já posso ter sido Washington, já posso ter
sido qualquer outra coisa é... Selma. Eu que sou este ser que habita este espírito. Quando
desencarno continuarei sendo este ser que foi Selma, que foi Vitor, que foi isso e aquilo.

Eu tenho a minha individualidade, né? Como nós já vimos anteriormente eu não volto para o
todo e desapareço. Eu continuo sendo definido como o espírito X.

“Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na Terra, e
todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo
bem e de todo mal que fez”. Então aqui que acontece a elaboração. Tudo o que você está
vivendo agora você vai lembrar no desencarne. Se você está fazendo coisas ruins você terá que
se deparar com elas e se você está corrupto roubando dinheiro público e fazendo pai de
família cometer suicídio ou mãe de família entrar em depressão você estará de frente com
esse pai e com essa mãe e eles saberão que você roubou.

Esse é o ponto. Quanto mais o indivíduo destrói, mais ele se destrói. Porque imagina a fila de
gente que vai está lá batendo nesse individuo: oh, você fez eu passar fome, você tirou meu
salário, você abusou do seu poder, você me iludiu, você me enganou e agora cara? E aí ele não
tem poder, não tem segurança... Como eu sempre digo: no mundo espiritual não tem direitos
humanos, está bom? É... O bicho pega. O bicho pega porque tem o livre-arbítrio. Ué? Você não
quis oprimir o cara? Então ele tem o direito agora de te oprimir. Não vai chegar uma polícia e
falar: separa! Separa! Porque o espírito não morre. O que vai separar é a consciência, o que vai
separar é oração de familiares tentando modificar aquele indivíduo. Agora se eu fui lá e sou
responsável por um holocausto que matou um monte de gente eu não posso esperar lá e ser
recebido como uma xícara de chá.

Há entre esta doutrina da reencarnação e a da metempsicose, como a admitem certas seitas,


uma diferença característica, que é explicada no curso da presente obra. Como tudo o que foi
explicado aqui não se preocupe em se ater a termos e nada agora porque só vai gerar
confusão, mas vejo como eu falei: cada um desses tópicos aqui dá para montar uma palestra e
tem muita gente que pula a introdução do livro então vão falar: olha só ele fez um resumo de
todas as coisas. Nem sabem que já está feito.

“O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta
influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja
companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas
alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando
preponderância à sua natureza animal”. Correto? Então estou sob influência da matéria
porque é o peso, por tudo que ela exerce. Quando eu venço essa influência eu me aproximo os
bons Espíritos. Quando eu não venço eu me aproximo dos impuros e aí eu sou muito mais
animal do que Espírito. Porque eu estou vinculado ao corpo físico.

Como é vincular o corpo físico? É querer os prazeres neurológicos: fumar toda hora, de cheirar
toda hora, de transar toda hora, de adrenalina, de beleza, de fetiche, tudo isso aí. Tudo isso aí
é prazer carnal e este prazer carnal quanto mais ele me domina mais impuro eu sou. Não estou
dizendo que você não vai ter uma relação sexual com a sua esposa, com seu marido, ou com
uma pessoa que você esteja apaixonado. Estou falando daquelas pessoas que vivem em
função disso e acabam gastando todo seu dinheiro, sua energia, seu pensamento e sua
sociabilidade simplesmente nessas questões.

Então quanto mais eu me deixo levar pela necessidade do corpo físico mais o meu lado animal
está falando. Quanto menos o meu corpo físico me domina, e aí entra a questão do
carnivorismo que eu falei, porque eu não preciso de carne para alimentar a carne, mais
depurado eu estou, portanto, tenho mais chance de ter contato com Espíritos superiores e fico
mais perto de crescer também.
Comentário: “Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo”. O
que eu falei? Trilhões de galáxias. Então é natural que tenha gente demais espalhada por aí
passando por vários estágios. Mundos que ainda estão na fase como era do Egito, mundos que
ainda estão na fase que era lá das cavernas, mundos onde eles já conseguem fazer viagens
espaciais com mais facilidade. Tem todo tipo de mundo. Não todos são como a terra.

“Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão
por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda
uma população invisível, a mover-se em torno de nós”. Como eu disse: são dimensões
diferentes. Não mundos diferentes. No sentido que: ele está lá em Marte e eu estou aqui. Eles
estão aqui, nós estamos aqui. Estamos todos aqui. Encarnados ou errantes estamos no mesmo
local em dimensões diferentes. Então nesse momento pode ter Espíritos aí perto de você, não
é para você se assustar nem sair correndo tá? Mas pode rolar, sim.

“Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico.
Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza,
Para bem para mal: tua intuição, te ajudar, a te ajudar sair do buraco, te ajudar entrar nele, te
motivar... Eles estão o tempo todo nos influenciando e nós a eles. Causa eficiente de uma
multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram
explicação racional senão no Espiritismo”.

“As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o
bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação.
Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles”.
Então é simplesmente isso: eu vou me relacionar com Espíritos. Se eu sou bom, os bons vão
chegar perto de mim, se eu sou mau, os maus vão chegar perto de mim. Se eu estou no meio
termo, ora eu vou estar com uns, ora eu vou estar com outros e aí com o tempo eu vou
fazendo as escolhas de qual dos lados eu quero alimentar.
“As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se
verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso
juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da
escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que
lhes servem de instrumentos”. Então... Ocultas são as intuições, são os pensamentos e nós é
que temos que identificar se eles são bons ou ruins. E ocorrem a nossa revelia: eu querendo ou
não eu serei influenciado espiritualmente. E as ostensivas são a psicografia, a psicofonia, as
aparições e tudo isso onde dá para ver claramente que o espírito está se comunicando, não é
oculto, né?

Comentário: Então eu posso conversar com os Espíritos bons ou ruins, posso evocar
qualquer espírito porque o espírito se ele vai vir ou não são outros 500, mas teoricamente eu
posso chamar qualquer um.

“Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que
os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor
do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A
presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e
podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela
curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons conselhos, ou
informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou
mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao
erro”. Então eu posso chamar quem eu quiser, aí eu chamo o Doutor Bezerra de Menezes ele
não vem, mas aí chega o Zé da esquina se passando por Doutor Bezerra e me engana só para
dar risada da minha cara. É isto que ele está dizendo: pode acontecer. Que eu preciso para ter
mais convicção de que um espírito superior responderá ao meu chamado? Ter moral para isso.
Ter uma conduta mais reta. Dificilmente se eu faço as coisas todas: confusão, não respeito as
pessoas, não respeito o horário, não tenho disciplina, pontualidade, né? Engano e trapaceio
dificilmente eu serei visitado por um espírito superior no momento de evocação.

Comentário: Isso é o que são os Espíritos superiores: falam bonito, tem uma
linguagem positiva e sempre falam em direção ao bem e o bem da humanidade. Não ficam
falando de si, não ficam falando palavrão, não ficam falando gíria.

“A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por
vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por
malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os
interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças.
Em resumo, as comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só são dadas nos
centros sérios, onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem”. Por isso
que as casas mais sérias pedem que o indivíduo faça os estudos, fique aqui 4, 5 anos para
depois ir para a mesa mediúnica. Por quê? Porque em 4,5 anos você começa a entender o
funcionamento da casa, a ética da casa, a moral da casa, como as pessoas pensam... Vai
trocando a sua linguagem, vocês saem para comer uma pizza, vocês saem para isto e para
aquilo então você se estabiliza.

Quando o grupo está estável é mais fácil de evocar o espírito superior porque ele sabe que ali
dentro não tem tanta contenda de melindre e vaidade ou diferenças de pensamento que
possam interferir no processo. Paciência. Se você chega numa casa e no dia seguinte eles te
colocam na mesa mediúnica a minha sugestão é que você saia e vá procurar uma mais séria
porque quem faz isso sequer leu a introdução de Kardec, né?

“A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer
aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal.
Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas
menores ações”. Todos os tópicos que serão trabalhados no livro. Então o que o livro vai nos
ensinar? Também sobre a moral dos Espíritos superiores.
E o espírito vem aqui para fazer o bem e não o mal então ele tem chance de ser superior. O
que foi colocado na passagem anterior? O espírito leviano ele pode vir com conteúdos bons
para ganhar credibilidade e depois começa a falar as besteiras dele, mas como eu disse: não
precisa ser um tapado, ignorante que não sabe do que está falando. Ele pode ser
extremamente inteligente, mas moralmente desinteligente.

Então ele sabe falar sobre todas as coisas, também vai chegar falando bonito, também vai
chegar com a educação, vai citar Jesus, vai citar a bíblia, mas lá no fundo ele vai estar te
conduzindo em direção a um problema maior a médio e longo prazo, por isso só essas coisas
também não bastam para critério. Vai depender da sua moral.

Eu sou moralmente corrupto ou eu sou pervertido, eu sou totalmente confuso é muito difícil
que um espírito superior esteja dialogando comigo nesse sentido pedindo que eu escreva um
livro para que ele possa escrever através de mim. É muito mais difícil acreditar nisso, está
bom?

Comentário: Como eu disse: as leis lá são outras. Homens interessados em si são feitas
pela justiça divina. Então o que ele coloca aqui? Se você abusa do poder para o semelhante:
ah, eu sou forte, eu sou poderoso então é justamente por isso que você tem que servir ao
fraco. Não escraviza-lo, servir ao fraco. Eu vou fazer o possível para melhorar a vida desse
indivíduo que tem menos que eu. Não é dar o dinheiro para ele e falar: tó! Se vira! É você que
tem o poder de afalstar uma rua então você vai afalstar essa rua sem desviar dinheiro. É você
que tem o poder de servir uma comida então você vai ter um lucro decente para si, para que a
pessoa possa comer ali, tal, etc. Sem cobrar mais caro de um indivíduo porque ele entra com
óculos de marca e do outro porque ele entra com a blusa rasgada. São nessas justiças que nós
vamos nos conectando com o espiritual.

E aí entra de novo esse ponto de abusar também dos animais, do poder que nós temos sobre
eles. Então a hipocrisia vai aparecer e tudo que você está fazendo de errado vai aparecer. É
como aquela piada que o pessoal conta: ah,no momento do seu desencarne vão colocar
no
telão tudo que você conversa no seu WhatsApp. Aí a pessoa fala: vixi! Será que vai acontecer
isso mesmo? Mais ou menos é isso: vai acontecer. Tudo que você fez por baixo dos panos vai
aparecer e todas as pessoas prejudicadas estarão lá para te cobrar uma satisfação e o
contrário também é verdadeiro: tudo que você fez de positivo também vai aparecer e essas
pessoas estrão lá para ter dar a gratidão. Então cabe a você decidir o que vai encontrar quando
chegar lá.

“Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio
de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar,
conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o
seu destino final.” Estamos caminhando em direção à perfeição. Uns mais rápidos, outros em
zig-zag, uns param para dormir, outros passando o pé para que o outro demore mais para
chegar, mas chegaremos. Nada é irremessível, portanto, não existe inferno eterno, não existe
enxofre eterno, não existe satanás, não existe nada disso.

Tudo poderá ser reparado. Quanto pior a coisa mais tempo de reparação e mais sofrimento,
mas nenhuma pena é perpétua no que se refere ao espírito, certo ? “Este o resumo da
Doutrina Espírita, como resulta dos ensinamentos dados pelos Espíritos superiores. Vejamos
agora as objeções que se lhe contrapõem”. Qual que foi o primeiro slide? Kardec disse o
seguinte: eu vou apresentar em poucas palavras o que é o espiritismo para depois usar esses
argumentos para contrapor os adversários ou as pessoas que duvidam, tá? Então no próximo
encontro nós observaremos quais são os pontos onde provavelmente as pessoas vão pegar no
seu pé para falar que o espiritismo não serve. E aí você já terá um pouco mais de respaldo e
embasamento para saber se defender, está bom?

Comentário: A ciência espírita... Ele está falando da ciência espírita então aqui ele já
está dizendo: compreende duas partes: experimental uma, relativa às manifestações em geral
que aí é a parte das mesas girantes, é a parte da comunicação psicofônica, da comunicação
psicográfica, os efeitos físicos... Tudo aquilo que possa provocar um experimento. Vamos fazer
isso para ver se isso funciona. E tem a outra parte que é filosófica, outra, relativa às
manifestações inteligentes. Ou seja, quando o indivíduo se manifesta aquilo é experimental.
Quando na sua manifestação ele traz um pensamento que modifica os indivíduos que estão
recebendo este pensamento ela é filosófica porque ela produz uma observação sobre o
pensar, uma ressignificação dos velhos comportamentos, hábitos e paradigmas. E aí ele diz:
que não se pode dizer-se espírita se não conhecer os dois lados. Aquele que apenas haja
observado a primeira se acha na posição de quem não conhecesse a Física senão por
experiências recreativas, sem haver penetrado no âmago da ciência. Sabe aquele experimento
que fazem e às vezes dá errado porque o aluno se mexe, mas que coloca uma bola com um
peso aqui num pêndulo, né? Amarrado a uma corda e aí você solta ele sem gerar impulso e ele
vai até o outro lado e volta e não toca no seu nariz ele pára exatamente onde ele estava?
Então imagina que o aluno assistiu aquilo numa aula e ele acha que manja física. E isso não
precisa nem ser uma coisa tão complicada. Quantas pessoas e talvez tenha até alguém aqui
que passou por isso: em qualquer área da ciência falou assim: ah, eu sou bom em matemática,
eu vou fazer faculdade de matemática. Chegou à faculdade e falou: esperaí! Eu nunca vi nada
do que vocês estão passando aqui. Falou: ah eu sou bom em português, vou fazer o curso de
letras. Não! Esperaí. Eu não estou entendendo nada do que está sendo passado aqui. Isso é
muito comum. A de psicologia que é a minha área: ah, eu sempre fui bom para conversar com
as pessoas, vou fazer psicologia. Ah, mas eu dava risada. As pessoas entravam em choque
quando viam todas aquelas teorias apresentadas. Então assim: em qualquer área, né? Não é
porque eu cresci um feijão no algodão que eu sou um botânico, que eu sou um biólogo, que eu
sou um jardineiro, o que quer que seja, tá? Então Kardec diz aqui: não saia por aí dizendo se é
espirita ou duvidando das coisas se você não estudou profundamente todos os lados dela. A
verdadeira Doutrina Espírita... Vejam: a doutrina espírita está com letras maiúsculas. Lá atras a
ciência espírita não está. Então ele diz que existe a ciência espirita que estuda os fenômenos
tanto os filosóficos (né): será que essa comunicação é verdadeira? Será que Platão falou isso
mesmo? Será que Napoleão falaria isso realmente se fosse chamado? Então você leva isso para
o lado científico e dentro desta ciência você extrai dela uma doutrina. E essa doutrina está no
ensino que os Espíritos deram, e os conhecimentos que esse ensino comporta são por demais
profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que não por um estudo
perseverante, feito no silêncio e no recolhimento. Não é para você subir lá no topo da
montanha para estudar o livro também não. Fazer o estudo no silêncio, no recolhimento é no
silêncio mental. Você não vai conseguir estudar o Evangelho no metrô, pegando o ônibus, tá?
Entre uma coisinha e outra. Você vai receber a mensagem, vai ter a sensação boa, mas o
estudo mesmo é muito difícil. Isso que nós estamos fazendo aqui é no silêncio e no
recolhimento. Uma hora por dia que nós tiramos aqui para sentar e destrinchar cada palavra
para tirar dela o máximo possível. Então isso aqui é o que Kardec propõe que façamos então
fico feliz que a introdução tem durado mais de 11 horas. Mostra que estamos no caminho
certo.

Outro ponto importante aqui: doutrina espírita é tudo isso que ele falou. Então se eu não
tenho esse estudo neste nível avançado a doutrina espírita para mim se transforma em
dogma. Porque o dogma ele parte sempre da ignorância. O dogma sempre diz respeito a algo
que chega um ponto que não pode ser explicado e tem que ser aceito por que é assim, porque
Deus quis, porque eu sou teu pai e eu decido o que é melhor para você, porque eu sou tua
mãe e eu decido o que é melhor para você, porque eu sou teu marido e você não vai usar essa
roupa. É um dogma. É verdade! Ele é meu marido então não vou usar essa roupa, é verdade!
Deus sabe o que é melhor para mim. Então não há contestação. Quando você estuda a coisa
com afinco aí você tem uma doutrina, tá? Sempre que você se afasta do caminho certo ela
entra e fala: olha... Volta para cá. Este é o caminho certo. Não porque eu quero, não porque
Deus mandou, mas porque é o melhor para você. Se você seguir esse caminho você não vai ter
uma overdose, você tem menos chance de ter um câncer, você tem menos chance de tomar
um tiro, você tem menos chance de ser traído, você tem menos chance de ser demitido, não
é? Olha aí quantas pessoas vão fazendo caminhos pela sombra e de repente um áudio vazado
de WhatsApp, uma conversa vazada e a carreira do indivíduo de 30, 20 anos desmorona por
causa de um comentário que ele fez. Então quando eu estou doutrinado eu não estou
bitolado, né? Como o cavalo que tem a bitola. Eu estou consciente. Se você não estuda o
espiritismo você faz do espiritismo um dogma e aí ele começa a te punir: ah eu estou passando
por isso porque eu fiz algo errado, ah, eu devo tá passando por isso porque na vida passada...
Sái dessa vida. Venha para o aqui agora. Lembre-se que Deus é amor e que o espiritismo é cura
e não punição.

Porque, só dentro desta condição... Esta condição de se estudar no silêncio. Na perseverança e


no recolhimento se pode observar um número infinito de fatos e particularidades que passam
despercebidos ao observador superficial, e firmar opinião. Tem que firmar opinião a partir
disso, está legal? Então quem que é esse observador superficial? É esse que lê no trem, é esse
que lê no metrô, assistinho televisão e fazendo outras coisas, tá? Ele vai captar umas coisas,
mas muitas passaram despercebidas e mesmo isso que nós estamos fazendo aqui algumas
ainda passarão despercebidas, mas serão menos. Não produzisse este livro outro resultado
além do de mostrar o lado sério da questão e de provocar estudos neste sentido e
rejubilaríamos por haver sido eleito para executar uma obra em que, aliás, nenhum mérito
pessoal pretendemos ter, pois que os princípios nela exarados (gravados, escritos) não são de
criação nossa. O mérito que apresenta cabe todo aos Espíritos que a ditaram. Então mesmo
que... Ele diz aqui: mesmo que a única coisa que o Livro dos Espíritos pudesse trazer fosse
mostrar que existe um lado sério na questão espiritual e levar as pessoas a estudarem, já seria
o suficiente para eles. Então ele compreende que vai muito mais que isso, mas que ele
entende a responsabilidade que está sendo colocada ali e coloca em um parênteses ali, né?
Que mesmo assim isso não é meu, não sou eu dizendo isto. Vem do todo. Isso vem dos
Espíritos. Isto vem como uma verdade que se manifestou em vários locais ao mesmo tempo,
com pessoas diferentes que não se conheciam. Tem uma veracidade. O mérito que apresenta
cabe todo aos Espíritos que a ditara. Olha Kardec eu sinto muito, mas também cabe um pouco
ao senhor porque não é pouca coisa que o senhor fez né? Então modestia a parte, vamos
colocar o teu nominho aqui.

Esperamos que dará outro resultado, o de guiar os homens que desejem esclarecer-se,
mostrando-lhes, nestes estudos, um fim grande e sublime: o do progresso individual e social e o
de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim. Então além de mostrar o lado sério da
questão espiritual e provocar estudos que para ele já seria o suficiente. Ele ainda diz que o
outro objetivo secundário ou uma consequência é que estes estudos guiem os homens que
desejam esclarecer-se mostrando-lhes nesses estudos um fim grande e sublime: o do
progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim. Então se
você não se sente uma pessoa progredindo. Individualmente se sente fracassado ou
fracassada e socialmente também aqui dentro tem a resposta. Estamos no caminho, tá? Falta
alguma coisa para eu me sentir completo individualmente ou socialmente eu ainda tenho
algumas coisas que preciso melhorar. Este estudo aprofundado quando ele terminar segundo
Kardec se estivermos aqui abertos a este esclarecimento, ou seja, se trouxermos a nossa
sombra para que a luz mostre o que está ali dentro nos impedindo de sermos efetivamente
ligados ao sagrado, de sermos boas pessoas, de nos conectarmos com os outros de maneira
mais honesta isso acontecerá quando este conhecimento penetrar. Mas também se estiver
aqui só por curiosidade ou se estiver aqui só para bater papo vai crescer também. Vai aprender
a receita de bolo, vai fazer amizade, vai encontrar pessoas de repente para viajar e ter uma
casa para ficar em outra cidade do Brasil, mas algumas pessoas passarão por aqui porque
precisarão apenas de uma ou outra pincelada. Eu como preciso de tudo e reconheço que
muitos de vocês também precisam me coloco aqui para ficar até o fim, né? Pelo menos esse
livro para depois estudando outros, mas eu não tenho condições mais de achar que eu já sei
tudo ou achar que eu não tenho mais o que crescer.

Comentário: Então ele vai para uma outra área, a área da astronomia. Então os
indivíduos já conhecem algumas leis que regem planetas, que vão ter satélites, a gravidade, a
atração, a rota de cometas e eles vão identificando: espera aí! Nós estamos olhando para
aquilo, estamos vendo um espaço que não tem nada, mas baseado nos fenômenos que estão
acontecendo ali tem que ter alguma coisa ali. Aí eles concluem que existem coisas ali e a
ciência avança. Então Kardec coloca: se nós olharmos a evolução do homem, nós vamos
compreender que já existe uma diferença. Não só nessa evolução proposta por Darwin, mas
não evolução como seres mesmo. Se nós no compararmos, por exemplo, com aborígenes ou
nos compararmos com egípcios ou como romanos, em alguns pontos nós veremos que muita
coisa mudou. A corrupção não, a corrupção está aí desde sempre, mas de forma geral algumas
coisas que eram comuns já não são mais, tá? Então ele diz: agora se nós formos expandir esse
conhecimento e pensar: do homem até Deus o que existe, não dá para conceber, é uma lacuna
muito grande e se essa lacuna existe, não significa que ali não tenha nada. Significa que nós
ainda não sejamos capazes de compreender. Então a nossa mente foi ensinada que: Deus é
nossa imagem e semelhança ou nós a dele. Então quer dizer a raça humana é a última. Depois
do homem já vem Deus. E se for homem mesmo gênero masculino parece que é mais ainda,
né? E qual que é o conceito verdadeiro? Existem Espíritos superiores que não se mostram
verdadeiramente como nós imaginamos. E como que nós imaginamos? Toda vez que faz um
filme de vida extraterrestre os ETs são feios para nossa ótica. Eles são esquisitos, eles são
malignos, eles querem fazer experimentos, eles querem destruir a terra, quer dizer: eles são
sempre inferiores. Senão tecnologicamente, não! Porque eles conseguiram chegar até a terra,
mas moralmente eles são sempre colonizadores, né? Por quê? Porque nós somos
colonizadores. Nós destruímos os indígenas da América do Sul, nós destruímos os indígenas da
África, destruíram os indígenas de todas... Sempre colonizando, sempre com aquela sensação
de retirar o indivíduo de um local e colocá-lo em um local melhor. Teve uma menina eu estava
vendo a reportagem uma menina que morava com lobos ou ursos eu não me lembro...
Macacos! A menina morava com macacos. É... Uma criança que foi encontrada que ela achava
que ela era uma macaca. E aí as pessoas a resgataram para colocá-la numa... Não! Era uma
tribo... Na verdade, não me lembro. Isso aconteceu com uma tribo e com uma criança, tá?
Foram duas situações onde o homem civilizado encontrou pessoas em situação mais
rudimentar e tentaram levar elas para civilização. E aí no caso da tribo disseram: não, mas o
homem branco só faz coisa ruim para gente. Estão querendo levar os nossos filhos para as
escolas, estão querendo trazer coisas para nós, mas eles só trazem doenças, eles só atraem
coisa ruim, porque que eles querem trazer a maldade deles se nós estamos bem aqui. Essa é a
nossa que nós temos. Olha: o rapaz está morando com lobos, ali. Tinha um homem também
que morou com Lobos, né? Conversava com lobos, liderava lobos, tudo isso tem no Youtube. E
aí nós tentamos tirar o indivíduo dali. Então nós imaginamos que se um extraterrestre vem
alguém que não é da terra, vier de outro planeta ele vai tentar impor a cultura dele para nós e
vai nos massacrar, quando na verdade não é assim, tá? Se ele evoluiu o suficiente para ser
melhor do que a raça humana, se ele vier aqui de forma que nós possamos vê-lo, ele virá para
trazer amor, ele virá para trazer ensinamento, mas se ele concebe que ele pode vir em espírito
trazer telepaticamente a mensagem porque que ele precisa vir num disco voador para falar a
mesma coisa? Por que/ que nós precisamos do fenômeno físico para acreditar que existem
forças maiores que nós fora no universo? Ah, não! Se não vier um disco voador, não existe
inteligência superior. Existe. E eles estão aí se comunicando telepaticamente, se comunicando
por psicografia, se comunicando por psicofonia e ele não tem a cabeça grandona, não é verde,
não tem o olhão. Talvez até tenha, mas não é isso que o define, e sim o aspecto mental. A raça
humana não é a última. Sim! Buracos negros. Exato. O que é isso aí, né? Por que/que não tem
nada lá dentro? Aí você coloca aqui os buracos negros. Também.
Comentário: Aí aqui Kardec que é humano não é... Tem o seu lado humano também
dá uma cutucada porque não é pouco o que ele aguentou para colocar uma introdução desse
jeito cheia de adversidades já declaradas. Mostra que ele também teve que ter uma paciência
muito grande para aguentar a interferência de muita gente. Tanto gente que estava realmente
querendo desenvolver aquilo, como gente que só estava querendo causar.

Então ele fecha esee pensamento: entre os homens (isso que nós temos aqui na terra) e Deus
existem vários outros seres que não ainda compreendemos. E quem é que preenche essa
lacuna? É o espiritismo. Porque o espiritismo mostra que existem vários graus de Espíritos,
vários níveis de evolução que vão do alfa ao ômega, ou seja, do mais primitivo ao mais
angelical e que dentro disso você tem de tudo. Não é primitivo, intermediário e avançado
como se fosse um curso de inglês. É submilimetricamente assim, né? Porque eu sou... Tem
uma pessoa que é um pouquinho melhor que eu e tem outro que é pouquinho melhor que ela
até chegar lá no último. Então é muito difícil, né?

Tudo então se liga, tudo se encadeia, desde o alfa até o ômega. Aí ele dá uma cutucada: Vós,
que negais a existência dos Espíritos, preenchei o vácuo que eles ocupam. Então quer dizer: se
você acha que o espiritismo não existe e que de Deus já vai para o homem ou que não existe
Deus então explica as coisas que acontecem no mundo. Então explica, tá? Explica como as
coisas estão se movimentando. Explica o que existe nesse local que você não consegue
compreender. Ele diz: você não vai conseguir porque já está explicado. O espiritismo já trouxe
isso. E vós, que rides deles, ousai rir das obras de Deus e da sua onipotência! E aí tem uma
exclamação no final para quem está só no áudio.

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